Você está na página 1de 46

UNIÃO EDUCACIONAL MINAS GERAIS S/C LTDA

FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS DE MINAS


Autorizada pela Portaria nº 577/2000 – MEC, de 03/05/2000
CURSOS: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E
ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES
DISCIPLINA: CÁLCULO 2

AULAS
DE
CÁLCULO 2

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
1

SUMÁRIO

Capítulo 1 – Integral definida 2


Capítulo 2 - Limite e Continuidade de Funções Várias Variáveis 12
Capítulo 3 – Derivadas de funções de várias variáveis 16
Capítulo 4 – Integrais múltiplas 23
Capítulo 5 – Equações diferenciais 35

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
2

Capítulo 1
Integral Definida

1.1- Soma de Riemann.

Para que se conceitue integral definida, primeiramente definiremos a soma de Riemann.

Seja a função f ( x ) = x na qual faremos vários retângulos entre a curva da função e o eixo x.

fi

a ∆xi b X

A área aproximada da figura é a soma de todas as áreas dos retângulos. Cada retângulo possui
área igual a (base x altura):

Ai = ∆xi ⋅ f i
n (1)
Área = ∑ ∆xi ⋅ f i
i =1

Ai = ∆xi ⋅ f i
n
(1.1)
Área = ∑ ∆xi ⋅ f i
i =1

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
3

Exemplos:

Utilizando a soma de Riemann determine a área aproximada da figura abaixo:


a- utilizando 3 retângulos;
b- utilizando 10 retângulos;

f (x ) = x

0 1

Considerando na equação (1.1), que P é o valor máximo dos ∆xi , pode-se conceituar a integral
definida de uma função f(x) como:

∫ f (x ).dx = lim ∑ f .∆x


a P →0 i
i i
(1.2)

Se o limite acima existe, a função é integrável no intervalo [a,b]. O resultado da integral definida é
um valor real e não uma família de antiderivadas.

Exemplos:
Encontre a área das figuras formadas pelas funções abaixo, utilizando integrais definidas:
3
a- ∫ 6dx
0
b-

3x-4y=-11

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
4

1.2- Propriedades
Considere "c" uma constante pertencente aos reais (c ∈R)

b b

1- ∫ cdx = cx = c(b − a )
a a

b b
2- ∫ cf (x )dx = c ∫ f (x )dx
a a

b b b
3- ∫ [ f ( x) ± g ( x)]dx = ∫ f ( x)dx ± ∫ g ( x)dx
a a a

4- Se a<c<b e se f(x) for integrável neste intervalo, ou seja, integrável nos intervalos [a,c] e [c,b],
então:

b c b

∫ f ( x )dx = ∫ f ( x )dx + ∫ f ( x )dx


a a c

5- Se f é integrável em [a,b] e f ( x ) ≥ 0 para todo x no intervalo [a,b], então:

∫ f (x )dx ≥ 0
a

6- Se f ( x ) ≥ g ( x ) para todo x em [a,b], então:

b b

∫ f ( x )dx ≥ ∫ g ( x )dx
a a

7- Se c>d e f é integrável no intervalo [c,d], então:

d c

∫ f (x )dx = − ∫ f (x )dx
c d
A propriedade 7 diz que a permuta dos limites de integração acarreta a troca do sinal da integral.

8- Caso onde os limites de integração são iguais

∫ f (x )dx = 0
a

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
5

Exemplos:

1.3 - Teorema do valor médio

Se f(x) é contínua em um intervalo fechado [a,b], então existe um número z no


intervalo aberto (a,b) tal que:
b

∫ f (x )dx = f (z ) ⋅ (b − a )
a

O Teorema do Valor Médio nos diz que, se f ( x ) ≥ 0 no intervalo [a,b], existe pelo menos um
ponto (z,f(z)), tal que o retângulo cuja base é (b-a) e cuja altura é f(z), possui área igual a área da
figura formada pela função f(x) e o eixo x.

Exemplos:

1- Determine o valor médio da função f ( x ) = 4 − x no intervalo [0,3] e a abscissa


correspondente.
2- A voltagem das instalações Domésticas pode ser, modelada como:

V = Vmáx sen (120πt )

que expressa a voltagem V(em volts) em função do tempo (em segundos). A função realiza 60
ciclos a cada segundo (sua freqüência é 60 hertz, ou 60 Hertz). A constante positiva Vmáx é o pico
de voltagem. Pede-se:
a- o valor médio de V ao longo de meio ciclo;
b- o valor médio de V ao longo de um ciclo.

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
6

1.3 - Teorema fundamental do cálculo


1ª Parte.
Considere a função f(t) =t mostrada na figura abaixo:

0 a x

A área da figura acima é dada pela equação

x
G ( x ) = ∫ f (t )dt
a
x
x2
G ( x ) = ∫ tdt =
a
2

Deriva-se G ( x ) e obtém-se:
G ′( x ) = x = f ( x )

Conclui-se que G(x) é uma antiderivada de f no intervalo estudado [a,x].

Teorema Fundamental do Cálculo:

Parte 1

Se f é contínua no intervalo [a,b], então a função

x
F ( x ) = ∫ f (t )dt
a

é derivável em todo ponto x do intervalo [a,b] e

x
dF d
dx dx ∫a
= f (t )dt = f ( x)

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
7

Exemplos:

Determine as derivadas abaixo:

x
d
dx −∫π
a- cos tdt

x
d 1
b- ∫
dx 0 1 + t 2 dt

x2
d
dx ∫1
c- cos tdt

5
d
dx ∫x
d- 3t sen tdt

4
d 1
e- ∫
dx 1+3 x 2 2 + e t
dt

Parte 2
Se f é contínua no intervalo [a,b] e G(x) é antiderivada de f:

x
G ( x ) = ∫ f (t )dt
a

Se F(x) é uma primitiva qualquer de f, então:

F (x ) = G(x) + c
Assim, calculando F(b)-F(a), temos:

F (b ) − F (a ) = [G (b ) + c] − [G (a ) + c]
F (b ) − F (a ) = [G (b) − G (a )]
b a
F (b ) − F (a ) = ∫ f (t )dt − ∫ f (t ) ft
a a
b
F (b ) − F (a ) = ∫ f (t )dt − 0
a
b
F (b ) − F (a ) = ∫ f (t )dt
a

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
8

A equação acima afirma que qualquer função contínua f pode ser calculada facilmente, desde que
a primitiva de f possa ser encontrada.

Exemplo:

∫ (x )
3
Calcule
3
+ 1 dx
−1

1.4- Integral definida para o cálculo de áreas entre curvas

y H

f(x)

a b

g(x)

∆x k

Passos para encontrar a Área Total

Para determinar analiticamente a área entre o gráfico de y=f(x) e o gráfico y=g(x), no intervalo [a,b]:
1- Esboce o gráfico das curvas e desenhe um retângulo representativo, cuja base deve ser
paralela ao eixo em relação ao qual será efetuada a integração;
2- Defina a altura do retângulo H=f(x)-g(x), simplificando se possível;
b
3- Calcule a integral ∫ [ f ( x) − g ( x)]dx
a

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
9

Lista de exercícios:

1- Determine as áreas delimitadas pelas funções abaixo no intervalo [a,b] dado:

a- Área entre f(x) e o eixo horizontal x.

f (x ) = 7 − x
Sendo a=1 e b=4

f (x ) = 4 + x

b- Funções y = 2 , x = π e y = 1 + cos( x ) e o eixo horizontal (x); ;

c- Funções y = x 2 , y = 3 − 2x e x = 0
d- Funções y = − x 2 − 2 x no intervalo − 3 ≤ x ≤ 2 ;
e- Funções y = x 3 − 4 x no intervalo − 2 ≤ x ≤ 2 ;
f- Funções y = x , o eixo horizontal (x) e pela reta y=x-2;

3- Calcule as integrais definidas:

∫ (1 + cos x)dx
0
1


0
t 2 + 1dt

π
 x
∫ x sen 2 dx
0
1
4 −x
∫x
0
e dx


2
−2 x
∫e
π
sen(2 x)dx

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
10

1.5- Sólidos de Revolução

São denominados sólidos de revolução aqueles que são formados quando um região gira em torno
de um eixo (chamado eixo de revolução). O sólido resultante, quando fatiado na direção
perpendicular ao eixo de revolução, fornece seções transversais circulares.
Como exemplo considere a região mostrada no gráfico abaixo.

Y
y=x

X
1m

Se a região triangular acima girar em torno do eixo x, será formado um cone como representa a
figura abaixo:

Y
f ( x) = x

∆xi

No cone acima os raios de todas as seções circulares mostradas na figura têm comprimentos
definidos pela ordenada f(x) do ponto superior, que pertence à reta y = x . Pode-se aproximar o
volume total do cone como a somatória dos volumes de vários anéis, assim:

n
vol aproximado = ∑ πr 2 ∆xi
i =1
n
vol aproximado = ∑ π [ f ( x)] ∆xi
2

i =1

Considerando que o maior valor de ∆x tende a zero a somatória passa a ser:

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
11

vol = lim Σ π [ f ( x)] .∆xi


2
∆x →0 i
1 2

vol = ∫ π [ f ( x)] dx
0
1
vol = π ∫ x 2 dx
0

π
vol = m3
3
Conclui-se que o volume de um sólido de revolução é dado pelo cálculo da integral

b 2

vol = ∫ π [ f ( x )] dx
a

Vale lembrar que se o eixo de simetria não for o eixo das abscissas deve-se determinar a lei de
formação dos raios do sólido de revolução e fazer as modificações devidas quando se efetuar a
integração em y.

Exercícios.

Determine os volumes dos sólidos de revolução gerados pela rotação das regiões formadas pelas
funções:

a- y=x , o eixo x, no intervalo de − 1 ≤ x ≤ 4 e que rotaciona em torno do eixo x;


2

b- x=y -4, os eixos x e y no intervalo − 4 ≤ x ≤ 0 e que rotaciona em torno de y;


2

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
12

Capítulo 2
Limite e Continuidade de Funções Várias Variáveis

2.1- Funções de Várias Variáveis

Estas funções são muito utilizadas em problemas de probabilidade e estatística, dinâmica de


fluidos; eletricidade; Logística; pesquisa operacional e outros.
Podemos citar como exemplo o volume de um cilindro que é função do raio de sua base e de sua
altura V = πr .h
2

2r

2.1.1- Domínio e Imagem de Funções de Duas Variáveis

Os domínios de funções de duas variáveis reais são os conjuntos de pontos (pares ordenados) de
números reais que ao serem substituídos na equação que define a função resultam em valor real
da função (imagem).

Exemplos:
Determine o domínio e a imagem das funções abaixo:
a- z= y−x
y−x>0 +
Domínio= ImagemReais positivos, incluindo o zero (R )
y>x
b- w = y − x2

b- z= 1
xy
c- w = sen( x )
d- f ( x, y ) = 4 x + 9 y
2 2

1
e- f ( x, y ) =
16 − x 2 − y 2

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
13

2.2- Limite de Funções de Duas Variáveis

Diz-se que o limite de uma função f(x,y), quando x e y se aproximam respectivamente de x0 e y0, e
é igual a L se para todos os valores de x e y suficientemente próximos de (x0 e y0) a função,
também, se aproxima do valor real L. Tal limite é apresentado como se segue:

lim f ( x, y ) = L
( x , y ) → x0 , y 0 )

Pode-se mostrar, como para função de uma variável, as propriedaes de limites de várias variáveis
abaixo:

1- lim x =x 0
( x , y ) →( x0 , y 0 ) _

2- lim y = y0
( x , y ) →( x0 , y 0 ) _

3- lim K = K ( K ∈ R)
( x , y ) →( x0 , y 0 ) _

Considere L, K e M números reais.e os limites abaixo:


lim f ( x, y) = L; lim g ( x, y) = M
( x , y ) → ( x0 , y 0 ) ( x , y ) →( x0 , y 0 )

Pode-se mostrar as seguintes propriedades:


4- lim f ( x, y) ± g ( x, y) = L ± M
( x , y ) →( x0 , y 0 )

5- lim f ( x, y).g ( x, y) = L.M


( x , y ) →( x0 , y 0 )

6- lim K . f ( x, y) = K .L
( x , y ) → ( x0 , y0 )

f ( x, y) L
7- lim = SeM ≠ 0
g ( x, y) M
( x , y ) →( x0 , y 0 )
m

m  n m

lim( f ( x, y)) lim f ( x, y) = L n 


n =  ( x , y )→( x , y ) 
8-
( x , y ) → ( x0 , y0 )
 0 0 

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
14

Exemplos:

Resolva os limites abaixo:


x − xy + 3
a- lim
( x , y ) →( 0 ,1) x y + 5 xy − y 3
2

b- lim x2 + y2
( x , y ) →( 3, −4 )

x 2 − xy
c- lim
( x , y ) →( 0 , 0 )
x− y
3x 2 − y 2 + 5
d- lim
( x , y ) →( 0 , 0 ) x 2 + y 2 + 2

cos( y ) + 1
e- lim
( x , y ) → ( , 0 ) y − sen ( x )
π
2

x 2 − 2 xy + y 2
f- lim
( x , y ) →(1,1) x− y
xy − y − 2 x + 2
g- lim
( x , y ) →(1,1) x −1
y+4
h- lim
( x , y ) → ( 2 , −4 ) x y − xy + 4 x 2 − 4 x
2

2.3- Continuidade de Funções de Duas Variáveis

Uma função f(x,y) é contínua no ponto (x0 , y 0 ) se:


a- função f(x,y) for definida neste ponto ( x 0 , y 0 ) .

b- lim f ( x, y ) = f ( x 0 , y 0 )
( x , y )→( x0 , y0 )

Diz-se que uma função é contínua quando for contínua em todo seu domínio.

Exemplos:

Determine os pontos onde as funções são contínuas:

a- f ( x, y ) = sen( x + y )
b- f ( x, y ) = ln x 2 + y 2 ( )
 1 
c- f ( x, y ) = sen 
 xy 
x+ y
d- f ( x, y ) =
2 + cos( x)
x+ y
e- f ( x, y ) =
x− y

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
15

f ( x, y ) =
y
f-
x +1
2

x2 + y2
g- f ( x, y ) = 2
x − 3x + 2
h- f ( x, y ) = ln( x + y − 1)

f ( x, y ) = 2
xy
i-
x − y2

j- f ( x, y ) = x e 1− y 2

k- f ( x, y ) = 25 − x 2 − y 2

f ( x, y , z ) = 2
1
l-
x + y2 − z2
m- f ( x, y, z ) = x − 2 ln ( yz )

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
16

Capítulo 3
Derivadas de Funções Várias Variáveis

3.1- Derivadas Parciais de primeira Ordem.

Sabe-se que a derivada de uma função de uma variável é definida como abaixo:

f ( x + ∆x ) − f ( x )
f ′( x ) = lim
∆x → 0 ∆x

E a interpretação geométrica é que a derivada define um conjunto de inclinações de retas que


tangenciam a função f(x).
Para definir a derivada de uma função de duas variáveis o procedimento é similar ao anteriormente
descrito. Para se obter a derivada da função f(x,y) em relação a x deve-se considerar que y é
constante e para determinar a derivada de f(x,y) em relação a y deve-se considerar o x como
constante e realizar a derivada utilizando as regras de derivadas já faladas para funções de uma
variável.

Seja uma função f(x,y) definem-se as suas derivadas em relação a x e y como se segue:

f ( x + ∆x, y ) − f ( x, y )
f x ( x, y ) = lim
∆x → 0 ∆x
e
f ( x, y + ∆y ) − f ( x, y )
f y ( x, y ) = lim
∆y → 0 ∆y

Notações utilizadas:

Regras de Derivadas Parciais:

As regras para funções de mais de uma variável é similar às regras das funções de uma variável e
são mostradas abaixo:

Sejam as funções f(x,y)=U e g(x,y)=V

Regra do Produto

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
17

Regra do Quociente

Regra da Potência

Exemplos:

Encontre as derivadas parciais das funções abaixo:

a _ z = x 3 + y 3 − 3axy
x+ y
b_ z =
x− y
x
c_z =
y
d _ f ( x, y ) = 2 x 4 y 3 − xy 2 + 3 y + 1
t s
e _ f (t , s ) = −
s t
f _ f ( x, y ) = xe y + y sen( x)
g _ z = e x ln( xy )
x2 − t 2
h _ f ( x, y , t ) =
1 + sen(3 y )

3.2- Derivadas Parciais de Ordem Superior

Considerando f(x,y) uma função de duas variáveis, pode-se então considerar que as suas
derivadas de primeira ordem, também são funções das mesmas variáveis, sendo assim, pode-se
definir as derivadas se ordem superior de f(x,y), como abaixo:

Notação utilizada:

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
18

Exercícios:

Verifique que fxy=fyx

a _ f ( x, y ) = xy 4 − 2 x 2 y 3 + 4 x 2 − 3 y
x2
b _ f ( x, y ) =
x+ y

Diz-se que uma função é harmônica se

∂2 f ∂2 f
+ = 0.
∂x 2 ∂y 2

Verifique se as funções abaixo são harmônicas:

a _ z = ln x 2 + y 2 ;
b _ z = e − x cos( y ) + e − y cos( x)

A Lei dos gases ideais pode ser enunciada como

PV = knRT
onde n é o número de moléculas do gás, V é o volume, T é a temperatura, P é a pressão e k é uma
constante. Mostre que:

∂V ∂T ∂P
⋅ ⋅ = −1
∂T ∂P ∂V

3.3- Regra da Cadeia.

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
19

Seja a função f(u) uma função de apenas uma variável e u=g(x), que, também, é uma
função que depende apenas de uma variável. Para se determinar a primeira derivada de f em
relação a x tem-se:

df df du
= ⋅
dx du dx

No caso em que as funções dependem de mais de uma variável teremos um


equacionamento similar.
Considere a função f(u,v) dependente das duas variáveis u e v, considere, ainda, que u e v
dependem de duas outras variáveis x e y, ou seja, u=g(x,y) e y=h(x,y) e que são
diferenciáveis, então:

∂f ∂f ∂u ∂f ∂v
= ⋅ + ⋅
∂x ∂u ∂x ∂v ∂x
∂f ∂f ∂u ∂f ∂v
= ⋅ + ⋅
∂y ∂u ∂y ∂v ∂y

Cada fórmula acima é chamada de regra da cadeia.


Diagrama de árvore representativo da regra da cadeia.

Exemplos:
∂w ∂w
1- Determine e das funções abaixo:
∂x ∂y
a- w = u. sen(v); u = x 2 + y 2 ; v = x. y
b- w = uv + v 2 ; u = x sen( y ); v = y sen( x)
c- w = u 2 + 2uv; u = x ln y; v = 2 x + y

Interpretação Geométrica de derivadas Parciais

Considere a figura abaixo. Seja S a superfície curva no espaço da função f(x,y). Sejam
M(x,y,0) e N(x,y+h,0) dois pontos no plano xy.

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
20

Observe que o plano paralelo a yz e que passa pelos dois pontos M e N, intercepta a
superfície S na curva denominada C1. Os pontos P e Q são tais que suas projeções no plano
xy resultam nos pontos M e N. Assim, a secante lPQ tem inclinação igual a:

Fonte: Swokowsky, Cálculo com Geometria Analítica, volume 2

Seja o gráfico abaixo sendo S a superfície definida pela função Z(x,y). Considere o ponto
P(a,b) pertencente à superfície S e os traços de S, C1 e C2 nos planos paralelos ao eixo Z e
que passam pelas retas x=a e y=b, respectivamente. O coeficiente angular das retas que
passam por P e são tangentes aos traços são:

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
21

Fonte: Swokowsky, Cálculo com Geometria Analítica, volume 2

Exemplos:

1- Seja C o traço do parabolóide z = 9 x 2 − y 2 no plano x=1. Escreva a inclinação da


tangente l a C no ponto P(1,2,4).
2- Seja C o traço do gráfico de z = 36 − 9 x 2 − 4 y 2 no plano y=2. Escreva a inclinação
(
da tangente l a C no ponto P 1,2, 11 )

3.4- Incrementos e Diferenciais

Seja a função de duas variáveis w(x,y), e sejam os incrementos de x e y respectivamente


∆x e ∆y :
1- o incremento ∆w da função w(x,y) é:

O incremento representa a variação no valor da função w(x,y) quando x e y variam para


x + ∆x e y + ∆y .

2- Já as diferenciais da função acima são:

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
22

- as diferenciais, dx e dy , das variáveis independentes x e y são


dx = ∆x e dy = ∆y

- a diferencial dw da variável dependente w é:

Exercícios:

1- Encontre os diferenciais dw das funções abaixo:

a _ w = x3 − x2 y + 3y 2
b _ w = 5 x 2 + 4 y − 3 xy 3
c _ w = ye−2 x − 3 x 4

3- Por meio de diferenciais, aproxime a variação de f para as variações indicadas nas


variáveis independentes.
a _ f ( x, y ) = x 2 − 3 x 3 y + 4 x − 2 y 3 + 6, (−2,3). para.(−2,02;3,01)
2

b _ f ( x, y ) = x 2 − 2 xy + 3 y, (1,2). para.(1,03;1,99)

4- A resistência total R de três resistores R1, R2 e R3, ligados em paralelo, é dada por

1 1 1 1
= + +
R R1 R2 R3

Se as medidas de R1, R2 e R3 são 100, 200 e 400 ohms, respectivamente, com erro máximo
de (+ ou -) 1% em cada medida, aproxime o erro máximo no valor calculado de R.

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
23

Capítulo 4
Integrais Múltiplas

Interpretação Geométrica de Integrais múltiplicas

Y
dx

x A(x)
Figura 1- Volume de um Cubo

Considere a figura (1) acima. Ela representa um cubo cujas arestas posteriores coincidem
com os eixos coordenados.
- Cálculo da área A(x) - esta área é paralela ao plano YZ e pode ser calculada utilizando
integral definida, como mostrado abaixo.

Z = z1

Y
dy y

Figura 2 - Elemento de área


y

A( x ) = ∫ z1 dy
0

O volume do elemento de volume mostrado na figura 1 é dado pela equação abaixo:

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
24

dVol = A( x ).dx

A soma de infinitos elementos de volume resulta no volume total da figura do cubo e é


calculada utilizando a integração do dVol, assim tem-se:

x
Vol = ∫ A( x)dx
0

Substituindo a equação que fornece a área A(x) tem-se a integral dupla, abaixo:

x y
Vol = ∫ ∫ z1 dydx
0 0

A integral acima é chamada integral iterada ou repetida.

Propriedades de Integrais Duplas

1- Múltiplo por uma constante (c).

∫∫ cf ( x, y)dxdy = c ∫∫ f ( x, y)dxdy
R R

2- Soma e Diferença

∫∫ ( f ( x, y) ± g ( x, y) )dxdy = ∫∫ ( f ( x, y ))dxdy ± ∫∫ (g ( x, y ))dxdy


R R R

3- Dominação

a- ∫∫ ( f ( x, y))dxdy ≥ 0.se. f ( x, y) ≥ 0.em.R


R

b- ∫∫ ( f ( x, y))dxdy ≥ ∫∫ (g ( x, y))dxdy ≥ 0.se. f ( x, y) ≥ g ( x, y).em.R


R R

4- Aditividade

R1 R2

∫∫ ( f ( x, y))dxdy = ∫∫ ( f ( x, y))dxdy + .R ∫∫ ( f ( x, y) )dxdy


R R1 R2

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
25

Exemplos:
Calcule as Integrais duplas:

∫ ∫ (1 − 6 x y )dxdy
1 2
2
a-
−1 0

∫ ∫ (1 − 6 x y )dydx
2 1
2
b-
0 −1

Teorema de Fubini (Primeira Forma)


Se uma função f(x,y) é contínua num intervalo (R), a ≤ x ≤ b.e.c ≤ y ≤ d então:

b d d b

∫ ∫ f ( x, y)dydx = ∫ ∫ f ( x, y)dxdy
a c c a

Procedimentos para se calcular volume utilizando integral dupla

1- Definir a região, no plano XY, que define a região R onde se realizará a integração;
2- Se for efetuar a integração primeiramente em relação a y e depois em relação a x
execute os passos abaixo:
2.1- Identifique as curvas que delimitam a região R;
2.2- Trace um segmento de reta paralela ao eixo y (no sentido positivo de y) cortando a
região R nos pontos onde o segmento entra na região R e onde o segmento sai da região
R. Estes pontos são os limites de integração de y e em geral são dados em função de x.
2.3- Os limites de integração de x são dados pelos valores mínimo e máximo de x, que
limitam a região R;
3- Realize as integrais da função z=f(x,y) utilizando os limites de integração.

1- Se for efetuar a integração primeiramente em relação a x e depois em relação a y


execute os passos abaixo:
2.1- Identifique as curvas que delimitam a região R;
2.2- Trace um segmento de reta paralela ao eixo x (no sentido positivo de x) cortando a
região R nos pontos onde o segmento entra na região R e onde o segmento sai da região
R. Estes pontos são os limites de integração de x e em geral são dados em função de y.
2.3- Os limites de integração de y são dados pelos valores mínimo e máximo de y, que
limitam a região R;
4- Realize as integrais da função z=f(x,y) utilizando os limites de integração.

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
26

Exemplos:

Encontre os limites de integração de x e y, seguindo os passos acima, para as regiões


delimitadas pelas funções:
a- f ( x) = 1 − x 2 .e.g ( x) = 1 − x
b- f ( x) = 2 x.e.g ( x) = x 2

Calcule os volumes abaixo:

a- A região é delimitada superiormente pelo parabolóide z=x2+y2 e inferiormente pelo


triângulo delimitado pelas as retas y=x; x=0 e x+y=2, no plano xy;
b- A região é delimitada superiormente pelo cilindro z=x2 e inferiormente pelo região
delimitada pela parábola y=2-x2 e pela reta y=x; no plano xy;

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
27

4.1- Cálculo de Áreas utilizando integrais duplas.

Considere o volume da figura delimitada na parte superior pela função f(x,y) e na parte
inferior pelos limites de a ≤ x ≤ b.e.g ( x ) ≤ y ≤ h( x ) . O volume pode ser calculada pela
integral dupla:

b h( x)
vol = ∫ ∫ f (x, y )dydx
a g ( x)

Se a função f(x,y)=1, o cálculo acima fornece a área da região delimitada pelos limites
de"x" e "y".

Exemplos de Aplicação:
Calcule as áreas das figuras formadas pelas funções abaixo, utilizando integrais duplas:

a _ y = 4 x − x 2 ,.e., y = − x
b _ x + y = 4, x = 0.e. y = 0
c _ y = x, y = 3 x.e.x + y = 4
d _ x2 + y2 = 9

4.2- Integrais Duplas em Coordenadas Polares

Há alguns casos onde a obtenção da área ou volume de figuras fica mais fácil se se escrever
as funções destas curvas utilizando coordenadas polares, por isto é de bastante interesse o
estudo de integrais utilizando tais coordenadas.

Primeiramente, definamos o que seja coordenadas polares.


Considere um ponto P cujas coordenadas no plano cartesiano é dado por (a,b), isto significa
que a abcissa do ponto é x=a e a ordenada do ponto é dada por y=b. Em coordenadas
polares o mesmo ponto P é dado por (r,θ), onde r representa a distância do ponto P até a
origem do sistema de coordenadas e θ, representa o ângulo definido pelo eixo polar e o
segmento de reta dado por r, sendo que θ é considerado positivo na sentido anti-horário,
como mostra a figura abaixo.

r
θ

Exemplos de Aplicação:
Represente os pontos em coordenadas polares:

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
28

P(2,0)
 π
Q 2, 
 2
R(2, π )
 3π 
S  2, 
 2 
T (2,2π )

Eixo Polar

As equações mais simples utilizando coordenadas polares são:


r = a e θ = a , sendo a um número Real não-negativo.
Representação gráfica:
- da equação r = a

- da equação θ = a

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
29

Exemplos de aplicação:

a- Trace o gráfico da equação r = 4 sen (θ ) ;


b- Trace o gráfico da função r = θ ;

4.3- Relação entre Coordenadas Polares e Retangulares

Considere a figura abaixo:

R
θ
x

Pode-se mostrar que

x = r cosθ
y = r sen θ
r 2 = x2 + y2
y
tgθ = .se.x ≠ 0
x

4.4- Integrais Duplas

Aqui veremos como se calcula a integral dupla sobre uma região R delimitada por gráficos
de funções polares. Considere uma região polar elementar e obtenha a área desta região:
Demonstração:

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
30

Teorema

O volume de "f" delimitada no plano ´polar pela região R é dado por:

β g 2 (θ )

∫α ∫(θ )f (r ,θ )drdθ
g1

Se f=1, então a equação acima fornece a área da região R.

Exemplos de Aplicação:

Ache a área da menor região delimitada pelo eixo polar, pelos gráficos de :

a)r = 1; r = 2
b ) rθ = 1
e
1
θ=
2
θ =1

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
31

4.5- Integrais Triplas.

Seja f(x,y,z) uma função definida em uma região D fechada e limitada no espaço (por
exemplo a região ocupada por uma bola sólida ou uma bola de argila), então a integral de F
sobre D poderá ser indicada como uma somatória de pequenos paralelepípedos que estão
dentro da região D e cujas dimensões laterais são dadas por ∆x k , ∆y k e ∆z k e volume igual
ao produto destas dimensões laterais ∆Vk = ∆x k .∆y k .∆z k multiplicados pelo valor da
função num ponto do paralelepípedo ( x k , y k , z k ) , assim:

n
S n = ∑ F ( xk , yk , z k )∆xk ∆yk ∆z k
k =1

Se F é contínua e a fronteira D é formada por superfícies lisa ligadas ao longo de curvas


contínuas, então, à medida que os lados dos paralelepípedos se aproximam de zero
independentemente, as somas Sn se aproximam da integral:

∫∫∫ F ( x, y, z)dxdydz = ∫∫∫ F ( x, y, z)dV


D D

As integrais triplas possuem as mesmas propriedades algébricas que as integrais duplas e


simples: multiplicação por uma constante; soma e diferença; dominação; Aditividade.

As integrais triplas podem ser utilizadas para cálculos de volume de uma região D, desde
que a função F(x,y,z)=1.

Passos para se encontrar os Limites de Integração em Integrais Triplas

Passo 1- Esboçar a região chamada de D (no espaço) e a sua projeção R, no plano xy.
Identifique as equações das superfícies limitantes superior e inferior de D e as curvas
limitantes no plano xy.

Passo 2- Passe uma reta que corta a região D, é paralela ao eixo z e tem sentido apontando
para o crescimento de z. O ponto onde esta reta entra na região D fornece o limite inferior
de z e o ponto onde a reta sai da região D, fornece o limite superior de z. Estes são os
limites de integração de z.

Passo 3- Encontrar os limites de integração de x e y utilizando a mesma metodologia


utilizada na solução de integrais duplas.

Exemplos:

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
32

1- Resolva as integrais triplas:

∫ ∫ ∫ (x )
1 1 1
2
+ y 2 + z 2 dzdydx
0 0 0
1 3− 3 x 3− 3 x − 3 y

∫ ∫ ∫ dzdydx
0 0 0

2- Encontre o volume da figura formada pelo plano y+z=1 ( região D) e pela projeção no
plano xy x=2,y=1, x=0 e y=0 (região R).

3- Encontre o volume da figura formada pelo plano y+z=1 ( região D), pelo cilindro y=x2
e pela reta y=1 e o arco de circunferência y=x2 no plano xy (região R).

4.6 - Integrais Triplas em Coordenadas Cilíndricas

Quando um cálculo em física, engenharia ou geometria envolve a figura de um cilindro, um


cone ou uma esfera para simplificar os cálculos é interessante utilizar coordenadas
cilíndricas ou esféricas. Aqui utilizaremos coordenadas cilíndricas.
Obtemos coordenadas cilíndricas para o espaço combinando coordenadas polares no plano
xy e com o eixo z. Tomemos o ponto P (x,y,z), como mostra a figura abaixo. Em
coordenadas cilíndricas ele pode ser representado por (r,θ,z).

z P (r,θ,z)

r y
x
θ

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
33

Pode-se definir coordenadas cilíndricas da seguinte forma:

1- r e θ são coordenadas polares para a projeção do ponto P, no plano xy;


2- z é coordenada vertical cartesiana

Relação entre Coordenadas Cartesianas (x,y,z) e Cilíndricas (r,θ,z).

x = r cos(θ )
y = r sen (θ )
z=z
r2 + y2

tag (θ ) =
y
x

Equações simples em coordenadas cilíndricas:


r = 4 (Define um cilindro de raio igual a 4 e cujo eixo coincide com o eixo vertical z;
π
θ= (Plano contendo o eixo z)
3
z = 2 (Plano perpendicular ao eixo z)

z=2

r=4

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
34

π
θ=
3

O elemento de volume em coordenadas cilíndricas é dada pelo produto da área da base pela
altura do elemento. No plano xy a área da região R já foi demonstrada anteriormente e vale
dA = r.dr.dθ pela altura do elemento que édada por dz, assim:

dV = dz.r.dr.dθ

Para se calcular integrais repetidas ou (iteradas) em coordenadas polares deve-se efetuaur o


procedimento seguinte para determinação dos limites de integração:

Passo 1: Esboçar a figura que define a região no espaço D e no plano xy, R;


Passo 2: Para se determinar os limites de integração de z deve-se esboçar uma reta M que
passa por um ponto típico da região R, no plano xy e que corta a região D (no espaço), no
sentido de crescimento do eixo z. O ponto onde esta reta entra na região D, difune o limite
inferior de z e o ponto onde esta reta sai da região D, define o limite superior de z;
Passo3: Os limites de integração de r são determinados traçando-se uma reta N, no plano
xy, que parte da origem do sistema de referência e corta a região R. O ponto onde esta reta
entra na região R, define o limite de integração inferior da variável r e o ponto onde esta
reta sai da região R, define o limite superior da variável r;
Passo 4: Os limites de integração de θ são definidos a medida que a reta N varre a região
R, a partir do eixo x no sentido anti-horário.

Exemplo de aplicação:
1- Encontre o centróide de um sólido formado pela intesecção de um cilindro x 2 + y 2 = 4
e limitado acima pelo parabolóide z = x 2 + y 2 e abaixo pelo plano xy.
2- Encontre os momentos de inércia de um cilindro x 2 + y 2 = 4 , em relação aos eixos x, y
e z.

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
35

Capítulo 5
Equações Diferenciais
Diz-se que uma equação é diferencial de x e y, segundo Leibniz, se ela envolver termos que
contenham x, y e seus diferenciais dx e dy. Por exemplo : f ′( x ) = 1 + x + y 2 .

5.1 Definições

Dada uma função incógnita y de uma variável independente x, chama-se equação


diferencial ordinária de ordem n, toda relação da forma:

( )
g x, y, y ′, y ′′, y ′′′,..... y (n ) = 0

Uma equação diferencial de 1ª ordem é toda relação da forma:


g ( x, y , y ′) = 0
y ′ = f ( x, y )

Ou ainda:

Mdx + Ndy = 0

Onde M = M ( x, y ) e N = N ( x, y ) são funções de x e y.

Elas são classificadas segundo a sua ordem e grau como a seguir:


A ordem se refere ao maior diferencial que aparece na equação.

dy
= 3 x − 27 ou y ′ = 3x − 2 y (1ª ordem)
dx
y y 2 − 1dx − 1 − x 2 dy = 0 (1ª ordem)

r=
(1 + y ′ ) 2
3
2
(2ª ordem)
y ′′
d3y d2y
− 5 + 4 y = 3x 2 − 8 (3ª ordem)
dx 3 dx 2

O grau se refere ao expoente da diferencial de maior ordem da equação:

d3y   dy 
 3  − 5  + 4 xy = 0 (1º Grau)
 dx   dx 

2 4
d3y   dy 
 3  − 5  + 4 xy = 0 (2º Grau)
 dx   dx 

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
36

4 2
d3y   dy 
 3  − 5  + 4 xy = 0 (4º grau)
 dx   dx 

Uma equação diferencial é Linear se a função incógnita (y) e as suas derivadas são todas
do 1º grau e não aparecem produtos dela na equação, por exemplo:

y ′ + 5 xy = 3e x (linear de 1ª ordem)
y ′′ − y = 4 sen 3 x (linear de 2ª ordem)
2 x 2 y ′′′ − 5 xy ′ + 12 y = x 2 e 2 x (linear de 2ª ordem)

Solução de uma equação diferencial.

Resolver uma equação diferencial significa obter a equação y=f(x) que a satisfaça, ou seja,
a solução de uma equação diferencial é uma função que ao ser substituída nela fornece uma
identidade. Existem técnicas para solução de equações diferenciais que são obtidas através
da integração da mesma.
Para exemplificar serão apresentadas as deduções das equações horárias (posição e
velocidade), do movimento de um objeto sujeito a uma aceleração constante e igual a "a".
Lembrando da definição de aceleração, que é a taxa de variação da velocidade na unidade
de tempo, ou seja, matematicamente:

dv
a=
dt

Dedução da equação horária da velocidade

Dedução da equação horária da posição

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
37

Exercícios:

Verificar se as seguintes funções são soluções das equações diferenciais indicadas:

a − ( y = 2 x + 8); y = xy ′ + y ′ 2
( ) ( )
b − y = 2 x − 3 x 2 ; y ′ 2 x − 3 x 2 − y (2 − 6 x ) = 0
c − ( y = 1 + 2 x ); x y ′′′ + 2 x y ′′ − 6 xy ′ = 0
−2 3 2

  π  d 2 x
d −  x = 10 senϖt +  ; 2 + ϖ 2 x = 0
  6   dt

5.2- Equações Separáveis.

Diz-se que uma equação diferencial é separável se for possível a separação dos termos que
dependem de "x" daqueles que dependem de "y" e a equação pode ser escrita na forma:

M ( x )dx + N ( y )dy = 0

A solução geral, deste tipo de Equação Diferencial, é encontrada ao se integrar os termos


em x e y, como:

∫ M (x )dx + ∫ N ( y )dy = C
Exemplo de Aplicação:
2 ydy
Encontre a solução geral da equação diferencial + dx = 0
sen ( x )
Resolução:

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
38

2 ydy
+ dx = 0
sen ( x )
2 ydy + sen ( x )dx = 0. sen ( x )
2 ydy + sen ( x )dx = 0.
2∫ ydy = − ∫ sen ( x )dx
2y2
= −(− cos( x )) + C
2
y 2 = cos( x ) + C

A solução particular de uma equação diferencial é encontrada ao se substituir uma


condição inicial dada, por exemplo, determine a solução particular da equação acima
 π
sabendo que:  y = 0; x = 
 2

π 
0 = cos  + C
2
C=0
soluçao − particular
y 2 = cos( x )

Exercícios.

1- Ache a solução geral e particular das equações diferenciais abaixo, sabendo que para x=0
o valor de y=2.

a- y ′ = 3x 2
b- y ′ = x − 1
−x
c- y ′ =
4 − x2
d- y ′ = 3

2- Utilizando equações diferenciais resolva os problemas abaixo:

a- Achar a equação da curva que passa pelo ponto (3,4) e que as retas tangentes a ela
dy x
possuem inclinação dada por =− .
dx y
b- Encontre a equação da reta que é ortogonal à função xy=2 no ponto (2,1).

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
39

c- Achar a equação da curva que passa pelo ponto (1,-1), sabendo que o declive de sua
tangente em um ponto qualquer é o triplo do quadrado da ordenada do mesmo ponto.
 1 
resp:  y = 
 2 − 3x 

5.3- Equação Linear Homogênea

A forma típica de uma equação linear é:

+ P ( x ) y = Q( x )
dy
dx

Se Q(x)=0 a equação acima toma a forma:

y ′ + P( x ) y = 0

A equação acima é chamada Equação Diferencial Linear Homogênea, neste caso as


variáveis se separam e a solução é da forma:

− P ( x )dx
y = Ce ∫

Exercícios:

Resolver o exercício 1 utilizando a solução proposta acima para equações diferenciais


homogêneas.

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
40

5.4- Equação Diferencial Exata

Seja uma função de duas variáveis u(x,y), e sua diferencial total du que é dada a seguir:

∂u ∂u
du = dx + dy
∂x ∂y

Diz-se que uma diferencial é exata se for do tipo

∂u ∂u
dx + dy = 0
∂x ∂y
Mdx + Ndy = 0
∂u
M =
∂x
e
∂u
N=
∂y
ou.
du = Mdx + Ndy = 0
somente, se
u = cons tan te

Verificação se uma equação diferencial é exata:

Obtenção da solução de uma equação diferencial exata:

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
41

Seja a solução da equação diferencial

du = Mdx + Ndy = 0
u ( x, y ) = F ( x, y ) + g ( y ),
sen do
F ( x, y ) = ∫ F ( x, y )dx
e
g ( y )depende.somente.de. y

Obtenção de g(y)

Exercícios:
Seja as equações abaixo, verifique se são exatas e se forem determine suas soluções:

 1 1  x 1 
a − 1 + − dx +  2 + − 1dy = 0
 x y y y 
(
b − xy dx − 2 − x y dy = 0
2 2
)
(
c− x − y2 2
)dx − (2 xy − 3)dy = 0
d − 2 xe y dx + x 2 e y dy = 0
e − (1 + y sen x )dx + (1 − cos x )dy = 0

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
42

5.5- Equação Diferencial Exata - (Fatores Integrantes)

Seja a equação diferencial abaixo, a qual não é exata

Mdx + Ndy = 0

É possível, em muitos casos transformá-la em exata multiplicando-a por fator integrante


"R",(que pode ser função unicamente de x ou de y) que a torne exata, e ela ficará:

RMdx + RNdy = 0

Para que ela seja exata deve-se verificar que:

∂ (RM ) ∂ (RN )
=
∂y ∂x

Resolvendo a derivada de um produto tem-se:

∂M ∂R ∂N ∂R
R +M =R +N
∂y ∂y ∂x ∂x

Passando todos os termos para o primeiro membro:

 ∂M ∂N  ∂R ∂R
R −  + M −N =0
 ∂y ∂x  ∂y ∂x

Supondo que R seja unicamente função de x, ou seja R = R( x ) , assim teremos:

∂R
=0
∂y
e
∂R dR
=
∂x dx

A equação acima se reduz a:

 ∂M ∂N  dR
R −  − N =0
 ∂y ∂x  dx

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
43

Tratando a equação acima como uma a variáveis separáveis, tem-se:

dR 1  ∂M ∂N 
=  − dx
R N  ∂y ∂x 

1  ∂M ∂N 
ln R = ∫  − dx
N  ∂y ∂x 
A equação acima é utilizada para se determinar o fator integrante, o qual se multiplicado
pela equação diferencial inicial a torna uma equação diferencial exata a qual possui solução
do tipo:

Mdx + Ndy = 0,
N = NR
e
M = MR
 ∂F 
∫ Mdx + ∫  N − ∂y dy = c
F = ∫ Mdx

Exemplo:

Verifique se equação abaixo é exata, se não, verifique se ela aceita um fator integrante que
a torne exata e solucione-a.

(3x 2
)
− y 2 dx + 2 xydy = 0

5.6- Fatores integrantes notáveis

Na prática, alguns tipos de equações diferenciais podem ser facilmente integráveis se forem
adequadamente rearranjadas de forma a aparecer fatores integrantes notáveis, como mostra
o exemplo abaixo:

ydx − xdy = 0

Dividindo ambos os membros por y2 tem-se:

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
44

ydx − xdy
=0
y2
Mas,
 x  ydx − xdy
d   =
 y y2
Assim :
 x
d   = 0
 y
Solução
x
=c
y
x
y=
c

Fatores integrantes notáveis:

1 − d ( xy ) = xdy + ydx
 x  ydx − xdy
2 − d   =
 y y2
 y  xdy − ydx
3 − d  =
 x x2
( )
4 − d x 2 ± y 2 = 2 xdx ± 2 ydy
 y  xdy − ydx
5 − d  arctg  = 2
 x x + y2
 y  xdy − ydx
6 − d  arcsen  =
 x  x x2 − y2

[ (
7 − d ln x 2 + y 2 = )] 2 xdx + 2 ydy
x2 + y2
 x − y  2 ydx − 2 xdy
8 − d ln =
 x + y x2 + y2
 x + y  2 xdy − 2 ydx
9 − d   =
x− y ( x − y )2
 x − y  2 ydx − 2 xdy
10 − d   =
x+ y ( x + y )2
( )
11 − d x m y n = mx m −1 y n dx + nx m y n −1 dy

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006
45

Exercícios:
Encontre a solução das equações abaixo:

a- x 2 sen xdx + yx − xdy = 0


( )
b- x 2 + y 2 − 2 x dx = 2 ydy
[ ]
c- [cos xtagy + sen ( x + y )]dx + sen x sec 2 y + sen ( x + y ) dy = 0
d- xdy − ydx = x 2 e x dx
e- ydx − xdy + xy 2 dx = 0
( ) ( )
f- xy 2 − y dx + x 2 y + x dy = 0

Bibliografia

Ayres, F.Jr. (1981), Equações Diferenciais, Ed. McGraw-Hill do Brasil Ltda, 5 ed., São
Paulo.
Gonçalves, M. B.; Flemming, D. M., (1999), Cálculo B: funções de várias variáveis
integrais duplas e triplas. Makron Books, São Paulo
Leithold, L. (1994), O Cálculo com Geometria Analítica, v. 1 e 2, 4 ed., Ed. Harbra Ltda,
São Paulo.
Munen, M.A. E Foulis, D.J. (1986), Cálculo, v. 1 e 2, LTC Ed., Rio de Janeiro.
Piskonov, N. (1997), Cálculo Diferencial e Integra, v. 2, 11 ed., Ed. Livraria Lopes da
Silva, São Paulo.
Rocha, L.M. (1995), Cálculo 2, 2 ed., Ed. Atlas, São Paulo.
Swokowsk, E.W. (1994), Cálculo com Geometria Analítica, v. 1 e 2, 2 ed., Ed. Makron
Books, Rio de Janeiro.

- Elaine Gomes Assis –


Fevereiro 2006

Você também pode gostar