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A ARTE DE LER MORTIMER J, ADLER ico DE, ES DE OLIVEIRA, INES IO DE JANEIRO Louvreria AGIR Exhtore los e@ ¢e e e @ e e @ e 2 YROMGEGUIGBIAIGIAIIARIIAD Coprright de ARTES GRAFICAS INDISTRIAS REUNIDAS 5, A. Livraria AGIR Editi Rio de Jantiro — Ros Mexico, 98 B= C. eo, 98 = Cana Pam Sto Panlo ~ Ruz Briulio Gomes, 125 — Caixa Pow Belo Horioate ~ Avena Afonso Penn, 319 ~ Coiea rvouatgo unuseririca “aca” (cir) Prefacio sto para divertimentos es baratos, ndo se cansem, lendoo Exerewo para os outros leitura ~ como se explica (e se defende) neste livro — o bésico para bem viver. Nao preciso insistir no quanto, vanamante ¢ sazoavelmente, embora nos areca neces. E bom vives sdrio defender tais principins A leituera, repito, é um instrumento bésieo, Aquéles que lizam para aprender nos livros e fara se distrair com éles, posem 1s tesouros do conhecimento. Podem ornar de tal modo sua inteli- géncia que a perspectiva das horas solitdrias se apresenta menos triste, Nem tém que temer, quando esto com ot outros, aguéle som eo das conversagdes vazias, Mnuitos de nds achamos bobagem conversar. Parecemos ter pouco que diver depois de esgotadas os primeiros assuntos familiares, feta repeticao das mesmas ¢ vethas observacdes. Os fornais. ¢ 0 rédio fornecem 06 temas. Sho os mesmos para a maioria, assim como as banalidedes que comentamos aos bindos. uta é 4 raxdo por que ‘recorremos & maledicincia ¢ a0 escindalo ou s6 falamos de bridge on cinoma. E se néo podemos interessar aos outros com nossa prosa, que companhia extiipida nio seremos quando entregues a mit resnos Uma — embora nfo a tinica ~ justificative da edueario (¢ éste € wm livre de edueacdo liveral) é gue ela nos envi Faznos homens. Tornanos capazes de levar a vida caractevistica we humana da raxio. O treinamento vocacional pote, no mé- ximo, ajudarnos a ter uma vide que nos sustente as horas vagas Todos sabem, espero, que a educarto 86 foi imiciada e ndo se rm plesor no gindsio ou no colégio. Mesmo se as eseolas desempentas sem methor sa missia seria ainda necestdrio que continwissem todos, nossa educagéo. Como estio as coisas, muitos de nds temas fo probleme de adguirir a educagdo que os gindstos e calégins det mente, escrevi um livro sobre re sexo ox sobre 0 modo de ganhar dinkeiro, dd, mul le aprenden a ler. E veremos que no existe 36 0 problema com fer, mas, também, 0 de que ler. O que trato, je, da Teitura de livros. Mas esta arte que descrew ler espécie de comunicagio, Na vida de i habilidade pode ser empregada furos Brancos da Guerra e proclamagdes de que a arte de bem — ela ligada & arte de pens te. Bis por que a terceina parte dést @ autre metade da vida do leitor Monriseea J. Apter {NDICE DA MATERIA 1 PARTE A ATIVIDADE DE LER APENDICE shoe 13 2 35 6 59 86 - 291 8 PREEACIO IMACAGGHIN9I9I9B9999AIAGIAAIIBIAIIABSA BAS 1 PARTE A ATIVIDADE DE LER ca 101 Para 0 leitor médio jo sabem ler. Parego rude 0 0 sou. A aparéncia qualquer to & humanamente possivel. Muitos autores ior do que escrever para tais mesures. Mas ue trata da arte de ler p médio, isto é muitos de aprendemos o ABG. Sabemos ler € escrever, Mas nilo so, Temos consciéneia disto por varios motivos, so io alguém, lendo © que acabamos dle ler, mostra:nos mos ov nia compreendemos nel dda a atenglo de que foram capazes nio correspondeu a seus es forgos ~ ndo sei como interessé-los no problema, Muitos de nds, no © ¢ Cy e od © « « © © © entanto, achamos dificuldade em ler, sem saber por qué, nem © que fozer para cvitila, Talves seja por mio considerarmos a leiturs como complexa, que compreende diferentes etapas, em cada um podemos tece com simples como ver ou andar. E ver ou andar nio sio artes, No vero passado, enquanto escrevia éste jovem me visitou. Soube © que ex estava fazendo e me pe: ri que eu podia ensinarthe a melhorar sinha resposta viesse cm poueas pal © jovem my saber ler, pared uum instante, wudo © que eu tinha de saber. Além disso, bastante tempo ouvindo nnisea, antes de tornarme um bom, RepliqueéThe que o caso da leitura era asim também, Se et podia aprender a ouvir miisica, éle aprenderin a ler, contante que {sse nas msemas condigdes. Havia vegras a canhecer ¢ a seguit, E ‘com a pritica que se cziam os bons habitos. Nio havia dificuldades vontade de aprender ¢ paciéncia wor um pode fazer, alguma coisa que a gente estuda na esco! a — nfo admitia que aprender a Ter fOsse o mesmo que jer a ouvir misica, a jogar ‘complexa dos sentides ¢ da mente ifiewldade é, para mim, uma das que muitos de nds eanhe- ‘coms. Eis pot que vou explicar, na primeira parte déste Tivro, que Spéeie de atividade & a Teitura. Pois, enquanto voots nfo levarem fem conta o que ela signi Mo estario preparados (como aquéle io me ver) para a inserngio neces ‘querem aprender, Meu auxilig nfo pode que vores derem a sii mesmos. Nao ha que ce mais da que queiram ox jielguem jentemente, que achariam bom aprer. cama faatslo. Podlem estar eertos de 0 con . E se 0 quisorem, saberfa como esforgarse. faz © mesmo. Voltemos & minha histéria. No dia em que os ipl conferidos, consideravame um dos bons eatudantes de Col ‘Tinhamos pessada com boas notas. O j6go era fil, conhecendose ies. Se alguém nos dissesse que nio sabiamos grande co de poder assistir a8 aulas e let os livros que nos de modo a responder satistatdriamente no exame, Era esta a 4 prova de nossa eompeténcia Fizemos depois ur ou Curso que John Erskine 1 s, chamavase "Ge to de juniors e sen a meméria. Mas eu no possuis s6 0 owo, no, ‘livros eélebres posuir a mina, E comentado. Nao quero di hor do que ew AMAMAGAABBIIAIIAFABRARAAAD 18 AARIE DE LER dade é que nenhum de nés, com a excegio de Van Doren, conhecia 9 assumto, Dopois désse primeira ano de magistéri melhor. Nao hit pevigo de Por qué? Porg) a porgio de vires, até 0 arte de ler 108. Por que niio we vale 8 pena? PARA © LEITOR MEDIO cy {que mio sabem o suficiente, para se divertirem em ler com proveito, ou para aproveitarem a leitura como divertimento. Mas a eilueacko ndo se interrompe com o colegio, nem a res: educacional € inteira do sistema esco- um pode ¢ deve decidir por si mesmo se esta sate ~ tinico, tal hor ¢, leno, mente, $e convencem da powien para os que, tendo perdido oporti expécies de motivagio que padem set wocados, nesta tarefa comm. Mas 0 que & de pri impor & que todos nds reconhecamos o trabalho ¢ seu val je nfo nos obtiguem a ler @ tempo esse tempo seria ameniza instragio — a que ad fs mesmos, através da leitura. Nossa profissio pote exigir a de determinado assunto técnica, a0 corer do trabalho: 0 médieo tom de estar em dia com a literatura médica; 9 advogado ‘nfo deixa nunca de Jado as causas; o negociante tem de ler balancos inanceiros, apélices de seguro, contratos e assim por diante. Nio importa se @ leicura & para aprender ou para ganbar. Pode ser bem fou mat fcita Como alunos do colegio — ¢ candidatos, talves, a um superior — compreensiemos que 0 que nos esto dando & em a 2 A ARTE DE LER ligdes nos exames. A desrera que se atinge neste procesto nfo de idade do professor. Se o aluno oj ensinado nas aulas e ofesor, passa de ano, s cenergias. Mas deixa passar, também, 2 edueagio. Podemos ensinar num ginisio, colégio ou univers professOres, saibamos que nio lems pares de o fazer; nds, ta ito além déles, Téda profissio tem certo mimero de truques rndidos. tru pendé das m ow aos clientes a seren peténcia que usamos. Ne mos um pouco mais e chegamos a melhor res nossos melhores alunos. Se ignoramos que nostos alunos bem ler muito bem, somos piores do que os truqu ales, Ievamos nossa Assim como 0s m ea do doente, tages, — assim of melhores professéres so 0s que tén ensio, Se 08 alunos esto As voltas com um prob! fessor que se mostrar titubeante, também, pode aj ‘9 pedlagogo que parece voat a clareza com a 4 rndo posso. fste € o resultado dos anos de expcrigncia em que pro- cured ensinar aos outros. Se sei mais que alguém, posso ajudislo poueo. Embora nenhum de nés consiga ler sulicientemente bem para satisfazerse, podemos chegar a ler melhor do que outros 0 [a+ em. Sendo poucos ot que podem ler bem, num certo sentido, cada PARA 0 LEITOR MEDIO ai de née 0 pos nde extdrgo. Um aluno mediocre pode ler bem, em determinados casos. HA nds 0 somos na maioria das vézxes, que n da tarefa, quando o texto trata de suas espe se do que discrem depender o bom nome interessam & sua profissio, 0 advogado v. © médica Ie com perleigio as observa sintomas com os quais esti habivuado wer quando a rizio é bastante para exigir um eas, que Mas, new , esforgandosse por ler melhor do que © ido € recebem uma carta silo capazes. Leem cada palayra tds vézes, has © nas margens; Idem © todo em fungio das ilo da todo; sensiveis ao contexto e A ‘eas referéncias, percebem a cdr das pala- frases ¢ 0 péso das sentencas. ‘Talvez lever ema 10 © terfo feito nem wo, bastam para dar idgia Nio € tado, porém. £ preciso distin. , as diferentes espécies e graus de emente éte livre — que € © que seus nbéim com 0s outros livros ~ € pre ratard désse assunto, Basta que se per. que @te livra ndo tata de qualquer espécie de deitura, rt que seus leitores no fazem ou nfo fazem bem, a do. menos que estejamm am: i ee 2

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