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Análise das Demonstrações Financeiras

Administração
Prof. Fabrizio Scavassa
FABRIZIO SCAVASSA

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES


FINANCEIRAS

Ensino a Distância — E a D
Revisão1

São Paulo
2007
SUMÁRIO

ESTRUTURA E ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


Estrutura das Demonstrações Financeiras................................................................. 3
Balanço Patrimonial............................................................................................ 3
Classificação do Ativo......................................................................................... 5
Classificação do Passivo..................................................................................... 7
Modelo de Balanço Patrimonial Comparativo.................................................... 9
Demonstração do Resultado do Exercício.......................................................... 13
Mutação do Patrimônio Liquido......................................................................... 17
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR......................... 18
Notas Explicativas..................................................................................................... 21
Problemas Contábeis Diversos.................................................................................. 22
Devedores Duvidosos e Insolváveis..................................................................... 22
Equivalência Patrimonial.................................................................................... 24
Depreciação, Amortização e Exaustão................................................................ 25

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


Introdução a Análise das Demonstrações Financeiras............................................... 28
Insumos Básicos da Análise de Balanço............................................................. 28
Objetivos da Análise das Demonstrações Financeiras.............................................. 29
Inicio da Análise.................................................................................................. 30
Relatório da Análise............................................................................................ 31
PRINCIPAIS USUARIOS DA INFORMAÇÃO OBTIDA ATRAVES DA
ANÁLISE DAS DEMOSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Metodologia da Análise............................................................................................. 34
Panorama Histórico das Técnicas de Análise de Balanço......................................... 34
Técnicas atuais de análise................................................................................... 35
Introdução à Análise Vertical e Horizontal......................................................... 35
Padronização das Demonstrações Financeiras ......................................................... 37

ANÁLISE VERTICAL ANÁLISE HORIZONTAL


Análise Vertical e Análise Horizontal....................................................................... 46
Conceito............................................................................................................... 46
Objetivo das análises Vertical e Horizontal........................................................ 47
Análise Horizontal Encadeada x Anual............................................................... 50
ANÁLISE ATRAVÉS DOS ÍNDICES
Análise através dos Índices........................................................................................ 57
O que é índice?.................................................................................................... 57
Como calcular e interpretar o índice financeiro?............................................... 58
Relatório.............................................................................................................. 67
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 79
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ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS1

Para realização de análise das demonstrações financeiras precisamos conhecer o que


representa cada conta que nelas se encontram. Há uma infinidade de contas e valores que
registram as operações realizadas pela empresa em suas mais variáveis atividades.

Não importa o tamanho e nem o ramo de atividade da empresa, pois, em qualquer uma é
revelado uma enorme profusão de contas e sem termos noção do que representam, qualquer
tipo de análise fica prejudicada pela incapacidade de uma interpretação.

Assim sendo, o conhecimento do significado de cada conta ou grupo de contas facilita a busca
de informações, uma vez que, a análise de demonstrações financeiras visa transformar os
dados existentes nestas em informações úteis para tomadas de decisão.

BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS: Aspectos


contábeis, legais e societários.

BALANÇO PATRIMONIAL

Conceito

O Balanço é a demonstração contábil que tem como finalidade mostrar a situação patrimonial
da empresa em um dado momento, obedecendo a critérios de avaliação.

É a demonstração que encerra os procedimentos contábeis e apresentam o Ativo, Passivo e o


Patrimônio Líquido, que representam as três partes essenciais do balanço.

O Ativo relaciona todos os bens e direitos, que representam as aplicações de recursos


efetuadas pela empresa. É recomendado pela Lei das S/As. que a classificação dos elementos
do ativo seja feita de acordo com o grau decrescente de liquidez ou realização.

O Passivo identifica as exigibilidades e obrigações da empresa, cujos valores encontram-se


investidas nos ativos. Já no caso do passivo, seus elementos são classificados de acordo com o
grau decrescente de exigibilidade.

O Patrimônio Líquido – PL representa a diferença entre o total do Ativo e o total do Passivo


em determinado momento e identifica os recursos próprios da empresa, ou seja, o
investimento feito pelos sócios na figura do capital mais aqueles gerados pela movimentação
da empresa na figura das reservas e lucros/prejuízos.

APRESENTAÇÃO DO BALANÇO

A Lei 6404/76 em seu art. 178 com a finalidade de evitar heterogeneidades em excessos na
apresentação de Balanços estabelece critérios sobre a forma de apresentação destes.

1
Fabrizio Scavassa especialista em Gestão Empresarial, MBA (latu-sensu) pela Fundação Getulio Vargas –
FGV/EPGE-RJ, bacharel em Ciências Administrativas pela Faculdade Oswaldo Cruz – São Paulo/SP, professor
da graduação nas cadeiras de Matemática Financeira, Análise das Demonstrações Financeiras, Administração
Financeira e Orçamento Empresarial. Experiência em gestão empresarial, finanças corporativas e gestão
orçamentária em empresas como Banco Bradesco S.A, GOL linhas aéreas inteligentes e Grupo IBOPE
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A Lei se estende a todos os tipos de pessoas jurídicas tributadas com base o Lucro Real. As
demonstrações são apresentadas da seguinte forma:

9 O Ativo é indicado no lado esquerdo ou superior da demonstração;

9 O Passivo é apresentado do lado direito ou inferior;


Capitulo 01 Estrutura das Demonstrações Financeiras

9 O Patrimônio Líquido, que mostra a diferença entre a soma do Ativo e a do Passivo,


mostrando por sua vez o investimento (capital) e o lucro (ou prejuízo) acumulado,
também é apresentado do lado direito ou inferior somando ou subtraindo do Passivo.

BALANÇO

Ativo = Passivo – Patrimônio Líquido

A IMPORTÂNCIA DO BALANÇO

Obter dados através de verificação direta nos registros é trabalhoso e inviável, mesmo em
pequenas empresas devido ao volume de lançamentos ocorridos diariamente.

Pelas importantes informações de tendência que podem ser extraídas de seus diversos grupos
de contas, o balanço servirá como elemento de partida indispensável para o conhecimento da
situação econômica e financeira da empresa.

Daí, a necessidade de resumo apresentando os dados de forma adequada, que permita o


conhecimento da situação patrimonial e das variações ocorridas durante determinado período.

Esta tarefa é fácil com o uso do plano de contas, obedecendo aos critérios de realização e
exigibilidade.

A importância do Balanço consiste na visão:


9 Das origens dos recursos;
9 Das aplicações dos recursos;
9 De quanto desses recursos são devidos a terceiros;
9 Do grau de endividamento da empresa, a liquidez e da proporção do Capital Próprio e;
9 Outras análises, que serão estudadas mais adiante.

O Balanço “É peça fundamental para revisão e análise dos negócios”.


A visão de dois Balanços subsequente mostra as variações ocorridas no período e as
modificações na estrutura patrimonial e financeira da empresa entre um período e outro.

A padronização estabelecida pela Lei das S. As. é útil porque facilita a preparação das
demonstrações, as análises, as interpretações, as comparações e os estudos estatísticos.
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Conteúdo do Balanço:
Ativo Passivo
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Exigível a Longo Prazo
Ben s e Direitos

Ativo Permanente – dividido em: Resultado de Exercícios Futuros


9 Investimentos
9 Ativo Imobilizado Patrimônio Líquido – dividido em:
9 Ativo Diferido
9

Patrimônio
Capital Social

Líquido
9 Reservas de Capital
9 Reservas de Reavaliação
9 Reservas de Lucro
9 Lucro (ou Prejuízo) Acumulado

CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS

No Brasil as empresas utilizam o Plano de Contas adaptado às suas atividades, não existindo,
portanto um padrão para todas a empresas.

A Lei, apenas disciplina de forma geral, a função e a ordem dos vários grupos que compõe o
Ativo, Passivo e P. Líquido, como segue:

CLASSIFICAÇÃO DO ATIVO
Classificado em três grandes grupos: Ativo Circulante, Realizável a Longo Prazo e Ativo
Permanente, os quais são apresentados em ordem decrescente do grau de liquidez (realização)
de acordo com a Lei das S.As.

Ativo Circulante
O ativo circulante compreende as disponibilidades, os direitos realizáveis no exercício social
subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte (SILVA – 1995).

Todas as contas de grande rotação são apresentadas no Balanço como ativo circulante. Dessa
maneira, todas a contas de liquidez imediata, ou que se convertem e dinheiro em curto prazo,
serão classificadas nesse grupo.

Consideram-se curto prazo todos os valores cujos vencimentos ocorrerão até o final do
exercício seguinte ao encerramento do balanço, ou do ciclo operacional da empresa, no caso
de esse ser superior a um ano (exercício social).

O ativo circulante, por sua vez, divide-se nos seguintes subgrupos:


9 Disponível;
9 Aplicações Financeiras;
9 Valores a Receber a Curto Prazo ou Realizável a C. Prazo;
9 Estoques;
9 Despesas Antecipadas.

O disponível – inclui as contas com maior grau de liquidez do ativo, constituído pelas
disponibilidades imediatas, como dinheiro em caixa e cheques recebido e não depositados.
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Também fazem parte do disponível a conta bancos conta movimento (para pagamentos em
cheques), títulos e aplicações financeiras de liquidez imediata.

Aplicações Financeiras – Refere-se a aplicações em títulos e valores mobiliários resgatáveis a


curto prazo. Essas aplicações normalmente são realizadas mediante a utilização de excessos
temporários de caixa e representa uma forma de resguardar o poder de compra da moeda em
ambiente inflacionário. As aplicações podem ser feitas em títulos públicos, letras de câmbio,
certificados de depósitos bancários, debêntures e outros ativos. Podemos classificar neste
subgrupo do circulante também, obras de arte, terrenos, investimentos em ações, quando estes
são de caráter transitórios e cuja circularização aconteça até no máximo, o final do exercício
seguinte (conceito de curto prazo).

Valores a Receber a Curto Prazo – discrimina todos os valores recebíveis a curto prazo de
propriedade da empresa, como Clientes e os valores a receber provenientes das demais
transações da empresa.

a) Do montante das duplicatas a ser recebidas de Clientes, parte podem ser descontadas em
instituições financeiras e isso aparecerá como (-) Duplicatas Descontadas. Que aparecerá
subtraindo do valor de Duplicatas a Receber (Clientes).

b) Parte das duplicatas a receber, podem deixar de ser recebidas por vários motivos
(concordatas, falências, etc.), em função disto a empresa pode provisionar parte do valor
como perdas prováveis, quando aparecerá no “ativo realizável” como ( - ) Provisão para
devedores Duvidosos, subtraindo do valor de Duplicatas a Receber (Clientes).

Estoques – representa o montante apurado nos diversos inventários da empresa. Poderão


representar os estoques:
9 Matéria-prima;
9 Materiais de consumo;
9 Mercadorias para revenda;
9 Produtos Acabados (indústria);
9 Produtos em Elaboração, etc.

Despesas Antecipadas – inclui-se nesse subgrupo todos os recursos aplicados em itens que
proporcionarão serviços ou benefícios durante o exercício social seguinte, ou seja, são
despesas pagas antecipadamente e ainda não incorridas. Exemplos:
9 Prêmio de seguros;
9 Passagens pagas e não utilizadas;
9 Assinatura de jornais e revistas;
9 Encargos financeiros, etc.

Ativo Realizável A Longo Prazo


Nesse grupo devem ser registrados todos os direitos da empresa, cujas contas possuem
natureza idêntica às do ativo circulante, realizável (recebíveis) após o término do exercício
seguinte ao encerramento do balanço.

As contas que compõe a realizável a longo prazo, com exceção do disponível, as demais
rubricas classificadas no ativo circulante que tiverem prazo de realização após o término do
exercício seguinte ao do balanço, ou seja demorar mais de um ano para serem recebidas, terão
suas classificações no realizável a longo prazo.
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Ativo Permanente
Este representa o último grupo do ativo e de acordo com a conceituação, o que tem o menor
grau de liquide. Como o próprio nome indica, são recursos aplicados em bens ou direitos não
destinados à comercialização, ou seja, à circulação econômica, permanecendo na empresa. O
ativo permanente é dividido em três subgrupos: investimentos, imobilizado e diferido.

Investimentos – esse subgrupo caracteriza-se pelos vários direitos de suas contas não se
destinarem à manutenção da atividade da empresa ou a negociações. Para fins de análise, a
planilha de reclassificação pode subdividir os investimentos em duas rubricas básicas, sendo
uma relativa às participações em coligadas e controladas e a outra para agrupar outros bens e
direitos não destinados à manutenção das atividades empresariais, portanto, com
características de investimentos (especulação).

Imobilizado – Compõe-se de todos os bens e direitos destinados ao funcionamento normal de


uma empresa, tipicamente, esses ativos são considerados fixos na empresa. Os elementos do
ativo Imobilizado podem ser classificados em três categorias: tangíveis, intangíveis e em
andamento. Para efeito de avaliação do imobilizado, deve ser subtraídos montante que
corresponda à perda de seu valor em função de uso, tempo, desgaste, obsolescência etc. esse
valor é definido como depreciação no caso de bens tangíveis e amortização no caso de
intangíveis. Quando se tratar de perda de valor de recursos naturais e florestas em decorrência
de sua exploração, a perda contabilizada se intitula exaustão.

O imobilizado tem quatro características básicas:


- Sua utilização nas atividades da empresa;
- Não são destinados a venda;
- Deve Ter vida útil superior a um ano;
- Possuir relevância em valor.

Diferido – representam as despesas incorridas em determinado exercício, mas que


participarão da formação do resultado da empresa em mais de um período. Exemplo: despesas
destinadas à constituição da empresa, a organização e reorganização, gastos com pesquisa de
novos produtos, etc. O diferido sofre amortizações, apropriadas às despesas operacionais,
durante o período em que se espera que produza benefícios.

São exemplos de diferido: as despesas incorridas durante o período pré-operacional,


construção e implementação de projetos, pesquisas e desenvolvimento, etc.

CLASSIFICAÇÃO DO PASSIVO

PASSIVO CIRCULANTE
São as obrigações de curto prazo, ou seja, obrigações que deverão ser liquidadas dentro do
exercício social seguinte ao encerramento do balanço. O passivo circulante, também pode ser
dividido em vários subgrupos como:

Fornecedores – contas representativas de dividas oriundas das compras a prazo de bens ou


serviços destinados na produção de outros bens ou serviços e os fornecedores podem ser
nacionais ou estrangeiros.

Salários e encargos sociais – normalmente os salários e encargos de cada mês são pagos no
início do mês seguinte, ou seja, são apropriados como despesas ou custos do período tendo
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como contra-partida a obrigação a ser quitada no mês seguinte, como: Salários, férias, 13º
terceiro salário, INSS, FGTS e outras obrigações originadas na folha de pagamento.

Impostos e taxas – neste item são agrupados os tributos como: ICMS a recolher, IPI, ISS,
PIS, IRRF, etc.

Empréstimos e Financiamentos – podemos classificar neste subgrupo todos os empréstimos


obtidos em moeda nacional, estrangeira ou os empréstimos subsidiados.

Outros valores exigíveis a curto prazo – normalmente classifica-se neste subgrupo os


valores menos expressivos e que por isso, não justifica a abertura de conta específica.

PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO


O exigível a longo prazo, também pode ser aberto em vários subgrupo de acordo com a
necessidade de cada empresa. Os mais freqüentes são:

Empréstimos e Financiamentos – normalmente originados de financiamentos de bens


duráveis como FINAME, que é uma linha de financiamento com recursos do BNDES
destinados a financiar projetos de expansão de empresas.

Debêntures – títulos de longo prazo lançados pela empresa com objetivo de captar recursos,
tais valores podem ser convertidos em ações ao final do período.

Tributos – normalmente originado de tributos não liquidação no vencimento e negociados


para liquidação a longo prazo.

Outros – Outros tipos de realizáveis a longo prazo.

RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS


Embora classificados do lado do passivo, não representa exigibilidades, uma vez que não há
obrigatoriedade de devolução e por isso, também não se caracteriza como um adiantamento.
Consistem em recebimento antecipado de receitas já diminuídas de seus custos e despesas
como: alugueis, recebimento de comissões (quando não há clausula contratual de devolução)
Podem ser divididos em: Receitas de Exercícios Futuros, representado a receita bruta e Custos
e Despesas de Exercícios Futuros, representando a diminuição.

O PATRIMÔNIO LÍQUIDO – representa a parte na empresa que pertence a seus


proprietários, ou seja, a parte que não é considerada como exigível, uma vez que os donos não
reclama o reembolso de suas aplicações na empresa.

O PL é representado através:
9 Dos investimentos dos proprietários na sociedade;
9 De valores recebidos como doação e subvenções para investimentos;
9 Das reservas oriundas de lucros;
9 Das reservas provenientes de reavaliação de Ativos.
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Modelo de Balanço Patrimonial Comparativo:


Companhia EXEMPLO S/A
CNPJ nº 00.000.000/000-00
Balanço Patrimonial
Em 31.12.X2
Em R$ mil
ATIVO 20X2 20X1
( 1 ) ATIVO CIRCULANTE
• Disponível
• Aplicações Financeiras
• Valores Realizáveis a Curto Prazo
• Estoques
• Despesas Antecipadas
( 2 ) ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
• Valores a Receber
• Títulos e Valores Mobiliários
• Empréstimos Compulsórios
• Depósitos Judiciais
• Incentivos Fiscais
( 3 ) ATIVO PERMANENTE
• INVESTIMENTOS
• ATIVO IMOBILIZADO
• ATIVO DIFERIDO
TOTAL DO ATIVO (1+2+3)

PASSIVO 20X2 20X1


( 1 ) PASSIVO CIRCULANTE
• Salários e Encargos a Pagar
• Fornecedores
• Empréstimos
• Dividendos Propostos a Pagar
( 2 ) PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
• Empréstimos
• Impostos Parcelados a Pagar
( 3 ) RESULTADOS DE EXEECÍCIOS FUTUROS
• Receitas de Luvas a Apropriar
• Alugueis Recebidos Antecipadamente
( 4 ) PATRIMÔNIO LÍQUIDO
• Capital Social
• Reservas de Capital
• Reservas de Reavaliação
• Reservas de Lucros
• Lucro ou Prejuízo Acumulado
TOTAL DO PASSIVO (1+2+3+4)
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OPORTUNIDADE DO BALANÇO
9 Obrigatório pelo menos uma vez a cada ano;
9 Atualmente, devido às necessidades de informações cada vez mais atualizadas e precisas,
o ideal é que se emita um balanço a cada mês, ou quantos for necessário para auxiliar no
processo de tomada de decisões.

COMO SE LEVANTA O BALANÇO


Com as seguintes etapas:
9 Levantamento de Balancete de Verificação do razão do último mês ou período;
9 Ajuste das contas;
9 Encerramento das contas de Receitas e Despesas;
9 Elaboração das Demonstrações Financeiras e das Notas Explicativas.

Primeira Etapa: Balancete de Verificação


Demonstrativo periódico para verificação da igualdade entre os saldos credores e devedores
das contas do razão, por isso, chama-se Balancete de Verificação, ou apenas Balancete.

Exemplo:
Cia. Exemplo S/A
Balancete de Verificação em 31-07-X1
Contas Saldos
Devedores Credores
Caixa 60.000 -
Despesas Diversas 9.000 -
Estoques 78.000 -
Terrenos 31.000 -
Móveis e Utensílios 50.000 -
Fornecedores - 58.000
Capital - 170.000
228.000 228.000

O levantamento do Balancete de Verificação do razão, é o ponto de partida no encerramento


do Balanço e consiste na verificação da exatidão matemática dos saldos das contas.

Tal verificação abrange todas as contas (ativo, passivo e resultado). Caso haja divergência nos
saldos será feito o que se chama de conciliação das contas para o devido ajuste.

Segunda Etapa: Ajuste das Contas


A escrituração contábil das operações obedece a dispositivos legais e aos princípios e
convenções de contabilidade.

O regime de competência é de fundamental importância para medir o Resultado e o Balanço.


Lembramos que o regime de competência define que as Receitas e as Despesas são
consideradas em função do seu fato gerador e não em função do recebimento da Receita ou do
pagamento da Despesa.

O ajuste das contas é o trabalho técnico mais importante do levantamento do balanço, ou


seja, as demonstrações financeiras devem mostrar a Situação Patrimonial e o Resultado, o
mais corretamente possível.
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Nesta etapa, estuda-se todas as contas patrimoniais e de resultados, reconhecendo receitas e


despesas realizadas, adequando as contas para melhor classificação, através de estudo do
conteúdo de cada uma delas.

Terceira Etapa: Encerramento das Contas de Resultado


Do ponto de vista contábil, as contas dividem-se em dois grupos:
9 As Contas Patrimoniais (ativo, passivo e PL);
9 As Contas de Resultados (despesas e receitas).

As patrimoniais aparecem no Balanço sempre com seus saldos, de maneira cumulativa, ou


seja, não são encerradas no processo de levantamento do balanço.

As de resultado são encerradas a cada fechamento de exercício social, iniciando com saldo
“Zero” no período seguinte, ou seja, seus saldos são transferidos através de lançamentos
contábeis para a conta de Apuração de Resultado (Resultado do Exercício), cujo saldo
(diferença despesas x receitas) é transferido para a conta Lucro/Prejuízo Acumulado, que é
mostrada no balanço como indicadora da variação patrimonial no decorrer da vida da
empresa.

A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados representa o único elo de ligação entre as contas do
Balanço e as do Resultado do Exercício.
O Imposto de Renda em decorrência do lucro apurado é obtido extracontabilmente, através
do “LALUR” – Livro de Apuração do Lucro Real, de escrituração obrigatória, por todas as
pessoas jurídicas.

As Participações e Contribuições são calculadas com base estabelecida através de estatutos e


contratos, pelos gestores da empresa.

Para efeito na Demonstração de Resultado de um exercício, podemos utilizar títulos


representativos de conjuntos de contas.

Normalmente são encontrados nas demonstrações publicadas, títulos como exemplo abaixo:

9 Receita Bruta de Vendas;


9 Deduções da Receita Bruta de Vendas;
9 Receita Líquida de Vendas e Serviços;
9 Resultado Bruto;
9 Despesas Operacionais;
9 Encargos Financeiros Líquidos;
9 Outras Despesas e Receitas Operacionais;
9 Resultado Operacional;
9 Resultado Não Operacional;
9 Resultado Antes do Imposto de Renda.
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DISTRIBUIÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

O resultado final, depois de constituída a provisão para IR e Contribuição Social, mais o


abatimento das Participações e Contribuições sobre o lucro, é transferido para Lucros ou
Prejuízos Acumulados.

Essa conta é tão importante, que é demonstrada num relatório chamado de Demonstração de
Lucros ou Prejuízos Acumulados, ou Mutação do Patrimônio Líquido.

Após sua apuração essa conta pode ser distribuída para outras contas por lançamentos
contábeis de forma a atender:

9 Normas legais, pela constituição de Reserva Legal;


9 Normas estatutárias, pela constituição de Reservas Especiais, sem prejuízos na
distribuição de dividendos;
9 Proposta de distribuição para os sócios e acionistas.

Concluída toda escrituração dos ajustes, encerramento das contas de resultado e distribuição
do mesmo, é levantado o Balancete de Verificação, e em seguida elaborados os relatórios
contábeis como:

9 Balanço Patrimonial;
9 Demonstração do Resultado do Exercício;
9 Demonstração do Lucro ou Prejuízo Acumulados;
9 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
9 Demonstração da Origens e Aplicação de Recursos;
9 Notas Explicativas.
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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Elaborada simultaneamente com o balanço patrimonial, constitui-se em relatório sucinto das


operações realizadas pela empresa em determinado período de tempo. Desta demonstração
extrai-se um dos valores mais importantes às pessoas nela interessadas: o resultado líquido do
período, lucro ou prejuízo.

O lucro (ou prejuízo) é resultante de receitas, custos e despesas incorridos na empresa no


período e apropriados segundo o regime de competência, ou seja, independentemente de que
tenham sido esses valores pagos ou recebidos.

Esta demonstração esclarece muitas variações ocorridas no patrimônio líquido, no período


entre dois balanços.

A contabilidade, com a DRE juntamente com o balanço atinge a finalidade de mostrar a


Situação Patrimonial e Econômico-financeira da empresa.

A Lei 6404/76 tornou obrigatória a elaboração e publicação além do Balanço, da DRE, da


Demonstração do Lucro ou Prejuízos Acumulados ou Mutações do Patrimônio Líquido, da
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e das Notas Explicativas.

A mesma Lei estabelece seqüência de apresentação dos vários elementos da demonstração do


resultado para efeito de publicação.

A demonstração do Resultado do Exercício mostra como a empresa se comportou em termos


de Receitas e Despesas, durante um certo período de tempo, em geral de um ano. Na
demonstração deve constar o período de tempo considerado.

ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO CONFORME A LEI DAS


SOCIEDADES ANÔNIMAS.

RECEITA BRUTA DE VENDAS OU RECEITA OPERACIONAL BRUTA

Refere-se ao valor nominal total das vendas de bens ou dos serviços prestados pela empresa,
no exercício social considerado, antes de qualquer dedução. É importante dizem também que
estas receitas são registradas quando da realização da venda, independentemente da mesma ter
sido recebida ou de quando irá ocorrer seu vencimento, procedimento este, conhecido como
regime de competência.

(-) DEDUÇÕES SOBRE VENDAS


Da receita bruta, devem ser deduzidos diversos valores que não pertencem a empresa, tais
como impostos sobre vendas (ICMS, IPI, ISS, etc.), descontos e abatimentos sobre vendas, e
as devoluções sobre vendas ou vendas canceladas. Com isso, obtem-se o total da Receita
Líquida de Vendas e Serviços ou a Receita Operacional Líquida de Vendas e Serviços.

Descontos sobre vendas e Abatimentos sobre vendas


Embora possa parecer que sejam sinônimos descontos é diferente de abatimentos. Temos um
desconto sobre vendas quando o vendedor concede no momento da negociação do objeto
comercializado devido a méritos do comprador (cliente), ou seja, por este ser pontual,
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comprar uma quantidade regular, etc. A este tipo de desconto podemos chamar ainda de
desconto comercial. O abatimento sobre vendas difere de desconto devido a ocorrência deste,
se dar, por anormalidade em relação ao bem ou serviço entregue, no caso de um bem estar
avariado e uma devolução ser inviável economicamente, negocia-se um abatimento sobre a
venda.

Devolução sobre vendas ou Vendas cancelas


Podemos entender com sendo devolução quando esta ocorrer apenas parcialmente sobre a
venda efetuada, devido parte desta estar em desacordo com as especificações do cliente ou
mesmo apresentar algum tipo de anormalidade. Já as vendas canceladas podemos entender
como sendo aquela onde a devolução for total, por estar totalmente em desacordo com as
especificações do cliente.

Impostos sobre vendas


Podemos definir como sendo aqueles valores que transitam temporariamente pelo disponível,
mas que não pertencem à empresa por se tratar de tributos que incidem sobre as vendas e
serviços prestados e que por isso devem ser repassados aos cofres públicos.

(=) RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS OU RECEITA OPERACIONAL


LÍQUIDA
É a diferença entre a receita bruta e a soma das deduções sobre as vendas.

RESUMINDO:
9 Brutas – total do faturamento, antes das deduções (descontos, abatimentos, devoluções e
impostos).
9 Líquidas – resultante da subtração dos impostos a elas relacionadas, e também das
Devoluções e Abatimentos sobre Vendas.

(-) CUSTO DAS MERCADORIAS, PRODUTOS OU SERVIÇOS


VENDIDOS
Mostra o valor do Custo das Mercadorias, Produtos ou Serviços Vendidos. Representa todos
os custos incorridos pela empresa em seu processo comercial (compra/venda), de fabricação
em se tratando de uma indústria, ou de serviços no caso de uma prestadora de serviços. Esses
valores são normalmente apurados pelo custo histórico de aquisição ou de produção. Em
relação a produtos fabricados, este custos referem-se a matéria-prima, mão-de-obra, e outros
custos indiretos de fabricação, para efeito de empresa comercial estes custos referem-se aos
de aquisição da mercadoria vendida.

Tanto os custos de produtos ou de mercadorias vendidos são obtidos através da baixa nas
contas de estoques pelos valores de produção ou aquisição e os critérios de avaliação adotados
podem ser PEPS, UEPS, Média Ponderada Móvel, etc. cuja escolha de um ou outro provoca
diferença tanto no resultado como na valorização dos estoques

(=) LUCRO BRUTO


É a diferença entre Receita Líquida de Vendas e o Custo das Vendas.
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(-/+) DESPESAS OPERACIONAIS ou RESULTADO OPERACIONAL


São aquelas necessárias para o normal desenvolvimento das operações que constituem o
objetivo da empresa. É a soma dos gastos com Despesas Comerciais, Administrativas,
Tributárias e Encargos Financeiros Líquidos (diferença entre Receitas e Despesas
Financeiras). As despesas Operacionais são deduzidas do Lucro Bruto, dando o Lucro ou
Resultado Operacional.

(-/+) OUTROS RESULTADOS (DESPESAS/RECEITAS)


OPERACIONAIS
Compõe-se de itens que nem sempre se enquadram no conceito correto de operacional, ou
seja, não são provenientes das atividades fins da empresa. Neste grupo podem estar incluídos ,
entre outros, dividendos recebidos de investimentos societários avaliados pelo método de
custo corrigido, variações nos investimentos avaliados através da equivalência patrimonial,
receita de vendas de sucatas, etc. As perdas por eventualidades como enchentes, incêndios
sem que haja cobertura de seguros também são consideradas como resultado não operacional.

(=) LUCRO OU PREJUÍZO OPERACIONAL


Ao Lucro Operacional são adicionadas Outras Receitas ou deduzidas outras Despesas não
Operacionais, chegando-se ao Lucro Líquido antes do Imposto de Renda (LAIR). Sobre esse
valor é provisionado o Imposto de Renda para o período, chagando-se ao Lucro Líquido
Disponível.

(-/+) RESULTADOS (DESPESAS/RECEITAS) NÃO OPERACIONAIS


Normalmente são classificados como não sendo operacionais, aquelas perdas ou ganhos
oriundos de alienação (vendas), ou baixas de bens do ativo permanente.

(=) LUCRO/PREJUIZO ANTES DOS IMPOSTOS E PARTICIPAÇÕES


Este pode ser definido como o resultado econômico obtido pela empresa através de suas
atividades operacionais e não operacionais. Somente depois de apurado o resultado
econômico é que a empresa apura e provisiona os impostos e as participações.

(-) IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O


LUCRO
Depois de apurado este valor, a empresa apura o que chamamos de resultado tributável ou
lucro real para efeito de apropriação do imposto de renda e da contribuição social sobre o
lucro.

(-) PARTICIPAÇÕES
Compreendem as participações estatutárias que representam parcelas dos lucros destinadas a
empregados, diretores, debenturistas, etc.

(-) LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO


O lucro ou prejuízo líquido do exercício é obtido após as deduções de participações e
contribuições do lucro remanescente depois de deduzida a provisão do imposto de renda.

O lucro ou prejuízo líquido é transferido para o Patrimônio Líquido, mais especificamente


para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. Junto com as outras demonstrações contábeis
apuradas no exercício é apresentado à assembléia geral ordinária dos acionistas da empresa
proposta de destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício.
16

DISTRIBUIÇÃO DO LUCRO
Cabe aos acionistas ou quotistas determinarem o destino do Lucro Líquido Disponível.
Criam-se as Reservas (Legal, Estatutária, etc.), distribuem-se os Dividendos e o restante é
retido na empresa (Lucros Acumulados).

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO


MODELO GENÉRICO
RECEITA BRUTA DE VENDAS
9 Vendas Nacionais
9 Vendas Estrangeiras
( - ) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
9 Impostos sobre vendas
9 Abatimentos sobre Vendas
9 Devoluções sobre Vendas
( = ) RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS
( - ) CUSTO DAS VENDAS (CMV – CPV OU CSV)
( = ) RESULTADO BRUTO ou LUCRO BRUTO
(-/+) DESPESAS E RECEITAS OPERACIONAIS
Despesas com Vendas
9 Fretes sobre vendas
9 Propaganda e publicidade
9 Outras
Despesas Gerais e Administrativas
9 Salários e encargos
9 Alugueis
9 Depreciação
9 Seguros
9 Outras
Encargos Financeiros Líquidos
9 Despesas Financeiras
9 Receitas Financeiras
Outras Despesas e Receitas Operacionais
9 Ganhos de Participações
9 Perdas de Participações
( = ) LUCRO/PREJUÍZO OPERACIONAL
( - ) RESULTADO NÃO OPERACIONAL
9 Ganho não Operacional
9 Perda não Operacional
( = ) RESULTADO ANTES DO IMP. DE RENDA
( - ) PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA
( = ) LUCRO APÓS O IMPOSTO DE RENDA
( - ) PARTICIPAÇÕES E PROVISÕES
9 Participações nos lucros p/empregados
( = ) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO
LUCRO OU PREJUÍZO POR AÇÃO
17

OUTRAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E AS NOTAS EXPLICATIVAS


A elaboração das demonstrações citadas e mais as notas explicativas representam a última
etapa do levantamento do balanço e consequentemente da seqüência dos procedimentos
contábeis.

DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS.


Essa demonstração retrata as movimentações ocorridas na conta patrimonial de “Lucros ou
Prejuízos Acumulados”, é legalmente obrigatória para praticamente todas as sociedades.

O art. 186 da Lei das S. A. determina a seguinte discriminação nessa demonstração:

- O saldo de início do período, os ajustes de exercícios anteriores;


- As reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
- As transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital
e o saldo ao fim do período.

Estrutura da demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados conforme a Lei


Saldo inicial da conta “Lucros/Prejuízos Acumulados” (final exercício anterior)
(+/-)Ajustes de exercícios anteriores
( + ) Reversões de Reservas
(+/-) Lucro/Prejuízo líquido do Exercício
( - ) Transferência para Reservas
( - ) Dividendos propostos
( - ) Parcela dos Lucros Incorporada ao Capital
( + ) Saldo final da conta “Lucros /Prejuízos Acumulados:.

EXPLICAÇÕES ADICIONAIS:

Ajustes de exercícios anteriores – refere-se às mutações havidas em decorrência de alterações


do critério contábil adotado pela empresa, ou a erros e omissões cometidos em exercícios
anteriores, os quais irão alterar a estrutura final de seu patrimônio Líquido.

Reversões de Reservas – são as parcelas do lucro líquido de exercícios anteriores que foram
destinadas à constituição de reservas, reconvertidas totais ou parcialmente, no momento em
que não existir mais razão para sua manutenção. Basicamente tais reversões processam-se
sobre as reservas de lucros, existindo, porém, exceções.

MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

É um demonstrativo contábil mais abrangente que a dos lucros ou prejuízos acumulados,


podendo a sociedade optar por sua elaboração ou não.

Se publicado esse demonstrativo substitui legalmente o dos lucros. A demonstração de


mutações patrimoniais abrange todas as contas do PL, identificando os fluxos ocorridos entre
uma conta e outra e as variações (acréscimos e diminuições) verificadas no exercício.

As variações no PL podem dar-se de diferentes maneiras, ou seja:


18

MOVIMENTAÇÕES QUE ELEVAM O PL:


- Lucro líquido do exercício;
- Aumento de capital por subscrição e integralização de novas ações;
- Reavaliação de ativos;
- Ágio cobrado na subscrição de ações e prêmio da de debêntures etc.

MOVIMENTAÇÕES QUE DIMINUEM O PL:


- Prejuízo líquido do exercício;
- Aquisição de ações da própria sociedade (ações em tesouraria);
- Dividendos etc.

MOVIMENTAÇÕES QUE NÃO AFETAM O PL:


- Aumento de capital por incorporação de reservas;
- Apropriações do lucro líquido da conta de lucros ou prejuízos acumulados para outras
reservas;
- Compensações de prejuízos através d reservas etc.

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DE MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO


LÍQUIDO – Estrutura Básica
Reserva Reservas Reservas Lucros ou
Capital De De De Prejuízos Totais
Realizado Capital Reavaliação Lucros Acumulados
Saldo em 31-12-x1
Ajustes exercícios anteriores
Aumento de Capital
Lucro Líquido do Exercício
Distribuição do lucro
Dividendos propostos
Compensação de prejuízos
Saldo em 31-12-x2

Obs.: Em situações reais, por exemplo, em vez de ser apresentada uma única coluna chamada
“reservas de capital”, é apresentada uma coluna para cada uma das reservas, valendo a
estrutura básica apenas como ilustração.

O referido quadro também mostra algumas movimentações que podem ocorrer no patrimônio,
porém, quaisquer outras movimentações que a empresa realize que integrem o patrimônio
líquido devem ser explicitadas nessa demonstração.

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS – DOAR

A DOAR é um instrumento valioso para o usuário (analista). Mostra a movimentação dos


recursos em termos de variação do capital circulante líquido, detalhando as diversas fontes e
aplicações de recursos que o afetaram.

Através dessa demonstração, o analista pode saber se a empresa se a empresa gerou recursos
em suas operações, se obteve novas fontes de financiamento de longo prazo e se os acionistas
fizeram novos aportes de capital.
19

Capitulo 01 Estrutura das Demonstrações Financeiras


Em resumo, a DOAR mostra a variação do capital circulante líquido. Num sentido mais
amplo, permite a identificação clara dos fluxos financeiros que aumentaram ou reduziram o
capital circulante líquido indicando suas origens e aplicações de recursos.

Basicamente, o aumento de uma conta do ativo ou a diminuição de uma conta do passivo


identificam um emprego ou uso de dinheiro, isto é, uma aplicação. De outra maneira, a
diminuição de uma conta do ativo ou o aumento de uma conta do passivo pressupões uma
fonte ou liberação de recursos, ou seja, uma origem.

Em aspecto geral, as origens e aplicações de recursos podem ser identificadas de acordo com
o esquema a seguir:

Contas do Ativo Contas do Passivo


AUMENTO DIMINUIÇÃO AUMENTO DIMINUIÇÃO
APLICAÇÃO ORIGEM ORIGEM APLICAÇÃO

Em conformidade com a Lei da S.As. a DOAR deverá indicar as modificações na posição


financeira da companhia, discriminando:

I- As origens dos recursos, agrupadas em:


a. Lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela
variação nos resultados de exercícios futuros;
b. Realização do capital social e contribuições para reservas de capital;
c. Recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo e da
alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado.

II- As aplicações de recursos, agrupados em:


a. Dividendos distribuídos;
b. Aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c. Aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido;
d. Redução do passivo exigível a longo prazo.

III- O excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações,


representando aumento ou redução do capital circulante líquido;

IV- Os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e do passivo circulantes, o


montante do capital circulante líquido e seu aumento ou redução durante o exercício.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A COMPOSIÇÃO DA DOAR

a. Lucro/Prejuízo do Exercício – corresponde ao montante apurado na demonstração de


resultados. A esse valor deve-se acrescentar as receitas e despesas ocorridas na apuração
do resultado, mas que não afetaram o capital circulante líquido da empresa.

Exemplos: depreciação, amortização e exaustão; resultados de equivalência patrimonial;


aquisição de bens permanentes mediante financiamentos resgatáveis a longo prazo, etc.

b. Aumento/Redução do Capital Circulante Líquido – indica a variação (positiva ou


negativa) verificada no capital circulante líquido da empresa. Considerando-se que a
20

DOAR trata somente das origens e aplicações de recursos que ocorrem fora do âmbito do
circulante:
Capitulo 01 Estrutura das Demonstrações Financeiras

Quando: Ocorre:
Total das origens > Total das aplicações Aumento do capital circulante líquido
Total das origens < Total das aplicações Redução do capital circulante líquido

A grande utilidade do uso da DOAR é a avaliação da liquidez (folga financeira) a curto


prazo da empresa, ou seja, a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante (capital
circulante líquido). A DOAR permite uma identificação mais nítida das causas que
determinam as mutações na posição financeira a curto prazo, fornecendo uma visão mais
ampla da estrutura de equilíbrio financeiro da empresa.

MODELO - Estrutura da demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR)


1. ORIGENS DOS RECURSOS
Das Operações:
• Lucro/Prejuízo do Exercício
• Depreciação, amortização e exaustão
• Juros de empréstimos a longo prazo
• Resultado da equivalência patrimonial
Dos Acionistas:
• Aumento do Capital por integração
• Contribuição para reservas de capital (ágio, doações, etc.)
De Terceiros:
• Aumento do Exigível a Longo Prazo (ex.: empréstimos)
• Redução do Realizável a Longo Prazo (ex.: resgate de aplicações)
• Venda de ativo permanente

TOTAL DAS ORIGENS – (A)

2. APLICAÇÕES DE RECURSOS
• Dividendos distribuídos
• Aquisição de Imobilizado
• Aquisição de Investimentos
• Adição de Diferido
• Aumento do Realizável a Longo Prazo (ex.: novas aplicações)
• Redução do Exigível a Longo Prazo (ex.: pagto. De empréstimos)

TOTAL DAS APLICAÇÕES – (B)

3. AUMENTO OU REDUÇÃO DO CAPITAL


CIRCULANTE LÍQUIDO
Total das Origens – Total das Aplicações

4. VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO


21

Ativo Circulante (saldo de Ativo Circulante Líquido Variação no Ativo Circulante


Balanço no início do exercício) (saldo no fim do exercício)
( - ) Variação no Passivo Circulante
( - ) Passivo Circulante (idem, ativo) ( - ) Passivo Circulante Líquido
(saldo no fim do exercício)
( = ) Capital Circulante Líquido ( = ) Capital Circulante Líquido ( = ) Variação no Capital Circulante
(saldo no início do exercício) (saldo no fim do exercício) Líquido

NOTAS EXPLICATIVAS

Representam complementação obrigatória das demonstrações contábeis, passando a fazer


parte efetiva do conjunto de publicações previstas na Lei das Sociedades por Ações.

“as demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros


analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação
patrimonial e dos resultados do exercício”.

Como exemplo de quadros e demonstrações acessórias às Notas Explicativas tem-se a de


Mutações Patrimoniais (não obrigatória por Lei); quadro-resumo das principais características
de cada empréstimo e financiamento contratado pela sociedade, tais como: prazo de
vencimento, valor periodicidade das prestações, encargos financeiros etc.

As Notas Explicativas são elaboradas com o objetivo de destacar e interpretar detalhes


relevantes, dar informações adicionais sobre fatos passados, presentes e futuros, significativos
nos negócios, e resultados da empresa, de importância para as pessoas nela interessadas.

A Lei estabelece as indicações mínimas que devem constar das Notas Explicativas, que são as
seguintes:

a. Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques,


dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para
encargos ou riscos, e dos ajustes para atender às perdas prováveis na realização de
elementos do ativo;

b. Os investimentos em outras sociedades, quando relevantes;

c. Aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas reavaliações;

d. Os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e


outras responsabilidades eventuais ou contingentes;

e. A taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo;

f. O número, as espécies e as classes das ações do capital social;

g. As opções de compra de ações outorgadas (aprovadas) e efetuadas no exercício;

h. Os ajuste de exercícios anteriores;


22

i. Os eventos subsequentes à data do encerramento do exercício que tenham, ou possam vir


a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia.

Para melhor entendimento desse assunto, sugere-se leitura complementar nas páginas de
150 a 156 do livro “Contabilidade Introdutória” FEA/USP.

PROBLEMAS CONTÁBEIS DIVERSOS

VALORES A RECEBER

Na composição dos “valores a receber a curto prazo” são discriminados todos os valores
recebíveis a curto prazo, de propriedade da empresa.

Consideram-se recebíveis ou realizáveis as vendas a prazo (de produtos, mercadorias ou


serviços) a clientes e os valores a receber provenientes das demais transações efetuadas pela
empresa.

DEVEDORES DUVIDOSOS e INSOLVÁVEIS

Os diversos valores a receber são avaliados por seu valor de realização, ou seja, pelo montante
que a empresa espera auferir quando do recebimento.

O que se quer mostrar aqui, é a possibilidade da ocorrência de prejuízos, em virtude de


devedores não liquidarem seus compromissos com a empresa.

Quando se torna comprovada a real impossibilidade da quitação de suas dívidas, são esses
devedores considerados pela contabilidade devedores insolváveis.

O Balanço mostra a existência de duplicatas a receber no valor global. A prática comercial


indica que é comum o aparecimento de devedores insolváveis, de modo que se pode prever o
aparecimento de algum prejuízo.

Dessa forma, baseando-nos na premissa de que o Balanço deve retratar a situação patrimonial
com o máximo de fidelidade possível, os títulos (duplicatas e outros documentos) a receber
deveriam aparecer no Balanço com saldo correspondente ao montante líquido que
provavelmente serão recebidos.

Sabemos que a conta Resultado dever ser debitada todas as despesas e perdas relativas ao
período. A perda decorrente de débitos insolváveis deve, portanto, pesar negativamente no
resultado desse exercício. Em função disso, devemos concluir que tanto o Balanço como a
Demonstração de Resultados serão incorretos, a menos que neles sejam previstas as possíveis
e prováveis perdas relacionadas a terceiros.

Na prática, por ocasião do levantamento do balanço, deduz-se de Duplicatas a Receber um


montante estimado de perdas com clientes duvidosos. Este montante também é deduzido
como despesa d o exercício e aparece como uma despesa de vendas na Demonstração de
Resultados do Exercício.
23

FORMAS DE PROVISÃO PARA DEVODORES DUVIDOSOS

Os prejuízos futuros não podem ser previstos com precisão, por isso, a legislação do IR dispõe
que o valor considerado dedutível como provisão para perda, será aquele que for suficiente
para absorver as perdas que provavelmente ocorrerão no recebimento dos créditos de direito
existentes no final de cada exercício.
O parâmetro normalmente aceito para esta provisão é o percentual (médio dos últimos três
anos) de duplicatas não liquidadas em relação ao saldo de Duplicatas a Receber.

A lei permite também que se constitua provisão para devedores duvidosos da seguinte
maneira:

a. Análise individual de devedores. Os débitos vencidos e os pertencentes a pessoas que


estejam com dificuldade financeira são somados e adotados para constituição da provisão;

b. Aplicação de um percentual sobre os valores a receber no fim do ano, maneira esta


utilizada pela grande maioria das empresas.

Exemplo:
DEMONSTRAÇÃO DO CÁLCULO DA PROVISÃO PARA DEVEDORES
DUVIDOSOS (retrospecto histórico)
EXERCÍCIOS Duplicatas a Receber Perda
Saldo em 31-12 efetivamente %
observada
Ano 1 $380.000 $15.200 4,00
Ano 2 $460.000 $18.000 3,91
Ano 3 $500.000 $15.000 3,00
TOTAL $1.340.000 $48.200 3,60

Supondo que no ano de fechamento o valor de Duplicatas a receber seja de $480.000, o


percentual (%) de provisão para perdas poderá ser 3,6% (média dos últimos três anos), ou seja
$17.280.

Débito: Devedores Duvidosos


Crédito: Provisão p/Devedores Duvidosos
Estimativa de perdas com devedores duvidosos ..........$17.280

Observação:
- O saldo da conta Devedores Duvidosos, da mesma forma que outra conta de despesa deve
ser transferida para resultado do exercício.

- O saldo da conta Provisão para devedores duvidosos aparecerá no ativo reduzindo a conta
de duplicatas a receber com sinal negativo ( - ).

Exemplo no Balanço:
Duplicatas a Receber..............................$480.000
(- ) Provisão p/Dev. Duvidosos..............$ 17.280 $ 462.720
24

DESCONTO DE DUPLICATAS A RECEBER

A empresa, depois de realizadas as vendas e emitidas as Duplicatas a Receber podem adotar


três diferentes atitudes:

9 Ficar com a mesma até que seja quitada pelo devedor (cliente);
9 Endossar e enviar ao banco, para que este proceda a cobrança;
9 Endossar, enviar ao banco, transferindo ao mesmo sua propriedade, recebendo em troca o
valor do título, deduzidas as despesas incidentes sobre a operação, a isso, dá-se o nome de
“Desconto de Duplicatas”.

As duas primeiras atitudes não envolvem qualquer operação contábil. A terceira implica a
transferência de posse das duplicatas ao Banco. Porém, o simples endosso, não exime a
empresa da responsabilidade de pagar o título, na hipótese do devedor não liquidá-lo junto ao
banco.

Por esse motivo, e por questão de controle da própria empresa, a contabilização do desconto
de duplicatas é feita da seguinte forma:

Diversos
a Duplicatas Descontadas
Pelo desconto das duplicatas nºs. .... no banco ... como segue:
Bancos Cta. Movimento
Valor creditado ............................................................$ 18.000
Juros e Descontos a Vencer (conta do ativo)
Valor do juros a ser cobrado no recebimento da duplic....$ 1.400
Despesas Bancárias
Comissão e IOF cobrados pelo banco $ 600 $ 20.000
Vejam agora, que o valor que a empresa tem realmente a receber apresentada no Balanço é:

Duplicatas a Receber .............................................$ 50.000


( - ) Duplicatas Descontadas ..................................$ 20.000 $ 30.000

EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

Quando os investimentos societários permanentes são em empresa controladas pela


investidora ou pelo menos quando a investidora possui participação suficiente para exercer
influência sobre a administração da investida, não se considera razoável esperar pelo
recebimento dos lucros para registra-los, ou seja, melhor que usas o regime de caixa nesta
situação é usar o regime de competência.

O regime de competência, neste caso significa que a sociedade investidora deve registrar sua
parte no lucro da investida assim que esta o obtiver, e não quando o distribuir em dinheiro aos
sócios.

Exemplo:
A Cia Exemplo S/A tem participação de 60% no capital da Cia ª cujo Patrimônio Líquido é de
$ 10.000. No fechamento do exercício aponto-se que a mesma obteve lucro de $ 2.000.
25

A Cia Exemplo S/A conhecedora desse resultado reconhece seu ganho ref. Participação (60%)
imediatamente, como segue:

Débito: Investimentos em Controladas – Cia. A


Crédito: Receita de Equivalência Patrimonial .......... $ 1.200

ATIVO IMOBILIZADO

O ativo imobilizado é parte integrante do ativo permanente da empresa. Ele compreende os


bens e direitos que tenha por objeto à manutenção das atividades da empresa, ou exercidos
com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial.

O imobilizado é representado por bens tangíveis e intangíveis, tendo as seguintes


características básicas:

1. Sua utilização na empresa;


2. Não esteja destinada a venda;
3. Vida útil superior a um ano;
4. Relevância de valor.

O tipo de imobilizado varia com a atividade operacional de cada empresa. Numa empresa de
transporte rodoviário, a tendência é de que a frota de veículos seja um componente expressivo
de seu ativo imobilizado. Já em determinado tipo de indústria, as aplicações de recursos em
sua planta industrial tenderão a ser o principal absorvedor de recursos no ativo permanente.

É importante observar que um bem pode ser classificado como imobilizado ou como estoque,
dependendo apenas de seu propósito. Numa revendedora de veículos, por exemplo, os carros
destinados a venda representam estoques (mercadorias), enquanto os veículos que fazem parte
da frota de uso da revendedora constituem imobilizado.

Os itens componentes do ativo imobilizado são avaliados pelo custo de aquisição, mais os
gastos necessários à colocação dos mesmos em condição de funcionamento. Tais valores eram
antes da Lei 4249/95 corrigido monetariamente para fins de atualização devido ao efeito da
inflação, porém, essa Lei extinguiu tal correção.

Entre os itens que habitualmente compõe o ativo imobilizado destacam-se:

Imóveis e Terrenos;
Máquinas e Equipamentos;
Veículos, acessórios e semoventes;
Móveis e Utensílios;
Instalações;
Imobilizações em Andamento;
Etc.l

DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO.

Os bens do imobilizado sofrem depreciação, amortização e exaustão, em fase de sua


expectativa de vida útil, ou seja, de duração.
26

Os itens de depreciações, amortizações e exaustões aparecem como redutoras de imobilizado.


Apenas os bens tangíveis, que estão sujeitos ao desgaste ou deterioração, pelo uso ou pelo
transcorrer do tempo, devem ser depreciados.

Há vários critérios e taxas para depreciação, tendo em vista cada critério suas próprias
vantagens. Pelo princípio contábil de consistência, a empresa deverá manter durante a vida
útil do bem o mesmo critério de depreciação que adotou desde o início, porém, na
eventualidade de mudança deverá explicar a ocorrência em nota explicativa.

Os principais métodos de depreciação são:

I. Método da linha reta: é o método mais utilizado, com base em uma expectativa de
vida útil do bem, é estabelecido um percentual anual fixo para depreciação. Supondo,
por exemplo, que determinado bem como veículo tenha uma vida útil de cinco anos,
sua taxa de depreciação será de 20% ao ano.
Capitulo 01 Estrutura das Demonstrações Financeiras
II. Método da taxa constante: é aplicada um taxa constante de depreciação sobre o valor
residual, isto é sobre o custo mais a depreciação acumulada. Observe que, enquanto o
método da linha reta mantém uma taxa constante sobre o valor base, este aplica o
percentual sobre o valor residual, fazendo que a depreciação seja maior nos primeiros
anos de vida do bem.

III. Método da soma dos Dígitos: por esse método também é suposto que a depreciação é
maior nos primeiros anos de vida do bem, sendo a taxa aplicada uma fração cujo
denominador é a soma dos algarismos (dígitos) seqüenciais correspondentes aos anos
de vida útil do bem.

Supondo um veículo, com cinco anos de vida útil estimada, teríamos a soma dos números
seqüenciais de 1 a 5 (1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15), resultando no denominador igual a 15. O
numerador é composto pelos períodos de vida restantes no início da cada período, isto é, para
um veículo com vida prevista de cinco anos, no início do primeiro ano seu restante de vida
útil seria de cinco anos, no início do segundo ano, seu período de vida restante seria de quatro
anos, isto é, o segundo ano que está iniciando, mais três anos.

Exemplo:
ANO 1 2 3 4 5
TAXA 5/15 4/15 3/15 2/15 1/15

Observa-se que a soma das frações relativas a cinco anos é igual a um, isto é, corresponde a
100%, que é a totalidade do valor do bem a ser depreciado.

IV. Método das Unidades Produzidas ou Processadas: este método leva em


consideração a capacidade estimada de unidades a serem produzidas ou processadas
durante a vida útil do bem. Portanto, a depreciação referente a determinado período é
representada por um número decorrente da divisão do número de unidades produzidas
durante o período de vida útil do bem. Critério análogo pode ser adotado quando a
capacidade produtiva é estimada em horas de trabalho, em vez de unidades
produzidas.
27

A Lei das Sociedades por Ações trata dos critérios de avaliação do ativo imobilizado das
empresas, destacando que a diminuição do valor dos elementos do ativo imobilizado será
registrada periodicamente nas contas de:

a. Depreciação – quando corresponder à perda do valor direitos que têm por objeto bens
físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou
obsolescência.

b. Amortização – quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de


direitos de propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou
exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens utilizados por prazo legal ou
contratualmente limitados.

c. Exaustão – quando corresponder à perda do valor decorrente de sua exploração, de


direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa
exploração.

A legislação determina regras para depreciação, baseadas em taxas determinadas pela


Capitulo 01 Estrutura das Demonstrações Financeiras
Secretaria da Receita Federal, como exemplos abaixo:

Tipo de imobilizado Taxa de Vida útil


depreciação estimada
Prédios e construções 04% 25 anos
Máquinas e equipamentos 10% 10 anos
Veículos 20% 05 anos
Móveis e Utensílios 10% 10 anos
Instalações em geral 10% 10 anos
Ferramentas (alicates, facas, etc.) 20% 05 anos
Microcomputadores 20% 05 anos

Há diversas outras taxas para diversos tipos de ativos, os quais constam do Regulamento do
Imposto de Renda, Cabe ressaltar que as taxas estabelecidas pela Receita Federal são taxas
máximas.

Se a empresa utilizar taxas acima das convencionais, caberá a ela provar ao fisco, através de
laudos do Instituto Nacional de Tecnologia, que usou taxas cientificamente adequadas em
face da expectativa de vida útil do bem.

A legislação admite que as taxas sejam ajustadas em função do número de turnos em que a
empresa opere. Caso a empresa opere em mais de um turno (8 horas de trabalho), poderá
aplicar as taxas como segue:

Turnos de 8 horas Multiplicador p/ as taxas habituais


Um turno 1,0
Dois Turnos 1,5
Três Turnos 2,0

Ao tratamento mencionado, dá-se o nome de depreciação acelerada. É importante destacar


que os terrenos não estão sujeitos a depreciação por não sofrer desgaste pelo uso ou pela ação
do tempo.
28

Quanto à amortização, de modo geral, são aplicadas sobre os intangíveis como marcas e
patentes, ou sobre benefícios em propriedade de terceiros.

A exaustão, por outro lado, é utilizada no caso de florestas e de jazidas de minérios, por
exemplo.

INTRODUÇÃO A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Antes de qualquer coisa, visando ativar o interesse dos alunos sobre a disciplina “Análise das
Demonstrações Financeiras”, tratada na INSTITUIÇÃO como Contabilidade Geral II,
devemos falar um pouco da importância de conhecer internamente cada uma das
demonstrações financeiras geradas no departamento contábil, as quais farão parte de
importantes ferramentas utilizadas pelos gestores econômicos e financeiros, que utilizarão
seus dados, transformando-os em informações úteis que os auxiliarão nas tomadas de decisão.

A análise compreende o estudo das relações entre elementos patrimoniais, econômicos e


financeiros contidos nas demonstrações financeiras geradas na contabilidade.

O objetivo da análise compreende a indicação de informações numéricas, preferencialmente,


de mais de dois períodos regulares (exemplo: 1999, 2000 e 2001), de modo a auxiliar ou
instrumentar os dirigentes/administradores, clientes, acionistas, proprietários, instituições
financeiras, fornecedores, investidores, governo, etc., em suas decisões.

Isto justifica a grande importância da matéria no programa dos principais cursos voltados à
gestão empresarial como Administração, Economia, Ciências Contábeis, etc.

Hoje, um curso de Estrutura e Análise de Balanços, como define o mercado, insere-se no


campo contábil-financeiro como uma de suas mais importantes especializações. O
conhecimento da matéria gera atuação profissional num segmento definido de mercado.

Atualmente, nota-se crescente demanda de profissionais que reúnam condições de interpretar


e mensurar dados através dos demonstrativos contábeis e que possam, da mesma maneira,
efetuar uma análise voltada para seus aspectos econômicos e financeiros.

Insumos Básicos Da Análise De Balanços

Os insumos básicos do processo de análise de balanços são os relatórios contábeis gerados


periodicamente pelas empresas. Entre os relatórios gerados pela contabilidade, estão aqueles
ditos obrigatórios que são aqueles definidos pela legislação societária, sendo mais conhecidos
por “demonstrações contábeis” ou “demonstrações financeiras”.

Obrigatórios são aqueles definidos pela legislação societária, sendo mais conhecidos como
“demonstrações contábeis” ou “demonstrações financeiras”.
29

A atual Lei das Sociedades por Ações determina que ao final de cada exercício social (12
meses) toda empresa deve apurar, com base nos fatos registrados pela contabilidade, as
seguintes demonstrações contábeis:

9 Balanço Patrimonial;
9 Demonstração do Resultado do Exercício – DRE;
9 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido;
9 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

OBJETIVO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


(MATARAZZO - pgs. 7 a 40)

A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pela
empresa, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução
apresentada e as tendências futuras.

Em outras palavras, pela análise de balanços extraem-se informações sobre a posição passada,
presente e futura (projetada) de uma empresa.

A análise de balanços é considerada por alguns autores como “uma arte”, pois, apesar das
técnicas desenvolvidas, não há um critério ou metodologia formal de análise válidos nas
diferentes situações e aceitos unanimemente pelos analistas. Dessa forma, torna-se impossível
estabelecer uma seqüência metodológica ou instrumental científico capazes de fornecer
diagnósticos sempre precisos da empresa (ASSAF NETO). Isso faz com que os indicadores
de análise sejam vistos de maneira particular por quem faz a análise, sobressaindo-se, além do
conhecimento técnico, a experiência e a própria intuição do analista.

Dois analistas podem chegar a conclusões diferentes sobre a mesma empresa, mesmo tendo
trabalhado com os mesmos dados e utilizados as mesmas técnicas de análise. Isso significa
que cada analista concentra-se nas demonstrações financeiras da sociedade, das quais extrai
suas conclusões a respeito de sua situação econômico-financeira, e toma (ou influencia)
decisões com relação a conceder ou não crédito, investir ou não em seu capital acionário,
alterar determinadas políticas financeiras, avaliar se a empresa está sendo bem administrada,
identificar sua capacidade de solvência (se irá falir ou não), avaliar sua lucratividade ou se
tem condições de saldar suas dívidas com recursos gerados internamente etc.

Todos que trabalham com análises, principalmente os contadores sabem que as


demonstrações financeiras geradas no departamento de contabilidade trazem um volume
muito grande de dados.

Esses dados representam a matéria-prima do setor p/o Administrador Financeiro que, de posse
deles os transformam em informações úteis para tomadas de decisões.

Os dados representam os números ou descrições de objetos ou adventos que, isoladamente,


não provocam nenhuma reação no leitor.

Podemos defini-los como a matéria-prima necessária à obtenção de um produto denominado


informação.
30

As informações representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir
reações ou decisão, freqüentemente acompanhada de um efeito surpresa.

Em um exemplo podemos dizer que numa partida de futebol da sel. Brasileira x sel. Boliviana
teve uma renda de R$ 286.400,00 e 36.000 pagantes, isso seria um dado, já com a divisão da
arrecadação pelo n.º de pagantes obteríamos o preços médio por ingresso o que já se
transformou em informação.

As demonstrações financeiras publicadas no DCI, Gazeta Mercantil e outros podem


Capitulo 02 Análise das Demonstrações Financeiras
representar uma infinidade de números que são dados.

Na publicação vem o Balanço, o DRE, o DOAR, Demonstração das Mutações do P.


Líquido, todos eles com muitos números (dados) importantes, porém, em excesso uma vez
que nós, em uma análise muitas vezes desejamos saber apenas se a empresa poderá ou não
receber créditos.

Esse pode ser um importante e justificado motivo para se transformar parte desses dados em
informações capazes de levar os dirigentes da empresa a uma decisão.

O INÍCIO DA ANÁLISE

O Contador
A função básica do contador é compilar os dados decorrentes das operações da empresa
mediante os registros contábeis. E suas matérias-primas, são os fatos de significado
econômico-financeiro expressos em moeda e os seus produtos finais são as demonstrações
financeiras.

O analista
O analista de balanços por sua vez preocupa-se com as demonstrações financeiras, que
necessitam ser transformadas em informações, que permitam concluir se a empresa merece ou
não crédito, se é lucrativa, se possui dívidas acima de sua capacidade, se vem evoluindo ou
regredindo ou até mesmo se sobreviverá ou irá a falência.

Linguagem
O resultado da análise de balanços é demonstrado através de relatórios escritos em
linguagem descomplicada, com uso de gráficos representativos como auxiliares, objetivando
simplificar as conclusões mais complexas. Devem ser elaborados como se fossem destinados
a leigos mesmo que não o sejam.

Deve-se ter o cuidado de não elaborar relatórios cheio de dados ao invés de informação, que
é o produto esperado pela alta direção da empresa, estes sempre irão querer decidir com base
nas informações obtidas, fornecidas pelos analistas sem a necessidade de interpretar índices
ou gráficos mirabolantes.

O que realmente vai interessar à alta administração serão os comentários objetivos sobre a
situação da empresa.
31

RELATÓRIO DA ANÁLISE – o que incluir

Ao invés de apresentar um relatório cheio de dados numéricos, devemos apresentar


informações como, por exemplo:

“O grau de endividamento da empresa encontra-se em nível razoável em relação ao ramo de


atividade; entretanto, vem crescendo de maneira indesejável, pois há dois anos podia ser
considerado bom”.

A composição do endividamento mostra um perfil de dívida insatisfatório devido à


excessiva participação das obrigações de curto prazo. Já a liquidez da empresa pode ser
considerada boa”.

PODE SE LISTAR INFORMAÇÕES DO TIPO:

- Situação financeira;
- Situação econômica;
- Desempenho;
- Eficiência na utilização dos recursos;
- Pontos fracos e fortes;
- Tendências e perspectivas;
- Quadro evolutivo;
- Adequação das fontes às aplicações de recursos;
- Causas das alterações na situação financeira;
- Causas das alterações na rentabilidade;
- Evidência de erros da administração;
- Providências que deveriam ser tomadas e não foram;
- Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.

GRUPOS DE INTERESSE

- Diretores/Acionistas;
- Clientes;
- Fornecedores;
- Instituições financeiras (instituições de crédito, bancos, corretoras de valores, etc.)
- Governo.
-
32

PRINCIPAIS USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO OBTIDA ATRAVÉS DA ANÁLISE DE


DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A análise das demonstrações financeira é ponto fundamental para viabilizar tomadas de


decisão dentro das empresas. A análise consiste num trabalho fascinante para as áreas de
finanças e contabilidade e é através dela que se conseguem avaliar os efeitos de certos eventos
ocorridos sobre a situação econômica e financeira das empresas.

A informação, produto da transformação dos dados obtidos através das demonstrações


financeiras fornecidas pelo departamento de contabilidade e são utilizadas por todos os grupos
de interesse relacionado para os mais diferentes fins.

A política financeira de uma empresa tem reflexo nas demonstrações financeiras e é através
da sua análise que se pode conhecer os seus objetivos.

Capitulo
“A análise de balanços é fundamental para quem 02 Análise
pretende das Demonstrações
relaciona-se Financeiras
com a empresa”.

A análise de balanços permite uma visão da estratégia e dos planos da empresa analisada;
permite estimar o seu futuro, suas limitações e suas potencialidades.

“Cada usuário está interessado em algum aspecto particular da empresa”.

EXEMPLOS:

FORNECEDORES
O fornecedor de materiais ou serviços precisa conhecer a capacidade de pagamento de seus
clientes, ou seja, a sua liquidez.

“A profundidade da análise do fornecedor depende da importância do cliente”. (valor


negociado).

CLIENTES (COMPRADORES)
Raramente o comprador analisa a situação do fornecedor.

O cliente deve se preocupar mais é em caso de contrato de fornecimento de materiais ou


serviços considerados essenciais para a sua produção.

Nestes casos, preocupando-se com o aspecto de continuidade, deve proceder análise mais
aprofundada.

BANCOS COMERCIAIS
Esses bancos que trabalham com créditos de curto-prazo, preocupam-se com o grau de
endividamento do cliente e sua rentabilidade e capitalização.
33

BANCOS DE INVESTIMENTOS
Estes se preocupam muito mais com análise de tendência e fazer previsões, que é muito mais
importante para o banco de investimento. Ou seja, eles estão mais preocupados é com a
situação futura da empresa.

CORRETORAS DE VALORES
Concede empréstimos às construtoras e sua análise está entre um banco comercial e um de
investimento.

SOCIEDADES FINANCEIRAS
Créditos diretos a consumidores. Essas sociedades necessitam conhecer a capacidade
financeira de seus clientes (tomadores).

CORRETORAS DE VALORES E PÚBLICO INVESTIDOR


Esses, como agentes investidores, preocupam-se com o aspecto da valorização das ações.
Capitulo 02 Análise das Demonstrações Financeiras

CONCORRENTES
Esta análise é de vital importância, para conhecimento profundo da situação de seus
concorrentes, e pode ser um fator de sucesso ou de fracasso da empresa no mercado.

DIRETORES/ACIONISTAS
Estes se interessam pelo desenvolvimento geral da empresa, mais precisamente no que diz
respeito ao desempenho, aos resultados obtidos, ao grau de endividamento, a lucratividade,
aos prazos de pagamentos, aos prazos de recebimentos etc.
A análise de balanços, para os administradores da empresa é instrumento importante
(complementar) para a tomada de decisão.

“A análise de balanços pode servir de guia para os dirigentes”.

GOVERNO
O governo utiliza análise de balanços em diversas situações. Por exemplo, as concorrentes de
concorrência pública.

ACOMPANHAMENTO DE CLIENTES E FORNECEDORES


Muitas empresas e até mesmo bancos, quebram simplesmente por não acompanhar a situação
de seus clientes/fornecedores periodicamente, faz análise inicial e depois esquece.
34

METODOLOGIA DE ANÁLISE

“Toda análise baseia-se no raciocínio científico”.

Na maioria das ciências, o processo de tomada de decisão obedece alguma seqüência como
segue:

Etapas:
1. Escolha de indicadores
2. Comparação com padrões
3. Diagnóstico ou conclusões
4. Decisão

Obs.: Todos os tipos de profissionais têm um padrão estatístico ou não para comparar níveis
satisfatórios para dar sustentação a suas decisões. A análise se compõe através das três
primeiras etapas que devem estar perfeitamente coordenadas.

O médico, por exemplo, tem um padrão de reações estatisticamente elaborado para suportar
seus diagnósticos.

O advogado se ampara na lei, na jurisprudência e em comentários jurídicos para defender suas


causas.

O Diagnóstico de uma empresa quase sempre começa com uma rigorosa Análise de
Balanços, cuja finalidade é determinar quais são os pontos críticos e permitir, de imediato,
Capitulo
apresentar um esboço das prioridades para a solução 02 problemas.
de seus Análise das Demonstrações Financeiras

Em análise de balanços, o raciocínio é aplicado da mesma forma:

1. Extraem-se índices das demonstrações financeiras;


2. Comparam-se os índices com os padrões;
3. Ponderam-se as diferentes informações e chega-se a um diagnóstico ou conclusão;
4. Tomam-se decisões.

Quando esta seqüência não é obedecida a análise fica prejudicada.

As vezes, por falta de padrões ou por não se saber construí-los, deixam-se de fazer
comparações e a análise fica comprometida por falta de elementos de referência.

PANORAMA HISTÓRICO DAS TÉCNICAS DE ANÁLISE DE BALANÇOS

Os primeiros passos da análise de balanços ocorreram no final do século passado. No Brasil,


ela só se difundiu nos anos 70.

A análise surgiu e desenvolveu dentro dos bancos que foi e ainda é seu principal usuário.

Seu início se deu no séc. passado quando os banqueiros americanos passaram a solicitar
balanços às empresas tomadoras de empréstimos.
35

A análise de balanços tornou-se praticamente obrigatória em 1915 nos Estados Unidos.

Em 1915 o Banco Central dos Estados Unidos determinou que, só poderiam ser
redescontados títulos negociados por empresas que tivessem apresentado seu balanço ao
banco.

Em 1918 foi criado um livreto que inclui formulários padronizados para balanços e
demonstrações de lucros e perdas, uma vez que, as demonstrações da época não tinham muita
uniformidade nos dados apresentados.

Alexandre Wall, considerado o pai da análise de balanços, em 1919 apresentou, um modelo


de análise de balanços, através de índices, demonstrando a necessidade de considerar outras
relações, além de ativos e passivos.

Índices-padrão vêm sendo divulgados desde 1931.

A partir de 1931, a Dun & Bradstreet passou a elaborar e divulgar índices-padrão para
diversos ramos de atividades, nos Estados Unidos.

Em 1925, Stephen Gilman, realizando algumas críticas à análise de coeficientes, propôs que
fosse substituída pela construção de índices encadeados que indicassem as variações havidas
nos principais itens em relação a ano-base.

Em 1930 surgiu um modelo de análise de rentabilidade dentro da empresa Du Point (ROI).


No Brasil, até 1968 a análise de balanços era muito pouco utilizada, e foi neste ano que foi
criada a SERASA, empresa que passou a operar como central de análise de balanços de
bancos comerciais. Capitulo 02 Análise das Demonstrações Financeiras

TÉCNICAS ATUAIS DE ANÁLISE

Análise através de índices

As atuais técnicas de Análise de Balanços possibilitam grande número de informações sobre


a empresa.

Existem hoje, muitos índices surgidos de 1915 até então. Porém, com o passar do tempo,
seguindo a tendência natural da sociedade, as técnicas vêm se aprimorando, sofrendo
refinamentos como objetos de estudos nas universidades.

A principal preocupação dos índices de balanço é possibilitar avaliação de forma genérica


sobre diferentes aspectos da empresa em análise, sem profundidade, que é alcançável através
de outras técnicas adiante.

ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

As duas devem ser utilizadas conjuntamente e servem para complementar as análises por
quocientes.
36

Elas são mais detalhadas, envolve todos os itens das demonstrações e revelam falhas
responsáveis por anomalias encontradas.

VERTICAL
Também chamada por análise por coeficientes, é aquela através da qual se compara cada um
dos elementos do conjunto em relação ao total do conjunto. Evidencia a porcentagem de
participação de cada elemento no conjunto.

Exemplo:
Em uma DRE onde as Despesas Administrativas são R$ 257.000 e a Receita Operacional é
R$ 1.480.000:

X= R$ 257.000 x 100 = 17%


R$ 1.480.000

HORIZONTAL
Também denominada por alguns analistas como análise por índices, tem por finalidade
evidenciar a evolução dos itens das demonstrações financeiras ao longo do ano.

Por meio deste tipo de análise, é possível acompanhar o desempenho de todas as contas que
compõe a demonstração analisada.

ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO

Através do cálculo dos índices de rotação ou prazos médios, é possível construir um modelo
de análise dos investimentos e financiamentos do Capital de Giro, de grande utilidade
gerencial, bem como para avaliação da capacidade de administração do Capital de Giro por
parte da empresa.

MODELO DE ANÁLISE DE RENTABILIDADE


ANÁLISE DO ROI (RETORNO OPERACIONAL DOS INVESTIMENTOS)

Esse tipo de análise, desenvolvido há cerca de 50 anos, é ainda instrumento de grande


utilidade na análise interna ou externa da empresa.

Permite ampla decomposição dos elementos que influem na determinação da taxa de


rentabilidade de uma empresa e explicam quais os fatores que levaram ao aumento ou à queda
de rentabilidade.

Permite ainda, identificar as alternativas para modificações da rentabilidade quando esta


estiver em estudo.

ANÁLISE DA “ALAVANCAGEM FINANCEIRA”

O significado da “alavancagem financeira” (Financial Leverage, em inglês) está


correlacionado ao Capital de terceiros.
37

Quando a alavancagem ou o grau de alavancagem é maior do que 1, o endividamento tem


um efeito de alavanca sobre o lucro que é levado para o acionista.

Por comparar o custo das diferentes alternativas de capital de terceiros com o custo do
capital próprio, a análise da “alavancagem financeira” é imprescindível para as decisões de
subscrição de ações e muito recomendável nas decisões de financiamento de longo prazo.

ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS


E DO FLUXO DE CAIXA.

A partir das demonstrações financeiras levantadas em 31.12.78, a Demonstração das Origens


e Aplicações de Recursos (DOAR), começou a ser divulgada, no Brasil, por determinação da
Lei n.º 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas).

Utilizando os dados da DOAR, pode-se construir a Demonstração do Fluxo Líquido de Caixa,


cuja análise é a última palavra sobre a situação financeira da empresa e sobre sua gestão de
caixa.

ANÁLISE PROSPECTIVA

A análise de balanço é realizada com base em dados contidos em demonstrações financeiras


passadas.

O pensamento é de que analisando o passado, pode-se ter idéias do futuro, supondo-se que o
comportamento da empresa não se altere. Esse é um raciocínio dominante em grande parte do
mundo.

PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – (Cap. 5 – Matarazzo)

“As demonstrações financeiras devem ser preparadas para análise, da mesma forma que um
terreno deve ser preparado e modelado para a construção de um prédio”.

Antes de iniciar a análise, deve-se examinar detalhadamente as demonstrações financeiras.

Este trabalho consiste em uma crítica às contas das demonstrações financeiras e na transcrição
delas para um modelo previamente definido. A isto, dá-se o nome de “Padronização”.

A padronização tem como objetivo, trazer as demonstrações financeiras a um padrão de


procedimentos e ordenamento na distribuição das contas, visando diminuir as diferenças nos
critérios utilizados pelas empresas, na apresentação de tais demonstrações. Outro objetivo é
fazer com que as demonstrações atendam às necessidades de análise e sejam apresentadas de
forma simples de visualizar e fácil de entender, isto é, de correlacionar os diversos itens,
seguindo critérios próprios adotados internamente na empresa que esteja procedendo a
análise.

O primeiro passo para análise é verificar se estamos de posse de todas a DF’s (inclusive notas
explicativas). Também seria desejável Df’s de três períodos. Com as publicações em colunas
38

comparativas teremos, de posse de uma única publicação, dois períodos (exercício atual e
anterior).

Em seguida devemos averiguar a autenticidade das DF’s. O Parecer da Auditoria nas DF’s dá
uma satisfatória margem de confiabilidade para o analista. Não havendo Parecer de Auditoria,
recomenda-se ao analista uma maior dose de conservadorismo, uma vez que, nem sempre as
DF’s refletem a realidade (principalmente as pequenas empresas)

O segundo passo é preparar as DF’s de forma conveniente para a análise. Esta etapa
denomina-se Reclassificação de itens nas Demonstrações Financeiras.

Muitas vezes o contador visa, através do seu agrupamento de contas nas DF’s melhorar a
situação econômico-financeira da empresa usando de uma certa subjetividade.

Exemplo:
Se a empresa se dispõe a vender um imóvel que está classificado do Ativo Permanente, a
atitude do contador visando melhorar a situação financeira da empresa reclassifica este imóvel
no Ativo Circulante. Neste caso, estaria melhorando a situação de liquidez da empresa a curto
prazo.

Reclassificação das Contas

Significa uma nova classificação, um novo reagrupamento de algumas contas nas DF’s,
sobretudo no Balanço Patrimonial e DRE. São alguns ajustes para melhorar a eficiência da
análise.

É necessário que o analista responsável por esta tarefa conheça bem o que representa cada
uma das contas das demonstrações financeiras, que tenha domínio do mecanismo contábil
utilizado pelas empresas, sabendo como aqueles valores surgiram, o que eles representam e
como serão liquidados. Precisa ainda saber interpretar a nomenclatura utilizada pelas
empresas, convertendo-a para planilhas internas. É fundamental que o analista tenha
condições de avaliar a relevância de cada item, à medida que tal item possa apresentar
dificuldade. Os fatores mais importantes devem ser esclarecidos, enquanto os menos
relevantes muitas vezes não justificam tempo que podem absorver.

A leitura do relatório da diretoria, das notas explicativas e do parecer da auditoria é tarefa


obrigatória no processo de análise das demonstrações financeiras.

Motivos de se fazer a Padronização

Simplificação – Um balanço aberto em uma S/A, contem um nº. elevado de contas, o que
dificulta a visualização do balanço como um todo. Quando se faz cálculos fazendo análise
vertical e horizontal, por exemplo, chega-se a aproximadamente 500 a 600 números o que é
um complicador na vida do analista.

Comparabilidade – A análise é baseada em comparação e só faz sentido analisar um balanço


após o seu enquadramento num modelo que viabilize comparação com outros balanços.
39

Adequação aos objetivos da análise – O exemplo de duplicatas descontadas contabilmente


demonstrada como redutora do ativo circulante. Para efeito financeiro, em nada difere de um
empréstimo bancário, uma vez que se trata de uma forma de captação de recurso.

Precisão na classificação das contas – Consiste na adequação das contas segundo suas
próprias naturezas. Ë comum encontrarmos falhas de classificação de contas tanto no balanço
como nas demais demonstrações.

Descoberta de erros – existe caso de erros que podem ser intencionais ou não:

a) Estoques finais ou iniciais da DRE, diferentes do balanço.

b) PDD apontado no balanço não coincide com a constituída na DRE.

c) Dificuldade de conciliar PL inicial com PL final.

Obs.: Uma padronização rigorosa deveria sempre ser precedida da elaboração de um fluxo
de caixa, uma vez que, tanto as saídas como as entradas de caixa são bem identificadas o que
dá uma boa base para análise.

Intimidade do analista com as demonstrações financeiras da empresa – a padronização


obriga o analista a pensar em cada conta das demonstrações e a decidir sobre sua consistência
com outras contas, suas classificações enquanto as transcreve para o modelo padronizado.

Modelo padronizado de balanços de DRE, que serve aos propósitos do curso.

Vale informar que as características do modelo padronizado são:

⇒ Ativo apresenta somente contas essenciais.

⇒ Passivo Circulante é dividido em Operacional e Financeiro, sendo que as “Duplicatas


Descontadas” fazem parte deste último.

⇒ No lado do Passivo, acha-se um subtotal representado por Capital de Terceiros (Passivo


Capitulo 02 Padronização das Demonstrações Financeiras
Circulante + Passivo exigível a longo prazo).

⇒ No Patrimônio Líquido aparecem apenas o “Capital Social” já deduzido de eventuais


“Capital a Realizar” a soma às “Reservas”.

⇒ A “DRE” evidencia apenas os valores fundamentais para análise.

⇒ A Receita Líquida de vendas está deduzida das “Deduções, Abatimentos” e “Impostos”.

⇒ As Receitas e Despesas Financeiras estão líquidas dos efeitos inflacionários.

Modelo do Balanço Padrão


BALANÇOS EM:
20X1 20X2 20X3
VA AV AH VA AV AH VA AV AH
40

ATIVO
CIRCULANTE
FINANCEIRO
ƒ Disponível
ƒ Aplicações Financeiras
SOMA
OPERACIONAL
ƒ Clientes
ƒ Estoques
ƒ Outros Créditos
SOMA
Total do Ativo Circulante
REALIZÁVEL A L. P.
PERMANENTE
ƒ Investimentos
ƒ Imobilizado
ƒ Diferido
Total do Ativo Permanente
TOTAL DO ATIVO

PASSIVO
CIRCULANTE
OPERACIONAL
ƒ Fornecedores
ƒ Outras Obrigações
SOMA
FINANCEIRO
ƒ Empréstimos Bancários
ƒ Dupl. Descontadas
SOMA
Total do Passivo Circulante
EXIGÍVEL A L. PRAZO.
ƒ Empréstimos
ƒ Financiamentos
Total do Exig. A L. Prazo
P. LÍQUIDO
ƒ Capital e Reservas
ƒ Lucros Acumulados
Total do P. Líquido
TOTAL DO PASSIVO
41

Modelo do DRE Padrão

DEMONSTRAÇÃO DO 20X1 20X2 20X3


RES. EXERCÍCIO VA AV AH VA AV AH VA AV AH
RECEITA LÍQUIDA
(-) Custo dos P. Vendidos
= Lucro Bruto
(-) Despesas Operacionais
(±) Outras Rc/Dp Operac.
= Lucro Operacional (antes
dos Res. Financeiros)
(+) Receitas Financeiras
(-) Despesas Financeiras
= Lucro Operacional
(incluindo os resultados
financeiros)
(±) Res. Não Operacional
LUCRO ANTES DO IR E
DA CONTRIB. SOCIAL
LUCRO LÍQUIDO
Simbologia: VA = Valores Absolutos
AV = Análise Vertical
AH = Análise Horizontal

Obs.:
A partir deste ponto, todos as análise exemplificadas, serão feitas com base nos dados
(através de demonstrações e dados adicionais) da empresa hipotética denominada Cia. BIG,
cujos dados foram adaptados a um caso real.

Em todos os capítulos abordados adiante será abordado a Cia. BIG para efeito de
conformidade das técnicas de análise e como elas se relacionam.
42

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA EXEMPLOS


EM US$
BALANÇOS EM
CIA. BIG
31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3
ATIVO
CIRCULANTE
FINANCEIRO
ƒ Disponível 34.665 26.309 25.000
ƒ Aplicações Financeira 128.969 80.915 62.000
SOMA 163.634 107.224 87.000
OPERACIONAL
ƒ Clientes 1.045.640 1.122.512 1.529.061
ƒ Estoques 751.206 1.039.435 1.317.514
SOMA 1.796.846 2.161.947 2.846.575
Total do Ativo Circulante 1.960.480 2.269.171 2.933.575
REALIZÁVEL A L. P.
PERMANENTE
ƒ Investimentos 72.250 156.475 228.075
ƒ Imobilizado 693.448 1.517.508 2.401.648
ƒ Diferido 0 40.896 90.037
Total do Ativo Permanente 765.698 1.714.879 2.719.760
TOTAL DO ATIVO 2.726.178 3.984.050 5.653.335
PASSIVO
CIRCULANTE
OPERACIONAL
ƒ Fornecedores 708.536 639.065 688.791
ƒ Outras Obrigações 275.623 289.698 433.743
SOMA 984.159 928.763 1.122.534
FINANCEIRO
ƒ Empréstimos Bancários 66.165 83.429 158.044
ƒ Duplicatas Descontadas 290.633 393.885 676.699
SOMA 356.798 477.314 834.743
Total do Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077 1.957.277
EXIGÍVEL A L. PRAZO
ƒ Empréstimos 314.360 792.716 1.494.240
ƒ Financiamentos 0 378.072 533.991
Total do Exig. A L. Prazo 314.360 1.170.788 2.028.231
TOTAL DE CAPITAIS DE TERCEIROS 1.655.317 2.576.865 3.985.508
P. LÍQUIDO
ƒ Capital e Reservas 657.083 1.194.157 1.350.830
ƒ Lucros Acumulados 413.778 213.028 316.997
Total do P. Líquido 1.070.861 1.407.185 1.667.827
TOTAL DO PASSIVO 2.726.178 3.984.050 5.653.335
43

DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS

Exercício
CIA. BIG
31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3
Receita Líquida 4.793.123 4.425.866 5.851.586
ƒ Custo dos Produtos Vendidos (3.621.530) (3.273.530) (4.418.671)
Lucro Bruto 1.171.593 1.152.336 1.632.915
ƒ Despesas Operacionais (495.993) (427.225) (498.025)
ƒ Outras Receitas Operacionais 8.394 17.581 27.777
Lucro Oper. Antes do Imposto de Renda 683.994 742.692 1.162.667
ƒ Receitas Financeiras 10.860 7.562 5.935
ƒ Despesas Financeiras (284.308) (442.816) (863.298)
Lucro Operacional 410.546 307.438 305.304
ƒ Resultado não Operacional 1.058 0 0
Lucro antes do Imposto de Renda 411.604 307.438 305.304
Lucro Líquido 223.741 167.116 165.956

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Reserva Legal +
Capital Social e
lucros Total
reservas
Acumulados
Saldo em 31.12.X0 577.605 244.222 821.827
ƒ Lucro líquido do Exercício de 20X1 0 223.741 223.741
ƒ Aumento de Capital 79.478 (30.000) 49.478
ƒ Dividendos 0 (24.185) (24.185)
Saldo em 31.12.X1 657.083 413.778 1.070.861
ƒ Lucro Líq. Do Exercício de 20X2 0 167.116 167.116
ƒ Aumento de Capital 537.074 (281.634) 255.440
ƒ Dividendos 0 (86.232) (86.232)
Saldo em 31.12.X2 1.194.157 213.028 1.407.185
ƒ Lucro Líq. Do Exercício de 20X3 165.956 165.956
ƒ Aumento de Capital 156.673 0 156.673
ƒ Dividendos 0 (61.987) (61.987)
Saldo em 31.12.X3 1.350.830 316.997 1.667.827
44

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS


Exercício
CIA. BIG
31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3
ORIGENS
DAS OPERAÇÕES
ƒ Lucro Líquido 223741 167.116 165.956
ƒ Depreciação 20.300 101.511 167.477
ƒ Resultado da Equivalência Patrimonial (5.508) (10.541) (20.277)
DOS ACIONISTAS
ƒ Aumento de Capital 49.478 255.440 156.673
DE TERCEIROS
ƒ Novos Empréstimos e Financiamentos 124.756 906.528 857.443
Total das Origens 412.667 1.420.054 1.327.272
APLICAÇÕES
ƒ Dividendos 24.185 86.232 61.987
ƒ Reduções Emp. Longo Prazo 0 50.100 0
ƒ Aquisição Investimentos 6.104 73.684 51.323
ƒ Aquisição Imobilizado 0 40.896 49.141
Total das Aplicações 64.769 1.176.483 1.214.068

VARIAÇÃO DO CAPITAL
CIRCULANTE LÍQUIDO 347.898 243.571 113.204

MOVIMENTAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO


20X0 20X1 20X2 20X3
Ativo Circulante 1.500.889 1.960.480 2.269.171 2.933.575
Passivo Circulante 1.229.264 1.340.957 1.406.077 1.957.277
Capital Circulante Líquido 271.625 619.523 863.094 976.298

Aumento ou Dim. Do Cap. C. Líqu. 347.898 243.571 113.204


45

DADOS ADICIONAIS:
31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3
1- Receita Bruta de Vendas 6.113.052 6.227.390 8.069.229
ƒ (-) Devoluções e Abatimentos 152.825 184.276 249.086
Vendas Realizadas 5.960.227 6.043.114 7.820.143
ƒ (-) Impostos 1.107.104 1.617.248 1.968.557
Receita Líquida 4.793.123 4.425.866 5.851.586

2- Outras Rec./Desp. Operacionais


ƒ Receita de Equiv. Patrimonial 5.508 10.541 20.277
ƒ Ganhos com a Inflação 2.886 7.040 7.500
8.394 17.581 27.777
3- Despesas Operacionais
De Vendas 269.560 225.310 284.021
ƒ Administrativas 206.323 180.422 192.698
ƒ Gerais 20.110 21.493 21.306
495.993 427.225 498.025

4- Compras 3.001.587 2.766.402 3.387.266

5- Estoques
ƒ Matérias-primas 264.132 269.385 317.413
ƒ Produtos em Processo 263.713 386.643 466.271
ƒ Produtos Acabados 223.361 383.407 533.830
751.206 1.039.435 1.317.514

6- Aumento de Capital nas seguintes datas:


30/04/x1 49.478
31/06/x2 255.440
02/02/x3 156.673
7- Os Dividendos são provisionados no encerramento de cada exercício.

8- Balanço Sintético de 20X0

ATIVO PASSIVO

Circulante Circulante
Operacional 1.378.133 Operacional 839.522
Financeiro 122.756 Fornecedor 570.520
1.500.889 Outras Obrigações 269.002

Financeiro 389.742
1.229.264

Exigível a L. Prazo 189.604


Permanente 739.806 Patrimônio Líquido 821.827
TOTAL 2.240.695 TOTAL 2.240.695
46

ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL (Cap. 09 – MATARAZZO)

Os métodos de análises vertical e horizontal prestam valiosa contribuição na interpretação da


estrutura e da tendência dos números de uma empresa. Podem ainda auxiliar na análise dos
índices financeiros e em outros métodos de análise.

ANÁLISE VERTICAL (coeficientes)

Conceito
É um processo comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica ao se relacionar uma
conta ou grupo de contas com um valor afim ou relacionável, identificado no mesmo
demonstrativo, ou seja, o primeiro propósito da análise vertical (AV) é mostrar a participação
relativa de cada item de uma demonstração financeira em relação a determinado referencial.

De maneira mais simples podemos ver que a AV mostra a importância que cada conta em
relação o valor total do conjunto. No balanço calcula-se o percentual de cada conta em relação
ao ativo total e ao passivo total, dentro de suas respectivas naturezas.

A Análise Vertical, também denominada por alguns analistas como “Análise por Coeficientes”, é
aquela através da qual se compara cada um dos elementos do conjunto em relação ao total do
conjunto. Ela evidencia a porcentagem de participação de cada elemento no conjunto.

Através desse tipo de análise, pode-se conhecer pormenores das demonstrações financeiras
que escapam à análise genérica através dos índices.

O cálculo do percentual que cada elemento ocupa em relação ao conjunto é feito por meio de
regra de três, em que o valor-base é igualado a 100, sendo os demais calculados em relação a
ele.

No caso do Balanço, podemos saber qual o percentual do ativo circulante em relação a ativo
total, ou ainda a relação percentual entre o disponível e ativo total, como o exemplo a seguir.

Exemplo: % do disponível em relação ao ativo total

At. Total : 2.726.178 = 100


Disponível: 34.665 = x

x = 34.665 x 100 = 1,27%


2.726.178

A porcentagem encontrada corresponde ao percentual de participação do disponível em


relação ao volume do Ativo Total.

É evidente que nos casos referentes ao DRE, calcula-se o percentual de cada conta em relação
às vendas, onde o valor das vendas é igualado a 100.

Exemplo: x = 10.860 x 100 = 0,23%


4.793.123
“O percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto”.
47

OBJETIVO DA ANÁLISE VERTICAL

O principal objetivo da AV é mostrar a importância de cada conta na demonstração financeira


a que pertence.

Embora a AV possa ser feita em qualquer demonstração financeira, alcança sua plenitude
quando efetuada na Demonstração do Resultado do Exercício.

A redução do Lucro Líquido de um período para outro pode ser resultado do aumento
indesejado de alguns itens de despesa, o que é facilmente verificado através da análise
vertical.

É conveniente acompanhar constantemente o percentual de participação de cada despesa em


relação ao valor da Receita Líquida de Vendas para evitar que esses percentuais, que tem
influência direta o Resultado do Exercício, ultrapassem os limites orçados.

ANÁLISE HORIZONTAL (índices)

Conceito
É a comparação que se faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em
diferentes exercícios sociais. É basicamente um processo de análise temporal, desenvolvido
por meio de números-índices.

A Análise Horizontal, também denominada por alguns analistas como “Análise por meio de
números-índices”, tem por finalidade evidenciar a evolução dos itens das demonstrações
financeiras ao longo do tempo.

O objetivo da Análise Horizontal é permitir o exame da evolução histórica de uma série de


valores ao longo do tempo.

Os índices extraídos da análise horizontal representam a evolução de cada conta no decorrer


do tempo, e mostram os caminhos trilhados pela empresa e as possíveis tendências. A análise
é feita geralmente de no mínimo três exercícios.

Este tipo de análise possibilita o acompanhamento do desempenho de cada uma das contas
que compõem a demonstração em questão, ressaltando as tendências evidenciadas em cada
uma delas, sejam de evolução ou retração.

Através da AH, o analista poderá verificar a evolução normal desta conta e compará-la com a
evolução das demais contas da Demonstração e concluir sobre o comportamento da mesma
durante o período.
Enquanto a Análise Vertical é feita pela comparação de cada elemento do conjunto em
relação ao total, em um mesmo período, a Análise Horizontal compara a evolução dos valores
de cada conta das demonstrações em análise ao longo de vários períodos.

O analista não pode desprezar em sua análise a influência da inflação, que pode concorrer
para um crescimento ou redução dos valores em análise.

A Análise Horizontal é feita por meio de números-índices.


48

Número-índice é uma operação estatística, utilizada pela análise de Balanços, que consiste
em substituir os valores constantes das contas de cada exercício por um número percentual
que facilita a comparação entre eles.

Na construção dos percentuais para cada elaboração de análise horizontal se usa a técnica dos
números índices em que no primeiro ano todos os valores são considerados iguais a 100.

O mecanismo consiste em escolher um exercício – geralmente o mais antigo como base,


atribuindo aos seus valores o percentual 100 e, a partir desse exercício, calcular os demais
valores dos outros exercícios por meio de regra de três, sempre em relação ao primeiro.

REPETINDO
9 Através da regra de três obtem-se os valores dos anos seguintes;
9 A variação é o que exceder a 100 ou o que faltar para 100.

Exemplo:
Suponhamos que a Demonstração do Resultado do Exercício de uma determinada empresa
apresente os seguintes valores da Receita Operacional Líquida:

Exercício de x1 = 4.280.000
Exercício de x2 = 8.200.000
Exercício de x3 = 9.680.000
Escolhendo o exercício de x1 como base, faremos:

Cálculo de índice para o exercício de x2;


R$ 4.280.000 = 100%
R$ 8.200.000 = x logo

x = 8.200.000 x 100 = 191,59%


4.280.000

Cálculo do índice para o exercício de x3


R$ 4.280.000 = 100%
R$ 9.680.000 = x logo

x = 9.680.000 x 100 = 226,17%


4.280.000

Para fins de Análise Horizontal, podemos elaborar uma tabela com base nos dados apurados.
Veja:

Demonstração de resultado do exercício da empresa exemplo S/A.


CONTAS X1 X2 X3
Receita Operacional Líquida 100% 191,59 226,17

VEJAM QUE:
49

• Na construção dos percentuais para elaboração da Análise Horizontal se usa a técnica dos
Capitulo
números-índices, onde no 1º. Ano todos os 03 sãoAnálise
valores Vertical / iguais
considerados Análise aHorizontal
100.

• Através da regra de três obtem-se os valores dos anos seguintes (índices).

• A variação é o que excedera 100 ou o que faltar para 100.

De posse da tabela devidamente elaborada, basta analisar a evolução ou a retração de cada


conta em relação ao exercício escolhido como base.

A análise pode ser feita inicialmente comparando-se os índices obtidos em cada ano sempre
em relação ao ano-base. Pode ser feita especificamente em cada item e depois em conjunto,
possibilitando verificar a influência de cada item um sobre o outro.

“A evolução de cada conta mostra os caminhos trilhados pela empresa e as possíveis


tendências”.

ANÁLISE HORIZONTAL ENCADEADA X ANUAL


A análise horizontal pode ser efetuada através do cálculo das variações em relação a um ano-
base - quando será denominada Análise Horizontal encadeada- ou em relação ao ano anterior
– quando será denominada Análise Horizontal Anual.

Nota:
A anual não deve ser feita em substituição a encadeada, uma vez que pode causar alguma
confusão. Veja exemplos:

Suponha que uma conta Estoques de determinada empresa tenha a seguinte evolução:
20X1 20X2 20X3 20X4
Estoques 2.890.143 1.156.058 1.926.764 2.890.143

A análise horizontal encadeada apresenta os seguintes cálculos:


20X1 20X2 20X3 20X4
Estoques 100% 40% 67% 100%
X2 ⇒ (1.156.058 x 100) / 2.890.143 = 40%
X3 ⇒ (1.926.764 x 100) / 2.890.143 = 67%
X4 ⇒ (2.890.143 x 100) / 2.890.143 = 100%

Conclui-se que a empresa teve uma redução de estoques em 20X2; tal redução passou a
representar 40% dos estoques iniciais. Em 20X3 os estoques subiram para o nível de 67% dos
iniciais e em 20X4 voltaram exatamente ao nível inicial.

A análise horizontal anual mostra os seguintes números (observe-se que neste processo em
cada ano só aparece o percentual de variação em relação ao ano anterior).

20X2 20X3 20X4


Estoques -60% +66% +50%
X2 ⇒ 40 – 100 = -60%
X3 ⇒ [(1.926.764 x 100) / 1.156.058] – 100 = 66%
50

X4 ⇒ [(2.890.143 x 100) / 1.926.764] – 100 = 50%


Conclusões do cálculo:
A empresa sofreu uma redução de 60% no seu estoque no 1º ano e apresentou aumento de
Capitulo 03 Análise Vertical / Análise Horizontal
66% e 50% respectivamente, nos dois seguintes.

Isto sugere que a redução inicial teria sido inteiramente compensada em 20X3 e ainda havido
um aumento dos estoques em 20X4, o que não corresponde a realidade.

Ou seja, a redução de 60% de 20X2 foi calculada sobre uma base muito maior do que a base
usada para o crescimento em 20X3 e 20X4.

Relação entre Análise Vertical e Horizontal


É recomendável que estes dois tipos de análise sejam usados em conjunto.

Não se deve tirar conclusões exclusivamente da análise horizontal, pois determinado item,
mesmo apresentando variação de 2.000%, por exemplo, pode continuar sendo irrelevante
dentro da demonstração financeira a que pertence.

É desejável que as conclusões baseadas na análise Vertical sejam completadas pelas da


análise Horizontal.

Na DRE, pequenos percentuais podem ser significativos, visto que o lucro líquido costuma
representar também percentuais pequenos em relação as vendas em análise vertical, porém em
uma análise horizontal pode representar variações de grandes proporções.

Relação entre Análise Vertical/Horizontal e Análise através de Índices.


A análise através de índices Financeiros é genérica; relaciona grandes itens das
Demonstrações Financeiras e permite dar uma avaliação à empresa.

A análise Vertical/Horizontal desce a um nível de detalhes que não permite essa visão ampla
da empresa, mas possibilita localizar pontos específicos de falhas, problemas e características
da empresa e explicar os motivos de a empresa estar em determinada situação.

Objetivos da Análise Vertical/Horizontal:

Análise Vertical:
Mostrar a importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence e,
através da comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos
anteriores e permitir inferir se há itens fora das proporções normais.

Análise Horizontal:
Mostrar a evolução de cada conta das Demonstrações. Financeiras e, pela comparação entre
si, permitir conclusões sobre a evolução da empresa.

“Em sentido específico, destacam-se os seguintes objetivos da análise


Vertical/Horizontal conjuntamente”.

9 Indicar A Estrutura De Ativo E Passivo, Bem Como Suas Modificações.


51

9 Analisar Em Detalhes O Desempenho Da Empresa.

ANÁLISE VERTICAL

1- Visando fixar melhor a teoria, desenvolvam, utilizando as técnicas apresentadas a


análise vertical das demonstrações abaixo:

BALANÇO DA CIA. FUTURISTA S/A.


Ativo/Passivo 31.12.X1 AV 31.12.X2 AV 31.12.X3 AV
Ativo Circulante 100.000 17,8 110.000 16,1 95.000 13,0
Real. A L. Prazo 160.000 28,6 184.000 26,9 192.000 26,2
Ativo Permanente 300.000 53,6 390.000 57,0 445.000 60,8
TOTAL 560.000 100,0 684.000 100,0 732.000 100,0
Passivo Circulante 70.000 12,5 90.300 13,2 106.400 14,5
Exig. A L. Prazo 150.000 26,8 200.000 29,2 235.000 32,1
Patrimônio Líquido 340.000 60,7 393.700 57,6 390.600 53,4

DRE DA CIA . FUTURISTA S/A


31.12.X1 AV 31.12.X2 AV 31.12.X3 AV
Receitas de Vendas 830.000 100,0 1.260.000 100,0 2.050.000 100,0
(-) Custos (524.167) 63,2 (840.500) 66,7 (1.594.600) 77,8
(=) Lucro Bruto 305.833 36,8 419.500 33,3 455.400 22,2
(-) Desp. Operacion (139.500) 16,8 (190.000) 15,1 (277.500) 13,5
(-) Desp. Financeiras (88.000) 10,6 (140.000) 11,1 (186.000) 9,1
(=) Resultado Oper 78.333 9,4 89.500 7,1 (8.100) -0,4
(-) Prov. Imp. Renda (31.333) 3,8 (35.800) 2,8 - -
(-) Resultado Líquido 47.000 5,6 53.700 4,3 (8.100) -0,4

INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DO BALANÇO PELA ANÁLISE VERTICAL:


- Os investimentos de curto prazo sofreram pequenas reduções no período, passando de
17,8% do total do ativo em X1, para 13,0% para X3.

Ativo Circulante 100.000 17,8 110.000 16,1 95.000 13,0

- Em contrapartida, de forma desequilibrada, as dívidas de curto prazo (representadas pelo


passivo circulante) apresentaram uma participação maior ao longo dos períodos. Em X1,
12,5% do total dos financiamentos da empresa era representado por passivo circulante,
subindo para 14,5% em X3.

Passivo Circulante 70.000 12,5 90.300 13,2 106.400 14,5

- Essa situação, conforme se comentou, produziu uma redução da liquidez da empresa que
deve administrar um volume maior de dívidas vencíveis a curto prazo sem apresentar um
incremento correspondente em seus ativos circulantes. Situação semelhante também pode
ser verificada em relação ao Realizável a Longo Prazo X Exigível a Longo Prazo:
52

Real. A L. Prazo 160.000 28,6 184.000 26,9 192.000 26,2


Exig. A L. Prazo 150.000 26,8 200.000 29,2 235.000 32,1
Capitulo 03 Análise Vertical / Análise Horizontal
- O único grupo patrimonial que proporcionalmente cresceu ao longo dos anos foi o ativo
permanente:

Ativo Permanente 300.000 53,6 390.000 57,0 445.000 60,8

Os demais grupos de contas do Ativo sofreram decréscimos do exercício X1 ao X3.

A maior preocupação por investimentos produtivos pode ser derivada do crescimento dos
níveis de vendas da empresa, tendo atingido 51,8% em X2 em relação a X1 e 62,7 em X3 em
relação a X2, conforme quadro da DRE.

Da mesma forma, observa-se que em X1 60,7% dos ativos da empresa eram financiados por
capital próprio. Em X3, esse percentual caiu para 53,4%, significando que a empresa deve a
terceiros os outros 46,6% (100%-53,4) de seus ativos.

Na verdade a empresa, conforme se comentou, não produziu melhores níveis de capitalização


no período (> participação de capital próprio), diminuindo inclusive a participação do
Patrimonio Líquido.

Patrimônio Líquido 340.000 60,7 393.700 57,6 390.600 53,4

INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DA DRE PELA ANÁLISE VERTICAL:

Através da Demonstração de Resultados, confirma-se a necessidade de um volume maior de


receitas de vendas para cobrir os custos. Em X1, 63,2% das vendas eram destinados a
reporem os custos incorridos, elevando-se para 66,7 em X2 e 77,8% em X3. Como
conseqüência, reduz-se a parte das vendas que representam o lucro bruto.

Vejam:
Receitas de Vendas 830.000 100,0 1.260.000 100,0 2.050.000 100,0
(-) Custos (524.167) 63,2 (840.500) 66,7 (1.594.600) 77,8
(=) Lucro Bruto 305.833 36,8 419.500 33,3 455.400 22,2

.Nota-se também que apesar de haver ocorrido uma redução proporcional das despesas
operacionais e financeiras na estrutura de resultados, a empresa teve de assumir um prejuízo
de $8.100 em X3 equivalente a 0,4 de suas vendas.

Nos exercícios de X1 e X2 apesar de ter apresentado um lucro líquido crescente em valores


absolutos, houve uma redução proporcional às vendas.

Vejam:

(-) Resultado Líquido 47.000 5,6 53.700 4,3 (8.100) -0,4


53

Ou seja, em X1, 94,4% da receita de vendas foram para cobrir os custos e despesas, no
exercício seguinte esse percentual foi de 96,7% e em X3 a empresa utilizou toda a sua receita
e mais 0,4 do P.L (representado por prejuízo).

ANÁLISE HORIZONTAL
Visando fixar melhor a teoria, desenvolvam, utilizando as técnicas apresentadas a análise
horizontal das demonstrações abaixo:

BALANÇO DA CIA . FUTURISTA S/A


Ativo/Passivo 31.12x1 AH% 31.12.X2 AH% 31.12.X3 AH%
Ativo Circulante 100.000 100,0 110.000 110,0 95.000 95,0
Real. A L. Prazo 160.000 100,0 184.000 115,0 192.000 120,0
Ativo Permanente 300.000 100,0 390.000 130,0 445.000 148,3
TOTAL 560.000 100,0 684.000 122,1 732.000 130,7
Passivo Circulante 70.000 100,0 90.300 129,0 106.400 152,0
Exig. A L. Prazo 150.000 100,0 200.000 133,3 235.000 156,7
Patrimônio Líquido 340.000 100,0 393.700 115,8 390.600 114,9

DRE DA CIA. FUTURISTA S/A.


31.12x1 AH% 31.12.X2 AH% 31.12.X3 AH%
Receitas de Vendas 830.000 100,0 1.260.000 151,8 2.050.000 247,0
(-) Custos (524.167) 100,0 (840.500) 160,3 (1.594.600) 304,2
(=) Lucro Bruto 305.833 100,0 419.500 137,2 455.400 148,9
(-) Desp. Operac. (139.500) 100,0 (190.000) 136,2 (277.500) 146,1
(-) Desp. Financ (88.000) 100,0 (140.000) 159,1 (186.000) 198,9
(=) Resultado Oper 78.333 100,0 89.500 114,3 (8.100) (10,3)
(-) Prov. Imp. Renda (31.333) 100,0 (35.800) 114,3 - -
(-) Result. Líquido 47.000 100,0 53.700 114,3 (8.100) (17,2)

INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DO BALANÇO PELA ANÁLISE HORIZONTAL:

A- No balanço, é possível observar um deterioração na capacidade de pagamento a curto


prazo da empresa, tendo como contra-partida uma evolução mais que proporcional de
suas obrigações de curto prazo.

Vejam:
Ativo Circulante 100.000 100,0 110.000 110,0 95.000 95,0
Passivo Circulante 70.000 100,0 90.300 129,0 106.400 152,0

Nota-se que está decaindo de ano a ano a diferença entre ativo circulante e passivo circulante
tanto em valores absolutos como em valores relativos o que provoca uma redução em sua
capacidade de liquidez, tanto que em X3 essa diferença assume valores negativos.

B- A participação de recurso próprios (PL) na estrutura de financiamentos vem decaindo


proporcionalmente ao longo dos exercícios, notando-se um crescimento mais que
proporcional das dívidas (capital de terceiros). No exercício de X3, enquanto as
54

exigibilidades totais cresceram 55,2% em relação ao ano de X1, o capital próprio evoluiu
apenas 14,9% no mesmo período, o que vem demonstrar maior dependência da empresa
aos credores e, conseqüentemente, maior risco financeiro.

C- Nos últimos dois exercícios, os custos de venda da empresa apresentara um crescimento


Capitulo
maior que suas receitas, proporcionando uma 03 Análise
redução Verticaldo
na evolução / Análise Horizontal
lucro bruto.

Em outras palavras, em X2, para auferir um crescimento de 37,2% no lucro bruto, a


empresa elevou suas vendas em 51,8%. No entanto, em X3 para uma elevação de apenas
8,6% (((455.400x100)/419.500)-100) no lucro bruto, as receitas precisaram crescer 62,7%
(((2.050.600 x 100)/1.260.000)-100).

As despesas operacionais e as financeiras mantiveram nos três anos uma evolução


próxima à da receitas, não chegando a onerar o lucro com a mesma intensidade dos custos.

Como conseqüência, o resultado líquido da empresa apresentou um crescimento moderado


em X2, chegando a um prejuízo no ano seguinte.

Em resumo, pode-se concluir que os investimentos da empresa foram prioritariamente


dirigidos para ativos de longo prazo, notadamente o ativo permanente, em prejuízo dos
itens circulantes.

Sua estrutura de financiamentos, além de atribuir maior preferência por fontes de


terceiros, deu ainda grande destaque a dívidas de curto prazo.

Apesar de ter chegado a conclusões semelhantes com os resultados da análise vertical, é


importante que se acrescente que uma não deve necessariamente excluir a outra. Ou seja,
ao ser processado um estudo comparativo das demonstrações financeiras de uma empresa,
é importante que sejam utilizadas tanto análise vertical como horizontal, a fim de melhor
identificar as várias mutações sofridas por seus elementos contábeis.

Observações importantes:
Gostaria de lembrar que os cálculos são importantes para se construir a estrutura da
demonstração analisada através de números índices, porém, o mais importante é a
interpretação dos índices feita através de um bom relatório como no exemplo acima
exposto.

Vejam que coloco junto a informações levantadas partes dos quadros apenas para que
tenham a visão que está sendo informado.
55

EXERCÍCIO COM SOLUÇÃO


NÚMEROS-ÍNDICES (onde o Período-base, é o mais antigo).

ANÁLISE HORIZONTAL ENCADEADA

20X5 20X6 20X7 20X8


Vendas Líquidas 104.899 100.434 103.044 113.925
(-) Custos e Despesas 73.122 76.538 53.894 60.267
(=) Lucro Líquido 31.777 23.896 49.150 53.658
ANÁLISE HORIZONTAL 100% 95,7% 98,2% 108,6%
ENCADEADA 100% 104,7% 73,7% 82,4%
100% 75,2% 154,7% 168,9%

Tomando-se como o ano base de 20X5, os números-índices das vendas, custos e despesas, e
lucro líquido em X5, X6, X7 e X8 são calculados da seguinte forma:
Cálculos:

20X6/20X5 20X8/20X5
Vendas: 100.434 x 100 = 95,7 Vendas: 113.925 x 100 = 108,6
104.899 104.899

Custo 76.538 x 100 = 104,7 Custo 60.267 x 100 = 82,4


73.122 73.122

Lucro Líquido 23.896 x 100 = 75,2 Lucro Líquido 53.658 x 100 = 168,9

31.777 31.777

20X7/20X5
Vendas: 103.044 x 100 = 98,2
104.899

Custo 53.894 x 100 = 73,7


73.122

Lucro Líquido 49.150 x 100 = 154,7

31.777

NÚMEROS-ÍNDICES (onde o exercício-base, é o exercício anterior).


ANÁLISE HORIZONTAL ANUAL
ANÁLISE HORIZONTAL ANUAL - (4,3%) 2,6% 10,6%
- 4,7% (29,6%) 11,8%
- (24,8%) 105,7% 9,2%

Neste sistema de análise verifica-se a variação percentual de uma conta ou grupo de conta de
um período para outro. Logo, o período base para calcular a variação X6/X5 é o ano X5, já a
variação de X7/X6 o ano base é o X6 e a variação X8/X7 a base é o X7.
Obs.: A variação é o que ultrapassa ou falta para 100.
56

Cálculo:

20X6/20X5
Vendas: 100.434 x 100 - 100 = (4,3%)
104.899

Custo 76.538 x 100 - 100 = 4,7%


73.122

Lucro Líquido 23.896 x 100 - 100 = (24,8%)

31.777

20X7/20X6
Vendas: 103.044x 100 - 100 = 2,6%
100.434

Custo 53.894 x 100 - 100 = (29,6%)


76.538

Lucro Líquido 49.150 x 100 - 100 = 105,7%

23.896

20X8/20X7
Vendas: 113.925 x 100 - 100 = 10,6%
103.044

Custo 60.267 x 100 - 100 = 11,8%


53.894

Lucro Líquido 53.658 x 100 - 100 = 9,2%

49.150

INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS:

Através destas análises podemos ver que as vendas diminuíram 4,3% em X6 em relação a X5.
Em X7, apesar de terem crescido em relação ao ano imediatamente anterior, regrediram em
relação ao ano X5. A redução das vendas de X7 foi de 1,8% (98,2 – 100) em relação a X5.
Entretanto, no exercício de X8 observou-se um crescimento de 8,6% nas vendas em relação a
X5, ou seja, estão 1,086 vezes maiores que as obtidas em X5

Os custos e despesas tiveram um acréscimo de 4,7% em X5, uma queda de 26,3% em X7 e


uma diminuição de 17,6%, tudo em relação a X5.

O lucro Líquido mostrou um decréscimo de 24,8% em X6 e um crescimento de 54,7% em X7


e de 68,9%, em X6, também, tudo em relação a X5.

Ilustrando melhor a análise horizontal, comentemos agora, a mesma com base anual.
57

As vendas registraram decréscimos de 4,3% em X6 em relação a X5, acréscimo de 2,6% em


X7 em relação a X6 e acréscimo de 10,6% em X8 em relação a X7. Podemos verificar que
embora tenha tido um acréscimo significativo em X8 em relação a X7, o acréscimo de X7/X6
foi bastante modesto apresentando apenas 2,6%.

Os custos e despesas tiveram o seguinte comportamento: aumentaram 4,7% em X6 em


relação X5 diminuíram 29,6% em X7 em relação a X6 e tiveram um aumento de 11,8% em
X8 em relação a X7.

O Lucro Líquido comportou-se da seguinte forma nos períodos analisados:


Podemos ver que a empresa apresentou em X6 diminuição de 24,8% em relação a X5, porém,
obteve um acréscimo de 105,7% em X7 em relação a X6 onde podemos verificar que pelo
menos parte deste resultado pode ser conseqüência da diminuição dos custos em 29,6% no
mesmo período. Em X8 teve acréscimo de 9,2% em relação a X7 enquanto as vendas
evoluíram 10,6%, podemos salientar ainda que os custos e despesas aumentaram 11,8% no
mesmo período.

Outras observações análogas podem ser descritas em função das variações apresentadas
pelos grupos de contas em análise.

ANÁLISE ATRAVÉS DOS ÍNDICES

ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES – (Cap. 06 MATARAZZO)

“A avaliação da empresa através de índices exige obrigatoriamente a comparação com


padrões e a fixação da importância relativa de cada índice”.

No estudo dos índices financeiros, precisamos responder algumas questões, como:


• O que é um índice financeiro?
• Como calcular um índice financeiro?
• Como interpretar um índice financeiro?
• Quantos índices financeiros precisamos calcular?
• Qual a importância que deve receber cada um dos índices financeiros?

O que é índice?

Os índices financeiros são relações entre contas ou grupos de contas das demonstrações
financeiras, que tem por objetivo fornecer-nos informações que não são fáceis de serem
visualizadas de forma direta nas demonstrações financeiras. Por exemplo, se alguém nos diz
que o passivo circulante de uma empresa é de $100.000, essa informação isolada não é
relevante, uma vez que, esse valor pode ser grande ou pequeno, dependendo do porte da
empresa e do referencial com que esteja sendo comparado.

Também podemos definir os índices como sendo a relação entre contas ou grupo de contas
das demonstrações financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação
econômica ou financeira de uma empresa.
58

O papel dos índices de Balanço é fornecer visão ampla da situação econômica ou financeira
da empresa.

Os índices servem para medir os diversos aspectos econômicos e financeiros das empresas.

Como calcular e interpretar um índice financeiro?

Como calcular e interpretar os índices iremos verificar ao longo do desenvolvimento deste


assunto.

Como medida relativa de grandeza, o índice nos permite que numa mesma empresa possamos
compara-lo ano a ano para observar sua tendência, ou seu comportamento. Adicionalmente, é
possível compararmos, em determinado momento ou período, o índice de uma empresa como
o mesmo índice relativo a outras empresas de mesma atividade, para sabermos como está a
empresa em relação a suas principais concorrentes ou mesmo em relação aos padrões de seu
seguimento de atuação.

Devemos lembra que é necessário que os índices financeiros sejam calculados após a
padronização (reclassificação) das demonstrações financeiras procedidas pelo analista.

Quantos índices financeiros precisam calcular?

Uma grande quantidade de índices pode chegar a confundir o analista, especialmente o


iniciante. Por outro lado, uma quantidade muito pequena de Capitulo 03 pode
índices Análise
nãoatravés dos Índices
ser suficiente
para tirarmos conclusões acerca da saúde financeira de uma empresa. O ideal, é que o
analista utilize uma quantidade que o permita conhecer a situação da empresa, segundo o grau
de profundidade desejada da análise.

A profundidade de análise varia de acordo com o interesse de cada usuário, ou seja, cada um
está interessado em determinado aspecto da empresa analisada.

Portanto, a quantidade de índices que se deve utilizar depende exclusivamente do grau de


profundidade que se deseja da análise.

“A análise de empresa industriais e comerciais através de índices tradicionais deve ter, no


mínimo, 4, e não é preciso estender-se além de 11 índices”.

Qual a importância que deve receber cada um dos índices financeiros?

É importante que atribuamos um peso (um conceito) a cada um dos índices, de modo que
tenhamos uma ponderação que nos leve a uma avaliação final da empresa. A ponderação dos
índices pode ser através de comparação da empresa com padrões de seu segmento, de sua
região geográfica e de seu porte, através da experiência do analista, ou através de outros
meios quantitativos.

Aspectos da empresa revelados pelos índices

Pode-se dividir a análise das Demonstrações Financeiras, em situação financeira e situação


econômica:
59

Principais aspectos revelados pelos índices financeiros:


Estrutura
Situação Financeira
Liquidez

Situação Econômica Rentabilidade

Principais Índices

Embora haja inúmeros pontos comuns nos principais índices formados por autores e
profissionais de análise, existem algumas diferenças em suas análises.

Exemplos:

• Índices como, Participação de Capitais de Terceiros, Liquidez Corrente e Rentabilidade do


Patrimônio Líquido, são usados por praticamente todos os analistas.
• Outros, porém, como Composição do endividamento, Liquidez Seca, Rentabilidade do
Ativo, Margem Líquida de Lucro, nem sempre fazem parte dos modelos de análise.

Diferenças Possíveis de análise

Exemplo:
- Há autores que apresentam a rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido Inicial, outros
Capitulo Líquido
sobre o Patrimônio Líquido médio e outros sobre o Patrimônio 03 Análise através dos Índices
final.

- Com relação a Participação de Capitais de Terceiros ou Endividamento, também existem


fórmulas diferentes. Há aqueles que calculam esse índice com relação ao total do Passivo
da empresa, outros que o calculam em relação ao Patrimônio Líquido e outros, ainda, que
invertem o índice, calculando a relação entre Ativo a Capitais de Terceiro são, contudo,
pequenas diferenças que não chegam a afetar propriamente a análise.

Quadro-Resumo dos Índices

Apresenta-se a seguir quadro resumo com os principais índices que devem ser utilizados na
análise de Balanços.

Deve-se frisar que, a quantidade de índices pode ser reduzida se o usuário desejar uma
análise superficial.

Não é necessário que a análise contenha mais índices do que os existentes no quadro a seguir.
60

Quadro-resumo dos índices.


SÍMBOLO ÍNDICE FÓRMULA INDICA INTERPRETAÇÃO
Estrutura de Capitais
1. CT/PL - Participação de Capitais de Terceiros x 100 Quanto a empresa tomou de capitais Quanto menor, melhor
capitais de 3ºs. Patrimônio Líquido de 3ºs. p/cada $100 de capital
(endividamento) próprio.

2. PC/CT - Composição do Passivo Circulante x 100 Qual o percentual de obrigações a Quanto menor, melhor
Endividamento Cap. de Terceiros curto prazo em relação ás
obrigações totais.

3. AP/PL - Imobilização do Ativo Permanente x 100 Quanto reais a empresa aplicou no Quanto menor, melhor
Patr. Líquido Patr. Líquido Ativo Permanente p/cada $100 de
Patr. Líquido.

4. AP/PL+ELP - Imobilização dos Ativo Permanente x 100 Que percentual dos recursos não Quanto menor, melhor
recursos ñ correntes Patr.Líq + Ex. a L.P correntes (PL e Ex. a L.P.) foi
destinado ao At.Permanente.
Liquidez
5. LG Liquidez Geral At.Circulante + Real L.P Quanto a empresa possui de Ativo Quanto maior, melhor
Pas. Circ. + Exig. L.P circulante + Real. A L. Prazo p/
cada $1,00 de dívida total.

6. LC Liquidez Corrente Ativo Circulante Quanto a empresa possui de At. Quanto maior, melhor
Passivo Circulante Circulante p/cada $1,00 de Pas.
Circulante.

7. LS Liquidez Seca Disp. + Tít. Rec + Outros Quanto a empresa possui de At. Quanto maior, melhor
(ativos de rápida conversão) Líquido p/cada $1,00 de Pasivo
Passivo Circulante Circulante.
Rentabilidade (ou Resultados)
8. VL/AT Giro do Ativo Vendas Líquidas Quanto a empresa vendeu para Quanto maior, melhor
Ativo $1,00 de investimento total.

9. LL/VL Margem Líquida Lucro Líquido x 100 Quanto a empresa obtém de lucro Quanto maior, melhor
Vendas Líquidas p/cada $100 vendidos.

10. LL/AT Rentabilidade do Ativo Lucro Líquido x 100 Quanto a empresa obtém de luvro Quanto maior, melhor
Ativo p/cada $ 100 de investimento total.

11. LL/PL Rentabilidade do Lucro Líquido x 100 Quanto a empresa obtém de lucro Quanto maior, melhor
Patr. Líquido Patr. Líq.Médio p/cada $100 de capital próprio
investido, em média, no exercício.

DESCRIÇÃO DOS ÍNDICES

ESTRUTURA DE CAPITAIS

Os índices de estrutura são aqueles que relacionam a composição de capitais (próprios e de


terceiros), que medem os níveis de imobilização de recursos e que buscam diversas relações
na estrutura da dívida da empresa.

Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em termos de


obtenção e aplicação de recursos.

PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS: CT/PL

Fórmula:

Capitais de Terceiros X 100


Patrimônio Líquido
OU
61

Exigível Total X 100


P. Líquido
Indica: Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $100,00 de capital próprio
Investido, ou seja, retrata a dependência da empresa em relação aos recursos de terceiros.

Interpretação: Quanto menor, melhor.


• Porém, a interpretação só será completa quando comparada com padrões.

Exemplo: Dados da Cia. BIG

19X1
20X1 19x2
Capitais de Terceiros 1.655.317 2.576.865
Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.185
Índice de Participação
de Capitais de Terceiros 1.655.317 X 100 = 155% 2.576.865 X 100 = 183%
1.070.861 1.407.185

Isto mostra que:

- Em 20X1, p/cada $100,00 de Capital Próprio (P.Líquido), a empresa tomou $155,00 de


terceiros.
- Em 20X2, p/cada $100,00 de próprios, tomou $183,00 de terceiros.

COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO: PC/CT

FÖRMULA:

Passivo Circulante x 100


Capitais de Terceiros
OU

P. Circulante x 100
Ex. Total
Indica: Qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais, ou
seja, quanto da dívida total da empresa deverá ser pago a curto prazo.

Interpretação: Quanto menor, melhor.


62

Após conhecer o grau de Participação de Capitais de Terceiros, resta saber qual a composição
da dívida. Existem dívidas a curto prazo e a longo prazo. Capitulo 03 Análise através dos Índices

IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO: AP/PL

Fórmula:

Ativo Permanente x 100


Patrimônio Líquido

Indica: Quanto à empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $100,00 de P. Líquido.

Interpretação: Quanto menor, melhor.

IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CORRENTES:

São considerados como recursos não correntes a somatória do Patrimônio Líquido mais o
Exigível a Longo Prazo. É perfeitamente possível utilizar recursos de longo prazo para
financiar os ativos da empresa, desde que o prazo seja compatível com a duração do
imobilizado ou então que o prazo seja suficiente para a empresa gerar recursos capazes de
resgatar as dívidas de longo prazo. Aí está a lógica deste índice que compara as aplicações
fixa (ativo permanente) com os recursos não correntes (PL + Exig. aL. Prazo).
Fórmula:

At. Permanente x 100


P.Líquido + Exig. a L.Prazo

Indica: Que percentual de recursos não correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente.

Interpretação: Quanto menor, melhor.

LIQUIDEZ OU SOLVÊNCIA

Os índices de liquidez visam fornecer uma medida, ou melhor, um indicador da capacidade da


empresa de pagar suas dívidas, a partir da comparação entre os direitos realizáveis e as
exigibilidades.

Os quocientes de liquidez evidenciam o grau de solvência da empresa em decorrência da


existência ou não de solidez financeira que garanta o pagamento dos compromissos
assumidos com terceiros.

São calculados com base em valores extraídos do Balanço Patrimonial.


63

LIQUIDEZ GERAL: LG

FÓRMULA:

Ativo Circulante + Realizável a L. Prazo


Passivo Circulante + Exigível a L. Prazo

INDICA: Quanto à empresa possui no Ativo circulante e Realizável a L. Prazo para cada $
1,00 de dívida total.

INTERPRETAÇÃO: Quanto maior, melhor.

EXEMPLO: CIA. BIG

19x1
20X1 19x2
20X2
Ativo Circulante 1.960.480 2.269.171
Ativo Real. a L. Prazo -0- -0-
Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077
Exigível a L. Prazo 314.360 1.170.788

Liquidez Geral 1.960.480 = 1,18 2.269.171 = 0,88


1.655.317 2.576.865

LIQUIDEZ CORRENTE: LC

FÓRMULA:

Ativo Circulante (direitos de curto prazo)


Passivo Circulante (obrigações de curto prazo)
INDICA: Quanto à empresa possui no Ativo circulante para cada $1,00 de Passivo circulante.

INTERPRETAÇÃO: Quanto maior, melhor.


64

LIQUIDEZ SECA: LS

FÓRMULA:

Disponível++Aplic.
Disponível Aplic.Financeiras
Finaceiras ++ Clientes
Clientes
de rápida conversibilidade em dinheiro
Passivo Circulante
INDICA: Quanto à empresa possui de Ativo Líquido para cada $1,00 de Passivo circulante
(dívida de c. prazo). O índice revela capacidade financeira líquida para cumprir compromissos
de curtíssimo prazo.

INTERPRETAÇÃO: Quanto maior este quociente, melhor.

Conforme Matarazzo, este índice é um teste de força aplicado à empresa; visa medir o grau de
excelência da sua situação financeira.

ÍNDICES DE RENTABILIDADE (RETORNO)

Os quocientes de rentabilidade, retorno, conhecido também como índice de lucratividade,


servem para medir a capacidade econômica da empresa, isto é, evidenciam o grau de êxito
econômico obtido pelo capital investido na empresa. São calculados com base em valores
extraídos da DRE e do Balanço Patrimonial.

A rentabilidade do capital investido na empresa é conhecida através do confronto entre contas


ou grupos de contas da DRE ou conjugando-as com grupos de contas do Balanço Patrimonial.

GIRO DO ATIVO: VL/AT

FÓRMULA:

Vandas Líquidas
Ativo Total

INDICA: Quanto à empresa vendeu para cada $1,00 investimento total.

MARGEM LÍQUIDA: LL/VL

FÓRMULA:

Lucro Líquido x 100


Vendas Líquidas
65

INDICA: Quanto à empresa obtêm de lucro para cada $100,00 vendidos.

- O quociente revela a margem de lucro obtida pela empresa em função do seu faturamento,
isto é, quanto a empresa obteve de lucro líquido p/cada $100,00 vendidos.

INTERPRETAÇÃO: Quanto maior este quociente, melhor.

- Interpretação deste quociente deve ser direcionada a verificar a margem de lucro da


empresa, em relação às vendas.

- Quanto maior o quociente, maior os lucros da empresa.

RENTABILIDADE DO ATIVO: LL/AT

FÓRMULA:

Lucro Líquido x 100


Ativo
INDICA: Quanto a empresa obtém de lucro para cada $100,00 de investimento total.

- Este quociente revela o potencial de geração de lucros por parte da empresa, isto é, quanto
à empresa obteve de lucro líquido para cada $100,00 de investimentos totais.

INTERPRETAÇÃO: Quanto maior, melhor.


Capitulo 03 Análise através dos Índices

RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO: LL/PL

FÓRMULA:

Lucro Líquido x 100


Patrimônio Líquido Médio

PLM PL inicial + PL final


2
INDICA: Quanto à empresa obteve de lucro para cada $100,00 de Capital Próprio investido.

INTERPRETAÇÃO: Quanto maior, melhor.


66

Pontos Importantes a CONSIDERAR:

- Quanto maior este quociente, maior será o grau de lucratividade.

- O tempo necessário para se obter O retorno do valor do Capital Próprio investido pode ser
calculado da mesma maneira que se calcula o tempo de retorno do Capital Total.

- Outro aspecto que evidencia a validade deste quociente é que o proprietário ou os


acionistas poderá comparar o ganho obtido com o investimento na empresa com o ganho
oferecido pelo mercado financeiro.

COMO AVALIAR OS ÍNDICES

Existem três tipos básicos de Avaliações de um índice:

a) Pelo significado intrínseco;


b) Pela comparação ao longo de vários exercícios;
c) Pela comparação com índices de outras empresas - Índices-padrão.

Avaliação intrínseca de um índice

- Trata-se de um processo simples que apresenta um efeito mais didático do que


propriamente prático, uma vez que a análise de balanços só alcança sua plenitude quando
efetuada através da interpretação conjunta dos quocientes em um mesmo exercício ou em
sucessivos exercícios, além da comparação com padrões.

Comparação dos índices no tempo


A comparação dos índices de uma empresa com valores observados nos anos anteriores,
revela-se bastante útil por mostrar tendências seguidas pelaCapitulo 03 através
empresa, Análise da
através dos Índices
evolução ou
retração dos índices no decorrer dos anos. Essa comparação permite ao analista formar
opinião a respeito de diversas políticas seguidas pela empresa.

Comparação com padrões


Nesta etapa do processo, o analista deve comparar os índices encontrados com os índeces-
padrão. Uma das preocupações do analista nesta fase é como encontrar os índices-padrão.

Para fins didáticos. Pode-se trabalhar com índices hipotéticos. Pois, na escola interessa mais,
neste momento, desenvolver o raciocínio comparativo entre os índices encontrados com a
mediana alcançada por empresa que exercem o mesmo ramo de atividades da empresa em
análise e viva o mesmo cenário econômico-financeiro.

Na realidade, os índices poderão ser obtidos de duas maneiras:


- Através de publicações efetuadas por empresas especializadas no cálculo de índices-
padrão;
- Mediante cálculo efetuado pelo próprio analista, obedecendo a regras específicas para este
trabalho (capítulo 07 - Matarazzo).

Processo de Avaliação de índices financeiros


67

Calculados os índices e comparados com padrões, pode-se avaliar individualmente cada


índice, depois efetuar análise conjunta, e assim, avaliar a empresa e sua administração. Essa
forma de análise, é uma técnica científica seguida largamente por outras ciência e que,
basicamente, tem a seguinte ordem:

a) Descoberta de indicadores:
No nosso caso, os indicadores são representados pelos índices financeiros de:
- Estrutura de capitais;
- Liquidez;
- Rentabilidade.

b) Definição do comportamento do indicador: existem três possibilidades:


- Quanto maior, melhor;
- Quanto menor, melhor;
- Ponto ótimo em torno de um parâmetro.

c) Tabulação de padrões:
- Consiste na construção de tabelas baseadas em elementos do mesmo conjunto analisado,
(índices de empresas de mesmo ramo);
- Escolha dos melhores indicadores e atribuição dos respectivos pesos;

ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO

- Não podemos esquecer que o relatório deve ser elaborado de forma que um leigo possa
entender, ou seja, em linguagem simples e descomplicada;
- Um bom relatório de análise de balanços deve conter avaliações sobre os principais
aspectos econômicos e financeiros da empresa, objetivando fornecer ao leitor elementos
para a tomada de decisões;
- Recomenda-se o uso de gráficos, para simplificar as conclusões mais complexas.

Exemplo:

Obs: O exemplo exposto é hipotético, e não existe no decorrer do assunto estudado,


cálculos ou comparações demonstrado a afirmação contida no relatório.

Devemos imaginar que todas as etapas necessárias à análise que gerou tal relatório foram
cumpridas.

RELATÓRIO

Situação Financeira

a) Endividamento
- A empresa apresenta alto grau de endividamento, uma vez que os índices de Estrutura de
Capitais se encontram acima dos índices alcançados por empresas que exercem o mesmo ramo de
atividade.

- No período analisado, a empresa não apresentou Capital Circulante Próprio, trabalhando com
Capitais de Terceiros em proporções maiores que os Capitais Próprios, insuficientes para financiar
o Ativo Permanente, revelando que a empresa encontra-se em mãos de terceiros. Houve
68

considerável melhora no grau de endividamento no exercício de X2 em relação ao de X1,


revelando tendências de breve recuperação.

b) Liquidez
- Sob o ponto de vista de solvência, a empresa encontra-se também em situação desfavorável, pois
não apresenta solidez financeira que garanta o cumprimento dos compromissos de curto prazo e de
longo prazo. A exceção é o exercício de X2, no qual o quociente de liquidez corrente encontra-se
ligeiramente acima do quociente-padrão de seus concorrentes.

Situação Econômica

Rentabilidade
- A situação econômica no exercício de X2 foi melhor que no exercício de X1. Em X2, os
quocientes de rentabilidade encontram-se acima dos padrões de seus concorrentes. A boa
rentabilidade alcançada no exercício de X2 decorre do esforço efetuado pela empresa no sentido
de reverter o alto grau de endividamento apresentado no exercício de X1.

Situação Econômica e Financeira


- Embora apresente, no decorrer de X1, alto grau de endividamento e baixo grau de solvência, a
empresa analisada revela tendências de melhora em função da boa política de negociação de
dívidas. Essa política permitiu reduzir compromissos de curto prazo em troca de empréstimos de
longo prazo. Além disso, houve uma boa iniciativa de contenção de despesas e incentivo ao
aumento do volume de vendas, que foi possível através da tomada de medidas adequadas.

- O alto grau de rentabilidade alcançado no exercício X2, que coloca a empresa acima do patamar
de seus concorrentes, não foi suficiente para reverter, naquele ano, o quadro desfavorável
verificado no exercício de X1. Não há, entretanto, evidências para falências.

- Empresa consegue girar seu ativo em apenas 2,77 anos, possibilitando o retorno do Capital
investido pelos proprietários em apenas 1,05 ano. mantendo a atual política de negociação de
dívidas, de contenção de despesas e aumento da rentabilidade, conseguirá, em pouco tempo,
apresentar graus de endividamento e liquidez satisfatórios, estruturando-se adequadamente sob o
ponto de vista econômico e financeiro.

Ass.:
Fulano de tal – Analista
69

OUTROS QUOCIENTES DE INTERESSE

Os quocientes de Estrutura de Capitais, de Liquidez e de Rentabilidade apresentados até aqui


são suficientes para o analista obter um bom diagnóstico a respeito da situação econômica e
financeira de qualquer tipo de entidade.

Do relacionamento entre os diversos grupos de contas das demonstrações financeiras pode ser
extraído um grande número de quocientes, apresentando cada um sua importância de acordo
com o aspecto da análise e com o objetivo que cada um tem em mente.

Fora os quocientes vistos, apresentamos outros, de interesse.

QUOCIENTES DE ROTAÇÃO OU ROTATIVIDADE

Os índices de rotação têm grande contribuição na interpretação da liquidez e da rentabilidade


da empresa, à medida que serve de indicadores dos prazos médios de rotação de estoques,
recebimento das vendas e pagamento das compras. Portanto, estes prazos constituem-se no
alicerce básico para determinação do ciclo financeiro.

Esses quocientes, também conhecidos por quocientes de Atividades, são obtidos pelo
confronto dos elementos da DRE com elementos do Balanço e evidenciam o tempo necessário
para que os elementos do Ativo se renovem.

INDICE DE ROTAÇÃO DOS ESTOQUES

FÓRMULAS:

Custo das Mercadorias Vendidas (empresas comerciais)


Estoque Médio de Mercadorias

Custo dos Produtos Vendidos (empresas industriais)


Estoque Médio de Prods. Acabados

Este quociente evidencia quantas vezes ocorreu a renovação dos estoques, em função das
vendas.
70

Observações:
- Fórmula dos estoques médios: Estoque Inicial + Estoque Final dividido por 2 ;

- Visando um resultado mais real possível e havendo possibilidade, os estoques médios


devem ser obtidos pela soma dos saldos de estoque mensais dividindo o resultado por 12.

ÍNDICE DE PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE CONTAS A RECEBER

Fórmula: Contas a Receber Médias


Vendas a Prazo Médias

Este quociente evidencia o tempo que a empresa deverá esperar, em média, para receber o
valor de suas vendas.

- Contas a Receber médias = Somas dos saldos de Duplicas a Receber ou Clientes de cada
período, dividido por 12;

- Vendas a Prazo médias = Totais das vendas brutas do ano divididas por 12.

ÍNDICE DE PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTOS DE CONTAS A PAGAR

Fórmula: Contas a Pagar Médias


Compras Médias a Prazo

Este quociente indica o tempo que a entidade dispõe, em média, para pagar as suas obrigações
referente aquisição de mercadorias a prazo.

As fórmulas são compostas da mesma forma que o quociente anterior, sendo que as contas a
pagar são representadas por fornecedores ou duplicatas a pagar.

ÍNDICE DE POSICIONAMENTO ROTATIVO

Fórmula: Prazo Médio de Recebimentos


Prazo Médio de Pagamentos

Evidencia a relação entre os dois prazos.


71

QUOCIENTES DE INTERESSE DOS INVESTIDORES

1- Rentabilidade das Ações


Nominal: Dividendos
Capital Nominal
Evidência os rendimentos obtidos pelos sócios, através dos dividendos recebidos, em relação
a capital nominal (investido).

Real: Dividendos
Patrimônio Líquido
Evidência a rentabilidade obtida pelo PL da entidade, ou quanto a empresa pagou de
dividendos para cada Real de PL existente.

2- Rendimento Atualizado

Fórmula: Dividendos
Valor de Mercado da Ação
Evidencia a rentabilidade oferecida por ação em relação ao preço cotado em bolsa.

3- Rendimento Total

Fórmula: Dividendos + Bonificações


Valor de Mercado da Ação
Mostra qual a rentabilidade total oferecida pela entidade para cada Ação.

4- Retorno do Capital Investido

Fórmula: Valor de Mercado da Ação


Lucro Líquido por Ação
Indica o número de anos que o investidor deverá esperar para recuperar, através de lucros
recebidos, o capital investido.

5- Valor Patrimonial da Ação

Fórmula: Patrimônio Líquido


Número de Ações em Circulação
Evidencia o valor patrimonial de cada ação, quanto de PL existe para cada ação em
circulação.
72

ANEXO:

MODELO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PUBLICADAS

EMPRESA EXEMPLO S/A


COMPANHIA ABERTA
CNPJ Nº XX.XXX.XXX/0001-0X

RELATÓRIO DA DIRETORIA

Senhores acionistas:

A empresa e Produtos
E Empresa Exemplo S.A., tradicional empresa no segmento de artigos esportivos e detentora das marcar A, B e
C, produz, em suas fábricas de São Paulo e Rio de Janeiro, calçados, bolas, roupas em geral e acessórios para a
prática de esportes.
CONJUNTURA ECONÔMICA
Apesar do cenário político e econômico adverso, que nos obrigou ao convívio com uma inflação média de 15%
ao mês, ascendendo aos 20% no final do exercício, a iniciativa privada deu mostras mais uma vez de seu vigor e
capacidade de crescimento em meio à turbulência. Dessa forma, a preocupação em crescer dentro de uma nova
postura de gestão, que não se deve influenciar pelo cenário político-econômico, mostrou sua eficácia e o país
obteve um crescimento, em seu PIB, superior ao de paises cuja inflação é próxima de zero.
MARKETING
O expressivo crescimento das vendas, que em relação ao ano anterior foi da ordem de 140% reais, demonstra de
maneira inequívoca o acerto das estratégias adotadas e da união de todos os setores da empresa na prática de uma
política de mercado séria e responsável, que vem permitindo o fortalecimento da confiança dos clientes aos
produtos e marcas da empresa.
PRODUÇÃO/INVESTIMENTOS
O investimento no montante de aproximadamente US$ 2,2 milhões foi realizado no exercício aplicados na
substituição de equipamentos e expansão de linhas de produção. Visando descentralizar parte da produção e com
o objetivo estratégico de criar unidades de negócios, parcelas da produção foram deslocadas para novas unidades
no Rio de Janeiro.
RECURSOS HUMANOS
A Empresa Exemplo S.A. fechou o exercício de 20X3 com 2.509 funcionários. Em relação a 31 de dezembro de
20X2, foram gerados cerca de 750 novos empregos em suas unidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Além dos
benefícios de assistência médica já existentes, a sociedade encabeçou iniciativa com outras empresas regionais,
no sentido de ampliar tais benefícios através do atendimento conveniado e extensivos aos familiares. Os
investimentos de treinamento dos funcionários vem sendo focado de maneira racional e sistemática, coerente
com a filosofia de qualidade assumida pela empresa.
ADMINISTRAÇÃO
Concluímos com sucesso em 20X3 o processo de downsizing, ou seja, a migração da totalização de nossos
softwares aplicativos e base de dados de nosso mainframe para micros e redes, obtendo maior agilidade e
compatibilização com a nova tecnologia da informação.
DIREITOS DOS ACIONISTAS E DADOS DE MERCADO
O estatuto da Sociedade define um dividendo anual de 25%. Nesse sentido, foi definida a distribuição do
dividendo mínimo equivalente a $ 1,31 por ação. O valor patrimonial por ação em 31 de dezembro de 20X3 era
de $40,87 e o valor de mercado nessa mesma data era de $30,00 por ação. A valorização média de mercado no
exercício foi de 297%.
DESAFIOS E PERSPECTIVAS
As soluções que se apresentam para a crise político-econômica do país são de tal forma complexas que não
permitem previsões futuras com o mínimo de segurança possível. Mesmo diante de tal quadro de incertezas, a
empresa assume como desafios contínuos, acreditando no potencial mercadológico brasileiro, investir na
modernização constante de seu parque fabril e nos métodos administrativos, buscar de forma contínua a melhor
capacitação competitiva possível e trabalhar sempre em função do mercado.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a nossos clientes, acionistas e fornecedores, e especialmente a nossos funcionários, pelo empenho
e dedicação ao longo desse exercício.
73

A DIRETORIA Capitulo 03 Análise através dos Índices

EMPRESA EXEMPLO S/A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DOS EXERCÍCIOS


BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO
Em milhares de R$ em moeda de poder aquisitivo constante Em milhares de R$ em moeda de poder aquisitivo constante

ATIVO 20X3 20X2 20X3 20X2


RECEITA LÍQUIDA DE
CIRCULANTE 5.540.296 3.037.618 VENDAS E SERVIÇOS 16.625.141 7.198.941
- Caixa e Bancos 124.740 41.571 - Mercado Interno 16.179.414 6.872.449
- Aplicações Financeiras 983.736 809.302 - Mercado Externo 445.727 326.492
- Contas a receber de clientes 1.946.776 1.143.140 Impostos s/vendas e serviços (3.647.660) (1.856.884)
- Adiantamento sobre contrato de RECEITA LÍQUIDA DAS
câmbio (165.176) (91.969) VENDAS E SERVIÇOS 12.977.481 5.342.057
- Provisão para cobrança de contas Custos dos produtos e serviços
duvidosas (10.626) (31.992) vendidos (9.059.943) (4.292.132)
- Demais contas a receber 82.561 100.941 LUCRO BRUTO 3.917.538 1.049.925
- Estoques 2.577.322 1.056.907 DESPESAS (RECEITAS)
OPERACIONAIS
- Despesas do exercício seguinte 963 9.718 - Com vendas 3.089.820 1.795.044
- Gerais e administrativas 765.054 538.730
REALIZÁVEL A L. PRAZO 9.570 45.329 - Honorários da administração 85.508 41.537
- Empréstimos e depósitos - Receitas fin. Líquidas (1.344.021) (1.679.386)
compulsórios 9.570 45.329 - Outras desp. Op. líquidas 43.441 171.235
LUCRO OPERACIONAL 1.277.736 182.765
PERMANENTE 4.592.993 4.241.341 - Receitas não operacionais 50.565 39.174
- Investimentos 84.127 55.245 LUCRO ANTES DO IR E
PARTICIPAÇÕES 1.328.301 221.939
- Imobilizado 4.508.866 4.186.096 - Provisões p/conting. fiscais 177.569 0
- Gratificação a funcionários 62.322 13.233
TOTAL DO ATIVO 10.142.859 7.324.288 LUCRO LÍQUIDO 1.088.410 208.706

PASSIVO 20X3 20X2 Lucro por ação do capital social


final – R$ 8,25 1,58
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações
CIRCULANTE 4.049.944 2.063.534 financeiras.
- Fornecedores 2.067.926 425.144
- Financiamentos 219.931 110.423
- Salários e encargos sociais 708.364 698.884
- Impostos a recolher 541.677 666.868
- Dividendos propostos 172.728 28.286
- Provisão para imposto de renda 161.749 0
- Demais contas a pagar 161.749 133.929

EXIGÍVEL A L. PRAZO 698.103 781.624


- Financiamentos 57.325 167.875
- Impostos a recolher 640.778 623.749

PATRIMÔNIO lÍQUIDO 5.394.812 4.479.130


- Capital realizado 4.101.685 4.101.685
- Reserva de capital 11.934 11.934
- Reserva de lucros 1.281.193 365.511

TOTAL DO PASSIVO 10.142.859 7.324.288

Ações em circulação 132.000.000 132.000.000


Valor patrimonial por ação R$ 40,87 33,93
As notas explicativas são parte integrante das Demonstrações
Financeiras
74

EMPRESA EXEMPLO S/A.


DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Em milhares de R$ em moeda de poder aquisitivo constante
Reservas de
capital Reservas de lucros

Capital social
Subvenção Retenção de Lucros
para Legal lucros (prejuízos) Totais
investimentos acumulados
Em 31-12-X1 4.101.685 11.934 185.091 4.298.710
Lucro líquido do exercício 208.706 208.706
Apropriações:
• Reserva legal 5.955 (5.955)
• Dividendos propostos ($ 0,21 por
ação) (28.286)
• Retenção de lucros para
investimentos futuros 359.556 (359.556)
Em 31-12-X2 4.101.685 11.934 5.955 359.556 0 4.479.130
Lucro líquido do exercício 1.088.140 1.088.410
Apropriações:
• Reserva legal 36.363 (36.363)
• Dividendos propostos ($ 1,31 por
ação) (172.728) (172.728)
Retenção de lucros para investimentos
futuros 879.319 (879.319)
Em 31.12.X3 4.101.685 11.934 42.318 1.238.875 0 5.394.812
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras

EMPRESA EXEMPLO S/A.


DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
Em milhares de R$ em moeda de poder aquisitivo constante
20X3 20X2
ORIGENS DOS RECURSOS
Das operações sociais
- Lucro líquido do exercício 1.088.410 208.706
Despesas (receitas) que não afetam o capital circulante líquido
- Depreciações 0 0
- Valor residual do ativo permanente baixado 343.945 377.580
De terceiros
- Ingresso de recursos no exigível a longo prazo 42.310 99.342
- Perda (ganho) nos itens monetários não remunerados a longo prazo 49.759 240.103

1.524.424 925.731
APLICAÇÕES DE RECURSOS
No realizável a longo prazo 21.858 59.511
No ativo permanente
- Imobilizado 709.025 375.622
- Investimentos 28.882 0
Por transferência do exigível a longo prazo para o circulante
- Dividendos propostos 75.663 148.633
172.728 28.286
1.008.156 612.052
AUMENTO DO CAPITAL CIRCULANTE 516.268 313.679
VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE
Ativo circulante
- No início do exercício 3.037.618 2.501.274
- No fim do exercício 5.540.286 3.037.618
2.502.678 536.344
Passivo circulante
- No início do exercício 2.063.534 1.840.869
- No fim do exercício 4.049.944 2.063.534
1.986.410 222.665
AUMENTO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 516.268 313.679

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras


75

NOTAS EXPLICATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


EM 31 DE DEZEMBRO DE 20X3 E 20X2
Em milhares de R$ e em moeda de poder aquisitivo constante

1. CONTEXTO OPERACIONAL
As principais atividades operacionais da companhia estão ligadas à fabricação e comercialização de artigos esportivos,
incluindo vestuário, bolas, calçados e outros artefatos.

2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


Conforme estabelecido da Instrução CVM nº. 201, de 1º. De dezembro de 1993, as demonstrações financeiras estão sendo
apresentadas exclusivamente em moeda de poder constante.

Os cálculos de ajuste de valor presente foram efetuados consoante os critérios definidos pela Instrução CVM nº. 191, de 15
de julho de 1992.

3. PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS


(a) Apuração do resultado
O resultado é apurado pelo regime de competência de exercícios, incluindo os ganhos e perdas decorrentes das variações dos
itens monetários, o ajuste a valor presente de créditos e obrigações prefixados e atualizações monetárias dos itens não
monetários.

(b) Itens monetários


Os itens monetários que incluem expectativa inflacionária e juros prefixados, foram ajustados ao seu valor presente pela taxa
ANBID. Os ganhos e perdas monetários, assim como o ajuste a valor presente, foram alocados às rubricas das demonstrações
de resultado, segundo sua natureza.

(c) Ativos circulante e realizável a longo prazo


Os estoques são demonstrados ao custo médio das compras ou produção e corrigidos monetariamente com base na variação
em índices oficiais, inferior aos custos de reposição ou aos valores de realização. Os estoques, de acordo com a legislação
societária, totalizam $ 1.941.490, em 31 de dezembro de 20X3.

Os demais ativos são apresentados ao valor de realização, incluindo, quando aplicável, os rendimentos e as variações
monetárias auferidas ou, no caso de despesas do exercício seguinte, ao custo.

(d) Permanente
Demonstrado ao custo corrigido monetariamente com base em índices oficiais. As depreciações de bens do imobilizado são
calculadas pelo método linear, as taxas anuais mencionadas na Nota 5, que levam em consideração a vida útil-econômica dos
itens.

(e) Passivo circulante e exigível a longo prazo


São demonstrados por valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos e
variações monetárias incorridas.

(f) Rubricas das demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de
recursos.
São atualizadas monetariamente desde a data ou o mês de sua contabilização e até 31 de dezembro de 20X3, ajustados tanto
pelos ganhos e perdas nos itens monetários como pelo ajuste a valor presente de créditos e obrigações prefixados.

4. ESTOQUES
20X3 20X2
Produtos acabados 915.842 269.401
Produtos e elaboração 537.062 230.964
Matérias-primas 835.019 388.998
Mats. Auxiliares e de manutenção 147.356 124.899
Importações em andamento 142.043 42.645
2.577.322 1.056.907
76

5. IMOBILIZADO
20X3 20X2 %
Depreciação Taxas
Custo Acumulada Líquido Líquido Anuais
corrigido Corrigida de
Depreciação
Terrenos 518.825 0 518.825 518.825 0
Edificações 2.485.178 477.328 2.007.850 2.025.989 4
Máquinas, equipamentos e instalações. 4.126.703 2.408.570 1.718.133 873.993 10 a 20
Veículos 189.776 92.368 97.408 78.416 20
Móveis e utensílios 154.854 110.661 44.193 43.509 10
Outros 95.519 16.073 79.446 183.952 10
Imobilizações em andamento 43.011 0 43.011 461.412 0
7.613.866 3.105.000 4.508.866 4.186.096
6. FINANCIAMENTOS E IMPOSTOS A RECOLHER
20X3 20X2
Financiamentos em moeda nacional 277.256 278.298
Impostos a recolher (basicamente, parcelamento do ICMS e
IPI) 640.778 613.749
918.034 892.047
Passivo circulante (219.931) (110.423)
Exigível a longo prazo 698.103 781.624
Os montantes do exigível a longo prazo têm a seguinte composição por ano de vencimentos:
20X3 20X2
1994 289.625
1995 254.438 246.783
1996 192.314 160.408
1997 em diante 251.351 84.808
698.103 781.624
Os financiamentos em moeda nacional estão sujeitos à correção monetária pela variação da UR (20X2 – UFIR/TR) e juros variados entre 8 e
12% ao ano. Em garantia dos financiamentos, foram oferecidos bens imóveis no montante de $388.158 (20X2 - $ 368.684).

7. CAPITAL SOCIAL
O capital social, em 31 dezembro de 20X3 e de 20X2, está dividido em 44.503.004 ações ordinárias e 87.496.996 ações preferenciais, de
igual valor unitário. As ações preferenciais, sem direito a voto, têm prioridade no reembolso do capital e participação nos lucros em
igualdade de condições com as ações ordinárias. Os dividendos propostos correspondem a 25% do lucro líquido do exercício, calculado nos
termos da Lei nº. 6.404/76, conforme previsto no estatuto social, e podem ser assim demonstrados:
Lucro líquido do exercício, pela legislação societária, após a gratificação aos administradores.
727.274
Apropriação do lucro líquido
- Reserva legal - (5%) (36.363)
- Base de cálculo 690.911
- Dividendos propostos - (25%) 172.728

8. GANHOS (PERDAS) NOS ITENS MONETÁRIOS


Os valores relativos aos ganhos e perdas nos itens monetários, determinados segundo os critérios CVM, foram distribuídos nas seguintes
contas:
Reclassificações
20X3 20X2
Total antes das distribuições 4.902.645 1.803.051
Receita operacional líquida (4.371.864) (1.704.333)
Custos dos produtos vendidos e dos serviços prestados (1.079.962) (438.160)

Lucro bruto (549.181) (339.442)


Despesas gerais e administrativas 375.743 260.612
394.229 221.888

Total incluído em outras despesas operacionais líquidas, principalmente


relativo à perda em demais contas a receber, no valor de R$ 66.963 (20X2
- R$ 73.235)
220.791 143.058

9. Conciliação entre o lucro líquido do exercício e o patrimônio líquido, apurado de acordo com a legislação societária e a demonstração em
moeda de pode aquisitivo constante.
Lucro líquido Patrimônio líquido
20X3 20X2 20X3 20X2
Legislação societária 727.274 446.564 4.758.980 4.204.434
Atualização monetária dos estoques 361.136 (237.858) 635.832 274.696
Demonstração em moeda de poder aquisitivo constante.
1.088.410 208.706 5.394.812 4.479.130

10. SEGUROS
77

Em 31 de dezembro de 20X3, a cobertura de seguros por incêndio para os bens do imobilizado e dos estoques será abrangida por uma apólice
na modalidade de riscos diversos (Multi-riscos – primeiro risco absoluto) no montante de $ 6.035.048 (20X2 - $ 3.287.525), sendo essa
cobertura considerada suficiente pela administração para os risco envolvidos.
Capitulo 03 Análise através dos Índices

PARECER DO CONSELHO FISCAL

Os membros do Conselho Fiscal da Empresa Exemplo S/A., o no uso de suas atribuições legais e estatutárias,
procederam ao exame das Demonstrações Financeiras do período findo em 31 de dezembro de 20X3,
acompanhadas de notas explicativas. Com base nessa análise e no Parecer dos Auditores Independentes,
concluíram que as referidas demonstrações refletem adequadamente a situação financeira e patrimonial da
empresa, estando em condições de serem submetidas à deliberação da Assembléia Geral dos Acionistas.

São Paulo, 13 de fevereiro de 20X4.

Marcos Conselheiro DIRETORIA


Diretor presidente e de Relações com o mercado:
José Raimundo Conselho Antônio Alfabético
Diretor Superintendente: Bernardo Superintendência
Benjamim Fiscalizador Diretor Adjunto: Carvalho Cavalo
Diretor Industrial: Dionízio Divino
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Diretor Administrativo Financeiro: José E. Dinheiro.
Presidente: Antônio Alfabético Diretor de Marketing: Antônio Mercadológico
Vice-Presidente: Batista Beta Controller: Carlos Contábil – CRC – SP nº xxx.xxx
Conselheiro: Carlos Delta

PARECE DOS AUDITORES INDEPENDENTES

13 de fevereiro de 20X4

Aos Administradores e Acionistas

EMPRESA EXEMPLO S/A.

1. Examinamos os balanços patrimoniais expressos em moeda de poder aquisitivo constante da EMPRESA


EXEMPLO S/A., em 31 de dezembro de 20X3 e de 20X2, e as correspondentes demonstrações do resultado, das
mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos dos exercícios findos nessas datas,
elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é de emitir parecer sobre essas
demonstrações financeiras.

2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria que requerem que os exames sejam
realizados com o objetivo de comprovar a adequada apresentação das demonstrações financeiras em todos seus
aspectos relevantes. Portanto, nossos exames compreenderam, entre outros procedimentos: (a) o planejamento
dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles
internos da empresa, (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os
valores e as informações contábeis divulgados e (c) a avaliação das práticas e estimativas contábeis mais
representativas adotadas pela administração da empresa, bem como da apresentação das demonstrações
financeiras tomadas em conjunto.

3. Somos de parecer que as referidas demonstrações financeiras apresentam adequadamente, em todos os


aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da EMPRESA EXEMPLO S/A., em 31 de dezembro de
20X3 e de 20X2, e o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de
recursos dos exercícios findos nessas datas, de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade.

Auditores Eficientes.
Auditoria Autorizada Maria Contadora
Auditores Independentes Sócia
CRC – SP X.XXX CRC – SP XXX.XXX
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O propósito deste modelo de Demonstrações Publicadas foi o de fornecer ao analista as características básicas de
cada um dos conjuntos de informações que as empresa elaboram, bem como o formato legal e básico que
discrimina tais informações.
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REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, Alexandre – Estrutura e Análise de Balanços, SP, Ed. Atlas, 2000.

BRAGA, Hugo Rocha – Introdução à Análise Contábil e Financeira – RJ; Edição


IBMEC; 1975.

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DO SÃO PAULO,


Curso básico de auditoria: normas e procedimentos. SP, Atlas, 1989.

EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA/USP - Contabilidade Introdutória. SP. Atlas, 1998.

GITMAN, Laurence J. – Princípios de Administração Financeira, SP, Harbra, 1997.

IUDÍCIBUS, S. & MARION, J. C. Manual de Contabilidade para Não Contadores, S. P.,


Atlas, 1993.

IUDÍCIBUS, Sérgio de – Análise de Balanços, SP, Editora Atlas.

IUDÍCIBUS, S. Contabilidade Comercial – São Paulo; Ed. Atlas, 1997.

LEITE, H. P. – Contabilidade para Administradores – São Paulo; Ed. Atlas; 1995.

LEITE, H. P – Introdução a administração financeira, SP, Atlas, 1994.

MATARAZZO, Dante Carmine – Análise Financeira de Balanços: abordagem básica e


gerencial, Atlas. OLINQUEVITCH – Análise de Balanços Controle
Gerencial – São Paulo; Ed. Atlas.

SANTI FILHO, A. de – Análise de balanços para controle gerencial – SP; Atlas; 1992.

SILVA, José Pereira da – Análise Financeira de Balanços.

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