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Curso de Direito

TEORIA GERAL DO ESTADO

2009.2

(Proibida a Reprodução)

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Expediente
Curso de Direito — Coletânea de Exercícios

Coordenação Nacional do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá


Profa. Solange Ferreira de Moura

Coordenação do Projeto
Núcleo de Apoio Didático-Pedagógico
Presidência Prof. Sérgio Cavalieri Filho

Coordenação Pedagógica
Profa. Tereza Moura

Coordenação da disciplina
Prof. Francisco de A. M. Tavares

Organização da Coletânea
Prof. Francisco de A. M. Tavares

Professores Colaboradores:
Prof. Francisco de A. M. Tavares
Prof. Luiz Gustavo Viana Araújo
Profa. Lílian Saboya Potti
Profa. Magna Corrêa de Andrade

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APRESENTAÇÃO

Caro Aluno

A Metodologia do Caso Concreto aplicada em nosso Curso de Direito, é


centrada na articulação entre teoria e prática, com vistas a desenvolver o
raciocínio jurídico. Ela abarca o estudo interdisciplinar dos vários ramos do Direito,
permitindo o exercício constante da pesquisa, a análise de conceitos, bem como a
discussão de suas aplicações.
O objetivo é preparar os alunos para a busca de resoluções criativas a partir
do conhecimento acumulado, com a sustentação por meio de argumentos
coerentes e consistentes. Desta forma, acreditamos ser possível tornar as aulas
mais interativas e, consequentemente, melhorar a qualidade do ensino oferecido.
Na formação dos futuros profissionais, entendemos que não é papel do
Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá tão somente oferecer conteúdos
de bom nível. A excelência do curso será atingida no momento em que possamos
formar profissionais autônomos, críticos e reflexivos.
Para alcançarmos esse propósito, apresentamos a Coletânea de
Exercícios, instrumento fundamental da Metodologia do Caso Concreto. Ela
contempla a solução de uma série de casos práticos a serem desenvolvidos pelo
aluno, com auxílio do professor.
Como regra primeira, é necessário que o aluno adquira o costume de
estudar previamente o conteúdo que será ministrado pelo professor em sala de
aula. Desta forma, terá subsídios para enfrentar e solucionar cada caso proposto.
O mais importante não é encontrar a solução correta, mas pesquisar de maneira
disciplinada, de forma a adquirir conhecimento sobre o tema.
A tentativa de solucionar os casos em momento anterior à aula expositiva,
aumenta consideravelmente a capacidade de compreensão do discente.
Este, a partir de um pré-entendimento acerca do tema abordado, terá melhores
condições de, não só consolidar seus conhecimentos, mas também dialogar de
forma coerente e madura com o professor, criando um ambiente acadêmico mais
rico e exitoso.
Além desse, há outros motivos para a adoção desta Coletânea. Um
segundo a ser ressaltado, é o de que o método estimula o desenvolvimento da
capacidade investigativa do aluno, incentivando-o à pesquisa e,
consequentemente, proporcionando-lhe maior grau de independência intelectual.
Há, ainda, um terceiro motivo a ser mencionado. As constantes mudanças
no mundo do conhecimento – e, por conseqüência, no universo jurídico – exigem
do profissional do Direito, no exercício de suas atividades, enfrentar situações nas
quais os seus conhecimentos teóricos acumulados não serão, per si, suficientes
para a resolução das questões práticas a ele confiadas.
Neste sentido, e tendo como referência o seu futuro profissional, consideramos
imprescindível que, desde cedo, desenvolva hábitos que aumentem sua
potencialidade intelectual e emocional para se relacionar com essa realidade.
E isto é proporcionado pela Metodologia do Estudo de Casos.

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No que se refere à concepção formal do presente material, esclarecemos
que o conteúdo programático da disciplina a ser ministrada durante o período foi
subdividido em 15 partes, sendo que a cada uma delas chamaremos “Semana”.
Na primeira semana de aula, por exemplo, o professor ministrará o conteúdo
condizente a Semana nº1. Na segunda, a Semana nº2, e, assim, sucessivamente.
O período letivo semestral do nosso curso possui 22 semanas. O fato de
termos dividido o programa da disciplina em 15 partes não foi por acaso. Levou-se
em consideração não somente as aulas que são destinadas à aplicação das
avaliações ou os eventuais feriados, mas, principalmente, as necessidades
pedagógicas de cada professor.
Isto porque, o nosso projeto pedagógico reconhece a importância de
destinar um tempo extra a ser utilizado pelo professor – e a seu critério – nas
situações na qual este perceba a necessidade de enfatizar de forma mais intensa
uma determinada parte do programa, seja por sua complexidade, seja por ter
observado na turma um nível insuficiente de compreensão.
Hoje, após a implantação da metodologia em todo o curso no Estado do Rio
de Janeiro, por intermédio das Coletâneas de Exercícios, é possível observar o
resultado positivo deste trabalho, que agora chega a outras localidades do Brasil.
Recente convênio firmado entre as Instituições que figuram nas páginas iniciais
deste caderno, permitiu a colaboração dos respectivos docentes na feitura deste
material disponibilizado aos alunos.
A certeza que nos acompanha é a de que não apenas tornamos as aulas mais
interativas e dialógicas, como se mostra mais nítida a interseção entre os campos
da teoria e da prática, no Direito.
Por todas essas razões, o desempenho e os resultados obtidos pelo aluno
nesta disciplina estão intimamente relacionados ao esforço despendido por ele na
realização das tarefas solicitadas, em conformidade com as orientações do
professor. A aquisição do hábito do estudo perene e perseverante, não apenas o
levará a obter alta performance no decorrer do seu curso, como também
potencializará suas habilidades e competências para um aprendizado mais denso
e profundo pelo resto de sua vida.
Lembre-se: na vida acadêmica, não há milagres, há estudo com
perseverança e determinação. Bom trabalho.

Coordenação Geral do Curso de Direito

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PROCEDIMENTOS PARA UTILIZAÇÃO DAS COLETÂNEAS DE EXERCÍCIOS

1- O aluno deverá, antes de cada aula, desenvolver pesquisa prévia sobre os temas
objeto de estudo de cada semana, envolvendo a legislação, a doutrina e a jurisprudência
e apresentar soluções, por meio da resolução dos casos, preparando-se para debates em
sala de aula.
2- Antes do início de cada aula, o aluno depositará sobre a mesa do professor o material
relativo aos casos pesquisados e pré-resolvidos, para que o docente rubrique e devolva
no início da própria aula.
3- Após a discussão e solução dos casos em sala de aula, com o professor, o aluno
deverá aperfeiçoar o seu trabalho, utilizando, necessariamente, citações de doutrina e/ou
jurisprudência pertinentes aos casos.
4- A entrega tempestiva dos trabalhos será obrigatória, para efeito de lançamento dos
graus respectivos (zero a um), independentemente do comparecimento do aluno às
provas.
4.1- Caso o aluno falte à AV1 ou à Av2, o professor deverá receber os casos até uma
semana depois da prova, atribuir grau e lançar na pauta no espaço específico.
5- Até o dia da AV 1 e da AV2, respectivamente, o aluno deverá entregar o conteúdo do
trabalho relativo às aulas já ministradas, anexando os originais rubricados pelo professor,
bem como o aperfeiçoamento dos mesmos, organizado de forma cronológica, em pasta
ou envelope, devidamente identificados, para atribuição de pontuação (zero a um), que
será somada à que for atribuída à AV1 e AV2 (zero a nove).
5.1- A pontuação relativa à coletânea de exercícios na AV3 (zero a um) será a média
aritmética entre os graus atribuídos aos exercícios apresentados até a AV1 e a AV2 (zero
a um).
6- As provas (AV1, AV2 e AV3) valerão até 9 pontos e serão compostas de questões
objetivas, com respostas justificadas em até cinco linhas, e de casos concretos, baseados
nos casos constantes das Coletâneas de Exercícios, salvo as exceções constantes do
regulamento próprio.

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SUMÁRIO

SEMANA 1 – Introdução ao estudo da TGE e da Ciência Política e das


Sociedades Primitivas.

SEMANA 2 - Introdução ao estudo da TGE e da Ciência Política e das


Sociedades Primitivas (continuação).

SEMANA 3 – Sociedade e Estado.

SEMANA 4 – O Estado.

SEMANA 5 – O Estado (continuação).

SEMANA 6 – Poder Político e Soberania.

SEMANA 7 – Estado, Poder e Direito.

SEMANA 8 – Formas de Estado.

SEMANA 9 – Formas de Governo.

SEMANA 10 – Sistemas de Governo.

SEMANA 11 – Regimes de Governo.

SEMANA 12 – Exercício do Poder Democrático.

SEMANA 13 – As Autocracias.

SEMANA 14 – Obediência à Lei: resistência aos atos do poder público.

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Aula 1: Introdução ao Estudo da TGE e Ciência Política e das Sociedade
Primárias

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá

 compreender o objeto de estudo da Teoria Geral do Estado e Ciência


Política.

 analisar a importância da Teoria Geral do Estado e da Ciência Política,


como estrutura teórica indispensável à compreensão do Estado, bem como
ao estudo do Direito Constitucional.

 compreender o processo evolutivo da sociedade.

RECURSOS

 utilização de material VHS, retroprojetor, datashow;

 Material disponibilizados pelo professor (textos de periódicos,


decisões judiciais, pareceres, etc).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 26. ed. atual. 28.ed. São Paulo: Saraiva,
2008

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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
BOBBIO, Norberto; PASQUINO, Gianfranco e MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política. Brasília: Ed. Unb, 2007.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. 10. ed. Brasília: UnB, 2000.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2004.

COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense,2006


FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.
WAGNER, Adolfo e outros. Curso de ciência política: grandes autores do
pensamento político e contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. 2
v.

CASOS

Observação importante: para a resolução dos casos desta aula, faça, inicialmente,
a leitura dos capítulos I e II da obra de DALLARI, Dalmo. Elementos de teoria
geral do estado. 25. Ed. São Paulo: Saraiva, 2005; capítulo I da obra de
AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do estado. São Paulo: Globo, 1997; capítulo I da
obra de MALUF, Sahid. Teoria geral do estado. Rio de Janeiro: Saraiva, 1991

Exercício 1 - Tema: Importância da disciplina na formação do operador de


justiça

Observe este artigo publicado na edição de O Globo em 06/05/07, do


colunista João Ubaldo Ribeiro:

“Talvez hoje em dia, quando me dizem, que as faculdades de Direito formam técnicos em
advocacia e não juristas, nem mais nelas se estude a disciplina de Teoria Geral do Estado,
que, no meu tempo, a gente pegava logo no primeiro ano. Mas quem não saiu da escola
analfabeto lembra-se de pelo menos alguns modelitos de Estado. Há (“há”, não; quero estar
na moda e falar como todo mundo já fala: “você tem”), ou seja, você tem, por exemplo, o
Estado do bem-estar social, dos quais o caso logo recordado é a Suécia. Nele o cidadão
paga quase tudo o que ganha de impostos, mas o Estado também lhe dá quase tudo e
todos vivem bem. E você tem do outro lado o Estado gendarme, o liberal clássico, que
exerce funções básicas, como a segurança e outros serviços essenciais, e deixa o resto a
cargo do jogo natural de interesses do indivíduo ou de grupos de indivíduos associados, em

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nossos dias o popular e nervosíssimo mercado. Você tem, enfim (agora o necessário
gerúndio, para ficar logo de vez na moda), de estar fazendo um pequeno esforço para estar
lembrando os tipos de Estado, como o totalitário com xilocaína que muitos americanos
desejam acabar de instituir por lá, ou o totalitário tipo você-é-para-mim-e-eu-não-sou-para-
você, como o nazi-fascismo...”

Agora responda:

a) Como se justifica a importância da disciplina Teoria Geral do Estado para a formação do


jurista?

b) Por que se reconhece na Teoria Geral do Estado uma natureza dual, sendo
simultaneamente reconhecida como uma disciplina especulativa e de síntese?

Exercício 2 - tema: Formação da sociedade

Leia com atenção o texto a seguir:

“Ora, o que não consegue viver em sociedade, ou que não necessita de


nada porque se basta a si mesmo, não participa do Estado; é um bruto ou uma
divindade. A natureza faz assim com que todos os homens se associem. Ao que
primeiro estabeleceu essa fórmula se deve o bem maior; pois se o homem,
chegado à sua perfeição, é o mais excelente dos animais, também é o pior
quando vive isolado, sem leis e sem preconceitos. Tremenda calamidade constitui-
se a injustiça com armas na mão. As armas que a natureza fornece ao homem
são a prudência e a virtude. Não possuindo a virtude, torna-se o mais ímpio e o
mais feroz de todos os entes vivos; não sabe, para sua vergonha, mais do que
amar e comer. A justiça constitui a base da sociedade. Dá-se o nome de
julgamento à aplicação do que é justo. (Política, Aristóteles, Título I, Cap1, § 9º)

Sobre Aristóteles, é correto afirmar que:

(a) A concepção aristotélica reconhece na pólis a aspiração humana natural; é


somente na cidade que o homem pode realizar a virtude inscrita em sua essência.
(b) Aristóteles considera que a sociabilidade é produzida pela natureza e, portanto,
que não se trata de fundá-la, mas de ordená-la.
(c) Para Aristóteles, a cidade é a expressão da forma política que permite a
explicitação da virtude do homem. Somente ela permite a coletividade instaurar
uma sociedade justa sob o império das leis.
(d) As respostas “a” e “c” estão corretas.
(e) As respostas “a”, “b”, e “c” estão corretas.

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Exercício 3 – Tema: Origem da sociedade

Leia as assertivas acerca da origem da sociedade e marque a alternativa correta:

I. As teorias que explicam a vida em sociedade são: contratual e natural. A natural


defende a idéia que a vida em sociedade é fruto de um impulso associativo
natural.
II. A teoria contratual sustenta que a sociedade é produto de um acordo de
vontades.
III. Dentre os adeptos da teoria contratualista podemos destacar Rousseau,
Aristóteles, Hobbes e Locke.
IV. Platão, Cícero e Montesquieu foram os precursores do naturalismo.

a) Todas as alternativas são corretas;


b) Todas as alternativas se completam;
c) Somente a alternativa I está correta;
d) Nas alternativas I e II, as teorias estão invertidas;
e) Somente as alternativas I e II estão corretas.

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Aula 2: As Sociedade Primárias (continuação)

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá

 distinguir as teorias que justificam a origem da sociedade

 analisar o sentido de bem comum

RECURSOS

 utilização de material VHS, retroprojetor, datashow;

 Material disponibilizados pelo professor (textos de periódicos,


decisões judiciais, pareceres, etc).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 26. ed. atual. 28.ed. São Paulo: Saraiva,
2008

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
BOBBIO, Norberto; PASQUINO, Gianfranco e MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política. Brasília: Ed. Unb, 2007.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. 10. ed. Brasília: UnB, 2000.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2004.
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense,2006
FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.
WAGNER, Adolfo e outros. Curso de ciência política: grandes autores do
pensamento político e contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. 2
v.

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CASOS

Observação importante: para a resolução dos casos desta aula, faça, inicialmente,
a leitura dos capítulos I e II da obra de DALLARI, Dalmo. Elementos de teoria
geral do estado. 25. Ed. São Paulo: Saraiva, 2005; capítulo I da obra de
AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do estado. São Paulo: Globo, 1997; capítulo I da
obra de MALUF, Sahid. Teoria geral do estado. Rio de Janeiro: Saraiva, 1991

Exercício 1 - Tema: Formação da sociedade e bem comum

Leia o texto a seguir :

“É certo que existem algumas criaturas vivas, como as abelhas e as formigas,


que vivem socialmente umas com as outras (...), sem outra direção senão seus
juízos e apetites particulares, nem linguagem através da qual possam indicar
umas às outras o que consideram adequado para o Benefício Comum. Assim,
talvez haja alguém interessado em saber por que a humanidade não pode fazer o
mesmo. Ao que tenho a responder o seguinte :
Primeiro, que os homens estão constantemente envolvidos numa
competição pela honra e pela dignidade, o que não ocorre no caso dessas
criaturas. E é devido a isso que surgem entre os homens a inveja e o ódio, e
finalmente a guerra, ao passo que entre aquelas criaturas tal não acontece.
Segundo, que entre essas criaturas não há diferença entre o Bem Comum
e o bem individual e, dado que por natureza, acabam por promover o Bem
Comum. Mas o homem só encontra felicidade na comparação com os outros
homens e só pode tirar prazer do que é eminente.
Terceiro, que, como essas criaturas não possuem (ao contrário do homem )
o uso da razão, elas não vêem nem julgam qualquer erro na administração de sua
existência comum (...).
Por último, o acordo vigente entre essas criaturas é natural, ao passo que o
dos homens é artificial. Portanto não é de admirar que seja necessária alguma
coisa mais, (...) para tornar constante e duradouro seu acordo: ou seja, um poder
comum que os mantenha em respeito, e que dirija suas ações no sentido do Bem
Comum.”

a) O texto indica alguma teoria favorável à origem da sociedade? Qual? Justifique.

b) O texto indica, para os humanos, algo mais, ou seja, um poder comum ou o


Estado. Pergunta-se: a sociedade humana pode permanecer existindo sem o
mesmo ou, ao contrário, o Estado é a condição para a existência e a permanência
da sociedade? Justifique.

c) Existe diferença entre os homens e as outras criaturas vivas quanto à


realização do Benefício Comum? Qual? O que a explica?

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Exercício 2 - Tema: Formação da sociedade – naturalismo e contratual ismo

Leia com atenção o texto a seguir :

Segundo modelo aristotélico – O Estado é o prosseguimento natural da


sociedade familiar, de sociedade doméstica ou família. No modelo hobbesiano, o
Estado é a antítese do estado de natureza, da societas naturalis constituída de
indivíduos hipoteticamente livres e iguais. *In BOBBIO, Norberto. Estado, Governo
e Sociedade. 6. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997, p. 45

Aponte a(s) diferença(s) entre o pensamento de Hobbes e Aristóteles no


que diz respeito à origem da sociedade.

Exercício 3 - Tema: Bem comum – Teorias finalista e determinista

Leia com atenção o seguinte texto:

“É celebrado hoje, à direita e à esquerda, o triunfo do capitalismo. Tenho


certeza de que, quando a poeira dos acontecimentos baixar, veremos que os
problemas estarão ainda aí, e que a sociedade capitalista mergulha na
decadência. E, com esta sociedade, é toda a humanidade que corre o risco de
sofrer uma catástrofe irreversível.
Só poderá haver saída, se os homens e as mulheres se acordarem e
decidirem tomar os seus destinos em suas mãos. E é isto mesmo que é o projeto
da autonomia. Nada garante que eles o farão. Mas nada garante, tampouco, que
não o farão. E não podemos fazer outra coisa senão trabalhar para que se
acordem da apatia e do embrutecimento do supermercado, do shopping e da
televisão. E se eles acordarem, acredito que podemos estar certos de que irão
destronar a economia e a produção do lugar soberano no qual foram colocadas
pelo capitalismo e pelo marxismo, e fazê-las voltar para o seu justo lugar, no qual
a economia e a produção sejam simples meios e não fins da vida humana. Pois,
desde que a humanidade existe, de todas as finalidades que as sociedades se
propuseram, a expansão da produção e do consumo é, sem dúvida, a mais
derrisória e ignóbil. O que devemos, então, nos propor como fim? Qual será este
sentido? Ninguém poderá dizer no lugar destas pessoas. “ (Castoriadis)

a) O texto sugere uma posição determinista ou finalista? Justifique.

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Aula 3: Sociedade e Estado

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá

 compreender o sentido de sociedades de fins políticos.

 analisar as diferenças entre as teorias justificadoras da surgimento do


estado.

RECURSOS

 utilização de material VHS, retroprojetor, datashow;

 Material disponibilizados pelo professor (textos de periódicos,


decisões judiciais, pareceres, etc).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 26. ed. atual. 28.ed. São Paulo: Saraiva,
2008

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
BOBBIO, Norberto; PASQUINO, Gianfranco e MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política. Brasília: Ed. Unb, 2007.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. 10. ed. Brasília: UnB, 2000.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2004.
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense,2006
FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.
WAGNER, Adolfo e outros. Curso de ciência política: grandes autores do
pensamento político e contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. 2
v.

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CASOS

Observação importante: para a resolução dos casos desta aula,faça, inicialmente,


a leitura do capítulo II da obra de DALLARI, Dalmo. Elementos de teoria geral do
estado. São Paulo: Saraiva, 2005; capítulo IX da obra de AZAMBUJA, Darcy.
Teoria geral do estado. São Paulo: Globo, 1997; capítulos VIII e X da obra de
MALUF, Sahid. Teoria geral do estado. Rio de Janeiro: 26. Ed. Saraiva, 1991.
HOBSBAWM, Eric, Era dos Extremos: o breve século XX – 1914-1991, São Paulo:
Companhia das Letras, 1995, p. 113 / 144.

Exercício 1 - Tema: Formação do estado – fatores determinantes

A Bósnia-Herzegóvina é incorporada, em 1917, ao Reino dos Sérvios,


Croatas e Eslovenos, que em 1929 passa a se chamar Iugoslávia. No começo da
década de 1990 sua independência é aprovada e reconhecida pela União
Européia e pelos Estados Unidos.
No que diz respeito à formação do Estado da Bósnia-Herzegóvina, a alternativa
correta é :

(a) derivada por fracionamento


(b) formação atípica
(c) originária com base em atos de força e de violência
(d) derivada por união
(e) originária com base em causas econômicas ou patrimoniais

Exercício 2 - Tema: Formação do estado - pacto de submissão

Analise o texto abaixo.

“A única maneira de instituir um tal poder comum, capaz de defendê-los das


invasões dos estrangeiros e das injúrias uns dos outros, garantido-lhes assim uma
segurança suficiente para que, mediante seu próprio labor e graças aos frutos da
terra, possam alimentar-se e viver satisfeitos, é conferir toda sua força e poder a
um homem, ou a uma assembléia de homens, que possa reduzir suas diversas
vontades, por pluralidade de votos, a uma só vontade. O que equivale a dizer:
designar um homem ou uma assembléia de homens como representante de suas
pessoas, considerando-se e reconhecendo-se cada um como autor de todos os
atos que aquele que representa sua pessoa praticar ou levar a praticar, em tudo o
que disser respeito à paz e segurança comuns; todos submetendo assim suas
vontades à vontade do representante, e suas decisões a sua decisão. Isto é mais
do que consentimento, ou concórdia, é uma verdadeira unidade de todos eles,
numa só e mesma pessoa, realizada por um pacto de cada homem com todos os
homens, de um modo que é como se cada homem dissesse a cada homem: Cedo
e transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou a esta

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assembléia de homens, com a condição de transferires a ele teu direito,
autorizando de maneira semelhante todas as suas ações. Feito isso, à multidão
assim unida numa só pessoa se chama Estado, em latim civitas. É esta a geração
daquele grande Leviatã, (ao qual devemos, abaixo do Deus Imortal, nossa paz e
defesa. Pois graças a esta autoridade que lhe é dado por cada indivíduo no
Estado, é-lhe conferido o uso de tamanho poder e força que o terror assim
inspirado o torna capaz de conformar as vontades de todos eles, no sentido da
paz em seu próprio país, e da ajuda mútua contra os inimigos estrangeiros. É nele
que consiste a essência do Estado, a qual pode ser assim definida: Uma pessoa
de cujos atos uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com os
outros, foi instituída por cada um como autora, de modo a ela poder usar a força e
os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a
paz e a defesa comum.
Aquele que é portador dessa pessoa se chama soberano, e dele se diz que
possui poder soberano. “Todos os restantes são súditos”. (Leviatã, Thomas
Hobbes, Cap. XVII)

Qual é o modelo de pacto social presente na teoria contratualista de


Hobbes sobre a origem do Estado? Justifique.

Exercício 3 - Tema: Formação do estado - pacto de submissão

Após a análise dos textos abaixo, informe justificadamente se podemos


associá-los a alguma teoria que justifica a origem do Estado?

a) “ os semitas, no início da história hebraica, distribuíram-se entre a Síria Oriental


e a Mesopotâmia, empreendendo inúmeras guerras pela conquista territorial e
para a obtenção de escravos e mulheres.Quando um desses grupos semitas, os
hebreus,chegou à Palestina, teve início a disputa pelo domínio da região,
originando prolongados conflitos contra os cananeus e os filisteus, dos quais os
hebreus saíram vitoriosos.
Os hebreus, estabelecidos então na palestina, organizaram-se em grupos
patriarcais (clãs) e iniciaram o desenvolvimento das atividades agrícolas e
pastoris, deixando o nomadismo e tornando-se sedentários.
O primeiro grande líder hebreu, segundo o antigo testamento, foi Abraão.
Depois deste, foram liderados pelos patriarcas Isaac e Jacó ( ou Israel), sendo
que este último deixou doze descendentes que deram origem à doze tribos que se
uniram e constituíram Israel.

b) “(...) O processo de independência foi acelerado por um fato externo, que teve
sérios desdobramentos no Brasil. Em 1820 ocorreu em Portugal a revolução
Liberal do Porto, que convocou eleições para a Assembléia das Cortes (uma
espécie de Poder legislativo com poderes constituintes), exigindo a volta de D.
João VI a Portugal e a adoção de uma constituição liberal.

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D. João VI voltou a Portugal, deixando como regente, no Brasil, seu filho
D. Pedro de Alcântara. Em Lisboa, as Cortes contavam com a participação
( minoritária) de representantes brasileiros. Entretanto, suas decisões tinham por
objetivo recolonizar o Brasil, isto é, submetê-lo novamente à antiga condição de
colônia, deixando de ser reino Unido à Portugal, além de exigir o retorno do
príncipe regente. (...)
As elites brasileiras dividiram-se em duas correntes de opinião. Uma
delas, mais conservadora, defendia a “União” em igualdade de condições entre
Portugal e o Brasil. A outra, de tendência mais liberal, pregava a separação e
propunha a convocação imediata de uma Assembléia Constituinte.
A 9 de janeiro de 1822, D. Pedro afirmou solenemente sua disposição de
permanecer no Brasil, episódio conhecido como fico, expulsou do Rio de Janeiro
as tropas portuguesas fiéis a Lisboa e formou um novo ministério chefiado por
José Bonifácio de Andrade e Silva.
Em junho foram convocadas eleições para a Assembléia Nacional
Constituinte. A 7 de setembro de 1822, D. Pedro proclamou a independência, às
margens do riacho Ipiranga, em São Paulo. De volta ao Rio de Janeiro, o príncipe
foi coroado Imperador com o título de D.Pedro I.
Como era de se esperar, Portugal não aceitou passivamente a ruptura.
Mas, em 1825, o Brasil teve a sua independência reconhecida pela antiga
metrópole, mediante pagamento a Portugal de uma indenização de 2 milhões de
libras esterlinas, o montante foi obtido por empréstimo em Londres, constituindo-
se na primeira dívida externa assumida pelo país.(...) “

c) “(...) em 1776, as treze colônias inglesas da América rejeitaram a colonização


da metrópole, iniciando a guerra pela independência. Para sustentar este difícil
conflito armado, ante a forte reação inglesa, resolveram se integrar em prol do
esforço de defesa comum e em uma forma inicial de Confederação de Estados,
unindo os treze Estados independentes e Soberanos.
Logo após a guerra de independência, contudo, verificaram mais
nitidamente a fragilidade da união confederada. Convocaram uma convenção em
Filadélfia no ano de 1787, para que revisasse os artigos da Confederação.
Durante noventa dias, os delegados dos Estados Soberanos discutiram todos os
problemas de interesse comum, sob a liderança de homens notáveis como
Benjamin Franklin, James Madison e James Wilson.
Após longos debates, enfrentadas as divergências internas, resolveram
através de uma Constituição escrita criar um único Estado – EUA – através da
invenção do federalismo. (...)“

17
Aula 4: O Estado

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá

 construir um conceito para Estado.

 analisar as finalidades e funções do Estado.

RECURSOS

 utilização de material VHS, retroprojetor, datashow;

 Material disponibilizados pelo professor (textos de periódicos,


decisões judiciais, pareceres, etc).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 26. ed. atual. 28.ed. São Paulo: Saraiva,
2008

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
BOBBIO, Norberto; PASQUINO, Gianfranco e MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política. Brasília: Ed. Unb, 2007.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. 10. ed. Brasília: UnB, 2000.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2004.
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense,2006
FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.
WAGNER, Adolfo e outros. Curso de ciência política: grandes autores do
pensamento político e contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. 2
v.

18
CASOS

Observação importante: para a resolução dos casos desta aula,faça, inicialmente,


a leitura do capítulo II da obra de DALLARI,Dalmo. Elementos de teoria geral do
estado. São Paulo: Saraiva, 2005; capítulos IV e V da obra de AZAMBUJA, Darcy.
Teoria geral do estado. São Paulo: Globo, 1997; capítulos VIII e X da obra de
MALUF, Sahid. Teoria geral do estado. Rio de Janeiro: 26. Ed. Saraiva, 1991.
HOBSBAWM, Eric, Era dos Extremos: o breve século XX – 1914 - 1991, São
Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 113 / 144; MAQUIAVEL, Nicolau. O
Príncipe. São Paulo : Cultrix, 2002

Exercício 1 - Tema: Finalidades e funções do Estado - bem comum como


finalidade do Estado

Analise com atenção o texto abaixo:

¨ Saiba-se que existem dois modos de combater: um com as leis,outro com a


força.O primeiro é próprio do homem,o segundo dos animais.Não
sendo,porém,muitas vezes suficiente o primeiro, convém recorrer ao segundo.Por
conseguinte,a um príncipe é mister saber comportar-se como homem e como
animal...Tendo, portanto,a necessidade de proceder como animal,deve um
príncipe adotar a índole ao mesmo tempo do leão e da raposa;porque o leão não
sabe fugir das armadilhas e a raposa não sabe defender-se dos lobos. Assim,
cumpre ser raposa para conhecer as armadilhas e leão para amedrontar os lobos.
Um príncipe sábio não pode, pois, nem deve manter-se fiel às suas promessas
quando,extinta a causa que o levou a fazê-las, o cumprimento delas lhe traz
prejuízo...Não é necessário a um príncipe ter todas as qualidades mencionadas,
mas é indispensável que pareça tê-las, direi até que, se as possuir, o uso
constante delas resultará em detrimento seu,e que,ao contrário,se não as
possuir,mas afetar possuí-las,colherá benefícios.Daí a conveniência de parecer
clemente,leal,humano,religioso,íntegro e,ainda de ser tudo isso,contanto que,em
caso de necessidade, saiba tornar-se o inverso...Outras obrigações de um
príncipe são a de distrair o povo com festas durante certas épocas do ano,a de ter
na devida conta os grêmios ou as corporações em que se divide a cidade,
comparecendo não raro às suas reuniões, e a de dar exemplos de bondade e
munificência, embora mantendo sempre , por ser ela imprescindível, a majestade
do seu cargo...¨ (O Príncipe ,Maquiavel,cap. XIX e XXI)

Sobre Maquiavel, é correto afirmar:

(a) Em termos filosóficos modernos, entende-se que Maquiavel teria sido o


descobridor da política como categoria independente, distinta da moral e da
religião.
(b) Maquiavel nos ensinou a julgar as ações do príncipe segundo o seu valor
moral, afastando, assim, a idéia de que os fins justificam os meios.

19
(c) O maquiavelismo faz parte da Teoria da Razão de Estado, que acompanhou a
consolidação do Estado Absoluto.
(d) Com a expressão “razão de Estado “ entende-se que o Estado tem as suas
próprias razões que o indivíduo desconhece. Em nome de tais razões, o Estado
pode agir de maneira diferente daquela pela qual o indivíduo deveria comportar-
se nas mesmas circunstâncias. Em outras palavras, a moral do Estado, ou seja,
daqueles que detém o poder supremo de um homem sobre os outros homens, é
diferente da moral dos indivíduos.

Exercício 2 - Tema: Unidade política e soberania

Leia o seguinte texto:

“As ilhas Malvinas no Atlântico Sul, sobre imensos lençóis de petróleo, a


algumas centenas de quilômetros da Costa Argentina, chamadas de Falklands
pelos ingleses, foram ocupadas pela Grã-Bretanha em 1883. A Argentina nunca
aceitou esta ocupação.
Em abril de 1982, para atrair o apoio da população, o governo
militar ordenou a invasão das ilhas, desencadeando uma guerra localizada contra
a Grã-Bretanha. Em junho do mesmo ano, reconhecendo a derrota, os soldados
argentinos renderam-se e a Inglaterra voltou a controlar a região.”

Pergunta-se: é correto afirmar que as Ilhas Malvinas indicam a necessidade de


continuidade geográfica do território do Estado a fim de possibilitar o exercício da
Soberania?

20
Aula 5: O Estado - Elementos

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá

 analisar os elementos constitutivos do Estado.

RECURSOS

 utilização de material VHS, retroprojetor, datashow;

 incentivo à utilização pelo acadêmico das salas de aulas interativas;

 Material disponibilizados pelo professor (textos de periódicos,


decisões judiciais, pareceres, etc).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 26. ed. atual. 28.ed. São Paulo: Saraiva,
2008

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
BOBBIO, Norberto; PASQUINO, Gianfranco e MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política. Brasília: Ed. Unb, 2007.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. 10. ed. Brasília: UnB, 2000.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2004.
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense,2006
FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.
WAGNER, Adolfo e outros. Curso de ciência política: grandes autores do
pensamento político e contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. 2

21
CASOS

Observação importante: para a resolução dos casos desta aula,faça, inicialmente,


a leitura do capítulo II da obra de DALLARI,Dalmo. Elementos de teoria geral do
estado. São Paulo: Saraiva, 2005; capítulos IV e V da obra de AZAMBUJA, Darcy.
Teoria geral do estado. São Paulo: Globo, 1997; capítulos VIII e X da obra de
MALUF, Sahid. Teoria geral do estado. Rio de Janeiro: 26. Ed. Saraiva, 1991.
HOBSBAWM, Eric, Era dos Extremos: o breve século XX – 1914-1991, São
Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 113 / 144;

Exercício 1 - Tema: Elementos constitutivos – diferença entre povo e nação

Um brasileiro de 34 anos que reside na França, com dois filhos franceses e


divorciado há dois anos, uma vez por ano vem ao Brasil visitar seus parentes. Por
exigência das leis francesas ele suspendeu seu título de eleitor no Brasil. Em
relação ao Brasil, este indivíduo faz parte: do povo, da nação ou da população?

Exercício 2 - Tema: Elementos constitutivos

Com a independência do Brasil, em 1822, A Cisplatina seria a última das


províncias da América Portuguesa a aderir ao governo de D. Pedro I, e, em 1826,
chegou a ter representantes na Câmara dos Deputados e no Senado do Império.
Todavia, desde 1825, era o principal pretexto para uma guerra extenuante e sem
vencedores entre o Império do Brasil e o governo de Buenos Aires. Questão
resolvida em 1828, quando os governos brasileiro e argentino, sob mediação
britânica, concordaram na transformação da província Cisplatina em República.

Ocorreu alguma mudança importante na condição política da Cisplatina


quando foi transformada em República? Analise a questão à luz dos elementos
constitutivos do Estado.

Exercício 3 - Tema: Elementos constitutivos

No que diz respeito aos elementos constitutivos do Estado, a opção errada é a

(a) O povo deve ser entendido como uma “comunidade de pessoas”, e é


constituído por aqueles “homens que o seu Direito reveste da qualidade de
cidadãos ou de súditos e que permanecem unidos na obediência às mesmas leis”.
(b) População é um conceito jurídico “e representa somente o conjunto de
nacionais ou súditos residentes no território no território nacional.
(c) Os estrangeiros e os apátridas gozam, em termos gerais, de um estatuto
jurídico distinto do dos cidadãos do Estado e, em princípio, não gozam de direitos
políticos.
(d) O território do Estado é fundamental para delimitar qual o espaço em que o
Estado pode exercer o seu poder soberano.

22
Aula 6: O Poder Político e Soberania

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá

 analisar a origem do Poder Político.

 compreender a evolução da soberania estatal.

RECURSOS

 utilização de material VHS, retroprojetor, datashow;

 incentivo à utilização pelo acadêmico das salas de aulas interativas;

 Material disponibilizados pelo professor (textos de periódicos,


decisões judiciais, pareceres, etc).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 26. ed. atual. 28.ed. São Paulo: Saraiva,
2008

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
BOBBIO, Norberto; PASQUINO, Gianfranco e MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política. Brasília: Ed. Unb, 2007.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. 10. ed. Brasília: UnB, 2000.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2004.
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense,2006
FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.

23
WAGNER, Adolfo e outros. Curso de ciência política: grandes autores do
pensamento político e contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. 2
v.

CASOS

Observação importante: para a resolução dos casos desta aula, faça,


inicialmente, a leitura do capítulo II da obra de DALLARI,Dalmo. Elementos de
teoria geral do estado. São Paulo: Saraiva, 2005; capítulos IV e V da obra de
AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do estado. São Paulo: Globo, 1997; capítulos VIII
e X da obra de MALUF, Sahid. Teoria geral do estado. Rio de Janeiro: 26. Ed.
Saraiva, 1991.

Exercício 1 - Tema: Poder soberano - fundamento

O Tibete existe como uma região unificada desde o século VII. As


fronteiras da região foram firmadas em um acordo formal de paz com a China
entre os anos 821 e 823.
No século 13, quando o líder mongol Genghis Khan estendeu seu
domínio da China até a Europa, os líderes tibetanos tiveram que firmar um acordo
para manterem uma certa autonomia: eles prometeram lealdade em troca de
proteção. O órgão do governo no exílio informa ainda que, mesmo com as
conquistas tanto de Genghis Khan como de seu filho, Kublai Khan --que
estabeleceu a dinastia Yuan (1279-1368) após conquistar a China--, o território
tibetano nunca foi anexado à China.
O laço político com o governo Yuan foi rompido em 1350, antes da China
recuperar sua independência, e não manteve laços com o governo da dinastia
Ming (1386-1644).
O Dalai-Lama estabeleceu então uma ligação religiosa com os imperadores da
dinastia Qing (1644-1911), tornando-se guia espiritual do imperador chinês,
aceitando proteção em troca --mas, segundo o órgão, sem que isso afetasse a
independência do Tibete.
A ligação com os imperadores dessa dinastia já era inoperante à época da breve
incursão britânica em Lhasa --após o que foi assinada a Convenção de Lhasa em
1904.
Mesmo já sem influência, o governo chinês continuou a afirmar sua
autoridade sobre o Tibete: em 1910 o Exército imperial chinês ocupou a capital
tibetana, mas, após a revolução em 1911 e a derrubada do império, o exército
chinês se rendeu às forças tibetanas e foram repatriados. O dalai-lama então
reafirmou a independência do país e seu poder com base na religião budista.
Entre 1911 e 1950, o Tibete conseguiu manter o status de país
independente --durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o Tibete
permaneceu neutro, apesar das pressões de EUA, Reino Unido e China para
permitir a passagem de matérias-primas pela região.

24
Em 1949, começou a ocupação chinesa no Tibet. Dez anos depois, um
levante tibetano não teve sucesso e o governo comunista consolidou sua invasão.
Aproximadamente 1,2 milhão de tibetanos morreram e mais de 6.200 monastérios
foram destruídos, restando apenas 13. Cerca 100.000 tibetanos, como o Dalai
Lama e vários outros mestres, foram obrigados a se exilar.
Com a invasão chinesa do Tibet, foi como se uma represa houvesse
arrebentado: de repente a sabedoria tibetana começou a fluir livremente do teto do
mundo em direção ao Ocidente. Monges e monjas, lamas e mestres que nunca
haviam deixado seus mosteiros de clausura e suas ermidas isoladas tiveram que
enfrentar um novo mundo — cheio de homens e mulheres ansiosos para aprender
sobre o Dharma. Os mestres tibetanos dizem que se houve um bem emanado da
invasão chinesa, este bem foi a disseminação dos ensinamentos para tantos
alunos novos. (Lama Surya Das, O Despertar do Buda Interior)

Questão: Na hipótese do Tibete ser reconhecido como um Estado independente


e o Dalai Lama ser o representante do poder soberano, aponte, justificadamente,
dentre as teorias teocráticas e democráticas do exercício do poder, aquela que se
ajusta a situação descrita no texto.

Exercício 1 - Tema: Soberania - fundamento

Em 1923, Saud decretou a criação do Reino da Arábia Saudita, no


qual se unificavam Najd e Hedjaz, além dos emirados de Asir, Hasa e Nairan.
A Arábia Saudita interveio nas guerras árabe-israelenses de 1967 e
1973 e liderou o boicote dos países produtores de petróleo aos estados que
apoiaram Israel. Em 1975, Faiçal foi assassinado e seus sucessores, Khaled ibn
Abdul Aziz e Fahd, este coroado em 1982, adotaram uma política conservadora
pró-Ocidente.
A lei islâmica é não só um sistema legal, mas um código completo de
comportamento, que engloba atividades públicas e privadas. O rei nomeia o
conselho de ministros, que ele mesmo preside, exercendo assim a função de
primeiro-ministro.
A ordem do Estado se baseia na lei religiosa do Islã (Char’ ia), base
do direito civil e penal. O rei concentra os poderes executivo, legislativo e judiciário
e sua autoridade se estende ao campo religioso, pois o monarca é também o imã
(chefe religioso). Um conselho consultivo, formado pelo conselho de ministros e
pela família real, mais os ulemás (sábios religiosos) assessoram o rei em suas
decisões políticas. (GILISSEN, John. Introdução História ao Direito. Lisboa :
Fundação Calouste Gulbenkian, 2a edição, 1995, p. 119.)
No que diz respeito à justificação e a titularidade da soberania, o texto
acima se refere à soberania nacional, onde o titular do exercício do poder
soberano é a Nação?

25
Exercício 3 - Tema: Soberania - concepções

Identifique o autor, quando possível, e a concepção de poder político ou de


Soberania:

a) “É nele que consiste a essência do Estado, a qual pode ser assim definida: uma
pessoa de cujos atos uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com
os outros, foi instituída por cada um como autora, de modo a ela poder usar a
força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para
assegurar a paz e a defesa comum.

Aquele que é portador dessa pessoa se chama Soberano, e dele se diz que
possui poder Soberano. Todos os restantes são súditos. “

b) “(...) os que estão unidos em um corpo, tendo lei comum estabelecida e


judicatura para qual apelar, com autoridade para decidir controvérsias e punir os
ofensores, estão em sociedade civil uns com os outros (...)
(...) em um Estado constituído somente pode existir um poder supremo, que é
o legislativo, ao qual tudo mais deve ficar subordinado, contudo sendo o legislativo
somente um poder fiduciário destinado a entrar em ação para certos fins, cabe
ainda ao povo um poder supremo para afastar ou alterar o legislativo quando é
levado a verificar que age contrariamente ao encargo que lhe confiaram. Porque,
sendo limitado qualquer poder concedido como encargo para conseguir-se certo
objetivo, por esse mesmo objetivo, sempre que se despreza ou contraria
manifestamente esse objetivo, a ele se perde o direito necessariamente, e o poder
retorna às mãos dos que concederam, que poderão colocá-lo onde o julguem
melhor para garantia e segurança próprias.(...)
(...) sempre que os legisladores tentam tirar e destruir a propriedade do povo,
ou reduzi-la à escravidão sob um poder arbitrário, entra em estado de guerra com
ele, que fica assim absolvido de qualquer obediência (..) “.

c) “Cada um de nós coloca em comum a sua pessoa e todo o seu poder sob a
suprema direção da vontade geral, e nós recebemos em corpo cada membro
como parte indivisível
do todo.“
“(...) cada contratante está obrigado sem, no entanto, estar “sujeito” a pessoa
alguma, ao fato de que cada um, unindo-se a todos, só obedece, no entanto a si
mesmo, permanecendo tão livre quanto antes” (...)
(...) a vontade não se representa: é a mesma ou é outra, não existe meio
termo. Os deputados do povo não são, pois, nem podem ser,os seus
representante; são apenas co-missários; nada podem concluir
definitivamente.Toda lei, não ratificada pelo povo em pessoa, é nula; não é lei (...)
(...) o Soberano quer. Ele é a vontade geral que determina o ato (geral). O
governo age. Executa, por atos particulares, o ato geral (...).Os depositários do
poder executivo não são, em absoluto, os senhores do povo, mas os seus oficiais.
E o povo pode estabelecê-los e destituí-los quando lhe apraz(...)

26
(...) afirmo, pois, que a Soberania, não sendo senão o exercício da vontade
geral, jamais pode alienar-se, e que o Soberano, que nada é senão um ser
coletivo, só pode ser representado por si mesmo.”

d) “Luiz XI, cognominado Rei Sol, dizia-se a personificação do Estado - L’ État


c’est moi.(O Estado sou eu). E Luiz XV, que o sucedeu, declarou textualmente:
nós não temos a nossa coroa senão de Deus e o direito de fazer as leis nos
pertence sem co-participação ou dependência.
Idêntica afirmação fizera Carlos I quando levado ao patíbulo pelas forças
vitoriosas da Revolução de Cromwell: “a liberdade do povo consiste nas leis que
lhe assegurem a vida e bens próprios, nunca no direito de se governar por si
mesmo. Este direito é do Soberano. “

27
Aula 7: Estado, Poder e Direito

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá

 Analisar noção jurídica de Estado.

 Compreender as relações do Estado com o Direito e o Poder

RECURSOS

 utilização de material VHS, retroprojetor, datashow;

 Material disponibilizados pelo professor (textos de periódicos,


decisões judiciais, pareceres, etc).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 26. ed. atual. 28.ed. São Paulo: Saraiva,
2008

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
BOBBIO, Norberto; PASQUINO, Gianfranco e MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política. Brasília: Ed. Unb, 2007.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. 10. ed. Brasília: UnB, 2000.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2004.
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense,2006
FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.
WAGNER, Adolfo e outros. Curso de ciência política: grandes autores do
pensamento político e contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. 2
v.
FERRAJOLI, Luigi, A Soberania no Mundo Moderno, Ed. Martins Fontes, 2002

28
CASOS

Observação importante: para a resolução dos casos desta aula,faça, inicialmente,


a leitura do capítulo III da obra de DALLARI,Dalmo. Elementos de teoria geral do
estado. São Paulo: Saraiva, 2005;

Exercício 1 – Tema: A Soberania nos dias atuais

Com relação a globalização econômica, o autor Luigi Ferrajoli declara: “Ela


tem exigido reformas estruturais que, de um lado, parecem enfraquecer o Estado:
descentralização, agências regulatórias, poderes privados .... Tudo isso sugerindo
ser o Estado grande demais para a maioria de suas atuais funções
administrativas.Porém, paradoxalmente, também exige Estados cada vez maiores
– os atuais talvez sejam pequenos – para fazer frente aos desafios de adequação
à economia mundial”. FERRAJOLI, Luigi, A Soberania no Mundo Moderno, Ed.
Martins Fontes, 2002.

a) A partir do pensamento deste autor, devemos aceitar o pensamento clássico de


soberania de Jean Bodin?

b) O Estado Soberano continua a possuir capacidade jurídica internacional?

c) A globalização tem influenciado as políticas de governo adotadas no Brasil?

Exercício 2 – Tema: Transformação do Estado

“Um dos problemas fundamentais do Estado contemporâneo é conciliar a idéia


de ordem, no sentido de situação estabelecida, com o intenso dinamismo social,
que ele deve assegurar e promover e que implica a ocorrência de uma constante
mutação”. DALLARI, Dalmo de Abreu, Elementos de Teoria Geral do Estado, Ed.
Saraiva, 2003, 24 ed. P.139.

Diante do exposto, pergunta-se:


a) A adequação estatal é utópica?
b) Quais os processos de transformação do Estado capazes de mantê-lo
adequado?

29
Aula 8: Formas de Estado

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá

 distinguir as Formas de Estado

RECURSOS

 utilização de material VHS, retroprojetor, datashow;

 incentivo à utilização pelo acadêmico das salas de aulas interativas;

 Material disponibilizados pelo professor (textos de periódicos,


decisões judiciais, pareceres, etc).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 26. ed. atual. 28.ed. São Paulo: Saraiva,
2008

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
BOBBIO, Norberto; PASQUINO, Gianfranco e MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política. Brasília: Ed. Unb, 2007.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. 10. ed. Brasília: UnB, 2000.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2004.
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense,2006
FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.

30
WAGNER, Adolfo e outros. Curso de ciência política: grandes autores do
pensamento político e contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. 2
v.
FERRAJOLI, Luigi, A Soberania no Mundo Moderno, Ed. Martins Fontes, 2002

CASOS

Observação importante: para a resolução dos casos desta aula,faça, inicialmente,


a leitura do capítulo IV da obra de DALLARI,Dalmo. Elementos de teoria geral do
estado. São Paulo: Saraiva, 2005; capítulo XV da obra MORAES, Guilherme Pena
de, Teoria do Estado, Ed. Lumen Juris, 2006; capítulo XIII da obra de
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10.ed.7ª tiragem. São Paulo: Malheiros,
1999;MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. 26.ed. São Paulo : Saraiva, 2006.

Exercício 1 – Tema: Formas de Estado

Num Estado unitário, em que a totalidade das competências do Estado e do


Governo se concentra em princípio no Poder Central, ao qual cabe delegar algumas
delas às regiões, em razão do equilíbrio entre necessidade e possibilidade de
cumpri-las, as políticas sociais se executam forçosamente a partir de decisões
desse poder politicamente unificado e administrativamente delegado. Numa
federação, essas decisões cabem, tanto no âmbito político como na esfera
administrativa, às suas diferentes unidades, autônomas em ambos os sentidos.
Esse paradigma é possível nos Estados de pequena expressão territorial, de pouca
densidade étnica e cultural, equilibrados economicamente, ou seja, federações
simétricas. Nas federações assimétricas, como o Brasil, os Estados Unidos, a Índia
e a Rússia, são necessárias políticas compensatórias, como forma mais
democráticas de reduzir as desigualdades, as assimetrias...

1 – Como podemos estabelecer a distinção entre Estado Unitário e Estado Federal?


2 – Qual é o modelo de federação adotado na CRFB/88?

Exercício 2 – Tema: Formas de Estado – Estado Federal

A forma Federal de Estado pode surgir da transformação de um Estado


Unitário, ou de uma Confederação de Estados, ou por meio de Tratado
Internacional, ou através de uma guerra, ou revolução popular que agregue o
Estado vencido ao vencedor.

Diante do texto acima, informe como surgiu o federalismo brasileiro?

31
Exercício 3 – Tema: Distinções entre o Estado Federal e Estado Unitário

No que diz respeito as característica da federação como forma de estado,


podemos correlacionar os seguintes intens.

Federação (__) (__) (__)

1 - O pacto é dissolúvel.
2 - O Estado é politicamente centralizado.
3 - Os Estados são autônomos.
4 - Os Estados são soberanos.
5 - O pacto federativo é indissolúvel.
6 - Há apenas uma Constituição.
7 - Os estados-membros são dotados de Constituição.

32
Aula 9: Formas de Governo

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá

 distinguir as Formas de Governo

RECURSOS

 utilização de material VHS, retroprojetor, datashow;

 Material disponibilizados pelo professor (textos de periódicos,


decisões judiciais, pareceres, etc).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 26. ed. atual. 28.ed. São Paulo: Saraiva,
2008

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
BOBBIO, Norberto; PASQUINO, Gianfranco e MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política. Brasília: Ed. Unb, 2007.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. 10. ed. Brasília: UnB, 2000.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2004.
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense,2006
FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.
WAGNER, Adolfo e outros. Curso de ciência política: grandes autores do
pensamento político e contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. 2
v.
FERRAJOLI, Luigi, A Soberania no Mundo Moderno, Ed. Martins Fontes, 2002

33
CASOS

Observação importante: para a resolução dos casos desta aula,faça, inicialmente,


a leitura do capítulo IV da obra de DALLARI,Dalmo. Elementos de teoria geral do
estado. São Paulo: Saraiva, 2005; BODIN, Jean. Os Seis Livros da República;
CHEVALIER Jean-Jacques. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos
dias. Rio de Janeiro, Livraria Agir Editora, 1966.

Exercício 1 – Tema: República

Heródoto, na sua História (Livro III, §§ 80-82), narra uma célebre discussão que
teria ocorrido entre três persas – Otanes, Megabises e Dario – sobre a melhor
forma de governo a adotar depois da morte de Cambises. O episódio teria
ocorrido na segunda metade do século VI antes de Cristo. Esta passagem nos
mostra o grau de desenvolvimento do pensamento dos gregos sobre a política um
século antes da grande sistematização teórica de Platão e Aristóteles (no século
IV) sobre as tipologias “clássicas” das formas de governo.

Como observamos, o tema é de extrema importância para o estudo da Teoria


Geral do Estado.

Pergunta-se: Como o tema foi analisado pelo filósofo Aristóteles? O pensamento


aristotélico influenciou outros pensadores, como Montesquieu?

Exercício 2 – Tema: O pensamento de Maquiavel sobre as Formas de


Governo

O pensamento de Maquiavel teve grande importância para o estudo do


Estado, mormente no que diz respeito aos pressupostos sobre os quais funda as
sociedades políticas, a saber, a teoria da divisão constitutiva do corpo político. A
síntese destes pontos é encontrada no Discurso sobre as formas de governo de
Florença, escrito entre 1520 e 1521. Nele, o Secretário florentino elabora um
projeto de reforma constitucional para sua cidade, incorporando vários dos
elementos presentes nas suas obras. Maquiavel buscou compreender as razões
que motivavam a estabilidade político-institucional nos vários principados. Na sua
investigação, o autor passa em revista alguns momentos essenciais na história
Fiorentina.

Ao delimitar as razões da instabilidade, é capaz de formular então um


diagnóstico em função do qual poderia decidir qual deveria ser a forma de governo
mais apropriada para os florentinos.

34
Ele aponta como momento de origem da instabilidade político-institucional o
ano de 1393, que coincide justamente com a data de surgimento e implantação
das assim chamadas formas intermediárias de governo, que designam os estados
que não são verdadeiramente nem principados nem repúblicas.

Deste modo, a referida instabilidade é apresentada como uma


conseqüência da forma de governo adotada por sua cidade.

Como constatamos no texto, também em Maquiavel encontramos a


discussão sobre a melhor Forma de Governo a ser adotada pelo Estado.

Quais os pontos que você considera de maior importância, no discurso de


Maquiavel sobre o tema?

Exercício 3 – Tema: Formas de Governo - características

O governo republicano presidencialista tem como traços que o distinguem :

(a) o acesso do povo ao poder;


(b) a divisão de competências entre as entidades federativas;
(c) a eletividade dos mandatários e a transitoriedade dos mandatos eletivos e
responsabilidade política;
(d) a. eletividade dos mandatários e a transitoriedade dos mandatos eletivos e a
irresponsabilidade política.

Exercício 4 – Tema: Formas de Governo - características

Assinale a alternativa incorreta:

(a) são características da República: temporalidade, eletividade e


responsabilidade.
(b) as Monarquias limitadas por estamentos são aquelas onde há uma pequena
descentralização, com delegação de funções a membros da nobreza.
(c) são características da Monarquia: vitaliciedade, eletividade e responsabilidade.
(d) nos dias atuais a maioria dos governos monárquicos são constitucionais.

35
Aula 10: Sistemas de Governo

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá

 distinguir os Sistemas de Governo.

 compreender as características do sistema parlamentarista e


presidencialista.

RECURSOS

 utilização de material VHS, retroprojetor, datashow;

 Material disponibilizados pelo professor (textos de periódicos,


decisões judiciais, pareceres, etc).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 26. ed. atual. 28.ed. São Paulo: Saraiva,
2008

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
BOBBIO, Norberto; PASQUINO, Gianfranco e MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política. Brasília: Ed. Unb, 2007.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. 10. ed. Brasília: UnB, 2000.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2004.
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense,2006
FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.

36
WAGNER, Adolfo e outros. Curso de ciência política: grandes autores do
pensamento político e contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. 2
v.
FERRAJOLI, Luigi, A Soberania no Mundo Moderno, Ed. Martins Fontes, 2002

CASOS

Observação importante: para a resolução dos casos desta aula,faça, inicialmente,


a leitura do capítulo IV da obra de DALLARI,Dalmo. Elementos de teoria geral do
estado. São Paulo: Saraiva, 2005; capítulos XLIII e XLIV da obra de MALUF,
Sahid. Teoria geral do estado. Rio de Janeiro: 26. Ed. Saraiva, 2006.

Exercício 1 – Tema: Sistema Parlamentarista

A Inglaterra pode ser considerada o berço do governo representativo. Já no


século XIII, o mesmo que assistiu à elaboração da Carta Magna, numa rebelião
dos barões e do clero contra o monarca, irá ganhar forma de parlamento. No ano
de 1265 um nobre francês, Simom de Montefort, neto de inglesa e grande amigo
de barões e eclesiásticos ingleses, chefiou uma revolta contra o rei da Inglaterra,
Henrique III, promovendo uma reunião que muitos apontam como a verdadeira
criação do parlamento. (DALLARI, 1995, p.195)
Para alguns estudiosos dos sistemas de governo, o parlamentarismo tem suas
raízes fincadas no ano de 1213, onde, o “João sem Terra convocará “quatro
cavaleiros discretos” de cada condado, para com eles discutir os assuntos do
reino. (DALLARI, 1995, p.195).
O parlamento Inglês na “segunda metade do século XIV, já se compunha da
Câmara dos Lordes e da Câmara dos Comuns.
Parlamentarismo é um sistema de governo em que o poder legislativo
(parlamento) oferece a sustentação política (apoio direito ou indireto) para o poder
executivo. Logo, o poder executivo necessita do poder do parlamento para ser
formado e também para governar. No parlamentarismo, o poder executivo é,
geralmente, exercido por um primeiro-ministro (chanceler).
A vantagem do sistema parlamentarista sobre o presidencialista é que o primeiro é
mais flexível. Em caso de crise política, por exemplo, o primeiro-ministro pode ser
trocado com rapidez e o parlamento pode ser destituído. No caso do
presidencialismo, o presidente cumpre seu mandato até o fim, mesmo havendo
crises políticas.
O parlamentarismo pode se apresentar de duas formas. Na República
Parlamentarista, o chefe de estado, com poder de governar, é um presidente
eleito pelo povo e nomeado pelo parlamento, por tempo determinado. Nas
monarquias parlamentaristas, o chefe de governo é o monarca, que assume de
forma hereditária. Neste último caso, o chefe de estado, que governa de fato, é
um primeiro-ministro, também chamado de chanceler.

37
O Brasil, na sua história, já adotou o parlamentarismo como sistema de
governo? Em caso positivo, desenvolva breve análise sobre essa experiência.

Exercício 2 – Tema: Sistema Presidencialista

O Presidencialismo é o “sistema de governo no qual o Poder Executivo se


concentra nas mãos de uma única pessoa, que representará externamente a
nação e o governo”.
O presidencialismo tem sua criação associada à experiência estadunidense
do séc. XVIII, tendo resultado da aplicação das idéias democráticas, concentradas
na liberdade e na igualdade dos indivíduos e na soberania popular, conjugadas
com o espírito pragmático dos criadores do Estado norte-americano. A péssima
lembrança que tinham da atuação do monarca, enquanto estiveram submetidos à
coroa inglesa, acrescida à influência dos autores que se opunham ao absolutismo,
especialmente de Montesquieu, determinou a criação de um sistema que,
consagrando a soberania da vontade popular, adotava ao mesmo tempo um
mecanismo de governo que impedia a concentração do poder. O sistema
presidencial norte-americano aplicou, com o máximo rigor possível, o princípio dos
freios e contrapesos, contido na doutrina da separação dos poderes.
Quais as características do sistema presidencialista que o distingue do
sistema parlamentarista.

Exercício 3 – Tema: Plebiscito - Sistema Presidencialista – art. 2 do ADCT da


CRFB/88

O art. 2º da ADCT/88 estipula que:

Art. 2.º No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá,


através de plebiscito, a forma (república ou monarquia
constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou
presidencialismo) que devem vigorar no País.

Quis o destino dos homens que, no plebiscito realizado em 21 de abril de


1993, o povo brasileiro tivesse escolhido a manutenção do sistema
presidencialista de governo.

Contudo, suponhamos que tivesse saído vencedor o sistema parlamentar


de governo, o que obrigatoriamente deveria ser modificado na Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, para ajustá-la ao novo sistema de
governo?

No seu ponto de vista, qual a principal vantagem, caso exista, do


parlamentarismo sobre o presidencialismo?

38
Aula 11: Regimes de Governo

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá

 distinguir os Regimes de Governo.

 compreender o sentido de Democracia.

RECURSOS

 utilização de material VHS, retroprojetor, datashow;

 incentivo à utilização pelo acadêmico das salas de aulas interativas;

 Material disponibilizados pelo professor (textos de periódicos,


decisões judiciais, pareceres, etc).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 26. ed. atual. 28.ed. São Paulo: Saraiva,
2008

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
BOBBIO, Norberto; PASQUINO, Gianfranco e MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política. Brasília: Ed. Unb, 2007.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. 10. ed. Brasília: UnB, 2000.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2004.

39
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense,2006
FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.
WAGNER, Adolfo e outros. Curso de ciência política: grandes autores do
pensamento político e contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. 2
v.
FERRAJOLI, Luigi, A Soberania no Mundo Moderno, Ed. Martins Fontes, 2002

CASOS

Observação importante: para a resolução dos casos desta aula,faça, inicialmente,


a leitura do Informativo n. 346 do STF ; LENZA, Pedro. Direito constitucional
esquematizado. 12. Ed. São Paulo : Saraiva, 2008; leitura do capítulo IV da obra
de DALLARI,Dalmo. Elementos de teoria geral do estado. São Paulo: Saraiva,
2005

Exercício 1 – Tema: Democracia dos Antigos e dos Modernos

Esparta, ou Lacedemônia, localizava-se na península do Peloponeso, na


planície da Lacônia. Foi fundada no século IX a.C., as margens do rio Eurotas,
após a união de três tribos dóricas. Esparta tem sido considerada muito
justamente o protótipo da cidade aristocrática.
Politicamente, Esparta organizava-se sob uma diarquia, ou seja, uma
monarquia composta por dois reis, que tinham funções religiosas e guerreiras. As
funções executivas eram exercidas pelo Elforato, composto por cinco membros
eleitos anualmente. Havia também a Gerúsia, composta por 28 membros da
aristocracia, com a idade superior a 60 anos, que tinham funções legislativas e
controlavam as atividades dos diarcas. Na base das estruturas políticas,
encontravam-se a Ápela ou assembléia popular, formada por todos os cidadãos
maiores de 30 anos, que tinham a função de votar leis e escolher os gerontes.
Já Atenas, situava-se na Ática, apresenta uma paisagem movimentada,
onde colinas e montanhas parcelam pequenas planícies. A ocupação inicial da
Ática se fez com os arqueus, seguidos posteriormente por jônios e eólios.
Em termos políticos, Atenas conservou a monarquia por muito tempo, até
que foi substituída pelo arcontado. O arcontado era composto por nove arcontes
cujos mandados eram anuais. Foi criado também um conselho - o aerópago -
composto por eupátridas, com a função de regular a ação dos arcontes.
Estabeleceu-se assim o pleno domínio oligárquico.
Veremos como no século V, período de seu maior desenvolvimento,
funcionava essa admirável democracia ateniense que representa a maior
realização política da Antigüidade, e quais as suas instituições fundamentais.

O regime político de Atenas, pela primeira vez, o conceito puro de


democracia se estabelece, assenta sobre a igualdade dos cidadãos em face da

40
lei. Aos poucos, os últimos vestígios de privilégio vão desaparecendo, e ficam de
fora as mulheres, os estrangeiros e os escravos, isto é, muitas pessoas ficavam
de fora dessa democracia.

Além de se encarnar nos usos e costumes que o exercício das liberdades e


o sentimento de igualdade tornam mais compassivos e humanos, ela se encontra
garantida na lei que lhe proíbe que lhes seja dada à morte pelo seu senhor,
punindo, severamente, as sevícias e os maus tratos.
Sem ser perfeito, o funcionamento da democracia em Atenas está
assegurado pela adequada formação dos seus órgãos políticos. De fato, tanto
quanto é possível, a vontade popular, isto é, a soberania do povo, encontrou nas
instituições democráticas de Atenas a forma se exprimir e exercer.
Diante do texto, podemos verificar que Atenas tinha uma “democracia
excludente”. Tal argumento se sustenta no fato das mulheres, estrangeiros e
menores de 18 anos não terem direito à participação política. Esses grupos
sociais, mesmo compondo a grande maioria da população, não votavam ou
participavam das instituições representativas.

Indaga-se: Qual a diferença entre a democracia dos antigos, e a dos


modernos?

Exercício 2 – Tema: Regime de Governo - Democracia

Antes da aparente estabilidade que atualmente goza o governo Chaves,


poucos dias antes do movimento que o afastou temporariamente do poder, um
prestigiado militar daquele país declarou o seguinte:
''Nós sabemos o que significa um sistema democrático e
conhecemos as conseqüências se esta legitimidade se
quebra com qualquer ação armada. O povo venezuelano é
maduro, mas é claro que toda a paciência tem limites. “E
chega um dia que ela não resiste mais’’, declarou ontem o
general Néstor González, o sexto militar a rebelar-se contra
o governo de Hugo Chávez nos últimos três meses”. (Fonte:
JB, de 12 de abril de 2002).
Agora, esclareça o seguinte:

a) Como podemos definir o regime democrático de governo?


b) A democracia está relacionada, intrinsecamente, com qual dos
critérios de legitimidade indicados por Max Weber?
c) A revolução, ao destruir uma ordem então estabelecida e substituí-la
por outra, poderia ser justificada por qual critério de Weber?

41
Exercício 3 – Tema: Regime de Governo – Supressão de Direitos

Durante o governo de Arthur da Costa e Silva - 15 de março de 1967 à 31


de agosto de 1969 - o país conheceu o mais cruel de seus Atos Institucionais. O
Ato Institucional Nº 5, ou simplesmente AI 5, que entrou em vigor em 13 de
dezembro de 1968, era o mais abrangente e autoritário de todos os outros atos
institucionais, e, na prática, revogou os dispositivos constitucionais de 67, além de
reforçar os poderes discricionários do regime militar. O Ato vigorou até 31 de
dezembro de 1978.

Art. 5º - A suspensão dos direitos políticos, com base


neste Ato, importa, simultaneamente, em:
I - cessação de privilégio de foro por prerrogativa de
função;
II - suspensão do direito de votar e de ser votado nas
eleições sindicais;
III - proibição de atividades ou manifestação sobre
assunto de natureza política;
IV - aplicação, quando necessária, das seguintes
medidas de segurança:
a) liberdade vigiada;
b) proibição de freqüentar determinados lugares;
c) domicílio determinado,
§ 1º - o ato que decretar a suspensão dos direitos
políticos poderá fixar restrições ou proibições
relativamente ao exercício de quaisquer outros
direitos públicos ou privados.
§ 2º - As medidas de segurança de que trata o item IV
deste artigo serão aplicadas pelo Ministro de Estado
da Justiça, defesa a apreciação de seu ato pelo
Poder Judiciário.

Analise a norma acima e responda quais os princípios democráticos que foram


violados.

42
Aula 12: Exercício do Poder Democrático

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá

 distinguir os modos de exercício do poder democrático.

RECURSOS

 utilização de material VHS, retroprojetor, datashow;

 Material disponibilizados pelo professor (textos de periódicos,


decisões judiciais, pareceres, etc).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 26. ed. atual. 28.ed. São Paulo: Saraiva,
2008

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
BOBBIO, Norberto; PASQUINO, Gianfranco e MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política. Brasília: Ed. Unb, 2007.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. 10. ed. Brasília: UnB, 2000.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2004.
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense,2006
FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.
WAGNER, Adolfo e outros. Curso de ciência política: grandes autores do
pensamento político e contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. 2
v.
FERRAJOLI, Luigi, A Soberania no Mundo Moderno, Ed. Martins Fontes, 2002

43
CASOS

Observação importante: para a resolução dos casos desta aula,faça, inicialmente,


a leitura dos capítulo IV da obra de DALLARI,Dalmo. Elementos de teoria geral do
estado. São Paulo: Saraiva, 2005; BOBBIO, Norberto. Estado, governo,
sociedade; por uma teoria geral da política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987

Exercício 1 – Tema: Democracia - Exercício

O art. 35 da lei nº 10.826/2003 determinou, in verbis, o seguinte:

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e


munição em todo o território nacional, salvo para as
entidades previstas no art. 6o desta Lei.

§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de


aprovação mediante referendo popular, a ser realizado em
outubro de 2005.

§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o


disposto neste artigo entrará em vigor na data de publicação
de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Note-se que o parágrafo primeiro do citado artigo determinou um período de


vacatio legis para a proibição estabelecida no caput do artigo.

Com base nas informações acima, informes se o mecanismo de


participação popular direta permitido pelo inciso II do art. 14 da CRFB/88 foi
tecnicamente bem utilizado pelo legislador ou se, na verdade, tratava-se de um
plebiscito, previsto no inciso I, do art. 14, da CRFB/88, fazendo a distinção entre
um e outro instituto.

Exercício 1 – Tema: Democracia - Exercício – Plebiscito

A criação de município depende:

(a) de lei estadual, exclusivamente.


(b) de prévia consulta plebiscitária às populações dos municípios limítrofes.
(c) de estudos de sua viabilidade.
(d) de permissão temporal prevista em lei complementar estadual.

44
Aula 13: As Autocracias

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá

 compreender o sentido de governos autocráticos.

RECURSOS

 utilização de material VHS, retroprojetor, datashow;

 Material disponibilizados pelo professor (textos de periódicos,


decisões judiciais, pareceres, etc).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 26. ed. atual. 28.ed. São Paulo: Saraiva,
2008

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
BOBBIO, Norberto; PASQUINO, Gianfranco e MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política. Brasília: Ed. Unb, 2007.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. 10. ed. Brasília: UnB, 2000.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2004.
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense,2006
FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.
WAGNER, Adolfo e outros. Curso de ciência política: grandes autores do
pensamento político e contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. 2
v.
FERRAJOLI, Luigi, A Soberania no Mundo Moderno, Ed. Martins Fontes, 2002

45
CASOS

Observação importante: para a resolução dos casos desta aula, faça, inicialmente,
a leitura da obra de AMARAL, Diogo de Freitas. História das Idéias Políticas
(apontamentos). Portugal: Lisboa. Vol II. 1998. p 317-320; capítulos XXIX e XXX
da obra de MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado .26.ed. São Paulo : Saraiva,
2006.

Exercício 1 – Tema: Totalitarismo – Fascismo

Leia os textos a seguir:

a) “O Estado, segundo o Mein Kampf, não é evidentemente o Estado


liberal,vazio de conteúdo moral,desprovido de todo imperativo,de todo
absoluto,entregue aos apetites de múltiplos partidos,que por sua vez encobrem
interesses particulares.É um Estado que possui uma missão um Estado ético, que
depende de um Absoluto. É um Estado antiliberal, antiparlamentar, antipartidos,
um Estado fundado sobre o princípio e a mística do Chefe, do Condutor ( Fuhrer )
e cujo motor é um Partido único,intermediário entre as massas e o Chefe. É um
Estado radicalmente antimarxista (embora afirmando-se antiburguês),
antiigualitário, hierárquico e corporatiivo, obstinado, enfim, em nacionalizar, em
tornar não grosseiramente nacionais,mas agressivamente ¨nacionalistas¨ as
massas que o marxismo judeu queria desnacionalizar,internacionalizar.¨(As
grandes obras políticas de Maquiavel aos nossos dias, Jean-Jacques Chevallier )

b) “A doutrina fascista recusa a concepção do Estado agnóstico, privado de


substância própria, com objetivos particulares e alheio à vida dos cidadãos. Ao
contrário do Estado democrático, o Estado fascista não pode permitir que as
forças sociais sejam abandonadas a si mesmas. O fascismo compreendeu que as
massas que, por tão prolongado tempo, permaneceram estranhas e hostis ao
Estado deviam ser unidas e enquadradas no Estado...É por essa razão que o
Estado fascista é não somente um Estado de autoridade, mas, além disso, um
Estado popular, como nenhum outro jamais o foi. Não é um Estado democrático,
no sentido antigo dessa expressão, porque não dá a soberania ao povo, mas é um
Estado eminentemente democrático, no sentido de que adere estreitamente ao
povo, de que está em constante contato com ele, de que penetra a massa por mil
caminhos, guia-a espiritualmente, sente-lhe as necessidades, vive-lhe a vida,
coordena-lhe a atividade... Segundo a concepção totalitária do fascismo, o Estado
deve presidir e dirigir a atividade nacional em todos os seus setores. Nenhuma
organização, quer política, quer moral, quer econômica, pode subsistir fora do
Estado...” ( ROCCO. A transformação do Estado In BURON, Thirry&GAUCHON,
Paschoal. Os fascismos ) .
Este texto foi escrito por um adepto do fascismo italiano em 1931 e expressa
a concepção fascista do Estado, que incorpora em si todas as instituições e sufoca
os indivíduos e as entidades sociais autônomas. Como afirmava o líder do Partido

46
Fascista Italiano, Benito Mussolini: “para o fascista, tudo está no Estado, e nada
de humano nem de espiritual... existe fora do Estado”.

A leitura dos textos acima sugere alguns fundamentos essenciais do


fascismo em suas manifestações na Alemanha e na Itália. Identifique-os.

Exercício 2 – Tema: Totalitarismo – Nazismo

“Ora, há uma espécie superior da humanidade, a raça ariana. Hitler não a


define, nem sequer leva em conta as discussões sobre a sua existência. Ela
existe. Sua existência é o indemonstrado e indemonstrável postulado em que se
baseia toda a construção nazista. Sua superioridade está incluída em seu próprio
ser. Ela é a “depositária do desenvolvimento da civilização humana”, a portadora
do fogo dessa civilização. Escutemos o elogio,, verdadeiras litanias, do ariano. O
ariano, “Prometeu da humanidade”, cuja fronte luminosa reflete a centelha do
gênio, o fogo do conhecimento que ilumina a noite, mostrando ao homem o
caminho a vencer para tornar-se senhor dos outros seres. O ariano, povo de
senhores que, pela conquista dos homens de raça inferior, deles fez “o primeiro
instrumento técnico” a serviço da civilização nascente. O ariano, que forneceu “as
poderosas pedras de corte e o plano de todos os edifícios do progresso humano”.
O ariano, cuja grandeza não se acha tanto na riqueza de seus dons intelectuais
quanto em seu idealismo, isto é, em sua faculdade altamente desenvolvida “de
sacrificar-se pela comunidade, pelos semelhantes”. E eis justamente o ponto em
que o judeu oferece, em relação ao ariano, o mais notável contraste. O judeu “não
possui idealismo”; ora, civilização alguma pode ser criada sem idealismo. A
inteligência do judeu nunca lhe servirá “para edificar, mas para destruir”...

O totalitarismo teve maior expressão no período entre guerras através do


nazismo na Alemanha e do fascismo italiano. Ainda que possuíssem práticas
semelhantes, o que diferenciou o nazifascismo alemão de Hitler do regime fascista
italiano sob a égide de Mussolini?

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Aula 14: Obediência à lei: Resistência aos atos do Poder Público

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá

 analisar o sentido e alcance do direito de Resistência.

RECURSOS

 utilização de material VHS, retroprojetor, datashow;

 Material disponibilizados pelo professor (textos de periódicos,


decisões judiciais, pareceres, etc).

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 25. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. 26. ed. atual. 28.ed. São Paulo: Saraiva,
2008

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. 40. ed. São Paulo: Globo, 2000.
BOBBIO, Norberto; PASQUINO, Gianfranco e MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política. Brasília: Ed. Unb, 2007.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. 10. ed. Brasília: UnB, 2000.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2004.
COSTA, Nelson Nery. Ciência Política. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense,2006
FLEINER-GERSTER, Thomas. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Martins
Fontes, 2006.
WAGNER, Adolfo e outros. Curso de ciência política: grandes autores do
pensamento político e contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009
WEFFORT, Francisco C. (Org.). Clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. 2
v.
FERRAJOLI, Luigi, A Soberania no Mundo Moderno, Ed. Martins Fontes, 2002

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CASOS

Observação importante: para a resolução dos casos desta aula, faça, inicialmente,
a leitura da obra de AMARAL, Diogo de Freitas. História das Idéias Políticas
(apontamentos). Portugal: Lisboa. Vol II. 1998. p 317-320; capítulos XXIX e XXX
da obra de MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado .26.ed. São Paulo : Saraiva,
2006.

Exercício 1 – Tema: Direito de Resistência

Leia com atenção as considerações abaixo:

“A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (França, 1789)


prevê, no seu art. 2º , entre “os direitos naturais e imprescritível do homem”, a
resistência à opressão.

Machado Paupério refere o direito de resistência como resultante natural da


insuficiência das sanções jurídicas organizadas, apontando o tríplice aspecto da
recusa da obediência dos governos, a oposição às leis injustas, a resistência à
opressão e a revolução.

Desde o mundo antigo e nos primeiros séculos do Cristianismo, como


doutrina da Igreja e como prática política medieval, na doutrina tomista e na
reforma protestante, o direito de resistência vem tratado sob múltiplos aspectos,
culminando com Locke, pelo qual cabe ao povo julgar o príncipe ou o legislativo
quando agem de modo contrário à confiança que neles depositou: o poder de que
cada indivíduo abdica em favor da sociedade, ao nela entrar e permanecer para
sempre com a comunidade.

As teorias de Locke exerceram irresistível influência desde então, vindo a


inspirar a Declaração dos Direitos de 1789 e, a partir daí, a “idéia de direito” no
mundo, sendo consagrada como direito, expressamente, em alguns ordenamentos
jurídicos (Constituição alemã, Constituição portuguesa). Canotilho comenta o
direito de resistência como “a última ratio do cidadão que se vê ofendido nos seus
direitos, liberdades e garantias por atos do Poder Público ou por ações de
entidades privadas”.

À luz das observações acima indique os fundamentos essenciais do direito


de resistência.

Exercício 2 – Tema: Direito de Resistência

Analise com atenção este texto de Mahatma Ghandi:

“Amigos meus que me conhecem têm verificado que eu tenho tanto de um


homem moderado quanto de um extremista, que eu sou tão conservador como

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revolucionário. Assim se explica, talvez, a minha boa sorte de ter amigos entre
esse tipos extremos de homens. Essa mescla, creio, corre por conta da minha
própria ahimsa”.

Recuso-me a ser escravo de precedentes – afirma – ou a praticar algo que não


compreenda nem possa defender com base moral. “Não sacrifiquei princípio
algum a fim de obter alguma vantagem política”.

“O que pensais – passais a ser”.

“Tudo o que vive é o teu próximo”.

“O teu inimigo se renderá, não quando sua força esgotar, mas quando o teu
coração se negar ao combate”.

“Substituir uma vida egoísta, nervosa, violenta e irracional por uma vida de
amor, de fraternidade, de liberdade e de raciocínio” – é a sua palavra de ação.

“A não-violência não pode ser definida como um método passivo ou inativo. É


um movimento bem mais ativo que outros que exigem o uso de armas. A verdade
e a não-violência são, talvez, as forças mais ativas que o mundo dispõe. A não-
violência é o primeiro artigo da minha fé; e é também o último artigo do meu
credo”.

Indaga-se:

a) Como se manifestou concretamente o “Movimento de Não Cooperação Não


Violenta” liderado por Gandhi no processo de descolonização da Índia?

b) Este movimento pode ser reconhecido como uma forma de expressão do


direito de resistência?

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