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INTRODUÇÃO

A gestão da aquisição assume papel verdadeiramente estratégico nos


negócios de hoje em face do volume de recursos, principalmente financeiros, quebra-se
então uma visão preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um
centro de despesas e não um centro de lucros.
A função é muito mais ampla e, se realizada com eficiência, envolve todos
os departamentos da empresa. Obter o material certo, nas quantidades certas, com a
entrega correta (tempo e lugar), da fonte correta e no preço certo são todas as funções de
compras.
Os gastos nas compras de insumos para a produção do produto ou serviço
final, variam entre 50 e 80% do total das receitas brutas. É fácil perceber que mesmo
pequenos ganhos decorrentes de melhor produtividade na função têm grande
repercussão no lucro. Por isso, e por outros fatores como a reestruturação pela qual
passaram e passam as empresas, evolução tecnológica e novos relacionamentos com os
fornecedores, crescem cada vez mais a importância das pessoas que trabalham nesta
área – também conhecida por vários nomes como suprimentos, compras ou aquisição –
estarem muito bem informadas e atualizadas, terem habilidades interpessoais e
dinamismo.
O departamento de compras tem a responsabilidade principal de localizar
fontes adequadas de suprimentos e de negociar preços. O insumo vindo de outros
departamentos é necessário para a busca e a avaliação das fontes de suprimento,
auxiliando também o departamento de compras na negociação dos preços. Comprar,
nesse sentido amplo, é responsabilidade de todos.
Vislumbrando esta apresentação, faz-se necessário verificar se dentro dos
departamentos de compra ou aquisição, esta em conformidade ao exposto, aja vista que
estando este departamento intimamente ligado a outros de vital importância das
empresas, corresponde às necessidades e expectativas a que se destina.
Ademais, a visão do profissional (ou profissionais), encarregado em
direcionar este setor com objetividade em relação ao crescimento lucro e redução do
custo, estando o mesmo devidamente capacitado para exercer tal função, bem como das
ferramentas utilizadas para controle e fluxo da informação.
Esta pesquisa está direcionada ao ambiente relacional do departamento de
compras de empresas ligadas à agroindústria na cidade de Sinop-MT, e todo seu
processo de input e output de insumos e produtos acabados pertinentes ao ciclo
produtivo da indústria.
Pressupõe-se que em todo o ciclo operacional produtivo, que é abastecido
pelos gestores da pasta compras, não atuem em 100% da atividade em que esta pré-
destinado, levando-se em conta o tamanho e capacidade instalada da empresa, esta
forma de trabalho pode prejudicar em alguma parte do setor produtivo, como falta de
matéria-prima, produto acabado (embalagens, fitas datadoras, filme técnico, etc.).
Desta forma, com os objetivos pré-definidos como: verificar a forma e tipo
de coordenação do fluxo contínuo de suprimentos para operacionalidade da empresa,
tipos de compra de materiais e insumos, formas de negociação com fornecedores, forma
de estocagem, servirão como base para apresentação de conteúdo teórico e estudo de
caso a que se propõe esta pesquisa.

1 COMPRAS
Segundo Arnold (1999, p. 209) “essa função é responsável pelo
estabelecimento do fluxo dos materiais na firma, pelo segmento junto ao fornecedor, e
pela agilização da entrega.”.
A função compras é vista hoje como uma parte do processo de logística das
empresas, ou seja, parte integrante da cadeia de suprimentos (suplly chain).
Sua influência é de caráter direto nos processos produtivos em uma empresa,
os prazos devem ser cumpridos de maneira rígida tanto na entrada como na saída de
insumos, pois poderão gerar sérios problemas dentro do ciclo, em especial nos
departamentos de produção e vendas.
Esta função pode ser dividida em quatro categorias:
• Obter mercadorias e serviços na quantidade e com qualidade
necessárias.
• Obter mercadorias e serviços ao menos custo.
• Garantir o melhor serviço possível e pronta entrega por parte do
fornecedor
• Desenvolver e manter boas relações com fornecedores.
Para alcançar tais objetivos, devem ser desempenhadas certas funções
básicas:
• Tempo e lugar (especificações de compra).
• Fonte certa (fornecedores).
• Negociar condições de compra.
• Administrar pedido de compra.
Diante ao exposto, tais argumentos servirão para dar continuidade ao ciclo
produtivo, tendo em vista que dentro desta pasta, os critérios adotados deverão ser de
suma importância para a administração em si na busca de aumento de lucros dentro
menor custo possível.

1.1 O CICLO DE COMPRAS

São todas as partes que se fazem necessárias para dar andamento ao processo
de aquisição de materiais, sejam eles para compras de recursos materiais, quanto
recursos patrimoniais.
Este ciclo pode ser melhor observado conforme o diagrama abaixo:
Aprovar Receber e
fatura para analisar
pagamento de requisições
forcenedor de compra

Receber e
Selecionar
aceitar
fornecedores
mercadorias

Acompanhar Determinar
e garantir
o preço
cumprimento
dos prazos correto

Emitir
pedidos de
compra

2 ESPECIFICAÇÕES DA COMPRA

Muitas dúvidas pairam na hora de efetuar uma compra, embora pareça, não é
uma tarefa muito fácil. A decisão de comprar deve ser considerada de que forma o
produto será utilizado, com que freqüência e quanto estará disposto a pagar.
Na compra de um item ou serviço de um fornecedor, vários fatores estão
incluídos, devem ser considerados quando as especificações estão sendo desenvolvidas,
podem ser divididos em três categorias:
• Exigências de quantidade.
• Exigências de preço.
• Exigências funcionais.
2.1 EXIGÊNCIAS DE QUANTIDADE

A demanda de mercado é quem vai determinar a quantidade necessária a ser


adquirida, sendo que influenciará o modo como o produto será utilizado. A quantidade
adquirida terá influência direta no custo da produção do bem, se em pequena escala
ocorrerá um preço mínimo, se em grande escala, deverá ser projetado para tirar proveito
das economias de escala, satisfazendo assim às necessidades funcionais a um preço
melhor.

2.2 EXIGÊNCIAS DE PREÇO

Representa o valor econômico em que o comprador atribui ao item, quanto


se está disposto a pagar, o qual tem relevância com a demanda de mercado. Na situação
de um item ser vendido a um preço baixo, o fabricante não esta disposto a pagar um
preço muito pelo item.
Segundo Arnold (1999, p 212) “O valor econômico atribuído ao item deve
relacionar-se com a utilização do item e com seu preço antecipado de venda.”

2.3 EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS

Relacionam-se com a forma final utilizada do item e seu desempenho


esperado, é a exigência mais importante, pois governa todas as categorias. Embora
sejam mais difíceis de serem definidas, seu sucesso depende da forma em que satisfazer
a necessidade real do item, sendo esta necessidade tendo seus aspectos estéticos e
práticos (como serão utilizados, ocasiões em que será utilizado, cor, estilo, etc.).

2.3.1 Funcionabilidade e qualidade

As características funcionais de um item estão intimamente ligadas a


qualidade do produto, a qual gira em torno da satisfação das necessidades do usuário.
Para alcançar a tão almeja qualidade, o planejamento é o principal
fundamento para se obter os resultados esperados, para isto utiliza-se o projeto do
produto, a forma de produção e a utilização do produto. Estudos mercadológicos
contribuem para delimitar, o desempenho, a aparência, o preço e o volume de vendas
esperado.
A funcionabilidade do produto esta ligada ao desempenho do produto junto
ao consumidor final, o qual ditará o tipo de qualidade.

3 SELEÇÃO DE FORNECEDORES

A busca para produzir um produto de melhor qualidade e que esteja apto a


concorrer no mercado, faz-se necessário ter bons fornecedores, que atendam a
necessidade da empresa seja em qualidade da matéria oferecida, bem como prazo de
entrega satisfatório e preço acessível.
O departamento de compras tem a função primordial de aferir junto ao
mercado de fornecimento de materiais, quais são as melhores opções, para tal, são
utilizados critérios que exerçam reflexo direto na produção (baixo custo e qualidade).
Assim, o responsável, ou responsáveis, pela pasta compra, podem utilizar de fontes que
melhor se adaptam ao produto que se deseja produzir.
Tais fontes podem ser chamadas de: única, múltipla e simples.
1. Fonte única - fornecedor que atenda de forma exclusiva devido ao
tipo de produto patenteado, especificações técnicas, matéria-prima,
localização.
2. Fonte múltipla – são utilizados mais de um fornecedor, este tipo de
fonte oferece concorrência que ocasionam preços mais acessíveis ou
melhores serviços.
3. Fonte simples – esta é uma decisão mais elaborada, sendo planejada
pela organização com o intuito de selecionar um fornecedor para um
item quanto existem vários fornecedores, ou seja, visa a criação de
uma parceria à longo prazo.

3.1 ESCOLHA DE FORNECEDORES


Levando em consideração de que o departamento de compras busca em sua
função preço e qualidade junto aos seus fornecedores, os mesmo devem atender a
especificações técnicas que dêem suporte ao que a empresa almeja para confeccionar
seus produtos.
Quando da realização de uma possível compra, deve se levar em
consideração se o seu fornecedor tem uma estrutura adequada para atender a solicitação,
para isto a habilidade técnica para produzir ou fornecer a matéria-prima ou item deve
ser questionada.
A capacidade de produção e confiabilidade com relação aos produtos que
sejam necessários deve ser cuidadosamente vistos pelo comprador, pois a produção do
fornecedor deve satisfazer as especificações do produto, com baixo índice de defeitos e
com controle de qualidade e quantidade exigidas, sendo assim desta forma cria-se um
vínculo de confiabilidade, cita-se ainda a escolha quando se escolhe um fornecedor, o
mesmo deve ser reputado e sólido monetariamente, isto para que o fornecimento seja
devidamente garantido dentro dos prazos firmados.
Outras características que devem ser lavadas em consideração são os
serviços pôs-venda (sistema de suporte), a localização do fornecedor (preferencialmente
próximo do comprador), sempre levar em consideração a redução de tempo de entrega a
fim de evitar falta de matéria-prima ou itens.
Podemos citar um exemplo que reflete todas as especificações que foram
citadas para este grande e complexo sistema, que seriam as grandes montadoras de
veículos automotores, seus fornecedores em sua grande maioria circundam ou estão a
uma distância relativamente pequena da área de produção.

3.2 IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DO(S) FORNECEDOR (ES)

Inicialmente para efetuar a seleção de seus fornecedores, o departamento de


compras deve identificar através de catálogos, revistas especializadas, lista telefônica
especializada ou até mesmo de informação obtida junto ao pessoal de vendas, quais
fornecedores se enquadram no perfil do produto a ser produzido. Para tal recomenda-se
a utilização de um método de classificação e exclusão de possíveis fornecedores.
Nesta ferramenta de classificação, são atribuídos pontos de peso para cada
característica que devam fazer parte do controle de compras, conforme a tabela abaixo.
Fator Peso Pontuação de Classificação de
Fornecedor fornecedor
Fornecedores A B C D A B C D
Função 10 8 10 6 6 80 10 60 60
0
Custo 8 3 5 9 10 24 40 72 80
Serviço 8 9 4 5 7 72 32 40 56
Assistência Técnica 5 7 9 4 2 35 45 20 10
Termos de Crédito 2 4 3 6 8 8 6 12 16
Total (classificação dos fornecedores) 21 22 20 222
9 3 4
Fonte: Administração de Materiais, J.R. Tony Arnold – ed. Atlas 1999 p. 221

O método de classificação é uma tentativa de quantificar coisas que não


podem ser quantificadas naturalmente. Ele procura aplicar valores com base
em julgamento subjetivo. Ele não é um método perfeito, mas leva a empresa
compradora a considerar a importância de vários fatores. (ARNOLD et al,
1999, p.221)

Diante do exposto, a identificação e seleção de fornecedores, devem ser


apreciadas de forma a ficar o mais próximo possível de um grau de confiabilidade, onde
possa satisfazer a necessidade da empresa, para tal, os métodos acima descritos, são
apenas uma pequena parcela, de como deve se proceder nesta seleção, outros métodos
desenvolvidos pela empresa ou adaptados a ela poderão ser usados, desde que sejam
confiáveis.

4 DEFINIR E PREVER ESTOQUES

Para a correta definição dos estoques, considere esses dois fatores: quanto
menor o estoque menor a necessidade de capital imobilizado e nunca deve faltar
produto para venda. Ou seja, se a empresa buscar o menor estoque, corre o risco de
perder uma venda por falta de produto, além disso, produtos diferentes possuem giros
diferentes e sazonalidades ocorrem em vários negócios.
Para equilibrar esse dois aspectos, um dos caminhos é a utilização intensa da
informação. A partir de históricos de vendas (giro de mercadorias), por produto, por
época do ano, etc, é possível ter uma aproximação dos estoques mínimos necessários
para atender as demandas.
Outro fator importante é o prazo de entrega dos fornecedores, quanto
menores eles forem, menores também podem ser os estoques.
Apesar de todo esforço, ainda não existe solução para grandes oscilações de
demanda, como as causadas por ondas de calor ou frio inesperadas, por exemplo.
4.1 CONTROLE DE COMPRAS E ESTOQUE

O gerenciamento das informações é o instrumento eficiente e eficaz que


fundamenta o processo decisivo da empresa. Sem controles e, consequentemente, sem
informações gerenciais, torna-se impraticável decidir acertadamente e, no tempo
necessário. A administração de estoques tem o objetivo de permitir que a empresa
consiga produzir e comercializar seus produtos de forma eficiente e com a menor
utilização do capital de giro.
O planejamento de estoques é uma atividade de importância fundamental e
deverá ser integrado tanto com produção como também com as vendas, de modo a
otimizar os volumes os das compras. Para tal devem ser seguidos alguns requisitos
imprescindíveis para esta atividade:
• Mantenha constantemente atualizado o custo de cada produto;
• Determine o período de compra e o tamanho de lote de cada produto
para cada fornecedor. Isto irá otimizar o planejamento dos estoques
e, consequentemente, as compras;
• Estabeleça políticas de cobertura (estoque de segurança, mínimo e
máximo) para cada produto, dependendo do fator mais crítico para
cada item;
• Mantenha os controles para reduzir estoques ultrapassados/arcaicos;
• Efetue o planejamento constante das necessidades de estoques
baseadas em previsões de vendas. A integração dos estoques com as
finanças permite uma melhor gestão do fluxo de caixa;
• Mantenha controle permanente sobre a disponibilidade do estoque
para suprir as faltas rapidamente;
• Determine o custo de falta de cada produto e compare com o seu
custo de estocagem;
• Fique alerta para evitar estoques dormentes;
• Mantenha controle rigoroso do estoque físico com os lançamentos
diários;
• Realize inventários físicos periódicos para conferi-lo com os dados
do controle de estoques;
• Mantenha os estoques em local estratégico;
• Mantenha os itens fisicamente ordenados em prateleiras e
devidamente classificados e identificados por etiquetas;
• Evite almoxarifados abertos;
• Mantenha separação física entre a recepção e o almoxarifado;
• Estabeleça uma codificação dos materiais para maior facilidade de
consulta;
• Mantenha sistemas de informações integrados para acesso e consulta
imediata da quantidade disponível de cada material em estoque.
Fonte: SEBRAE/SP www.sebraesp.com.br
Para a maioria das empresas comerciais e industriais, os estoques
representam um dos ativos mais expressivos. Portanto, devem ser mantidos em bom
estado, protegidos da ação do tempo, bem como de ameaças menos naturais (furtos ou
incêndios). Devem ser conservados em boa ordem, para que sejam facilmente
localizados e mobilizados no momento de sua venda ou utilização.

5 METODOLOGIA

Para o respectivo trabalhou, procurou-se fazer uma pesquisa bibliográfica,


com a intenção de melhor fundamentar o objetivo desta, confrontando com as idéias de
renomados autores, a fim de justificar a idéia proposta.

Qualquer espécie de pesquisa, em qualquer área, supõe e exige pesquisa


bibliográfica prévia, quer à maneira de atividade exploratória, quer para o
estabelecimento do status quaestionis, quer para justificar os objetivos e
contribuições da própria pesquisa. (RUIZ,João Álvaro et al, 2002, p. 57)

Desta forma, procura-se melhor vislumbrar dentro da literatura aplicada,


qual o comportamento das empresas, especificamente no setor de compras, quais os
métodos utilizados para proporcionar melhor gestão da pasta, para tal, houve uma
necessidade de ser efetuada uma pesquisa qualitativa com cunho exploratório, pois
busca investigar e aumentar a experiência em torno da hipótese levantada.
Para este apanhado de informações, o método utilizado foi o estudo de caso,
considerado ideal para explicar certos problemas. O instrumento de pesquisa foi a coleta
de dados através de entrevista.
O universo deste estudo compreendeu duas pessoas ligadas aos
departamentos de compras de duas empresas ligadas a industrialização e processamento
de alimentos, situadas na cidade de Sinop-MT, sendo estas população mensurada por
um Gerente de Compras e um Gerente Administrativo.
As entrevistas foram agendadas e aconteceram nos dias 10 e 13 de outubro
de 2006, mas devido a contratempos em virtude de horários, não houve a possibilidade
de ser efetuado um questionamento ou uma coleta de dados mais profunda sobre o
assunto proposto, ficando a entrevista limitada a uma questão mais informal ou apenas
um bate-papo.

6 ESTUDO DE CASO

Em data de 10 de outubro de 2006, na cidade de Sinop-MT, foi efetuada uma


pseudo-entrevista em uma empresa local, ligada ao ramo de industrialização e
processamento de alimentos, mais especificamente na área de grãos oriundos da região.
O objeto pesquisado foram os comportamentos e procedimentos utilizados para gerir o
Departamento de Compras da aludida empresa, para sanar tais questões relevantes, o
gerente de compras desta unidade foi selecionado para prestar informações sobre o
funcionamento do departamento.
Inicialmente foi questionada sua qualificação e experiência dentro do
contexto abordado, sendo informado que já atuara neste tipo de função há 22 anos, e
dentro desta empresa a 5 anos, tendo como experiência a prática e aprimoramentos
através de cursos administrativos fornecidos pelas empresa onde já atuou.
Outra questão levantada foi à forma de seleção e interação junto aos
fornecedores, e de que maneira são projetadas as compras, sejam elas de matéria-prima
em casca in natura ou de componentes para o produto final.
Para tal situação, afirmou que como se trata de uma empresa ligada ao ramo
de alimentos, os fornecedores são os produtores rurais de grãos. A seleção dos mesmos
depende do acompanhamento na lavoura, desde o início do plantio da cultivar, preparo
do solo, forma de plantio, aplicação de herbicidas e defensivos, tipos de sementes, etc.,
através destes dados existe como prever o tipo de produção e produto de cada
fornecedor. Conforme o tipo de produto existe uma pré-qualificação dos fornecedores,
se estiverem acima dos percentuais estipulados, estes são de imediato comprados pela
empresa, pois são produtos de melhor qualidade, se estiverem abaixo do estabelecido,
este produto não é descartado de compra, mas a transação poderá ser feita quando os
estoques da empresa estiverem baixos, sendo o mesmo enviado para armazenagem e
posterior negociação de compra.
Todos os produtores são devidamente cadastrados em um banco de dados, e
neste sistema são lançadas todas as especificações técnicas, em resumo seria um
histórico de produção de safras anteriores de cada produtor, contendo classificação de
produto, tamanho da área de plantio, produção, etc., e são através destes dados que são
previamente selecionados os fornecedores onde se deve atuar.
Com relação a compra de outros insumos, produtos componentes ou
produtos de manutenção, como o complexo industrial é apenas uma filial ou unidade
produtiva, as demais compras ligadas ao setor produtivo são direcionadas pela matriz da
empresa, ou seja, cada setor da filial especifica a necessidade de materiais (com exceção
da matéria-prima in natura) e a matriz providência a compra dos mesmos, desta forma
compram-se grandes quantidades de materiais para suprir as necessidades das filiais,
havendo portanto, uma barganha na redução de preços devido ao alto volume de
compras centralizadas na matriz.
Questionado que foi sobre como são estocados os produtos, toda a parte de
matéria-prima que a empresa compra, é colocada em silos que abastecem a produção
conforme a necessidade de se produzir determinado produto, os demais materiais como
film técnico, fitas, reembalagens, que são produtos que fazem parte do chão de fábrica
são colocas em gaiolas próximas das máquinas de empacotamento, os demais materiais
de escritório e manutenção tem locais próprios bem próximos dos seus respectivos
setores. Com relação ao produto in natura que a empresa de imediato não tem intenção
de comprar é todo armazenado em armazéns de fundo semi-“V”.
Relacionando a questão de preço de produto com a compra do mesmo, os
referencias que ditam os preços são os próprios mercados, sendo que conforme a
qualidade do produto este valor pode diminuir ou aumentar.
Concluída que foi esta entrevista houve-se ainda a necessidade de ser
entrevistado alguém que exerce a mesma função ou semelhando em uma outra empresa
que atuasse no mesmo segmento da primeira.
No dia 13 de outubro de 2006, foi realizada junto ao Gerente Administrativo
de uma empresa de industrialização e processamento de grãos uma pseudo-entrevista
nos moldes da realizada no dia 10 em outra empresa, devido a questão de horários.
Seguindo o mesmo roteiro de perguntas formuladas, inicialmente foi
questionada sua qualificação e experiência dentro do contexto abordado, o qual foi
categórico em afirmar que no início de suas operações na empresa a 4 anos passados,
apenas tinha experiência administrativa financeira e na área de cobranças, sendo que foi
imposto pela empresa que além das área citadas, haveria de assumir juntamente com um
comprador que posteriormente seria contratado toda a pasta de compras, na função
comprador júnior e na gerência de materiais, portanto, sua experiência de início era
nula, mas que foi se aperfeiçoando através de cursos oferecidos por instituições que
prestavam serviços de assessoramento.
Levantou-se a questão da forma de seleção e interação junto aos
fornecedores, e de que maneira são projetadas as compras, sejam elas de matéria-prima
em casca in natura ou de componentes para o produto final.
Existe um primeiro contato entre o Departamento de Compras com os
fornecedores, no caso de matéria-prima in natura, este contato é feito pessoalmente pelo
comprador principal junto aos armazéns e diretamente com o produtor, o qual recolhe
dados pertinentes a produção de grãos, estes produtores ou armazéns são cadastrados no
sistema de gerenciamento e conforme a necessidade de produção da empresa (pedidos
provenientes de vendas) procura-se no sistema o produtor que tem a quantidade com
qualidade ideal para ser produzido o que se requer, isto devido a empresa trabalhar com
um estoque mínimo de matéria-prima in natura.
Com relação aos demais materiais, são todos comprados por lotes mensais, a
fim de atender as expectativas e metas pré-definidas pela alta gerência da empresa. Foi
explicado ainda que o layout adotado para estocagem de todo material inerente a
produção, no caso do produto in natura é destinado a silos de armazenagem de pequena
capacidade e silos pulmões, os materiais ou produtos componentes para elaboração do
produto final, são colocados em gaiolas que estejam próximas das máquinas de
empacotamento, e não há estoque de produtos para manutenção, pois este serviço é
terceirizado.
Com relação oferta para compra de produtos, são efetuadas pesquisas de
preços em busca do melhor produto com melhor preço possível, com exceção da
meteria-prima, sendo que estes preços são regidos pelo mercado, variando conforme a
qualidade do produto.
Foi levantada a questão de que forma influencia estar alocado em três
funções distintas dentro da mesma empresa, e quais as intempéries que normalmente
ocorrem em virtude desta disfunção administrativa.
Sendo objetivo em sua resposta, o gerente foi categórico em dizer que em
determinados períodos onde há uma evolução nas vendas, os departamentos
administrativo-financeiro e de compras tornam-se num verdadeiro caos, pois não há
tempo hábil para conciliar tais funções, houve em virtude desta falta de setor
correspondente a função em muitas ocasiões o cancelamento de pedidos por clientes
devido a demora em enviar produtos pro falta de matéria-prima, falta de contato com os
fornecedores de materiais o que gera um grande transtorno, pois não se consegue fazer
uma pesquisa de preços adequada, além de se perder a compra de lotes de produtos in
natura de ótima qualidade.

7 ANÁLISE E CONCLUSÃO

Nesta seqüência lógica, os dados coletados nas entrevistas são devidamente


filtrados, com a finalidade de serem comparadas as respostas objetivando comprovar a
hipótese levantada, bem como se os recursos descritos pelos teóricos são devidamente
empregados.
Segundo GOLDENBERG (2003, p. 94), “deve-se analisar
comparativamente as diferentes respostas, as idéias novas que aparecem, o que confirma
e o que rejeita as hipóteses iniciais, o que estes dados levam a pensar de maneira mais
ampla.”
Conforme a problemática abordada, onde se procurou verificar quais as
influências exercidas no Departamento de Compras, bem como de forma direta nos
estoques de uma empresa, a disparidade entre um agente controlador única e
exclusivamente preparado para gerir tal pasta em função da disparidade entre
comparativos de um agente que exerce mais de uma função em departamentos
diferentes.
Para tal, a pesquisa voltou-se para uma bibliografia, onde teóricos
renomados demonstram quais as verdadeiras funções de um gestor de compras, bem
como a formas em que se devem analisar o estoque e os produtos a serem adquiridos.
Outra vertente que foi utilizada para realmente comprovar a teoria aplicada, foi uma
pesquisa qualitativa através de uma pseuda-entrevista exploratória, onde foram alvos a
fim de recolher dados comparativos, duas empresas da cidade de Sinop-MT, que atuam
no mesmo ramo de industrialização de produtos alimentícios.
Diante do exposto no estudo de caso verifica-se que em comparação com a
primeira empresa pesquisada, pode-se vislumbrar de uma forma consistente o
relacionamento do Departamento de Compras com seus fornecedores, haja vista que a
funcionabilidade deste é mais consistente, onde se tem simplesmente a preocupação de
melhor gerenciar compras e estoques, o qual não se atente a outras funções, o que vale
salientar que apenas exerce a função de comprar e gerir estoques.
Na segunda empresa pesquisada, verifica-se que a sobrecarga de funções em
único agente controlador coloca em xeque toda a funcionabilidade do setor produtivo, e
até mesmo afetando de forma direta outros departamentos de vital importância para
empresa. Pode-se ainda, dentro de uma análise mais profunda, que a forma como é
gerida a empresa como um todo representa de forma clara e expressiva a dificuldade em
melhor se relacionar com outros setores que atendem de forma direta a aludida empresa,
criando-se uma situação de desconforto tanto com fornecedores, como dentro da própria
empresa e principalmente junto aos clientes que se servem dos produtos que esta
disponibiliza no mercado.
Enfim, conclui-se que a melhor disposição de funções dentro de um sistema
produtivo industrial ou até mesmo, em alguns casos no próprio comércio, é de vital
importância para que a empresa se sobressaia no mercado em que deve atuar, o qual
propiciará uma melhor vantagem competitiva acarretando lucros reais, que é a principal
meta de qualquer segmento econômico-industrial.

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