UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DISCIPLINA: SOCIOLOGIA DA VIDA COTIDIANA

PROFESSORA: PEREGRINA CAPELO

ALUNA: JOSILEINE ARAUJO DE ABREU

Perguntas em sala:

1- A relação entre cultura e sociedade contemporânea é foco de

interesse de Stuart Hall. Comente esta afirmativa, tendo como
base o conceito de diáspora, globalização e de identidade.

Toda trajetória do pensamento de Hall passa por convicções democráticas e pela

aguçada observação da cena cultural moderna. A maioria de seus textos teóricos
responde a uma conjuntura especifica, incluindo aí um momento da discussão teórica
sobre a cultura.
Ele desenvolve a questão da diáspora, relacionada com as complexidades de se
imaginar a nação e a identidade, numa era de globalização crescente. Hall ressalta a
importância das questões geradas pela diáspora, por serem centrais não apenas para
seus povos, mas para as artes e culturas que produzem, onde um certo sujeito
imaginado está sempre em jogo.
Para pensar essa sociedade contemporânea Hall trabalha com o processo da
globalização, evidenciando-se não como um fenômeno novo, mostrando como as
identidades, que antes eram concebidas como estabelecidas e estáveis, estão sendo
refutadas num processo de diferenciação latente e proliferante. A questão da diáspora
colocada pelo autor é a importância que esse processo tem em lançar sobre as
complexidades, não simplesmente de se construir, mas de se imaginar a nação e a
identidade caribenha, num constante processo de transformação, onde as identidades
se tornam múltiplas.
O autor sempre esteve engajado em dialogar uma teorização complexa e inovadora
com as demandas de segmentos sociais. Como pensar o conceito de identidade
diante de realidades sociais tão diferenciadas, carregadas de idiossincrasias? Foi
exatamente reconhecendo essas características do conceito de identidade que Hall
nos apresenta uma ligação entre o conceito de identidade e diáspora. O individuo em
situação diasporica, sofre constantes mutações, devido ao contato com outras
realidades culturais, tornando-se assim, um indivíduo de identidades múltiplas,
contraditórias, plurais e fragmentadas, ou seja, o sujeito pós-moderno é conceituado
como não tendo uma identidade fixa. Sua identidade é transformada continuamente
em relação aos sistemas culturais que nos rodeiam.