CONTABILIDADE DE CONSTRUTORAS
Janeiro/Fevereiro / 2007
RELAÇÃO ENTRE LUCRO BRUTO E RECEITA EXCLUSIVA DE VENDA = 45,3563% - LUCRO BRUTO = 37.500,00 X 45,3563% .......................17
LUCRO BRUTO = 17.008,59 E CUSTO DO PERÍODO = 37.500,00 – 17.008,59 = CUSTO DO PERÍODO = 20.491,41....................................17
CONSIDERANDO O RECEBIMENTO DA PARCELA 01/12, O RESULTADO DO MÊS 08/X6 SERIA ASSIM REPRESENTADO:.............................................17
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO EM 08/X6............................................................................................................................................17
SEGUE PLANILHA PARA CONTROLE DAS CONTAS DE RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS:............................................................................18
1.5.2 VENDA DE UNIDADES EM CONSTRUÇÃO..........................................................................................................................................18
1.5.2.1 VENDA A VISTA DE UNIDADE EM CONSTRUÇÃO, SEM ADOÇÃO DO CUSTO ORÇADO. ............................................................................18
O RESULTADO NA DATA DA VENDA SERIA O SEGUINTE:..............................................................................................................................19
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO EM 10/02/X6......................................................................................................................................19
SUPONDO QUE NO MÊS DE FEVEREIRO INCORRERAM CUSTOS CONFORME PLANILHA A SEGUIR:...........................................................................19
1.5.2.2 VENDA A VISTA DE UNIDADES EM CONSTRUÇÃO, COM ADOÇÃO DO CUSTO ORÇADO. ..........................................................................19
PELO REGISTRO DA PARCELA DE CUSTO ORÇADO A INCORRER APURADOS CONFORME PLANILHA.......................................................................20
O RESULTADO NA DATA DA VENDA SERIA O SEGUINTE:..............................................................................................................................21
Construção Civil – Aspectos Contábeis e Tributários 2
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO EM 10/02/X6......................................................................................................................................21
CÁLCULO E LANÇAMENTO DO CUSTO A SER LEVADO A RESULTADO PELO RECEBIMENTO DA 1ª PARCELA DO CONTRATO:.........................................23
O RESULTADO NA DATA DA VENDA SERIA O SEGUINTE:..............................................................................................................................23
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO EM 10/02/X6......................................................................................................................................23
SUPONDO QUE NO MÊS DE FEVEREIRO INCORRERAM CUSTOS CONFORME PLANILHA A SEGUIR:...........................................................................24
1.5.3 DIFERENÇA ENTRE O VALOR DO CUSTO ORÇADO E O CUSTO REALIZADO...........................................................................................28
DE ACORDO COM O DISPOSTO TEMOS O SEGUINTE:................................................................................................30
A)UNIDADE NÃO CONCLUÍDA VENDIDA COM RECEBIMENTO NO PERÍODO-BASE DA VENDA....................30
B)UNIDADE NÃO CONCLUÍDA VENDIDA COM RECEBIMENTO APÓS O PERÍODO-BASE DA VENDA...........30
UTILIZANDO O MESMO EXEMPLO CITADO ANTERIORMENTE (SOBRE INSUFICIÊNCIA DE CUSTO
REALIZADO), PORÉM AGORA SUPONDO UM EXCESSO DE CUSTO REALIZADO PARA A UNIDADE A1 G1
TERÍAMOS O SEGUINTE AJUSTE, DE ACORDO COM O DISPOSTO:.....................................................................31
1.5.4 PERMUTAS................................................................................................................................................................................31
OUTRA FORMA DE CONTABILIZAR A OPERAÇÃO DE PERMUTA SERIA A SEGUINTE:.....................................32
1.5.4.1 PERMUTA DE TERRENO POR ÁREA A CONSTRUIR..........................................................................................33
A LEGISLAÇÃO DETERMINA QUE O CUSTO A SER CONSIDERADO COMO DE AQUISIÇÃO DO TERRENO,
E QUE SABEMOS, DEVERÁ COMPOR O CUSTO DO EMPREENDIMENTO, É O CUSTO RELATIVO À
CONSTRUÇÃO DAS UNIDADES QUE SERÃO POSTERIORMENTE DADAS EM PERMUTA. POREM, AS
DITAS UNIDADES AINDA NÃO ESTÃO PRONTAS, LOGO, AINDA NÃO SABEMOS QUANTO CUSTOU O
TERRENO. A SOLUÇÃO NA VERDADE É BASTANTE SIMPLES, BASTA FAZER O RATEIO DO CUSTO DE
CONSTRUÇÃO DE TODAS AS UNIDADES, PELAS UNIDADES CONSTRUÍDAS MENOS AS PERMUTADAS. 33
DAÇÃO EM PAGAMENTO.....................................................................................................................................................33
1.5.5 DISTRATOS........................................................................................................................................................................33
OS DISTRATOS, OU DEVOLUÇÃO DE VENDAS, OU OUTRO NOME SEMELHANTE QUE SE QUEIRA
UTILIZAR NADA MAIS SÃO, EM TERMOS DE CONTABILIZAÇÃO, DO QUE A INVERSÃO DOS
LANÇAMENTOS DE VENDAS.............................................................................................................................................33
SUPONHAMOS QUE SE TENHA FEITO UMA VENDA, CONFORME OS LANÇAMENTOS QUE SERÃO
DEMONSTRADOS A SEGUIR, E POSTERIORMENTE O CLIENTE TENHA DEVOLVIDO O IMÓVEL, SENDO
QUE A EMPRESA VENDEDORA DEVOLVERÁ 70% DO VALOR RECEBIDO:........................................................33
SABENDO QUE HOUVE UM DISTRATO DO REFERIDO CONTRATO EM 07/X6, TERÍAMOS OS SEGUINTES
LANÇAMENTOS:...................................................................................................................................................................33
PELO SALDO DEVEDOR DO CLIENTE NA DATA DO DISTRATO:..............................................................................33
PELO RETORNO AO ESTOQUE DOS CUSTOS APROPRIADOS:..................................................................................33
PELO REGISTRO DO VALOR DEVOLVIDO AO CLIENTE:...........................................................................................33
ANEXO I – MODE DE REGISTRO DE INVENTÁRIO........................................................................................................33
2 ASPECTOS TRIBUTÁRIOS...................................................................................................................................................34
2.1 LUCRO REAL.......................................................................................................................................................................34
2.1.1 TRATAMENTO FISCAL DA INSUFICIÊNCIA DE CUSTO REALIZADO..............................................................34
PARA FINS TRIBUTÁRIOS, O CONTRIBUINTE DEVE DETERMINAR A RELAÇÃO PERCENTUAL
EXISTENTE ENTRE A INSUFICIÊNCIA DE CUSTO E O TOTAL DO ORÇAMENTO, INCLUÍDO NESTE OS
RESPECTIVOS ACRÉSCIMOS............................................................................................................................................34
2.1.2 TRATAMENTO FISCAL DO EXCESSO DE CUSTO REALIZADO..........................................................................35
2.1.3 - APURAÇÃO DO LUCRO REAL TRIMESTRAL.......................................................................................................36
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ACUMULADO EM 02/X6.........................................................................................................................38
2.1.4 INCENTIVOS FISCAIS DEDUTÍVEIS...........................................................................................................................39
2.2 - TRIBUTAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO – ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS..........................................................39
2.2.1 RESTRIÇÃO À OPÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO...............................................................................................40
2.2.2 OPÇÃO APÓS A CONCLUSÃO DAS OPERAÇÕES COM REGISTRO DE CUSTO ORÇADO...........................40
2.2.3 ADOÇÃO DO REGIME DE CAIXA ...............................................................................................................................40
Construção Civil – Aspectos Contábeis e Tributários 3
2.2.4 ALTERAÇÃO DO CRITÉRIO (DE CAIXA PARA COMPETÊNCIA).......................................................................41
2.2.5 VARIAÇÕES MONETÁRIAS...........................................................................................................................................41
2.2.6 PERMUTA – IRPJ E CSL..................................................................................................................................................41
2.2.7 - DETERMINAÇÃO DO IMPOSTO DEVIDO - ALÍQUOTA .....................................................................................42
2.2.8 DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS ........................................................................................................................................43
2.2.9 CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PELO CRITÉRIO DE LUCRO PRESUMIDO..................................43
2.3 PIS/PASEP E COFINS – NÃO CUMULATIVO ................................................................................................................44
2.3.1 FATO GERADOR..............................................................................................................................................................44
2.3.2 BASE DE CÁLCULO........................................................................................................................................................44
2.3.3 ALÍQUOTAS ......................................................................................................................................................................44
2.3.4 UTILIZAÇÃO DE CRÉDITOS - CUSTOS DAS UNIDADES IMOBILIÁRIAS VENDIDAS..................................45
2.3.5 CUSTOS ORÇADOS - CRÉDITO PRESUMIDO .........................................................................................................46
2.4 PIS E COFINS NA PERMUTA DE IMÓVEIS...................................................................................................................53
2 .5 PIS E COFINS CUMULATIVOS.......................................................................................................................................53
2.6 PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO..........................................................................................................................................54
3. DIMOB – DECLARAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS .......................................57
3.1 PERGUNTA E REPOSTAS DA SRF...................................................................................................................................58
4. COAF - NOVA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA........................................................................................................................62
Considerando que a empresa construtora iniciou uma obra em janeiro de X6, o “Residencial Alfa” composto por 05
unidades autônomas e respectivas garagens e utilizou 50% do material adquirido na mesma, teríamos o seguinte:
a) Registro da utilização do material na obra “Residencial Alfa”:
D – Obra em Andamento – Resid. Alfa (AC) 226.875,00
C – Estoque de Materiais p/ Construção (AC) 226.875,00
Hist.: Apropriação de custos incorridos em janeiro de X6 – Residencial Alfa
Os custos incorridos durante a construção da obra deverão ser controlados em planilha de controle de estoque e
rateados proporcionalmente entre todas as unidades do empreendimento respeitando a relação entre área da unidade e área
total. O documento necessário para elaboração da planilha de controle de estoque é denominado NB – 140 e compõe o
processo jurídico da incorporação Imobiliária.
A NB-140, que deverá ser fornecida pela empresa incorporadora, é o documento oficial que informa à contabilidade a
área total de cada unidade autônoma e a sua relação percentual com a área total do empreendimento permitindo, dessa forma,
o rateio dos custos de construção entre todas as unidades, vendidas ou não. No exemplo 01, como a empresa construtora
ainda não vendeu nenhuma unidade do Residencial Alfa é feito apenas o controle dos custos na planilha de Controle
Permanente de Estoque.
b) Já na venda a prestação com pagamento restante ou total previsto para depois do período-base da venda, a
IN SRF Nº. 84/1979 prevê o seguinte, quanto aos custos contratados:
c) Os Custos contratados após o dia da efetivação da venda, bem como as atualizações dos contratos de
fornecimento de bens ou serviços ocorridos depois dessa data, serão assim contabilizados:
d) À medida que os fornecedores de bens ou serviços vão cumprindo os contratos em que sejam partes, o
contribuinte deve proceder, contabilmente, da seguinte forma pelo valor do custo contratado apropriável a
cada unidade vendida:
Para registrar o custo contratado até o término do empreendimento, proporcional a unidade vendida, será
necessário manter controle a parte destes custos nos mesmos moldes de rateio dos custos incorridos conforme
planilha a seguir:
Controle dos Custos Contratados
Empresa : Construindo o Seu Futuro Ltda
Empreendimento: Residencial Alfa
Área Total 1.300m2
Controle dos Custos Contratados
Serviços de Mão de Obra - Empreiteiro PJ 300.000,00
Unidade Área m2 01/X6
A1 G1 250 75.000,00
A2 G2 250 75.000,00
A3 G3 250 75.000,00
A4 G4 250 75.000,00
A5 G5 -
Total 1000 300.000,00
área permutada 300m2
Área Total 1300 m2
A vantagem de utilizar o custo contratado na apuração do resultado é que, por meio deste instrumento legal,
o contribuinte poderá evitar a antecipação de tributação. Por exemplo, na venda acima o resultado seria o
seguinte sem a apropriação do custo contratado:
Como o contribuinte, no exemplo citado, optou por apropriar os custos contratados obteve uma redução no lucro
bruto, para fins de Imposto de Renda e Contribuição Social de 68.062,50 (legalmente).
b) Quanto ao valor dos custos orçados referentes ao imóvel não concluído, vendido a prazo, com pagamento
restante ou total previsto para depois do curso do período-base da venda:
D – Custo do Imóvel vendido (RE) ou Custo Diferido das unidades vendidas (REF)
A IN da SRF nº. 67/88 permite a atualização monetária dos custos orçados baseada no índice
estabelecido no contrato. Se o contribuinte optar pela utilização deste critério deverá contabilizar a atualização
conforme segue:
O contribuinte fica obrigado a manter, a disposição da fiscalização da Receita Federal ou de qualquer outro
órgão fiscalizador, demonstração analítica, por empreendimento, dos valores computados como custo orçado de
cada unidade vendida, bem como dos efeitos da atualização monetária e de alterações nas especificações do
orçamento, independente do quadro demonstrativo do custo orçado.
Exemplo Prático 03:
Consideremos a mesma venda do exemplo prático 02, agora de posse das seguintes informações sobre a obra:
Registro dos custos incorridos até a data da venda, conforme planilha 1 – Controle Permanente de Estoque:
D – Custo do Imóvel Vendido (RE) 56.718,75
C – Obras em Andamento – Resid. Alfa (AC) 56.718,75
Hist.: Baixa do estoque conforme venda da Unidade A1G1 em 10/02/X6
Para apropriação do custo orçado referente à unidade vendida, é necessário fazer o controle desse custo por
meio de planilha, conforme se verifica a seguir:
Até o final da obra incorrerão os custos apropriados como orçados no momento da venda da unidade. O registro
destes a medida da execução seriam os seguintes:
Lançamento das Notas Fiscais de compra de materiais emitidas pelo fornecedor:
D – Obra em andamento – Res. Alfa (AC) 453.750,00
D – PIS a Recuperar (AC) 8.250,00
D – COFINS a Recuperar (AC) 38.000,00
C – Fornecedores de Materiais (PC) 500.000,00
Hist.: Apropriação NF X do Fornecedor Y – Residencial Alfa
Segue modelo de planilha para controle do custo orçado apropriado à unidade vendida, considerando os custos
incorridos em 02/X6 – Custo incorrido da unidade vendida R$22.000,00.
Planilha 04 - Movimentação da Conta de Custo Orçado - 02/X6
Empresa : Construindo o Seu Futuro Ltda
Empreendimento: Residencial Alfa
Área Total (m2) 1300 Area p/ Rateio: 1000
CUSTO ORÇADO CUSTO ORÇADO REALIZADO SALDO
Cliente Unidade Saldo Inicial Adições V. Monetária Saldo Final Saldo Inicial Adições Saldo Final A REALIZAR
Fulano A1 G1 - 235.000,00 - 235.000,00 - 22.000,00 22.000,00 213.000,00
NOTA ITC: Observe que o valor lançado como custo orçado é antes da dedução do credito presumido de PIS e
COFINS, porém pela apropriação dos créditos, o valor a ser registrado na conta estoque de obras e andamento e
posteriormente baixado da conta custo orçado será o valor do custo MENOS o crédito presumido de PIS e COFINS (para
empresas que pagam estas contribuições pela não-cumulatividade).
No final da obra, depois de incorridos todos os custos para conclusão do empreendimento, deverão ser transferidos
da conta Estoque de Obras em Andamento para a conta Estoque de Imóveis Concluídos detalhando os valores referentes
às unidades não comercializadas durante o processo de construção, conforme exemplo a seguir:
Exemplo Prático 04:
D – Estoque de Imóveis Concluídos – Resid. Alfa (AC) 273.218,75
C – Obras em Andamento Resid. Alfa (AC) 273.218,75
Hist.: transf. da conta estoque de obras em andamento para estoque de imóveis concluídos resid. Alfa unid. A2 G2 pela conclusão da obra.
O valor contabilizado anteriormente foi informado por meio da atualização da planilha de controle
permanente de estoque, conforme segue:
Planilha 01 - Controle Permanente de Estoque - Atualização pela conclusao da obra
Empresa : Construindo o Seu Futuro Ltda
Empreendimento: Residencial Alfa
Área Total (m2) 1300 Area p/ Rateio: 1.000m2
ESTOQUE DE IMOVEIS CONCLUIDOS X6
Custo Acumulado 226.875,00 1.092.875,00
Custo Incorrido no Mês 226.875,00 866.000,00
Unidade Área m2 Saldo Inicial 01/X6 conclusao da obra Saldo Final
A1 G1 250 56.718,75 -
A2 G2 250 - 56.718,75 216.500,00 273.218,75
A3 G3 250 - 56.718,75 216.500,00 273.218,75
A4 G4 250 - 56.718,75 216.500,00 273.218,75
A5 G5 - -
Total 750 226.875,00 649.500,00 819.656,25
BAIXAS DO ESTOQUE DE OBRA EM ANDAMENTO X6
Unidade Área m2 Saldo Inicial 01/X6 conclusao da obra Saldo Final
A1 G1 250 - 273.218,75 273.218,75
Total 250 - 273.218,75 273.218,75
Quando se tratar de venda à vista de unidade concluída, o lucro bruto será apurado e reconhecido no resultado do
exercício social, na data em que se efetivar a negociação. Os lançamentos contábeis serão os seguintes:
Sendo assim, o lucro bruto será igual ao valor da receita de unidades vendidas diminuído do valor do custo de
unidades vendidas. Nesse caso, o lucro bruto deverá ser reconhecido no resultado do período-base, na data em que se
efetivar a transação.
Exemplo Prático 05:
Consideremos a conclusão da obra Residencial Alfa em 06/X6, após todos os custos incorridos as unidades foram
transferidas da conta Estoque de Obras em Andamento para a conta Estoque de Imóveis Concluídos. Vamos supor que em
07/X6 foi vendida a unidade A2 G2 do residencial Alfa nas seguintes condições:
Valor da venda: 500.000,00 Condições: a vista
Pela venda à vista da unidade A2 G2 do Residencial Alfa:
D – Caixa/Bancos (AC) 500.000,00
C – Receita de Unidades Vendidas (RE) 500.000,00
Hist.: Venda da Unidade A2 G2 do Residencial Alfa
a) Venda a prazo de unidades concluídas, com pagamento total no mesmo exercício o qual ocorreu a venda.
Os registros contábeis da venda e dos custos seriam assim representados:
Registro da Receita:
D – Clientes (AC)
C – Receita de Unidades Vendidas (RE)
Registro do Custo:
D – Custo das Unidades Vendidas (RE)
C – Estoque de Unidades Concluídas (AC)
Nesse caso o lucro bruto deverá ser apurado e reconhecido no resultado do exercício social, na data em que ocorreu
a venda da mesma forma como ocorre nas vendas a vista.
b) Vendas a prazo de unidade concluída, com pagamento restante ou total previsto para depois do exercício
da venda. Segundo a IN 84/1979, o lucro bruto apurado poderá, para efeito de determinação do lucro real, ser
reconhecido nas contas de resultado de cada exercício social, proporcionalmente à receita de venda recebida
observando-se as seguintes normas determinadas por esta instrução normativa:
• O lucro bruto deverá ser controlado mediante a utilização de conta ou contas do grupo de resultados de
exercícios futuros, nas quais se registrarão a receita bruta da venda e o custo do imóvel.
• Por ocasião da venda, será determinada a relação entre o lucro bruto e a receita exclusiva da venda e, até o
final de cada período base, será transferida, para o resultado do exercício, parte do lucro bruto proporcional à
referida receita nele recebida.
Dessa forma, os registros contábeis das operações mencionadas na alínea “b” seriam os seguintes:
Pelo Registro da Venda:
D – Clientes (AC)
C – Receita Diferida de Unidades Vendidas (Resultado de Exercícios Futuros - REF)
Pelo registro dos custos do imóvel vendido:
D – Custo Diferido das Unidades Vendidas (REF)
C – Estoque de Unidades Concluídas (AC)
Pelos recebimentos no mesmo exercício em que ocorreu a venda:
D – Caixa/Bancos (AC)
C – Clientes (AC)
Pelo registro da receita a ser tributada:
D – Receita Diferida de Unidades Vendidas (REF)
C – Receita de Unidades Vendidas (RE)
Reconhecimento do custo, proporcional a receita recebida:
D – Custo das Unidades Vendidas (RE)
C – Custo Diferido das Unidades Vendidas (REF)
Como se pode observar, o grupo Resultado de Exercícios Futuros é bastante utilizado nas empresas de incorporação
imobiliária. As empresas assim o fazem devido às orientações fornecidas pela legislação fiscal.
Observe que, o que determina a possibilidade, ou não, de diferir a tributação, é o prazo de vencimento. Se a venda for
contratada com parcelas a vencer após o ano-calendário da venda, poderá ser utilizado o critério de diferimento. Ao contrário
se as parcelas vencerem integralmente, de acordo com o contrato, até 31 de dezembro do próprio ano da venda, não poderá
haver diferimento.
Exemplo Prático 06:
Considerando a venda da unidade A2 G2 do Residencial Alfa, vendida a prazo em 07/X6, admitindo que o
recebimento pela venda fosse realizado da seguinte forma: uma parcela no ato da venda e o restante sendo dividido em 12
parcelas mensais, vencendo a primeira em 08/X6 e a última em 07/X7. Admitamos, ainda, os seguintes dados:
Valor da Venda 500.000,00
(-) Custo Incorridos e pagos 273.218,75
= Lucro Bruto Apurado 226.781,25
1ª parcela no ato – 10% 50.000,00
12 parcelas mensais 37.500,00
Os lançamentos contábeis pela venda, recebimento do ato e receita a ser tributada em 07/X6 serão assim
registrados:
D – Caixa/Bancos (AC) 50.000,00
D – Clientes (AC) 450.000,00
C – Receita de Unidades Vendidas (RE) 50.000,00
A receita recebida no mês representa 7,50% do total do contrato (37.500,00 / 500.000,00 x100 = 7,5%). Então o custo
a ser reconhecido no período será igual a 273.218,75 X 7,5%, ou seja, 20.491,41. Se o cálculo fosse realizado pelo outro
método teríamos o mesmo resultado, como segue:
Relação entre lucro bruto e Receita exclusiva de venda = 45,3563% - Lucro Bruto = 37.500,00 X 45,3563%
Lucro Bruto = 17.008,59 e Custo do Período = 37.500,00 – 17.008,59 = custo do Período = 20.491,41
Considerando o recebimento da parcela 01/12, o resultado do mês 08/X6 seria assim representado:
Demonstração do resultado em 08/X6
Receita com Vendas 37.500,00
(-) Custo do Imóvel Vendido 20.491,41
= Lucro Bruto 17.008,59
O mesmo lançamento contábil será realizado para o recebimento das demais parcelas até 07/X7, quando será
recebida a última parcela do contrato.
Observe que o reconhecimento da receita bem como do custo correspondente será feito proporcionalmente a receita
recebida. Portanto, deverá ser mantida planilha de controle de reconhecimento dos custos e receitas efetivos como segue:
Conforme ressalta Scherrer (2003, p. 33), “uma unidade imobiliária não é uma mercadoria que sai das gôndolas e o
comprador leva para casa”. Na venda de unidades não concluídas sabe-se quanto será a receita, mas, em relação ao custo,
este ainda não se conhece na íntegra. Os custos ainda não incorridos terão que ser apropriados e reconhecidos quando
efetuada a venda das unidades em construção.Na seqüência verifica-se a modalidade de vendas de unidades em construção,
a vista e a prazo, e ainda com e sem a adoção do custo orçado.
a) Inicialmente será apurado o custo da unidade vendida até o dia da efetivação da venda, mediante
distribuição proporcional, por todas as unidades do empreendimento, dos custos pagos, incorridos ou
contratados até a data mencionada.
b) Uma vez conhecido o custo da unidade vendida, o lucro deverá ser apurado e, em seguida, computado
integralmente no resultado do período-base, na data em que se efetivar a venda.
A contabilização da venda será realizada da seguinte maneira:
D – Caixa (AC)
Apropriação dos custos incorridos até a data da venda, conforme planilha 1 – Controle Permanente de
Estoque:
D – Custo do Imóvel Vendido (RE) 56.718,75
C – Obras em Andamento – Resid. Alfa (AC) 56.718,75
Hist.: Baixa do estoque conforme venda da Unidade A1G1 em 10/02/X6
Pelo Reconhecimento dos custos incorridos em 02/X6 referente à unidade vendida: (77.331,25 – 56.718,75 =
20.612,50)
D – Custo do Imóvel Vendido (RE) 20.612,50
C – Obras em Andamento – Resid. Alfa (AC) 20.612,50
Hist.: Baixa do estoque conforme venda da Unidade A1G1 – Referente custo adicional de venda.
O mesmo lançamento será realizado até que incorram todos os custos da unidade vendida. Os custos incorridos após
a data da venda poderão ser reconhecidos em contas específicas de Resultado como Custo Adicional de Venda (RE), para a
parte apurada entre a data da venda e o final do período base em que esse fato ocorrer, ou Custo de Período Anterior (RE),
quando os custos incorrerem em exercícios posteriores ao da venda.
Apropriação dos custos incorridos até a data da venda, conforme planilha 1 – Controle Permanente de
Estoque:
D – Custo do Imóvel Vendido (RE) 56.718,75
C – Obras em Andamento – Resid. Alfa (AC) 56.718,75
Hist.: Baixa do estoque conforme venda da Unidade A1G1 em 10/02/X6
Essa planilha representa o rateio do valor do custo orçado em 02/X6 para a conclusão das unidades do Residencial
Alfa. Para realizar o próximo lançamento teremos que verificar o custo Orçado da unidade A1G1. Considerando o
credito presumido de Pis e Cofins referentes ao custo orçado, tem-se os seguintes lançamentos.
Registro dos custos Orçados da unidade A1 G1 na data da venda, conforme Controle do Custo
Orçado e Crédito Presumido:
D – Custo do Imóvel Vendido (RE) 216.500,00
Para obter os valores acima e necessário manter a planilha de rateio de custos orçados e credito
presumido atualizadas mensalmente.
Quanto às apurações iniciais do custo, do lucro bruto e da relação entre este e a receita bruta de venda:
a) Deve ser apurado o custo da unidade vendida até o dia da efetivação da venda, mediante
distribuição proporcional, por todas as unidades do empreendimento, dos custos pagos, incorridos
ou contratados até a data mencionada.
b) Uma vez conhecido o custo da unidade vendida, será determinada a relação entre lucro bruto ate
então apurado e a receita bruta de venda.
Efetuando os lançamentos acima já será possível definir o valor do lucro bruto a ser reconhecido referente
recebimento da primeira parcela (ato) do contrato. Receita Bruta (recebida) – Custo = Lucro Bruto
Exemplo Prático Nº. 09
Vamos supor a venda, a prazo, da unidade A1 G1 do Residencial Alfa por R$ 500.000,00 em 10/02/X6,
com entrada de 10% no ato do contrato:
Os lançamentos contábeis pela venda, recebimento do ato e receita a ser tributada em 02/X6 serão
assim registrados:
D – Caixa/Bancos (AC) 50.000,00
D – Clientes (AC) 450.000,00
C – Receita de Unidades Vendidas (RE) 50.000,00
C – Receita Diferida – Resid. Alfa (REF) 450.000,00
Hist.: Venda a prazo da Unidade A1 G1 do Residencial Alfa e Recebimento do ato.
Cálculo e lançamento do custo a ser levado a resultado pelo recebimento da 1ª parcela do contrato:
Como o valor recebido no ato da venda representa 10% do valor total do contrato, o mesmo percentual do
custo da unidade deve ser apropriado no resultado do período, enquanto os restantes 90% serão diferidos para
apropriação quando do recebimento das demais parcelas do Contrato de Venda. No exemplo acima teremos o
seguinte cálculo para conhecer o custo a ser apropriado: 56.718,75 (custo total) X 10% (percentual recebido) é
igual a 5.671,88.
De acordo com a IN 84/79, os custos referentes às unidades vendidas incorridos entre a data da
efetivação da venda e a data em que o cliente saldar o seu debito, sempre apurados mediante rateio de custos do
empreendimento, devem ser transferidos da conta de obras em andamento, ou imóveis em construção, para conta
especifica de resultados de exercícios futuros.
Pelo reconhecimento do custo referente a parcela de custo incorrido após a data da venda:
Quando o Contribuinte efetuar venda a prazo com pagamento, total ou parcial, contratado para depois do
período base da venda de unidades em construção e optar pela inclusão dos custos orçados no custo do imóvel
vendido e pelo reconhecimento do lucro bruto proporcionalmente à receita recebida, deverá observar as normas
dispostas a segui:
Quanto às apurações do custo, do lucro bruto e da relação entre este e a receita bruta de venda:
a) Inicialmente, deve ser apurado o custo da unidade vendida, considerando-se além dos custos pagos,
incorridos ou contratados, os custos orçados para conclusão das obras até a data da venda.
b) Uma vez conhecido o custo da unidade vendida, será determinada a relação entre lucro bruto até então
apurado e a receita bruta de venda.
Registro dos custos Orçados da unidade A1 G1 na data da venda, conforme Controle do Custo Orçado e
Crédito Presumido:
D – Custo Diferido das Unidades Vendidas (REF) 216.500,00
D – PIS a Recuperar (AC) 3.300,00
D – COFINS a Recuperar (AC) 15.200,00
C – Custos Orçados (PC ou PELP) 235.000,00
Hist.: Apropriação dos Custos Orçados para conclusão da Unidade A1 G1 do Resid. Alfa
Nas vendas a prazo com pagamento parcial ou total previstos para depois do período base da venda os
juros estipulados no contrato devem ser apropriados aos resultados do período a que competirem.
No caso de o contribuinte optar pelo reconhecimento da receita a medida de seu recebimento deverá
proceder da seguinte forma:
D – Caixa (AC)
De acordo com a IN 84/1979 e 23/1983, o critério a adotar em relação a correção monetária será o seguinte:
a) Primeiramente o contribuinte deverá efetuar o seguinte lançamento contábil, pelo valor da correção do
saldo credor do preço de acordo com as condições estipuladas em contrato:
D – Cliente (AC)
C – Receita Diferida (variação monetária) (REF)
Construção Civil – Aspectos Contábeis e Tributários 26
b) Em seguida, registrará o valor que exceder à correção do saldo do lucro bruto referente a unidade vendida
registrado em conta de resultado de exercício futuro, segundo o mesmo percentual utilizado na correção
do saldo credor do preço antes dessa correção:
D – Custo Diferido das Unidades Vendidas (REF)
C – Variações Monetárias Ativas (RE)
Para efeito da aplicação das regras mencionadas anteriormente, os juros não integram o saldo credor
do preço.
A legislação sugere, ao contribuinte, que os débitos de correção monetária feitos ao cliente sejam
controlados separando-se as quantias relativas à variações monetárias ativas e a correções monetárias do
lucro bruto, levando-se esses valores para contas distintas do ativo circulante.
A IN SRF nº 67/88 estabelece que, ao se corrigir o valor devido pelo adquirente, conforme pactuado no contrato de
venda, deve-se contabilizar:
Considerando o exemplo citado anteriormente com correção monetária de 1% no período, conforme estipulado em
contrato. Os lançamentos contábeis ficariam assim demonstrados:
Pela correção do saldo devedor do preço no final do mês 02/X6:
Saldo devedor = 450.000,00 x 1% = 4.500,00
D – Clientes (AC) 4.500,00
C – Receita Diferida (REF) 4.500,00
Hist.: Ref. Atualização monetária do contrato de venda da unidade A1 G1 Resid. Alfa
A instrução normativa mencionada anteriormente determina que o saldo da conta do custo diferido deverá ser
corrigido segundo o mesmo percentual utilizado na correção do saldo credor do preço, e sua contrapartida apropriada como
receita do exercício, apesar de ainda não recebida. Nesse caso o lançamento da atualização do custo diferido do exemplo
acima seria o seguinte:
D – Custo Diferido das Unidades Vendidas (REF) 695,98
C – Variações Monetárias Ativas (RE) 695,98
Hist.: Atualização monetária do custo diferido Unid A1 G1 Resid. Alfa
O art. 413, § 2º, do RIR/1999 autoriza a empresa imobiliária a registrar como variação monetária
passiva as atualizações monetárias do custo contratado e do custo orçado, desde que o critério seja aplicado
uniformemente.
Assim, no caso de venda a prazo ou à prestação de unidade não concluída, contratada com cláusula
de atualização/correção monetária, com pagamento parcial ou total contratado depois do período-base da
venda, a pessoa jurídica pode, se optar pela inclusão do custa contratado e/ou custo orçado no custo do
imóvel vendido e pelo reconhecimento do lucro bruto proporcionalmente à receita da venda recebida, adotar
Após a atualização do saldo credor do preço, bem como do custo diferido, a empresa
efetuará a atualização, pelos mesmos índices dos saldos das contas de controle de custo orçado e contratado,
a débito de variações monetárias passivas, conforme exemplo a seguir:
A diferença verificada entre o custo orçado e o custo realizado final para a conclusão das obras ou melhoramentos do
imóvel vendido influenciará o resultado do período-base em que o empreendimento for concluído.
Quando o custo orçado resultar superior ao custo realizado para a conclusão do empreendimento, a diferença
constatada entre eles é intitulada "insuficiência de custo realizado" ou, simplesmente, "insuficiência de custo".
Se, ao contrário, o custo orçado resultar inferior ao custo realizado para a conclusão das obras ou melhoramentos, a
diferença verificada entre um e outro é intitulada "excesso de custo realizado" ou "excesso de custo".
No caso de unidade não concluída vendida a vista, ou vendida a prazo ou à prestação com pagamento total
contratado para o curso do período-base da venda, a insuficiência de custo realizado terá o seguinte tratamento:
• Se a conclusão se der entre a data do reconhecimento do lucro bruto e o final do período-base em que esse
reconhecimento acontecer, a insuficiência de custo deverá ser:
D - Custo Orçado (PC)
C – Custo das Unidades Vendidas (RE) - Recuperação de Custos do Exercício
• Se a conclusão se der em período-base posterior ao período-base da venda a insuficiência de custo deverá ser:
O lançamento acima representa um aumento do lucro bruto de vendas desse período-base posterior, já que
houve em exercícios anteriores a diminuição do lucro pelo reconhecimento desse custo a maior.
b.1) Quando a conclusão da obra ou melhoramento se der enquanto o cliente estiver pagando o seu débito:
A insuficiência de custo será registrada, com o conseqüente reajustamento da relação entre o lucro bruto e a receita
bruta da venda;
D – Custo Orçado (PC)
C – Custo Diferido das unidades vendidas (REF)
Em seguida, o contribuinte deverá aplicar a relação reajustada entre o lucro bruto e a receita bruta da venda
sobre o total das prestações recebidas até a data do lançamento citado em "b.1 ", inclusive valores recebidos em
períodos-base anteriores;
Por último, o contribuinte deve subtrair, do produto da operação indicada em "b.2", as parcelas do lucro bruto
reconhecidas até a data do lançamento citado em "a.1", inclusive parcelas computadas em períodos-base anteriores,
encontrando, no resultado desta subtração, o valor do lucro bruto adicional a ser transferido da conta própria do grupo
de Resultados de Exercícios Futuros para o resultado do exercício;
A relação reajustada entre o lucro bruto e a receita bruta da venda, a que se refere "b.1", passará a ser
aplicada sobre cada prestação recebida após a conclusão do empreendimento, sendo passível de reajuste por ocasião
de subseqüente correção monetária do saldo credor do preço.
b.2) quando a conclusão da obra ou melhoramento se der após a data em que o cliente houver saldado o seu débito, a
insuficiência de custo realizado terá o seguinte tratamento:
Após a conclusão da obra verificou-se a insuficiência de custo realizado conforme se verifica na planilha a seguir:
Planilha 04 – Movimentação da Conta de Custo Orçado – 06/X6
Empresa : Construindo o Seu Futuro Ltda
Empreendimento: Residencial Alfa
Área Total (m2) 1300 Area p/ Rateio: 1000
CUSTO ORÇADO CUSTO ORÇADO REALIZADO SALDO
Cliente Unidade Saldo Inicial Adições V. Monetária Saldo Final Saldo Inicial Adições Saldo Final A REALIZAR
Fulano A1 G1 273.218,75 - - 273.218,75 218.575,00 27.321,88 245.896,88 27.321,87
Para concluir é necessário apurar e contabilizar a diferença entre o lucro bruto reconhecido até o exercício anterior e o
apurado na conclusão da unidade. Para tanto, sugere-se o seguinte procedimento:
Consideramos, na data da venda, que o percentual do custo em relação à receita era de 54,6437% , ou seja, (100% -
45,3563%). Porém, devido ao reajuste pela insuficiência de custo realizado, o percentual reduziu-se para 49,1794%. Logo, é
necessário fazer o ajuste em relação às prestações recebidas até então.
b.1) Quando a conclusão da obra ou melhoramento se der enquanto o cliente estiver pagando o seu débito:
O excesso de custo deve ser assim registrado, com o conseqüente reajustamento da relação entre o lucro bruto e
a receita bruta de venda:
D – Custo Diferido das unidades vendidas (REF)
C – Custo Orçado (PC)
Em seguida, o contribuinte deve aplicar a relação reajustada entre o lucro bruto e a receita bruta da venda sobre o
total das prestações recebidas até a data do lançamento, inclusive valores recebidos em períodos-base anteriores;
Por último, o contribuinte deve subtrair do montante do lucro bruto computado até a data do lançamento inclusive
parcelas reconhecidas em períodos-base anteriores, o produto da operação indicada, encontrando, no resultado desta
subtração, o valor do custo adicional a ser transferido da conta própria do grupo de Resultado de Exercícios Futuros para o
resultado do período-base.
b.2) quando a conclusão das obras ou melhoramentos se der após a data em que o cliente houver saldado o seu débito,
o excesso de custo realizado terá o seguinte tratamento:
Se a conclusão se der até o final do período-base da liquidação do débito e subseqüente reconhecimento do lucro
bruto, o excesso de custo deve ser creditado à conta de controle do custo orçado e debitado à conta de resultado do período,
como custo adicional do período e de períodos anteriores.
Consideramos, na data da venda, que o percentual do custo em relação à receita era de 54,6437% , ou seja, (100% -
45,3563%). Porém, devido ao reajuste pelo excesso de custo realizado, o percentual aumentou para 55,7366% (100% menos
44,2634%). Logo, é necessário fazer o ajuste em relação às prestações recebidas até então.
Informações Antes do ajuste Após ajuste Valor a ajustar
Receita Recebida até 06/X06 200.000,00 200.000,00
(-) Custo das Unidades Vendidas 109.287,50 111.473,20 2.185,70
Lucro Bruto Apurado 90.712,50 88.526,80
Relação percentual - Lucro Bruto/Receita Bruta 45,3563% 44,2634%
1.5.4 Permutas
Para fins de apuração de resultados, assim como para determinação dos valores de baixa e de aquisição de bens,
nas operações de permuta de unidades imobiliárias, realizadas entre pessoas jurídicas ou entre pessoas jurídicas e pessoas
físicas, devem ser observados os critérios explanados pela IN SRF nº. 107/1988.
Considera-se permuta a troca de unidade imobiliária por outra ou outras unidades imobiliárias. Importante salientar
que qualquer operação que não envolva imóveis de ambas as partes será considerada operação de compra e venda com
todos os efeitos tributários. Por exemplo, não se considera permuta: troca de imóvel por automóvel, troca de imóvel por ações
ou quotas, etc.
As operações de permuta a preço de mercado devem estar apoiadas em laudo de avaliação dos imóveis permutados,
feito por três peritos, ou por entidade ou empresa especializada, desvinculados dos interesses dos contratantes. O laudo deve:
As operações de permuta de unidades imobiliárias, realizadas entre pessoas jurídicas coligadas, controladoras e
controladas, sob controle comum ou associadas por qualquer forma, ou entre a pessoa jurídica e seu sócio, administrador ou
Nesses casos, o Fisco exige laudo de avaliação, nas condições mencionadas anteriormente, sob pena de
arbitramento do valor dos bens.
A permutante que se beneficiar por torna deverá computá-Ia como receita, no período-base da operação, podendo
deduzir dessa receita a parcela do custo da unidade dada em permuta que corresponder à torna recebida ou a receber.
A parcela a deduzir será determinada mediante a aplicação, sobre o custo atualizado ou o valor contábil da unidade,
na data da operação, do percentual obtido pela divisão do valor da torna pelo somatório desta com o valor do custo da unidade
dada em permuta.
Se a torna fosse recebida a prazo, poderia haver o diferimento, observadas as mesmas condições das vendas a prazo
mencionadas no tópico que versa sobre o assunto.
Facultativamente, a pessoa jurídica poderá atribuir custo para a torna, procedendo ao seu registro da seguinte forma:
D – Custo dos imóveis Permutados (RE) 130.543,91
C – Estoque de imóveis de terceiros (AC) 130.543,91
Facultativamente, a pessoa jurídica poderá atribuir custo para a torna, procedendo ao seu registro da
seguinte forma:
Exemplo Prático: No residencial Alfa houve permuta da unidade A5 G5 pelo terreno. Sendo assim na contabilidade
não foi registrado o custo do terreno e em conseqüência a área da unidade A5 G5 não entrou no rateio dos custos incorridos
para a construção da obra. Entende-se, portanto, que o custo do terreno é igual ao custo de construção dessa unidade dada
em permuta. No momento em que pegamos o custo de construção de cinco unidades e distribuímos (rateamos) entre quatro
unidades, estamos matematicamente lançando o custo de uma unidade permutada dentro das outras quatro unidades. Como o
custo do terreno é o custo de construção da dita unidade, na prática estamos lançando o custo do terreno nas quatro unidades
destinadas à venda.
Dação em Pagamento
Essa operação está intimamente ligada a inadimplência de adquirentes de imóveis. Ocorre quando o comprador
incorre em atraso de algumas parcelas e, não dispondo de recursos financeiros, oferece um bem em pagamento total ou
parcial dessas parcelas. Em relação ao registro contábil, a dação em pagamento tem um tratamento semelhante a permuta,
pois, para quem realiza a dação, equivale a aquisição. Portanto, a prática contábil assemelha-se aos exemplos citados
anteriormente com os tratamentos específicos às parcelas vencidas, não pagas e, no momento da dação, quitadas.
1.5.5 DISTRATOS
Os distratos, ou devolução de vendas, ou outro nome semelhante que se queira utilizar nada mais são, em termos de
contabilização, do que a inversão dos lançamentos de vendas.
Suponhamos que se tenha feito uma venda, conforme os lançamentos que serão demonstrados a seguir, e
posteriormente o cliente tenha devolvido o imóvel, sendo que a empresa vendedora devolverá 70% do valor recebido:
Exemplo Prático:15
Valor da venda 500.000,00
(-) Custo Incorrido até a data da venda 273.218,75
Lucro Bruto Apurado 226.781,25
Recebimentos até 06/X6 200.000,00
Sabendo que houve um Distrato do referido contrato em 07/X6, teríamos os seguintes lançamentos:
Pelo saldo devedor do Cliente na data do Distrato:
D – Receita Diferida das Unidades Vendidas (REF) 300.000,00
C – Clientes (AC) 300.000,00
REGISTRO DE INVENTÁRIO
EMPRESA:
DATA
IMÓVEIS CONCLUÍDOS
SUB-TOTAL
IMOVEIS EM CONSTRUCAO
SUB-TOTAL
TOTAL GERAL
2 ASPECTOS TRIBUTÁRIOS
Para fins tributários, o contribuinte deve determinar a relação percentual existente entre a insuficiência de custo e o
total do orçamento, incluído neste os respectivos acréscimos.
a) Insuficiência não superior a 15% do total do orçamento - A insuficiência de custo realizado, quando não
superior a 15% do total do orçamento, deve ser incluída normalmente no resultado do período-base em que o
empreendimento for concluído. Nesse caso, o Imposto de Renda sobre ela incidente, ao ser regularmente
declarado, no exercício financeiro subseqüente, não será tido como postergado.
b) Insuficiência superior a 15% do total do orçamento - A insuficiência de custo realizado superior a 15% do total
do orçamento será objeto de um dos seguintes tratamentos a seguir, aplicáveis em função da época (ou épocas)
do reconhecimento do lucro bruto e da data da conclusão do empreendimento:
b.1 ) Quando o empreendimento for concluído no mesmo período-base em que houver ocorrido todo o
reconhecimento do lucro bruto da venda, a insuficiência de custo será incluída normalmente no resultado desse
período-base, como recuperação de custo;
b.2) Quando verificada em período-base posterior àquele em que tiver ocorrido parcial ou total reconhecimento do
lucro bruto da venda, a insuficiência de custo terá o seguinte tratamento:
• Será computada no resultado do período em que o empreendimento for concluído;
• Ensejará a cobrança de atualização monetária (se cabível) e de juros de mora sobre o valor do IRPJ e da
Contribuição Social sobre o Lucro postergado pela dedução de custo orçado excedente do realizado (não há
incidência de multa de mora).
• Para efeito do disposto no subitem anterior, a insuficiência de custo será distribuída, extra-contabilmente,
pelos períodos-base em que houver ocorrido reconhecimento do lucro bruto da venda, ou seja, não deverá
ser alterada a contabilidade nem o LALUR, mediante a observância das seguintes regras:
1) A relação percentual definitiva entre o lucro bruto e a receita bruta da venda será aplicada sobre o
total das prestações recebidas em cada período-base, representando o resultado de cada operação
à parte do lucro que deveria ter sido reconhecida em cada período-base.
2) Em seguida, deve-se subtrair do produto de cada operação indicada no subitem “1”, as parcelas do
lucro bruto reconhecidas em cada um dos períodos-base respectivos, encontrando, em regra, no
resultado de cada subtração, os valores positivos sobre os quais serão calculados o imposto, a
correção (se cabível) e os juros de mora.
Observe-se que, se em determinado período-base o resultado da subtração indicada no subitem “2” for negativo,
ele deve ser adicionado ao lucro bruto já reconhecido no período-base subseqüente, para fins de determinação
da diferença a tributar relativa a este último período-base, ou seja, reduzirá o valor a tributar, deste período base
posterior.
Exemplo Prático 16:
Considerando a situação abaixo, temos o seguinte:
Como a insuficiência, nesse caso, não foi maior do que 15%, o ajuste feito, no caso R$ 27.321,87, levado a
resultado não ensejará calculo de Imposto de Renda, e Contribuição Social postergados, apenas aumentarão a base de
cálculo de ambos, no período-base da conclusão da obra.
Se o percentual calculado acima fosse superior a 15% o contribuinte ficaria obrigado a seguir as seguintes regras:
a) O imposto e a contribuição postergados devem ser calculados pela alíquota vigente no período em que deveriam
ter sido recolhidos.
b) O valor correspondente ao imposto postergado não pode servir de base de cálculo de incentivos fiscais (IN SRF
nº 267/2002, art. 127).
c) A determinação da atualização monetária (na época em que cabível) e dos juros de mora sobre o valor do IRPJ e
da CSL postergados pela dedução de custo orçado excedente do realizado deve ser efetuada, pelo contribuinte,
com observância da legislação de regência.
d) O imposto postergado e os juros de mora respectivos serão pagos juntamente com o imposto devido no exercício
financeiro correspondente ao período-base em que o contribuinte houver concluído as obras ou os
melhoramentos orçados. De acordo com as "Instruções para Preenchimento da DIPJ/2005", os juros de mora
sobre o valor do imposto postergado devem ser calculados à parte e recolhidos em Darf distinto, nos mesmos
prazos de pagamento do imposto. Essas regras se aplicam também ao valor da Contribuição Social sobre o
Lucro postergado (conforme Instruções de Preenchimento da DIPJ/2005, constantes do programa gerador da
declaração)
e) Consideram-se nulos, para efeitos fiscais, quaisquer estornos de valores creditados à conta de controle do custo
orçado que sejam efetuados com o propósito de evitar a ocorrência da diferença de custo realizado.
Nota ITC: É importante observar que o calculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social postergados, deverá ser
feito por período-base, ou seja, se a apuração for mensal, mês a mês, se trimestral, trimestre a trimestre, se for anual
por ano, e ainda por unidade vendida.
Todo contribuinte que optar pela utilização do custo orçado e apurar insuficiência de custo realizado superior
a 15%, deverão preencher quadro demonstrativo, o qual está anexo à IN 84/79.
A imputação de todo o excesso de custo no resultado do período-base em que o imóvel vendido for concluído,
enquanto ainda houver prestações da venda a receber no período-base seguinte, representará antecipação de custo e
conseqüente reconhecimento de lucro bruto a menor no período-base dessa imputação.
As empresas que se enquadrarem o lucro real trimestral devem proceder à apuração das bases de cálculo do
IRPJ e da CSLL considerando as operações realizadas nos seguintes períodos:
1º 1º de janeiro a 31 de março;
2º 1º de abril a 30 de junho;
3º 1º de julho a 30 de setembro;
4º 1º de outubro a 31 de dezembro.
O Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das empresas tributadas com base no lucro
real trimestral deverão ser apurados trimestralmente, obedecendo aos prazos de recolhimentos a seguir:
O Imposto de Renda apurado no trimestre será pago, em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente
ao do encerramento do período de apuração, o mesmo se aplicando à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Assim,
os prazos de recolhimento em quota única no ano-calendário de 2007 são os seguintes:
1º Trimestre/07 30.04.2007
2º Trimestre/07 31.07.2007
3º Trimestre/07 31.10.2007
4º Trimestre/07 31.01.2008
Preenchimento do DARF
No preenchimento do DARF para o pagamento do IRPJ devido com base no lucro real trimestral utilizam-se, no
campo 04, os seguintes códigos:
No preenchimento do DARF para o pagamento da CSLL devido com base no lucro real trimestral utilizam-se, no campo
04, os seguintes códigos:
6012: Demais Entidades;
Apuração do Lucro Real Anual
As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real que não quiserem adotar a apuração trimestral poderão optar pela
apuração anual do lucro real, em 31 de dezembro do ano-calendário ou na data da extinção, sem prejuízo do recolhimento
mensal do IRPJ e da CSLL com base em regime de estimativa.
O IRPJ e a CSLL, pagos mensalmente, serão considerados como antecipação dos valores apurados no balanço anual,
sendo que o saldo, se houver, será pago, compensado ou restituído, de acordo com as regras vigentes.
A base de cálculo estimada do imposto, em cada mês, corresponderá a soma das seguintes parcelas:
a) o resultado da aplicação do percentual fixado no artigo 15 da Lei nº 9.249/95 sobre a receita bruta da atividade, ou seja,
as mesmas presunções aplicáveis às pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Presumido;
b) os ganhos de capital, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não compreendidas na
atividade.
Suspensão ou Redução do Pagamento Mensal
Os Balanços ou Balancetes utilizados para suspender ou reduzir o pagamento mensal do imposto, inclusive do
mês de janeiro, devem ser levantados com observância da legislação comercial e fiscal, ser transcritos no livro Diário e
somente, produzir efeitos para determinação do IRPJ e da Contribuição Social devidos no decorrer do ano-calendário.
As empresas que levantarem balanços ou balancetes, para fins de suspensão ou redução do pagamento mensal
do IRPJ e/ou CSLL, devem consolidar as receitas e despesas dos meses abrangidos no período em curso, procedendo,
em cada apuração intermediária, como se fosse no balanço anual.
O imposto de renda e o adicional calculado com base no lucro real do período em que se deseja suspender ou
reduzir o balanço serão comparados com o imposto e o adicional pagos sobre o cálculo por estimativa. Se a soma dos
pagamentos efetuados der maior que o imposto devido apurado com base no balanço, a empresa não terá que pagar o
imposto relativo as operações daquele mês. Se o imposto sobre o lucro apurado no balanço ou balancete for um pouco
maior, a empresa deverá pagar a diferença.
No regime de estimativa, os resultados negativos de um mês são automaticamente absorvidos pelos resultados
positivos de outros meses do mesmo ano-calendário, sem qualquer limitação.
Este prazo aplica-se, inclusive, ao IRPJ e a CSLL devidos no mês de dezembro do ano-calendário.
Preenchimento do DARF
No preenchimento do DARF para o pagamento do IRPJ devido com base no lucro real anual utilizam-se, no
campo 04, os seguintes códigos:
No preenchimento do DARF para o pagamento da CSLL devida com base no lucro real anual utilizam-se, no
campo 04, os seguintes códigos:
No preenchimento do DARF para o pagamento do IRPJ devido com base no lucro real anual, em relação ao
saldo anual apurado utiliza-se, no campo 04, os seguintes códigos:
No preenchimento do DARF para o pagamento da CSLL devida com base no lucro real anual, em relação ao
saldo anual apurado utilizam-se, no campo 04, os seguintes códigos:
Os lançamentos contábeis referentes aos tributos apurados com base no balancete de suspensão seriam assim
registrados:
Porém, se a empresa optar pelo pagamento do IRPJ e da CSLL pelo regime de estimativa, o calculo
será o seguinte:
DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DO IRPJ
Com base na estimativa s/ receita bruta
Receita Bruta do mês Base de calculo 8% IRPJ 15%
500.000,00 40.000,00 6.000,00
DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DA CSLL
Com base na estimativa s/ receita bruta
Receita Bruta do mês Base de calculo 12% CSLL 9%
Construção Civil – Aspectos Contábeis e Tributários 38
500.000,00 60.000,00 5.400,00
Cálculo do Adicional
De acordo com os exemplos citados anteriormente podemos verificar que se a empresa optar por levantar
balancete de suspensão o seu resultado irá exceder o limite da base de cálculo imposto pela legislação que é de
R$20.000,00 ficando sujeita, dessa forma, ao adicional de IRPJ. Segue demonstrativo de cálculo do adicional de IR
referente ao período em questão:
Não serão permitidas quaisquer deduções do valor do adicional, o qual deverá ser recolhido,
integralmente, como receita da União (RIR/1999, art. 543).
O artigo 13 da Lei 9.249/95 (art. 365 do RIR/99) acabou com a maioria das contribuições de doações dedutíveis
na determinação do lucro real. Sendo assim a partir de 01/01/1996 somente são dedutíveis as doações para projetos
culturais de que trata a Lei 8.313/9, as efetuadas para instituições de ensino e pesquisa cuja criação tenha sido autorizada
por Lei federal e que preencham os requisitos I e II do artigo 213 da Constituição Federal e as efetuadas a entidades
civis sem fins lucrativos que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados e dependentes da pessoa jurídica
doadora ou em benefício da comunidade local.
Sendo assim os incentivos fiscais que podem ser deduzidos dos pagamentos mensais de imposto de renda são:
Na tributação com base no lucro presumido, a base de cálculo do Imposto de Renda (e respectivo adicional) em
cada trimestre é determinada mediante a aplicação do percentual de 8% sobre a receita bruta auferida no período de
apuração.
As pessoas jurídicas que exerçam as atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de
imóveis não podem optar pelo lucro presumido enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja
registro de custo orçado (IN SRF 25/1999, art. 2º).
A restrição prevalece mesmo para a pessoa jurídica seja optante pelo Programa de Recuperação Fiscal (Refis),
conforme ADE Cosit nº 15/2001.
Salientamos que essa restrição é extensiva às sociedades em conta de participação que exerçam as atividades
de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis, ou seja, tais sociedades não podem optar pelo
lucro presumido enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (IN SRF
nº 31/2001, art. 2º).
2.2.2 Opção após a conclusão das operações com registro de custo orçado
Na Solução de Consulta nº 152/2004, a Superintendência Regional da Receita Federal 10ª Região Fiscal afirmou
que, concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de curso orçado, a pessoa jurídica que se dedica à
compra e à venda, ao loteamento, à incorporação ou à construção de imóveis poderá optar pelo lucro presumido, não
estando obrigada a oferecer à tributação, no período de apuração anterior àquele em que ocorrer a mudança do regime de
tributação, as receitas dessas atividades auferidas e ainda não recebidas.
A IN SRF nº 104/1998 estabeleceu regras para apuração do lucro presumido com base no regime de caixa,
extensiva às empresas imobiliárias com as devidas adaptações, de fato, a possibilidade de adoção desse sistema por
essas empresas foi reiterada pela Decisão nº 54/1999, da 9ª Região Fiscal, assim ementada:
b) indicar no livro Caixa, em registro individual, o documento a que corresponder cada recebimento.
Por sua vez, a pessoa jurídica que mantiver escrituração contábil, na forma da legislação comercial, deverá
controlar os recebimentos de suas receitas em conta específica, na qual, em cada lançamento, será indicado o documento
a que corresponder o recebimento.
A mesma Instrução Normativa estabeleceu, ainda que:
a) os valores recebidos adiantadamente, por conta de venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços, serão
computados como receita do mês em que se der o faturamento, a entrega do bem ou do direito ou a conclusão dos
serviços, o que primeiro ocorrer;
De acordo com a IN SRF nº 345/2003 (art. 1º), para fins de apuração do IRPJ, da Contribuição Social sobre o
Lucro (CSL), da Cofins e da contribuição para o PIS/ Pasep, a pessoa jurídica optante pelo regime de tributação com base
no lucro presumido que adotar o critério de reconhecimento de suas receitas à medida do recebimento e, por opção ou
obrigatoriedade, passar a adotar o critério de reconhecimento de suas receitas segundo o regime de competência, deverá
reconhecer no mês de dezembro do ano-calendário anterior àquele em que ocorrer a mudança de regime as receitas
auferidas e ainda não recebidas, observado que:
a) a empresa que, durante o ano-calendário, passar a ser obrigada à apuração do lucro real deverá oferecer à tributação
as receitas auferidas e ainda não recebidas, no período de apuração anterior àquele em que ocorrer a mudança do regime
de tributação;
b) na hipótese mencionada em "a", as receitas auferidas e ainda não recebidas serão adicionadas às receitas do período
de apuração anterior à mudança do regime de tributação para fins de recalcular o imposto e as contribuições do período, A
diferença apurada, após compensação do tributo pago, deverá ser recolhi¬da, sem multa e juros moratórios, até o último
dia útil do mês subseqüente àquele em que incorreu na situação de obrigatoriedade à apuração do lucro real.
Os custos e as despesas associados às receitas supracitadas (auferidas e ainda não recebidas) incorridas após a
mudança do regime de tributação não poderão ser deduzidos da base de cálculo do IRPJ e da CSL.
Conforme art. 9º da Lei nº 9.718/1998, as variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do
contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual,
devem ser considerados, para efeitos da legislação do Imposto de Renda, da Contribuição Social sobre o Lucro, da
contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins, como receitas ou despesas financeiras, conforme o caso.
Nas atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis, essas variações
monetárias, para efeitos do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro, têm o seguinte tratamento,
conforme o caso (IN SRF nº 25/1999, art. 1º):
a) Tributação com base no lucro real: as receitas e despesas devem ser reconhecidas segundo as normas explanadas
anteriormente. Ou ainda, com observância das regras relativas ao regime especial de tributação - RET, no caso de
opção por esse sistema;
b) Tributação com base no lucro presumido: as receitas serão adicionadas ao próprio lucro, pelo regime de competência
ou de caixa, conforme opção do contribuinte.
Receita financeira da comercialização de imóveis - inclusão na base de cálculo do lucro presumido
A partir de 1º. 01.2006, a receita financeira decorrente da comercialização de imóveis, apurada por meio de
índices ou coeficientes previstos em contrato, passa a integrar a receita bruta sobre a qual se aplica o percentual de
determinação de base de cálculo do IRPJ devido, trimestralmente, com base no lucro presumido.
Esse critério se aplica também à determinação da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro.
(Art. 15 da Lei nº 9.249/1995; art. 25, I, da Lei nº 9.430/1996; e arts. 34 e 132, IV, "b", da Lei nº 11.196/2005)
O que vem sendo questionado por muitos tributaristas é como será tributada a permuta de unidades imobiliárias
se a empresa desse ramo de atividade for tributada com base no lucro presumido. Ou seja, o que deve ser considerado
como receita bruta.
Construção Civil – Aspectos Contábeis e Tributários 41
Cabe primeiramente conceituar o instituto da permuta (ou “troca”, conforme art. 533 do Código Civil/2002).
Considera-se permuta toda e qualquer operação que tenha por objeto a troca de uma ou mais unidades imobiliárias por
outra ou outras unidades, ainda que ocorra, por parte de um dos contratantes, o pagamento da parcela complementar em
dinheiro, denominada “torna” (Instrução Normativa SRF nº 107/1988).
Para fins de apuração de resultados, assim como para determinação dos valores de baixa e de aquisição de
bens, nas operações de permuta de unidades imobiliárias, realizadas entre pessoas jurídicas ou entre pessoas jurídicas e
pessoas físicas, existe toda uma disciplina baixada há muito tempo pela mencionada Instrução Normativa SRF nº
107/1988.
Quando da edição dessa Instrução Normativa, as empresas imobiliárias eram, obrigatoriamente, tributadas com
base no lucro real, no entanto partir de 1º de janeiro de 1999, passou a ser permitida a opção pelo lucro presumido.
Desta forma, não existe hoje um diploma legal, que disponha sobre a tributação no caso de permuta efetuada por
empresa imobiliária optante pela tributação pelo lucro presumido.
A Instrução Normativa nº 107/1988, na sistemática do lucro real, em linhas gerais, tributa-se apenas o valor da
torna. E, mesmo assim, a permuta que se beneficiar da torna pode deduzir dessa receita a parcela do custo da unidade
dada em permuta que corresponder à torna recebida ou a receber.
Ainda no sistema do lucro real, no caso de permuta sem pagamento de torna a permutante não tem resultado a
apurar, uma vez que deverá atribuir ao bem que receber o mesmo valor contábil do bem baixado em sua escrituração.
É aceitável que a tributação ocorra desse modo, no lucro real, em que a dedução do custo do bem baixado é, em
regra, admitida.
Salientamos, porém, que no regime do lucro presumido se tributa a receita bruta sem dedução de custos e
despesas. Isso é da própria essência do sistema que se baseia numa efetiva presunção de lucro, calculada pela simples
aplicação de um percentual sobre a receita.
Por isso, entendemos que na permuta de imóveis, a empresa imobiliária optante pela tributação com base no
lucro presumido deve considerar, como receita bruta, a soma do preço do imóvel recebido em permuta com o eventual
valor da torna.
Por preço do imóvel recebido, deve ser considerado o valor contábil do bem dado em permuta, baixado na
escrituração da permutante. Exemplo:
Suponhamos uma permuta em que a pessoa jurídica “x”, empresa imobiliária tributada com base no lucro
presumido, entrega um imóvel cujo custo está registrado, em sua contabilidade, por R$ 60.000,00, sem recebimento de
torna. Nesse caso, entende-se que a receita bruta a ser considerada para fins de tributação com base no lucro presumido
será de R$ 60.000,00.
De outro modo, se receber, em troca, um imóvel mais uma importância correspondente à torna no valor de R$ 10.000,00,
infere-se que o valor a ser considerado como receita bruta será de R$ 70.000,00, que é a soma do preço do imóvel
recebido em permuta com a torna.
Nessa mesma linha de entendimento a Superintendência Regional da Receita Federal da 10ª Região Fiscal através da
Solução de Consulta nº 142/2005, proferiu o seguinte entendimento:
“Lucro Presumido. Permuta de Imóveis- Receita Bruta. Na operação de permuta de imóveis com recebimento de
torna, realizada por pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, dedicada à atividade imobiliária,
constitui receita bruta, além da torna, o preço do imóvel recebido em permuta."
O imposto de renda devido em cada trimestre será calculado mediante a aplicação da alíquota de 15%.
Adicional IRPJ – Lucro Presumido
A parcela da base de cálculo, apurada trimestralmente, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) multiplicado
pelo número de meses (R$ 60.000,00 no caso de um trimestre completo) ficará sujeita à incidência de adicional de
imposto de renda à alíquota de dez por cento.
Deduções Diretas do IR Devido
Poderá ser deduzido do imposto de renda devido:
O IRRF (imposto de renda retido na fonte) pago ou retido sobre as receitas que integrarem a base de cálculo, inclusive no
caso de rendimentos de aplicações financeiras e juros sobre o patrimônio líquido.
Serão considerados como isentos os lucros distribuídos pelas empresas tributadas pelo critério de lucro
presumido, não havendo, portanto tributação na fonte e nem na declaração do beneficiário.
Para fins do cálculo da parcela de lucro isenta deverão ser deduzidos do lucro presumido, o Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica, inclusive adicional, se devido, contribuição social sobre o lucro, PIS e a COFINS.
Na hipótese da pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido, optar por manter escrituração contábil, a parcela
de lucro apurada mediante a referida escrituração, que exceder a apurada na forma acima descrita, poderá, também, ser
distribuída livre de tributação.
Nota ITC:
Segundo a IN SRF nº 93/97, mesmo não mantendo escrituração contábil, os lucros apurados na forma acima citada (Lucro
Presumido menos Imposto de Renda, PIS, COFINS e Contribuição Social) poderão ser distribuídos livre de tributação,
após o encerramento do trimestre.
São aplicáveis à contribuição social sobre o lucro todos os aspectos mencionados acima para fins de imposto de
renda, tais como: conceito de Receita Bruta, conceito de demais ganhos e receitas, regime de tributação (caixa ou
competência), forma de apuração e prazos de recolhimento, etc. Há, entretanto, diferença no cálculo, conforme se
demonstrará a seguir:
Base de Cálculo
A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro
presumido, corresponderá à soma dos valores:
I - 12% da Receita Bruta;
Demais Ganhos e receitas, conforme definido acima quando tratamos do cálculo do Imposto de Renda.
RESULTADO DO 1º TRIMESTRE X6
O fato gerador das contribuições para o PIS e COFINS, é o auferimento de receita, independentemente de sua
denominação ou classificação contábil.
A base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins é o faturamento mensal, que compreende a receita bruta da venda
de unidades imobiliárias e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica.
A apuração da receita bruta da venda de unidades imobiliárias segue o mesmo regime de reconhecimento de
receitas previsto na legislação do Imposto de Renda, que estamos tratando neste trabalho.
NOTA ITC:
A atualização monetária, nas vendas contratadas com cláusula de atualização monetária do saldo credor do preço, integra
a base de cálculo das contribuições à medida do efetivo recebimento.
Valores que não integram a base de cálculo:
Não integram a base de cálculo as receitas:
a) não-operacionais, decorrentes da venda de bens do Ativo Permanente;
b) referentes a: vendas canceladas, descontos incondicionais concedidos, reversões de provisões e recuperações de
créditos baixados como perda que não representem ingresso de novas receitas, resultado positivo da avaliação de
investimentos pelo valor do Patrimônio Líquido e lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de
aquisição que tenham sido computados como receita.
2.3.3 Alíquotas
Na determinação do valor das contribuições devem ser aplicadas, sobre a base de cálculo supramencionada, as
seguintes alíquotas:
PIS/Pasep: 1,65%; - Cofins: 7,6%.
NOTA ITC:
Após a publicação do Decreto nº 5.442/2005, ficou reduzida a zero as alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins
incidentes sobre as receitas financeiras, inclusive decorrentes de operações realizadas para fins de hedge, auferidas pelas
pessoas jurídicas sujeitas ao regime de incidência não-cumulativa das referidas contribuições.
Cabe salientar, porém que à alíquota zero:
a) Não será aplicada em relação aos juros sobre o capital próprio;
A pessoa jurídica pode utilizar créditos que estejam intrinsecamente ligados aos custos vinculados à unidade
imobiliária, construída ou em construção, a serem descontados somente a partir da data da efetivação da venda.
Devemos considerar efetivada ou realizada a venda de unidade imobiliária quando contratada a operação de
compra e venda, ainda que mediante instrumento de promessa, carta de reserva com princípio de pagamento ou qualquer
outro documento representativo de compromisso, ou quando implementada a condição suspensiva a que estiver sujeita
essa venda.
Cabe salientar que: considera-se unidade imobiliária:
a) O terreno adquirido para venda, com ou sem construção;
b) Cada lote oriundo de desmembramento de terreno;
c) Cada terreno decorrente de loteamento;
d) Cada unidade distinta resultante de incorporação imobiliária; e
e) O prédio construído para venda como unidade isolada ou autônoma;
As despesas com vendas, as despesas financeiras, as despesas gerais e administrativas e quaisquer outras,
operacionais e não operacionais, não integram o custo dos imóveis vendidos.
As pessoas jurídicas poderão descontar créditos, calculados em relação aos custos de bens e serviços vinculados às
demais receitas auferidas, desde que seja observado o disposto neste trabalho.
Outros créditos
A pessoa jurídica pode, ainda, descontar créditos calculados em relação:
a) à energia elétrica consumida em seus estabelecimentos;
b) aos aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos à pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa;
c) ao valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica;
d) aos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, de:
d.1) bens incorporados ao Ativo Imobilizado, em relação à Contribuição para o PIS/ Pasep, para fatos geradores
ocorridos até 31.01.2004;
d.2) máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao Ativo Imobilizado, adquiridos para utilização na
produção de bens destinados à venda ou na prestação de ser¬viços, em relação ao PIS/Pasep, e à Cofins, a partir de
1º.02.2004 até 31.07.2004, para os bens adquiridos até 30.04.2004;
d.3) máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao Ativo Imobilizado, adquiridos para utilização na
produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços, em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à
Cofins, a partir de 1º.05.2004, para os bens adquiridos a partir desta data;
d.4) edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros quando o custo, inclusive de mão-de-obra, tenha sido
suportado pela locatária, em relação à Contribuição para o PIS/Pasep, para fatos geradores ocorridos até 31.01.2004;
d.5) edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, realizadas até 30.04.2004, utilizados nas
atividades da empresa, em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, a partir de 1º.02.2004 até 31.07.2004;
d.6) edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, realizadas a partir de 1º.05.2004, utilizados
nas atividades da empresa, em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins;
e) bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada
conforme o regime de não-cumulatividade das contribuições.
NOTA ITC:
Alternativamente, a pessoa jurídica pode descontar o crédito mencionado na letra "d", em relação à aquisição de:
a) Máquinas e equipamentos, destinados ao Ativo Imobilizado, no prazo de 4 anos, mediante a aplicação, a cada
mês, das alíquotas das contribuições sobre o valor correspondente a 1/48 (um quarenta e oito avos) do valor de
aquisição do bem; e
b) Máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, relacionados nos Decretos nº 4.955/2004 e nº
5.173/2004 (conforme determina o Decreto nº 5.222/2004), adquiridos a partir de 1°.10.2004, destinados ao Ativo
Imobilizado empregados em processo industrial do adquirente, no prazo de 2 anos, mediante a aplicação, a cada
Na hipótese de venda de unidade imobiliária não concluída, a pessoa jurídica pode optar pela utilização de
crédito presumido em relação ao custo orçado de que trata a legislação do Imposto de Renda.
Esta opção deve ser feita:
a) para cada empreendimento, separadamente, produzindo efeitos para todas as unidades desse empreendimento
(observada a regra da letra "c");
b) até a data em que se efetivar a venda de unidade isolada ou da primeira unidade de empreendimento que compreenda
duas ou mais unidades distintas;
c) para todas as unidades do empreendimento que restarem para vender ou que tenham receitas a receber na data de
mudança de regime cumulativo para não-cumulativo.
NOTA ITC:
Devemos entender por empreendimento o conjunto de unidades, objeto do mesmo projeto, cuja execução física
seja realizada como um todo, a um só tempo.
Conceito de custo orçado
Podemos conceituar como custo orçado aquele baseado nos custos usuais para cada tipo de empreendimento
imobiliário, a preços correntes de mercado na data em que a pessoa jurídica optar por ele. Corresponde à diferença entre
o custo total previsto e os custos pagos, incorridos ou contratados até essa data.
Os custos pagos, incorridos, contratados e orçados, referentes a empreendimento que compreenda duas ou mais
unidades deverão ser apropriados, a cada uma delas, na data da efetivação de suas vendas, mediante rateio baseado em
critério usual no tipo de empreendimento imobiliário.
NOTA ITC:
É facultado ao contribuinte apurar e reconhecer a receita e o custo de venda e os créditos por empreendimento,
mediante o registro englobado de tais valores, observadas as regras previstas na legislação do Imposto de Renda.
O crédito presumido deve ser calculado mediante a aplicação da alíquota de 1,65% (PIS/Pasep) e 7,6% (Cofins),
sobre o valor do custo orçado para conclusão da obra ou melhoramento ajustado pela adição e pelas exclusões acima
mencionadas.
Os créditos sobre os custos incorridos e o crédito presumido sobre os custos orçados deverão
recebimento.
Caso haja modificação do valor do custo orçado, antes do término da obra ou melhoramento, nas hipóteses
previstas na legislação do Imposto de Renda, o novo valor do custo orçado deverá ser considerado a partir do mês da
modificação, no cálculo dos créditos presumidos.
NOTA ITC:
Quando o custo orçado for modificado para mais, antes do término da obra ou melhoramento, a diferença do
custo orçado correspondentes à parte do preço de venda já recebida da unidade imobiliária poderá ser computada como
custo adicional do período em que se verificar a modificação do custo orçado, sem direito a qualquer atualização
monetária ou juros.
Para controlar os valores de custo orçado e crédito presumido, segue modelo de planilha:
A pessoa jurídica que utilizar o crédito presumido citado acima, na data da conclusão da obra ou melhoramento, a
diferença entre o custo orçado e o efetivamente realizado, apurados na forma da legislação do Imposto de Renda, com os
ajustes admitidos, observado que se o custo realizado for:
a) inferior ao custo orçado em mais de 15% deste, considerar-se-á como postergada a contribuição incidente
sobre a diferença;
b) inferior ao custo orçado em até 15% deste, a contribuição incidente sobre a diferença será devida a partir da
conclusão, sem acréscimos legais;
c) superior ao custo orçado, a pessoa jurídica terá direito ao crédito correspondente à diferença, no período de
apuração em que ocorrer a conclusão, sem acréscimos legais.
No caso de alteração do valor do custo orçado durante a execução da obra, a diferença entre o custo realizado e
o orçado deverá ser apurada ao término da obra, calculando-se o valor da diferença para cada mês em que houver
ocorrido reconhecimento de receita de venda da unidade imobiliária, conforme o procedimento constante das letras "c.1" a
"c4" a seguir.
Observe-se que:
a) as diferenças entre o custo orçado e o realizado devem ser, no período de apuração em que ocorrer a
conclusão da obra ou melhoramento, adicionadas ou subtraídas, conforme o caso, no cálculo do crédito a ser descontado
neste período de apuração;
b) em relação à contribuição considerada postergada, devem ser recolhidos os acréscimos referentes a juros de
mora e multa, de mora ou de ofício, calculados na forma da legislação que rege a cobrança das contribuições não pagas;
c) as diferenças entre o custo orçado e o realizado serão apuradas, extra-contabilmente, ao término da obra,
mediante a aplicação, a todos os períodos de apuração em que houver ocorrido reconhecimento, sob o regime não-
cumulativo, de receita de venda da unidade imobiliária, do seguinte procedimento:
c.1) será calculado o custo que deveria ter sido utilizado em cada mês, tendo por base o custo realizado e as
receitas recebidas da unidade imobiliária em cada período;
c.2) do valor do custo orçado efetivamente utilizado em cada mês será deduzido o custo apurado conforme letra
"c.1", encontrando-se no resultado de cada subtração, quando positivo, os valores a serem subtraídos dos custos a
apropriar no período da conclusão da obra;
c.3) para o cálculo dos juros de mora e da muI¬ta de mora, ou de ofício, da contribuição considerada postergada,
considerar-se-á a contribuição incidente sobre valores positivos apurados conforme letra "c.2", e o vencimento da
obrigação relativa a cada período;
c.4) os eventuais resultados negativos encontrados na operação, efetuada em cada mês conforme letra "c.2",
serão subtraídos do valor do custo orçado efetivamente utilizado no período subseqüente, a ser considerado no cálculo da
diferença de custo deste último período (letra "c.1 ");
A pessoa jurídica sujeita ao regime não-cumulativo do PIS/Pasep no mês de dezembro/2002 obteve o direito ao
desconto correspondente ao estoque de abertura dos bens em almoxarifado e dos imóveis destinados à venda, concluídos
ou não, existentes em 1º.12.2002, observado que:
a) O montante do crédito presumido é igual ao resultado da aplicação do percentual de 0,65% sobre o valor do
estoque, no que se refere aos bens e insumos adquiridos de pessoas jurídicas domiciliadas no País;
b) Foi autorizada a utilização do crédito presumido calculado de acordo com a letra "a" em 12 par¬celas mensais e
sucessivas, a partir de dezembro/2002.
Foi autorizado, a partir de 1º.01.2003, à pessoa jurídica sujeita à incidência não-cumulativa do PIS/Pasep, em
relação às unidades imobiliárias vendidas a partir de 1º.12.2002 até 31.01.2004, utilizar-se, quanto aos custos incorridos
até 30.11.2002, de créditos apurados relativos aos estoques existentes em 1º de dezembro de 2002 ou, opcionalmente, do
seguinte modo:
a) aplicando-se, no cálculo do crédito, o percentual de 0,65% sobre o valor dos bens e dos serviços, inclusive
combustíveis e lubrificantes, adquiridos de pessoas jurídicas domiciliadas no País, utilizados como insumo na construção
da unidade imobiliária até 30.11.2002;
c) o saldo de crédito apurado conforme letra "b" pôde ser utilizado na proporção da receita da unidade imobiliária
recebida em cada mês, a partir de 1º.01.2003, em relação ao saldo credor do preço em 31.12.2002;
d) a parcela do crédito apurada sobre os estoques existentes em 1º de dezembro de 2002 e utilizada no mês de
dezembro/2002 foi, obrigatoriamente, deduzida (integralmente) dos créditos apurados conforme explanado anteriormente,
sobre os custos incorridos das unidades que estavam nos estoques em 30.11.2002.
Em relação às vendas realizadas a partir de 1º.02.2004, em relação aos custos incorridos até 30.11.2002, foi
autorizada a utilização, pela pessoa jurídica, de créditos assim apurados:
a) aplicando 0,65% sobre o valor dos bens e dos serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, adquiridos de
pessoas jurídicas domiciliadas no País, utilizados como insumo na construção até 30.11.2002;
b) se o contribuinte utilizou créditos calculados sobre os estoques existente em 30.11.2002, pôde deduzir do
crédito calculado conforme letra "a" a parcela dos créditos sobre os estoques utilizada, referente à unidade vendida a partir
de 1º.02.2004;
c) o saldo do crédito presumido apurado conforme "a" e "b" deve ser utilizado na proporção das receitas da
unidade efetivamente recebidas em relação ao preço total.
a) aplicando 0,65% sobre o valor dos bens e dos serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, adquiridos de
pessoas jurídicas domiciliadas no País, utilizados como insumo na construção da unidade imobiliária até 30.11.2002;
b) o valor do crédito presumido a ser utilizado está limitado à relação percentual entre o saldo credor do preço em
31.12.2002 e o preço total de venda da unidade, e deve ser utilizado na proporção das receitas recebidas em relação ao
referido saldo credor do preço.
A pessoa jurídica que, tributada com base no lucro presumido em 2002, passou a ser tributada com base no lucro
real em 2003, em relação à contribuição ao PIS/ Pasep não-cumulativa, obteve direito a desconto correspondente ao
estoque de abertura dos bens em almoxarifado e dos imóveis destinados à venda, concluídos ou não, existentes em
1º.01.2003, do seguinte modo:
a) o montante do crédito presumido foi o resulta¬do da aplicação do percentual de 0,65% sobre o valor do
estoque, no que se refere aos bens e insumos adquiridos de pessoas jurídicas domiciliadas no País;
b) o crédito presumido calculado de acordo com a letra "a" pôde ser utilizado em 12 parcelas mensais e
sucessivas, a partir de janeiro de 2003.
Critério alternativo
Opcionalmente à forma indicada em "a" e "b" acima, a pessoa jurídica, em relação às unidades imobiliárias
vendidas a partir de 1º.01.2003 até 31.12.2003, pôde utilizar, quanto aos custos incorridos até 31.12.2002, créditos
apurados na seguinte forma:
a) mediante aplicação do percentual de 0,65% sobre o valor dos bens e dos serviços, inclusive combustíveis e
lubrificantes, adquiridos de pessoas jurídicas domiciliadas no País, utilizados como insumo na construção da unidade
imobiliária até 31.12.2002;
b) o crédito apurado conforme letra "a" pôde ser utilizado na proporção da receita da unidade imobiliária recebida
em cada mês, a partir de 1º.01.2003.
A pessoa jurídica sujeita à incidência não cumulativa do PIS/Pasep, em decorrência de alteração do regime de
tributação (de lucro presumido para lucro real), em relação às unidades imobiliárias vendidas até 31.12.2002, que tenha
incorrido em custos com estas unidades imobiliárias até esta data, foi autorizada a calcular crédito presumido observado o
seguinte:
a) no cálculo do crédito aplicou-se o percentual de 0,65% sobre o valor dos bens e dos serviços, inclusive
combustíveis e lubrificantes, adquiridos de pessoas jurídicas domiciliadas no País, utilizados como insumo na construção
da unidade imobiliária até 31.12.2002;
b) o valor do crédito presumido a ser utilizado ficou limitado à relação percentual entre o saldo credor do preço
em 31.12.2002 e o preço total de venda da unidade, para utilização na proporção das receitas recebidas em relação ao
referido saldo credor do preço.
Critérios a partir de 1º.01.2004
A partir de 1º de janeiro de 2004, a pessoa jurídica que tenha incorrido em custos com unidade imobiliária,
vendida ou não, até a data da mudança do regime de tributação adotado para fins do Imposto de Renda, pode calcular
crédito presumido sobre os custos incorridos com estas unidades imobiliárias até esta data, na seguinte forma:
b) a partir de 1º de julho de 2004, a pessoa jurídica pode também calcular crédito presumido mediante a
aplicação do percentual de 1,65% sobre o valor dos bens e serviços importados a partir de 1º.05.2004, efetivamente
sujeitos ao pagamento da contribuição ao PIS/Pasep-Importação e utilizados como insumos na construção da unidade
imobiliária até o último dia do período anterior ao da mudança do regime;
c) o valor do crédito presumido a ser utilizado está limitado à relação percentual entre o saldo credor do preço no
último dia do período anterior ao da mudança do regime e o preço total de venda da unidade, e deverá ser utilizado na
proporção das receitas recebidas em relação ao referido saldo credor do preço.
A empresa que, antes da data de início da incidência não-cumulativa da Cofins, tenha incorrido em custos com
unidade imobiliária, vendida ou não até esta data, foi autorizada a calcular crédito presumido sobre esses custos,
observado que:
a) no cálculo do crédito aplica-se o percentual de 3% sobre o valor dos bens e serviços, inclusive combustíveis e
lubrificantes, adquiridos de pessoas jurídicas domiciliadas no País, utilizados como insumo na construção até aquela data;
b.1) integralmente, à medida da receita recebi¬da pela venda da unidade imobiliária em relação ao preço dessa
venda, efetivada a partir de 1º.02.2004;
b.2) parcialmente, limitado à relação percentual entre o saldo credor do preço em 31.01.2004 e o preço de venda
da unidade imobiliária, no caso de venda efetuada até essa data, e utilizado à medida da receita recebida da unidade em
relação ao referi¬do saldo credor.
A partir de 1º de julho de 2004, a pessoa jurídica que, tributada com base no lucro presumido, passar a ser
tributada com base no lucro real e que tenha incorrido em custos com unidade imobiliária, vendida ou não, até a data da
mudança do regime de tributação adotado para fins do Imposto de Renda, poderá calcular crédito presumido sobre os
custos incorridos com essas unidades imobiliárias até essa data, observados os seguintes critérios:
a) no cálculo do crédito presumido deve ser aplicado o percentual de 3% sobre o valor dos bens e dos serviços,
inclusive combustíveis e lubrificantes, adquiridos de pessoas jurídicas domiciliadas no País, utilizados como insumo na
construção da unidade imobiliária até o último dia do período anterior ao da mudança do regime;
b) a pessoa jurídica pode ainda calcular crédito presumido mediante a aplicação do percentual de 7,6% sobre os
bens e serviços importados a partir de 1 º'05.2004, efetivamente sujeitos ao pagamento da contribuição Cofins-Importação,
utilizados como insumos na construção da unidade imobiliária até o último dia do período anterior ao da mudança do
regime;
c) o valor do crédito presumido apurado conforme letras "a" e "b", a ser utilizado, está limitado à relação
percentual entre o saldo credor do preço no último dia do período anterior ao da mudança do regime e o preço de venda
da unidade, e deverá ser utilizado na proporção da receita recebida da unidade em relação ao referido saldo credor do
preço.
Os bens recebidos em devolução tributados antes do início da incidência não-cumulativa da contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins, ou da mudança de regime de lucro presumido para lucro real, serão considerados como
integrantes do estoque de abertura ou dos custos incorridos.
O crédito deve ser utilizado na forma mencionada naqueles subitens, mediante a aplicação das alíquotas de
0,65% (PIS/Pasep) e 3% (Cofins), respectivamente, sobre os valores dos bens devolvidos, a partir da data da devolução.
Construção Civil – Aspectos Contábeis e Tributários 51
Créditos referentes às importações de bens e serviços
A pessoa jurídica pode, ainda, descontar crédito em relação às importações sujeitas ao pagamento da
contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação (art. 1º da Lei nº 10.865/2004), nas seguintes
hipóteses:
a) bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou
produtos destinados à venda, inclusive combustível e lubrificante;
c) máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos para utilização na
produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços.
b) o crédito não aproveitado em determinado mês poderá ser aproveitado nos meses subseqüentes.
O crédito referente às importações de bens e serviços é apurado mediante aplicação das alíquotas de 1,65%
(PIS/Pasep) e de 7,6% (Cofins) sobre o valor que serviu de base de cálculo das contribuições incidentes na importação,
acrescido do valor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vinculado à importação, quando integrante do custo de
aquisição (observadas as normas que regem as contribuições sobre a importação).
Cabe salientar que, com relação às máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao Ativo Imobilizado,
adquiridos para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços (hipótese mencionada na
letra "c" do subitem anterior):
a) determina-se o crédito mediante a aplicação das alíquotas supracitadas sobre o valor da depreciação ou
amortização apurado a cada mês;
b) opcionalmente, todavia, o contribuinte pode descontar o crédito de que trata a letra "a", em relação à
importação de:
b.1) máquinas e equipamentos destinados ao Ativo Imobilizado, no prazo de 4 anos, me¬diante a aplicação, a
cada mês, das alíquotas de 1,65% (PIS/Pasep) e 7,6% (Cofins) sobre o valor correspondente a 1/48 (um quarenta e oito
avos) do valor de aquisição do bem; e
b.2) máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, relacionados nos Decretos nº 4.955/2004 e nº
5173/2004 (conforme determina o Decreto nº 5.222/2004), adquiridos a partir de 1º.10.2004, destina¬dos ao Ativo
Imobilizado e empregados em processo industrial do adquirente, no prazo de 2 anos, mediante a aplicação, a cada mês,
das alíquotas indicadas em "b.1" sobre o valor correspondente a 1/24 (um vinte e quatro avos) do custo de aquisição do
bem.
O aproveitamento de crédito na forma aqui explanada não enseja atualização monetária ou incidência de juros
sobre os respectivos valores.
Voltararam ao regime da cumulatividade, para fins das contribuições para o PIS-Pasep e da Cofins, as receitas
relativas às atividades de revenda de imóveis, desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e
construção de prédio destinado à venda, quando decorrentes de contratos de longo prazo firmados antes de 31 de outubro
de 2003.
Da o art. 7º da Lei nº 11.051/2004 (com efeitos desde 1º.11.2004), estabelece que, na determinação das bases de
cálculo do PIS/Pasep e da Cofins, devidas pelas pessoas jurídicas, inclusive equiparadas, relativamente às atividades de
que trata o art. 4º da Lei nº 10.833/2003, deve ser adotado o regime de reconhecimento de receitas previsto na legislação
do Imposto de Renda.
O art. 4º da Lei nº 10.833/2003 refere-se justamente à pessoa jurídica que adquirir imóvel para venda ou
promover empreendimento de desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária ou construção de
prédio destinado à venda.
Ressaltamos que permanecem sujeitas ao PIS-Pasep e à Cofins, na modalidade cumulativa, as receitas relativas
a contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003 (Lei nº 10.833/2003, arts. 10, XI, "b" e "c"; e 15, V):
a) com prazo superior a um ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de
bens ou serviços;
Em decorrência disso, o art. 109 da Lei nº 11.196/2005 veio dispor que o reajuste de preços em função do custo
de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados não é
considerado para fins da descaracterização do preço predeterminado. Essa regra é aplicável desde 1º.11.2003, por
expressa disposição do mencionado diploma legal.
NOTA ITC:
Nos contratos pelos quais a empresa se obrigue a vender bens para entrega futura, prestar ou fornecer serviços a serem
produzidos. A Lei nº 9.069/95 (art. 27, § 1º. II) admite o reajuste em função do custo de produção ou da variação de índice
que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados.
A Secretaria da Receita Federal decidiu que a permuta equipara-se a uma operação de compra e venda, estando
a receita decorrente de tal operação sujeita à incidência de PIS e Cofins, uma vez que a base de cálculo dessas
contribuições é o faturamento, entendido como a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica. (Solução de
Consulta nº 06/2003 da 6ª Região Fiscal)
Como a SRF vem decidindo através de solução de consultas, que a permuta é uma operação de compra e
venda, somos pela adoção da tributação do PIS e Cofins como forma conservadora.
a) das receitas isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota 0 (zero);
d) do IPI;
e) do ICMS, quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na
condição de substituto tributário;
g) das recuperações de créditos baixados como perdas, que não representem ingresso de novas receitas;
i) dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido
computados como receita;
Alíquotas
A Lei 10.931/2004 instituiu, a partir de 03.08.2004, o regime especial de tributação - RET aplicável às
incorporações imobiliárias, em caráter opcional e irretratável, enquanto perdurarem direitos de créditos ou obrigações do
incorporador junto aos adquirentes dos imóveis que compõe a incorporação.
O RET está disciplinado pela IN SRF nº 689/2006, conforme vamos demonstrar a seguir.
a) Incorporador, a pessoa física ou jurídica que, embora não efetuando a construção, compromisse ou efetive a
venda de frações ideais de terreno objetivando a vinculação de tais frações a unidades autônomas, em edificações a
serem construídas ou em construção sob regime condominial, ou que meramente aceite propostas para efetivação de tais
transações, coordenando e levando a termo a incorporação e responsabilizando-se, conforme o caso, pela entrega, a
certo prazo, preço e determinadas condições, das obras concluídas;
Estende-se a condição de incorporador aos proprietários e titulares de direitos aquisitivos que contratem a
construção de edifícios que se destinem à constituição em condomínio, sempre que iniciarem as alienações antes da
conclusão das obras.
b) Incorporação Imobiliária, a atividade exercida com o intuito de promover e realizar a construção, para alienação
total ou parcial, de edificações ou conjunto de edificações compostas de unidades autônomas.
Presume-se a vinculação entre a alienação das frações do terreno e o negócio de construção, se, ao ser
contratada a venda, ou promessa de venda ou de cessão das frações de terreno, já houver sido aprovado e estiver em
vigor, ou pender de aprovação de autoridade administrativa, o respectivo projeto de construção, respondendo o alienante
como incorporador.
Regime Opcional
A opção pelo regime especial de tributação será efetivada quando atendidos os seguintes requisitos:
a) afetação do terreno e das acessões objeto da incorporação imobiliária nos termos dos arts. 31-A a 31-E da Lei nº
4.591, de 16 de dezembro de 1964, incluídos pelo art. 53 da Lei nº 10931/2004;
b) inscrição de cada incorporação afetada no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), vinculada ao evento 109 -
Inscrição de Incorporação Imobiliária - Patrimônio de Afetação;
c) apresentação do Termo de Opção pelo RET à Delegacia da Receita Federal (DRF) ou à Delegacia da Receita Federal
de Administração Tributária (Derat) com jurisdição sobre o estabelecimento matriz da pessoa jurídica.
Termo de Opção
O Termo de Opção deverá ser entregue na unidade da Secretaria da Receita Federal (SRF) a que estiver
jurisdicionada a matriz da pessoa jurídica incorporadora, mesmo quando a incorporação, objeto de opção pelo RET, estiver
localizada fora da jurisdição dessa unidade da SRF.
O Termo de Opção pelo RET deverá estar acompanhado do termo de constituição de patrimônio de afetação da
incorporação, firmado pelo incorporador e, quando for o caso, também pelos titulares de direitos reais de aquisição, e
averbados no Cartório de Registro de Imóveis.
Tributação
Para cada incorporação submetida ao regime especial de tributação, a incorporadora ficará sujeita ao pagamento
equivalente a 7% (sete por cento) da receita mensal recebida, o qual corresponderá ao pagamento mensal unificado dos
seguintes impostos e contribuições:
I - IRPJ;
II - CSLL;
IV - Cofins.
A opção da incorporação no RET obriga o contribuinte a efetuar o recolhimento dos tributos, a partir do mês da
opção.
Vedação de compensação
O pagamento dos tributos e contribuições no regime especial será considerado definitivo, não gerando, em
qualquer hipótese, direito à restituição ou à compensação com o que for apurado pela incorporadora.
Considera-se receita mensal o total das receitas recebidas pela incorporadora com a venda de unidades
imobiliárias que compõem cada incorporação submetida ao RET, bem assim, as receitas financeiras e variações
monetárias decorrentes dessa operação.
Do total das receitas recebida poderão ser deduzidas as vendas canceladas, as devoluções de vendas e os
descontos incondicionais concedidos.
As demais receitas, operacionais e não operacionais, recebidas pela incorporadora, relativas às atividades da
incorporação submetida ao RET, serão tributadas na incorporadora. Aplica-se inclusive às receitas recebidas pela
incorporadora, decorrentes da aplicação dos recursos da incorporação submetida ao RET no mercado financeiro.
Vigência
A opção pelo regime especial de tributação obriga o contribuinte a fazer o recolhimento dos tributos, sob o regime
adotado, a partir do mês da opção.
O pagamento unificado do IRPJ e das contribuições na opção do regime especial deverá ser feito até o décimo
dia do mês subseqüente àquele em que houver sido auferida a receita.
No caso de o décimo dia do mês subseqüente àquele em que houverem sido recebidas as receitas recair em dia
considerado não-útil, o pagamento poderá ser feito no primeiro dia útil subseqüente.
Vedação de Parcelamento
Os créditos tributários devidos pela incorporadora na forma do regime especial não poderão ser objeto de
parcelamento.
Escrituração Contábil
O incorporador fica obrigado a manter escrituração contábil segregada para cada incorporação submetida ao
regime especial de tributação.
A escrituração contábil das operações da incorporação objeto de opção pelo RET poderá ser efetuada em livros
próprios ou nos da incorporadora, sem prejuízo das normas comerciais e fiscais aplicáveis à incorporadora em relação às
operações da incorporação.
Na hipótese de adoção de livros próprios para cada incorporação objeto de opção no RET, a escrituração contábil
das operações da incorporação poderá ser efetivada mensalmente na contabilidade da incorporadora, mediante registro
dos saldos apurados nas contas relativas à incorporação.
Para fins de repartição de receita tributária e de compensação, o percentual de 7% do montante devido pelo
regime especial será considerado:
c) 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento) como Contribuição para o PIS/Pasep; e
De acordo com o art. 111 da lei 11.196, com efeitos desde 14.10.2005, não poderá mais ser compensado ou
restituído os valores pagos na forma do RET.
No caso de a pessoa jurídica estar amparada pela suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nas hipóteses
a que se referem os incisos II, IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional
(CTN), ou por sentença judicial transitada em julgado, determinando a suspensão do pagamento do IRPJ ou de qualquer
das contribuições referidas nesta Instrução Normativa, a incorporadora deverá calcular, individualmente, os valores do
IRPJ e das contribuições considerados devidos pela incorporação sujeita ao RET, aplicando as alíquotas correspondentes,
relacionadas nos incisos do art. 6º, e efetuar o recolhimento em Darf distintos para cada um deles, utilizando os seguintes
códigos de arrecadação:
A Dimob, conforme a Instrução Normativa SRF nº 694, de 13/12/2006, tem por objetivo coletar os dados relativos
à comercialização e locação de imóveis.
Essa obrigação deverá ser apresentada pelo estabelecimento matriz, em relação a todos os estabelecimentos da
pessoa jurídica, com as informações sobre:
a) que comercializarem imóveis que houverem construído, loteado ou incorporado para esse fim;
As pessoas jurídicas e equiparadas de que trata a letra "a" apresentarão as informações relativas a todos os
imóveis comercializados, ainda que tenha havido a intermediação de terceiros.
As pessoas jurídicas de que trata a letra "d" estão obrigadas a apresentar Dimob relativamente às operações
ocorridas a partir de 01/01/2005.
As pessoas jurídicas e equiparadas que não tenham realizado operações imobiliárias no ano-calendário de
referência estão desobrigadas da apresentação da Dimob. Na abertura da declaração, o programa coleta informações
sobre a pessoa jurídica declarante.
Documentos
Os declarantes deverão manter todos os documentos comprobatórios das operações realizadas pelo prazo de
cinco anos, contados a partir da data de entrega da Dimob. Esta documentação deverá ser apresentada, quando
solicitada, à autoridade fiscalizadora da SRF.
A Dimob será entregue até o último dia útil do mês de fevereiro do ano subseqüente ao que se refiram as suas
informações, por intermédio da versão mais recente do programa Receitanet disponível na Internet, no endereço
<http://www.receita.fazenda.gov.br>.
A recepção encerrar-se-á às 20:00 horas, horário de Brasília, do último dia do prazo de entrega da declaração,
estabelecido pela legislação. Após esta data, as declarações em atraso poderão ser enviadas, mas sujeitar-se-ão às
penalidades previstas em lei.
Atenção:
Nos casos de Extinção, Fusão, Incorporação/Incorporada e Cisão Total da pessoa jurídica, a declaração de
Situação Especial deve ser apresentada até o último dia útil do mês subseqüente à ocorrência do evento.
Atraso na Entrega
A pessoa jurídica que deixar de apresentar a Dimob no prazo estabelecido ou que apresentá-la com incorreções
ou omissões, sujeitar-se-á às seguintes multas:
b) cinco por cento, não inferior a R$ 100,00 (cem reais), do valor das transações comerciais, no caso de informação
omitida, inexata ou incompleta.
A omissão de informações ou a prestação de informações falsas na Dimob configura hipótese de crime contra a
ordem tributária prevista no art. 2º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e dá ensejo à aplicação de regime
especial de fiscalização previsto no art. 33 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996.
O programa emitirá logo após a transmissão da declaração, notificação de multa por atraso na entrega, para o
contribuinte que apresentar a Dimob fora do prazo.
Declaração Retificadora
A Dimob poderá ser retificada mediante apresentação de Dimob retificadora, que será elaborada com
observância das normas estabelecidas para a Dimob original (retificada), devendo dela constar não somente as
informações retificadas, mas todas as informações anteriormente declaradas, inclusive as que não forem alteradas, assim
como as informações a serem adicionadas, se for o caso.
A Dimob retificadora deverá ser transmitida pela Internet, por meio do programa Receitanet, disponível no endereço
<http://www.receita.fazenda.gov.br>, ou ser entregue na unidade da SRF.
Legislação Aplicável
Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, arts. 928 e 968 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR/99);
Quando efetuar incorporação ou loteamento, nos termos dos arts. 1º e 3º, inciso III do Decreto-Lei nº 1.381, de 23 de
dezembro de 1974 e art. 10, inciso I do Decreto-Lei nº 1.510, de 27 de dezembro de 1976.
3. É obrigatória a apresentação da Dimob por empresas que não tenham realizado operações imobiliárias no ano-
calendário de referência?
Não, conforme determina o § 3º do art. 1º da Instrução Normativa SRF nº 694, de 13 de dezembro de 2006.
Não. Conforme determina o art. 2º, inciso I da Instrução Normativa SRF nº 694, de 13 de dezembro de 2006, as
informações referem-se ao ano em que as operações foram contratadas.
6. Empresa incorporadora de imóveis residenciais que comercializa seus imóveis através da intermediação de
imobiliárias deve apresentar a Dimob?
Sim. A apresentação da Dimob pela imobiliária, que também é obrigatória, não dispensa a construtora/incorporadora do
cumprimento da obrigação acessória.
7. Empresa cuja atividade é "a administração, a locação ou a cessão de seu patrimônio", está obrigada a
apresentar a Dimob? E se utilizar os serviços de uma imobiliária?
Se a empresa tiver feito operações imobiliárias no ano de referência, sim. Se houver a contratação de outra empresa para
intermediar a locação ou venda, esta também deve apresentar a Dimob.
Sim, conforme determina o inciso III do art. 1º da Instrução Normativa SRF nº 694, de 13 de dezembro de 2006.
9. Imobiliária que efetuou apenas compra e posterior revenda de imóveis e que não efetuou nenhuma
intermediação está obrigada a entregar a Dimob?
Não, desde que tais operações não tenham decorrido de incorporação ou loteamento.
10. Uma empresa cuja receita durante o ano-calendário de referência tenha sido a taxa de administração de um
condomínio deverá entregar a Dimob?
Se a empresa houver sido contratada apenas para administrar questões de limpeza, segurança e demais serviços gerais,
não.
11. Como preencher a Dimob quando o imóvel foi comprado em nome de menor?
Em nome do menor, com o CPF deste, ou na sua ausência, com o CPF do pai ou responsável.
12. Quando um menor usar o CPF do responsável, qual nome deverá constar da Dimob, do menor ou do
responsável?
13. Empresa que, durante o ano-calendário de referência, somente recebeu comissões sobre aluguéis cujos
contratos são de anos anteriores precisa apresentar a Dimob?
Sim.
14. Contratos antigos de aluguel com renovação automática ensejam a apresentação da Dimob?
Sim, conforme previsto no inciso II do art. 2º da Instrução Normativa SRF nº 694, de 13 de dezembro de 2006.
15. Uma pessoa física realizava intermediação de aquisição, alienação ou aluguéis de imóveis até metade do ano-
calendário de referência, quando constituiu imobiliária juntamente com outros sócios. Pergunta-se: Como
apresentar a Dimob?
A Dimob deverá ser apresentada pela pessoa jurídica, somente em relação às operações efetuadas por esta.
16. Imobiliária que recebe comissão pela locação de garagens rotativas e pela locação de garagens para pessoas
físicas que pagam por mês deve apresentar a Dimob?
A Dimob deve ser apresentada em relação às locações formalizadas por contrato com identificação das partes.
17. O que se considera "Rendimento Bruto" pago mensalmente ao proprietário pelo locatário do imóvel?
Rendimento bruto é o valor total pago pelo locatário no mês, sem nenhuma dedução. Na ficha "Locação", o valor do
rendimento deve ser informado no mês em que o locatário efetuar o pagamento à administradora do imóvel, independente
Valor da comissão é o valor pago pelo locador à imobiliária, a título de comissão/taxa pela administração do imóvel,
conforme estabelecido em contrato. Deve ser informada no mês em que a comissão for paga.
18. No caso de pagamento de aluguel após o vencimento, os valores dos acréscimos entram no valor do aluguel?
Existem contratos em que o valor dos acréscimos é repassado aos proprietários e outros em que o valor dos
acréscimos fica com as imobiliárias. No caso em que o valor dos acréscimos fica todo para as imobiliárias, ele é
considerado como comissão?
Sim, o valor dos acréscimos moratórios integrará o rendimento bruto do aluguel, se repassados ao locador. Caso os
acréscimos não sejam repassados ao locador, estes integrarão o valor da comissão (receita) da imobiliária. Neste caso, o
valor correspondente à taxa de administração referente a estes acréscimos não deve ser somado ao valor da comissão
mensal paga pelo locador, na ficha "Locação".
19. As pessoas jurídicas que intermediarem aluguel de imóveis devem declarar os valores totais recebidos dos
locatários ou os valores já descontados os encargos que sejam dedutíveis para os locadores para fins de
apuração do imposto de renda?
No caso de pessoas físicas, devem ser declarados os valores totais recebidos, sem nenhuma dedução. No caso de
pessoas jurídicas, devem ser informados os valores auferidos, ainda que não integralmente recebidos no ano.
20. Numa intermediação de compra e venda, o contrato foi assinado em dezembro, com previsão de pagamento,
tanto do valor do imóvel quanto do valor da comissão, para janeiro do ano seguinte. Quando devo apresentar a
Dimob relativa a esta operação?
No ano da contratação, de acordo com o disposto no inciso I do art. 2º da Instrução Normativa SRF nº 694, de 13 de
dezembro de 2006. O Valor da Venda será o valor total da operação e o Valor da Comissão será o valor auferido, ainda
que não recebido.
21. Uma imobiliária intermedeia a venda de imóveis num loteamento, não recebe qualquer valor como comissão
por ocasião da celebração do negócio. Entretanto passa a receber um percentual dos valores das prestações
pagas pelo comprador a título de administração do loteamento. Estes valores recebidos pela imobiliária são
considerados como comissão?
Não, mas a intermediação das vendas, ainda que não comissionada, deve ser declarada.
22. Como informar as operações imobiliárias quando um dos participantes for estrangeiro?
A pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que possua bens e direitos no Brasil, deve inscrever-se no
CPF ou no CNPJ independentemente da data de aquisição do bem, conforme rezam as Instruções Normativas SRF nº
461, de 18 de outubro de 2004 e nº 568, de 08 de setembro de 2005.
23. Como informar o CPF do locatário quando este foi cancelado pela SRF?
Todas as operações devem ser informadas na Dimob, independentemente da situação cadastral do locatário/locador,
cabendo a este regularizar a sua situação perante a SRF.
24. O que fazer quando o locatário for diplomata ou estrangeiro e só tiver o número do passaporte?
25. O que informar no campo "Data do Contrato" quando a locação já estava em vigor antes do ano-calendário de
referência?
26. Construtoras que apenas trabalham com empreendimentos a preço de custo, regidos pela Lei nº 4591/64
devem apresentar a Dimob, considerando que as unidades não são comercializadas? Nesse empreendimento os
clientes adquirem a cota do terreno e depois são apurados os gastos com construção anualmente.
Construção Civil – Aspectos Contábeis e Tributários 60
Sim, o inciso III do art. 1º da Instrução Normativa SRF nº 694, de 13/12/2006, estabelece que pessoas jurídicas
constituídas para a construção, administração, locação ou alienação do patrimônio próprio, de seus condôminos ou sócios
estão obrigadas a apresentar a Dimob.
27. Contratos de promessa de cessão de imóveis, na planta ou em construção, sujeitos à rescisão a qualquer
tempo, e ainda não registrados em cartório, tendo sido já recebida alguma quantia de poupança dos adquirentes,
devem ser considerados na declaração como unidades negociadas?
Sim, independentemente dos valores já recebidos e de registro em cartório.
28. A devolução de imóvel ou cancelamento da compra pelo cliente feita durante o mesmo exercício precisa ser
informada? E se restarem valores a serem restituídos no exercício seguinte?
A comercialização do imóvel somente deixará de ser informada na Dimob quando a devolução/cancelamento desfizer
integralmente os efeitos econômicos produzidos pelo negócio, ainda que restem valores a serem restituídos no exercício
seguinte.
30. Em caso de devolução/cancelamento, pode haver duas vendas para um mesmo imóvel no ano, como
informar?
Informar ambas quando a devolução/cancelamento não tiver desfeito integralmente os efeitos produzidos no negócio.
Neste caso, informar como Valor Pago a parcela não restituída ao primeiro adquirente.
31. Um apartamento foi vendido pela construtora/incorporadora em determinado ano-calendário; no mesmo ano
os respectivos direitos foram cedidos, a título oneroso, a outra pessoa. Na declaração devem constar as duas
operações?
Sim, são duas operações distintas e ambas devem ser informadas.
32. Deve ser emitida a Dimob no caso em que foram cedidos os direitos e o cessionário fez a quitação, sendo que
a primeira operação entre o incorporador e o cliente inicial já havia sido objeto de Dimob?
Sim, trata-se de uma nova operação; e sendo a cessão de direitos a título oneroso uma forma de aquisição/alienação é
obrigatória a apresentação de Dimob.
33. Como a incorporadora/construtora deverá declarar os imóveis dados em permuta, nos casos em que não
houver torna? E se houver a torna?
Pode haver duas situações:
Situação 1: a construtora/incorporadora recebe, como pagamento por unidade imobiliária comercializada, um ou mais
imóveis, havendo ou não torna. Na Dimob, deverá constar a informação da unidade comercializada, cujo valor será o valor
dos imóveis recebidos, ajustado pela torna, se houver.
Situação 2: a construtora/incorporadora permuta unidades imobiliárias a serem construídas pelo terreno onde será feita a
incorporação. Neste caso, serão informadas na Dimob as unidades imobiliárias permutadas, cujo valor individual a ser
considerado será proporcional ao valor do terreno, ajustado pela torna, se houver.
34. Em que ano deve-se declarar na Dimob uma venda cujo contrato foi assinado no ano-calendário de referência,
mediante pagamento de sinal, e o restante foi pago em janeiro do ano seguinte com recursos obtidos através da
CEF?
Na Dimob referente ao ano-calendário em que foi assinado o contrato, conforme determina o inciso I do art. 2º da
Instrução Normativa SRF nº 694 de 13 de dezembro de 2006. Neste caso, informar em 'valor da operação' o valor total do
imóvel e, em 'valor pago no ano', o valor recebido no ano-calendário.
35. Toda vez que houver alteração referente à venda do imóvel ou o retorno do mesmo para estoque deve ser
entregue uma declaração retificadora?
Não. A Dimob retificadora somente será apresentada se houver incorreção ou omissão de informações em relação à
situação em 31 de dezembro do ano a que se refira a declaração original.
36. As "vendas efetuadas" se concretizam na data de assinatura do contrato de compra e venda com a construtora
ou na data do registro de imóveis?
Na data de assinatura do contrato de compra e venda com a construtora.
43. Qual é o prazo e forma de entrega da Dimob nos casos de extinção, fusão, incorporação e cisão total da
pessoa jurídica?
Nos casos de ocorrência de extinção, fusão, incorporação e cisão total, a declaração de Situação Especial deve ser
apresentada até o último dia útil do mês subseqüente à ocorrência do evento, utilizando-se a última versão do programa
Receitanet disponível, no endereço www.receita.fazenda.gov.br.
As pessoas jurídicas que desenvolvem as atividades abaixo elencadas deverão cadastrar-se e manter seu
cadastro atualizado no COAF.
- Construtoras
- Incorporadoras
- Imobiliárias
- Loteadoras
- Leiloeiras de imóveis;
- Administradora de bens imóveis; e
- Cooperativas habitacionais.
Operações obrigadas
As pessoas jurídicas deverão efetuar a comunicação ao COAF no prazo de 24 horas das transações imobiliárias
cujo pagamento ou recebimento seja igual ou superior a R$ 100.000,00, inclusive efetuado por terceiro interveniente.
Deverão comunicar também as operações suspeitas de crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e
valores previstos na Lei nº 9.613/1998.
Envio de informações sem ocorrência de transações
Caso não ocorram tais transações durante o semestre civil, as pessoas jurídicas deverão informar ao COAF sua
inocorrência. O prazo é de até 30 dias após o fim do semestre.
Meio de envio das informações
As informações ao COAF deverão ser encaminhadas por meio de formulário eletrônico disponível na página
www.fazenda.gov.br/coaf.
Construção Civil – Aspectos Contábeis e Tributários 62
Obrigações de manter os registros
As pessoas jurídicas deverão manter registros minuciosos (elencados na Resolução) em documentação e relatórios
internos dos dados de seus clientes e de todos os intervenientes de operações imobiliárias, inclusive dos cônjuges de
compradores e vendedores. Deverão manter também o registro detalhado de todas as operações de valor igual ou
superior a R$ 100.000,00.
As informações fornecidas ao COAF serão consideradas confidenciais na forma da Lei 8.159/1991.
Os cadastros e registros deverão ser conservados pelo prazo mínimo de 5 anos a partir da efetivação da transação.
Penalidades
As pessoas jurídicas, ou seus administradores, que não cumprirem com o estabelecido na Resolução estarão
incursos nas sanções previstas no artigo 12 da Lei nº 9.613/1998 (advertência; multa pecuniária variável, de um por cento
até o dobro do valor da operação, ou até duzentos por cento do lucro obtido ou que presumivelmente seria obtido pela
realização da operação, ou, ainda, multa de até R$ 200.000,00; inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o
exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas; cassação da autorização para operação ou funcionamento).
A Resolução produzirá efeitos a partir de 23/11/2006 (trinta dias após a publicação).
A íntegra da Resolução nº 14 do COAF poderá ser obtida na página eletrônica (www.fazenda.gov.br/coaf), no item
legislação e normas.