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Motricidade Oral
PARALISIA CEREBRAL:
Monografia de conclusão do
curso de especialização em
motricidade oral.
Orientadora: Mírian
Goldemberg
Curitiba
1999
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CEFAC
Motricidade Oral
PARALISIA CEREBRAL:
Curitiba
1999
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 07
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3.8 - AUDIÇÃO ............................................................................................. 34
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RESUMO
diversas e variadas no que diz respeito aos aspectos motores e sensoriais. Diante
comunicação.
paralisia cerebral.
decorrer do trabalho.
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Dedico este trabalho a todas as
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AGRADECIMENTOS
Francisco Pletsch.
1. INTRODUÇÃO
que podem acometer o cérebro humano desde o período pré natal até os
primeiros anos de vida; então fatalmente a paralisia cerebral está entre estas,
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ocupando lugar de destaque, pois a necessidade de melhorar a qualidade de vida
dos portadores desta faz-se urgente e inevitável. Este trabalho será destinado à
afins. O estudo contará com algumas definições que possibilitarão uma melhor
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portadoras das mais diversas deficiências e síndromes, não é raro encontrar
estas respostas não me bastaram, não eram suficientes para me convencer que a
prática estava correta, então, o único caminho que restara era pesquisar.
do tipo: porque baba tanto se consegue deglutir?... até as mais complexas como:
A atração pelo tema paralisia cerebral, a opção por trabalhar com esta
comunicação oral.
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DISCUSSÃO TEÓRICA
2. PARALISIA CEREBRAL
2.1. DEFINIÇÃO
muscular apresenta-se não correta e o tônus muscular está com alterações mais
Little Club de Oxford (1958), definem paralisia cerebral como “a seqüela de uma
lesão não evolutiva do encéfalo, como devido também a influência que tal lesão
desenvolvimento.
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2.2 INCIDÊNCIA
consequentemente elevada.
2.3 . ETIOLOGIA
ao nascer.
a concepção até a primeira infância pode ser fator causal de paralisia cerebral e
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ou mecânicos (irradiação); as natais ou peri natais advém de lesão no tecido
encefalite.
2.4. CLASSIFICAÇÃO
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Os autores costumam classificar a paralisia cerebral de acordo com: o
tipos mais encontrados na prática diária são: Espástico, Atetóide e Atáxico, mas
há também o tipo misto. Cada tipo tem suas peculiaridades e localização da lesão
diferenciadas.
cerebral.
decomposição de movimento.
paralisia cerebral são persistentes, não imutáveis, podem variar durante sua
evolução para melhora ou piora. As melhoras que podem ocorrer são discretas,
mencionados.
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• Paraplegia: comprometimento dos membros inferiores; os autores
cerebral.
comprometidos.
lentos ou muito rápidos. Pode estar afetado todo o corpo, ou somente partes dele.
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2.5. SINAIS DE ALERTA PARA DETECÇÃO PRECOCE DA
PARALISIA CEREBRAL
atenção.
a. Sinais Motores:
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• Incoordenação da sucção-deglutição-respiração.
• Presença de clônus.
b) Sinais Comportamentais
• Ausência de sorriso.
• Ausência de vocalização.
• Episódios convulsivos.
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2.6. TRATAMENTO
equipe (médicos e técnicos) que avaliam e tratam algum aspecto da criança com
paralisia cerebral.
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O tratamento do paralítico cerebral pode ser dividido em três grupos: a
incluindo:
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da criança no que refere-se aos aspectos sociais, culturais e
econômicos.
diminuição da espasticidade.
e social do paciente.
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3. ALTERAÇÕES FONOAUDIOLÓGICAS ENCONTRADAS NOS
aquisição da fala.
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As alterações fonoaudiológicas mais freqüentemente citadas pelos
linguagem.
tiques etc, que em muitas ocasiões aparecem motivados por uma atividade
fora de uma faixa prevista como o reflexo nauseante anteriorizado após o sexto
mês, fazendo com que funções volitivas ou mesmo movimentos mais dissociados
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O reflexo de procura, também chamado de busca, voracidade ou dos
mamilo. Este reflexo na criança não patológica, é inibido e se torna volitivo por
materno (ato reflexo, no início, e volitivo por volta do terceiro, quarto mês),
passa a ser voluntária a medida em que outras funções orais aparecem; como a
bebês sem comprometimentos, até por volta do quarto mês, vai se transformando,
qualquer na boca. Com isso a língua sofre uma ampliação no seu movimento,
direção as bochechas.
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O reflexo nauseante anteriorizado é que permite o bebê expulsar da
posterior da língua.
podem apresentar-se nulos, fracos, ou exacerbados, não permitindo com isso que
reflexos mais evoluídos apareçam. Às vezes o bebê não suga porque não tem o
reflexo de sucção, e às vezes este reflexo é tão forte que não permite o
(de vômito) é tão intenso que não permite a introdução de alimentos sólidos,
quase inexistente; isto faz com que algumas funções como sugar com canudo e
3.3. ALIMENTAÇÃO
apresenta problemas para a maioria das crianças com paralisia cerebral. Serão
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criança normal, juntamente com o comparativo desses estágios numa criança
nos primeiros meses de vida. Como esse reflexo é insuficiente em alguns bebês
paralíticos cerebrais, a hora das refeições podem ser difíceis para o bebê e para a
mãe; porque o bebê se torna impaciente, tenso e chora, ou pode ficar sonolento
durante a alimentação.
colher, após seis meses quando o bebê começa a sentar, está pronto para
O bebê normal começa a mascar com seis ou sete meses, está quase
baba acontece somente durante o período de erupção dos dentes; isto tudo
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cerebral muitas vezes não é capaz de mastigar e, em lugar de mastigar faz
movimentos para frente com a língua, empurrando o alimento de volta para fora
mastigado e quando ele (o alimento) alcança a parte posterior da boca, não está
desencadeado.
sentada e ter realizado esta atividade durante um mês, o bebê estará pronto para
beber líquidos de uma xícara ou copo. Nos estágios iniciais pode haver alguma
tosse, isto acontecerá até que o controle oral esteja eficiente o bastante para
criança com paralisia cerebral não é capaz de manter os lábios unidos ao copo ou
à xícara, sua língua provavelmente fará protusão por cima ou por baixo do copo.
fina coordenação dos lábios do que o necessário para o reflexo de sugar pelo
bebê. Beber pelo canudo é alguma coisa que raramente uma criança com
dentro dele.
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Os mais comuns de todos os problemas que tornam a alimentação da
criança com paralisia cerebral tão difícil são a protrusão de língua, o reflexo de
3.4. SIALORRÉIA
certa freqüência nas crianças com paralisia cerebral, o que dificulta bastante a
correta articulação.
tipo infantil, por falta de tonicidade do músculo orbicular dos lábios, ou pela
canal facilitando a saída de saliva pela comissura labial. A criança pode babar
porque para ela isto é mais fácil do que deglutir ou ainda por alterações de
sensibilidade oral que fazem com que ela não sinta a baba.
3.5. RESPIRAÇÃO
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vocalização. Por isso certos aspectos da respiração devem ser observados com
criança não está falando e quase desaparecem quando a criança está dormindo.
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encontra-se na fase inspiratória enquanto o outro está na fase expiratória, o que
dos sons da fala. Os órgãos articuladores são órgãos que são pertinentes aos
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A articulação de cada fonema ocorre na medida em que os órgãos
articuladores se dispõem uns em relação aos outros, para que a produção exata
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A produção dos sons da fala nos casos de paralisia cerebral em geral
finais.
bem outras funções, mas não a fala. A fala necessita de mobilidade muito rápida
e muito precisa.
Issler (1996) sintetiza referindo que para uma boa articulação, são
complementa Issler revelando que não é fácil documentar o grau em que os erros
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3.7. FONAÇÃO - VOZ
proteção das vias aéreas inferiores. É através da ação esfinctérica da laringe que
durante a deglutição. O ser humano utiliza como função segunda; a laringe para
uma refinada vocalização na fala e no canto, isto acontece a partir de uma alta
laringe.
das pregas vocais, impulsionadas pela passagem do ar que vem dos pulmões. As
timbre.
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A intensidade forte ou fraca da voz é delimitada pela amplitude do
a altura (tom) da voz. Tom alto é agudo; representa maior freqüência, tom baixo é
pode estar afetada por um espasmo de glote ou por uma falta de sincronismo
glote.
cerebral, com graus de leve a severo no que diz respeito às qualidades da voz. As
paralisia cerebral.
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3.8. AUDIÇÃO
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Os achados audiológicos encontrados com maior freqüência nos
3.9. LINGUAGEM
variáveis.
aquisição da linguagem.
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- Os distúrbios perceptuais, dificuldades de atenção e concentração,
que fazem parte em maior ou menor grau da vida dos indivíduos portadores de
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4. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NOS CASOS DE PARALISIA CEREBRAL
audição e linguagem.
por exemplo: alegria representada pelo sorriso, a tristeza pelo choro; olhos
arregalados para expressão de assustado. Além disto pode tornar a terapia mais
para que seja assumido o controle voluntário pela criança, isto através de
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estimulação de acordo com a manutenção de cada um. A terapia para inibição
destes reflexos é realizada através de toques nas regiões que dizem respeito a
cada um; por exemplo para o reflexo da procura: toque nos lábios em locais
para o reflexo de mordida: toques nas gengivas; e para o reflexo de vômito toques
na língua. Esses toques não são dados aleatoriamente, mas sim de acordo com
recursos como seu próprio dedo, chupetas ortodônticas, mamadeiras com bico
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Na adequação da deglutição são trabalhadas simultaneamente as
orais.
sólidos que podem ser colocados entre as gengivas da criança, com mordedor de
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inabilidade motora, dificuldade de coordenação entre a sucção e a deglutição da
movimentação de língua.
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Quando a respiração do paralítico cerebral já apresenta uma
isopor etc.
consegue emitir uma voz sem esforço. O fonoaudiólogo facilita o balbucio no bebê
acústicos e visuais.
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É importante ressaltar que antes de iniciar o treino da articulação os
assim sucessivamente, com objetivo de conseguir uma voz normal, sem esforço.
da criança.
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4.8. A AÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO NA AUDIÇÃO
orientações aos pais e professoras da maneira de como falar com a criança, isto
mesma.
linguagem não difere do trabalho com outras patologias, somente são realizadas
criança deve ser bem vinda e respeitada. São indicados livros de historinhas
vocabulário da criança.
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Nos casos em que os prejuízos causados pela paralisia cerebral não
de recorrer-se a métodos artificiais, que podem ser muito úteis aos indivíduos
países estrangeiros.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
especializados, pois somente nestes serão encontrados todos ou boa parte dos
devidos.
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O estudo realizado destacou as implicações fonoaudiológicas
todas num mesmo paciente, mas é possível afirmar com segurança que pelo
menos cinco delas podem ser encontradas na mesma criança. Essas cinco
alterações variam de criança para criança, quero dizer que não são sempre as
mesmas.
exatamente aqueles que me deixariam satisfeita, mas sem ela não saberia até
que ponto as estratégias por mim utilizadas estariam contribuindo para amenizar
e respeito.
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Para um melhor desenvolvimento do indivíduo portador de paralisia
colegas. Para isso não deverá haver limitações de esforços de nenhuma das
sentimentos e aspirações, que estamos aptos para atuar com ele valorizando
todos os resultados.
importantes que podem mudar para melhor a vida dos indivíduos portadores das
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
48
HERSAN, R.C.G. - Voz na Infância. In: KUDO, A.M. Fisioterapia,
1994. p. 140-45.
s/d.p.113-26.
PROENÇA, M.G. – Sistema Sensório motor oral. In: KUDO: A.M. e Cols.
49
PUYELO, O.M. – Fonoaudiologia e Paralisia Cerebral Infantil. In: CASANOVA,
J.P. & Cols, Manual de Fonoaudiologia. Porto Alegre, Artes Médicas, 1992.
p. 271-91.
1995. p. 648-50.
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