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ARTIGO DE REVISÃO

DIAGNÓSTICO E MANEJO DAS LESÕES ORTOPÉDICAS


EM PACIENTES POLITRAUMATIZADOS

DIAGNOSIS AND MANAGEMENT OF ORTHOPEDIC LESIONS IN POLYTRAUMA PATIENTS

Vinícius Leite Gonzalez, Edgar Santin, Felipe Véras Arsego, Gustavo da Rosa Silva,
José Mauro Zimmermann Júnior, Luiz Felipe Teer de Vasconcellos, Matheus Brun Costa, Tiago Ribeiro Ledur

RESUMO

Concluído o atendimento inicial com a realização das manobras básicas preconizadas pelo ATLS® (Advanced Trauma Life
Support), o manejo das fraturas expostas figura entre as prioridades no atendimento inicial ortopédico em politraumatizados.
Lavagem abundante, desbridamento adequado, profilaxia antitetânica e antibioticoterapia intravenosa precoce e de amplo
espectro são fundamentais para o adequado manejo das mesmas. Fraturas da pelve e do quadril, francamente relacionadas
a traumas de alta energia, são as únicas que, por estarem ligadas a grandes sangramentos retroperitoniais, podem levar ao
óbito logo após o trauma, configurando emergências traumatológicas. As fraturas em membro inferior apresentam alta mor-
bidade, sendo as de tíbia as consideradas mais frequentes dentre as expostas e em ossos longos. Embora as de fêmur se
apresentem com menor frequência, acabam por deixar sequelas mais importantes. Diferentemente destas, as fraturas de
escápula, clavícula, rádio e ulna podem receber um manejo simples de redução e contenção, requerendo apenas em casos
particulares de intervenções cirúrgicas. A avaliação radiológica no politraumatizado jamais deve interromper as manobras
de reanimação. Duas incidências radiográficas ortogonais costumam ser suficientes para a visualização de lesões ortopédi-
cas. Outros exames normalmente ficam reservados para um segundo tempo do atendimento na avaliação de estruturas e
lesões de maior complexidade.
Unitermos: Ortopedia; fraturas; politraumatizados

ABSTRACT

Following performance of basic procedures recommended by ATLS® (Advanced Trauma Life Support), the management of
open fractures is a priority in the early orthopedic management of polytrauma patients. Thorough washing, adequate de-
bridement, tetanus prophylaxis and early, broad-spectrum intravenous antibiotic therapy are key elements for the adequate
management of these lesions. Pelvic and hip fractures usually result from high-energy trauma and are the only ones that
may lead to death soon after the traumatic event, because of the possibility of major retroperitoneal bleeding; these cases
should therefore be considered as orthopedic emergencies. Lower limb fractures present high morbidity, and tibial fractures
are the most frequent ones among open fractures affecting long bones. Femoral fractures, although less frequent, usually
have important sequelae. On the other hand, scapular, clavicle, radial and ulnar fractures can be easily managed by reduc-
tion and immobilization, rarely requiring surgical intervention. The radiological assessment of polytrauma patients should
never interrupt ressuscitation procedures. Two orthogonal radiographic projections are usually enough for the analysis of
orthopedic lesions. Additional exams are usually reserved for a second stage, during the assessment of structures and le-
sions of higher complexity.
Keywords: Orthopedics; fractures; polytrauma patients
Rev HCPA 2009;29(2):153-160

Grande parte dos pacientes politraumatiza- fraturas expostas e amputações, e, finalmente,


dos tem lesões de membros, como fraturas e complicações associadas a lesões ortopédicas
deslocamentos no esqueleto apendicular. Tais de politraumatizados.
lesões jamais devem interferir nas prioridades
da equipe de emergência em estabelecer via AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA DO TRAUMA
aérea patente, otimizar ventilação e restaurar ORTOPÉDICO
volume circulante, visto que lesões ortopédicas
raramente estão incluídas nas causas das mor- O atendimento do politrauma divide-se em
tes imediatas ao trauma (50% dos casos), exce- dois tempos: no primeiro, são diagnosticadas e
tuando-se aquelas que causam exsanguinação. tratadas simultaneamente as lesões que repre-
Entretanto, essas lesões devem ser cuidadosa- sentam ameaça imediata à vida; e no segundo,
mente pesquisadas e receber tratamento preco- são avaliadas todas as outras lesões, ressaltan-
ce adequado, pois são determinantes de mortes do-se, nesse sentido, que jamais a radiologia
ditas mediatas e tardias (30 e 20% dos casos deve atrasar ou interferir na execução de mano-
respectivamente), além de causar morbidades bras de reanimação (2).
incapacitantes com frequência (1). Em diagnóstico por imagem no trauma, o
No presente artigo, serão revisados o diag- primeiro tempo engloba rotineiramente radiogra-
nóstico por imagem do trauma ortopédico, o fias do tórax, pelve, coluna cervical e FAST (fo-
manejo precoce e tardio de fraturas e luxações, cused assessment with sonography in trauma)

Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.


Contato: Vinícius Leite Gonzalez. E-mail: v1n1@hotmail.com (Porto Alegre, RS, Brasil).
Gonzalez VL et al

(2), enquanto o segundo tempo inclui quaisquer difícil, e suas vantagens no resultado final em
exames radiográficos que sejam necessários à casos de deslocamentos maiores a 1,5 cm são
avaliação para contenção de danos e elabora- duvidosas. O tempo de imobilização é variável,
ção prognóstica. podendo se estender de 4 até 8 semanas em
Problemas diagnósticos do trauma muscu- casos mais tardios (7).
loesquelético surgem devido a investigação in- Geralmente, a forma de imobilização para
completa ou inadequada. No paciente politrau- fraturas do tipo I, na classificação de Craig (os
matizado frequentemente tomam-se atalhos pa- ligamentos coracoclaviculares estão íntegros e o
ra minimizar o tempo de atendimento, o que re- traço da fratura ocorre entre a articulação e es-
sulta em imagens subótimas. Inevitavelmente, a ses ligamentos), é de "oito posterior", o que ga-
tentativa de interpretar tais imagens leva a o- rante uma boa fixação. Essa simples imobiliza-
missões e erros diagnósticos. Adicionalmente, a ção acaba sendo o tratamento mais utilizado em
falta de história adequada resulta em até 50% a casos não avançados. A consolidação radiográ-
mais de erros em lesões sutis (3). fica é geralmente observada em 12 semanas,
Em ossos longos, como regra geral, duas embora continue se verificando a presença de
incidências ortogonais são suficientes, atentan- sintomas por mais 6 a 8 semanas (6,8).
do-se para sempre incluir tanto a articulação A restauração do mecanismo suspensor do
proximal quanto a distal (3), já que a propaga- ombro através da redução e fixação indireta do
ção das forças pode causar lesão à distância do foco de fratura com dupla cerclagem coracocla-
local do trauma, que passará despercebida se vicular mostrou ser um método simples, eficaz e
não forem examinadas as referidas articulações. com baixo índice de complicações. A restaura-
Também nas demais localizações do esqueleto ção pode ser feita de maneira direta, por oste-
apendicular é rotina requisitar um clichê frontal e ossíntese entre os fragmentos ósseos, ou indire-
outro lateral. Incidências oblíquas e especiais ta, por síntese entre a clavícula e o processo
são necessárias no caso de dúvida diagnóstica coracoide. Ocorrida a consolidação, os ligamen-
ou de lesão de estruturas complexas. A tomo- tos acrômio-claviculares (principalmente o a-
grafia computadorizada é um excelente método crômio-clavicular superior) são suficientes para
de elucidação de lesões complexas e estudo manter o mecanismo suspensor do ombro (6).
pré-operatório devido à sua excelente resolução Disfunções da movimentação do ombro podem
espacial, possibilidade de reformatação multi- surgir em consequência de pseudoartroses ou
planar e tridimensional, mensuração acurada de por distorção da anatomia (impacto subacromial,
distâncias e coeficiente de atenuação tissular compressão neurovascular, degeneração gle-
(4). noumeral) (9).
O arsenal diagnóstico em imaginologia in-
clui diversas outras ferramentas. Dentre elas: 2. Luxação de ombro
radiografias em estresse, fluoroscopia, tomogra-
fia convencional, artrografia, tenografia, burso- A lesão traumática ocorre após um trauma
grafia, cintilografia e ressonância magnética nu- violento em pacientes com estrutura óssea e
clear. Muitas dessas ferramentas estão caindo cápsula ligamentar previamente íntegros. Nes-
em desuso, outras não estão plenamente dispo- ses casos, geralmente ocorre desinserção ou
níveis na maioria dos centros de trauma, ou não ruptura desses estabilizadores da articulação, o
são elucidativas globalmente a ponto de serem que pode levar à recorrência da patologia.
incluídas na rotina. Portanto, seu uso fica restrito As complicações das luxações, que não
a casos selecionados. sejam lacerações do tendão supraespinhal e
fraturas com remoção de tubérculo maior, inclu-
MANEJO INICIAL E TARDIO DAS FRATURAS em lesões nos nervos e vasos sanguíneos. Em-
E LUXAÇÕES bora as lesões nervosas sejam raras em fraturas
da extremidade superior do úmero, elas são fre-
1. Fratura de clavícula quentes nas luxações. O nervo axilar pode ser
lesado e, assim, causar paresia ou paralisia do
Correspondem a aproximadamente 4% de músculo deltoide.
todas as fraturas, sendo que 80% das mesmas
se situam no terço médio (5). Para o correto tra- 2.1. Luxação anterior
tamento das fraturas da clavícula distal, é muito
importante a compreensão do mecanismo sus- Noventa por cento das luxações de ombro
pensor (6). são anteriores (10), sendo resultado da combi-
Dentre as manobras de redução mais utili- nação das forças de abdução, extensão e rota-
zadas na prática clínica, podemos citar as de ção externa aplicadas ao braço. Esse mecanis-
redução de lesão em terço médio, mantendo-se mo de lesão está com frequência associado a
a posição através da imobilização tipo Velpeau um defeito ósseo ou a uma fratura por compres-
em crianças e tipo "oito posterior" em adultos, são da cabeça do úmero (lesão de Hill-Sachs)
gessada ou não. A manutenção das reduções é (7). O raio X com as incidências anterior oblíqua

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Manejo das lesões ortopédicas

com 45º de inclinação, axilar e lateral auxilia no instabilidade, deve-se considerar a fixação da
diagnóstico do deslocamento anterior da cabeça cabeça umeral com dois pinos de Steinmann
do úmero. cruzados, fixando a mesma ao acrômio; os pi-
Para o tratamento desse tipo de lesão ge- nos são removidos após 3 semanas e inicia-se a
ralmente são utilizados métodos conservadores reabilitação (7).
de redução tais como o método hipocrático, mé-
todo de Stimson, manipulação escapular e mé- 2.3. Luxação inferior
todo de Milch. Em geral, é possível fazer a redu-
ção fechada das luxações anteriores sem com- É pouco frequente, e muitas vezes pode vir
plicações. O tratamento pós-redução tradicio- acompanhada de lesão neurovascular. Apresen-
nalmente é de imobilização por 3 semanas, mas ta uma prevalência maior em pacientes idosos.
esse período pode variar conforme a idade do Para a redução, realiza-se tração moderada no
paciente. Para pacientes com idade inferior a 35 braço para cima e externamente, deslocando a
anos, recomenda-se imobilização por 4 sema- cabeça do úmero em direção à cavidade glenoi-
nas com o braço em rotação interna, seguida de com o polegar ou os dedos. Para a imobiliza-
por um período de 6 semanas com a não abdu- ção, em virtude de se tratar de uma lesão preva-
ção e rotação externa acima de 90º. Em pacien- lente em idosos, o tempo não deve ser superior
tes com mais de 35 anos o tempo de imobiliza- a 3 semanas (7).
ção não parece relacionar-se com a recorrência.
Geralmente, esses pacientes não são imobiliza- 3. Fraturas de úmero
dos por mais de 3 semanas. Já nos pacientes
mais idosos, o tempo não deve ser superior a 1 As fraturas e as fraturas-luxação que afe-
semana (7). A possível desvantagem do trata- tam a articulação do cotovelo frequentemente
mento conservador é a grande incidência de produzem dano extenso de tecido conjuntivo
luxações de recorrência (67-97%) em pacientes associado ao dano ósseo.
com menos de 30 anos. Muitos estudos têm As fraturas do úmero distal, principalmente
demonstrado que a intervenção cirúrgica preco- as deslocadas, devem ser manejadas com re-
ce, comparada ao tratamento conservador (es- dução aberta e fixação interna. Já as fraturas
pecialmente em população atleta jovem), resulta diafisárias podem ser tratadas conservadora-
em melhores desfechos (10). mente (12). A redução aberta e fixação interna
podem ser indicadas nas seguintes situações:
2.2. Luxação posterior quando os métodos conservadores não conse-
guem atingir posição e alinhamento satisfatórios;
As luxações posteriores são pouco fre- quando outros danos de extremidades requerem
quentes, representando 2% das luxações do mobilização precoce; quando lesões vasculares
ombro. Essas lesões não são diagnosticadas maiores estão associadas com a fratura; quando
em 80% das primeiras consultas e, por esse uma fratura espiral ou oblíqua está associada; e
motivo, apresentam-se, na maioria das vezes, quando o repouso no leito é necessário.
em forma de lesão crônica. Sabe-se que a luxa- A complicação nervosa mais comum é a
ção posterior primária persistente do ombro evo- lesão do nervo radial, principalmente na fratura
lui para rigidez articular, atrofia muscular e grave espiral do terço distal do úmero. É indicada a
processo degenerativo. A realização da incidên- exploração cirúrgica primária do nervo quando
cia axilar é obrigatória (11). se suspeita de acometimento do mesmo. Já em
Para realizar a redução incruenta (sob a- relação às complicações vasculares, realiza-se
nestesia) pode ser empregado o método de o controle primário do sangramento por com-
Rockwood et al. (11), que utiliza a tração com o pressão direta. No bloco cirúrgico, estabiliza-se
ombro em extensão e a contratração lateral na primeiro a fratura e, posteriormente, realiza-se
região do braço (se a luxação é bloqueada); a reparo da lesão vascular (13).
cabeça do úmero é empurrada anteriormente
em conjunto com manobras suaves de rotação 4. Fraturas de rádio e ulna
externa. Existindo estabilidade, a imobilização
do tipo Velpeau pode ser utilizada, mas, na mai- Em relação ao tratamento das fraturas dis-
oria das vezes, o ombro tende a reluxar quando tais do rádio, em fraturas não deslocadas, o ma-
a mão do paciente é colocada junto a seu tórax nejo conservador com imobilização pode ser
e, neste caso, a estabilidade só é conseguida utilizado. A cirurgia é indicada se a redução in-
com o ombro em posição neutra e com poucos cruenta não for efetiva, se houver gap de mais
graus de rotação externa (10-20º). Nestes ca- de 2 mm ou se o mesmo for intra-articular (14).
sos, é válida a imobilização do ombro com apa- Em fraturas instáveis, incluindo as de Galeazzi e
relho gessado toracobraquial em rotação neutra Monteggia, é indicado o tratamento cirúrgico por
ou externa, procedimento que tem a vantagem redução aberta e fixação interna. Já em relação
adicional de manter a cápsula posterior relaxa- à fratura isolada de ulna, não há dados conclu-
da, facilitando a cicatrização (11). Em casos de sivos quanto ao tratamento. As evidências são

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insuficientes para determinar se a fixação inter- procedimento fechado, requerendo procedimen-


na é mais efetiva do que a imobilização prolon- to cirúrgico (18). A estabilidade do quadril deve
gada em pacientes com fratura isolada da diáfi- ser determinada clinicamente. Quadril estável
se da ulna (15). com radiografia e tomografia normais é tratado
sem procedimento cirúrgico e sem tração do
5. Trauma de quadril membro. Já os pacientes com quadril instável e
fraturas acetabulares são tratados com fixação
A luxação e a fratura-luxação do quadril cirúrgica (10-15% das luxações-fraturas do qua-
são emergências traumatológicas (16). As luxa- dril). Antes da fixação, o paciente é mantido em
ções traumáticas do quadril em adultos resul- tração (20). O tratamento fisioterápico deve ser
tam, geralmente, de traumas de alta energia, instituído precocemente. A marcha com apoio
ocorrendo principalmente em pacientes poli- parcial é liberada após 3 meses e com apoio
traumatizados vítimas de acidente de trânsito. total, após o sexto mês da redução (16).
Pacientes politraumatizados representam até Existem três técnicas principais para redu-
75% de todos os casos. As luxações de quadril ção de luxações de quadril. Seu uso é condicio-
associam-se muitas vezes a fraturas do acetá- nado pela habilidade e preferências do médico e
bulo ou da cabeça do fêmur (17). Essas lesões pela condição clínica do paciente. O método
são incomuns em crianças. mais usado é o de Allis (16).
O principal mecanismo de lesão se dá por As complicações mais frequentes das fratu-
via indireta, ou seja, com as articulações coxo- ras do anel pélvico são: infecção, tromboembo-
femoral e do joelho fletidas é aplicada uma força lismo e dificuldade na união dos segmentos a-
na extremidade distal do fêmur. Esta força é cometidos. Já especificamente para o acetábulo,
transmitida à articulação do quadril e, depen- destacam-se injúria de nervos, ossificação hete-
dendo da posição em que se encontra o fêmur rotópica, infecção e condrólise (sem interven-
em relação ao acetábulo, podem surgir três tipos ção, esta resulta em osteoartrite precoce)
de lesões: luxação posterior (fêmur em adução), (21,22).
luxação anterior (fêmur em posição neutra ou
em leve abdução) e luxação central. Em mais de 6. Fratura de fêmur
60% das luxações há fratura concomitante do
acetábulo ou da cabeça do fêmur (16). Em cerca São fraturas graves, decorrentes de forças
de 85% dos casos ocorre luxação ou fratura- violentas, e podem determinar deformidades e
luxação posterior. Aproximadamente 10% são sequelas em função das complicações imedia-
luxações anteriores e o restante, fraturas- tas ou tardias, sendo causa importante de mor-
luxações centrais. Nas fraturas-luxações cen- bidade e mortalidade. A fratura diafisária é a
trais, sempre ocorre fratura acetabular. O aco- mais comum (23). A estabilização precoce das
metimento bilateral ocorre em cerca de 1% dos fraturas de fêmur tem aumentado a sobrevida
casos de trauma do quadril (18). dos pacientes.
A classificação das fraturas-luxações do Os mecanismos de trauma que envolvem
quadril é baseada na direção do deslocamento essas lesões abrangem quedas da própria altura
(posterior, anterior ou central) e na presença de e acidentes automobilísticos principalmente. Pa-
lesões associadas e serve para prever desfe- ra facilitar a descrição das fraturas de fêmur,
chos e estimar prognósticos. Os deslocamentos foram criadas várias classificações, sendo a
anteriores têm o melhor prognóstico, enquanto mais utilizada a do sistema AO (Arbeitsgeme-
que os centrais, o pior (19). inschaft für Osteosynthesefragen) de fraturas de
Os deslocamentos posteriores são os mais ossos longos. Atualmente, deve-se usar a clas-
comuns, sendo utilizada, para eles, a classifica- sificação AO simplificada (apenas as quatro pri-
ção de Thompson e Epstein. Frequentemente meiras denominações) para a prática clínica
associados a danos ligamentares e a fraturas da (24). Para fraturas do colo do fêmur, o sistema
borda posterior do acetábulo, nesses casos é de Garden é o mais consagrado.
geralmente requerida redução aberta e fixação O manejo das fraturas de fêmur inicia com
interna (19). Fraturas do acetábulo ocorrem em a imobilização temporária precoce. Posterior-
menos de 1% dos traumas de quadril (16). mente, pode-se partir para o realinhamento do
A redução da luxação deve ocorrer o mais membro. A tração transesquelética é muito utili-
rapidamente possível (até 6 horas) e é funda- zada, principalmente com o intuito de diminuir a
mental a anestesia geral, pois é difícil vencer a dor ou quando se necessita de período para
contratura dos grandes músculos que dão sus- avaliação clínica e preparo do paciente para
tentação ao quadril (16). A base para o trata- possível cirurgia, sobretudo em fraturas deslo-
mento de deslocamentos anteriores e posterio- cadas.
res é a mesma. A grande maioria das lesões O tratamento, via de regra, é cirúrgico. O
anteriores é de fácil redução, bastando uma tra- princípio de fixação depende da localização da
ção em linha com a deformidade. De 2 a 4% dos fratura. O manejo conservador é de exceção,
deslocamentos posteriores são irredutíveis por reservado para situações em que a cirurgia não

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trará benefícios para o paciente, como no caso problemas funcionais. Uma vez estabilizado do
das pessoas que não deambulam. ponto de vista hemodinâmico, o paciente pode
As fraturas intertrocantéricas devem ser ser submetido ao desbridamento cirúrgico e à
tratadas no sentido de reduzir e estabilizar ade- estabilização da fratura. Também deve ser reali-
quadamente os fragmentos. Alguns implantes zada a profilaxia contra o tétano.
são mais utilizados: placas anguladas com para- Em fraturas expostas de ossos longos, a fi-
fuso deslizante (dynamic hip screw – DHS) e xação interna aumenta as taxas de infecção,
haste intramedular. É comum a utilização de sendo que fechamento primário, dano extenso
pinos-parafusos deslizantes, os quais têm 2,6 de partes moles e amputação estão associados
vezes mais probabilidade de obter bom resulta- a altas taxas desse desfecho. Crescimento bac-
do em relação aos pinos-placas fixos (25). teriano ocorre em até 70,3% dos casos, mas
Para as fraturas diafisárias, as hastes in- apenas 2,5% exibem evidências de infecção.
tramedulares são muito utilizadas, mas existem Nas fraturas do tipo 3 de Gustilo, a incidência de
outras opções, tais como placa e fixador exter- infecção chega a 9%, exibindo um maior risco
no, sendo que o ideal é que o procedimento seja de infecção quando da ocorrência em fraturas
feito imediatamente após a estabilização clínica desta gravidade (27).
do paciente. Essa abordagem precoce reduz a A fixação interna imediata de fraturas ex-
prevalência de embolia pulmonar gordurosa e postas proporciona melhoras funcionais e dimi-
de síndrome da angústia respiratória do adulto e nui a mortalidade em pacientes politraumatiza-
a taxa de mortalidade em pacientes com escore dos. Este tipo de procedimento deve ser realiza-
de gravidade de lesão maior que 50 pontos (26). do em pacientes selecionados com fratura de
As fraturas supracondilares, em cujo caso tipo 3, prestando-se constante atenção ao esta-
o tratamento tem como objetivos a correção do do geral de saúde do paciente e à severidade
alinhamento axial e do comprimento, a redução dos danos nos tecidos moles (28).
anatômica da superfície articular e a mobilidade Irrigação e desbridamento em fraturas ex-
precoce (26), normalmente exigem abordagem postas são pilares essenciais na diminuição de
cirúrgica. A placa condilar dinâmica (dynamic complicações infecciosas em pacientes com
condilar screw – DCS) é um implante muito utili- esta patologia (29). Já em relação ao tempo i-
zado, embora existam outras técnicas. deal de fechamento de fraturas expostas, estu-
dos mais recentes têm demonstrado incidências
7. Fratura de tíbia infecciosas semelhantes na comparação entre o
fechamento precoce e o tardio (normalmente
As mais frequentes fraturas de tíbia são as rotulado como posterior a 3-7 dias). Tais acha-
diafisárias, sendo consideradas as mais fre- dos fortalecem as evidências encontradas em
quentes fraturas de ossos longos e das que alguns trabalhos que sugerem que as maiores
mais se apresentam de forma exposta (25). A complicações infecciosas ocorrem tardiamente
classificação das fraturas da diáfise da tíbia é ao longo da internação por conta de germes
dada pelo sistema AO. nosocomiais (30), especialmente em fraturas do
O manejo inicial deve consistir em imobili- tipo 3 de Gustilo (31).
zar e tentar realinhar, mesmo que seja grossei- O uso de antibioticoterapia sistêmica pre-
ramente, na sala da emergência, para prevenir coce e de amplo espectro tem amplo suporte na
déficit circulatório. Em relação ao tratamento literatura recente por diminuir, associado aos
definitivo, há quatro métodos (26): a) redução demais cuidados como a estabilização das fratu-
incruenta acompanhada de imobilização gessa- ras, os riscos de complicações infecciosas e
da e/ou órtese pré-fabricada (único método con- funcionais (32). A profilaxia antitetânica também
servador); b) fixação externa; c) redução cruenta deve ser realizada em pacientes com fraturas
com osteossíntese; e d) fixação a foco fechado expostas (33). A terapia antibiótica em altas do-
e uso de haste intramedular. Indica-se cirurgia ses e em cursos curtos normalmente é eficaz. A
quando há instabilidade: lesão grave nas partes maior parte dos casos exige abordagem cirúrgi-
moles, perda do contato fraturário inicial, comi- ca com o intuito de remover tecido necrótico e
nuição de mais de 50% da circunferência e traço estabilizar a fratura (34).
transverso (26). Os fixadores externos são muito
empregados em fraturas expostas, com bons 9. Amputações
resultados.
Anualmente, nos EUA, ocorrem cerca de
8. Fraturas expostas 3.550 amputações traumáticas, ocasionando
custos sociais e econômicos importantes. A re-
O manejo de fraturas expostas figura entre construção de membros, em comparação com
as prioridades do ATLS, tendo em vista a possi- as amputações, está associada a uma maior
bilidade de contaminação bacteriana e suas taxa de reinternações hospitalares, cirurgias a-
consequências, como infecções locais e sistê- dicionais e complicações. Nesse sentido, o es-
micas, dificuldades de cicatrização e até mesmo

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tudo de novas técnicas para reimplantes tem mais requisitada para a SEG é a assistência
importante papel na diminuição dos custos (35). ventilatória. Para a prevenção, deve-se proceder
Em casos de amputação, a região amputa- à fixação precoce das fraturas, o que diminui a
da deve ser lavada meticulosamente com solu- incidência de síndrome da angústia respiratória
ção isotônica e envolta em gaze estéril, embebi- aguda e a mortalidade pós-trauma (38).
da em solução aquosa antisséptica de Penicilina
(100.000 UI em 50 ml de solução isotônica). A TROMBOEMBOLISMO – É uma complicação
seguir, a região amputada deve ser envolvida ameaçadora à vida no pós-trauma. A embolia
em toalha estéril e umedecida com a mesma pulmonar acomete de 2 a 22% dos pacientes,
solução. Posteriormente, preconiza-se que a sendo que a embolia fatal é a terceira maior
região amputada seja colocada em saco plástico causa de morte nos pacientes que sobrevivem
e transportada em caixa de isopor contendo gelo as primeiras 24 horas (40). Os pacientes do se-
picado. Monitorização para evitar o congelamen- xo feminino são mais suscetíveis do que os do
to e consequente inviabilização do reimplante da masculino. A incidência da trombose venosa
porção biológica é fundamental (36). Destacam- profunda aumenta com a idade e com a imobili-
se como fatores preditores para amputação, dade no leito no pré e no pós-operatório (41). A
dentre outros, sexo masculino, ocupação, is- profilaxia deve ser considerada em todos os pa-
quemia de membro, fratura exposta grave e a- cientes, tendo a heparina de baixo peso molecu-
traso na chegada ao hospital (37). lar apresentado melhor resultado do que a hepa-
rina não fracionada (40).
COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS ÀS LESÕES
ORTOPÉDICAS DE POLITRAUMATIZADOS SÍNDROME COMPARTIMENTAL – Todas as
lesões de extremidades podem resultar em sín-
O trauma músculo-esquelético deve ser i- drome compartimental. Algumas apresentam
dentificado e tratado em tempo hábil, evitando maior risco, como, por exemplo, fraturas de tíbia
patologias secundárias que possam levar a víti- e de antebraço, lesões com esmagamento im-
ma ao risco de vida ou à amputação do mem- portante de músculos, compressão externa pro-
bro. longada sobre uma extremidade, aumento da
permeabilidade capilar em um compartimento
RABDOMIÓLISE TRAUMÁTICA – A síndrome por reperfusão de músculo isquêmico e queima-
resulta dos efeitos causados pela liberação de duras. Os curativos, aparelhos gessados e dis-
mioglobina, que, se não tratada, poderá causar positivos de imobilização devem ser ajustados
insuficiência renal aguda. A mioglobina produz para não ficarem nem soltos nem apertados so-
urina escura, apresentando resultado positivo bre o local da lesão. Caso não haja melhora a-
para hemoglobina. A rabdomiólise pode resultar pós 30 a 60 minutos, deve ser realizada fascio-
em hipovolemia, acidose metabólica, hipercale- tomia descompressiva. Quanto maior for a dura-
mia, hipocalemia e coagulação intravascular ção do acometimento e da pressão, pior será a
disseminada (CIVD). O tratamento baseia-se na evolução da isquemia e da lesão neuromuscu-
administração intravenosa precoce de soluções lar. O estágio final dessa lesão denomina-se
salinas. Ainda, a alcalinização da urina com bi- contratura isquêmica de Volkmann. A demora na
carbonato de sódio diminui a precipitação intra- realização da fasciotomia pode resultar em rab-
tubular de mioglobina. Recomenda-se a manu- domiólise e as suas consequências (36).
tenção de débito urinário em níveis de 100
ml/hora até que a mioglobinúria desapareça CONCLUSÃO
(36).
As lesões ortopédicas são responsáveis
EMBOLIA GORDUROSA – Resulta da oclusão por grande morbidade no que se refere ao trau-
de pequenos vasos por gotículas de gordura ma. O diagnóstico das lesões é baseado em
geralmente originadas nas fraturas do fêmur, achados do exame físico associado com avalia-
tíbia e bacia e nas artroplastias do joelho e qua- ção radiológica complementar. Ter um conheci-
dril. Normalmente, não causa danos aos órgãos mento adequado acerca do manejo desse tipo
atingidos, a menos que seja maciça. Nesse ca- de lesão e de suas complicações é de funda-
so, pode evoluir para síndrome da embolia ga- mental importância para todo médico.
sosa (SEG), que atinge principalmente o pulmão
e o cérebro (38). Tem incidência variável de 1 a REFERÊNCIAS
20% com mortalidade estimada em 5 a 15%
(39). Instala-se de 24 a 72 h após a lesão inicial. 1. Richmond J. Egol KA, Koyal KJ. Management of
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