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Oey cut) (erect Roberto Carlos: “E preciso acreditar no ser humano” “Aprendi que podemos ‘escolher entre chorar ou ven- der lengos”. A declaragao uma das licdes de Roberto Carlos Ramos, mineiro de riso facil, protagonista do inicio de uma quase tragé- dia que se transformou em {filme no ano passado. 0 edu- cador esteve novamente em Limeira no dia 20, em par- tieipagdo na programacao da 17*Semana Unimediana. Ramos, ex-intemo da Fe- bem, com 132 fugas no pron- tuirio entre 0s 6 ¢ [3 anos de idade, era tido como “irrecu- perdvel”, muma época em que foipararnainstituigao por von- tade da mie, diante da propa- ganda de que no local forma- ‘am-se doutores. “Dos 10 fi- Ihos, pela primeira vez fui o escolhido para alguma coisa”, fembraele.Diferentemente do que era veiculado na TY, nos anos seguintes o curiculo do tentio jovem naa continha se- {queralfabetizaglo, mas roubos ce consunno de drow, (© que mudou 0 Veredicto de alguns de morte prematura certa ou de um futuro nebulo- sono mundo do crime foi in- sistGncia da educadora france sa Margherit Duvas. Em es tadia no Brasil para estudo de Pedagogia, ela foi conhever a tal instituigéo que no se via igual nem na Franga, a0 que sugeria a propaganda. Nao foram os alunos exemplates que the chamaram aten¢io, mas o “lrrecuperivel” Ementrevista, Ramos de- clarou que a dirego do filme “0 contador de historias” foi fiel& sua histéria, que na vida ‘eal perpetua o final feliz do ceaminho opostoae do crime, a partir do amor, dedicagio e edueagio. “A intengio era de que as pessoas se Sentissem tecadas, Mostrar as dificulda- des, mas também que € possi- vel se sobressai”, declarou ‘© CONTADOR DE. HISTORIAS © batismodo filmeéa sua profissio assumida, que The dou “uma casa de trés anda- res, no estilo colonial © com piscina”. E a arte de contar histérias foi uma forma de fa- zer amigos quando foi para a ranga com Marzherit, a0 vie rar pégina da vida de fugas e crime. Quando voltou 20 Brasil, com 20 anos de idade, a “técnica” foi usada para en- treter e ensinar, o que conti- ‘nua fazendo. ccontrato com a Warner Bros para levar sua histéria para as telas, além dos paleos fin que as contou, fot assina- do em 2001, mas comecou a ser filmado Sete anos depois. (O mesmo tempo em que ficou ra Febem e, posteriormente, na Franga, "Com 0 filme, possivel atingir um niimero maior de pessoas com histriaotimista”, Giz ele. O longa tem chancela da Unesco como altamente indicado, eé preparado e seri Tangado em francés, inglés & espanol Em um Teatro Vitéria lo- tado paraa sua palestra “A pe- dagogia do amos”, entre as suas historias, Ramos contou ‘como foi agraciado nos Esta- dos Unidos como um dos dez melhores contadores de hist6- sas da atualidade, a parti de uma istria ouvida poralguém {que ninguém estava dispostoa dar ouvidos. "Ni se deve dei- xara coisas boas para depois, porque as ruins tendemos & fazer dia todo! A TRAJETORIA SE. REPETE Apés & morte dx ftance- sa, que mudariaa sua vida aos 22 anos, Ramos continuow no Brasil os estudos de Pedago- sla, fazenco estégio na propria Feber, Sem nunca ter tido a itengao de adotar uma crian- a, foi de 14 que adotou seu primero filho, enti com 9 anos ¢ hoje com 30 ¢ também formado em Pedagogia. Era outro caso “imemedidvel”. “Eu ‘oviassaltando uma velhinhac figuei surpreso, porquena mi nha época nés pelo menos rou- bévamos quem pudesse cor- rere aguilo era perder a ca’, conta. Ramos fo tirar sa- tisfagGes com o garoto, para ‘quem contou asua propria his- {Gria. A autorizacto de euarda foi rapidamente dada pelo juz, ‘© depois do garoto, outros 12 meninos em estado de risco seriam adotados por Ramos, que hoje ter ainda quatro ne- tos. Foi com a primeira deze- na de filhos que construiu a casa que tanto se orgulha,com espaco para abrigar ainda ou- tros 12 que passaram por ela posteriormente, ttalizando 25, filles. Perguntado sobre o que “powle ser feito diante dealt. iios e jovens problematicos, aso comum em escolas & ‘Comunidades, Ramos enfa- ‘za que acrediearno set hie “mano & primordial, tam @ rofessores como demais profissionais {Em mnuitas dreas, os profissionais gostam deen frentar os desafios, como tum médico gue tem ums ei- turgia complicada € fica Jmerso ncla para resolve-la. O problema que o profes sor no faz. isso, ele corre, Os grandes educadores 40 9s que enfrentam, propsem solugdes e alternativas co- megando por seus préprios atos, antes de vitae uina po- itica publica. Fags voce mesmo € 0 trabalho come ga & aparecer. Cada um ‘pode ser 0 agente transtor- “mador’, diz, opinando ai [da gue 0 Estado pre |patrocinador dessas aces, e {J que "o que vem de cima Roberto Cavos: insttulgdes camo » Fabem no resaivem problema do Jovem lnrator: escola ¢ 9 que opertunize “onido emplaca”. ‘Quudnts as snsticuigces | para jovens infrarores. ete ‘ondaia a eviagan de unida “des, "A popilagio naa deve sceitar, O Poder Pablico é aque precisa eriae polit “que previnam que 0s jovens “ghegucm a essa sitvacio. A “escola que oportuniza, de- -yem ser construidos Senacs ‘ou Senais, no fundagdes para femediar. porque nu0 resolvem. So altos 08 ‘Ges derreincidncia, logo. 0 € privando a liberdade que sch resolvido, Seo over for ‘para-a Febem, & porque fal- ‘ow algo: escola, emprego, ‘comida, ou a presenca da fax ‘nila’, : Ele ensina a dos trés “eles” 0 Ser hums ‘eflexibilidade. Eo que nto ‘pode ter € fraguera., fadiga ferraxem, que levam av fracisse, "A forga € 0 gue ios mantém vivos, procisa ‘mos de folego para atingir os objetivos e flexibilidade aru driblar os obstéculos. 85 “ales” juntos nao, = no precisa d= lores, flego

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