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Direito Eleitoral

Nas eleições municipais de vereador em 2004, no procedimento de registro de candidaturas, o Juiz Eleitoral,
verificando que não estava comprovada a escolaridade do pré-candidato, na forma dos artigos 14, §4°, da
CRFB/88 e 28, inciso VII, da Resolução do TSE nº. 22.156/2004, e não sendo esta suprida por declaração do
próprio interessado, recebeu a petição inicial de uma ação de impugnação ao pedido de registro de
candidatura (art.3° da Lei Complementar 64, de 18/05/1990), proposta por um partido político de oposição à
candidatura do edil. O pedido na AIRC (ação de impugnação de registro de candidatura) visava à negativa à
concessão do registro, pois o candidato à vereança era analfabeto e, portanto, sua pleiteada candidatura
revestia-se de uma hipótese de inelegibilidade absoluta. Na apuração dos votos, uma das cadeiras do
quociente partidário foi preenchida pelo vereador e a supracitada AIRC transitou em julgado em data
posterior à eleição de 2004, reconhecendo a Justiça Eleitoral que o candidato a vereador era inelegível em
razão de analfabetismo. Pergunta-se:

1) Como são considerados, segundo a legislação pátria, os votos atribuídos a candidatos inelegíveis pela
legislação eleitoral?

Resposta: Os votos atribuídos a candidatos inelegíveis pela legislação eleitoral, serão considerados nulos, de
acordo com § 3º do artigo 175 do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65).

2) Se o vereador já tivesse ocupado cargo eletivo e estivesse pretendendo sua reeleição, haveria alguma
inf1uência no resultado do julgamento final do pedido de impugnação à candidatura?

Resposta: As condições de elegibilidade e das causas de inelegibilidade são aferidas a cada pedido de registro
do candidato perante a Justiça Eleitoral, não podendo ser invocado eventual deferimento atinente à eleição
pretérita.
Conforme disposição expressa da Súmula TSE nº 15 e já decidido em relação ao pleito de 2008, "o
exercício de cargo eletivo não é circunstância suficiente para, em recurso especial, determinar-se a reforma de
decisão mediante a qual o candidato foi considerado analfabeto" .

3) Se a inelegibilidade argüida não tivesse sido questionada na ação de impugnação ao pedido de registro,
poderia ser aventada na ação de impugnação ao mandato eletivo prevista no art. 14, § 10 e §11, da CRFB/88?

Resposta: Sim, pois se não houver nenhuma imcompatibilidade (nenhum dos impedimentos para a
candidatura) para o exercício do mandato, o candidato prestará compromisso e tomará posse, caso haja
alguma irregularidade, caberá ação de impugnação do mandato, a ser proposta ante a Justiça Eleitoral, só que
dentro de quinze dias da diplomação (prazo prescricional).

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