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Ano: 7º Turma: Data: _____________________________________

Lições n.º: ______________ O professor:


Língua Portuguesa

Um dia, Batara Guru, o Senhor dos Deuses, estava a construir o seu novo palácio e
mandou um recado a todos os deuses do Céu para que cada um trouxesse uma grande
pedra para as fundações do seu palácio. Todos prometeram obedecer à ordem, excepto o
Deus Serpente. Quando o Deus Mensageiro o foi visitar, o Deus Serpente abanou a
cabeça tristemente e disse:
- Como podes ver, não tenho pés nem braços. Como posso eu transportar uma pedra?
Falou e três grandes lágrimas rolaram-lhe pelas faces. Quando as lágrimas caíram no
chão, transformaram-se em três ovos brancos.
- Leva esses ovos ao Senhor dos Deuses e conta-lhe exactamente o que se passa!
-disse o Deus Mensageiro ao Deus Serpente.
E, assim, o Deus Serpente dirigiu-se ao palácio real, levando cuidadosamente na
boca os três ovos. No caminho encontrou a Águia Real.
- Aonde vais, Deus Serpente? – perguntou a Águia Real.
Mas a boca do Deus Serpente estava tão cheia com os ovos que não conseguiu
responder. A Águia Real repetiu a sua pergunta mais duas vezes e, não obtendo
resposta, ficou muito zangada. Começou a picar o Deus Serpente na cabeça. Aquilo
doía tanto que o Deus Serpente deu dois altos gritos e, de cada vez que abriu a boca,
caiu-lhe um ovo.
Quando os ovos caíram no chão, partiram-se e de cada um deles saiu um porquinho.
Os dois porquinhos foram adoptados por uma vaca e criados juntos com o seu próprio
vitelo.
O Deus Serpente entristeceu-se por ter perdido os dois ovos, mas, por sorte, ficou
com um a salvo na boca. Trouxe esse último ovo ao Senhor dos Deuses que ordenou-lhe
que guardasse esse ovo até o chocar e, então, lho trouxesse com o que dele saísse.
O Deus Serpente levou o ovo para casa e teve muito cuidado com ele. Por fim,
passado um mês, o ovo abriu-se e saiu de lá de dentro uma linda bebé. O Deus Serpente
apressou-se a levar a bebé ao Senhor dos Deuses, que adoptou a menina como sua
própria filha e lhe deu o nome de Dewi Sri. Ela era tratada como uma princesa no
palácio real, com todo o amor e cuidado que uma filha do Senhor dos Deuses podia ter.
Passaram os anos e Dewi Sri cresceu e tornou-se uma linda jovem. Era tão gentil e
tinha tão bom coração como era bonita, e toda a gente que a conhecia a amava. O
próprio Senhor dos Deuses lhe demonstrava tanto afecto que os outros deuses
começaram a temer que ele pudesse querer casar com ela. A lei dizia que um pai não
podia casar com a filha, mesmo que fosse um deus e ainda que ela fosse apenas filha
adoptiva. Os deuses temiam que, se essa lei fosse violada, todo o reino fosse destruído.
Por isso, reuniram-se em segredo e decidiram que Dewi Sri tinha de ser morta. Esta
decisão encheu-os de tristeza, mas pensavam que era a única maneira de salvar o reino.
Por isso, os deuses puseram veneno numa das peças de fruta que Dewi Sri preferia e
deram-lhe. Logo que a comeu ficou doente. Dia após dia enfraquecia cada vez mais e
acabou por morrer. Era exactamente como se o fino caule de uma tenra flor tivesse
murchado, caindo para o chão. Enterraram o corpo de Dewi Sri com cerimónias reais,
mesmo ao lado de um pagode com um triplo telhado, e deixaram um servidor real para
guardar a sepultura e a regar diariamente, para que as flores crescessem à sua volta.
Pouco tempo depois, da sepultura brotou uma estranha planta que ninguém tinha
visto até então. Era a planta celestial a que chamamos agora “arroz”.
Cresceu rapidamente e deitou muitas espigas, que amareleceram a seu tempo e
produziram muitos grãos de arroz.
Quando o Senhor dos Deuses viu este milagre, disse ao servidor real que apanhasse
da terra algumas sementes de arroz e que as desse ao rei do país de Pajajaran.
- Diz ao rei – disse ele – que estas sementes são um presente meu. O seu povo que
as plante e cuide bem delas e, então, nunca mais ninguém terá fome porque o arroz é o
alimento da vida.
O rei de Pajajaran ficou muito contente por receber aquele maravilhoso presente do
Céu e distribuiu o arroz pelo seu povo. O real servidor do Céu ensinou ao povo como
devia plantar as sementes nos arrozais e nas encostas das colinas, como devia fazer a
colheita das plantas e como devia debulhar o arroz. Então, uma deusa do Céu desceu à
Terra e ensinou todas as raparigas a cozinhar o arroz e a servi-lo de muitas maneiras
deliciosas. Desde aí, o povo de Pajajaran nunca mais teve falta de alimento. Durante
muitos anos viveu-se em paz e alegria em Pajajaran.
in “Lendas da Ásia”, versão de Ati Kartahadimadja, tradução de Pedro Támen, Ed. António Ramos

1- Agora que já leste esta lenda sobre a história do arroz, preenche a seguinte
grelha de acordo com as informações do texto.

Personagens intervenientes

Razão pela qual o Deus


Serpente não podia obedecer a
Batara Guru

Razão pela qual o Deus


Serpente deixou cair os seus
ovos

Razão pela qual os deuses


temiam a destruição do reino

Plano para aniquilar Dewi Sri

Consequências da sua morte

O professor,

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