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Com avanço das águas e dunas, Mangue Seco corre


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risco de sumir
Cenário da novela "Tieta", Mangue Seco sofre
18.10.2010 | Atualizado em 18.10.2010 - 18:56 Tamanho da letra: -A | +A
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Redação CORREIO

Moradores de Mangue Seco, a 213 km de Salvador, passam por um momento difícil. Com os avançõs
do rio, do mar e das montanhas de areia, o local, onde foi gravada a novela "Tieta" corre risco de
desaparecer.

”Provavelmente o movimento das dunas em Mangue Seco é mais relacionado com a retirada da
vegetação, que protege e estabiliza as dunas”, explicou o pesquisador do Inpe Carlos Nobre ao
"Fantástico".

Para evitar o avanço das dunas, o dono de uma pousada plantou por perto arbustos e salsa. "Se não
tivesse plantado essa vegetação, a pousada já teria sido soterrada". Já a dona de casa Raimunda
lembra que metade do povoado já foi consumido pelas dunas. "Depois dessa aqui que nós estamos,
tinha outra praça, depois dessa praça tinha mais uma rua onde morava a minha avó".

Uma área de coqueiral foi quase totalmente soterrada pelas dunas - os coqueiros que ainda restam só
têm à vista as copas e é possível colher coco na altura do chão.

Águas
Do outro lado, a cidade sofre ameaça do rio Real, cujas águas avançaram mais de 200 metros nos
últimos anos. O mar também avança rumo ao pedaço norte da cidade. “O nível do mar subiu no
século 20, na costa brasileira, em média 20 centímetros”, informa Carlos Nobre.

“Onde isso está acontecendo com mais intensidade? Exatamente nas embocaduras, que são as áreas
mais frágeis do litoral, que precisam ser monitoradas”, destaca o professor e pesquisador da UERJ
David Zee.

Sergipe
Do outro lado da divisa, em Sergipe, o povoado da Praia do Saco também sofre com o avanço das
águas. Dois rios, o Real e o Piauí, se encontram com o mar e a correnteza formada é muito forte,
chegando a destruir metade de uma rua.

“O caso do Mangue Seco é um caso típico que vai acontecer em várias regiões do Brasil,
principalmente naquelas em que homem está ocupando com mais intensidade e com falta de cuidado
e respeito a essas condições ambientais locais”, diz o pesquisador David Zee.

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