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Aplicações da Radiação em Biologia e Medicina

As mais importantes aplicações das radiações estão relacionadas à Biologia (no campo
da Genética, Fisiologia e Botânica etc.) e à medicina (na radiologia, que compreende a
radioterapia, a radiologia diagnóstica e a medicina nuclear).
Existem doses máximas permissíveis para todo o corpo. Em diagnoses, as doses
geralmente são baixas, mas deve-se evitar o seu uso indiscriminado, pois o efeito é
cumulativo, principalmente em mulheres grávidas ou pacientes jovens, que possuem células
em desenvolvimento especialmente sensíveis à radiação.

Aplicações na biologia: a radiação é utilizada em diversos estudos de processos que


ocorrem nos seres vivos, como por exemplo, em estudos de transporte em plantas: o principal
objetivo é determinar o transporte e a localização de carboidratos. O gás carbônico absorvido
pela planta é marcado com traçadores radioativos e em seguida é feita uma auto-radiografia,
para localizar o carboidrato.

Radioterapia: baseia-se na destruição do tumor através da radiação.


 Teleterapia: a radiação é colocada a muitos centímetros de distância da região a ser
tratada. Os equipamentos utilizados podem ser o de quilovoltagem, megavoltagem entre
outros.
1. Quilovoltagem: são tubos convencionais de raios X, aos quais o paciente é submetido a
doses diárias de 300 rad (3 Gy) até atingir um total de 6000 rad (60 Gy);
2. Megavoltagem: incluem os aceleradores de partículas como os lineares e bétatrons. Os
pacientes recebe doses diárias de 200 rad (2 Gy) até atingir 5000 (50 Gy) a 6000 (60
Gy) rad. A dose máxima ocorre entre 4 e 5 cm da pele, sendo este tipo de radioterapia
utilizado no tratamento de tumores mais profundos como no pulmão, bexiga,
próstata, útero etc.
 Braquiterapia: neste tipo, a fonte de radiação está em contato com o tecido a ser
tratado. O material radioativo é selado dentro de recipientes sob a forma de agulhas, fios
metálicos, entre outros. Uma de suas vantagens é irradiar altas doses no tumor e doses mais
baixas nos tecidos vizinhos.

Radiologia Diagnóstica: baseia-se na transmissão de raios x através de partes do corpo.


Em alguns órgãos, é necessária a injeção de contraste, como iodo e bário, que absorve mais ou
menos raios x, facilitando a visualização.
 Imagens radiográficas: são imagens que são projetadas em filmes, anteparos fluorescentes
ou em telas de televisão. A fluoroscopia é a menos aconselhável, pois a imagem é analisada
enquanto é gerada, expondo o paciente à radiação por um tempo maior, além de ter partes
de fótons dos raios x perdidos sob a forma de calor e fluorescência.
 Tomografia: permite visualizar uma secção plana do corpo, diferentemente da radiografia,
que superpõe e projeta as imagens de todos os órgãos em um trajeto de feixes raios X em
um plano. Na tomografia computadorizada, o tubo de raio x e o detector fazem uma
varredura linear através do corpo do paciente. Em seguida, eles são girados em 1° e o
movimento é repetido até completar 180° de varreduras lineares. Os dados são
armazenados no computador, que reconstrói a imagem anatômica de uma secção
transversal do corpo. Numa tomografia computadorizada mais moderna, utilizam-se até
320 detectores.

Medicina Nuclear: utiliza aparelhos da física nuclear com o objetivo de detectar


Efeitos Biológicos da Radiação
A radiação liberada pode causar ionização e excitação de átomos, com conseqüente
quebra de moléculas e formação de radicais livres, que podem atacar importantes moléculas,
como o DNA e gerar danos. A destruição de uma molécula resulta em uma célula que é capaz
de continuar vivendo mas é incapaz de se dividir. Se isso acontece em um grande número de
moléculas ocorrerá um mal funcionamento do tecido, que acaba morrendo.
 Efeitos a curto prazo ou agudos: são aqueles observados por algumas horas, dias ou
semanas após a exposição a altas doses (mais de 1 Sv) de radiação por um curto período.
Provoca náuseas, vômitos, febre, forte diarréia, queda de cabelo e pode levar à morte.
 Efeitos a longo prazo: podem surgir a partir de altas doses num curto intervalo de tempo,
que não levam à morte mas os efeitos podem ser sentidos muitos anos mais tarde; ou a
partir de pequenas doses, mas crônicas num longo intervalo de tempo. Podem ser efeitos
somáticos ou genéticos:
1. Somáticos: afetam os indivíduos expostos à radiação, mas não transmitem a gerações
futuras. Esses efeitos dependem do tipo de radiação, da dose recebida, do tempo de
irradiação, da área do corpo exposta e da profundidade atingida. Os efeitos mais
importantes no homem são: câncer, catarata, redução da vida média, anormalidade
no desenvolvimento do embrião.
2. Genéticos: são mutações nas células reprodutoras, afetando gerações futuras. Ocorre
quando os órgãos reprodutores são expostos, não afetando o indivíduos exposto.
Algumas mutações são letais, antes do nascimento do feto. Outras produzem defeitos
físicos ou mentais, aumentando a suscetibilidade a doenças crônicas.

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