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Gota d’água uma tragédia de Chico Buarque

HOLANDA, Francisco Buarque de Gota d’água. Vila Velha-ES: 2010.

Baseando-se na tragédia grega Medéia, de Eurípedes, o escritor, compositor e


dramaturgo Francisco Buarque de Holanda descreve a história que se passa
em uma vila carioca em plena década de 70 e conta a vida sofrida e amarga de
Joana, abandonada com suas duas filhas por Jasão, um compositor que
desponta para o sucesso com o samba gota d’água. O cenário retrata a
realidade da periferia expondo a lavanderia comunitária composta de um único
tanque, o bar onde homens se encontravam e enfatizava a posição social do
comerciante Creonte colocando sua casa no ponto mais alto do cenário.

Dentro da rotina dos moradores de uma vila, o assunto principal é a separação


de Joana e Jasão. Jasão abandona Joana para se casar com Alma filha de
Creonte um comerciante de alto poder aquisitivo, com interesse em mudar de
vida e fazer sucesso como compositor.

Consciente de que a separação dos protagonistas serve como pano-de-fundo


para o conflito social existente entre os moradores pobres e o comerciante rico,
o autor enfatiza o desespero de Joana a se ver abandonada e com a
possibilidade de ser expulsa de sua casa com suas duas filhas.

Prosseguindo, sem suportar o abandono, e para vingar-se, Joana mata as duas


filhas e suicida-se. Na cena final, Jasão encontra os corpos no chão da vila e
se entristece.

Ultrapassando a simples análise da peça Gota D’água há uma crítica ao


capitalismo que mostra a realidade da baixa classe social brasileira onde
Creonte, cobrava juros abusivos dos moradores caracterizando assim o
capitalismo. A sociedade atual tem como objetivo principal a obtenção de
lucros que faz com que as pessoas não pensem no bem estar do próximo.
Inegavelmente instigante, a peça Gota D’água numa linguagem clara e precisa,
nos leva a refletir sobre a pobreza e precária distribuição de renda, provocadas
pelo capitalismo, sem condições de melhoria. Tais assuntos tornam o
espetáculo recomendável para governantes políticos, com o intuito de se
conscientizarem das situações dos menos favorecidos, como também para
todos os cidadãos que passam pela mesma realidade citada na peça.

Por: Caroline Calmon, Luciene Gozzer e Mychelle Reis

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