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Alessandra nº1, Bárbara nº3, Ivandro nº10, Paulo nº14

Cecília Meireles

Jacareí,
2010
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Alessandra 1, Bárbara 3, Ivandro 10, Paulo 14

Cecília Meireles

Trabalho exigido pela professora Rachel


na disciplina de Literatura do Colégio
Anglo Cassiano Ricardo.

Jacareí,
2010

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Sumário

Introdução 4
Biografia 5
Blibiografia de suas obras 8
Caracteríticas de suas obras 10
Poemas analisados 10
Conclusão 13
Bibliografia 14

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Introdução

Cecília Benevides de Carvalho Meireles foi poetisa, professora, pedagoga e jornalista.


Uma das representantes da segunda fase do modernismo, tendo um papel importante na
literatura brasileira, já que foi nossa primeira grande escritora e a principal voz feminina
de nossa poesia moderna.

Ela apresentou um estilo de poesia diferente - com algumas características neo-


simbolistas. Abordou temas como a transitoriedade da vida, a efemeridade do tempo, o
amor, o infinito, a natureza, a criação artística. Fazendo grande uso da musicalidade.

Neste trabalho falaremos da vida e da obra dessa nomeada autora brasileira.

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Biografia

Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e


de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de
Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a
única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu
nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua
avó D. Jacinta Garcia Benevides. 
Conclui seus primeiros estudos — curso primário — em 1910, na Escola Estácio de Sá,
ocasião em que recebe de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de Janeiro, medalha de
ouro por ter feito todo o curso com "distinção e louvor". Diplomando-se no Curso
Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1917, passa a exercer o
magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.
Tendo feito aos 9 anos sua primeira poesia, estreou em 1919 com o livro de
poemas Espectros, escrito aos 16 e recebido com louvor por João Ribeiro.
Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos Poemas", em 1923, e "Baladas para El-Rei,
em 1925.
Casa-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem tem três
filhas:  Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, esta última artista teatral
consagrada. Suas filhas lhe dão cinco netos.
Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "O Espírito Vitorioso", uma apologia do
Simbolismo.
Correia Dias suicida-se em 1935. Cecília casa-se, em 1940,  com o professor e
engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.
De 1930 a 1931, mantém no Diário de Notícias  uma página diária sobre problemas de
educação.
Em 1934, organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro
Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de
Botafogo.
Profere, em Lisboa e Coimbra - Portugal, conferências sobre Literatura Brasileira.
De 1935 a 1938, leciona Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária, na
Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ).
Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações
de sua autoria.
Colabora ainda ativamente, de 1936 a 1938, no jornal A Manhã e na revista Observador
Econômico.
A concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia Brasileira de Letras, ao
seu livro Viagem, em 1939, resultou de animados debates, que tornaram manifesta a alta
qualidade de sua poesia.
Publica, em 1939/1940, em Lisboa - Portugal, em capítulos, "Olhinhos de Gato" na
revista "Ocidente".
Em 1940, leciona Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA).
Em 1942, torna-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de
Janeiro (RJ).

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Aposenta-se em 1951 como diretora de escola, porém continua a trabalhar, como
produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio
de Janeiro (RJ).

Em 1952, torna-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país
vizinho. 
Realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo
conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos
estudos se especializou.
Torna-se sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, em Goa, Índia, em 1953.
Em Délhi, Índia, no ano de 1953, é agraciada com  o título de Doutora Honoris
Causa da Universidade de Délhi.
Recebe o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos
de Arte, em 1962.
No ano seguinte, ganha o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro
"Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.
Seu nome é dado à Escola Municipal de Primeiro Grau, no bairro de Cangaíba, São
Paulo (SP), em 1963.
Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes
homenagens públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebe,
ainda em 1964, o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela
Câmara Brasileira do Livro. 
Ainda em 1964, é inaugurada a Biblioteca Cecília Meireles em Valparaiso, Chile.
Em 1965,  é agraciada com o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra,
concedido pela Academia Brasileira de Letras. O Governo do então Estado da
Guanabara denomina Sala Cecília Meireles o grande salão de concertos e conferências
do Largo da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo (SP), torna-se nome de
rua no Jardim Japão.
Em 1974, seu nome é dado a uma Escola Municipal de Educação Infantil, no Jardim
Nove de Julho, bairro de São Mateus, em São Paulo (SP).
Uma cédula de cem cruzados novos, com a efígie de Cecília Meireles, é lançada pelo
Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ), em 1989.
Em 1991, o nome da escritora é dado à Biblioteca Infanto-Juvenil no bairro Alto da
Lapa, em São Paulo (SP).
O governo federal, por decreto, instituiu o ano de 2001 como "O Ano da Literatura
Brasileira", em comemoração ao sesquicentenário de nascimento do escritor Silvio
Romero e ao centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José Lins
do Rego.
Há uma rua com o seu nome em São Domingos de Benfica, uma freguesia da cidade de
Lisboa. Na cidade de Ponta Delgada, capital do arquipélago dos Açores, há uma avenida
com o nome da escritora, que era neta de açorianos.
Traduziu peças teatrais de Federico Garcia Lorca, Rabindranath Tagore, Rainer Rilke e
Virginia Wolf.
Sua poesia foi traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro,

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hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio
Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman
Frazer, Ernest Widma e Fagner.
Trechos do livro Olhinhos de Gato:
"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi
minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram
muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina,
uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero
e o Eterno.
(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A
noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha
personalidade.
(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e
foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha
vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos,
onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu
olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas
realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não
compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida,
unidos como os fios de um pano."

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Bibliografia de suas obras

Criança, meu amor, 1923


Nunca mais... e Poemas dos Poemas, 1923
Criança meu amor..., 1924
Baladas para El-Rei, 1925
O Espírito Vitorioso, 1929 (ensaio - Portugal)
Saudação à menina de Portugal, 1930
Batuque, Samba e Macumba, 1935 (ensaio - Portugal)
A Festa das Letras, 1937
Viagem, 1939
Vaga Música, 1942
Mar Absoluto, 1945
Rute e Alberto, 1945
Rui — Pequena História de uma Grande Vida, 1949 (biografia de Rui Barbosa para
crianças)
Retrato Natural, 1949
Problemas de Literatura Infantil, 1950
Amor em Leonoreta, 1952
Doze Noturnos de Holanda & O Aeronauta, 1952
Romanceiro da Inconfidência, 1953
Batuque, 1953
Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955
Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955
Panorama Folclórico de Açores, 1955
Canções, 1956
Giroflê, Giroflá, 1956
Romance de Santa Cecília, 1957
A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957
A Rosa, 1957
Obra Poética,1958
Metal Rosicler, 1960
Poemas Escritos na Índia, 1961
Poemas de Israel, 1963
Antologia Poética, 1963
Solombra, 1963
Ou Isto ou Aquilo, 1964
Escolha o Seu Sonho, 1964
Crônica Trovada da Cidade de Sam Sebastiam no Quarto Centenário da sua Fundação
Pelo Capitam-Mor  Estácio de Saa, 1965
O Menino Atrasado, 1966
Poésie (versão para o francês de Gisele Slensinger Tydel), 1967

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Antologia Poética, 1968
Poemas italianos, 1968
Poesias (Ou isto ou aquilo & inéditos), 1969
Flor de Poemas, 1972
Poesias completas, 1973
Elegias, 1974
Flores e Canções, 1979
Poesia Completa, 1994
Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998
Canção da Tarde no Campo, 2001
Episódio humano, 2007
Obra principal de Cecília Meireles: Olhinhos de Gato. Olhinhos de Gato é um livro que
foi baseado na vida de Cecília, contando sua infância depois que perdeu sua mãe
Matilde Benevides Meireles 

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Caracteristícas de suas obras

No plano estilístico – ao contrário do coloquialismo dos poetas modernos – há em sua


obra uma tendência à linguagem elevada, sempre carregada de musicalidade. A música,
algumas vezes, parece ser mais importante que o próprio sentido dos versos. Também a
exemplo dos simbolistas, as palavras para a autora mais sugerem do que descrevem. Daí
a força das impressões sensoriais em seus poemas: imagens visuais e auditivas
sucedem-se a todo o momento: O rumor de suas penasera um rumor de fontes brancas
em tardes morenas.Ressalte-se que certas palavras que aparecem continuamente em
seus versos, tais como música, areia, espuma, lua e vento, acabam, por sua repetição
obsessiva, adquirindo uma dimensão metafórica. Simbolizam o efêmero, aquilo que
passa (em geral, os sentimentos do eu-lírico). Opõem-se, por exemplo, à palavra mar,
que é a grande metáfora daquilo que permanece (em geral, o sofrimento).

Poemas analisados

A chuva chove

A chuva chove
A chuva chove mansamente... como um sono
Que tranqüilize, pacifique, resserene...
A chuva chove mansamente...Que abandono!
A chuva é música de um poema de Verlaine...
E vem-me o sono de uma véspera solene,
Em certo paço, já sem data e já sem dono...
Véspera triste como a noite, que envenene
A alma, evocando coisas líricas de outono...
Num velho paço, muito longe, em terra estranha,
Com muita névoa pelos ombros da montanha...
Paços de imensos corredores espectrais,
Onde murmuram, velhos órgãos, árias mortas,
Enquanto o vento, estrepitando pelas portas,
Revira in-fólio , cancioneiros e missais...

Podemos começar esta análise falando sobre o uso das reticências. Bastante freqüente,
elas interrompem a narração do eu-lírico e marcam pausas. É como se a autora não
quisesse terminar o verso, a idéia, e nos convida à reflexão.
Uma marca de entonação está no texto, o ponto de exclamação – “Que abandono!”
Nesse trecho, parece que a autora realça e destaca a sensação de abandono que a chuva
pode significar no eu-lírico e também no leitor.
Observando de perto o uso das classes gramaticais, percebe-se o emprego de muitos
adjetivos, como solene, triste, velho, imensos, mortas, os quais vinculam-se pela
significação de melancolia, de saudade, de recordação.
Para compor o título, a figura de linguagem chamada de aliteração, que é a

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repetição de consoantes, é explorada como recurso estilístico. No caso, temos o som do
ch duas vezes: chuva e chove, numa seqüência palatalizada indicando movimento.
Algo está acontecendo na natureza, mas parece que é um sono. Há o emprego do
conectivo, a chuva é como um sono, e um sono traz paz, tranqüilidade, serenidade.
Parece ser esta a idéia: a chuva significa paz.
A segunda estrofe parece apresentar significados que lembram recordação, memória,
referências a lugares e tempo indeterminados, uma verdadeira viagem ao inconsciente,
proposta dos poetas simbolistas.
O segundo e último terceto ainda faz uma referência aos paços e aos corredores, pois é
neles que murmuram órgãos e árias. Duas referências à música, outra também marca
recorrente dos simbolistas. Esses dois termos são símbolos importados: os órgãos são
instrumentos tocados em missas (talvez a véspera solene), em igrejas, e a ária um tipo
de composição musical mais triste, mais melancólica. Esta ária já sem melodia, morta.

Jogo de Bola

A bela bola 
Rola: 
A bela bola do Raul.

Bola amarela, 
A da Arabela.

A do Raul, 
Azul.

Rola a amarela 
E pula a azul.

A bola é mole, 
É mole e rola.

A bola pula. 
É bela e pula.

É bela, rola e pula, 


É mole, amarela, azul.

A de Raul é de Arabela, 
E a de Arabela é de Raul.

O poema de Cecília Meireles “Jogo de bola" trata-se de um trava língua, no qual, os


fonemas (vogais e consoantes) vão atuando e dando os efeitos necessários ao texto. 
Há um repetitivo aparecimento de consoantes, porém, a única que está presente em
todas os vocábulos é o fonema “L” , que encontra-se na última sílaba de cada palavra
( bela , bola , rola , Raul , amarela , Arabela , azul , pula , mole ),formando uma

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seqüência de rimas, esse fonema é oral constritivo lateral sonoro alveolar. Veja a
transcrição fonética onde localiza-se o fonema “L”: 
/bela/ /b la/ /R la/ /Raul/ /amarela/ /arabela/ /azul/ /pula/ /m le/ 
A única consoante surda existente é a consoante < p >, que também é oral oclusiva
bilabial, aparece no vocábulo /pula/. 
O fonema < b >, que é bilabial sonoro oclusivo oral, aparece repetindo-se
sucessivamente, tendo sempre como sílaba tônica a sílaba onde esse fonema está
presente, então, sendo paroxítona em todas as palavras ( bela , bola , Arabela ) . 
Quanto às vogais, não há ditongo e tritongo, no entanto, existe um hiato no vocábulo
Raul = Ra-ul . 

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Conclusão

Dentro de uma fase em que o modernismo se voltava para as lutas políticas, para uma
produção que tinha como objetivo "educar" e conscientizar, Cecília Meireles consagrou
e popularizou uma literatura intimista e introspectiva. Seus poemas têm um cuidado
muito grande com a musicalidade e são envoltos em um universo muitas vezes de
sonho, de fantasia, e até de solidão. E há também a presença do tempo, ou melhor, pela
passagem dele (transitoriedade).

Suas obras marcaram o modernismo, tornando-a uma importante escritora brasileira.


Seus poemas não lidos e apreciados até os dias de hoje, influenciando diversos autores.

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Bibliografia

http://www.releituras.com/cmeireles_bio.asp

http://poesia-de-cecilia.blogspot.com/2009/08/caracteristicas-dos-poemas-de-
cecilia.html

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