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PPAGEI
RESENHA CRÍTICA
Introdução
Realidade esta que existe independente de nós, entendida no âmbito sociológico como
sendo o conjunto de fatos que acontecem no mundo independente da vontade do
indivíduo. Mas que ao ser vista e percebida em perspectivas diferentes pelos ditos
Homens comuns forma o conhecimento.
Assim, também neste contexto sociológico, o conhecimento pode ser definido como a
interpretação que o indivíduo faz da sua realidade, são os aspectos que o indivíduo pensa
que compõem a realidade.
Realidade esta que ainda apresenta-se de forma sui gêneres entre a facticidade objetiva e
o significado subjetivo.
O obra explora a questão apresentada passando por uma abordagem dos aspectos
sociológicos da realidade e conhecimento, pela análise dos fundamentos do
conhecimento na vida cotidiana, pela análise da sociedade como realidade objetiva e pela
análise da sociedade como realidade subjetiva.
Essa questão é de dupla mão, pois tanto os indivíduos como os grupos constróem e
influenciam na sociedade quanto a sociedade influencia nos grupos e nos indivíduos.
Outra questão, cujo extremo foi citado anteriormente como afastamento da realidade, é
que nenhum indivíduo ou grupo vai conseguir passar todas as suas idéias para o outro de
modo que estas sejam aceitas integralmente. Assim surge classificações para os
indivíduos como: mais alienados, menos alienados, revolucionários, loucos etc. As
sociedades buscam, também, mecanismos de exclusão dos casos extremos, chegando
inclusive a eliminação pela morte.
A vida cotidiana apresenta-se como uma realidade interpretada pelo Homem comum. Os
autores apresentam uma diferenciação entre os Homens comuns e os filósofos, atribuindo
aos primeiros uma interpretação simples da realidade, no contexto da sua vida diária,
enquanto que atribui aos segundos um constante questionamento da realidade.
Temos a consciência também que o mundo apresenta diversas realidades, que existem
choques entre as percepções dessas realidades, mas que permanece como fundamental
a percepção da vida cotidiana. Por exemplo, as artes ou as religiões são produtores de
outros significados, de outras realidades.
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A intersubjetividade também está presente na realidade cotidiana, ao participar do mundo
junto com os demais indivíduos. Isso distingue a realidade cotidiana das outras que ele
tem consciência, como o mundo dos sonhos. A realidade cotidiana pode ser interpretada
de diversas formas dependendo que quem o faz. Porém há um senso comum, que é a
realidade que todos partilham e fazem parte.
A forma mais básica de interação social é a interação face a face. Nesta situação um
indivíduo é apreendido pelo outro. Um é plenamente real para o outro, convivendo num
mesmo local e num mesmo momento histórico, podendo um observar as reações do outro
em relação às suas atitudes. Porém nunca irá compreendê-lo por completo, mesmo que o
outro conte todo o seu passado, toda a sua história.
Nessas interações está presente o conceito de tipificação. Ela é que, muitas vezes,
determina o tipo de relação que um indivíduo terá com o outro, através de relações entre
padrões, por exemplo associações de características físicas com preferencias pessoas ou
com atividades profissionais.
A realidade da vida cotidiana é expressa e representada por sinais e pela linguagem. Isto
é fundamental para que ocorra a objetivação, ou seja o fato de transmitir o conhecimento.
Além da interação direta, como a face a face, existem outras influenciadas por fatores
como o tempo, que exigem outra forma de transmissão. É ai que surge a linguagem e os
sinais.
A linguagem da interação face a face é a mais efetiva, nenhum outro modelo pode
reproduzi-la. Entretanto se faz necessário o estabelecimento de pontes entre as diferentes
zonas dentro da realidade da vida cotidiana, em função, principalmente do tempo, do
espaço e dos aspectos sociais, assim a linguagem transcende o hiato do tempo, do
espaço e dos fatores sociais, tornando presente coisas separadas por estes fatores.
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E esta análise do papel da linguagem é válido não só com relação aos fatos associados
aos outros mas também ao associado “comigo”. É a linguagem um elemento fundamental
para “falar de si mesmo até conhecer a si mesmo”.
O organismo humano não possui meios biológicos necessários para dar estabilidade à
conduta humana, assim surge a Ordem Social, um produto do homem, uma progressiva
criação humana, existindo unicamente a partir da atividade humana.
As origens da institucionalização.
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funcionar. É a análise de um fato pelos próprios caminhos que levaram a este fato. Isto
reforça o discurso e dá legitimação à realidade social. É nesse contexto que qualquer
desvio da ordem institucional tem caráter de afastamento da realidade, visto como
depravação moral, doença mental ou ignorância crassa.
Sedimentação e tradição
Papéis
Assim uma nova dialética se estabelece, a partir do entendimento que as ordens sociais
só existem a partir dos papéis e estes são estruturados a partir da ordem social vigente.
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Legitimação
A interiorização da realidade.
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Dessa interiorização forma-se o universo simbólico, a identidade subjetiva e o acervo
social do conhecimento. Tudo o que está objetivado é um reflexo do acervo social do
conhecimento. Tudo aquilo que as pessoas pensam reflete o que está objetivado na
sociedade. Aquilo que as pessoas acreditam que são, ou seja, a sua identidade subjetiva
nada mais é do que o resultado do relacionamento delas com o mundo objetivado.
A socialização primária
A socialização secundária
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A conservação rotineira é dada todo o dia no contato com as coisas. Os indivíduos se
afirmam de como e o quê eles são pelo fato de exercerem suas atividades e observar o
mundo. O veículo mais importante para a conservação da realidade é a conversa, é a
intersubjetividade. E, de forma implícita, é responsável pela conservação de boa parte da
realidade subjetiva.
Não existe socialização perfeitamente bem sucedida onde tudo o que está objetivado pela
sociedade se torna subjetivo para um indivíduo qualquer. E também não há possibilidade
de que toda a identidade e todo o universo simbólico de um indivíduo ser totalmente
objetivado. Então a proposta de interação total a sociedade é impossível.
O maior grau de socialização pode ser observado em sociedades com uma divisão muito
simples do trabalho e mínima distribuição do conhecimento. Nestas condições as
identidades produzidas pela socialização são socialmente pré-estabelecidas. Todos têm
consciência do seu papel na sociedade, não gerando crises de identidade.
As estruturas sociais definem tipos de identidade. Por razões diversas, certos sujeitos se
afastam deste tipo padrão definido, Normalmente este afastamento é decorrente de um
processo inadequado de socialização primária. Assim passa a existir um conflito entre a
identidade individual e o modelo desenhado pela sociedade. As iniciativas psicológicas e
terapêuticas surgiram no sentido de amenizar o efeito deste afastamento, de busca a
reintegração da identidade do sujeito à sociedade.
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É possível e verificável a existência de mais de uma identidade individual. Uma
predominante e outra, digamos assim, mais escondida. Por vezes, em situações
específicas, a identidade escondida se apresenta no lugar da predominante.
Organismo e identidade
A sociedade também define certos hábitos como por exemplo, padrões de alimentação de
atividades físicas, de cuidados com o corpo etc.
Conclusões:
Coexistem diversas realidades, mas a que atua como com maior intensidade na dialética
comentada é a realidade da vida cotidiana, que apresenta comportamentos diferentes
entre o homem simples e o filósofo.
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realidade. Esta possibilidade de assumir o papel de ator e não de fantoche, é que move e
constrói a sociedade, bem como a identidade individual.
Críticas:
Não cabem aqui críticas, mas alguns comentários e questões que foram se apresentando
de forma relevante ao longo da leitura e análise da obra citada:
• Uma questão que chama a atenção é o convívio do indivíduo com várias realidades.
Embora exista uma supostamente predominante (da vida cotidiana) podemos
identificar a existência de muitas outras. Essas devem ter relação direta com as
Identidades dos Indivíduos. Ai se explicam as origens de muitos dos conflitos, pois o
que pode ser predominante para o indivíduo não o é para a sociedade.
• Um dos foco deste conflito deve residir nas organizações onde os indivíduos
trabalham. Este conflito deve/pode ser suportável enquanto estiver gerando algum
resultado que, de alguma forma, alimenta a realidade individualmente predominante.
• Uma questão que despertou curiosidade durante a leitura e análise diz respeito à
alguns processos de mudanças que ocorrem nas sociedades, principalmente os que
são de difícil identificação quanto a origem da sua “construção social”. Quer dizer:
fiquei curioso em saber de onde surge alguns movimentos de mudança na sociedade
que não se explicam segundo a ótica da construção social da realidade, pois parece
que recebem influencias externas.
• O mesmo ocorrendo com alguns indivíduos, que passam por processos quase
radicais de mudança, decorrente muitas vezes de reflexões pessoais que fogem
totalmente do padrão vigente na sociedade (tanto a mudança, quanto o ato e a forma
da reflexão, bem como a própria essência da reflexão).
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exemplo: Como justificar o entendimento comum acerca da existência dos
paradigmas e suas decorrentes mudanças. Por exemplo, parece existir um
entendimento comum (construído socialmente ??) que a cada tempo uma nova
abordagem surge, uma nova visão de algum aspecto significativo do mundo aparece.
Parece existir um ciclo maior que ordena esta mudança de paradigmas, ciclo este que
é impossível ser vivenciado e construído socialmente de forma direta, mas que para
alguns parece claro e elementar, enquanto para outros parece absurdos e
aberrações.
Bibliografia
[2] Guimarães, Carlos A. F. (1997) “Carl Gustav Jung e a Psicologia Analítica”, site:
http://www.geocities.com/Viena/2809/jung.html acessado em 25/09/2000.
Disponível em:
http://celepar7cta.pr.gov.br/portfolio.nsf/616f1f6bf895199e03256d2100656343/c9e8dc22e4294078
03256a8d00671f8b/$FILE/_ea92l6hae910i0b9084g46rreedq74tc7opni0krfcdkm2r10chgi0kj5c5m6i
p31chig_.doc.
Acesso: 27/08/08
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