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Anthony Giddens e as conseqüências da modernidade

Para conseguir explicar a visão de Giddens sobre a globalização será necessário examinar
suas idéias sobre o processo de modernização. Isto acontece por culpa da sua crença de que
as sementes da globalização são plantadas pelos processos de modernização. Giddens não
concebe a modernização como representante do começo de uma nova era ou sequer época da
humanidade. Para Giddens a globalização é uma continuação de tendências postas em
movimento pelo processo de modernização que teve início na Europa do século XVIII. A
modernização substituiu as formas de sociedades tradicionais que eram baseadas na
agricultura.

Giddens sugere que o processo de modernização influiu em quatro grandes grupos de


“complexos institucionais da modernidade”. Estes quatro que formam a base do processo de
modernização. Eles são: Poder administrativo, poder militar, capitalismo e industrialização.

O poder administrativo se refere ao crescimento e ao desenvolvimento da nação-estado


secular, esta nova forma de estado é baseado em formas burocráticas e racionais de
administração de sua população, lei e ordem. Tal “Racionalização administrativa” permite,
como diria Giddens, o desenvolvimento de um estado envolvido na sua sobrevivência e na de
outros, populações até então desconhecidas.

O capitalismo e a industrialização então representam as novas formas de produção baseadas e


centradas na produção fabrico-industrial. Igualmente às novas formas de cálculo econômico
como o lucro, ela se tornou dominante na economia moderna, substituindo as formas
tradicionais de produção baseadas primariamente na agricultura.

Finalmente, o militarismo baseado na tecnologia e exércitos profissionais das sociedades


modernas. Esta industrialização bélica permitiu aos estados modernos a satisfatoriamente
encontrar e conquistar as sociedades tribais e impérios absolutistas.

A teoria de Giddens é tanto dinâmica quanto é histórica. Giddens usa a idéia de uma dialética
com a qual expressa esse dinamismo. Para a maior parte da sua aproximação dialética está
centrada sobre o seu conceito de “Desencaixe do espaço-tempo”. Esse é o conceito central o
qual Giddens usa para explicar tanto o movimento histórico de sociedades tradicionais a
modernas e o papel desempenhado pela globalização na aceleração do movimento começado
com o processo de modernização.

Modernidade, tempo e espaço.

As sociedades tradicionais ou pré-modernas são tidas como baseadas sobre relações sociais
as quais são encaixadas no tempo e espaço. Isto acontece pela proximidade que o trabalhador
tem da natureza, por causa da sua confiança na agricultura como meio de subsistência, então
por isso o senso temporal do trabalhador geralmente é baseado em estações. O tempo para
este trabalhador é cíclico (baseado em estações) e local.

Igualmente, o status de tal trabalhador é inerte: isto é, dado ao nascimento com poucas noções
do que nós modernos chamamos de “carreira” e “ascensão social”.

Os tempos pré modernos são marcados pela maioridade da população vivendo em pequenas
vilas. Para a maioria da população, o senso de espaço seja geográfico ou mais importante,
social, era estreito. Muitos vilões eram banidos, pelos senhores feudais, de andarem através
das redondezas de suas comunidades particulares. Neste sentido nós devemos sugerir que,
para tais populações, as idéias de espaço eram fixas. Giddens sugere que nós deveríamos
descrever tais trabalhadores como encaixados em suas comunidades locais.

Giddens aponta para a invenção do relógio como um marco importante para a transição das
sociedades tradicionais para as modernas. O relógio não é baseado no tempo sazonal, mas
num tempo social e artificial. Esta noção de tempo é linear e não cíclica e portanto pode ser
usada para previsões. Igualmente, o relógio permite uma medida de tempo universal e não,
como era o caso, de noções tradicionais de tempo, para uma definição um tanto rústica. Tal
noção moderna de tempo ajuda a produzir um sentimento entre os indivíduos de que o mundo
está encolhendo. As distâncias passaram a diminuir a partir do momento que as comunidades
começaram a calibrar seu senso de tempo com o de outra comunidade do outro lado do globo.

O processo de modernização “distanciou” os indivíduos e as comunidades das sociedades


tradicionais destas noções estreitas de tempo, espaço e status. A modernização “desencaixou”
o indivíduo feudal de sua identidade fixa no tempo e no espaço.

Resumindo, Giddens diz que a modernização e a modernidade são baseadas em um processo,


segundo o qual uma idéia fixa e estreita de “lugar” e “espaço” (que prevalece nos tempos
modernos) são gradualmente destruídas por um cada vez maior conceito de “tempo universal”.
Giddens descreve isso como uma chave para o processo de desencaixe.

Giddens sugere que existem dois tipos de mecanismos de desencaixe: Fichas simbólicas e
Sistemas Peritos. O dinheiro é o seu exemplo favorito do primeiro caso. As comunidades
feudais e tradicionais foram marcadas pelos mercados e feiras locais. Entretanto, em muitos
casos esses mercados eram um suplemento para a atividade essencial e básica de auto-
suficiência do trabalhador caseiro, o qual produzia seus próprios meios de subsistência da
agricultura depois de terem pago o aluguel ao senhor feudal. O dinheiro tinha um valor limitado
para tais artesões por que suas trocas econômicas eram baseadas em empressões de valores
locais e particulares. A modernização destruiu tais formas e as substituiu com uma forma de
trocas “universal”: o dinheiro. O dinheiro passou a agir como meio de troca geral e universal, ao
contrário das trocas particulares e locais entre os indivíduos. O Dinheiro foi então capaz de
mover os indivíduos de contexto local a global e pode então estabelecer relações sociais
através do tempo e do espaço. O dinheiro fez o mundo parecer diminuir. A globalização
acelerou o processo que começou com a modernização. Se considerarmos que a
modernização criou a noção de uma moeda nacional que varreu todas as diferenças locais
dentro de uma fronteira nacional, podemos afirmar que a globalização varreu todas as
diferenças entre moedas nacionais. Testemunhe o nascimento do “Cartão de Crédito” e
presencie a satisfação da Europa em gerar uma moeda local para todas as comunidades da
Europa, o Euro.

Os Sistemas peritos surgem como resultado das revoluções científicas e o aumento em


conhecimento técnico e o conseqüente aumento na especialização. Por causa da sua
afirmação de suas formas de conhecimento “científica” e “universal” estes sistemas
especialistas não são dependentes de um contexto e podem, a partir disso, estabelecerem
relações sociais através de grandes períodos de tempo e espaço. Igualmente, enquanto esses
sistemas especialistas criam seus grupos de experts e conhecimento um abismo social é criada
assim como um aumento entre o profissionalismo dos praticantes e dos seus grupos de
clientes. Um bom exemplo de tais sistemas especialistas é o “Sistema médico moderno” de
cuidado à saúde. Um modelo baseado nas reivindicações universais da ciência. Um modelo
que se estende através do globo, com outras perspectivas de cuidados à saúde pode ser ou
ridicularizado ou rotulado “alternativo”.
Os Sistemas Peritos

As sociedades modernas passaram a confiar nestes Sistemas Peritos. Mas enquanto elas
fazem isso, diz Giddens, isto significa que “confiança” é, com uma certeza cada vez maior, a
chave do relacionamento entre o indivíduo e esses sistemas peritos. Na verdade, bem como o
Funcionalista, Talcott Parsons, Giddens sugere essa confiança como o “cimento” responsável
por manter as sociedades modernas juntas. Onde confiança é, o que pessoas podem
questionar, aquilo que Giddens chama de “insegurança ontológica”. Literariamente, indivíduos
e grupos sociais, irão sentir uma certa insegurança no que refere à sua realidade social.

http://pt.shvoong.com/social-sciences/anthropology/1677758-consequencias-da-modernidade/

AS CONSEGUENCIAS DA MODERNIDADE. ANTHONY GIDDENS.

RESUMO: O objetivo deste trabalho é abordar as transformações sociais, causadas pelo


avanço tecnológico e perceber através do olhar de Antony Giddens as principais mudanças
desencadeadas por esse processo. O autor argumenta que não viemos num mundo pós-
moderno, talvez esse mundo esteja a caminho, mais não estamos vivendo nele, ainda não! Ao
invés disso vivemos as conseqüências da modernidade. Hoje em dia existem muitos debates
sobre os conceitos para definir o período em que vivemos. Pós-modernidade, sociedade da
informação, sociedade de consumo e pós-modernismo. Anthony Giddens coloca em pauta para
discursão questões como segurança, perigo, confiança e risco usando-os para definir os
complexos mecanismos que separam o moderno do pré-moderno, e com auxilio de sistemas
de desencaixe e tempo e espaço procura compreender a própria modernidade. O autor cita as
descontinuidades da modernidade e da historia da humanidade como um todo, pois existem
descontinuidades em varias partes do desenvolvimento histórico-como, por exemplo, nos
pontos de transição entre as sociedades tribais e a emergência de estados agrários. Ao mesmo
tempo Giddens observa que as organizações institucionais modernas, sob alguns aspectos são
únicas-diferentes em formas de todo tipo de ordem tradicional. Sendo assim capturar a
essência das descontinuidades em questão torna-se fundamental para compreensão do
contexto atual da modernidade. Criando-se assim um novo cenário para ser analisado, já que
as instituições modernas não podem ser enquadradas nos métodos utilizados para analisar
outras organizações de tempos passados, pois estas instituições possuem características
únicas, propicias e validas apenas no contexto atual em que se encontram. Espero buscar
auxilio em seu livro: “AS CONSEGUENCIAS DA MODERNIDADE .” Para iluminar o debate que
envolve o contexto atual da modernidade. Anthony Giddens descreve modernidade como
“estilo, costume de vida ou organização social que emergiram na Europa no SECULO XVII e
que de certa forma influenciaram o mundo” (1991,p.11). No final do século XX, muinta gente
afirma que estamos no limiar de uma nova era, um passo além da própria modernidade, para
Giddens estamos vivendo as conseqüências da modernidade que de forma geral, padroniza e
cria o contexto da tão comentada globalização. Devo neste momento começar a levantar as
questões que mais chamaram a minha atenção dentro do livro começando com segurança e
perigo, confiança e risco. Modernidade tempo e espaço, desencaixe e modernidade ou pós-
moderniade? O autor afirma que a modernidade e um fenômeno de dois gumes, o
desenvolvimento das instituições sociais modernas e sua difusão em escala global, associadas
aos avanços tecnológicos criariam um cenário propicio que contribuiriam para que os seres
humanos gozassem de uma vida melhor, isso teoricamente falando. Pois em sua pratica existe
a questão da “Oportunidade” enfatizada por Giddens como o lado sombrio da modernidade que
se tornou muito evidente no século atual (Giddens,1991). Baseando-se em teorias fortemente
enfatizadas pelos fundadores clássicos da sociologia como Marx, Durkeim e Max Weber.
Giddens cita o ponto de vista dos três mais importantes contribuidores da sociologia moderna.
Para Marx e Durkheim a era moderna seria turbulenta, já Max Weber tinha uma visão mais
pessimista dos três. Mais não se poderia prever o quanto extensivo viria a ser o lado mais
obscuro da modernidade. Todos os três autores viram que o trabalho industrial moderno
possuiria características de ordem degradantes, submetendo muitos seres humanos á
disciplina de um trabalho maçante e repetitivo. O que eles não previram foi que o
desenvolvimento das “forças de produção” teria um potencial destrutivo de larga escala em
relação ao meio ambiente material. Nunca houve por parte da sociologia, grandes
preucupações ecológicas e preservação do meio ambiente. Não e de se estranhar que
sociólogos dos dias de hoje encontram dificuldades em desenvolver uma avaliação sistemática
delas.
O artigo continua! Se você gostou aguarde que estarei escrevendo a segunda parte em breve.

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