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Atividades Acadêmico – Científico – Culturais

Curso: Licenciatura em História Tutor (a): Maria Margarete


Tipo de atividade: Palestra
Aluno (a): Diaulas Dos Santos Navarro RA:1047304
Data de entrega: 04/09/2010 Aprovado: sim ( ) não ( )
Total de horas: Data de aprovação:

CIEE – CENTRO DE INTEGRAÇÃO EMPRESA-ESCOLA


19/08/ 2010 ás 09:00 horas no Espaço Sociocultural – carga horária 02:30 minutos
7º CURSO DE HISTÓRIA DE SÃO PAULO – AULA 1

Tema – Os Judeus em São Paulo, um mosaico de nacionalidades

Docente – Maria Luiza Tucci Carneiro


Esta palestra sobre a imigração judaica foi aberta pelo Dr. Rui Martins – Diretor do Ciee, já
que o Presidente Dr. Luiz Gonzaga Bertelli se encontrava enfermo e em recuperação.
O Dr. Rui Martins narrou resumidamente o inicio do Ciee que como não podia deixar de
ser, iniciou em São Paulo sob a iniciativa de alguns empresários e hoje se encontra em todo
o Brasil. Formado há 46 anos o CIEE já encaminhou para estagio oito milhões de
estudantes.
A Dra Maria Luiza iniciou a palestra falando da imigração judaica na época colonial ,
quando aqui chegaram os primeiros imigrantes travestidos de cristão novos para escapar da
Inquisição.
Já a segunda imigração ocorreu com a vinda da Família Real ao Brasil. A vinda da Família
Real ao Brasil, em 1808, em decorrência da iminente invasão do exército de Napoleão
Bonaparte, marca o início de um período frutífero para a vida judaica. A Abertura dos
Portos e o Tratado de Amizade e Paz entre Portugal e a Inglaterra, de 1810, que permitia o
estabelecimento de não-católicos no Brasil, propiciaram o ambiente favorável para a vinda
dos primeiros imigrantes judeus com destino ao Rio de Janeiro. Teve início no século XIX
a imigração de judeus marroquinos que se acentua como processo imigratório a partir de
meados do mesmo século com o desenvolvimento da indústria extrativa na região da
Amazônia. As revoltas em diferentes países europeus, por volta de 1848, com restrições às
liberdades pessoais, impulsionaram muitos judeus em direção aos países do Novo Mundo,
em busca de refúgio e oportunidades.
Segundo Maria Luiza, os judeus que imigraram para o Brasil têm duas origens.
Os judeus que vieram da Europa Oriental, de países como a Polônia e a Rússia, são
chamados de judeus asquenazis. Falavam a língua ídiche. Uma parte vivia em pequenas
aldeias, chamadas de "shtetlach". Outros já viviam em cidades maiores e gozavam de
melhores condições de vida.
Os judeus que vieram de paises como Egito, Síria e Líbano e, também, Turquia são
chamados de sefaradis. Esse grupo era formado pelos judeus que já viviam nos países do
Oriente há muitos séculos, e também pelos judeus oriundos da Espanha e de Portugal que,
no final do século XV, encontraram acolhida nos países e regiões de maioria islâmica do
Império Otomano.
Essas comunidades, muito diferentes entre si, seja pela língua e pela cultura, como também
pelo passado histórico diverso, organizaram-se em grupos com identidades próprias.
Criaram sinagogas, clubes e grupos de acolhimento aos imigrantes de suas regiões.
As comunidades judaicas, constituídas pelos imigrantes que vieram da Europa Oriental e
Central, bem como pelos vindos dos países do Oriente Médio e do Norte da África
começou a se estruturar em São Paulo no início do século XX
Muitos se estabeleceram, ainda no final do século XIX, em cidades do interior de São Paulo
como Franca, Campinas e Piracicaba e mais tarde muitas famílias foram para São Paulo,
onde participaram da criação de várias instituições da comunidade judaica.
Nas primeiras décadas do século XX, boa parte dos judeus asquenazis se estabeleceram no
bairro do Bom Retiro, enquanto muitos sefaradis moravam e trabalhavam nos bairros da
Mooca e do Brás. No início da década de 1930 havia em São Paulo entre 15 a 20 mil
judeus.
Estima-se que este número é atualmente de 60 mil somente no Estado de São Paulo e cerca
de 100 mil em todo o Brasil. Em São Paulo houve dois tipos de imigrantes Judeus; os que
fugiram da perseguição (perseguidos pela Igreja e pelos Nazistas) e os que vieram por livre
e espontânea vontade.
Conclusão
È de vital importância aos historiadores conhecerem as histórias dos povos em geral.
Principalmente quando ele faz parte da formação do seu país. Os Judeus colaboraram para a
industrialização (confecções) e formação de comércios.
A Perseguição dos Judeus vem de longa data, mas é inadmissível que em pleno século XXI
algumas pessoas ainda alimente ódio por motivos étnicos, religiosos ou raça.

Resumo Curricular de Maria Luiza Tucci Carneiro


Natural de Santa Adélia (SP). Historiadora, graduada em História pela Universidade de São
Paulo, instituição onde também desenvolveu seus estudos de pós-graduação em História
Social. Tanto no Mestrado como no Doutorado tem o racismo como objeto de estudo,
ambos publicados no formato livro. Em 2001 apresentou à Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da USP, sua Tese de Livre Docência intitulada Cidadão do Mundo. O
Brasil diante da questão dos refugiados judeus, 1933-1948 , trabalho em fase de edição para
publicação. Desde 1972 atua como professora universitária e, após 1984, através de
concurso público, ingressou como docente do Departamento de História da USP onde
desenvolve seus projetos de pesquisa. Atualmente é professora em RDIDP, do
Departamento de História da Universidade de São Paulo. Tucci Carneiro desenvolve
pesquisas sobre a questão dos direitos humanos, intolerância, anti-semitismo, etnicidade,
escravidão, censura , nazismo e imigração judaica para o Brasil. Coordenadora dos
Laboratórios de Pesquisa/USP: PROIN- Projeto Integrado Arquivo Público do
Estado/Universidade de São Paulo, núcleo responsável pelo inventário dos documentos do
DEOPS/SP e pelas Oficinas de História , espaço de treinamento para historiadores; LEER-
Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação, ambos sediados no
Departamento de História da FFLCH/USP. Projetos de pesquisa em andamento, junto aos
módulos História Política; Etnicidade e Racismo: Tucci Carneiro é autora dos livros: -
Preconceito Racial em Portugal e Brasil Colônia. Os Cristãos-novos e o Mito da Pureza de
Sangue, 3ed., São Paulo, Perspectiva, 2005. - Judeus e Judaísmo na obra de Lasar Segall,
em co-autoria com Celso Lafer (Ateliê Editorial, 2004). - A Imprensa Confiscada pelo
DEOPS, 1924-1983, em co-autoria com Boris Kossoy (Ateliê Editorial; Imprensa Oficial e
Arquivo do Estado, 2003).Prêmio Jabuti 2004, categoria Ciências Humanas. - O anti-
semitismo na Era Vargas: fantasmas de uma geração 1930-1945. 3ª ed. (Perspectiva, 2002).
- O Veneno da Serpente. Reflexões sobre o Anti-semitismo no Brasil. São Paulo, Editora
Perspectiva, 2003. - Holocausto, Crime contra a Humanidade (Atica, 2000). - O Racismo
na História do Brasil: Mito e Realidade. 8ª ed. (Ática, 1998) - O Olhar Europeu: O Negro
na Fotografia Brasileira do Séc. XIX, em co-autoria com Boris Kossoy. 2ª ed. (Edusp,
1995). Premio Jabuti/95. -Brasil, Refúgio nos Trópicos. A Trajetória dos Refugiados do
Nazi-fascismo. (Estação Liberdade/Instituto Goethe, 1996). Livro catálogo da exposição
sob o mesmo título. -Livros Proibidos, Idéias Malditas. O Deops e as Minorias Silenciadas.
2ª ed. ampliada (Ateliê Editorial, 2002). Organizadora das coletâneas: Hiroshima.
Testemunhos e Diálogos (MAC/USP, Imprensa Oficial, FFLCH/USP); O Anti-semitismo
nas Américas. História e Memória (prelo Edusp); Ensaios sobre a Intolerância. Inquisição,
Marranismo e Anti-semitismo, em co-autoria com Lina Gorenstein (Humanitas;Fapesp,
2003); Minorias Silenciadas. História da Censura no Brasil, 2ed. (Edusp; Fapesp, 2003);
Ensaios sobre Mentalidades, Heresia e Arte, em co-autoria A.Novinsky (EDUSP, 1994).
Coordenadora das séries de publicações:- Imigrantes no Brasil (Série Lazuli & Editora
Nacional); Rupturas (Série Lazuli & Editora Nacional); Histórias da Repressão e da
Resistência (Imprensa Oficial; Editora Humanitas); Labirintos da Memória (Ateliê
Editorial); Brasil Judaico (Ateliê Editorial); Inventário DEOPS (Editora Humanitas,
FFLCH/USP).

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