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PROVA PRÁTICO–PROFISSIONAL
ÁREA TRABALHISTA
PROFESSOR GUSTAVO CISNEIROS
E-mail: direitotrabalho@terra.com.br
O objetivo do curso é preparar o aluno para enfrentar a segunda fase do Exame da OAB,
abrangendo a elaboração de peças jurídicas, além de propiciar uma revisão dos principais
tópicos de direito do trabalho e de direito processual do trabalho, incluindo a resolução de
questões extraídas de provas anteriores.
É preciso que o advogado (no Exame de Ordem o bacharel é avaliado como advogado)
tenha a capacidade de levar ao conhecimento do magistrado os fatos “da maneira que
melhor aproveitem ao seu cliente”.
Digamos que o reclamante trabalhou durante dez anos na empresa e está pleiteando horas
extras. O advogado deve pedir as horas extras de todo o contrato de trabalho. Cabe ao
advogado do reclamado, na contestação, requerer a limitação da condenação aos últimos
cinco anos a contar da data da propositura da ação.
Outro exemplo é o da “compensação”, que a CLT diz que deve ser suscitada na defesa, sob
pena de preclusão – artigo 767.
Uma determinada causa pode estar revestida de um bom direito, mas, por ingenuidade, o
advogado termina enfraquecendo-o, mediante tímida e impotente argüição.
O bom advogado é aquele que, diante de um bom direito, extrai um “direito inabalável”, e,
diante de um direito frágil, convence o Juiz, por meio de robusta argumentação, de que
aquele direito também se encontra sombreado de pujante verossimilhança.
Vencer ou perder é outra história! O que o advogado não pode fazer é admitir a derrota
antes da largada!
Como disse anteriormente, a avaliação do candidato gira em torno de sua atuação como
advogado. Não há espaço para inocência.
O candidato deve cuidar para que a sua prova não venha a ser anulada!
Há casos em que o aluno perde o Exame por exclusiva falta de atenção (Ex.: alunos que
identificam a prova, mediante uma marca ou a própria assinatura; alunos que elaboram a
peça apenas no rascunho; os que respondem uma questão no espaço reservado a outra –
questão nº. 3 no espaço reservado à questão nº. 4 – etc.).
ANEXO II
MATERIAIS E PROCEDIMENTOS PERMITIDOS PARA CONSULTA
PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL
1) MATERIAL/PROCEDIMENTOS PERMITIDOS
2) MATERIAL/PROCEDIMENTOS PROIBIDOS
O examinando que descumprir as regras quanto à utilização de material proibido terá suas
provas anuladas e será automaticamente eliminado do Exame.
3.6.15 Será eliminado do Exame o examinando que, durante a realização das provas, for
surpreendido portando aparelhos eletrônicos, tais como bipe, telefone celular, walkman,
agenda eletrônica, notebook, palmtop, receptor, gravador, telefone celular, máquina
fotográfica, controle de alarme de carro etc., bem como relógio de qualquer espécie, óculos
escuros ou quaisquer acessórios de chapelaria, tais como chapéu, boné, gorro etc., e ainda
lápis, lapiseira, borracha e/ou corretivo de qualquer espécie.
3.6.21 Terá suas provas anuladas e será automaticamente eliminado do Exame o examinando
que, durante a sua realização: a) for surpreendido dando e/ou recebendo auxílio para a
execução das provas; b) utilizar-se de livros, dicionários, notas e/ou impressos que não forem
expressamente permitidos e/ou que se comunicar com outro examinando; c) for surpreendido
portando aparelhos eletrônicos, tais como bipe, telefone celular, walkman, agenda eletrônica,
notebook, palmtop, receptor, gravador, máquina de calcular, máquina fotográfica, controle
de alarme de carro etc., bem como relógio de qualquer espécie, óculos escuros ou quaisquer
acessórios de chapelaria, tais como chapéu, boné, gorro etc., e ainda lápis, lapiseira,
borracha e/ou corretivo de qualquer espécie; d) faltar com o devido respeito para com
qualquer membro da equipe de aplicação das provas, com as autoridades presentes e/ou
com os demais examinandos; e) fizer anotação de informações relativas às suas respostas no
comprovante de inscrição e/ou em qualquer outro meio; f) não entregar o material das
provas e/ou continuar escrevendo após o término do tempo destinado para a sua realização;
g) afastar-se da sala, a qualquer tempo, sem o acompanhamento de fiscal; h) ausentar-se da
sala, a qualquer tempo, portando a folha de respostas (prova objetiva), ou o caderno de
textos definitivos (prova prático-profissional) e/ou o caderno de rascunho; i) descumprir as
instruções contidas nos cadernos de prova, na folha de respostas (prova objetiva) e/ou o
caderno de textos definitivos (prova prático-profissional); j) perturbar, de qualquer modo, a
ordem dos trabalhos, incorrendo em comportamento indevido; k) utilizar ou tentar utilizar
meios fraudulentos ou ilegais para obter aprovação própria ou de terceiros, em qualquer
etapa do Exame; I) impedir a coleta de sua assinatura; m) for surpreendido portando caneta
fabricada em material não transparente; n) for surpreendido portando anotações em papéis,
que não os permitidos; o) for surpreendido portando qualquer tipo de arma; p) recusar-se a ser
submetido a qualquer procedimento que vise garantir a lisura e a segurança do processo de
aplicação do Exame, notadamente os previstos nos subitens 3.6.4, 3.6.11, 3.6.12, 3.6.17, 3.6.19 e
3.6.20 deste edital; e q) não transcrever o texto apresentado durante a aplicação das provas,
DÚVIDAS CORRIQUEIRAS
PODE! O Edital permite o uso de post-it com remissão apenas a artigo ou a lei, clipes ou
similares.
Obs.: Legislação com entrada em vigor após a data de publicação do edital, bem como
alterações em dispositivos legais e normativos a ele posteriores não serão objeto de avaliação
nas provas do Exame de Ordem. Logo, o limite para vocês é 20/08/2010 – data da publicação
do edital.
Em ações ditas especiais podemos encontrar outros títulos, como, por exemplo, na ação de
consignação em pagamento, onde autor é denominado “consignante”, sendo chamado de
“consignado”, o réu.
O aluno deve observar que a reclamação trabalhista é quase que uma exclusividade do
trabalhador!
Isso mesmo!
Se pudéssemos extrair uma proporção das ações que circulam na Justiça do Trabalho,
chegaríamos à conclusão de que 98% das ações (reclamações) são propostas por
trabalhador. Na prática, portanto, apenas 2% das ações são manejadas por empregador,
sendo que boa parte se refere à ação de consignação em pagamento e ao inquérito judicial
para apuração de falta grave.
Quer dizer, professor, que, uma vez advogando para empresa (empregador), jamais
utilizaremos a reclamação trabalhista?
Há uma situação interessante que não pode ser desprezada pelo candidato. Trata-se da
ação de indenização por danos morais e/ou materiais proposta pelo empregador contra ex-
empregado. Observem o exemplo extraído de um caso concreto:
Pois bem.
De acordo com o § 1º do art. 840 da CLT, a petição inicial, nos dissídios individuais, deverá
conter:
Atenção!
Nas regiões não abrangidas por jurisdição de vara do trabalho, o juiz de direito poderá
processar e julgar reclamação trabalhista, de acordo com o artigo 112 da Constituição
Federal c/c artigo 668 da CLT.
O artigo 674 da CLT dispõe sobre os tribunais regionais do trabalho. O nosso é o da 6ª Região.
Endereço = Rua, Avenida etc., nº., complemento (ex.: apartamento), Bairro, Cidade, Estado e
CEP.
“Nome do reclamante, nacionalidade, estado civil, profissão, Identidade nº. ..., inscrito no CIC
sob o número ..., CTPS nº. ..., endereço, vem, mui respeitosamente, propor RECLAMAÇÃO
TRABALHISTA contra Nome do reclamado (qualificação e endereço)”.
C) CAUSA DE PEDIR
A causa de pedir, ou causa petendi, nada mais é do que a exposição dos fatos e do direito,
na qual deve haver a indicação das razões do pedido.
Mas o bacharel submetido ao Exame de Ordem não pode restringir a causa de pedir apenas
ao mero relato fático, porquanto a sua avaliação passará, inequivocamente, pelo grau de
conhecimento jurídico demonstrado, abarcando, ainda, o uso de uma argumentação
objetiva e a precisa utilização de linguagem técnica.
Deve, ainda, priorizar a uso de linguagem técnica, podendo, inclusive, utilizar termos em latim,
como, por exemplo, “data vênia”, “in casu” etc.
Além da própria “citação” (não é transcrição, apenas “citação”), o bacharel deve perceber
que, ao localizar uma determinada base jurídica (artigo, súmula, orientação jurisprudencial
etc.), o conteúdo da base deve ser “explorado”.
Exemplo 1
DOS FATOS
O reclamante laborava das 08h00min às 18h00min, de segunda a sábado, com intervalo
intrajornada de uma hora, jamais recebendo as horas extras devidas. Além disso, em seu local
de trabalho o ruído das máquinas estava acima dos limites de tolerância, sendo insalubre o
ambiente de labor.
DO DIREITO
Conforme narrado, o reclamante, à luz do artigo 7º, XIII e XVI, da Constituição Federal, faz jus
ao pagamento de horas extras, devidamente acrescidas do adicional de 50%, além dos
reflexos naturais sobre as demais verbas. Tem direito também ao adicional de insalubridade,
conforme artigo 189 da CLT, cujo percentual será fixado mediante perícia técnica – artigo 195,
§2º, CLT, com todos os reflexos.
Observem que no exemplo 2 o fato (trabalho extenuante de dez horas por dia, de segunda a
sábado – horas extras) foi exposto em conjunto com a fundamentação jurídica (direito ao
pagamento de horas extras, acrescidas do adicional, além das repercussões legais). O mesmo
ocorreu com a insalubridade.
Exatamente!
Mas não é uma exposição vulgar, capaz de ser feita por qualquer pessoa. Cabe ao
advogado, profissional considerado como imprescindível pela Constituição Federal, elaborar
uma causa de pedir lógica, coerente, compreensível, embasando, juridicamente, os fatos.
No Exame de Ordem, o bacharel já tem a certeza de que o fato exposto na questão tem
relevância jurídica, pois, do contrário, o prova seria inexeqüível. Basta, tão-somente, descobrir
a lesão, enquadrando juridicamente o fato.
LESÃO
Descobrir qual a lesão sofrida pelo cliente.
Eis a missão do advogado do reclamante em uma reclamação trabalhista!
O artigo 189 do Código Civil, quando fala na prescrição, diz que “a pretensão nasce com a
lesão ao direito”. Sendo assim, “lesionado o direito, nasce a pretensão”. Eis uma dica preciosa
para o Exame de Ordem. Caso a peça da prova seja uma reclamação trabalhista, o
examinando tem que descobrir qual a lesão sofrida pelo cliente.
Por fim, a simplicidade deve marcar a vida do advogado moderno, em consonância com o
mundo globalizado, de informações rápidas e linguagem direta. Os alunos que conseguem
nota máxima na segunda fase do Exame de Ordem sempre me dizem que simplificaram a
argumentação, ou seja, foram direto ao assunto.
e) Salário-condição.
Adicional noturno, adicional de insalubridade, adicional de periculosidade, adicional de
transferência e horas extras. Vale lembrar: salário-condição integra o salário mais jamais se
incorpora! Desaparecendo a condição, desaparece o salário.
g) Descontos salariais (artigo 462 da CLT e Súmula 342 do TST/OJ 160 SDI-1).
Tema que também merece cuidados especiais.
D) PEDIDO
Fulano realizou horas extras e não recebeu qualquer pagamento (lesão). Deverá pedir, ao
final da narrativa e da argumentação, o pagamento das horas extras (pedido).
Narrou, por exemplo, que o reclamante foi agredido pelo patrão, sendo atingido em sua
moral etc. No pedido vai apenas requerer “indenização por dano moral a ser arbitrada por
VExa.”. Só isso!
De nada adianta a exposição da relação terceirizada em causa de pedir se, no pedido, não
constar o requerimento de “condenação do tomador como responsável subsidiário”.
O pedido deve ser certo e determinado, conforme preceitua o art. 286 do CPC.
Os pedidos cumulados, em regra, não se excluem. O reclamante pede aviso prévio, horas
extras, férias, 13º salário e FGTS. Todos os pedidos serão apreciados pelo juiz.
O reclamante pode também formular mais de um pedido em ordem sucessiva, a fim de que o
juiz conheça do posterior, em não podendo acolher o anterior – artigo 289 do CPC.
E) VALOR DA CAUSA
Apesar de a CLT não exigir (artigo 840, § 1º), no Exame de Ordem é imprescindível a indicação
do valor da causa, salvo se a questão expressamente dispensar a sua fixação.
O valor da causa, é bom lembrar, tem efeitos meramente fiscais, ou seja, não vincula o
magistrado, salvo no rito sumaríssimo.
No rito sumaríssimo os pedidos devem ser líquidos. Logo, o valor da causa não pode ser objeto
de mero arbitramento, pois resultará da exata soma dos pedidos.
O candidato não pode inventar fatos, sob pena de ter a prova anulada.
Sendo assim, quando chegar o momento de colocar a data e o nome no final da peça, o
candidato observará as instruções contidas no caderno de prova.
Se o candidato está advogando para o trabalhador, nada mais natural do que explorar, in
concreto, os princípios do direito do trabalho, afinal o direito do trabalho existe para “proteger
o hipossuficiente”. Sendo assim, é muito importante dar uma lida nos princípios do direito do
trabalho (princípio da proteção; princípio da inalterabilidade contratual lesiva ao obreiro;
princípio da intangibilidade salarial; princípio da primazia da realidade sobre a forma; princípio
da continuidade da relação de emprego etc.).
Não esquecer da base jurídica, ou seja, dos ARTIGOS/SÚMULAS/OJ’S que alicerçam a sua
argumentação. O candidato deve citar a base jurídica (não precisa transcrever), inclusive os
incisos e alíneas. Também deve, naturalmente, “explorar o seu conteúdo”.
Ana foi admitida na empresa Delta, no dia 1º de julho de 2006, para exercer as funções de
assistente administrativo, recebendo um salário mensal de R$ 1.200,00. Apesar de todo zelo
profissional que Ana emprega ao desenvolver suas funções, a proprietária da empresa Delta,
senhora Maria, em diversas situações, acusa-a de ser incapaz, chamando-a de burra e
incompetente. Tais acusações são feitas em alta voz e na presença de outros empregados e
de clientes da empresa. Inicialmente, Ana, com receio de perder o emprego, desconsiderou
Ana, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., Id..., CPF..., CTPS..., endereço..., vem, mui
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado ao final firmado, com
procuração anexa, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA no rito ordinário, em
desfavor de Delta, CNPJ..., endereço..., com fundamento nos artigos 840 e segs. da CLT, pelas
razões de fato e de direito que passa a expor:
Da Causa de Pedir
A reclamante foi admitida na empresa reclamada no dia 1º de julho de 2006, para exercer as
funções de assistente administrativo, recebendo salário mensal de R$ 1.200,00.
A reclamante faz jus, ainda, a uma indenização por dano moral, em face das ofensas
proferidas pela proprietária da empresa reclamada.
A proteção à honra consiste no direito de não ser ofendido ou lesado na sua dignidade ou
consideração social. Caso ocorra tal lesão, surge o direito à indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação, à luz dos artigos 186 e 927 do Código Civil.
A Constituição Federal, ilustre magistrado, consagra o direito à reparação – art. 5º, X, cuja
pretensão é de competência da Justiça do Trabalho, como preceitua o artigo 114, VI da Lei
Maior e a Súmula 392 do TST.
Do Pedido
Pelo exposto, vem requerer a declaração da rescisão indireta do contrato de trabalho, por
falta grave cometida pelo empregador, com a condenação do reclamado nas verbas abaixo
discriminadas, acrescidas de juros e correção monetária:
Requer, por fim, a notificação do reclamado, para que o mesmo venha, sob as penas da lei,
responder a presente reclamação trabalhista, e, ao final, sejam julgados procedentes os
pedidos, protestando provar o alegado por todos os meios em direito admitidos.
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
O CPC apresenta dois tipos de ação de consignação, uma de natureza extrajudicial e outra
de natureza judicial. Apenas esta última é que nos interessa.
a) Empregado que se recusa a receber verbas rescisórias (seja por discordar dos valores,
seja por discordar da própria demissão etc.);
b) Empregado que não comparece ao ato de pagamento das verbas rescisórias (o não
comparecimento não deixa de ser um tipo de recusa);
Observem que se trata de uma ação meramente declaratória, ou seja, não tem natureza de
ação condenatória ou constitutiva. Não se pede, por exemplo, a desconstituição da relação
de emprego (rescisão do contrato de trabalho), ato patronal que independe de ação
judicial.
Vai ser proposta pelo empregador, buscando consignar a quantia devida. Trata-se de um
meio para o devedor (empregador) se desonerar de uma determinada dívida.
O consignante deve requerer o depósito da quantia, a ser efetivado no prazo de cinco dias, a
contar do deferimento. Deve, ainda, requerer a citação do consignado para levantar o valor
ou oferecer resposta.
CONSIGNANTE, CNPJ..., endereço..., por seu advogado que esta subscreve, conforme
procuração anexa, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor AÇÃO
DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO em face de CONSIGNADO, nacionalidade..., estado
PEDIDO
Diante do exposto, vem requerer que Vossa Excelência se digne determinar a realização de
depósito do quantum de R$ 324,35, no prazo legal de cinco dias, referente aos títulos
rescisórios, devidamente discriminados no termo de rescisão anexo, e, ainda, a citação do
consignado para levantar os valores e, se desejar, ofertar resposta, sob pena de constatação
da revelia, decretando, ao final, a procedência do pedido de extinção da obrigação
atinente à quitação das verbas.
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
Resumindo, temos que o inquérito judicial para apuração de falta grave é condição sine qua
non para desconstituir, por justa causa, contrato de trabalho de:
O inquérito judicial para apuração de falta grave tem natureza de ação constitutiva negativa,
pois visa exatamente “desconstituir o contrato de trabalho”.
Não há mais aquela diferenciação quanto ao recolhimento antecipado das custas, sendo
estas, a exemplo dos demais ritos, também recolhidas ao final, pelo vencido.
O empregador, portanto, terá que provar o cometimento de falta grave pelo empregado,
capaz de alicerçar a demissão por justa causa.
A reclamação deve ser proposta obrigatoriamente por escrito. Trata-se de uma exceção à
regra de que a reclamação trabalhista pode ser proposta de forma escrita ou verbal – artigo
840 da CLT.
O artigo 494 da CLT dispõe que o empregado pode ser suspenso de suas funções, mas isso
não é obrigatório. Caso essa suspensão preventiva do empregado seja aplicada pelo
empregador, este deverá propor o Inquérito dentro de 30 dias, a contar da data da
suspensão (prazo decadencial – Súmula 403 do STF e Súmula 62 do TST).
Se o empregado não for suspenso, alguns doutrinadores entendem que o empregador teria o
prazo de 2 anos para intentar o inquérito. A tese perde força quando confrontada com a
imediatidade que deve marcar o ato de punição por falta grave.
AUTOR, CNPJ..., endereço..., por seu advogado que esta subscreve, conforme procuração
anexa, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer a instauração de
INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE em face de RÉU, nacionalidade...,
estado civil..., profissão..., Id..., CPF..., CTPS..., endereço..., com fundamento nos arts. 853 e segs.
da CLT, de acordo com as razões a seguir aduzidas:
O réu foi contratado pelo autor em 02/03/2003 para exercer a função de escriturário,
candidatando-se, em 04/06/2008, ao cargo de dirigente do Sindicato dos Bancários do Estado
de Pernambuco, vencendo a eleição, tomando posse no dia 05/08/2008, para o cumprimento
de mandato de um ano. Sendo assim, passou, desde o registro de sua candidatura, a ser
detentor de garantia de emprego, nos moldes do artigo 8º, VIII, da CF. Ocorre que no dia
27/12/2009 o réu se envolveu em uma briga com um cliente, nas dependências da agência,
ficando constatado que o réu agrediu fisicamente aquele, sem qualquer justificativa,
incorrendo, portanto, em falta grave, à luz do artigo 482, j, da CLT. O autor, averiguando a
ocorrência, suspendeu preventivamente o réu, conforme o permissivo legal do artigo 494 da
CLT, no dia 10/01/2010, vindo a propor o presente Inquérito dentro do prazo legalmente
previsto, conforme demonstram os documentos que acompanham a petição – inteligência
do artigo 853 da CLT.
DO PEDIDO
Pelo exposto, requer que se digne Vossa Excelência a reconhecer a falta grave obreira,
desconstituindo o contrato de trabalho, por justa causa, nos moldes da alínea j do art. 482 da
CLT.
Requer a citação do réu, para que o mesmo venha, sob as penas da lei, contestar a ação, e,
ao final, seja julgado procedente o pedido de ruptura do contrato de trabalho por justa causa
obreira, protestando provar o alegado por todos os meios em direito admitidos.
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
Art. 1º As ações ajuizadas na Justiça do Trabalho tramitarão pelo rito ordinário ou sumaríssimo,
conforme previsto na Consolidação das Leis do Trabalho, excepcionando-se, apenas, as que,
por disciplina legal expressa, estejam sujeitas a rito especial, tais como o Mandado de
Segurança, Habeas Corpus, Habeas Data, Ação Rescisória, Ação Cautelar e Ação de
Consignação em Pagamento.
PROCESSO E PROCEDIMENTO
Processo nada mais é do que o instrumento para a composição dos litígios. Em sentido estrito,
é o conjunto de atos processuais que se coordenam e se desenvolvem desde o ajuizamento
da ação até o trânsito em julgado da sentença (fase de conhecimento).
Além dos procedimentos comuns, existem os especiais, adotados para “ações especiais”
(inquérito judicial para apuração de falta grave, dissídios coletivos, ações de cumprimento,
ação de consignação em pagamento, embargos de terceiro etc.).
Neste ponto do nosso estudo é salutar uma pequena revisão de alguns ritos especiais, além,
claro, do procedimento sumaríssimo, muito valorizado em Exames de Ordem.
O procedimento sumaríssimo é aplicável apenas para os dissídios individuais cujo valor não
exceda a 40 vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da ação.
Atualmente o salário mínimo é de R$ 510,00, logo, o rito sumaríssimo se aplica às causas até R$
20.400,00.
Vale salientar que este procedimento não pode ser usado nas demandas que envolvam a
Administração Pública direta, autárquica e fundacional (o que se costuma chamar de
“Fazenda Pública” – União, Estados, Municípios, Distrito Federal, suas autarquias e fundações).
No sumaríssimo o pedido, além de certo e determinado, deve ser líquido, ou seja, deve conter
a indicação do valor correspondente. A falta de liquidez importa no arquivamento da
reclamação.
Diferente, portanto, do rito ordinário, onde cada parte pode ofertar até três testemunhas.
No inquérito judicial para apuração de falta grave cada parte pode apresentar até seis
testemunhas.
A contestação é o meio processual clássico usado pelo réu para RESISTIR à pretensão do
autor. Mas não é o único! A contestação é apenas um dos meios de resposta do réu.
A CLT não fala em reposta do réu, tampouco em “contestação”. Para a CLT o reclamado
“apresentará a sua defesa”.
No Processo Civil a resposta do réu pode ser feita por meio de contestação, exceção e
reconvenção.
No Processo do Trabalho a defesa do reclamado também pode ser apresentada por meio de
contestação, exceção e reconvenção.
CONTESTAÇÃO
O reclamado poderá oferecer, no prazo de vinte minutos, em audiência, logo após a primeira
tentativa de conciliação, CONTESTAÇÂO, EXCEÇÃO e RECONVENÇÃO.
As matérias enumeradas no artigo 301 do CPC são conhecidas como questões preliminares,
exatamente pelo fato de serem levantadas, em contestação, antes do mérito.
(*) No processo do trabalho não se aplica a perempção prevista no Código de Processo Civil.
Há um caso, contudo, em que o reclamante perde o direito de reclamar na Justiça do
Trabalho por seis meses – Quando deixar arquivar a reclamação por duas vezes consecutivas –
artigo 732 da CLT. Pois bem. Há outro caso de perda do direito de reclamar na justiça do
trabalho por seis meses, previsto no parágrafo único do artigo 786 c/c artigo 731 da CLT –
quando apresentada reclamação verbal no setor de distribuição, o reclamante não
comparece à vara do trabalho, dentro de cinco dias, para redução a termo. Alguns
doutrinadores costumam chamar esses casos de “perempção temporária” ou “perempção
trabalhista”.
Observações importantes:
2) O rol do artigo 301 do CPC, para o processo do trabalho, não esgota as “preliminares
de mérito”. Destacamos algumas questões preliminares exclusivas do processo
trabalhista:
a) Pedido ilíquido formulado em rito sumaríssimo ou pedido maior do que quarenta vezes o
salário-mínimo da época da propositura da demanda, também para o rito sumaríssimo
(artigo 267, IV, CPC);
b) Não submissão da demanda à comissão de conciliação prévia, caso haja
comprovação da existência de comissão no âmbito do sindicato ou da empresa
(artigo 267, VI, CPC), em que pese a jurisprudência praticamente ter eliminado a
obrigatória da referida submissão prévia.
Pois bem.
Essas matérias são chamadas “prejudiciais”, também conhecidas como “defesa indireta de
mérito”.
Expliquemos. Se o juiz acolher a prescrição bienal, por exemplo, ele irá, naturalmente, extinguir
o processo com resolução de mérito, à luz do artigo 269, IV, do CPC. Ora, ele não é maluco
de julgar, por exemplo, o pedido de horas extras, para, só depois enfrentar a prescrição. A
prescrição, como matéria prejudicial, deve ser analisada antes das demais.
As prejudiciais são matérias de mérito que podem inutilizar as demais questões meritórias.
O juiz tem que primeiro enfrentar a prescrição bienal. Acolhendo-a, extinguirá o processo,
resolvendo o próprio mérito. Rejeitando a prescrição, ele partirá para julgar, por exemplo, a
pretensão de horas extras.
a) Prescrição e decadência;
b) Negativa de vínculo empregatício ou qualquer outra matéria envolvendo controvérsia
acerca da natureza da relação jurídica mantida entre as partes.
Vale ressaltar que as questões prejudiciais já se incluem na contestação de mérito. Não são
“questões preliminares”.
Dando seqüência à resistência meritória, o advogado deve se insurgir contra todos os fatos
narrados, um por um, atacando os pedidos, não deixando nenhum passar em branco.
“Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial.
Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados:”
O aluno não pode, diante de uma contestação, deixar de manifestar-se precisamente sobre
TODOS OS FATOS NARRADOS na petição inicial, rebatendo-os. Esse é o papel do advogado
de defesa!
Compensação e retenção: São matérias que devem ser argüidas na defesa, ou seja, na
contestação, sob pena de preclusão – artigo 767 da CLT c/c Súmula 48 do TST. A
Digamos que o reclamante esteja pleiteando horas extras, à razão de 4h por dia. Seu cliente
nega a quantidade, mas admite que o trabalhador realizava horas extras, porém, todas foram
quitadas, “conforme os recibos anexados aos autos”. Eis a defesa! E se o juiz reconhecer a
procedência do pedido, condenando o seu cliente a pagar 4 horas extras por dia? Como
ficariam as horas extras pagas ao longo do contrato, constantes dos recibos? A compensação
serve para isso! Para evitar o “bis in idem”, o “enriquecimento sem causa”. Deveria constar da
contestação o seguinte requerimento: “Em caso de condenação, o que custa a acreditar,
requer a compensação dos valores já pagos, à luz da documentação que habita os autos,
espancando, com isso, qualquer possibilidade de enriquecimento sem causa, nos termos do
artigo 767 da CLT”.
Digamos que você está elaborando uma contestação. Enfrentou a pretensão, negando os
fatos. No final, por extrema cautela, você diz: “Em caso de condenação, o que não acredita,
mas por extrema cautela, o reclamado vem requerer a retenção do imposto de renda e das
contribuições previdenciárias devidos pelo reclamante, à luz da OJ 363 da SDI-1 do TST e da
Súmula 368 do TST.
Antônio pactuou um contrato de empreitada com Armando, engenheiro civil, com o objetivo
de promover uma reforma em sua casa residencial. Neste contrato, foram definidos o valor da
empreitada, em R$ 60.000,00, o prazo de 90 dias para a conclusão da obra, as condições de
pagamento, tendo sido estipulada uma entrada de R$ 20.000,00 e o restante em três vezes,
Processo n° ...
ANTÔNIO, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., Id..., CPF..., endereço..., nos autos da
Reclamação Trabalhista nº ..., que lhe foi ajuizada por FRANCISCO, nacionalidade..., estado
civil..., mestre de obras, Id..., CPF..., endereço... (poderia colocar “já qualificado nos autos”),
vem, por seu advogado, com procuração em anexo, apresentar CONTESTAÇÃO, com fulcro
nos artigos 847 e segs. da CLT, em face das matérias de fato e de direito a seguir aduzidas,
para, ao final, requerer a TOTAL IMPROCEDÊNCIA dos pedidos.
Ora, o reclamado jamais manteve qualquer tipo de relação jurídica com o reclamante,
pactuando, com o empreiteiro Armando (reclamado principal), contrato de empreitada para
reforma de sua casa residencial.
Inexiste, Excelência, previsão legal capaz de respaldar a pretensão, pois, como reza o artigo
455 da CLT, a responsabilidade subsidiária se restringe ao empreiteiro.
Importante lembrar, douto magistrado, que a obra em questão abrangia apenas a “reforma
de uma residência”, ou seja, não guardava fins econômicos ou lucrativos.
Impende destacar, ainda, que a jurisprudência da mais alta corte trabalhista já sedimentou
entendimento de que o dono da obra não tem qualquer responsabilidade, solidária ou
subsidiária, quanto às verbas trabalhistas oriundas das relações entre o
empreiteiro/subempreiteiro e seus operários, salvo quando o dono da obra for uma empresa
de construção civil ou estiver atuando como incorporador, o que, no caso, não ocorreu! É o
que se extrai da OJ 191 da SDI-1 do TST.
Destarte, ante a flagrante ilegitimidade, requer o reclamado que se digne Vossa Excelência
proceder a sua exclusão da lide.
Caso superada a argumentação supra, o que não acredita, vem o reclamado, por cautela,
prestigiando o princípio da eventualidade, contestar os demais pedidos.
Como já foi dito, o reclamado jamais manteve contato com qualquer trabalhador contratado
pelo empreiteiro Armando, não tendo, por conseguinte, como especificar o horário de labor
Requer, ainda, por extrema cautela, que quando da liquidação da sentença, caso o
reclamado seja condenado, o que custa a acreditar, seja determinada a retenção, do
crédito do reclamante, dos valores do Imposto de Renda e das Contribuições Previdenciárias,
à luz da legislação vigente, tomando por base a previsão contida na OJ 363 da SDI-1 e na
Súmula 368 do TST.
Pede o reclamado a sua exclusão da lide, por total e completa ilegitimidade. Pede, ainda,
por cautela, caso rejeitada a preliminar, que os pedidos sejam julgados improcedentes, sendo
o reclamante condenado nas custas e demais despesas processuais cabíveis.
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
EXCEÇÃO
b) exceção de suspeição.
O artigo 651 da CLT regula a competência em razão do lugar, consagrando a regra geral no
caput (local em que o trabalhador presta serviços, independentemente do local da
contratação), apresentando, a seguir, três ressalvas, cada uma em um parágrafo (§ 1º -
viajante ou agente comercial; § 2º - trabalhador brasileiro que labora no exterior; e § 3º -
empregador que desenvolva atividades fora do local da contratação).
No que pertine à suspeição, o art. 801 da CLT diz que o juiz é obrigado a dar-se por suspeito, e
pode ser recusado, por alguns dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes:
a) inimizade pessoal;
b) amizade íntima;
c) parentesco por consangüinidade ou afinidade até o terceiro grau civil;
d) interesse particular na causa.
A CLT, como se vê, silenciou quanto à exceção de impedimento, prevista no CPC. A CLT é de
1943, e naquela época estava em vigor o CPC de 1939, o qual não fazia distinção entre
suspeição e impedimento. O CPC de 1973 passou a consagrar o tratamento em separado das
matérias (artigos 134 e 135).
Importante lembrar, ainda, que o impedimento é mais grave do que a suspeição. Observem a
redação do artigo 134 do CPC: “É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo”.
Impedimento é a circunstância de caráter objetivo que faz a lei presumir (presunção juris et de
jure) a parcialidade do juiz. É um vício tão grave que pode afetar a própria coisa julgada
(cabe ação rescisória contra sentença proferida por juiz impedido – artigo 485, II, CPC).
Entende-se que não há preclusão para a argüição do impedimento, por ser considerada
matéria de ordem pública. Sendo assim, a parte, em tese, poderia suscitar o impedimento em
qualquer grau de jurisdição, a qualquer tempo, por qualquer meio (a exceção de
impedimento seria apenas um deles).
Processo n° ...
EXCIPIENTE, qualificado nos autos da reclamação trabalhista nº ..., em que contende com
(Nome da outra parte), também já qualificado, vem, por seu advogado ao final firmado, com
instrumento de mandato anexo, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, opor
EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO, relativa ao Excelentíssimo Senhor Juiz do Trabalho Titular (ou
Substituto) (Nome do magistrado excepto), com fulcro nos artigos 799 e 801 da CLT c/c artigos
134 e 135 do CPC, de acordo com as razões a seguir expostas.
Inicialmente, vale ressaltar que o excipiente não tem qualquer restrição à honorabilidade do
referido Magistrado, ora excepto, apenas quanto à amizade íntima que o mesmo mantém
com o reclamante. Com efeito, ambos mantêm íntima amizade, tendo trabalhado juntos na
mesma empresa, ainda freqüentando a casa um do outro, sendo, o reclamante, padrinho do
filho do excepto. Não bastasse isso, o reclamante e o excepto são vizinhos, morando no
mesmo prédio. Pode-se dizer que são compadres, laço afetivo que marca de forte suspeição
a pessoa do excepto, à luz da norma do art. 801 da CLT.
Pelo exposto, aguarda o excipiente que a exceção seja acolhida, declarando-se a suspeição
do Excelentíssimo Senhor Juiz do Trabalho ...
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
Processo n° ...
No caso dos autos, o último local de trabalho do excepto foi a cidade de Olinda. Assim, esta
cidade, por uma de suas Varas, seria competente para apreciar o feito.
Pelo exposto, requer seja acolhida a exceção de incompetência em razão do lugar, sendo
remetidos os
RECONVENÇÃO
Trata-se de um meio de resposta do réu, porém, como é fácil perceber, tem natureza de
ação.
Para quem já aprendeu a fazer uma petição inicial em reclamação trabalhista fica muito fácil
elaborar uma reconvenção.
MODELO DE RECONVENÇÃO
NOME DO RECONVINTE, já qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista que lhe foi
ajuizada por NOME DO RECONVINDO, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, por seu advogado ao final firmado, com procuração anexa, apresentar
RECONVENÇÃO, com fundamento nos artigos 315 e segs. do CPC, pelas razões de fato e de
direito que passa a expor:
Da Causa de Pedir
O reconvindo foi demitido por justa causa, enquadrado no artigo 482 da CLT, porquanto, em
ato de indisciplina e ofensivo à imagem da empresa reconvinte, despejou o conteúdo do
caminhão limpa-fossas em área de preservação ambiental, provocando a autuação da
reconvinte, a qual foi multada pela fiscalização e teve a sua imagem arranhada.
Aquele que causa dano a outrem, agindo culposa ou dolosamente, tem o dever de reparar o
prejuízo, nos termos dos artigos 186 e 927 do CC.
A Constituição Federal, ilustre magistrado, consagra o direito à reparação – art. 5º, X, cuja
pretensão é de competência da Justiça do Trabalho, como preceitua o artigo 114, VI da Lei
Maior e a Súmula 392 do TST.
Do Pedido
Pelo exposto, vem requerer a condenação do reconvindo nos títulos abaixo discriminados,
acrescidos de juros e correção monetária:
Requer, por fim, a citação do reconvindo, para que o mesmo venha, sob as penas da lei,
responder a presente ação reconvencional, e, ao final, sejam julgados procedentes os
pedidos, protestando provar o alegado por todos os meios em direito admitidos.
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
Os recursos são os remédios mais usados para impugnar decisões judiciais, mas não são os
únicos, pois existem as chamadas ações autônomas de impugnação contra atos decisórios
(mandado de segurança, ação rescisória, embargos do devedor, embargos de terceiro etc.).
Observem a regra do art. 899 da CLT: “Os recursos serão interpostos por simples petição e
terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a
execução provisória até a penhora”.
ATENÇÃO: Recurso sem fundamentação (razões recursais) é o mesmo que recurso genérico,
petição inicial sem causa de pedir ou contestação por negação geral. Estão em jogo os
princípios do contraditório e da ampla defesa.
PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
Custas e depósito recursal devem ser recolhidos e comprovados dentro do prazo recursal – art.
789, § 4º da CLT c/c Súmula 245 do TST.
Depósito recursal (art. 899, §§ 1º s 6º da CLT) – Só é exigível do empregador, desde que tenha
sido condenado em pecúnia (Súmula 161 do TST).
O benefício da justiça gratuita, previsto no artigo 790, § 3º, da CLT, também pode ser
estendido a empregador que comprovar não possuir condições financeiras de arcar com as
despesas processuais. Na jurisprudência é comum encontrar casos de empregador doméstico
beneficiário da justiça gratuita.
Vale lembrar que o TST vem entendendo que os benefícios da justiça gratuita ficam restritos
apenas a custas, emolumentos e honorários periciais, não alcançando o depósito recursal.
O recurso adesivo, previsto no artigo 500 do CPC, é admissível no processo do trabalho para o
recurso ordinário, agravo de petição, recurso de revista e embargos no TST, conforme a
Súmula 283 do TST.
Os atos processuais podem ser praticados via fax, conforme Lei 9.800/99.
SÚMULA Nº 387 DO TST – RECURSO. FAC-SÍMILE. LEI Nº 9.800/1999. (conversão das Orientações
Jurisprudenciais nºs 194 e 337 da SBDI-1) - Res. 129/2005 - DJ 20.04.2005.
I - A Lei nº 9.800/1999 é aplicável somente a recursos interpostos após o início de sua vigência.
(ex-OJ nº 194 - Inserida em 08.11.2000)
II - A contagem do qüinqüídio para apresentação dos originais de recurso interposto por
intermédio de fac-símile começa a fluir do dia subseqüente ao término do prazo recursal, nos
termos do art. 2º da Lei 9.800/1999, e não do dia seguinte à interposição do recurso, se esta se
deu antes do termo final do prazo. (ex-OJ nº 337 - primeira parte - DJ 04.05.2004).
A Fazenda Pública e o Ministério Público do Trabalho têm prazo em dobro para recorrer.
Litisconsortes com procuradores diferentes não têm prazo em dobro – entendimento do TST,
contido na OJ 310 SDI-1 (O TST entende incompatível a aplicação do artigo 191 do CPC no
processo do trabalho).
RECURSO ORDINÁRIO
Cabe recurso ordinário, no prazo de oito dias, contra decisões definitivas ou terminativas dos
juízes do trabalho ou dos juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista, dirigido ao TRT.
Também cabe recurso ordinário, no prazo de oito dias, contra decisões definitivas ou
terminativas dos Tribunais Regionais do Trabalho, atuando em sua competência originária,
tanto em dissídios individuais como em dissídios coletivos, dirigido ao TST.
O recurso é dirigido ao juízo a quo, o qual realizará o juízo de admissibilidade do recurso. Uma
vez conhecido, o recorrido será intimado para, no mesmo prazo de oito dias, apresentar
contra-razões – artigo 900 da CLT. Neste mesmo prazo, em caso de sucumbência recíproca,
poderá recorrer adesivamente.
Carlos Bala, operador de bomba de gasolina do Posto Corinthians Ltda., descobriu, depois de
freqüentar algumas aulas no ATF Cursos Jurídicos, que teria direito ao adicional de
periculosidade. Propôs reclamação trabalhista, pleiteando adicional de periculosidade de
30% sobre o salário contratual e diferença do adicional noturno, indicando que cumpria
jornada das 22h às 8h, de segunda a sábado, com uma hora de intervalo intrajornada,
recebendo apenas o adicional noturno restrito à jornada das 22h às 5h. Atribuiu à causa o
valor de R$ 20.000,00. À audiência compareceram as partes, acompanhadas de seus
respectivos advogados, quando, na oportunidade, o reclamado, depois de rejeitada a
proposta de conciliação, apresentou contestação, carta de preposição e procuração. O
magistrado, diante da ausência de prova documental, dispensou os depoimentos pessoais e a
oitiva da única testemunha ofertada (Mano Menezes, colega de Carlos Bala no Posto
reclamado), sob protestos dos advogados, os quais, em razões finais, renovaram o
inconformismo, alegando cerceamento de defesa. Na sentença, o juiz considerou infundada
a pretensão autoral, julgando improcedentes os pedidos, assim fundamentando:
a) “Improcedente o pedido de adicional de periculosidade, pois o trabalho de bombeiro de
posto de gasolina é intermitente, ou seja, o empregado não trabalha em contato permanente
com inflamáveis e explosivos, sendo notório o fato de que vários minutos se passam entre um e
outro abastecimento”; b) “Improcedente o pedido de diferença do adicional noturno, por
ausência de previsão legal ou consuetudinária, considerando que o artigo 73 da CLT define
como horário noturno aquele compreendido entre 22 horas de um dia e 5 horas do dia
seguinte, cujo lapso já vem sendo corretamente remunerado pelo empregador, como bem
especifica a própria petição inicial”.
Na condição de advogado de Carlos Bala, redija um recurso ordinário defendendo os
interesses de seu cliente e refutando os argumentos contidos na sentença.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
RAZÕES DO RECURSO
EMÉRITOS JULGADORES
Caso não seja decretada a nulidade da sentença, o que não acredita, vem o recorrente, por
cautela, requerer a reforma do julgado, para que os pedidos alcancem procedência.
O equívoco é latente, indicando que o juízo a quo, data vênia, confundiu intermitência com
eventualidade.
Mesmo com o espaço descrito na guerreada sentença, entre um e outro abastecimento, vê-
se que o contato está longe de se caracterizar como eventual ou fortuito, sendo,
insofismavelmente, habitual e permanente. Eis mais um ponto a fragilizar o julgado, à luz da já
citada Súmula 364 do TST.
Ora, o C. TST, interpretando o artigo 73, § 5º, da CLT, consagrou a “teoria da irradiação do
horário noturno sobre o diurno”, buscando compensar situação ainda mais desgastante, qual
seja, a continuidade de jornada integral noturna sobre diurna.
A Súmula 60 do TST, portanto, respalda o direito do recorrente, o qual labora das 22h às 8h,
percebendo adicional noturno tão-somente sobre a jornada noturna (22h às 5h).
Do pedido recursal
Isto posto, o recorrente roga, de logo, a esta Egrégia Corte, que conheça do presente recurso,
dando-lhe provimento e anulando a sentença.
Caso não seja esse o entendimento, requer, por cautela, superada a nulidade do decisum, a
reforma da decisão recorrida, para a condenação do recorrido no pagamento de adicional
de periculosidade de 30% sobre o salário contratual e diferença do adicional noturno, na
forma dos pedidos elencados na petição inicial.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
RECURSO DE REVISTA
No caso de o TRT julgar agravo de petição (significa dizer que o processo está na fase de
execução), só será cabível recurso de revista se a decisão do tribunal regional VIOLAR A
CONSTITUIÇÃO FEDERAL (artigo 896, § 2º, CLT e Súmula 266 TST).
Sobre prequestionamento vide Súmula 356 STF; Súmula 297 TST; OJ 118 SDI-1; OJ 62 SDI-1; OJ
119 SDI-1; OJ 256 SDI-1.
Processo nº...
(NOME DO RECORRENTE), já qualificado nos autos, por seu advogado que esta subscreve, na
reclamação trabalhista relativa ao processo em epígrafe, proposta por (NOME DO
RECORRIDO), também nos autos qualificado, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência interpor, com fulcro no artigo 896 (informar a alínea correspondente) da CLT,
RECURSO DE REVISTA, o que faz pelos motivos expostos no anexo memorial, em demonstrando,
desde logo, o atendimento aos necessários pressupostos de admissibilidade.
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
NOME DO RECORRENTE
NOME DO RECORRIDO
PROCESSO Nº ...
ORIGEM: TRT DA ... REGIÃO
Ao formular sua petição inicial, o reclamante, ora recorrido, aduziu discriminação salarial,
pleiteando, por sua vez, equiparação com determinado paradigma.
Mesmo assim, doutos julgadores, o juízo de primeiro grau terminou julgando procedente o
pedido de equiparação salarial, contrariando, com isso, o que dispõe a Súmula 6, X, do TST.
A Súmula 6, X, do TST, interpretando o artigo 461, caput, da CLT, define “mesma localidade”,
requisito inafastável à equiparação salarial, como o “mesmo município” ou a “mesma região
metropolitana”, o que, data máxima vênia, não ocorreu, in casu.
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Caso prático:
TITO propôs reclamação trabalhista em face de ABC, pleiteando, além das verbas rescisórias e
horas extras, indenização por dano moral, alegando que o seu chefe imediato, no ato da
demissão, o chamou de “analfabeto”, “idiota” e “insignificante”. A empresa, embora
devidamente citada para comparecer à audiência em que deveria apresentar sua defesa,
ausentou-se. Na sentença, o juiz julgou improcedentes os pedidos formulados por Mário, pelos
TITO, qualificado nos autos, por seu advogado que esta subscreve, nos autos da Reclamação
trabalhista proposta em face de ABC, também nos autos qualificada, vem, mui
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, com
fundamento no artigo 897-A da CLT, de acordo com as razões a seguir aduzidas.
O recorrente está representado pelo advogado signatário, conforme procuração, às fls. __,
dos autos (ou anexa).
Do pedido
Posto isto, requer sejam conhecidos e providos os presentes Embargos Declaratórios, para que
seja apreciado o pedido de indenização por dano moral.
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Recurso previsto no artigo 897 da CLT. Serve para atacar decisão denegatória de recurso, ou
seja, o recorrente utiliza o agravo de instrumento para tentar “destrancar” recurso não
conhecido.
Só será exigível depósito recursal em sede de agravo de instrumento quando “o recurso que
estiver trancado também possuir depósito recursal”. Eis o novo parágrafo: Artigo 899, § 7o, CLT -
No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50%
(cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar.
(Incluído pela Lei nº 12.275, de 2010).
AGRAVANTE, nos autos qualificado, por seu advogado que esta subscreve, nos autos da
reclamação trabalhista relativa ao processo em epígrafe, em que contende com
AGRAVADO, já qualificado nos autos, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, interpor o cabível AGRAVO DE INSTRUMENTO, com fundamento no art. 897 da CLT,
de acordo com as razões ora expostas, no anexo memorial, demonstrando, desde logo, o
atendimento aos necessários pressupostos de admissibilidade.
Requer, então, que Vossa Excelência se digne conhecê-lo, se retratando da decisão, à luz da
IN 16 do TST.
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
RAZÕES DO RECURSO
NO MÉRITO
Ora, o artigo 789 da CLT prevê que as custas devem ser recolhidas e comprovadas no prazo
do recurso. In casu, o agravante teria até o oitavo dia para recolher e comprovar as custas, o
que de fato fez. Assim, foram cumpridos todos os requisitos para a interposição do recurso
ordinário, não podendo ser denegado o seu seguimento.
DO PEDIDO RECURSAL
Destarte, o presente agravo de instrumento deve ser conhecido e provido, para determinar o
seguimento do recurso ordinário, visando o exame da matéria ali contida, como medida de
inteira justiça.
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
AGRAVO DE PETIÇÃO
NOME DO AGRAVANTE, já qualificado nos autos, por seu advogado, na ação de embargos à
execução, relativa ao processo em epígrafe, proposta contra NOME DO AGRAVADO,
também nos autos qualificado, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
interpor o cabível AGRAVO DE PETIÇÃO, com fundamento no art. 897, “a”, da CLT, face à
decisão proferida nos mencionados embargos, o que faz pelos motivos expostos no anexo
memorial, em demonstrando, desde logo, o atendimento aos necessários pressupostos de
admissibilidade.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
RAZÕES DO RECURSO
AGRAVANTE:
AGRAVADO:
PROCESSO Nº. ...
ORIGEM:... VARA DO TRABALHO DE...
EMÉRITOS JULGADORES
Com efeito, as horas extras foram calculadas sem a exclusão dos dias comprovadamente não
trabalhados, em descompasso, inclusive, com o próprio título executivo judicial. Ademais, o
adicional aplicado foi o de 100%, quando, data vênia, deveria ser o de 50%, uma vez que não
existe base legal para a adoção daquele porcentual.
Mesmo diante dos equívocos, o juízo a quo preferiu julgar improcedentes os embargos à
execução.
Ora, inaceitável o ato, porquanto a diferença entre o valor homologado pelo juízo a quo e a
real dívida é de R$ 35.567,90, à luz da já citada planilha de cálculos (em anexo).
Requer, pois, a reforma sentença proferida em sede de embargos à execução, para que este
E. TRT exclua do quantum debeatur o excesso apontado.
Do pedido recursal
Isto posto, o recorrente roga, de logo, a esta Egrégia Corte, que conheça do presente recurso,
dando-lhe provimento e reformando a sentença, para que o excesso de execução seja
espancado, limitando a dívida ao valor de R$...
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
MANDADO DE SEGURANÇA
O mandamus é concedido para “proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público” – art. 5º, LXIX, da CF.
A petição inicial do mandado de segurança deverá atender aos requisitos do art. 282 do CPC,
contendo:
Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual
emane a ordem para a sua prática. No caso de fiscalização do trabalho, se o auditor fiscal
praticar um ato arbitrário, ferindo direito líquido e certo do empregador, o mandado de
A parte poderá, na petição inicial, pedir a concessão de medida liminar, baseada no fumus
boni iuris e no periculum in mora.
O prazo para ajuizamento do mandamus é de 120 dias, contados da ciência do ato ilegal
praticado pela autoridade coatora, com natureza de “prazo decadencial”.
Destacamos, ainda, a Súmula 417 do TST, a qual já foi objeto de prova prático-profissional de
exame de ordem. No inciso III da referida Súmula, o TST diz que em se tratando de execução
provisória, a determinação de penhora em dinheiro, quando nomeados outros bens à
Não se deve confundir mandado de segurança coletivo com ação civil pública. Aquele se
destina apenas à proteção de direito líquido e certo contra ato ilegal ou abusivo de
autoridade, enquanto a ação civil pública protege, em face de qualquer pessoa ou
entidade, todas as modalidades de interesses ou direitos metaindividuais – difusos, coletivos ou
individuais homogêneos.
IMPETRANTE, CNPJ..., endereço..., por seu advogado que esta subscreve, com procuração
anexa, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, impetrar MANDADO DE
SEGURANÇA contra o JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE ..., com fundamento no
inciso LXIX do art. 5º c/c inciso IV do art. 114, todos da Constituição Federal, e, ainda com
fulcro na Lei 12.016/2009, de acordo com as razões abaixo elencadas.
O impetrante, diante do fato, por inexistir recurso específico para atacar a decisão, espera
seja concedida a segurança, para cassar a ordem arbitrária da autoridade coatora, a qual
feriu direito líquido e certo do impetrante, porquanto os honorários periciais devem ser pagos
pela parte sucumbente no objeto da perícia, ou seja, apenas no final, à luz do artigo 790-B
CLT.
a) ata de audiência onde consta a ordem judicial de depósito prévio dos honorários periciais
no valor de R$ 3.000,00.
Espera, por fim, que a segurança seja concedida, para afastar a ordem ilegal e arbitrária
emanada da autoridade coatora.
HABEAS CORPUS
O Habeas Corpus se encontra regulado pelos artigos 647 a 667 do Código de Processo Penal.
Por força da nova redação do art. 114 (inciso IV), dada pela EC 45/2004, a Justiça do Trabalho
passou a ter competência para conhecer da ação.
Lembrem que a Justiça do Trabalho não tem competência criminal. Sendo assim, a única
prisão cabível no processo trabalhista seria a do depositário infiel.
NOME DO ADVOGADO, Advogado, inscrito na OAB ... sob o n. ..., inscrito no CIC sob o n. ...,
com escritório profissional na Rua ..., Bairro ..., nesta cidade de ..., vem, mui respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, para impetrar HABEAS CORPUS em favor do paciente ...,
O paciente encontra-se preso no presídio tal por ordem do MM. Juiz do Trabalho da ... Vara do
Trabalho de ..., sob a alegação de que é depositário infiel, conforme processo nº. ... Ocorre
que o bem que lhe foi confiado para depósito foi de fato vendido, porém o paciente pagou a
dívida ao reclamante ..., no dito processo, como comprova o recibo anexo. Sua prisão,
portanto, está maculada por inafastável arbitrariedade.
Se não bastassem os argumentos, vale ressaltar, ainda, a posição atual do STF de considerar
abusiva a prisão por dívidas, inclusive dos depositários, ante a incidência do Pacto da Costa
Rica, do qual o Brasil é signatário.
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...
Nos embargos do devedor não se pode discutir matéria anterior ao trânsito em julgado da
decisão, nem tampouco inovar a própria decisão.
A matéria a ser discutida nos embargos à execução fica restrita aos itens do § 1º do art. 884
da CLT.
Prescrição intercorrente – É aquela que ocorre no curso da ação. Há muito se discute sobre a
admissibilidade dessa espécie de prescrição no processo do trabalho. Como a execução no
processo laboral é de ofício, não seria possível se pensar em prescrição intercorrente. O STF,
contudo, mediante a Súmula 327, decretou: “O Direito Trabalhista admite a prescrição
intercorrente”. Ocorre, contudo, que o TST trilhou caminho inverso, estatuindo, conforme a
Súmula 114, a inaplicabilidade na Justiça do Trabalho da prescrição intercorrente. O assunto
merece reflexão. Na fase de execução propriamente dita, não há dúvidas quanto à
inaplicabilidade da prescrição intercorrente, considerando que o magistrado tem o dever de
dar impulso, ex officio, à execução forçada. A conclusão encontra alicerce no artigo 40 da Lei
O exemplo trazido à baila pelo ilustre doutrinador refere-se à fase de liquidação (fase
preparatória da execução). Na liquidação por artigos, negligenciando o credor no
atendimento ao despacho judicial que lhe ordenou a apresentação desses artigos, não há
que se pensar que caberia ao próprio juiz deduzir os artigos, substituindo um ato que caberia
tão-somente à parte. A solução, in casu, seria aguardar o decurso do prazo de dois anos (há
quem entenda ser de cinco anos o prazo – em decisão recente, o TST manteve uma decisão
do TRT da 5ª Região que aplicou a prescrição intercorrente de dois anos, exatamente em um
caso de liquidação por artigos). O devedor, a partir da fluência do lapso, poderia, em sede de
embargos do devedor, suscitar a prescrição intercorrente.
Tratando-se de execução por carta precatória, os embargos deverão ser oferecidos no juízo
deprecado e não no deprecante – artigo 20 da Lei 6.830/80. A competência para processar e
julgar os embargos do devedor, porém, é do juízo deprecante, salvo se os embargos versarem
sobre vícios ou irregularidades de atos do próprio juízo deprecado, o qual conhecerá apenas
dessas matérias – parágrafo único do artigo 20 da Lei 6.830/80.
Processo n° ____
Da tempestividade
O embargante foi intimado da penhora pelo oficial de justiça em ..., protocolando a petição
dos presentes embargos em ..., ou seja, dentro dos cinco dias que compõem o prazo legal
previsto no art. 884 da CLT. Logo, tempestiva a ação.
Da garantia da execução
Da causa de pedir
Dos pedidos
Destarte, requer o refazimento dos cálculos, para excluir os reflexos das horas extras sobre as
férias + 1/3 e os repousos hebdomadários.
Pede Deferimento.
EMBARGOS DE TERCEIRO
Não se confundem com os embargos do devedor, pois estes têm por objetivo o desfazimento
do título executivo, enquanto naqueles não se discute essa matéria, mas a apreensão de bens
de pessoas que não pertencem à lide. Quem propõe embargos de terceiro é um terceiro,
senhor ou possuidor. Quem propõe embargos do devedor é o devedor.
“Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por
ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro,
alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer lhe sejam
manutenidos ou restituídos por meio de embargos”.
Podem ser opostos a qualquer tempo na fase de conhecimento, enquanto não transitada em
julgado a sentença. Na fase de execução, porém, poderão ser opostos até cinco dias depois
da arrematação, adjudicação ou remição, mas sempre antes da assinatura da respectiva
carta.
EMBARGANTE, por seu advogado que esta subscreve, com procuração em anexo, vem, mui
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar EMBARGOS DE TERCEIRO em
relação ao processo nº ..., pertinente à reclamação trabalhista movida por ... em face de ...,
ambos já qualificados nos autos do referido processo, com fulcro nos art. 1.046 e segs. do CPC,
de acordo com as razões a seguir expostas.
O embargante é proprietário do imóvel tal, conforme faz prova a escritura em anexo. Como
se vê, a transferência do bem se deu antes mesmo da propositura da reclamação trabalhista
em questão, ou seja, não integrava mais o patrimônio da reclamada. Assim, a constrição que
recaiu sobre o mesmo, como demonstra o Auto de Penhora em anexo, se torna injusta, na
medida em que invade bem de terceiro, estranho ao litígio, ferindo o pleno direito de
propriedade.
Isto posto, vem requerer o imediato levantamento da penhora, livrando o citado bem da
injusta constrição, esperando que Vossa Excelência julgue procedente a postulação.
Pede Deferimento.
Local e data.
Advogado – OAB (seguir as orientações do Exame de Ordem).
1 – Arresto.
2 – Sequestro.
3 – Produção antecipada de provas.
4 – Atentado.
Lembrem que são pressupostos específicos da ação cautelar o fumus boni iuris e o periculum
in mora.
Interposto recurso, a medida cautelar será requerida diretamente ao tribunal, salvo no caso do
atentado – parágrafo único do artigo 800 do CPC.
ARRESTO
Arresto – incide sobre bens alheios à obrigação, ou seja, quaisquer bens, com o objetivo de
assegurar o cumprimento de futura condenação.
“Se o empregador está tentando alienar seus bens para não pagar futuras dívidas trabalhistas,
deve o empregado ajuizar o arresto visando a garantia da execução”.
Modelo de Arresto
___________, qualificação e endereço, por seu advogado que esta subscreve, com
procuração nos autos, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar
ARRESTO em face de ____________, já qualificado nos autos, com base nos artigos 800, 813 e
814 do CPC, de acordo com os motivos a seguir expostos.
Da causa de pedir
O requerido colocou à venda o imóvel em que se acha estabelecida a empresa, sem reservar
outros bens capazes de garantir a futura execução. Caso não seja deferida a presente
medida, o requerido provavelmente nada receberá, esvaziando-se o processo. Indubitável a
presença dos pressupostos específicos: a fumaça do bom direito e o perigo da demora.
Do pedido
Destarte, com fulcro na norma do artigo 813, III, do CPC, requer a concessão do arresto do
referido bem.
Pede Deferimento.
Local e data.
Advogado – OAB (seguir as orientações do Exame de Ordem).
SEQÜESTRO
O seqüestro, ao contrário do arresto, não incide sobre “bens para garantir a dívida”, mas sobre
o bem objeto do litígio. Tem por fim evitar que o bem desapareça ou pereça.
Modelo de Sequestro
_____________, (qualificação e endereço), por seu advogado que esta subscreve, com
procuração anexa, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência interpor
medida cautelar de SEQÜESTRO em face de _____________, (qualificação e endereço), com
fulcro no artigo 822, I, do CPC, de acordo com as razões a seguir expostas.
Sendo assim, com base no art. 822, I, do CPC, requer a concessão do seqüestro do veículo
que se encontra em poder do requerido, independentemente de audiência prévia.
Pede Deferimento.
Local e data.
_____________, nacionalidade, estado civil, profissão e residência, por seu advogado que esta
subscreve, conforme procuração em anexo, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, propor medida cautelar de PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS em face de
____________, (qualificação e endereço), com fulcro nos artigos 846 e 847, II, do CPC, de
acordo com as razões a seguir aduzidas.
Pede Deferimento.
Local e data.
Advogado – OAB (seguir as orientações do Exame de Ordem).
ATENTADO
O atentado será processado e julgado pelo juiz que conheceu originalmente da causa
principal, ainda que esta se encontre no tribunal – Parágrafo único do art. 880 do CPC.
Modelo de Atentado
_____________, já qualificado nos autos, por seu advogado que esta subscreve, com
procuração nos fólios, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor
O requerido ficou como depositário dos bens arrestados, como se verifica às fls. ___, dos autos.
Ocorre que a empresa está retirando o maquinário arrestado do estabelecimento, levando-o
para destino ignorado.
Assim, com base no artigo 879, I, do CPC, requer a Vossa Excelência que o requerido se
abstenha de praticar tais atos ilegais, mantendo os bens no estabelecimento.
Pede Deferimento.
Local e data.
Advogado – OAB (seguir as orientações do Exame de Ordem).
AÇÕES POSSESSÓRIAS
São elas:
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações possessórias, desde que o
litígio seja oriundo de uma relação de trabalho.
A Súmula Vinculante nº 23 diz que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar
ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos
trabalhadores da iniciativa privada.
Outro caso bastante interessante é aquele pertinente a um imóvel cedido pelo empregador
ao empregado, com previsão para a desocupação após a extinção do contrato de trabalho.
Digamos que, uma vez extinto o contrato, o empregado não queira desocupar o imóvel da
empresa. Qual seria a ação a ser proposta contra o ex-empregado?
O segredo está na diferenciação entre TURBAÇÃO e ESBULHO, pois, como reza o artigo 926 do
CPC, no caso de turbação, o possuidor tem direito a ser mantido na posse (deve usar a ação
de manutenção de posse), enquanto que no caso de esbulho, o possuidor tem direito a ser
reintegrado na posse (deve propor a ação de reintegração de posse).
Tanto a turbação como o esbulho são “perturbações à posse”, ou seja, o possuidor esbulhado
ou turbado está sofrendo uma “inquietação” em sua posse.
ESBULHO – Trata-se de uma violação que leva à perda da posse, como, por exemplo, aquele
caso em que o ex-empregado não desocupa o imóvel cedido pelo empregador. O esbulho
também pode se caracterizar por uma injusta invasão. Observem que o esbulhado tinha, em
determinado momento, a posse do bem, mas, diante de alguma circunstância, terminou
perdendo-a. Daí o nome da ação: reintegração (retorno ao status quo ante).
(*) Há uma ação chamada Imissão de Posse. Ela só deve ser usada quando o autor pleitear a
posse de um bem do qual jamais foi possuidor. Exemplo: uma pessoa arremata um
determinado bem imóvel em hasta pública (praça ou leilão), mas o executado se nega a
desocupar o imóvel arrematado. A ação a ser proposta pelo arrematante é a Ação de
Imissão de Posse.
O interdito está previsto no artigo 932 do CPC, tendo natureza de ação preventiva,
exatamente para evitar a perda da posse, diante da verossimilhança (fumaça do bom direito)
de iminente agressão à posse. Já foi, por um tempo, confundida com a ação cautelar, diante
da grande semelhança, mas hoje é pacífico o entendimento de que se trata de ação
antecipatória da própria tutela. O interdito proibitório leva ao requerimento de expedição de
um mandado proibitório, exatamente para proibir que o ato (invasão/ocupação) seja
praticado pelo réu. O exemplo clássico é aquele explorado na Súmula Vinculante nº 23.
Sim.
Exemplo: empregado que recebeu um carro como parte do salário, ou seja, como salário in
natura. O carro passa a ser seu (salário). Caso o empregador esteja turbando ou esbulhando a
sua posse, poderá propor a ação possessória na Justiça do Trabalho, inclusive o interdito
proibitório.
NOME DO AUTOR, qualificação e endereço, por seu advogado, com procuração em anexo,
vem, mui respeitosamente, à presença de VOSSA EXCELÊNCIA propor a presente AÇÃO DE
REINTEGRAÇÃO DE POSSE em desfavor de NOME DO RÉU, qualificação e endereço, com
fulcro nos artigos 920 a 931 do CPC e 114 da CF, pelos motivos fáticos e de direito que passa a
expor:
O autor cedeu um imóvel para que o réu ali residisse durante a vigência do contrato de
trabalho, como demonstram os documentos em anexo. Ocorre que o réu foi dispensado, sem
Vale ressaltar que o autor não poupou esforços no sentido de persuadir o réu a desocupar o
imóvel, de forma amigável.
É de bom alvitre ressaltar que o autor está necessitando, com urgência, do referido imóvel,
uma vez que precisa acomodar outros empregados.
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado... OAB...
NOME DO AUTOR, qualificação e endereço, por seu advogado, com procuração em anexo,
vem, mui respeitosamente, à presença de VOSSA EXCELÊNCIA propor a presente AÇÃO DE
INTERDITO PROIBITÓRIO em desfavor de NOME DO RÉU, qualificação e endereço, com fulcro
nos artigos 932 e 933 do CPC e 114 da CF, pelos motivos fáticos e de direito que passa a expor:
O autor, diante da greve que se anuncia, já deflagrada pela categoria profissional, teme a
invasão do seu estabelecimento, considerando o acirramento dos ânimos, decorrente da
“campanha de guerra” alardeada pelo sindicato, ora réu.
Assim sendo, nos termos do artigo 932 do CPC, assiste ao autor o direito de obter mandado
que o livre do perigo iminente.
No final de cada aula, o professor indicará quais peças devem ser elaboradas pelos alunos,
sempre com data de entrega correspondente à aula imediatamente subsequente, onde algumas
serão corrigidas em sala, mediante a entrega do “espelho de correção”.
PEÇA 02
Marina José da Silva, brasileira, casada, residente na Avenida Acre n. 30, Centro, nesta
Capital, foi admitida como empregada das Casas Ramos Ltda., estabelecida nesta Cidade,
na Rua Libero Badaró, n. 1530, Centro, em 12 de março de 1998, no cargo de secretária, com
carga horária semanal de 44 horas. Inobstante estar no segundo mês de gestação, teve seu
contrato de trabalho rescindido no dia 10 de dezembro de 2009. Seu último salário foi de R$
700,00 por mês. Depois de dezoito dias da dispensa, recebeu as verbas rescisórias. Fazia
habitualmente 20 horas extras por mês, sem, contudo, receber a contraprestação pecuniária
correspondente.
Em face do relato hipotético acima, redija, na condição de advogado legalmente constituído
de Marina, a peça processual correspondente.
PEÇA 03
Alberto foi contratado por uma empresa de prestação de serviços de informática, na função
de técnico, para trabalhar em favor de um grande banco privado. Depois de dois anos, ao
verificar que seu salário não recebera o mesmo reajuste concedido a um colega admitido na
mesma data, procurou um advogado para dar início a ação na justiça do trabalho com o
objetivo de cobrar as diferenças salariais resultantes da aplicação do índice de reajuste
concedido ao colega, além de seus reflexos. Antes mesmo de ingressar em juízo, a intenção
de Alberto chegou ao conhecimento do empregador, que o convocou para uma reunião,
realizada na presença de outros empregados. Ao ser inquirido acerca de sua intenção de
processar a empresa, Alberto confirmou seu propósito e alegou que se sentia preterido e
injustiçado, já que sempre cumprira suas funções com o mesmo ânimo que o colega
beneficiado. Após o encerramento da reunião, Alberto, firme em sua decisão de ingressar
PEÇA 04
Sob a alegação de que os empregados estariam subtraindo produtos farmacêuticos de uma
de suas fábricas, a diretoria da empresa Delta Indústria Farmacêutica Ltda. determinou a
realização de revista íntima diária em todos os empregados, inclusive das mulheres. Maria,
empregada na empresa há cinco anos, recusou-se a despir-se diante da supervisora do setor,
que era, naquele momento, responsável pela revista íntima das mulheres. Visando a não
favorecer movimento generalizado dos trabalhadores contra deliberação patronal, a empresa
resolveu, como medida educativa, demitir Maria por justa causa, argüindo ato de indisciplina e
de insubordinação. Segundo argumentou a empresa, o procedimento de revista íntima
encontraria suporte no poder diretivo e fiscalizador da empresa, além de constituir medida
eficaz contra o desvio de medicamentos para consumo sem o devido controle sanitário.
Considerando a situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado constituído por
Maria, redija a medida judicial mais apropriada para defender os interesses de sua cliente.
Fundamente a peça processual com toda argumentação que entenda cabível.
PEÇA 05
Brasão trabalhou na empresa Santa Cruz no período de 10 de janeiro de 1991 a 30 de abril de
2009, quando foi demitido sem justa causa, sendo o seu último salário no valor de R$ 1.000,00,
inexistindo adicionais ou gratificações. Trabalhava em turnos distintos, cumprindo, em uma
semana, jornada das 6h às 14h, e, na semana imediatamente subsequente, jornada das 14h
às 22h, revezando, assim, semanalmente, o turno, sempre com intervalo de 30 minutos para
refeição e descanso. Sua jornada nunca ultrapassou 8h, tampouco a carga semanal superou
PEÇA 06
Aldair procurou assistência de profissional da advocacia, relatando que fora contratado, em
1.º/10/2008, para trabalhar como frentista no Posto Régis e Irmãos, em Camboriú – SC, e
imotivadamente demitido, em 26/2/2010, sem prévio aviso. Afirmou estar desempregado
desde então. Relatou que recebia remuneração mensal no valor de R$ 650,00, equivalente ao
piso da categoria, acrescido do adicional de periculosidade, legalmente previsto. Afirmou ter
usufruído férias pelo primeiro período aquisitivo e acusou recebimento de décimos terceiros
salários relativos a 2008 e 2009. Salientou o empregado que laborava de segunda a sexta-
feira, das 22 h 00 min às 7 h 00 min, com uma hora de intervalo intrajornada. Informou, ainda, o
trabalhador que, no dia de seu desligamento, o representante legal da empresa chamara-o,
aos berros, de "moleque", sem qualquer motivo, na presença de diversos colegas de trabalho
e clientes. Relatou Aldair que tal conduta patronal o constrangera sobremaneira, alegando
que, até então, nunca havia passado por tamanha vergonha e humilhação. Pontuou
também que as verbas rescisórias não foram pagas, apesar de a CTPS ter sido devidamente
anotada no ato de sua admissão e demissão. Informou que o posto fora fechado em
1.º/3/2010, estando seus proprietários em local incerto e não sabido.
Em face dessa situação hipotética, na condição de advogado constituído por Aldair, redija a
peça processual cabível à defesa dos interesses de seu cliente, apresentando toda a matéria
de fato e de direito pertinente ao caso.
PEÇA 07
Marcelo Santos, brasileiro, solteiro, portador da CTPS 2.222 e do CPF 001.001.001-01, residente e
domiciliado na rua X, casa 1, Cidade Nova, funcionário da empresa Chuva de Prata Ltda.
desde 20 de abril de 2000, exercia função de vigia noturno, cumprindo jornada de trabalho
das 19h às 7h do dia seguinte, e, em razão do trabalho noturno, recebia o respectivo
adicional. A partir de 20/12/2006, a empresa, unilateralmente, determinou que Marcelo
trabalhasse no período diurno, deixando de pagar ao funcionário o respectivo adicional. Em
PEÇA 08
Carmem trabalhou na empresa Toda Chique no período de 17 de janeiro de 1990 a 25 de abril
de 2009, quando foi demitida sem justa causa. Trabalhava na função de vendedora,
prestando contas quinzenalmente à empresa, mediante o envio, por fax, do respectivo
relatório de vendas, possuindo um cadastro de clientes que abrangia as cidades de Recife,
Caruaru, Petrolina, Salgueiro, Palmares, entre outras. Percebia remuneração por comissão
sobre vendas, no percentual de 2%, sem parte fixa, atingindo, mensalmente, a média de R$
5.000,00. Quando dispensada, recebeu todas as verbas rescisórias, sendo o termo de rescisão
homologado no sindicato. Nas anotações gerais de sua CTPS sempre constou o seguinte
registro: “trabalhador externo”. Carmem propôs reclamação trabalhista pleiteando horas
extras, alegando que cumpria jornada exaustiva, bem superior àquela prevista na
Constituição Federal, fixando uma média de 4 horas extraordinárias por dia.
Citada, a empresa Toda Chique lhe contratou como advogado. Apresente a peça processual
cabível.
PEÇA 09
Geraldo Silva, gerente geral do Banco Dólar S/A desde o ano de 1999, trabalhou, inicialmente,
gerenciando a Agência Consolação, localizada na cidade de São Paulo/SP, quando, sete
anos depois, foi transferido para a Agência Caruaru, situada na cidade de Caruaru/PE, então
recém inaugurada, sendo o primeiro gerente geral na referida agência, recebendo salário
mensal de R$ 8.000,00, composto de uma parte fixa de R$ 5.000,00 e uma gratificação
PEÇA 10
Lauro, representante legal da empresa Rápido Distribuidora de Alimentos Ltda., procurou
auxílio de profissional de advocacia, ao qual relatou ter sido citado para manifestar-se a
respeito de reclamação trabalhista ajuizada por ex-empregado que desenvolvia a função de
vendedor externo da empresa. Disse que o vínculo empregatício em questão ocorrera entre
17/3/2000 e 15/12/2009. A contrafé apresentada por seu interlocutor demonstra, além da data
de propositura da demanda (12/3/2010), a elaboração de pedido de pagamento de horas
extraordinárias por todo o liame empregatício, dada a alegação de prestação de serviços
das 8 h às 20 h, de segunda-feira a sexta-feira. Também estão relatados descontos efetuados
no salário do empregado, relativos a multas de trânsito a ele atribuídas quando em uso de
veículo da empresa na realização de seu mister. Em face disso, o empregado requereu a
devolução dos valores deduzidos do salário, alegando que tais penalidades são ínsitas ao risco
da atividade econômica a cargo do empregador. Lauro apresentou contrato de trabalho
firmado entre as partes, no qual constam a data de contratação, a função que deveria ser
exercida, o valor salarial pactuado e a forma de responsabilização do empregado quanto
aos danos que viessem a ser praticados, por culpa ou dolo deste, no uso do veículo da
PEÇA 11
Em 02 de janeiro de 2002, José foi contratado em Belo Horizonte – MG pela empresa Apolo
Indústria e Comércio Ltda., para prestar serviços em Porto Alegre – RS. Por sua vez, a empresa
dispensou José imotivadamente em 04 de abril de 2004, quando este trabalhava em Cuiabá –
MT. Em 18 de fevereiro de 2005, José ingressou com ação trabalhista perante a 1ª Vara do
Trabalho de Vitória – ES postulando seus consectários legais, posto que lá passou a residir.
Como advogado da empresa Apolo Indústria e Comércio Ltda., sabendo que esta não possui
filial, nem tampouco qualquer atividade comercial no Estado do Espírito Santo, proponha a
medida legal cabível.
PEÇA 12
João da Silva, representante comercial, registrado no CORCESP, prestou serviços durante 05
(cinco) anos para determinada empresa, sendo que por exigência da representada, firmou,
no início da pactuação, um “contrato de agência”, com fundamento nos arts. 710 e segs. Do
Código Civil. Trabalhou com exclusividade para referida empresa, era supervisionado,
elaborava relatórios diários e cumpria ordens que implicavam subordinação jurídica.
Rescindido o contrato por ato da empresa, sem qualquer justificativa, nada foi pago ao
representante. Este ajuizou reclamação perante a Justiça do Trabalho, sendo que a peça
vestibular formulava pedidos sucessivos: a)- em primeiro lugar, o reconhecimento de que a
relação jurídica era, de fato, ante o princípio da primazia da realidade, um contrato de
trabalho nos moldes do que dispõe a CLT e, pois, a anotação do tempo de serviço na CTPS, o
pagamento de todos os conseqüentes daí derivados, inclusive as chamadas verbas rescisórias;
b)- sucessivamente, ad argumentandum, se porventura não se reconhecesse o vínculo
empregatício, pleiteava que a empresa fosse condenada nos direitos decorrentes da Lei
PEÇA 13
Luiz ajuizou ação reclamatória contra a empresa A, distribuída à 1ª vara do trabalho de
Formosa - GO, pertencente à 18ª região. No processo, o reclamante declarou que manteve
vínculo de emprego com a referida empresa de 03.03.08 a 15.03.09, tendo exercido a função
de vendedor de livros. Em seu pedido, o reclamante alegou não ter recebido as verbas
rescisórias de forma correta, pois teria sido infundada a sua demissão por justa causa por
motivo de desídia. Mesmo tendo restado provadas, pelos cartões de ponto e pelos recibos de
pagamento, as constantes faltas de Luiz ao Trabalho – mais de 10 faltas em cada um dos dois
últimos meses de trabalho, sempre de forma consecutiva e sem qualquer justificativa. O juiz
condenou a Reclamada a pagar todas as verbas rescisórias sob o argumento de que não
houve prova cabal para aplicação da justa causa.
Redija a peça processual cabível a defesa de seu cliente, empresa A, considerando incabível
a hipótese de Embargos de Declaração.
PEÇA 14
"A" promoveu reclamação trabalhista contra a empresa "B", pleiteando estabilidade de 12
meses, em face de ter sofrido acidente de trabalho (torceu o pé quando chegava para
trabalhar) e ficado afastado por 14 dias, e, consequentemente, a nulidade da dispensa sem
justa causa e a imediata reintegração ao emprego. A empresa "B" apresentou defesa, tendo
sido encerrada a instrução processual. A ação foi julgada procedente. Na qualidade de
advogado de “B”, aja no interesse do cliente.
PEÇA 15
A empresa Futuro Sistemas e Dados Ltda., prestadora de serviços de informática, celebrou
contrato de empreitada com a empreiteira Obrasmil, para realizar obras de construção do
novo prédio de sua sede. A referida empreiteira subempreitou o serviço à empresa Ágil
PEÇA 16
Francisco de Assis propôs reclamação trabalhista em desfavor da Empresa Vou Passar S/A,
pleiteando a devolução de valores descontados indevidamente do seu salário. As partes
compareceram à audiência, devidamente acompanhadas dos seus respectivos advogados,
ofertando, o reclamado, depois de rejeitada a proposta de conciliação, contestação, carta
de preposição e procuração, além de prova documental em uma lauda (autorização prévia
de desconto salarial assinada pelo reclamante, para fins de adesão a plano de saúde). O
documento foi imediatamente repassado ao advogado do reclamante, o qual silenciou sobre
o seu conteúdo, não se opondo à juntada. Interrogado, o reclamante disse que de fato
usufrui, desde a contratação, de um excelente plano de saúde, subsidiado pelo empregador,
pagando apenas R$ 50,00 mensais pelo benefício, mediante desconto em folha. Na sentença,
o juiz julgou procedente o pedido, assim fundamentando: Procedente o pedido de devolução
dos valores indevidamente descontados, pois a autorização do empregado, mesmo por
escrito, se encontra maculada por vício de vontade, ante a intangibilidade salarial e a
indisponibilidade dos direitos trabalhistas, vício este que pode ser facilmente presumido,
considerando a hipossuficiência obreira.
PEÇA 17
Joaquim foi admitido, em dezembro de 2004, mediante concurso público, pela Empresa
Brasileira de Correios de Telégrafos (ECT), no cargo de operador de triagem e transbordo. Foi
demitido, imotivadamente, em março de 2008. Em abril do mesmo ano, ajuizou ação
trabalhista na 2.a Vara do Trabalho de São Paulo, pedindo UnB/CESPE – OAB/SP – 136.º Exame
de Ordem 2008 Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho sua reintegração na
empresa pública, em razão da peculiar condição da ECT, que é equiparada à fazenda
pública. O juiz do trabalho negou o pedido constante na reclamação trabalhista ajuizada por
Joaquim, argumentando que o vínculo jurídico com a ECT seria de natureza contratual, sujeito
às normas determinadas na CLT, razão pela qual seria desnecessário exigir que a ECT se
submetesse, para fins de demissão de seus funcionários, a processo administrativo em que
constasse a motivação do ato.
Considerando a situação hipotética apresentada, na condição de advogado(a)
contratado(a) por Joaquim, redija a peça judicial cabível em defesa do direito de seu cliente
ser reintegrado no cargo.
PEÇA 18
João, após aposentar-se espontaneamente pelo INSS, continuou a trabalhar na empresa
Autoelétrica XZ. Passado um ano, foi demitido, oportunidade em que ingressou com uma
ação na 2.a Vara do Trabalho de São Paulo, solicitando o pagamento de diferença referente
à multa de 40% sobre o FGTS de todo o contrato de trabalho, incluindo-se o período anterior à
aposentadoria. A empresa, na defesa que apresentou em juízo, afirmou que o empregado
não teria direito a essa diferença visto que, com a aposentadoria, teria ocorrido a extinção do
primeiro contrato de trabalho. Os pedidos formulados na reclamação trabalhista foram
julgados improcedentes.
Considerando a situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado(a)
contratado(a) por João, redija a peça processual cabível para a defesa dos interesses de seu
cliente, expondo os fundamentos legais pertinentes e o entendimento da jurisprudência a
respeito do fato.
PEÇA 20
Maria ingressou com reclamação trabalhista contra a empresa Brasil S.A., argumentando ter
exercido função de confiança, com o conseqüente pagamento da gratificação salarial
correspondente, durante seis anos consecutivos, tendo o empregador, sem justa causa e por
ato unilateral, promovido sua reversão ao posto antes ocupado, quando, então, foi reduzida
sua remuneração. Maria pediu antecipação de tutela para que a reclamada procedesse à
imediata incorporação da gratificação, bem como o pagamento das diferenças salariais
correspondentes, desde a data da supressão da vantagem. Ao final, postulou a confirmação
da medida liminar. Juntou prova documental para comprovar suas alegações. O juiz da 1.ª
Vara do Trabalho de São Paulo, argumentando estarem satisfeitos os pressupostos
autorizadores da medida, deferiu o pedido de antecipação dos efeitos da tutela.
Em face dessa situação hipotética, redija a medida cabível, argumentando a respeito da
possibilidade de redução salarial na hipótese de reversão do empregado ao cargo efetivo,
antes ocupado, quando este deixar de exercer função de confiança.
PEÇA 22
Por entender cabível e necessário, tendo em vista o teor da sentença de primeiro grau, a
empresa apresentou Embargos de Declaração. O Juízo, ao decidir sobre os embargos, julgou
a medida protelatória, rejeitou ditos embargos e impôs ao embargante a multa de 1% (um por
cento) sobre o valor da causa. Interpondo Recurso Ordinário, foi o apelo liminarmente
indeferido pelo magistrado, por intempestivo, sob o fundamento de que embargos
declaratórios que o Juízo entenda protelatórios não têm o condão de interromper o prazo
para a interposição de qualquer recurso e, ademais, entendeu deserto o mesmo recurso por
falta de depósito do valor da mencionada multa.
Como advogado da empresa, elabore a medida cabível, apresentando os fundamentos que
busquem a reversão do despacho que indeferiu o processamento do Recurso Ordinário.
PEÇA 23
Inconformado com a sentença que acolheu apenas parcialmente os pedidos relacionados
na inicial, o reclamante, ex-empregado do reclamado, interpôs Recurso Ordinário no prazo
legal. Alegando não ter havido a comprovação do pagamento das custas processuais
arbitradas em R$ 50,00 (cinqüenta reais), o Juiz do Trabalho denegou seguimento ao recurso.
Na qualidade de advogado do reclamante, apresente o instrumento processual cabível,
desconsiderando, para tanto, o uso dos embargos de declaração.
PEÇA 24
Ciro moveu reclamação trabalhista contra a empresa Tudo Limpo S/A, pleiteando
equiparação salarial com o paradigma Roberto. A empresa contestou o feito, alegando a
existência de diferença de tempo de serviço superior a dois anos. Alegou ter sido o paradigma
PEÇA 25
Mário foi admitido, na empresa Comunicação e Eletricidade Ltda., para trabalhar na área de
sistema elétrico de potência. Após o fim do contrato de trabalho, ele ajuizou reclamação
junto à 15.ª Vara do Trabalho de São Paulo, pleiteando o reconhecimento do direito ao
pagamento integral do adicional de periculosidade, cujo percentual corresponderia a 30%
calculados sobre o valor da remuneração. A reclamada contestou, argumentando que nada
era devido ao reclamante, visto que, ao tempo do contrato de trabalho, já lhe pagara o
referido adicional. Alegou, ainda, que o empregado somente teria direito à quantia
correspondente ao tempo de exposição ao risco, a qual deveria ser calculada no percentual
de 12% sobre o valor do salário, conforme previsto e autorizado em acordo coletivo. O juiz
julgou procedentes os pedidos constantes na ação e reconheceu devido o adicional de
periculosidade, conforme demonstração do laudo pericial e em razão da atividade
desenvolvida pelo reclamante, que não havia recebido integralmente tal parcela no curso da
relação laboral. Quanto ao percentual, entendeu-o como aquele descrito na petição inicial,
o qual deveria incidir integralmente sobre o valor da remuneração, independentemente do
tempo em que o empregado ficara exposto à situação de risco. Houve recurso ordinário ao
TRT, o qual foi improvido, tendo sido mantida a decisão de 1.o grau em seus exatos termos.
Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) contratado(a) pela
empresa Comunicação e Eletricidade Ltda., redija a peça processual cabível, expondo os
argumentos legais pertinentes para a defesa de sua cliente.
PEÇA 26
PEÇA 27
Após ser condenado no pagamento de valores a certo empregado, o empregador,
enquanto pendente de julgamento no Tribunal Regional do Trabalho o recurso que
apresentou contra a sentença, coloca à venda o imóvel em que se acha estabelecida a
empresa, sem reservar outros bens para satisfação da condenação.
Apresentar, como advogado do empregado, a medida processual adequada.
QUESTÕES
No final de cada aula, o professor indicará as questões a serem respondidas pelos alunos,
sempre com data de entrega correspondente à aula imediatamente subsequente, onde
serão corrigidas em sala, mediante a entrega do “espelho de correção”.
2 – José foi contratado pela empresa Bola Sete Ltda. Na função de auxiliar de serviços gerais,
em 04 de maio de 2007. No dia 04 de outubro de 2007, José pediu demissão da empresa
alegando ter recebido de outra empresa uma proposta de trabalho mais vantajosa.
Considerando que José não completou 1 ano de trabalho na empresa, ele deve receber na
rescisão do contrato de trabalho algum valor a título de férias? Justifique sua resposta.
3 – Em 10 de agosto de 2003, Ana foi contratada para trabalhar para Beta, no cargo de
analista de sistema, por prazo indeterminado. Em 12 de dezembro de 2005, Ana foi demitida
sem justa causa por Beta, recebendo todas as suas verbas rescisórias e tendo seu contrato de
trabalho devidamente homologado pelo sindicato representativo. No dia 3 de janeiro de
2006, foi emitido atestado médico informando que Ana estava aproximadamente com seis
semanas de gravidez.
Considerando a situação hipotética apresentada, desenvolva um texto dissertativo acerca de
estabilidade provisória da gestante, com base na legislação aplicável e no entendimento do
Tribunal Superior do Trabalho, respondendo, necessariamente, aos seguintes questionamentos:
Se o contrato fosse de experiência, Ana também teria direito à estabilidade?
O fato de o empregador desconhecer o estado gravídico de Ana afasta o direito da gestante
ao recebimento da indenização em virtude da estabilidade provisória?
Durante que período é devido o direito à reintegração ao emprego?
4 – Pedro estava cumprindo o período referente ao aviso prévio quando registrou sua
candidatura a cargo de dirigente sindical.
Nessa situação especifica, deveria ser aplicada a Pedro a regra da estabilidade prevista no
art. 543, parágrafo 3º da CLT? Fundamente, juridicamente, a sua resposta.
6 – Antonio, Policial militar, nos horários de folga presta serviços de segurança para a empresa
Irmãos Gêmeos Ltda. Acreditando ter sido despedido injustamente, promoveu reclamação
trabalhista pleiteando valores que supostamente lhe seriam de direito. A empresa argüiu que o
contrato de trabalho seria nulo, visto que o Estatuto da Corporação Militar, a qual Antônio
estava submetido, proíbe o exercício de qualquer outra atividade. Na qualidade de
advogado contratado por Antônio, apresente a fundamentação adequada para afastar a
argumentação de nulidade do contrato de trabalho do Policial militar na referida empresa de
segurança.
8 – O banco Cidade contratou Nélson, diretamente, para trabalhar como vigilante. Após o
término da relação de emprego, Nélson ajuizou reclamação trabalhista postulando seu
enquadramento como bancário e, consecutivamente, o recebimento de horas extras
conforme o art. 224 da CLT, bem como o pagamento de parcelas previstas em normas
coletivas dos bancários.
Com relação à situação hipotética, indaga-se:
O obreiro deve ser enquadrado como bancário? São-lhe devidas as pleiteadas horas extras e
as parcelas referentes às normas coletivas dos bancários? Fundamente sua resposta.
11 - José e Antônio foram contratados no mesmo mês e ano para exercerem a função de
advogado da empresa Ômega. No exercício da função, José e Antônio executavam
trabalhos idênticos: faziam audiências, elaboravam petições, pareceres e sustentações orais.
Além de desenvolverem trabalhos idênticos, atuavam no setor jurídico da empresa, no
entanto foram contratos com salários diferenciados: José ganhava quantia correspondente a
dois terços do salário de Antônio, sob o argumento único de que Antônio possuía maior
experiência. A empresa Ômega não possuía quadro de carreira dos seus empregados.
Com relação a esse problema, redija um texto dissertativo, apresentando, de forma justificada
os argumentos que sustentem a necessidade de tratamento igualitário entre José e Antônio.
15 - Antônio, advogado da empresa Alfa e Ômega Ltda., interpôs recurso ordinário contra
decisão de um juiz da vara do trabalho, que estabelecera condenação à empresa. Embora
tenha interposto o referido recurso no terceiro dia do prazo de 8 dias que a CLT estabelece
para a interposição de recurso ordinário, o advogado da empresa efetuou o pagamento do
depósito recursal apenas no oitavo dia.
18 - Antônio moveu reclamação trabalhista contra a empresa Mar Azul Ltda. Na audiência de
conciliação, as partes não fizeram acordo. Contudo, antes da realização da audiência de
instrução e julgamento, as partes pactuaram um acordo por escrito e peticionaram ao juiz do
trabalho, requerendo a homologação do acordo e a extinção do processo.
Considerando a situação hipotética acima, esclareça se o juiz do trabalho está obrigado a
homologar o acordo.
19 - Em um processo que corre em uma das varas do trabalho, o advogado da Empresa Delta
Ltda. interpôs recurso de agravo de petição tempestivo. No citado recurso, o advogado
fundamentou que os valores apurados nos cálculos apresentados pelo contador judicial
seriam elevados, mas não delimitou os valores que a empresa entendia efetivamente devidos
ao reclamante, nem especificou o erro que o contador teria cometido ao elaborar o cálculo.
Diante da situação hipotética, responda se o agravo de petição está apto a ser recebido.
Fundamente sua resposta.
20 - Flávio moveu reclamação trabalhista contra a empresa Céu Azul Ltda., alegando que
desenvolvia suas atividades em local insalubre e que jamais havia recebido da empresa o
adicional de insalubridade. A empresa contestou o pedido, afirmando que Flávio não
trabalhava em local insalubre. O juiz designou perícia técnica para avaliação do local onde
Flávio trabalhava e facultou às partes a indicação de auxiliar técnico para perícia. Para
23 - Tendo o executado assinado o termo de fiel depositário de seus bens penhorados, quais
as medidas a serem adotadas pelo mesmo, objetivando opor-se à referida penhora? Qual o
prazo? Cabe recurso de revista nessa fase processual? Justifique sua resposta.
27 – José ingressou com Reclamação Trabalhista contra a empresa LUA NOVA LTDA.,
formulando pedido de horas extras. Afirmou que cumpria uma jornada de trabalho de 8 às 20
horas, com 2 horas de intervalo, de segunda a sexta-feira. A empresa contestou o pedido,
alegando em sua defesa, que José não laborava em jornada extraordinária, e juntou os
30 – Manoel propôs reclamação trabalhista contra Gama sob o rito sumaríssimo. Ao formular o
pedido, contudo, o advogado de Manoel não indicou o valor das verbas, limitando-se a
afirmar nos pedidos o termo “a apurar”.
31 – Qual o recurso cabível contra decisão do juiz do trabalho na qual seja homologado
acordo pactuado entre as partes? Justifique sua resposta.
32 – Antonio moveu ação trabalhista contra a empresa Lua Cheia, pleiteando, em sede de
antecipação de Tutela, a sua reintegração no emprego. Ao apreciar tal pedido, o juiz
determinou, sem a oitiva da parte contrária, a imediata reintegração de Antonio. Na mesma
decisão o juiz determinou a notificação das partes para o comparecimento em audiência
inaugural. A empresa foi notificada para o cumprimento da ordem da reintegração referida.
Considerando a situação hipotética apresentada, na condição de advogado da empresa,
especifique de forma fundamentada, o instrumento processual hábil, para buscar reverter a
decisão do juiz.
34 – Josué ajuizou reclamatória trabalhista contra a empresa Alfa LTDA, alegando que foi
demitido sem justa causa e requerendo o pagamento das parcelas rescisórias referentes ao
período em que manteve o vínculo empregatício – de 01.08.08 a 02.02.09.
Em contestação, a reclamada resistiu à tese inicial, suscitando que Josué não foi demitido e,
sim, abandonou o trabalho.
Realizada a audiência de instrução, nenhuma das partes apresentou as provas de suas
alegações.
O juiz exarou sentença julgando improcedente a reclamatória e reconhecendo a hipótese de
abandono de emprego, motivado pelo fato de o reclamante não ter se desonerado do ônus
de provar o término do contrato de trabalho.
Em face da situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, se o juiz
julgou corretamente o litígio.
40 – Maria, funcionária da empresa Fogo Dourado LTDA, recebeu aviso prévio indenizado, em
12/06/2009 na forma estipulada pela CLT. Em 14/06/2009, ela recebeu exames laboratoriais
que confirmavam sua gravidez e, no dia seguinte, apresentou os exames no setor de pessoal
da empresa, solicitando que lhe fosse garantida a estabilidade. A empresa negou o pedido
por entender que a gravidez nos trinta dias seguintes ao aviso-prévio indenizado não gera
direito à estabilidade, uma vez que a rescisão se opera automaticamente na data da
dispensa, sendo a previsão legal do período de trinta dias, mera ficção jurídica.
Considerando a situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, se
Maria faz jus à estabilidade provisória, indicando se é possível a interposição de alguma
medida judicial ao caso.
41 – A microempresa Alfa foi demandada por Antônio, demitido por justa causa dois meses
antes. Na audiência de julgamento, não obstante terem sido preenchidos, na carta de
50 – Decretada a prisão de depositário infiel por Juiz de Vara do Trabalho, como e a quem
pleitear o relaxamento da constrição? Explique e justifique.
51– Empregado demitido por justa causa no ano de 2009, por ter, dolosamente, provocado
danos ao empregador, no total de R$ 5.000,00, ajuizou reclamação trabalhista, no rito
sumaríssimo, pleiteando horas extras, com pedido líquido de R$ 10.000,00. O empregador
poderá ressarcir-se dos danos sofridos? De que forma? Fundamente a sua resposta.
52 – João, empregado da microempresa ABC desde janeiro de 2009, pleiteia horas extras
decorrentes do tempo de percurso, sendo certo que o trajeto entre a casa de João e o
estabelecimento patronal não é servido por transporte público, razão pela qual o empregador
fornece um ônibus que pega João às 08h, o qual chega ao trabalho por volta das 09h,
quando “bate o ponto” e começa a trabalhar, saindo para almoçar às 13h e retornando às
14h, registrando, no final do expediente, o ponto às 17h, quando apanha novamente o ônibus
57 – Benedito ajuizou reclamação trabalhista contra a empresa Rufus Ltda., que presta serviço
à empresa Zulu S.A., arrolando, no pólo passivo, ambas as empresas. À audiência
compareceram Benedito, os prepostos das empresas e um advogado para cada parte.
Proferida a sentença, a empresa Zulu S.A. interpôs recurso ordinário no prazo de dezesseis dias,
utilizando-se da prerrogativa de que havia litisconsórcio passivo com procuradores diversos.
Não obstante sua arguição, o recurso interposto foi considerado intempestivo pelo juízo a quo.
Considerando a situação hipotética acima apresentada, responda, de forma justificada, se o
primeiro juízo de admissibilidade do recurso agiu corretamente.
58 – Dália trabalhou para a empresa Luma Ltda., de 19/10/2005 a 15/9/2007, quando teve seu
contrato rescindido sem justa causa. Ajuizou reclamação trabalhista em 20/8/2009, pleiteando
a integração, nas verbas rescisórias, das horas extras devidamente prestadas durante todo o
período do vínculo empregatício. Por motivo de viagem ao exterior, Dália não pôde
comparecer à audiência de conciliação, ocorrida dois meses após o ajuizamento da ação.
Ciente do arquivamento do processo, ajuizou nova reclamação, acrescendo à sua inicial o
pedido de pagamento do décimo terceiro proporcional relativo a 2007, ainda não pago na
referida rescisão. A empresa, em sua defesa, arguiu, preliminarmente, a ocorrência da
prescrição, requerendo a extinção do processo com julgamento do mérito. Considerando
essa situação hipotética, esclareça, de forma fundamentada, se é procedente o pedido de
prescrição no presente caso.
61 – Em fiscalização de rotina, a empresa Panda Gravações Ltda. foi autuada por auditores
do Ministério do Trabalho e Emprego, que constataram irregularidades concernentes à
situação dos empregados e às condições de trabalho na empresa. Os proprietários de Panda
Gravações Ltda., acreditando estarem os autos de infração viciados por ilegalidade,
procuraram auxílio de profissional do direito. Em face dessa situação hipotética e com base na
legislação de regência, indique a medida judicial adequada para combater os autos de
infração recebidos e aponte o foro competente para apreciar a demanda.
64 – Jair é juiz de direito investido de jurisdição trabalhista no município de Santana. Seu tio
Marcos e seu primo Lino propuseram reclamações trabalhistas distintas contra o frigorífico
Transcarnes, antigo empregador dos dois, que se localiza no referido município. Em face dessa
situação hipotética, responda, de forma fundamentada, às seguintes indagações.
A) Jair é obrigado a declarar-se suspeito para o julgamento de ambas as lides?
B) No caso de oposição de exceção de suspeição pelo advogado da empresa, cabe recurso
da decisão se esta não tiver cunho terminativo?
C) Caso seja julgada procedente a exceção de suspeição, de que forma deverá ocorrer a
substituição de Jair?
BOA PROVA