A incoerência é um dos vírus mais evidentes que mina actualmente toda a vivência

cristã, a nível individual e eclesial.

Muitos são aqueles que nos nossos dias exemplificam plenamente no seu viver
quotidiano aquele tipo de “crente” que tem aparência de piedade, mas nega na prática a
eficácia dessa mesma piedade (II Tim. 3:5).
Quem possui de facto o Espírito Santo, nasceu de novo, é uma nova criatura em Cristo e
isso terá forçosamente de ser visível na sua linguagem, nas suas atitudes, no seu
comportamento social e em toda as áreas da sua vida… Contudo o que vemos é crentes
que afirmam a sua fé em Jesus Cristo, reconhecendo na Bíblia a Palavra inspirada de
Deus, e no entanto vivem de um modo contrário aos ensinos da Escritura, não sendo
visível qualquer vestígio de santificação nas suas vidas. Há muita leviandade no modo
como falam das coisas de Deus, muita conformação com o mundo e seus prazeres
carnais, não há separação daquilo que não é de Deus, não há mudança na mente e no
coração.
Também ao nível das igrejas predomina a incoerência. Algumas igrejas ainda estão
dispostas a lutar pelo fé uma vez dada aos santos, e a defender a sã doutrina em
conformidade com os ensinos bíblicos, infelizmente porém, a fim de não perderem jovens,
aderiram já à revolução formal que está em curso no que toca ao louvor e à adoração nos
cultos públicos. Como se fosse possível um pregador no púlpito ser profundo na
mensagem bíblica, exaustivo e fiel na exegese da Escritura, e ter ouvintes atentos,
quando tal mensagem é exposta num ambiente frívolo, superficial e mundano que é
suscitado infalivelmente pelas novas formas de adoração e de louvor inspiradas por
instrumentos de percussão, por palmas estridentes e danças carnais, a que se juntam por
vezes cumprimentos de saudação e abraços públicos no meio do “culto”...Perdeu-se a
noção do sagrado e as mentes são totalmente profanas, o que também é no Novo
Testamento um sinal característico dos últimos tempos.
É fundamental que os crentes individualmente e as igreja colectivamente sejam coerentes
em todas as áreas da vida e do culto tributado a Deus. Não podemos querer seriedade e
verdade na mensagem bíblica, quando todo o restante culto de louvor é superficial,
leviano e mundano. Não podemos no nosso viver seguir apenas nalgumas áreas os
ensinos bíblicos e noutras já não…
 
Pastor Celestino T. Oliveira