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INTRODUÇÃO

Desde os primórdios do capitalismo, o homem descobriu a importância que os


produtos têm na vida das pessoas, e como essa enorme busca pelo "ter" gera o impulso de um
motor que não pára. O consumo passou a ser estudado e descobriu-se que se um determinado
produto se diferenciasse de seus concorrentes, a chance de ser adquirido pelos consumidores
aumentava consideravelmente.

A partir dessa efervescência consumista, novas técnicas de comercialização passaram


a ser criadas e aperfeiçoadas, novos estudos foram surgindo e nasceu assim o marketing
moderno que conhecemos.

Depois disso, o motor capitalista não parou mais. Moda, alimentos, veículos, bem-
estar, se tornaram palavras utilizadas de forma natural na vida do homem, entre tantas outras
que seria desnecessário citar. É interessante lembrar também que, a propaganda, uma das
ferramentas do marketing, trabalha e explora muito bem esse "querer" da humanidade, essa
sede de possuir bens, status e estilos de vida.

Com isso, as empresas e indústrias têm aperfeiçoado seus produtos com o auxílio de
novas ferramentas, entre elas o Design, que hoje é largamente citado como um grande
diferencial competitivo na gestão de marcas e produtos.

“O design é particularmente importante na fabricação e em marketing de


equipamentos duráveis, roupas, serviços de varejos e bens embalados. [...].
Do ponto de vista da empresa, um produto com bom design seria de fácil
fabricação e distribuição. Do ponto de vista do consumidor, um produto
com bom design seria agradável de ser visto e fácil de abrir, instalar, usar,
consertar e descartar.” (KOTLER, 1998, p.258).

E é essa maior interação entre produto/serviço e consumidor que as empresas estão


buscando. Elas começaram a perceber a importância do papel do design na cadeia de
produção. Este deixa de ter importância apenas visual e passa a ser multisensorial, utilizando-
se do apelo a todos os sentidos do ser humano e por meio deste potencializa vendas e, logo, a
preferência do consumidor.

O domínio de apenas um dos sentidos –a visão-, sobre todos os demais,


restringiu, por muito tempo, o design a dimensões bem mais modestas do que
a disciplina pode de fato alcançar. Mas, na última década, os profissionais do
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setor passaram a incorporar novos horizontes ao design, que se tornou


multidimensional, multisensorial e ganhou um alcance bem mais amplo que
no passado. (MATTAR, 2004, p.46).

Esse múltiplo despertar de sensações faz do design singular. Em um mercado em que


sempre se buscou atrair mais consumidores e retê-los, surge uma contradição: se esta
ferramenta (design) oferece tantos diferenciais, por que ainda é tão pouco utilizada?

O design é um agregador de entidades geradoras, como explanam Providência e


Pombo (2003), pois se encontra polarizado entre e engenharia e a arte. Todo fazer há sempre
um autor, que desempenha um determinado trabalho; um programa, que é um conjunto de
desejos ainda não satisfeitos; e uma tecnologia constituída por meios técnicos e intelectuais
disponíveis para desempenhar o trabalho. Portanto, autor, programa e tecnologia são as
entidades geradoras que se interligam por meio do design.

O design industrial propõe uma solução formal para produtos do uso


cotidiano não só em função da produção industrial adequada à tecnologia
existente no país, mas também integrando novos significados de forma e
manuseio dos objetos. Para isso agrega a esses objetos os novos materiais
desenvolvidos pela indústria, atingindo maior produtividade e possibilitando
a viabilidade econômica para o empreendedor e para o usuário.
(WOLLNER, 2003, p.55).

O design agregado ao processo produtivo torna-se indispensável ao passo que suas


vantagens são percebidas, e com o passar do tempo, funde-se ao processo naturalmente.

Este trabalho objetiva apresentar que o design pode ser, além de uma ferramenta de
marketing, um diferencial estratégico. Elucida também sua relação com as demais ferramentas
do mercado moderno e como tem auxiliado as empresas na busca por maior rentabilidade e
lembrança na mente dos consumidores; ser força de impulso para a geração de mais empregos
em uma rede entrelaçada de setores que vão desde a de pesquisa e desenvolvimento até a
linha de produção final de produtos.

Evidencia ainda a constante preocupação em colaborar para difusão da importância do


tema em questão, uma vez que este passa despercebido no cotidiano de trabalho das empresas
e nos processos produtivos.
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É merecido destaque às ações de incentivo ao design que são primordiais para o


desenvolvimento e aprimoramento do tema, além de serem responsáveis pela familiarização
do design e conscientização da importância do mesmo.

As razões que motivaram o presente estudo foram os constantes investimentos das


empresas neste assunto, pois estas têm reconhecido o papel que o design tem sobre a
sociedade e também sobre a indústria, além dos inúmeros programas de fomento que foram
criados em nível nacional a fim de incentivar a prática e o ensino do design entre as empresas.

Por fim esta dissertação faz uma análise e também uma revisão bibliográfica sobre o
tema abordado e destaca a importância que a imprensa atual tem dado ao assunto. Assim,
visamos diminuir a carência de estudos focados para o marketing e para o mercado que
retratam como tema o design.
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1. DESIGN E MARKETING: DEFINIÇÕES

1.1. DESIGN

A mídia, com seu imenso poder de penetração, atinge inúmeros públicos e difunde
idéias, conceitos, tendências. No entanto, nem sempre o conteúdo transmitido é correto ou
assimilado e entendido de forma correta.

O termo design, que no idioma inglês possui diversos significados (intenção, plano,
projeto, desenho, etc) acabou sendo assimilado de forma errônea pela maioria das pessoas. É
muito comum ouvir pessoas dizerem que determinado produto tem um design moderno sem
nem mesmo saber discernir sobre o que é o design em si presente no produto. A palavra
design passou a ser amplamente utilizada não pelo seu real sentindo, mas porque passou a
aferir status e glamour ao produto/objeto a que adjetiva.

Cabem aos designers, assim chamados os profissionais que produzem design, a difícil
tarefa de fazer com que o termo seja utilizado de forma correta, por meio de seu trabalho e em
parceria com os meios de comunicação.

Podemos definir design como o ato de projetar soluções criativamente. Esta concepção
criativa é orientada para a forma, para a função, usabilidade, informação, ergonomia,
harmonia visual que, juntas, buscam solucionar problemas.

Entende-se por design a melhoria dos aspectos funcionais, ergonômicos e


visuais dos produtos, de modo a atender às necessidades do consumidor,
melhorando o conforto, a segurança e a satisfação dos usuários.
O design é uma ferramenta que permite adicionar valor aos produtos
industrializados, levando à conquista de novos mercados. (CNI, 1998, p.9).

Além de solucionar problemas, o design tem em sua essência tornar projetos, objetos,
e tudo que dele se utilizar, mais belos. A harmonia das formas e dos traços, o equilíbrio entre
os elementos da composição caracterizam o design e o tornam cada vez mais desejado e
necessário. Como exemplo, citamos o largo emprego desta ferramenta na confecção de vidros
de perfume, para não citar outros tantos exemplos. Cada produto (perfume) possui seu
“design” próprio. O desenho dos vidros é cada vez mais inovador, buscando se destacar da
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concorrência (às vezes produtos do mesmo fabricante) na luta pela atenção do consumidor.
Obviamente, no exemplo citado, o design não é o fator primordial na escolha do produto,
visto que a fragrância é o ponto alto e determinante de compra nesse segmento, porém a
beleza das formas da embalagem seduz ainda mais o consumidor.

O tema abordado ainda pode se desmembrar em várias especialidades como: design


gráfico, design de produto, de moda, de ambientes, web design etc. A seguir descreveremos
um pouco o que cada área do design representa.

1.1.1. Design Gráfico

Esta área compreende todo projeto que envolva a comunicação visual, seja de forma
impressa, audiovisual, digital ou outro meio. O design gráfico busca o ordenamento das
informações e a disposição consciente entre textos e imagens, criando composições visuais
agradáveis, embasadas em diversas teorias, como estudo de cores, proporções e estrutura.

O design gráfico compreende ainda: - design de embalagem, que é o trabalho de


projetar um meio de armazenar o produto que será comercializado, no que tange ao
ordenamento das informações do rótulo, suas cores e elementos figurativos; - design de
fontes, ou tipografia como também é conhecido, onde o designer gráfico desenha novas
fontes, caracteres que irão compor o texto de diversas publicações; - design editorial, que
consiste em diagramar as informações de publicações, sejam impressas ou digitais, de forma
que facilitem o entendimento da informação e a leitura, não se esquecendo de determinar a
importância dos elementos, o equilíbrio de títulos com imagens e corpo de texto; - design de
marca, em que o projeto é focado em desenvolver uma identidade visual a um determinado
produto, serviço ou empresa. Nestes casos, a marca assume a personalidade da empresa e será
a sua “cara” perante os consumidores e a sociedade como um todo. O design de marca
abrange ainda todo o estudo de aplicação da mesma, seja em frotas de veículos, fachadas de
prédios, uniformes, papelarias institucionais de empresas, sinalização de ambientes etc; -
webdesign, que é a prática de desenhar ambientes virtuais em que as informações, textuais e
visuais, fiquem encadeadas de forma organizada e utilizem como veículo a internet. Sites,
portais, banners de propaganda e hotsites são produtos do webdesign; - design de
hipermídia, esta vertente está muito ligada à anterior, mas possui um diferencial: ela permite
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que o usuário possa interagir com o conteúdo apresentado, perdendo a estrutura tradicional da
informação (começo, meio e fim). O usuário, ou consumidor da informação, poderá escolher
quando, de que forma e onde irá interagir com textos, sons, vídeos e imagens que se
relacionam formando uma única informação.

1.1.2. Design de Produto

O Design de Produto abrange todo projeto e desenho de objetos, produtos e utensílios.


Sua preocupação maior é conciliar beleza, praticidade e usabilidade. É também conhecido por
desenho industrial e se ocupa de transformar projetos delineados no papel em objetos
tridimensionais. Da mesma forma que o Design Gráfico, é sua função solucionar problemas,
agilizando, otimizando e reduzindo custos de produção, além de buscar sempre a satisfação
dos consumidores.

O Design de produto se subdivide em: - Design mobiliário, que é a projeção de


móveis para ambientes internos e externos. É no design de mobiliário que há um grande
entrelaçamento entre arquitetura e o design de produto em que estética e funcionalidade estão
presentes; - Design de embalagens, já citado em Design Gráfico, porém, essa categoria,
dentro do design de produto se preocupa em criar soluções da embalagem/objeto em si, suas
áreas e volumes, estética, comportamento no ponto de venda etc; - Design Automobilístico,
que nada mais é que os projetos de veículos automotivos, o desenho dos automóveis, sua
ergonomia, sua aerodinâmica, a relação do consumidor com o produto, soluções práticas
internas do automóvel e acessórios, tudo isso faz parte das atribuições do designer
automobilístico.

1.1.3. Design de Interiores

O Design de Interiores tem como preocupação fundamental solucionar problemas de


relação entre objetos, utensílios domésticos, espaço e pessoas. Se ocupa em projetar o móvel
certo para o espaço certo, as cores de cada ambiente e sua relação com os usuários.
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Este vertente do design se subdivide ainda em Design de iluminação, que são projetos
onde se delineiam as melhores formas de iluminação de ambientes, internos ou externos, os
tipos de iluminação mais adequados para cada ambiente, sua disposição e o efeito visual que
deverão propiciar.

1.1.4. Design de Moda

É no Design de Moda que são projetadas as novas tendências do vestuário para as


estações do ano. É muito comum ouvirmos Moda Outono/Inverno ou Primavera/Verão nos
meios de comunicação, os glamorosos desfiles, as grifes e seus competentes estilistas. No
entanto, não é só de glamour que se faz essa profissão. Saber escolher o tecido certo, para o
desenho certo é fundamental. Além disso, é preciso conhecer o comportamento de cada tipo
de tecido com relação a dobras, caimento, elasticidade, resistência e uma série de variáveis
que são decisivas para o resultado final do projeto.

O Design de Jóias é uma subdivisão do design de moda, e compreende a criação de


peças trabalhadas em gemas e metais preciosos dos mais diversos tipos, graças ao avanço das
técnicas conhecidas atualmente. Brincos, anéis, colorares, pingentes, broches e uma infinidade
de objetos que se limitam apenas a criatividade do designer de jóias, são alguns dos produtos
que essa ramificação do design pode produzir.

1.2. MARKETING

A palavra Marketing está bastante difundida em nosso dia-a-dia e traz em si um peso


enorme no que tange à economia, mercados e empresas.

Dificilmente, uma instituição sobreviveria se não existisse o marketing. Mas o que é


marketing?

Podemos definir marketing como um conjunto de ferramentas estratégicas que visam,


em conjunto, satisfazer as necessidades do consumidor por meio de um produto ou serviço.
Ao mesmo tempo, o marketing além de satisfazer as necessidades, procura também criá-las
neste mesmo consumidor.
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Segundo KOTLER (1998), marketing é um processo social e gerencial pelo qual


indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de
produtos de valor com outros.

No entanto, o Marketing envolve uma série de variáveis e ferramentas que se inter-


relacionam para que as estratégias empresariais tenham sucesso e atinjam seu objetivo maior:
a satisfação do consumidor.

As ações de marketing, como já citado, devem ser tomadas juntas, pois umas
dependem das outras. Elas formam o chamado Composto de Marketing. O composto de
marketing é formado por Preço, Produto, Praça e Promoção, os chamados 4 Ps.

Cada uma dessas variáveis deve ser estudada pela empresa para que o composto de
marketing atinja seus objetivos. Aprofundando-se mais em cada variável, descobrimos
inúmeras ações que podem ser tomadas para que a estratégia de mercado possa ser cumprida.
Por exemplo, em ´Produto´ é necessário levar em conta diversas questões como a variedade
do produto, a qualidade, o design, características, nome da marca, tamanhos, embalagens,
garantias, devoluções etc, tudo isso deve ser pensado para que a estratégia deste P do
composto tenha sucesso. O mesmo ocorre com os demais Ps. No P de preço, devem ser
considerados ainda os descontos, as condições, prazos de pagamentos e condições de crédito.
Em Promoção, a propaganda, a força de vendas, relações públicas, marketing direto etc. No P
de Praça, consideram-se ainda os canais de distribuição, a cobertura, o estoque, a logística etc.

Podemos verificar que o composto de marketing é complexo e além dessas


ferramentas citadas, existem ainda muitas outras ou mesmo novas ferramentas que podem ser
criadas, todas interagindo entre si, pois umas dependem das outras, e ao mesmo tempo
focadas em uma única ação.

Os estrategistas de mercado, há pouco tempo, têm verificado, embasados também


pelas pesquisas, a importância de novas ferramentas serem adicionadas ao composto de
marketing e, uma das que mais tem impulsionado a venda de produtos e garantido a satisfação
dos consumidores é o design.
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2. DESIGN COMO DIFERENCIAL ESTRATÉGICO

A crescente competição por mercado entre as empresas faz com que busquem, cada
vez mais, a diferenciação. Atitude normal e até esperada, uma vez que movimenta a economia
e impulsiona novas pesquisas.

No entanto, ser diferente dos demais não significa ser melhor. As empresas da
atualidade estão buscando isso: diferenciação para se tornarem melhores. Além de conquistar
uma fatia do mercado inédita, a empresa com diferencial consegue, em certos casos, projetar-
se no tempo no que tange a inovação de seus produtos e serviços. Muitas até se tornam
modelos a serem seguidos, tornam-se marcos na história. Para tanto, os gestores têm afinado
técnicas administrativas, novos meios de relacionamento com seus consumidores, outros, e
isso já é uma tendência, diferenciam-se se posicionando como empresas ecologicamente
corretas e que praticam um desenvolvimento sustentável, outras ainda investem pesado em
pesquisa e desenvolvimento.

Concomitantemente, outras companhias estão encontrando no design uma arma


estratégica de diferenciação.

Os projetos de design têm colaborado com a indústria na redução dos custos de


produção, uma vez que, quando o produto é “corretamente pensado”, ele otimiza a produção,
pois em seu projeto foram previstas características que diminuiriam a quantidade de matérias-
primas utilizadas em sua fabricação.

Segundo Casteião (2006), dentro deste processo rigoroso e cuidadoso para estabelecer
estratégias, o design é a melhor rota (objetivo) para melhorar e diferenciar produtos, serviços
e o próprio negócio, fazendo isto desde o início do processo os riscos diminuem e as empresas
adquirem maior confiança no design.

Na figura 01 podemos verificar alguns produtos que utilizam o design como


diferencial estratégico.
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Figura 01 – Alguns dos produtos premiados no Idea Brasil 20081. 1. Luminária Super Bossa, projeto
da empresa Lumini. 2. Triciclo Sundown, projeto Gad´Design. 3. Estojo Flip Box Faber-Castell,
projeto Gad´Design. 4. Jipe Stark, projeto Questto Design.

O design é amplamente utilizado como diferencial estratégico e um dos principais


meios que utiliza para isso é a embalagem.

A embalagem é a grande responsável pela diferenciação dos produtos. É com ela que o
consumidor terá o primeiro contato e é papel dela “seduzir” este consumidor. Além das
características gráficas, como tipo de papel/plástico em que será impressa, layout e arte
utilizados nos rótulos, a embalagem pode se diferenciar por meio do design em suas formas.
Estúdios de design têm sido contratados pela indústria para o desenvolvimento de embalagens
(alguns estúdios se especializaram unicamente nesse segmento) e têm conseguido agregar
valor aos produtos. Novas formas, interação e disposição das informações nas embalagens
fazem com o mesmo ganhe destaque no ponto de vendas e também na mente do consumidor,
por isso é necessário buscar a diferenciação do produto por meio da inovação e da evolução
constante da linguagem visual de sua embalagem.

Como exemplo, podemos citar o caso dos Sucos Del Vale que, para entrar no mercado
Brasileiro, perceberam a necessidade de adaptar sua embalagem, ao passo que precisavam
ganhar um destaque maior no mercado de sucos do Brasil. Para isso, foi contratado o estúdio
de design de embalagens Packing que, como solução, além de utilizar embalagem cartonada,
criou um diferencial para o produto no ponto de venda. A marca do produto foi estampada

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O Prêmio IDEA/Brasilé a edição brasileira do International Design Excellence Award (IDEA), o maior prêmio de
design dos Estados Unidos e um dos maiores do mundo, promovido desde 1980 pela Industrial Designers
Society of America (IDSA). Fonte/Imagens: O melhor do Design – O Estado de São Paulo, 2008.
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apenas pela metade nas faces da embalagem, forçando a colocação do produto em números
pares nas gôndolas. Assim, a marca era formada pela junção de dois produtos Figura 02 e
ainda pôde-se dar um destaque maior à marca no próprio produto.

Figura 02 – Com novo design de embalagem, sucos Del Valle amplia


área de exposição do produto no ponto de venda.

Segundo Mestriner (2001), inovação em design de embalagem não significa


necessariamente soluções mirabolantes, mas a atividade diária, que busca na indústria, nos
novos materiais, nos novos processos algo novo para, assim, o produto poder se destacar na
categoria em que compete.

Design é interação. Conecta o consumidor ao produto, é a ponte; apoiado pelas


necessidades e desejos deste mesmo consumidor. Por isso, se ele não for bem feito provoca
uma ruptura na comunicação.

Granato (2006) aponta que pode-se fazer uma boa campanha publicitária, um bom
marketing direto, um bom merchandising com degustação, mas se a embalagem não estiver à
altura disso tudo, ela pode por tudo a perder, desmotivar a compra. O design torna-se então
fundamental.

Em pesquisa recente, realizada pela ABRE – Associação Brasileira de Embalagem,


junto aos consumidores para conhecer sua relação com as embalagens aferiu-se que o
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consumidor não separa a embalagem do produto, os dois formam uma entidade única, uma
referência cada vez mais relevante no processo de compra. A embalagem agrega valor e
significado ao produto e contribui para a formação e afirmação de sua imagem.

Se imaginarmos que o fácil acesso à tecnologia tem possibilitado muitas empresas a


aperfeiçoar seu parque fabril e, conseqüentemente, seus produtos são produzidos com um
padrão de qualidade semelhante aos de seus concorrentes (comodities), um dos poucos
recursos de diferenciação que restam às empresas é o design.

O design já é um forte fator de escolha pelo consumidor no momento de compra.


Segundo Matsumoto (2004), no mundo corporativo, de produtos totalmente comoditizados, o
design é o grande diferencial, é o criador das vantagens competitivas, o facilitador e o
democratizador que responde aos nossos diferentes estilos e pretensões dos consumidores.

A alta qualidade dos produtos e serviços está se tornando abundante e facilmente


acessível e, como disse Matsumoto (2004), até mesmo comoditizados.

O design inicia um processo que identifica e constrói valores baseados no profundo


entendimento das necessidades humanas e nas possibilidades práticas. Segundo Stevens
(2007), com o Design dá-se a união entre ideologia e tecnologia e também do desejável com o
possível.

Seguindo desse pressuposto, podemos afirmar que o design utilizado como ferramenta
de marketing edifica a vantagem competitiva, pois ele gera qualidade, indo de encontro com
as expectativas dos consumidores; provoca uma efervescência de idéias, de interpretações,
integrando e ligando os produtos aos consumidores a partir de novas funcionalidades;
possibilita maior velocidade e eficiência na produção de bens, reduzindo custos e tempo de
mercado; desperta identidade, personalidade, dá significado, diferenciação, forma e colabora
na construção da imagem de marca.

Stevens (2007) afirma ainda que desenvolver uma estratégia é uma atividade criativa,
requer pensamento estratégico. É preciso, primeiramente, visualizar e analisar todo o cenário
e com criatividade gerar um novo, levando em consideração as possibilidades futuras que
estarão envolvidas à empresa. Saber lidar com a incerteza e estar preparado para identificar
questões relevantes é fundamental para que a estratégia dê o resultado esperado. Assim,
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métodos de design alimentam decisões estratégicas e ambos, design e estratégia, têm muito
em comum.

Implementar projetos de design de forma coerente e integrada facilita a criação da


estratégia e, para isso algumas características/fatores devem ser considerados:

- Estética: fator primordial na escolha do produto pelo consumidor; a estética agrega


forma, sentimento, função ao produto e também são características desse fator a superfície,
cor, textura, o material utilizado, o estilo.

- Comunicação: de que forma este novo produto será apresentado ao consumidor. Para
tal fator são desenvolvidos uma série de esboços, desenhos, fotografias para, só aí, criar um
protótipo em três dimensões, um modelo do produto final.

- Mercado e operações nele envolvidas: estudar as melhores estratégias de negócios e


de produtos, inovar nos processos para que a marca possa transmitir emoção.

- Tecnologia: esse fator é de suma importância do processo de design, pois é nele que
se identificam os materiais que serão utilizados na produção do bem, como será a sua
produção e também a cadeia de fornecimento.

- Fator humano: no desenvolvimento de projetos de design alguns fatores humanos


devem ser considerados como ergonomia, usabilidade, além de prever como será a resposta
psicológica e fisiológica do consumidor perante o novo produto.

Podemos assim confirmar as proposições de Stevens (2007) que apontam que novos
produtos quando criados dentro de um processo de design deixam de ser apenas produtos, se
transformam em experiência.

Mozota (2003) vai mais longe, apresenta o design como que inserido na cadeia de
valor. Essa integração do design na cadeia de valor o torna um diferenciador, coordenador,
cria um processo transformacional e agrega valor em diferentes níveis da cadeia. O processo
de design aperfeiçoa as atividades primárias, aumentando o valor do produto percebido pelo
consumidor. O design transforma e cria novas funções na estrutura e nos processos de
gerenciamento, além de criar uma nova visão na indústria.
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A Figura 03 mostra a integração do design à cadeia de valor.

Figura 03 - Visão do design integrado à Cadeia de Valor. Fonte: Stevens (2007, p.37)

O design deve ser utilizado pelas empresas como mais uma ferramenta para se obter a
diferenciação. Diferenciação esta focada na qualidade, no desempenho, na preferência e
satisfação dos consumidores.

Muito mais que um belo produto ou um conceito inovador, o design agrega maior
desempenho na produção, possibilita que a fidelização dos consumidores passe a ser cada vez
maior, uma vez que, de um mero produto, ele passa a se transformar (se todo o processo de
design for bem estudado e desenhado) numa experiência inesquecível. Sem sombra de
dúvidas, se o consumidor vivenciar uma boa experiência com determinado produto, ele além
de se tornar fiel à marca, passará a compartilhar essa boa experiência com mais consumidores,
aumentando assim a rede de consumo e, conseqüentemente, a influência da marca no mercado
e no meio onde está inserida.
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3. O ENSINO DO DESIGN NO BRASIL

3.1. Origens

O Brasil, em meados de 1956 a 1961, no mandato do presidente Jucelino Kubitschek,


experimenta uma efervescência cultural e um impulso econômico alavancado pelos
investimentos externos no país, atraído pela política implantada pelo presidente. Assim
surgem no Brasil as primeiras indústrias de bens de consumo duráveis, destacando-se a de
eletrodomésticos e de veículos, ao passo que se ampliava os serviços de infra-estrutura.

Dessa demanda surge a necessidade de profissionais preparados para o mercado. Era


preciso formar esses profissionais. Segundo DIAS (2004) “nesse contexto histórico-cultural,
os primeiros cursos de Design começaram a ser criados, no Brasil, em meados do século XX;
em sintonia com a política de modernização – criada por Jucelino Kubitschek”.

Alguns anos antes, em São Paulo, as idéias visionárias do empresário Assis


Chateaubriand davam origem ao Museu de Arte de São Paulo, o MASP, que originalmente foi
instalado no edifício dos Diários Associados. No MASP, além da exposição de obras de arte
de seu acervo, eram ministrados cursos voltados à área artística.

“Em 1951 são criados os seguintes cursos no MASP: Formação de


Professores de Desenho, Escola Superior de Propaganda e o Instituto de Arte
Contemporânea – IAC. No IAC é criado o primeiro curso de desenho
industrial da América Latina e sua estrutura se baseou na The New Bauhaus,
do Instituto de Arte de Chicago, fundada em 1937, sob a direção de Monoly-
Nagy, ex-professor da Bauhaus”. (DIAS, 2004, p.17).

O IAC, coordenado pelo artista italiano Pietro M. Bardi, teve em sua primeira turma
nomes de destaque no cenário do design atual, como Alexandre Wollner e Ludovico Martino.

“O instituto foi decisivo em minha formação profissional. Até então,


eu atuava no campo da arte como gravador e desenhista, condicionado
unicamente por elementos intuitivos e artísticos, sem nenhuma função
objetiva. O IAC propiciou-me uma vivência no meio e a convivência com
vários professores, bem como a possibilidade de ver e ouvir palestras no
MASP, o que aprimorou minha capacidade intuitiva e permitiu que eu
percebesse a possibilidade da participação social e cultural do artista por
meio do design”. (Wollner, 2003, p. 53).
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Acompanhando essa tendência, o Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro,


tinha intenção de criar, como em São Paulo, um curso de design. Para isso, foi criada uma
comissão de trabalho para implantar tal curso. Nessa comissão figuravam nomes como
Alexandre Wollner, Karl Heinz Bergmiller, Aloísio Magalhães, Flavio de Aquino, entre
outros. Devido a questões econômicas e políticas o curso deveria ser transferido do MAM
para o governo do estado. Nessa época, o diretor do Museu de Arte Moderna era Carlos Flexa
Ribeiro que acabou se tornando o secretário de cultura do governo de Carlos Lacerda, daí em
diante, Flexa Ribeiro assumiu a responsabilidade de implantar a escola de design. Em 10 de
julho de 1963, foi inaugurada a Escola Superior de Desenho Industrial – ESDI, a primeira
escola de formação superior em design no país.

O processo de seleção dos alunos na ESDI era diferenciado, além de exames de língua
portuguesa, língua estrangeira, teste vocacional e conhecimentos gerais, os alunos
selecionados nessa primeira fase passavam por entrevistas com os professores. No entanto, o
primeiro semestre na escola era decisivo e também eliminatório. Se reprovado, o aluno perdia
o direito da matrícula.

Através desse procedimento, qualquer aluno, desde que tivesse o curso médio
completo e demonstrasse capacidade intelectual, conhecimentos de arte, ciências
exatas e prática manual, estaria apto a ser aprovado pela Esdi, o que era totalmente
contrário aos vestibulares da época – uma atitude antiacadêmica. Mas por isso
mesmo a Esdi possibilitou a admissão de verdadeiros talentos para a profissão.
(WOLLNER, 2003, p. 151).

O projeto pedagógico da escola era influenciado pela hfg (Hochschule für Gestaltung),
escola da vanguarda no ensino do design no mundo, situada em Ulm, na Alemanha, uma vez
que Bergmiller e Wollner, professores da ESDI, haviam estudado na hfg e inspiraram-se no
modelo alemão para desenvolverem o projeto pedagógico da nova escola.

Em 1968, com o fim da hfg e depois de algumas diversidades de opiniões de


diferentes diretores da ESDI com relação ao modelo adotado no Brasil, a influência alemã foi
repensada.

Inspiradas pela ESDI, ainda na década de 60, inúmeras escolas de design foram
criadas, alimentando a demanda de profissionais que o mercado tinha. Nessa época foram
criados: o Instituto de Desenho Industrial – IDI do Museu de Arte Moderno, no Rio de
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Janeiro; na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, criou-se o curso de Desenho


industrial, mais especificamente em 1968 e em 1969, o curso de Desenho Industrial da Faap,
em São Paulo. Podemos citar ainda a Fundação Mineira de Artes – FUMA, hoje incorporada à
Universidade Estadual de Minas Gerais, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU, da
Universidade de São Paulo – USP, que tinha em sua grade, disciplinas voltadas ao ensino do
desenho industrial.

3.2. A atualidade

Atualmente, o número de cursos de design é grande e a diversidade de especializações


também. O estudante, ao finalizar o ensino médio, se depara com uma gama enorme de
possibilidades de cursos voltados para o design. Os mais comuns e tradicionais são os de
desenho industrial com habilitação em Desenho de Produto e os com habilitação em
Comunicação Visual (Design Gráfico). Porém podemos encontrar cursos como Design de
Jogos (Games), Design de Animação, Design Digital, Design de Moda, Design de Figurino,
Design de Interiores, Design de Jóias, além de inúmeros outros.

Tais cursos são oferecidos tanto por instituições estatais quanto privadas. Nas estatais,
a variedade dos cursos é menor, não generalizando, mas concentram-se apenas em
Comunicação Visual e Desenho de Produto. Já nas instituições privadas, a diversidade é
enorme.

Diante grande número de cursos, surgem algumas questões: essa diversidade de


instituições e variedades de cursos está preparando corretamente os profissionais para o
mercado de trabalho? Qual a proporção ideal entre o ensino da teoria e o da prática? O ensino
é voltado apenas para a transmissão de conhecimento?

A partir destes questionamentos nos cabe a reflexão de que o imediatismo da


globalização e a emergencial necessidade de suprir necessidades do mercado, já saturado, por
profissionais (geralmente, mal preparados) fazem com que as instituições de ensino “troquem
os pés pelas mãos” e formem profissionais sem preparo adequado, nivelando a qualidade
desses profissionais por baixo, devido ao grande número de estudantes recém formados que
buscam um espaço no mercado anualmente.
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Em concordância com que afirma Whiteley (1998), o ensino do design tem ficado à
mercê das circunstâncias e de formas de pensar que não agregam nada e que ao mesmo tempo
prejudicam ao ensino do design. Whiteley (1998), afirma:

O ensino do design tem sido transformado de uma maneira freqüentemente


aleatória, reagindo a mudanças circunstanciais ou ideológicas, em vez de
se transformar através de uma reavaliação radical de prioridades e
necessidades. (WHITELEY, 1998, p. 63).

Torna-se cada vez mais fundamental implementar um ensino do design focado na


experiência, porém, não desvinculada da teoria. Os cursos de design devem se preocupar em
desenvolver uma grade de ensino que torne o aluno um profissional preparado para o
mercado.

Ao mesmo tempo em que o designer tem que, por meio de seu trabalho, estimular o
consumo, tem também que estar consciente de seu papel na sociedade como interlocutor de
novas tendências, preocupar-se com as questões de impacto ambiental, promoção cultural
regional e local e, com a bagagem de conhecimento e prática adquirida na universidade, poder
oferecer a melhor solução, seja para qual for o problema.

O profissional não pode ser apenas técnico, como também, não apenas teórico. É
preciso que o profissional tenha conhecimento interdisciplinar e generalista, porém não
superficial. O designer deve saber e conhecer um pouco de tudo: arte, história, antiguidade,
técnica, geometria, física, atualidade, cultura e muitos outros itens que, tranquilamente,
encheriam esta página.

Alexandre Wolner (2003) enfatiza como deve ser a visão das instituições de ensino
com relação aos cursos de design, ele afirma que

...uma escola que se propõe a desenvolver um programa efetivo de design


não pode estar integrada somente a programas oficiais da atividade
acadêmica. No ensino do design há um grande componente idealístico
presente na preparação de um grupo de profissionais para o atendimento
das necessidades do homem e do meio ambiente. Estas poderão ser
supridas por novas tecnologias, novos materiais, processos industriais,
qualidade dos produtos, dos meios de informação e pelo desenvolvimento
28

da comunicação visual. Isso, naturalmente, de modo integrado a pesquisas


que atendam a indústria.(WOLLNER, 2003, p. 155).

Assim, o ensino assume um papel transformador na profissão. Deixa de ser um mero


transmissor de conhecimento para se tornar em um agregador de conhecimentos, experiências
e novas tendências.

O ensino da profissão edifica toda uma classe de trabalhadores que deverão estar
devidamente preparados para os obstáculos e dificuldades do mercado de trabalho. Daí a
importância de se pensar (não apenas pensar, mas agir) em um ensino sólido, que seja
transformador. Simultaneamente, os alunos deverão estar abertos e dispostos a assumir o
papel de agentes da transformação. De nada adianta atingir o estado da arte no ensino se os
alunos não estiverem compromissados em absorver e praticar o que aprenderão. Faz-se
necessário também motivar o corpo discente para que ensino e aprendizado se tornem uma
única ação. A partir do momento que aprendizado e ensino se tornarem uma única ação, a
disciplina design transporá os muros da academia e se integrará ao ambiente da sociedade,
tornando-se tema indispensável do cotidiano.

Para tanto, o ensino do design precisa deixar de ser um mero atrativo financeiro (no
que tange o interesse das instituições de ensino, particularmente as privadas) e ganhar o status
genuíno de disciplina que deve ser perpetuada com seriedade e qualidade. E isso poderá ser
conseguido com o incentivo e aumento das pesquisas voltadas ao design. No país existem
inúmeros profissionais do design que se destacam pela criatividade e, por isso são
reconhecidos nacional e internacionalmente, no entanto a proporção de pesquisadores do
design é infinitamente menor.

O campo de pesquisa na área é vasto e há muito a ser explorado. É certo que, com o
aumento das pesquisas na área, não só o ensino terá um impulso de crescimento, mas também
crescerá o interesse da indústria em conhecer novas técnicas, novas tecnologias, novos
métodos e processos, podendo gerar novos produtos, novas soluções, novos consumidores.

É chegado o momento de ocorrer um maior desenvolvimento do tema design no país,


desde o âmbito do ensino, da pesquisa e da indústria. Para tanto, como mencionado
anteriormente, o designer torna-se o agente transformador do meio em que atua e convive e
será responsável para que essa transformação seja ética, responsável e sustentável.
29

Em consonância com que mencionamos, Whiteley (1998) reforça:

Precisamos de designers criativos, construtivos e de visão


independente, que não sejam nem ´lacaios do sistema capitalista´,
nem ideólogos de algum partido ou doutrina e nem ´geninhos
tecnológicos´, mas antes profissionais capazes de desempenhar o seu
trabalho com conhecimento, inovação, sensibilidade e consciência.
Às escola de design cabe a responsabilidade de fomentar essas
qualidades no aluno e não uma atitude de atender resignadamente às
vicissitudes de um sistema consumista obcecado com lucros rápidos e
com o curtíssimo prazo. As escolas e faculdades devem satisfações a
toda a sociedade e não apenas àquelas empresas que empregam
designers diretamente. O designer precisa ser formado para ser
verdadeiramente profissional, no sentido em que se fala da profissão
médica, e para ter consciência de suas obrigações para com a
sociedade como um todo e não apenas para com os lucros do seu
cliente. O designer precisa ser hipocrático e não hipócrita.
(WHITELEY, 1998, p. 69).
30

4. AÇÕES DE INCENTIVO AO DESIGN NO BRASIL

O país é carente de ações que possam incentivar e dar impulso ao uso do design, seja
pela indústria, comércio ou serviços, no entanto, o Brasil tem dado passos importantes rumo a
difusão e propagação de novos conceitos de utilização do design.

Diversas instituições têm criados programas de incentivo ao design, como por


exemplo, o SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas, a CNI –
Confederação Nacional da Indústria e até mesmo o Governo Federal. O SEBRAE implantou o
programa Via Design, já o Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, criou o Programa Brasileiro de Design. Lembramos ainda que,
em diversos estados do país, profissionais da área do design se organizaram e criaram
associações que colaboram com a difusão e promoção do design. A seguir falaremos um
pouco sobre cada ação criada e suas respectivas intenções.

4.1. PROGRAMAS

4.1.1. Programa Brasileiro do Design – PBD

O Programa Brasileiro do Design tem por objetivos induzir à modernidade industrial e


tecnológica por meio do design, melhorando a qualidade e da competitividade dos bens e
serviços produzidos no país. Procura, ainda, promover o desenvolvimento do design no país,
motivando empresários para inserir o design no sistema produtivo.

O próprio PBD, em sua página na internet, destaca que o design é o diferencial que
propicia maior valor agregado às exportações, promovendo a oferta de produtos
diferenciados e inovadores, sendo de fundamental importância para a criação de uma
identidade e uma imagem favorável que agrega valor ao produto nacional.

O Programa, desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio


Exterior em 1995, visa atingir o setor produtivo (indústria, comércio e serviços), toda rede de
ensino, seja técnico ou superior, instituições tecnológicas, de promoção, capacitação e de
apoio ao desenvolvimento, além, é claro, do público consumidor de produtos com design.
31

4.1.2. Via Design

Criado pelo Sebrae, o Via Design tem o objetivo de criar uma rede de núcleos e
centros de design em todo o país para atender micro e pequenas empresas além de artesãos. O
programa oferece orientações para que o design possa ser implantado nos serviços e produtos,
agregando, de forma mais ampla, qualidade, inovação e uma melhor capacidade de
atendimento aos consumidores.

Segundo o SEBRAE, o design está nos produtos, nas embalagens, no material


promocional, nos padrões estéticos e ambientais, na identidade visual do produto e da
empresa. Pode determinar a escolha de materiais e modos de produção e, dessa forma,
contribuir para a redução de custos e maior adequação a exigências ambientais. Em maior ou
menor grau, o design está presente em todos os processos internos da empresa: desde a
concepção do novo produto, passando pelo planejamento, a produção, o marketing e muito
intensamente, pela fase de comercialização.

O SEBRAE aplica o programa Via Design por meio de Centros de Design, 15 ao todo,
e também por meio de 85 núcleos de Inovação e Design, num total de 100 unidades
espalhadas pelo país. Tais Centros e Núcleos promovem atividades estaduais e regionais
como exposições, seminários e cursos, além de cadastrar prestadoras de serviço em design e
organizar solicitações de projetos em design.

Segundo Paulo Okamoto (2008), presidente do Sebrae, o design pode operar uma
verdadeira revolução na economia, em especial, se disseminado no ambiente das micro e
pequenas empresas. É esta a razão pela qual o Sebrae está executando o Via Design –
Programa Sebrae de Design, uma iniciativa corajosa e ambiciosa.

4.1.3. Programa SENAI de Gestão do Design

Atuando em 17 estados do Brasil, o Programa SENAI de Gestão do Design incentiva e


conscientiza a indústria nacional em utilizar processos de design em seu meio industrial, seja
na otimização de processos ou no desenvolvimento de novos produtos.
32

O SENAI por meio de seus quarenta Núcleos de Apoio ao Design (NAD), atua em
diversos setores industriais, como artefatos de couro, automação e informática, calçados,
celulose e papel, cerâmica, confecções e têxtil, eletroeletrônica, embalagem, gráfica, joalheria,
madeira, mobiliário, plástico e química.

Em contrapartida aos NADs, o SENAI criou o Portal SENAI Design, um canal de


comunicação que tem por objetivos informar e oferecer referências às indústrias que se
utilizam do design. O portal oferece referências-modelo de casos de utilização do design
regionais e também, referências globais. O primeiro visa oferecer inspiração para a identidade
regional brasileira, adicionando-a no desenvolvimento de produtos novos, com a cara do
Brasil. Já o segunda, é fonte de inspiração para as tendências mundiais e o que está sendo
produzido, em termos de design, mundo afora.

Segundo o texto explicativo no site, o Portal está “focado na promoção da gestão do


design de forma sistêmica, inclusive contribuindo para a disseminação desse conceito como
estratégia de valorização dos bens produzidos, o Portal coloca à disposição informações
exclusivas e especializadas para quem desenvolve produtos”.

4.1.4. Design Excellence Brasil

Criado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e


pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), coordenada pelo
Centro de Design do Paraná, o projeto tem por princípios promover internacionalmente o
design produzido no Brasil e criar uma cultura para que produtos de valor agregado sejam
exportados.

Para tal, o Design Excellence Brasil incentiva a participação de empresários e


estudantes brasileiros do IF Design Award, prêmio de maior relevância na área de design na
Europa. O projeto oferece apoio financeiro e logístico às inscrições de projetos e produtos
brasileiros no prêmio, além de auxiliar na divulgação dos premiados tanto na mídia nacional
quanto internacional.
33

4.1.5. Bienal Brasileira de Design e Inovação

Com média de 35 mil visitantes, a Bienal Brasileira de Design e Inovação contou com
a participação de diversos setores da indústria nacional ao passo que deu a devida importância
aos méritos dos valores culturais e estéticos de cada produto .

Na Bienal foram expostos projetos com inovação tecnológica, desenvolvidos pelos


sistemas de produção de grande porte. Tais produtos propuseram incentivar mudanças nos
processos produtivos e também na forma de consumo atual, geralmente focando a
sustentabilidade.

Produtos de pequena e média escala de produção também estavam representados na


Bienal, todos com grande qualidade de projeto e execução. Projetos de jóias e projetos
artesanais, com foco nas transformações dos valores sócio-culturais, também fizeram parte da
exposição.

Segundo os organizadores, iniciativa privada e estatal, “a realização da Bienal busca a


melhoria e o fortalecimento da imagem do produto nacional, tanto internamente quanto nas
esferas internacionais, delineando os caminhos da inovação e do progresso.”

4.1.6. Portal Design Brasil

Lançado em 2004, em Brasília, é um canal de informações via internet para


estudantes, profissionais, empresários e consumidores interessados em design e inovação. O
Portal pode ser acessado pelo endereço eletrônico< www.designbrasil.org.br >e é uma
realização do Sebrae, Senai, Programa Brasileiro do Design e Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, do Governo Federal.

O Design Brasil disponibiliza diversas informações sobre os programas de apoio ao


design, notícias relacionadas à área, curiosidades para estudantes, incluindo um almanaque
com diversas informações históricas sobre o tema em questão, links etc, agenda com os
principais eventos ligados ao design, no país e no mundo.

O site está focado e três públicos principais: empresários, profissionais e estudantes


Para os empresários o Design Brasil oferece dicas de como desenvolver um produto, como
34

obter financiamentos para isso, como deve ser a contratação de um profissional habilitado
para a assessoria no desenvolvimento de novos produtos. Para os profissionais da área, o
portal informa sobre associações de design, dicas profissionais, oferece revistas e publicações,
além de informações sobre a regulamentação da profissão. Já para os estudantes o Portal
Design Brasil dá dicas de instituições de ensino, nacionais e internacionais, banco de novos
talentos, dicas de publicações e disponibiliza artigos de profissionais já experientes acerca do
tema design e suas aplicações na vida profissional.

Além de informativo, o site Design Brasil é um ambiente colaborativo onde os


interessados, previamente cadastrados, podem compartilhar informações, contribuir com
artigos correlacionados ao tema e trocar experiências profissionais. O portal está sob a
coordenação do Centro de Design do Paraná.

4.2. ASSOCIAÇÕES E ENTIDADES

A fim de colaborar com a propagação do tema design em todo o país e também de


criar meios para que os profissionais dessas áreas pudessem ganhar mais força, foram criadas
em todo o país associações de profissionais de design. A seguir veremos as principais
entidades em atividade no país e suas respectivas atividades.

4.2.1. Centro de Design do Paraná (CDP)

Criado em 1999, em Curitiba, o Centro de Design do Paraná tem por objetivos


disseminar o design e novos conhecimentos correlatos, a fim de colaborar para o
desenvolvimento sustentável e a excelência da indústria nacional.

Sendo a primeira entidade do gênero fundada no Brasil, o CDP é pioneiro em orientar


as suas ações às necessidades das empresas que o procuram. Oferece serviços de gestão de
design, promoção de eventos educacionais e de formação e desenvolvimento de ações de
design.

O Centro coordena ainda o portal Design Brasil, em parceria com o Ministério do


Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, bem como todo o seu conteúdo informativo.
35

Promove o Design Excelence Brasil, citado à cima, além de coordenar e manter a Rede
Paranaense de Design e a Criação Paraná.

4.2.2. Associação dos Designers Gráficos – Brasil (ADG)

A ADG é uma associação de profissionais com abrangência nacional. Foi fundada em


1989 e objetiva fortalecer o design gráfico nacional e incentivar a prática profissional ética
como também o desenvolvimento de seus associados, sejam profissionais ou estudantes.

Anualmente promove a Bienal Brasileira de Design Gráfico além de diversas


exposições e eventos correlacionados ao design. Aos associados, distribui a revista ADG,
além de oferecer diversas publicações.

4.2.3. Associação Catarinense de Design (SCDESIGN)

Fundada em 2004 a Associação Catarinense de Design agrega profissionais,


estudantes, professores, instituições de ensino, além de empresas privadas ligadas ao setor de
design de produto, moda, gráfico e interiores.

Por meio de programas e projetos, a SCDesign procura oferecer aos seus associados
alguns benefícios como por exemplo serviços de qualificação de recursos humanos,
consultorias profissional, ética e jurídica, facilitação de aquisição de softwares, publicação de
catálogos, tabelas de preços, normas etc. Facilita ainda, a obtenção de crédito para o
desenvolvimento de pesquisas na área do design além de promover palestras, exposições e
eventos de incentivo ao design.

4.2.4. Associação Brasileira de Embalagem (ABRE)

A Associação Brasileira de Embalagem promove o aprimoramento das embalagens


criadas e produzidas no Brasil, como também, o crescimento da indústria deste segmento.
36

Aos associados, a ABRE oferece estudos do mercado da embalagem, novas


tendências, além de assessoria jurídica e dados estratégicos e de mercado.

Promove também anualmente o Prêmio ABRE de Design e Embalagem que premia os


melhores trabalhos de cada categoria do concurso.

4.2.5. Associação dos Profissionais em Design do Rio Grande do Sul (ApDesign)

A ApDesign foi criada em 1995 e trabalha para afirmar o design como uma forma
autêntica de expressão cultural, social e econômica, melhorando a qualidade vida.

A Associação dos Profissionais em Design do Rio Grande do Sul promove o Salão


ApDesign, onde destaca os melhores projetos de design do Rio Grande do Sul, conferindo aos
vencedores o Prêmio Bornancini.

4.2.6. Associação dos Designers Gráficos do Distrito Federal (ADEGRAF)

A ADEGRAF visa esclarecer e difundir a importância e as atividades referentes à


profissão, e também congregar profissionais.

A Associação permanentemente informa seus associados sobre a regulamentação e


projetos de lei referentes à profissão, promove palestras e debates sobre design, publica o
catálogo ADEGRAF com trabalhos dos associados, disponibiliza a tabela referencial de
preços de serviços, além de promover eventos e exposições.

4.2.7. Associação Brasileira de Designers do Interior (ABD)

A ABD é uma entidade associativa que reúne profissionais (designers e arquitetos),


estudantes, empresas do ramos de design de interiores. Tem por objetivos representar seus
associados junto a entidades e órgãos, defendendo seus interesses; prega a importância do
profissional de design e contribui para o aperfeiçoamento técnico e humano dos associados.
37

A Associação Brasileira de Designers do Interior organiza ainda congressos e feiras,


simpósios, seminários para promover o crescimento profissional dos sócios. Publica em seu
site, conteúdo técnico e científico, como também edita pesquisas e estudos de mercado do
interesse de todos os associados.

4.2.8. Associação Brasileira das Empresas de Design (Abedesign)

Além de lutar na defesa dos direitos e interesses das empresas associadas, a Abedesign
procura difundir e contribui para o crescimento do mercado. Desenvolve ações, estudos,
pesquisas e projetos que promovam o conhecimento e à cultura. Promovem ainda feiras,
exposições, mostras, treinamentos, congressos, além de incentivar a publicação de livros,
cartilhas e periódicos e demais mídias.

A Abedesign intermedeia os interesses dos associados e facilita as relações com


investidores, colocando o design brasileiro de igual para igual com o que é desenvolvido no
restante do mundo. A entidade também presta consultoria jurídica aos associados.

4.2.9. Associação de Designers de Produto (ADP)

Fundada em 2002 a ADP representa os designers de produto junto à sociedade e


instituições a fim de promover o design no Brasil.

Seu objetivo é aproximar os profissionais, estudantes, empresas atuantes na área com o


intuito de desenvolver, divulgar, promover, apoiar e regulamentar a atividade no país. Para
isso, promover mesas de discussão, debates, fóruns, mostras, exposições, seminários e demais
atividades que façam os profissionais interagir entre si e com a sociedade.

4.2.10. Programa Bahia Design

Criado em 1996, o Programa Bahia Design é uma iniciativa do Instituto Euvaldo Lodi,
do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico e da Associação Brasileira das
Instituições de Pesquisa Tecnológica Industrial.
38

Objetiva fomentar o uso do design na Bahia, criar novo estímulo nas empresas daquele
estado na utilização do design, colabora com micro e pequenas empresas, para que as mesmas
possam também ter acesso a projetos de design.

Para atingir esses objetivos, o Programa Bahia Design, atuará com promoção de
eventos para disseminação do design; gerar integração entre instituições por meio de
convênios e programas de colaboração e; oferecendo formação aos profissionais da área, com
ações de reciclagem e treinamento.

4.2.11. Centro Design Rio (CDR)

Criado por meio do Programa Via Design do Sebrae, tem como missão aumentar a
competitividade das empresas do estado do Rio de Janeiro por meio do design como fator de
inovação, diferenciação e valorização de produtos e serviços.

Juntamente com associações setoriais e instituições governamentais, o Centro Design


Rio direciona as demandas das empresas da cadeia de produção aos profissionais e empresas
de design cadastradas.

Da mesma maneira que as demais entidades de apoio ao design, o CDR promove


eventos, debates, feiras, exposições para promover a difusão cultural, social e fundamental
que o design exerce sobre toda a sociedade.

4.2.12. Centro São Paulo de Design (CSPD)

Lançado em 2001, o Centro São Paulo de Design foi criado depois de um longo
processo de implantação iniciado na década de 1970 pela Secretaria Cultura, Ciência e
Tecnologia e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo FIESP, que naquela
época já se movimentavam para promover o design como ferramenta para o desenvolvimento
industrial e comercial.

O CSPD tem o objetivo de consolidar o design como ferramenta fundamental para a


melhoria contínua dos processos de produção e de seus produtos. O centro é segmentado em
39

vários núcleos, como por exemplo, Núcleo de Gestão de Design, Núcleo de Inovação em
Design de Artesanato, Núcleo de Sustentabilidade etc

O Centro São Paulo Design permite o cadastro de profissionais e entidades ligadas ao


design, como também disponibiliza um banco de currículos para pesquisa. Promove e
incentiva eventos de propagação do design.

4.2.13. Centro de Design do Espírito Santo

Fundado em 2005 a partir de uma iniciativa do Sebrae, juntamente com o Centro


Tecnológico em Computação Gráfica, Faculdades Integradas Espírito-Santenses e a
Companhia de Desenvolvimento de Vitória, objetiva incentivar o uso do design e averiguar o
impacto social econômico dessa atividade na sociedade, sua influência na qualidade de vida
das pessoas, além de incentivar a competição na indústria capixaba.

O centro atende designers, instituições de ensino, micro e pequenas empresas,


estudantes e demais interessados. A inovação e a competitividade são incentivadas por meio
da implantação de programas de design na indústria e no artesanato.

4.2.14. Associação Profissional dos Designers de Pernambuco (APD-PE)

A segunda a ser fundada no país, 1979, a APD-PE conta com o Apoio do Sebrae-PE,
do Governo do Estado e da Prefeitura de Recife.

A associação luta na defesa dos direitos de seus associados, pela valorização do design
e aumento da competitividade da indústria. Fortalece e integra as ações no campo do design
no estado.

4.2.15. Rede Gaúcha de Design (RGD)

Com o propósito de criar junto ao empresariado do estado do Rio Grande do Sul uma
política de investimentos em design, foi fundada em 2003 a Rede Gaúcha de Design, e
40

atualmente conta com o apoio da ApDesign, do Centro Universitário Feevale, da Cooperativa


dos Artesãos do Rio Grande do Sul, da PUC-RS, do Senai e da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.

A RGD busca conscientizar o mercado sobre o diferencial competitivo do design e


torná-lo acessível aos micros e pequenos empresários. Promove ainda ações de conteúdo
inovador, contribuindo para elevar a competitividade do setor e a elevação do padrão de vida
da sociedade gaúcha.

Além de todos esses programas, centros e associações de design, surgem no pai uma
série de iniciativas que convergem e focam as intenções para o mesmo ponto: o incentivo de
ações de utilização do design e a disseminação da cultura do design entre a população.
41

5. CONCLUSÕES

Fica clara e explícita a importância do design na cadeia produtiva como ferramenta


integrada do marketing. Assim, podemos concluir que se faz necessário uma maior
conscientização dos gestores da importância do tema e mostrar o quão fundamental é o design
para o mercado como um todo.

É importante também salientar que ainda é preciso que os profissionais do design


atuem como agentes de transformação, não só dos processos produtivos, mas também da
forma de pensar e encarar o design como uma promissora e indispensável ferramenta de
marketing e, assim, conscientizar os clientes (gestores) de sua importância para a indústria e
para a sociedade.

É preciso ainda repensar o ensino do tema em questão. Desenhar o ensino de uma


forma que prime pela experiência embasada pela teoria, ao passo que o estudante chegue ao
mercado preparado para os desafios de um segmento em constante transformação.

Em apoio a essas ações, novas atitudes devem ser tomadas no quesito de instituições e
organismos de incentivo ao design. No país, pudemos observar bons exemplos de iniciativas
que estão provando a importância de atitudes que possam incentivar, educar e focar no design.
É de suma importância também que estes organismos formem uma rede entrelaçada e que as
ações convirjam para o mesmo objetivo, criando resultados para os diversos segmentos
envolvidos. Nota-se no país um direcionamento de ações para esse sentido.

Acreditamos e, os vários exemplos não nos deixam errar, que o design é uma forte
ferramenta estratégica e deve ser agregada ao planejamento de marketing de toda empresa.
Com isso, empresas que adotam processos de design, assessoradas por profissionais
preparados por instituições sérias e responsáveis pelo ensino de qualidade (conforme proposto
acima), somados as ações de incentivo ao design, fomentadas por uma rede de instituições,
formarão uma cadeia concatenada que além de evoluir a indústria, contribuirá para a evolução
da forma de pensar, agir e interagir de toda uma sociedade. Parece utópico, mas sabemos que
é plenamente possível.
42

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