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TREINAMENTO FISICO MILITAR SUBSIDIO PARA BEORGANZAGAO DO C-21-20 do Ten. Cel. JAYR JORDAO RAMOS PISTAS DE “OBSTACULOS : oy Pigane 2 GENERALIDADES 1, Objetivos ¢ Natureza das Pistas a. Os adestramentos nas Pistas de Obstaculos constituem uma sintese objetiva da preparagtio do soldedo para a guerra, representando uma yerdadeira escola de virilidade. Ples visam, em iltima anilise, aprov tando as, qualidades desenvolvidas no soldado através das diferentes modalidades de trabalho, aumentar ainda mais as suas possibilidades fi- sicas e psiguicas, tornando-o capaz de combater, completamente eq) pado, durante largo tempo ¢ sem acidentes, mesmo depois da realiza- cio de grandes esforgos.” b. Devido ao seu carater bastante tilitério, tais adestramentos se rea- lizam em qualquer terreno, apro- veitando-se a sua movimentagio € os obstaculos néle existentes. No entanto, o emprégo de pistas pre- paradas facilita a acdo do instrutor € aumenta 9 rendimento do traba- Iho. Por fsso mesmo, as Unidades devem ter 0 maximo interésse em organizar as suas instalagies, ser- vindo de exemplos a “Pista Basica” «Figura 3 € a “Pista de Combate", adiante descritas. 2. Uso das Pistas. a. Qualquer que seja a natureza da pista, antes da realizagio do per- curso total, deve 0 soldado, apli- cando as habilidades adquiridas, ex: particular, nz gindstica de comba- te, de meneira progressiva, aperfet- soar a técnica de transposicio dos diferentes obstatulos. Em cada um détes, explicando ¢ demonstrando, 0 instrutor dari todos os pormeno- res para uma boa execugo com rendimento ¢ sem acidentes, deter minando, em seguida, a sua prética pelo soldado, tantas vézes quantas julgar necessirio. Isto feito, passa- r4 a0 petcurso total, no comégo a passo © depois correndo em anda- dura moderada e, finalmente, com certa velocidade, mas ensinando 0 soldado a dosar atilmente o seu es- forgo. > b. Os exercicios nas pistas de obs- ticulos, qualquer que seja a sua na- tureza, tetfio uma duragio de 10 a 30 minutos. Devido a diversidade de elementos em j6g0, & impossivel fixar “a priori” a duraco destas sessdes. As sessées de aprendi gem, ém principio, ocupardo o tem- po total de"30 minutos ¢ os percur- sos de adestraméato, em virtude de provocarem ume despesa fisiolgi- cq muite intensa, mesmo no fim do treinamento, nfo deverdo ir além de 10 minutos. Quando 0 trabalho gxigit maior tempo, & aconselhavel suavizar 0 esférgo, determinando que parte do percurso seja feito a passo ot cosrendo em andadura bastante suave. c. Em tédas as sessdes, direta- mente on por meio de auxitiares, 0 instrator deveré observar as ext- cugies € fazer as corregies neces- sétias. Os obsticulos ndo poderdo ser contornados ou passados em de- sacérdo com a técnica apropriada. No entanto, podera o instrutor va- riar o trabalho, colocando na pis ta obsticolos méveis, suprimindo certas, passagens ou modificando a ordem normal de transposicio. Quando assim agir, devera colocar Sinais beri visiveis para indicar 0 pereurso. d. Quando néo existir pistas de obstaculos © fr dificil improvisar uma, deve o instrutor realizar tra~ palho intenso semelhante ao exigi do nia execuge do percurso. Assisn, dentro de um itinerétio feito cor- gendo em andadura moderada ou com certa velocidade, em cada pon- to correspondente a um obstéculo inexistente, 0 soldado realizara exercicios bastante enérgicos, Por exemplo, no primeiro — marcha rastejando; no segundo — apoio de frente ‘no solo, flexio € extensio dos bragos; no terceiro, o cangurn, ete. 3. Uniforme, Equipamento ¢ Armamento. Os adestramentos nas Pistas de Obsticulos serio feitos com unifor- me de combate ¢ equipamento pro- gressivamente crescente. Na Pista Basica, durante a aprendizagem, as seasdes sete feitas sens armamen- to, em segivids, com um armamento uniforme, por exemplo, fuzil ordi- wdrio para as sub-uinidades de fuzie leiros ¢, finalmente, com o arma- mento proprio da fungto de cada homem, Na Pista de Combate, quer as sessées tenham cariter indi dual ox coletivo, cada soldado leva- ré 0 armamento de sua fungéo. 4. Progressio do Tfeinamento a. Sbmente depois do soldado ad- quirir a “condigio", devem ser ini- ciados os percursos nas pistas de obstaculos, Assim, a partir da dé. Figure 4 cia lo adestramento fisico-militar, denise de um razoivel tempo limi- te estabelecido, to‘los ot homens de- vem realizar o percurso na “Pista Basica” da Unidade, sendo os resul- tados registradog na ficha de cada um, com a indicagio $ ow N, isto 6, satisfez om ndo satisfez PISTA BASICA 5. Organizagio. a, Devido a simpticidade da pista proposta, a su otganizagho consti titui tarefe extremamente facil, culos, jadeira tisea, podem ser pois, quase todos os seus obs! feitos de construtidos com os recursos da Uni. dade. Ela deve ser construida em gitalquer formato, sendo aconselhi- vel, no entante, escolher um bas- tante irregular, a fim de obtigar os exeeutantes a mudangas eonstantes de dizegiv. As formas em ferradu- ra ot oito, com os locais te parti- da e chegaila priximos, sio exce- Ientes por facilitarem o trabalho, por isso mesnio recomendtadas, bb. Q desenvolvimento g a largura da pista sto bastante vacitveis, Uma pista de 400 metros de desenvolvi- mento satisfaz perfeitamente as ne- cessidadés, Quanto a larguira, é pre- ciso que cla seja suficientemente Figwe 5 Figur 6 cinta-sétima semana para_tornar mais real u emprégo do eslérgo na guetta, serio iniciadlos os pereursos em pistas de obsticulos, a razio de uma sessio vermanal € em qualquer tipo de pista, Depois dos homests adquirivem um certo gra de tref namento, podem ser realizadas com- petigées enire os sresmos ov expti= 8, senddo ns tenspos tomados a era nometro, bs No decorrer do ano de inseru- gio, conto demonstragay da eficién- 0.125m oan Bina 7 Jarga para acomodar 6 a & homens de ina 59 vee. e. A extensio, © mimero, a natn teza, a locagio ¢ as dimensies dos obstaculos Geam a ctitérig dos or ganizadores da pista, ®les devems ser escolhidos com engenhosidade para interessar aos homens « tor. néclop rijos © audaciosos, Os pri meiros ¢ iitimos obstéculos deve ser relativamente féceis para evitar congestionamento na saida © que- das resultantes da fadiga na che- gada, Os tetrenos em subida no fim da pista sio contra-indicados pelo mesmo motivo, Igualmente, na sita sucesso, de um modo geral, os obsticulos devem obeilecer o prin cipio da altemnaneia no esférgo, por conseguinte, solicitar massas mtus- cullares diferentes. Tnicamente. a ti tule de exemplo, fixaremos as ca- racteristicas dos obstdculos de uma “Pista Tipo” (Fig. 1): (1) Obstéculo mimera 1 — Con- junto de Barras Horizontais (Fig. 2). > (2) Obstacuto namere 2 — Me- ro Simples (Fig. 3) (3) Obstdetlo niimero 3 — Con- junto de Cruzetas (Fig. 4) (A) Obsticulo mimesg. 4 — Trae ves de Equilibrio com Escada Ho- rizontal (Tarzan) (Fig. 5). (S) Obsticuto nimero § — R&- de de Arame (Fig. 6). (6) Obsticuto niimero 6 — Ex cada Vertical para Transposicéo (Big. 7) (7) Obstaculo mienero 7 — Sue Figura 8 Figura 9 bida em Escada para o Salto em Profundidade (Fig. 8). {8} Obstictlo numero 8 — Pas- sagem em Corda Inctinada (Fig. 9). (9) Obstaculo uimero 9 — Tron cos Movedigos. (10) Qbstécule mimero 10 — Portico com Cordas de Transposi~ cdo (Fig. 10). (11) Obsticuto mimero 11 Traves sucessivas para Transpo: sto (Fig. 11). (12) Obstéeulo simero 12 — Trave pata Transposicio (Fig. 12}. 4. Os obsticulos ser3o sempre que possivel, colocados a 30 metros aproxittiadamente uns dos outros, sendo de 35 metros no caso da pi ta de 400 metros, a distancia do pri- meiro € iitima, respectivamente, da Bnha de partida a de chegada. T- das as distaneias sie contadas, em principia em selago a0 ponte mé dio dos ebsticutos, (3) Niimero 3 — Arma na mao — Passat uma a tina ag eruzetas no sentido da profundidade, sem pisar nas mesmas, (4) Nimero 4 — Arma a tira colo — Feito o percirso ent equti- librio, saltar para ogurrar os de- graus em suspensio alongada, des locando-se em seguida para a fren~ te, por movimentos alternados dos bracos, de degra: ent degrau. (5) Numero 5.— Arma na mio — Transpor 0 obstéculo rastejan- do por baixo da side de arame. (6) Namero 6 — Arma a tira. colo — Subir a escada com auxilio dos pés e das mios, deixando cair © corpo sabre 0 outro lado ao atin gir 0 degrau determinado ou mais alto, a fim de com auxilio das mios e dos pés, fazer a transposicéo, Mostrar-se 0 minim possivel no al- to do.chsticulo. Descer de manei- ya idéntica a subida até atingir o solo, sem saltar, (7) Nimero 7 — Arma a tira- colo — Subir a escada com auxilio dos'pés e das maus, retirar a atina Ge tiracolo na plataforma e saltar em distancia ¢ profundidade com a arma na mio, * (8) Nimero 8 ~ Arma 2 tira- colo — Subir no tronco de drvore € polo processo de trepar em uma corda inclinada, aprendido na gi- nastica de combate, atingit a torre de madeira, A altrra da transpo- sigio sera progressiva. (9) Nimero 9 — Arma na mio — Passar em cquitibrio sébre tron- cos movedigos, tomando bastante cautela quanco estiverem molhados ¢ escorregadigos, (10) Numero 10 ~~ Affma a tira- colo — Aproveitar a corrida para impulstonar a corda pers a trans- posigio. Fazer ligeita parada sébre © dispositivo anterior de madeira ¢ saltar (11) Niimero il — Arma na mio — Transpar com auxilio de uma das maos sibre as traves. Quando sem arma poderé usar as duas mos, (12) Niimero 12 —~ Arma a tire- colo — Galgar 0 obstécnlo com au xilio dos bracos ¢ impuisio das per- nas, semt utilizar os suportes verti- cals; passar a0 apoio estendide ¢ transpor a trave com auxilio de um dos pés. b. Caso a pista disponha de obstis culos diferentes dos especificados acima, cabe ao instrutor estudar 6 melhor processo de transposigio dos estos, tendo em vista, prin~ cipalmente, a rapidez de execusio ¢ a seguranga na passegem. PISTA DE COMBATE 7. Organi: a, Além da “Pista Bisica”, den tro dos mesmos principios de sim- plicidade © rusticidade, os organi zadores de pistas devem usar sua imaginagao e engenhosidade na coustrugio de instalagées mais ei cientes e atraentes, aproveitando a vantagem. que a topografia dos ter- renos nas proximidades da Unida- de oferece. Cursos digua, drvores, elevaghes, cortes, bosques, pontes, tudo s¢ presta a ésse fim. b. Todas as idéias expedidas no attigo anterior, relativamente a or- ganizagio de pistas basicas sio per- feitamente aplicaveis mo caso em estudo, Mas, é preciso tessaltar, en= tre outras coisas, que nfo ha limi- tagdes quanto ao desenvolvimento, nimero de obstaculos ¢ distancia entre Ges na “Pista de Combate’. A fignra namero 13 nos mostra, a titulo de exemplo, um projeto da organizagéo em estuco, com 2 qui- Figura 10 5.90m TN F600 Figura 1 Jometros de comprimento ¢ 18 obs téculos. c. As “Pistas de Combate” devern ser organizadas para cada Arma e dentro de cada Arma, para cada ti- po de Unidade ow Sub-wnidade. Na sua falta, a propria “Pista pode ser adaptada para seus ades- ‘tramentos. 8. Uso das Pistas. a. Os adestramentos nestas devem ter inicialmente um caréter individual e, em seguida, am card: ter coletivo. Em ambos para dar niaior vida as sessies, pode ser fei- to um maior entrosamento com ou tras atividades militares utiliza das figuragdes de fogos © mesmo explosdes ¢ titos de armas de in- fantaria, Na figura nimero M, ve~ mos obstactilos batidos pelo fogo, transposigdo de curso dagua por ca- bo agreo, combate a baioneta ¢ tiro em sithuetas. =, b. Assesses com cariter indi- vidual desenvolvem-se de maneira idéntica aovperenrso na “Pista Basi- ca”, Quando com earater culetivo, sendo 0 objetivo principal criar 0 ‘espivito de grtpa, torna-se necessi- Ho exigir uma verdadeiza coopera- ho entre os diferentes clementos da tropa em trabalho. Assim, 0s homens da guarnigio de uma pecs de morieiro on metralhadora, na transposicao de obstaculos dificeis ou que exijam muita energia, deve Yo iazé-lo em equipe come ge es tivessem no camipo de batalha, de forma a facilitar a condugéo do ma / terial, bem come o sen emprégo o mais rapido possivel, criando assim, reflexos de grande valor. 4. Tendo em vista agit sobre a emotividade € desenvolver as qua- lidades morais do soldado, poder: ser empregados, aiém de obstéculos dificeis que exijam dominio do sis- tema nervoso para transpé-los, bombas os peysienas cargas de ex: plosives espathados no perciirso da pista, As bombas © 05 explosivos empregados devem ter pequena quantiddade de pélvora, de modo a no constituir perigo para 0 solda- do, agindo, apenas, pelo som da ex- plosio e educando 0 seu sistema nervoso no rnido do campo de ba- taiha. Além disso, como prova real do perfeito controle do sistema ner- vyoso dos soldados, poder ser em- pregado um tiro de metralhadora sobre unia réde de arame farpado, no momento da iravessia em mar- cha rastejante, Para essa prova de- verd ser feita uma perfeita prepa ago, com 0 tiro bem ajustado que, para maior seguranga, serd reali zedo $a 4 metros acima da réde Bibliografia (trabalhos mais tsa- los): FM —21.20— tados Unidos T- 21-151 — Bxéreitd do Brasil, Exército dos Es- Figwa 13 rua 80 orcene payee eesaiactgs

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