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Sistema de Esgotamento Sanitário e Pluvial

Introdução ao Tratamento e ao Pós-


tratamento de Esgotos

Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental - UFMG


ALTERNATIVAS SIMPLIFICADAS PARA O
TRATAMENTO DE ESGOTOS

• Sistemas não mecanizados


• Sistemas de fácil operação e de baixo custo
• Sistemas com baixa produção de lodo
 Principais alternativas
• Sistemas anaeróbios (reatores de manta de lodo ou
reatores UASB)
• Sistemas combinados (reator UASB + pós-
tratamento)
Sistemas Anaeróbios X Sistemas Aeróbios
Biogás
(70 a 90%)

CO2 Reator Efluente


Matéria (40 a 50%) Anaeróbio (10 a 30%)
Orgânica Lodo (5 a 15%)
(100% DQO) Reator
Efluente (5 a 10%)
Aeróbio

Lodo (50 a 60%)


Aproveitamento Energético do Biogás?
Baixa Produção de Lodo! Reciclagem dos Biossólidos?
Atendimento à Legislação Ambiental?
Tecnologias Simplificadas: Sistemas Anaeróbios
Características dos Vantagens Aplicabilidade
Sistemas Anaeróbios

Maior Simplicidade Operacional: Grandes Centros


Não há fornecimento de • Pouca dependência de operadores qualificados Urbanos
oxigênio (s/ aeração) • Fluxograma simplificado, havendo poucas
unidades integrando a estação de tratamento

Menor Custo de Operação e Manutenção: Pequenas


• Pouca dependência de equipamentos Comunidades
Baixa produção de lodo • Menor consumo energético
• Menos inconvenientes com manuseio,
acondicionamento e transporte de lodo

Lodo mais concentrado e Menor Custo de Implantação: Sistemas


melhores características de • Baixo requisito de área Descentralizados
desidratação • Pouca ou nenhuma demanda por equipamentos
p/ aeração ou desidratação
Tecnologias Simplificadas: Sistemas Anaeróbios
Há necessidade de Pós-Tratamento ?

Esgoto Bruto Eficiências Típicas p/ Esgoto Tratado Legislação Ambiental


(Afluente) Remoção de Poluentes (Efluente) (Padrão de Lançamento)

Matéria Orgânica Matéria Orgânica 60 mg DBO/L ou


 350 mg DBO/L
40 a 85% 40~160 mg DBO/L Eficiência > 60%

Nutrientes Nutrientes
 30 mg NH3/L
Baixa ou Nula  30 mg NH3/L
5 mg NH3/L

Microrganismos Microrganismos
105 ~ 108 Baixa ( 1 log) 104 ~ 107 Não existe
CF /100mL CF /100mL
Alternativas de Pós-Tratamento Contempladas no PROSAB
1- Pós-tratamento por aplicação no solo
Vala de filtração, Infiltração rápida, Irrigação subsuperficial, Escoamento superficial;
2- Pós-tratamento por lagoas
Lagoa de polimento, Lagoa de alta taxa de produção de algas;
3- Pós-tratamento por sistemas com biofilme
Biofiltro aerado submerso, Reator aeróbio radial de leito fixo, Reator de leito granular
expandido, Leito fluidizado aeróbio, Filtro biológico percolador, Filtro anaeróbio;
4- Pós-tratamento por sistemas de lodos ativados
Sistema de lodos ativados convencional, Sistema de reatores sequenciais em batelada;
5- Pós-tratamento por sistemas de flotação
Microaeração e flotação, Flotação por ar dissolvido;
6- Pós-tratamento por sistemas de filtração
Filtração ascendente em leito de pedregulho;
7- Pós-tratamento por sistemas de desinfecção
Fotorreator de radiação UV;
8- Desodorização do biogás em biofiltros
Biofiltro de turfa;
SISTEMAS COMBINADOS:
Reator UASB + Lagoas de Polimento
SISTEMAS COMBINADOS:
Reator UASB + Lagoas de Polimento
SISTEMAS COMBINADOS:
Reator UASB + Aplicação no Solo
SISTEMAS COMBINADOS:
Reator UASB + Aplicação no Solo
Características Típicas dos Principais
Sistemas de Tratamento de Esgotos

Eficiência na remoção (%) Requisitos


Sistema de Custos
tratamento Matéria Área Potência (US$/hab)
Patógenos
orgânica (m2 /hab) (W/hab)
Lagoas sem aeração 80 – 90 60 – 99,9 1,5 – 5,0 - 10 – 30
Disposição no solo 85 – 99 90 – 99 1 – 50 - 5 – 20
Sistemas anaeróbios 60 – 90 60 – 90 0,05 – 0,4 - 20 – 80
Lagoas com aeração 70 – 90 60 – 99 02 – 2,5 1 – 1,7 10 – 30
Reatores com biofilmes 80 – 95 60 – 90 0,05 – 0,7 0,2 – 3,0 40 – 120
Lodos ativados 85 – 98 60 –90 0,2 – 0,35 1,5 – 4,0 40 – 120
Fonte: Von Sperling
(1996)
Ocorrências de microrganismos nos esgotos
brutos e remoções esperadas no tratamento

Microrganismo Contribuição per capita Concentração


(org/hab.d) (org/100 ml)
9 12
Coliformes totais 10 a 10 106 a 109
Coliformes fecais 108 a 1011 105 a 108
Estreptococos fecais 108 a 109 105 a 106
Cistos de protozoários < 106 < 103
Ovos de helmintos < 106 < 103
Vírus 105 a 107 102 a 104
Fonte: Adaptado de VON SPERLING (1995) e ARCEIVALA (1981)

Microrganismos Tratamento primário (%) Tratamento secundário (%)


Coliformes totais < 10 90 a 99
Coliformes fecais 35 90 a 99
Shigella sp. 15 91 a 99
Salmonella sp. 15 96 a 99
Escherichia coli 15 90 a 99
Vírus < 10 76 a 99
Entamoeba histolytica 10 a 50 10
Ovos de helmintos 50 a 90 70 a 99
Fonte: Adaptado de USEPA (1986)
Sistemas de Desinfecção

• lagoas de • pequenas profundidades;


maturação/polimento • radiação solar, elevado pH.

• disposição no solo

• subprodutos corrosivos e tóxicos;


• cloração • elevadas dosagens.
• escapa para a atmosfera;
• ozonização • oxidante mais forte.
• não há geração de subprodutos;
• radiação UV • requer áreas pequenas.
Subprodutos Sólidos do Tratamento de
Esgotos

areia lodo
primário

escuma

material lodo
gradeado secundário
Destinação Final dos Subprodutos Sólidos

areia

material gradeado aterro

escuma
Etapas do Tratamento do Lodo

adensamento: remoção de umidade

estabilização: remoção de matéria orgância

condicionamento: preparação para desidratação

desidratação: remoção de umidade

disposição final
Tratamento do Lodo

Lodo biológico
• adensadores
(secundário)
• leitos de
já estabilizado
secagem

• aplicação no solo

• aterramento
Tratamento do Lodo

• lodo primário
• lodo secundário não ESTABILIZAÇÃO
estabilizado

• aplicação no solo • desidratação mecânica

• aterramento • leitos de secagem


Estabilização do Lodo
Digestores
Reuso do Lodo

lodo tratamento higienização

reuso na
agricultura
Por que higienizar o lodo?

• Principais patógenos que colocam em risco a saúde


humana e animal:
– Ovos de helmintos, bactérias e cistos de protozoários
• Fatores relacionados à sua disseminação:
– Ampla distribuição geográfica;
– Alta frequência de parasitismo na população mundial e
tempo de sobrevivência no meio externo (ovos de
Ascaris sp podem sobreviver até 7 anos no solo);
– Baixa dose infectante (ovo ou cisto é suficiente para
contaminar o hospedeiro).
Por que higienizar o lodo?
• Organismos patogênicos mais encontrados nas fezes humanas nos
países tropicais:
– Helmintos intestinais
• 70 milhões de brasileiros apresentam doenças causadas por A.
lumbricoides (Campos, 1988)
• 1 bilhão de pessoas infectadas por A. Lumbricoides em todo o
mundo (WHO, 1984. citado por Neves, 2000)
• Uma fêmea de A. lumbricoides pode eliminar 200 mil ovos ou mais
por dia
• Grande quantidade de ovos + condições sanitárias precárias +
fatores ambientais = Disseminação da Ascaridíase.
Higienização do Lodo

• caleação

• temperatura

• compostagem

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