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Cecília Meireles
Jacareí,
2010
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Alessandra 1, Bárbara 3, Ivandro 10, Paulo 14
Cecília Meireles
Jacareí,
2010
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Sumário
Introdução 4
Biografia 5
Blibiografia de suas obras 8
Caracteríticas de suas obras 10
Poemas analisados 10
Conclusão 13
Bibliografia 14
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Introdução
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Biografia
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Aposenta-se em 1951 como diretora de escola, porém continua a trabalhar, como
produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio
de Janeiro (RJ).
Em 1952, torna-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país
vizinho.
Realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo
conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos
estudos se especializou.
Torna-se sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, em Goa, Índia, em 1953.
Em Délhi, Índia, no ano de 1953, é agraciada com o título de Doutora Honoris
Causa da Universidade de Délhi.
Recebe o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos
de Arte, em 1962.
No ano seguinte, ganha o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro
"Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.
Seu nome é dado à Escola Municipal de Primeiro Grau, no bairro de Cangaíba, São
Paulo (SP), em 1963.
Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes
homenagens públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebe,
ainda em 1964, o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela
Câmara Brasileira do Livro.
Ainda em 1964, é inaugurada a Biblioteca Cecília Meireles em Valparaiso, Chile.
Em 1965, é agraciada com o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra,
concedido pela Academia Brasileira de Letras. O Governo do então Estado da
Guanabara denomina Sala Cecília Meireles o grande salão de concertos e conferências
do Largo da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo (SP), torna-se nome de
rua no Jardim Japão.
Em 1974, seu nome é dado a uma Escola Municipal de Educação Infantil, no Jardim
Nove de Julho, bairro de São Mateus, em São Paulo (SP).
Uma cédula de cem cruzados novos, com a efígie de Cecília Meireles, é lançada pelo
Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ), em 1989.
Em 1991, o nome da escritora é dado à Biblioteca Infanto-Juvenil no bairro Alto da
Lapa, em São Paulo (SP).
O governo federal, por decreto, instituiu o ano de 2001 como "O Ano da Literatura
Brasileira", em comemoração ao sesquicentenário de nascimento do escritor Silvio
Romero e ao centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José Lins
do Rego.
Há uma rua com o seu nome em São Domingos de Benfica, uma freguesia da cidade de
Lisboa. Na cidade de Ponta Delgada, capital do arquipélago dos Açores, há uma avenida
com o nome da escritora, que era neta de açorianos.
Traduziu peças teatrais de Federico Garcia Lorca, Rabindranath Tagore, Rainer Rilke e
Virginia Wolf.
Sua poesia foi traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro,
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hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio
Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman
Frazer, Ernest Widma e Fagner.
Trechos do livro Olhinhos de Gato:
"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi
minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram
muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina,
uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero
e o Eterno.
(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A
noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha
personalidade.
(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e
foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha
vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos,
onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu
olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas
realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não
compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida,
unidos como os fios de um pano."
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Bibliografia de suas obras
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Antologia Poética, 1968
Poemas italianos, 1968
Poesias (Ou isto ou aquilo & inéditos), 1969
Flor de Poemas, 1972
Poesias completas, 1973
Elegias, 1974
Flores e Canções, 1979
Poesia Completa, 1994
Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998
Canção da Tarde no Campo, 2001
Episódio humano, 2007
Obra principal de Cecília Meireles: Olhinhos de Gato. Olhinhos de Gato é um livro que
foi baseado na vida de Cecília, contando sua infância depois que perdeu sua mãe
Matilde Benevides Meireles
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Caracteristícas de suas obras
Poemas analisados
A chuva chove
A chuva chove
A chuva chove mansamente... como um sono
Que tranqüilize, pacifique, resserene...
A chuva chove mansamente...Que abandono!
A chuva é música de um poema de Verlaine...
E vem-me o sono de uma véspera solene,
Em certo paço, já sem data e já sem dono...
Véspera triste como a noite, que envenene
A alma, evocando coisas líricas de outono...
Num velho paço, muito longe, em terra estranha,
Com muita névoa pelos ombros da montanha...
Paços de imensos corredores espectrais,
Onde murmuram, velhos órgãos, árias mortas,
Enquanto o vento, estrepitando pelas portas,
Revira in-fólio , cancioneiros e missais...
Podemos começar esta análise falando sobre o uso das reticências. Bastante freqüente,
elas interrompem a narração do eu-lírico e marcam pausas. É como se a autora não
quisesse terminar o verso, a idéia, e nos convida à reflexão.
Uma marca de entonação está no texto, o ponto de exclamação – “Que abandono!”
Nesse trecho, parece que a autora realça e destaca a sensação de abandono que a chuva
pode significar no eu-lírico e também no leitor.
Observando de perto o uso das classes gramaticais, percebe-se o emprego de muitos
adjetivos, como solene, triste, velho, imensos, mortas, os quais vinculam-se pela
significação de melancolia, de saudade, de recordação.
Para compor o título, a figura de linguagem chamada de aliteração, que é a
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repetição de consoantes, é explorada como recurso estilístico. No caso, temos o som do
ch duas vezes: chuva e chove, numa seqüência palatalizada indicando movimento.
Algo está acontecendo na natureza, mas parece que é um sono. Há o emprego do
conectivo, a chuva é como um sono, e um sono traz paz, tranqüilidade, serenidade.
Parece ser esta a idéia: a chuva significa paz.
A segunda estrofe parece apresentar significados que lembram recordação, memória,
referências a lugares e tempo indeterminados, uma verdadeira viagem ao inconsciente,
proposta dos poetas simbolistas.
O segundo e último terceto ainda faz uma referência aos paços e aos corredores, pois é
neles que murmuram órgãos e árias. Duas referências à música, outra também marca
recorrente dos simbolistas. Esses dois termos são símbolos importados: os órgãos são
instrumentos tocados em missas (talvez a véspera solene), em igrejas, e a ária um tipo
de composição musical mais triste, mais melancólica. Esta ária já sem melodia, morta.
Jogo de Bola
A bela bola
Rola:
A bela bola do Raul.
Bola amarela,
A da Arabela.
A do Raul,
Azul.
Rola a amarela
E pula a azul.
A bola é mole,
É mole e rola.
A bola pula.
É bela e pula.
A de Raul é de Arabela,
E a de Arabela é de Raul.
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seqüência de rimas, esse fonema é oral constritivo lateral sonoro alveolar. Veja a
transcrição fonética onde localiza-se o fonema “L”:
/bela/ /b la/ /R la/ /Raul/ /amarela/ /arabela/ /azul/ /pula/ /m le/
A única consoante surda existente é a consoante < p >, que também é oral oclusiva
bilabial, aparece no vocábulo /pula/.
O fonema < b >, que é bilabial sonoro oclusivo oral, aparece repetindo-se
sucessivamente, tendo sempre como sílaba tônica a sílaba onde esse fonema está
presente, então, sendo paroxítona em todas as palavras ( bela , bola , Arabela ) .
Quanto às vogais, não há ditongo e tritongo, no entanto, existe um hiato no vocábulo
Raul = Ra-ul .
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Conclusão
Dentro de uma fase em que o modernismo se voltava para as lutas políticas, para uma
produção que tinha como objetivo "educar" e conscientizar, Cecília Meireles consagrou
e popularizou uma literatura intimista e introspectiva. Seus poemas têm um cuidado
muito grande com a musicalidade e são envoltos em um universo muitas vezes de
sonho, de fantasia, e até de solidão. E há também a presença do tempo, ou melhor, pela
passagem dele (transitoriedade).
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Bibliografia
http://www.releituras.com/cmeireles_bio.asp
http://poesia-de-cecilia.blogspot.com/2009/08/caracteristicas-dos-poemas-de-
cecilia.html
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