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Módulo 6 Industrialização 

MÓDULO 06

A
INDUSTRIALIZAÇÃO
GERAL



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Módulo 6 Industrialização 

Roteiro

1. As etapas da industrialização.
2. O desenvolvimento industrial e sua importância.
3. A concentração industrial em determinadas regiões do globo terrestre.
4. Tipos de indústria.
5. Revolução técnico - científica.

Objetivos

• Perceber a importância da indústria e a transformação que ela provoca;

• Entender as etapas da industrialização: artesanato, manufatura e indústria


moderna;

• Compreender o surgimento da burguesia e as causas que os levou a se


tornarem donos dos meios de produção e o surgimento das duas classes sociais
dentro do capitalismo;

• Analisar os principais fatores da concentração industrial;

• Perceber as mudanças ocorridas pela terceira revolução industrial e como essas


mudanças afetam a sua vida;

• Entender a importância da Pesquisa & Desenvolvimento e as possibilidades de


investimentos;

• Compreender porque a robotização é importante para as indústrias e porque ela


tem substituído o homem.

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INTRODUÇÃO

O que seria da humanidade sem indústrias?


Será que hoje, a indústria atingiu o seu estágio máximo?

e você fizer uma retrospectiva histórica vai esclarecer estes questionamentos e


perceber as transformações no mundo neste final
de milênio.

A indústria, isto é, a transformação da


matéria-prima em produtos elaborados, mudou
radicalmente a economia e a política mundial.
Podemos dizer que a máquina a vapor foi a base
da Revolução Industrial, que deu início à
sociedade urbano- industrial e ao mesmo tempo
modificou a natureza, a partir do século XVIII.

Atualmente a reestruturação produtiva


está constantemente alterando a posição relativa
das regiões e dos países, fazendo com que
aqueles que têm um complexo e diversificado parque industrial percam a posição
para novas áreas, onde novas formas de produzir estão sendo implantadas.

Você já pensou no que seria de cada um de nós, se tivéssemos que fabricar


nossas próprias roupas, sapatos, talheres, móveis, enfim tudo o que usamos no
nosso dia-a-dia?

Hoje, a atividade industrial é


básica para qualquer sociedade
moderna. Para você ter uma idéia,
existe até a expressão sociedade
industrial, que é usada para definir as
nações que entraram no processo de
evolução tecnológica de intensa
urbanização, de sofisticada
mecanização do trabalho e de
desenvolvimento dos transportes.

Se a industrialização
modificou toda a sociedade
moderna como foi o processo de
seu desenvolvimento?

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Indústria é o conjunto das atividades realizadas na


transformação das chamadas matérias-primas em
estado bruto ou não – em bens de produção e
consumo.

Antes da indústria moderna, a produção passou por dois estágios: o


artesanato e a manufatura. É o que nós vamos ver agora.

O artesanato é a fase inicial da indústria


O artesão e sua família, com o uso de ferramentas simples, realizavam todas
as etapas do trabalho, desde a preparação da matéria-prima até o produto final, por
isso não havia divisão de trabalho.

O produto dependia basicamente da capacidade de trabalho do artesão e de


suas qualidades ou habilidades. Exemplo: para a produção artesanal de sapatos o
artesão sozinho realiza todas as etapas para a elaboração desse artigo (curte o
couro, corta-o, faz a sola e o salto, prega, pinta, costura etc.)

MAS, A PRODUÇÃO ERA PEQUENA E LENTA.

No século XIV e XV alguns artesãos passaram a comercializar seus produtos


e outros se associar aos grandes comerciantes. Desenvolvia-se a economia de
mercado – o capitalismo mercantil, propriamente dito.

Para defender seus interesses, organizaram-se nas chamadas corporações


de ofício. Estas estabeleciam limites para o volume da produção e o número de
trabalhadores, além de controlar o preço dos produtos. Com este sistema foi
formada uma nova classe social, a burguesia que se tornava cada vez mais
poderosa, porque era composta em sua maioria, por
EXISTE DIVISÃO comerciantes que se tornaram ricos.
DE TRABALHO NA
SUA CASA ? A partir do século XVI, os trabalhadores
COMO SÃO ESSAS começaram a se organizar em grupos para executar
TAREFAS ? tarefas. Estava nascendo a Divisão Social do
Trabalho . Todas as tarefas eram complementares da
produção. Passaram a utilizar máquinas simples. É
a fase da manufatura.

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Nessa fase o trabalho dependia essencialmente da habilidade do homem e
não da máquina. Exemplo: Um trabalhador curte o couro, outros fazem a sola, outros
pintam o calçado, etc. Essa é a divisão do trabalho, cada trabalhador se especializa
em uma parte do produto, mesmo sendo empregado o trabalho manual e o emprego
de poucas máquinas.

No final do século XVII e início do século XVIII os trabalhadores das


manufaturas e os artesãos viram-se obrigados a vender sua mão-de-obra por
estarem desprovidos dos instrumentos necessários para seu trabalho, porque eles
haviam encarecido de tal forma que os trabalhadores ficaram impossibilitados de
adquiri-los. É nesta fase que surge o proletariado (trabalhador que vende sua força
de trabalho por salário).

Os burgueses tornaram-se proprietários dos instrumentos de produção e se


fortaleceram com o trabalho alheio. “O capitalista, indiretamente, começou a
controlar o saber técnico do trabalhador, passou a ter controle sobre a sua
produtividade.

O desenvolvimento do comércio e das cidades, o aumento da população, a


modificação das relações de trabalho, a expansão marítimo-comercial européia e a
colonização do continente americano criaram condições favoráveis para a eclosão
da Revolução Industrial na segunda metade do século XVIII, na Inglaterra, dando
origem à indústria moderna.

MAS, O QUE É INDÚSTRIA MODERNA?

A indústria moderna caracteriza-se por uma intensa e complexa divisão do


trabalho, isto é, uma especialização do trabalhador em determinada atividade. Há
uso de máquinas movidas por modernas formas de energia, produção em série e em
grande escala.

Em vista disso o trabalhador


acaba perdendo a idéia de como se faz
todo o produto. O fato mais
característico da indústria moderna é o
grande emprego de máquinas.

A habilidade humana torna-se


apenas um complemento da máquina,
resumindo-se apenas em saber fazê-la
funcionar. Exemplo: No caso da fábrica
de sapatos, há uma máquina para pregar, outra para pintar e assim por diante; os
trabalhadores fazem-nas funcionar, isso chama-se robotização.

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Você sabe o que é ROBOTIZAÇÃO ?

É a industrialização nas quais os trabalhadores apenas cronometram tempo,


controlam qualidade, colocando as peças no lugar adequado das máquinas, mas
são as máquinas que fazem o trabalho com um ritmo muito intenso que não
depende mais da vontade dos trabalhadores, mas sim da possibilidade das
máquinas.

Isso faz com que haja uma redução acentuada do número de trabalhadores
causando o desemprego.

A indústria moderna foi responsável pelas grandes tranformações urbanas:


multiplicação de diversos ramos de serviços que caracterizam as cidades
modernas; desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação, que nacional
ou mundialmente, interligam as regiões, criação de novas profissões... Também foi
responsável pelo aumento de produtividade agrícola e pelo êxodo rural, pela
introdução de um novo modo de vida e de novos hábitos, pelo estabelecimento de
uma relação entre a sociedade e a natureza. Modificou também as relações sociais
e territoriais, aprofundou a competição entre povos, dinamizou a economia e
intensificou os intercâmbios comercias, culturais e étnicos.

Você já observou que o desenvolvimento industrial se processou e se processa de


forma bastante desigual. Muita gente, no interior do Brasil e em áreas mais
atrasadas no mundo, nunca viu uma fábrica, embora consuma algum tipo de produto
industrializado, já que a indústria, apesar de restrita a poucos lugares do planeta,
estabeleceu uma série de relação em âmbito local, regional e mundial.

No mapa abaixo, você poderá observar a distribuição das áreas


indústrias no planeta.

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Por que as indústrias se distribuem de forma desigual?

Ao analisar o mapa-múndi podemos notar que as indústrias se concentram


em poucos lugares, principalmente nos países do norte.

Essa concentração se deve a fatores:


Imperialista
 A difusão do sistema fabril; – Política de
 A acumulação de capitais decorrentes da expansão expansão e
comercial; dominação
 A expansão do mercado consumidor e de matéria-prima, territorial e ou
derivada da dominação imperialista; econômico de
 A criação de infra-estrutura básica, como a rede de uma nação
transporte e comunicação. sobre a outra.

Para entender melhor o processo industrial vamos analisar, do ponto de vista


histórico e social, os fatores acima citados que caracterizavam as diferentes fases
da Revolução Industrial.

PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Por volta de 1790, o escocês James Watt inventou a primeira máquina a


vapor e mudou todo o curso da história.

Vale lembrar que a ciência e a tecnologia da época passaram a produzir


máquinas movidas pela energia retirada do meio ambiente.

“ A criação Watt acionou a Revolução Industrial, que deu início à sociedade


moderna urbana, à era da energia da água, do vapor dos ventos ou de qualquer
outro tipo de energia que pudesse mover máquinas. A partir daí, começou um
processo de poluição cada vez maior da atmosfera pela multiplicação de chaminés e
motores industriais.
A ciência então voltou-se para a natureza não mais para examiná-la, mas
para extrair-lhe a energia, tomando emprestada a força de seus elementos.”

HELENE, M. Elisa M. Ciências e Tecnologia de mãos dadas como poder.

Durante a primeira Revolução Industrial, isto é, no final do século XVIII até a


metade do século XIX, a principal fonte de energia foi o carvão mineral... Por essa
razão houve grande desenvolvimento industrial em torno das principais bacias
carboníferas do Reino Unido, particularmente, da Inglaterra, que na época era a
grande potência econômica.

Já as riquezas acumuladas durante a expansão marítima (1453 – 1789), as


imensas reservas de carvão mineral e do minério de ferro, favoreceram o
desenvolvimento das siderúrgicas, e conseqüentemente : indústria naval, ferroviária,
metalúrgica.

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Assim, a Inglaterra pôde acumular ainda mais capitais e dispor de matérias-


primas, energia, avanços técnicos. Observe no mapa a seguir as principais
indústrias do Reino Unido, em especial as inglesas.

A Inglaterra por muito tempo foi indiscutivelmente a grande potência


industrial, mas as bases técnicas da indústria eram simples. Predominavam : a
máquina a vapor, as indústrias têxteis. A grande fonte de energia era o carvão
mineral.

Aos poucos, a indústria moderna foi se expandindo para outros países, como
França, Estados Unidos, Alemanha, Japão, Austrália, Itália, Canadá, Ex - União
Soviética (CEI), etc.
Já nos meados do século XIX, com a descoberta de novas fontes de energia
como petróleo e eletricidade, inicia-se uma nova fase.

Responda em seu caderno!!!

1- Você estudou que toda mudança tem custos elevados. Identifique esses
custos, no caso do desenvolvimento industrial.
2- As fábricas do século XVIII substituíram as antigas oficinas artesanais.
Explique o que eram essas oficinas e as diferenças entre elas e o sistema
de fábricas.
3- Escreva, quais os fatores que contribuíram para que se originasse a
indústria moderna?
4- Ao analisar o mapa-múndi, você observa que os países de primeiro
mundo se localizam no Hemisfério Norte. Por quê?
5- A indústria moderna foi responsável pelas grandes transformações
urbanas. Explique quais são essas transformações.

SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Com o passar do tempo a liderança inglesa foi sendo substituída por outras
economias mais dinâmicas, principalmente pelos Estados Unidos, Alemanha e
Japão. Ocorreram grandes inovações técnicas proporcionadas pela descoberta da
eletricidade e dos motores elétricos.

O carvão como combustível, foi substituído pelo petróleo que se tornou a


principal fonte de energia mas continuava sendo importante para as indústrias
siderúrgicas, por assegurar temperaturas elevadas aos altos fornos e também servir
de matéria–prima juntamente com o minério de ferro, para a obtenção do aço.
Perdeu a importância locacional na indústria, uma vez que, o petróleo e a
eletricidade são facilmente transportados. Esse fator permitiu a dispersão na
distribuição geográfica das fábricas. Inicia-se a nova fase da indústria moderna.

No lugar das indústrias têxteis, as mais importantes passaram a ser


siderúrgicas, metalúrgicas e, notadamente a petroquímica e automobilística.

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Também houve uma acelerada modernização do sistema de transporte e de
comunicação que permitiu a dispersão locacional das indústrias.

J á a disponibilidade de mão-de-obra e o mercado consumidor, foram e continuam


sendo fundamentais na localização das indústrias, o que justifica que o
fenômeno industrial sempre esteve e está ligado às grandes cidades, como :
Londres, Paris, Nova Yorque, Tóquio, São Paulo, Cidade do México, etc. Muitas
dessas cidades foram e continuam sendo entroncamento de rodovias, ferrovias e
aerovias que facilitam o fluxo de matérias-primas e de produtos industrializados.
São essa cidades que abrigam as sedes de bancos e escritórios de grandes
empresas.

Veja que as cidades industriais atraíram e atraem cada


vez mais pessoas, aumentando ainda mais a concentração
demográfica. O fenômeno urbano e o fenômeno industrial se
constróem mutuamente ao longo da história, pois as cidades
crescem e desenvolvem sua infra-estrutura e o espaço torna-se
cada vez mais socializado e organizado para atender às
demandas do capital e das necessidades da população. Assim
surgiram inúmeras indústrias que podemos classificá-las de
acordo com a produção e o destino das mesmas.

Resumindo você tem:

∀ Indústrias de bens de
produção, também chamadas
de base ou pesada tendem a
se localizar próximo das
fontes fornecedoras, portos ou
ferrovias, por exemplo:
siderúrgicas, petroquímicas,
de cimento;

∀ Indústrias de bens de
capital ou intermediárias
têm a finalidade de equipar
outras indústrias por isso,
tendem a se localizar próximo
das regiões industriais;

∀ Indústrias de bens de
consumo não duráveis
(bebidas, alimentos, calçados)
ou duráveis (móveis,
automóveis, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos), localizadas nas regiões
industriais, destinam-se ao mercado consumidor.

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A LUTA CONTINUA...

Na Segunda Revolução Industrial ainda continua a grande jornada de trabalho


e baixos salários. A industrialização moderna caracteriza-se por uma intensa e
complexa divisão do trabalho. Nesse período que se iniciou o processo da expansão
capitalista, a lei da mais valia, objetivando o lucro. O chamado mais valia consiste
em produzir mais que o valor pago pelo trabalho a fim de obter mais lucro.

Só após uma longa história de lutas e conquistas é que a classe trabalhadora


consegue reduzir a jornada para oito horas diárias, o trabalhador torna-se mais
especializado e o trabalho mais técnico. Conquista principalmente direitos individuais
e alguns benefícios sociais.

Note que a partir da segunda metade do século XX a mão-de-obra tornou-se


tão cara nos países industrializados que os empresários passaram a procurar novos
espaços onde pudessem aplicar os capitais acumulados. Com a mão-de-obra barata
que lhes permitissem continuar crescendo. E, assim começa a expansão das
multinacionais, estas são responsáveis pela internacionalização das atividades
industriais, comerciais e culturais.

Entretanto, ainda existem muitos lugares com atividades industriais


rudimentares, que praticamente estão na fase do artesanato. A maioria das nações
subdesenvolvidas estão de passagem da Primeira para Segunda Revolução
Industrial, enquanto que os países emergentes como o Brasil, a China, o México e
muitos outros lutam para atingir um estágio mais avançado, possuindo já algumas
ilhas prósperas tecnologicamente e, os países ricos que estão em plena Terceira
Revolução Industrial, que será o nosso próximo assunto.

Responda em seu caderno!!!

1- Relacione o uso do petróleo como combustível com a dispersão na


distribuição geográfico das fábricas.

2- Cite exemplos de indústrias de base que se desenvolveram próximo ao


local onde existiam as matérias-primas que usavam.

3- Explique porque o fenômeno industrial está sempre ligado às grandes


cidades.

4- Escreva porque surgiram as multinacionais.

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TERCEIRA REVOLUÇÃO
OU
REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA

Após a Segunda Guerra Mundial a ciência e a tecnologia estão


estreitamente ligadas à atividade industrial e às outras atividades econômicas:
agricultura, pecuária, comércio e serviços (idéias, técnicas, novas formas de
utilização de recursos).

A microeletrônica, o microcomputador, o software, a telemática, a robótica, a


engenharia genética, os semicondutores são alguns símbolos dessa “nova era”.

OS NOVOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO

“ O trabalho repetitivo tem sido substituído pelo trabalho criativo que


atende às constantes variações do cotidiano da linha de produção . Começam a
surgir os CÍRCULOS DE CONTROLE DE QUALIDADE, CCQ, nos quais grupos de
trabalhadores reúnem-se discutem a melhoria da qualidade do produto e o aumento
da produtividade. Antes como você já viu a responsabilidade e a habilidade de cada
trabalhador ficavam restritas a uma única tarefa, nos círculos de controle de
qualidade implantados nas empresas mais modernas, o trabalhador passa a ter
conhecimento de todo o processo produtivo e a nele intervir. É provável que em
pouco tempo o trabalho repetitivo, característico da indústria até recentemente, fique
restrito à ação de máquinas
.
O Japão tem sido pioneiro na criação dos novos métodos de produção, mais
ágeis e flexíveis que estão sendo adaptados às indústrias em quase todo o
mundo.
Por meio desses novos métodos, várias
características da mercadoria podem ser modificadas em
pouco tempo. Alterações no design, introdução ou
substituição de componentes e até a produção de uma
outra mercadoria totalmente diferente podem ser feitas a
partir de pequenas reestruturações no interior da mesma
fábrica, utilizando-se os mesmos equipamentos. Os
recursos da microeletrônica e da informática viabilizam
essas freqüentes mudanças.

Tal flexibilidade da atividade industrial tornou-se


necessária num mundo em que a evolução da tecnologia
provoca uma diminuição freqüente da vida útil das
mercadorias. A constante modificação e a criação de
produtos são hoje exigências do próprio mercado de consumo.

Esse sistema de produção totalmente adaptado ao mercado ficou conhecido


pelo nome de just-in-time ( tempo justo). No interior da fábrica, as diferentes etapas

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e produção desde a entrada das matérias- primas até a saída do produto, são
realizadas de forma combinada entre os fornecedores, produtores e compradores.
A quantidade de matérias-primas que entram na fábrica corresponde
exatamente à quantidade de produtos que serão produzidos. As mercadorias são
feitas dentro do prazo estipulado e de acordo com a exigência dos compradores.
Além da eficiência, o sistema just-in-time permite a diminuição do custo de
estocagem e o volume da produção fica diretamente relacionado à capacidade de
mercado, evitando-se perdas de estoque ou diminuição do preço, caso ocorra uma
defasagem tecnológica.”
Lucci, Elian A. O homem no espaço global p.85.

Como pode acontecer essas disparidades?

As grandes metrópoles dos países desenvolvidos continuam sendo


importantes centros de indústria moderna, sedes de multinacionais que operam em
quase todos os países e são os principais responsáveis pela integração econômica
global, pela Revolução Técnico-científica e, também pela grande desigualdade
social regional, nacional e internacional.

O grande símbolo da expansão das multinacionais a partir da década de 50


foi a indústria automobilística. Foi ela que, praticamente, delineou os processos de
produção e de organização do espaço produtivo.

No quadro as empresas automobilísticas espalhadas pelo mundo.

A indústria
automobilística
dinamizou inúmeras
outras indústrias,
devido à quantidade e à
variedade de matérias-
primas consumidas em
sua produção. Ela
absorve desde a mais
simples atividade
artesanal até a
robotização no
processo de fabricação,
na incorporação de
novos produtos e no
markenting de venda.

partir da década de 70, após a crise do petróleo, os países industrializados


reestruturaram os processos produtivos, fazendo altos investimentos em
Pesquisa e Desenvolvimento e passaram a desenvolver a chamada

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tecnologia de ponta, criando : Indústria de química fina, informática, biotecnologia e
eletrônica.

Você sabe o que é BIOTECNOLOGIA?


Markenting - Estudo
Biotecnologia é em particular a engenharia programático do mercado.
genética. Através de mapeamento e da manipulação Normalmente é um estudo do
dos genes é possível melhorar plantas e animais e mercado com vistas a lançar
produzir microorganismos para determinados usos. um novo produto.
O uso da biotecnologia pode ser aplicada na
indústria, na medicina, nas fontes de energia, na agricultura e na pecuária.

O avanço da ciência e a busca incessante de maior produtividade e qualidade


na guerra pela concorrência constituem os impulsos básicos da aceleração
tecnológica.
As tecnologias modernas detêm praticamente o monopólio de aplicação nas
seguintes esferas de uma sociedade moderna:
 processo de produção;
 produtos;
 novas formas de energia;
 novos materiais;
 novos sistemas de organização de trabalho;
 mecanismo de controle nos mercados;
 equipamentos de engenharia que permitem a transformação dos espaços
geográficos.

É com esse domínio que o capitalismo conheceu um processo de aceleração


sem precedentes e que passou a definir a nova ordem do mundo atual: a
globalização da economia e, ao mesmo tempo, regionalização polarizada pela alta
tecnologia dos Estados Unidos, Alemanha e Japão
Segundo Elian A. Lucci. – O homem no espaço global.

“A maior parte dos investimentos alemães e japoneses em P & D (pesquisa e


desenvolvimento) foi destinada à tecnologia do processo industrial. Em
contrapartida, nos EUA, a maior parte dos investimentos em P & D foi aplicada no
desenvolvimento de novos produtos.

No entanto, a estratégia americana de desenvolvimento de novos produtos


foi sendo aos poucos superada. Eles passaram a ser copiados rapidamente pelos
japoneses que os colocavam no mercado a preços inferiores. Detentor de processos
de produção mais eficientes e de menor custo, o Japão vende barato. Além disso
com a automação de boa parte da linha de montagem a produção colocada nas
prateleiras com melhor qualidade acaba ganhando a preferência do consumidor.

O primeiro robô industrial foi fabricado pelos EUA na década de 60 e hoje é


líder na utilização de robôs industriais.

Muitos países utilizam robôs no processo produtivo, inclusive o Brasil. Que


vem intensificando sua utilização. Esta é uma das razões do grande desemprego
mundial...”

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As vantagens dos robôs para as empresas são óbvias :

 Custo mais barato;


 Produtos mais aperfeiçoados;
 Não fazem greves;
 Não tiram férias;
 Podem trabalhar em ambientes insalubres.

Tanto o Japão quanto a Alemanha tem


destinados cerca de 3% do PIB ( produto interno
bruto) em P&D, enquanto que os EUA destinam
2,7% sendo que a metade desse investimento é
destinado à indústria bélica, mesmo depois da
Guerra Fria. Em parte, essa é uma das razões de
os alemães, japoneses e outros terem aos poucos,
superados a produção norte-americana em indústria
eletroeletrônica, química, automobilística e etc.

Responda em seu caderno!!!

1. Conceitue, isto é, escreva o que você entendeu por Revolução Técnico-


Científica?

2. O trabalho repetitivo tem sido substituído pelo trabalho criativo. Explique essa
afirmação relacionando o perfil desse trabalhador nos dias de hoje.

3. Explique porque o Japão se desenvolveu muito tecnologicamente, superando até


mesmo os Estados Unidos.

4. Faça uma comparação da aplicação em tecnologia dos países desenvolvidos e


subdesenvolvidos

No capitalismo o Estado tem um papel estratégico e


importante na promoção do desenvolvimento.
O Estado procura compatibilizar o mercado, a livre iniciativa com planos estratégicos
para a economia em conjunto. O Estado assume o controle da
vida econômica sem se tornar empresário. Um exemplo a ser Conglomerados –
analisado e comparado coma a situação contraditória de muitos conjunto de empresas
outros países é o caso do Japão. Com a ajuda financeira do pertencentes a uma
mesma organização
exterior, após a derrota da Segunda Guerra Mundial e com a que atua em diferentes
idéia dos japoneses de que o principal objetivo de seu trabalho ramos.
era reerguer o país, a economia japonesa voltou a crescer
rapidamente. Outros fatores que colaboraram para a “ rápida Zaibatsu –
recuperação foi a disponibilidade de mão-de-obra, disciplinada e Organização
familiares.
dos clãs
relativamente qualificada; maciços investimentos estatais em
educação e, juntamente com a iniciativa em pesquisa e

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desenvolvimento tecnológico; e finalmente, a reconstrução da infra-estrutura e dos
conglomerados (antigos zaibatsus) em base moderna”

A globalização e a tecnologia estão provocando um inevitável desemprego


estrutural, resultando num planeta cada vez mais dividido entre minorias
privilegiadas que têm tudo e maiorias desamparadas e excluídas. Em muitos países
o Estado tem retomado a sua posição .

Veja um trecho do artigo da Revista Manchete de 10 de Janeiro/98.


“...Agora mesmo, o que faz o primeiro ministro francês para enfrentar o
desemprego? Contrata obras públicas, amplia o número de funcionários
estatais e utiliza os recursos nacionais para a criação de empregos, limitando
a prevalência das leis de mercado e a livre concorrência entre quantidades
desiguais. Desprezou o paliativo, como os contratos provisórios e, não lavou
as mãos diante da multidão de condenados à mendicância, à caridade ou à
inevitável queda para o crime”

Por que é difícil esta prática no Brasil?

A distância tecnológica e a produtiva que separa a América Latina dos países


avançados ampliou-se. Acentuam-se a concentração de renda, o aumento das
desigualdades, da pobreza e do desemprego.

As considerações e propostas para uma nova estruturação desse quadro só


se concretizam sob coordenação do Estado.

Vejamos as principais:
 defendem o fortalecimento do mercado mas sem excluir a planificação estatal;
 consideram que os fatores políticos e sociais interferem nas questões
econômicas – daí a importância da educação;
 entendem que a inflação não é apenas um fenômeno econômico, mas também
um fenômeno social, pois expressa conflitos sociais e comportamentos;
 acham que é preciso fortalecer a base produtiva e as tecnológicas próprias o que
significa uma política estatal de investimentos em pesquisa científica.

Deve haver uma reorganização do Estado, reforma essa que pode até incluir
elementos de privatização. Mas o que aprovam são as fórmulas segundo eles,
simplistas de diminuição do Estado sem critérios definidos, sem um projeto de
recuperação nacional decidido socialmente.

Tendo em conta os graves problemas sociais não aceitam que o Estado


deixe de cumprir o seu papel regulador, de mediador dos conflitos e promotor da
justiça social.

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BIBLIOGRAFIA

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EQUIPE DE GEOGRAFIA CEESVO 2004

Deise Quevedo Bertaco


Jaime Aparecido da Silva
Maria de Fátima Pinto

COLABORAÇÃO

Luiz Gustavo Cerqueira Ferreira


Júlia de Oliveira Rodrigues Vieira
Neiva Aparecida Ferraz Nunes

DIREÇÃO

Elisabete Marinoni Gomes


Maria Isabel R. de C. Kupper

APOIO.

Prefeitura Municipal de Votorantim.

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