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Prop LP COMP Red MD 20 03
Prop LP COMP Red MD 20 03
PROPOSTA
DO ESTADO DE SÃO PAULO
CURRICULAR
LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO II E ENSNNO MÉDIO
Coordenação do Desenvolvimento dos Educação Física: Adalberto dos Santos Souza,
Conteúdos Programáticos e dos Cadernos dos Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches
Professores Neto, Mauro Betti, Sérgio Roberto Silveira
Ghisleine Trigo Silveira LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges,
Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini
COORDENAÇÃO DE ÁREA PARA O Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles
DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS Fidalgo
PROGRAMÁTICOS E DOS CADERNOS DOS Língua Portuguesa: Débora Mallet Pezarin de
PROFESSORES Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís
Ciências Humanas e suas Tecnologias: Angela Marques López Landeira e João Henrique Nogueira
Corrêa da Silva e Paulo Miceli Mateos
Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Luis
“Matéria licenciada exclusivamente à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
E ENSINO MÉDIO
DO ESTADO DE SÃO PAULO
LÍNGUA PORTUGUESA
“Matéria licenciada exclusivamente à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
para uso no site do programa ‘São Paulo faz escola’.
É estritamente vedada sua reprodução parcial e/ou integral por terceiros”
PROPOSTA
CURRICULAR
Carta da Secretária
Neste ano, colocamos em prática uma nova Proposta Curricular, para aten-
der à necessidade de organização do ensino em todo o Estado.
para que definissem seus próprios projetos pedagógicos, foi um passo importante.
Ao longo do tempo, porém, essa tática descentralizada mostrou-se ineficiente.
Por esse motivo, propomos agora uma ação integrada e articulada, cujo
objetivo é organizar melhor o sistema educacional de São Paulo.
para uso no site do programa ‘São Paulo faz escola’.
Com esta nova Proposta Curricular, daremos também subsídios aos profis-
sionais que integram nossa rede para que se aprimorem cada vez mais.
Sumário
Apresentação 8
1. Uma educação à altura dos desafios contemporâneos 9
2. Princípios para um currículo comprometido com o seu tempo 12
“Matéria licenciada exclusivamente à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
São Paulo está realizando um projeto que visa seu dever de garantir a todos uma base co-
propor um currículo para os níveis de ensino mum de conhecimentos e competências, para
Fundamental – Ciclo II e Médio. Com isso, que nossas escolas funcionem de fato como
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pretende apoiar o trabalho realizado nas es- uma rede. Com esse objetivo, prevê a elabora-
colas estaduais e contribuir para a melhoria ção dos subsídios indicados a seguir.
da qualidade das aprendizagens de seus alu-
nos. Esse processo partirá dos conhecimentos v Este documento básico apresenta os prin-
e das experiências práticas já acumulados, ou cípios orientadores para uma escola capaz
para uso no site do programa ‘São Paulo faz escola’.
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Apresentação
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Apresentação Proposta Curricular do Estado de São Paulo
No Brasil essa tendência caminha pa- Outro fenômeno relevante diz respei-
ralelamente à democratização do acesso a to à precocidade da adolescência, ao mes-
níveis educacionais além do ensino obriga- mo tempo em que o ingresso no trabalho
tório. Com mais gente estudando, a posse se torna cada vez mais tardio. Tais fenô-
de um diploma de nível superior deixa de menos ampliam o tempo e a importância
ser um diferencial suficiente, e característi- da permanência na escola, tornando-a um
“Matéria licenciada exclusivamente à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
cas cognitivas e afetivas são cada vez mais lugar privilegiado para o desenvolvimento
valorizadas, como as capacidades de resol- do pensamento autônomo, que é condição
ver problemas, trabalhar em grupo, conti- para uma cidadania responsável. Ser estu-
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nuar aprendendo e agir de modo coope- dante, nesse mundo que expõe o jovem
rativo, pertinente em situações complexas. desde muito cedo às práticas da vida adulta
Em um mundo no qual o conhecimento – e, ao mesmo tempo, posterga a sua in-
é usado de forma intensiva, o diferencial serção profissional –, é fazer da experiência
será marcado pela qualidade da educação escolar uma oportunidade para aprender a
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recebida. A qualidade do convívio, assim ser livre e ao mesmo tempo respeitar as di-
como dos conhecimentos e das compe- ferenças e as regras de convivência. Hoje,
tências constituídas na vida escolar, será mais do que nunca, aprender na escola é o
o fator determinante para a participação “ofício de aluno”, a partir do qual ele vai
do indivíduo em seu próprio grupo social e fazer o trânsito para a autonomia da vida
para que tome parte de processos de críti- adulta e profissional.
ca e renovação.
Para que a democratização do acesso à
Nesse quadro ganha importância re- educação tenha uma função realmente inclu-
dobrada a qualidade da educação ofere- siva não é suficiente universalizar a escola. É
cida nas escolas públicas, pois é para elas indispensável a universalização da relevância
que estão acorrendo, em número cada vez da aprendizagem. Criamos uma civilização
mais expressivo, as camadas mais pobres da que reduz distâncias, que tem instrumentos
sociedade brasileira, que antes não tinham capazes de aproximar as pessoas ou de distan-
acesso à escola. A relevância e a pertinên- ciá-las, que aumenta o acesso à informação e
cia das aprendizagens escolares nessas ins- ao conhecimento, mas que também acentua
tituições são decisivas para que o acesso a diferenças culturais, sociais e econômicas. Só
elas proporcione uma oportunidade real de uma educação de qualidade para todos pode
aprendizagem para inserção no mundo de evitar que essas diferenças constituam mais
modo produtivo e solidário. um fator de exclusão.
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Apresentação
a diversidade e ser compreendido por ela, para manter o equilíbrio da produção cultural,
situar-se e pertencer. A educação precisa num tempo em que a duração se caracteriza
estar a serviço desse desenvolvimento, que não pela permanência, mas pela constante
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Apresentação Proposta Curricular do Estado de São Paulo
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Apresentação
e o conhecimento. Neste sentido todas as ção, não será obstáculo à prática cultural re-
atividades da escola são curriculares, ou não sultante da mobilização desse conhecimento
serão justificáveis no contexto escolar. Se não nas ciências, nas artes e nas humanidades.
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Apresentação Proposta Curricular do Estado de São Paulo
lidades que ele contará para fazer sua leitura petências em adolescentes, bem como ins-
crítica do mundo, para compreendê-lo e pro- tigar desdobramentos para a vida adulta.
por explicações, para defender suas idéias e
compartilhar novas e melhores formas de ser, Paralelamente a essa conduta, é preciso
na complexidade em que hoje isso é reque- considerar quem são esses alunos. Ter entre 11
rido. É com elas que, em síntese, ele poderá e 18 anos significa estar em uma fase peculiar
“Matéria licenciada exclusivamente à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
enfrentar problemas e agir de modo coerente da vida, localizada entre a infância e a idade
em favor das múltiplas possibilidades de solu- adulta. Neste sentido, o jovem é aquele que
ção ou gestão. deixou de ser criança e se prepara para tornar-
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Apresentação
que requer que a escola e o plano do profes- Pensar o currículo no tempo atual é
sor indiquem o que aluno vai aprender. viver uma transição, na qual, como em toda
transição, traços do velho e do novo se mes-
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Uma das razões para se optar por clam nas práticas cotidianas. É comum que o
uma educação centrada em competências professor, quando formula o seu plano de tra-
diz respeito à democratização da escola. No balho, indique o que vai ensinar e não o que
momento em que se conclui o processo de o aluno vai aprender. E é compreensível nesse
universalização do Ensino Fundamental e se caso que, ao final do ano, tendo cumprido
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incorpora toda a heterogeneidade que ca- seu plano, ele afirme, diante do fracasso do
racteriza o povo brasileiro, a escola, para ser aluno, que fez sua parte, ensinando, e que foi
democrática, tem de ser igualmente acessível o aluno que não aprendeu.
a todos, diversa no tratamento de cada um e
unitária nos resultados. A transição da cultura do ensino
para a da aprendizagem não é individual.
Dificilmente essa unidade seria obtida A escola deve fazê-la coletivamente, ten-
com ênfase no ensino, porque é quase im- do à frente seus gestores para capacitar os
possível, em um país como o Brasil, estabe- professores em seu dia-a-dia, a fim de que
lecer o que deve ser ensinado a todos, sem todos se apropriem dessa mudança de foco.
exceção. Por isso optou-se por construir a Cabe às instâncias condutoras da política
unidade com ênfase no que é indispensável educacional nos estados e nos municípios ela-
que todos tenham aprendido ao final do pro- borar, a partir das Diretrizes e dos Parâmetros
cesso, considerando a diversidade. Todos têm Nacionais, Propostas Curriculares próprias e
direito de construir, ao longo de sua escolari- específicas, prover os recursos humanos, téc-
dade, um conjunto básico de competências, nicos e didáticos para que as escolas, em seu
definido pela lei. Este é o direito básico, mas projeto pedagógico, estabeleçam os planos
a escola deverá ser tão diversa quanto são os de trabalho que, por sua vez, farão das pro-
pontos de partida das crianças que recebe. postas currículos em ação – como no presente
Assim, será possível garantir igualdade de esforço desta Secretaria.
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Apresentação Proposta Curricular do Estado de São Paulo
restante, tudo o que transformou a huma- que está em nosso exterior, em nosso inte-
nidade naquilo que é. Ao associar palavras rior e na relação entre esses âmbitos; é com
e sinais, criando a escrita, o homem cons- eles também que nos comunicamos com os
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truiu um instrumental que ampliou expo- nossos iguais e expressamos nossa articulação
nencialmente sua capacidade de comuni- com o mundo.
car-se, incluindo pessoas que estão longe
no tempo e no espaço. Em nossa sociedade, as linguagens e os
códigos se multiplicam: os meios de comuni-
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Apresentação
nesta proposta vai além da linguagem ver- A linguagem não é apenas uma forma
bal, vernácula – ainda que esta tenha papel de representação, como expressam, por seus
fundamental – e refere-se a sistemas simbó- limites, as crianças. Mais do que isso, ela é
licos como os citados, pois essas múltiplas uma forma de compreensão e ação sobre o
linguagens estão presentes no mundo con- mundo. É isso o que os adolescentes, com to-
temporâneo, na vida cultural e política, bem dos os seus exageros, manifestam. Graças à
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como nas designações e nos conceitos cien- linguagem, o pensamento pode se tornar an-
tíficos e tecnológicos usados atualmente. A tecipatório em sua manifestação mais comple-
constituição dessa competência tem como ta: é possível calcular as conseqüências de uma
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base o desenvolvimento do pensamento ação sem precisar realizá-la. Pode-se ainda fa-
antecipatório, combinatório e probabilístico zer combinações e analisar hipóteses sem pre-
que permite estabelecer hipóteses, algo que cisar conferi-las de antemão, na prática, pois
caracteriza o período da adolescência. algumas de suas conseqüências podem ser
deduzidas apenas pelo âmbito da linguagem.
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Apresentação Proposta Curricular do Estado de São Paulo
seu próprio projeto de vida e a tecer seus so- Por fim, é importante destacar que o
nhos de transformação do mundo. domínio das linguagens representa um pri-
mordial elemento para a conquista da au-
É, portanto, em virtude da centralidade tonomia, sendo a chave para o acesso a in-
da linguagem no desenvolvimento da criança formações e permitindo a comunicação de
e do adolescente que esta Proposta Curricular idéias, a expressão de sentimentos e o diálo-
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Apresentação
de variar os conteúdos no tempo e no espaço trará novas ênfases e necessidades, que preci-
que legitima a iniciativa dos diferentes sistemas sarão ser continuamente supridas. Preparar-se
públicos de ensino para selecionar, organizar para acompanhar esse movimento torna-se o
e ordenar os saberes disciplinares que servirão grande desafio das novas gerações.
como base para a constituição de competên-
cias, cuja referência são as diretrizes e orienta- Esta Proposta Curricular adota, como
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Apresentação Proposta Curricular do Estado de São Paulo
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Apresentação
estilos de trabalho e modos de fazer que ca- nas técnicas, entendendo seus enfoques
racterizam as várias ciências – exatas, sociais e métodos mais importantes, seus pontos
e humanas –, as artes – visuais, musicais, do fortes e fracos, suas polêmicas, seus concei-
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movimento e outras –, a Matemática, as lín- tos e, sobretudo, o modo como suas des-
guas e outras áreas de expressão não-verbal. cobertas influenciam a vida das pessoas e o
desenvolvimento social e econômico. Para
Quando a LDB dispõe sobre esse objeti- isso, é importante abordar, em cada ano
vo de compreensão do sentido está indicando ou nível da escola básica, a maneira como
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que não se trata de formar especialistas nem as diferentes áreas do currículo articulam a
profissionais. Especialistas e profissionais de- realidade e seus objetos de conhecimento
vem, além de compreender o sentido, domi- específicos, a partir de questões como as
nar a estrutura conceitual e o estatuto episte- exemplificadas a seguir.
mológico de suas especialidades – não é esse
v Que limitações e potenciais têm os enfo-
o caso dos alunos da educação básica. Como
ques próprios das áreas?
estão na escola, preparando-se para assumir
plenamente sua cidadania, todos devem pas- v Que práticas humanas, das mais simples
sar pela alfabetização científica, humanista, às mais complexas, têm fundamento ou
lingüística, artística e técnica, para que sua inspiração nessa ciência, arte ou área de
cidadania, além de ser um direito, tenha qua- conhecimento?
lidade. O aluno precisa constituir as compe- v Quais as grandes polêmicas nas várias dis-
tências para reconhecer, identificar e ter visão ciplinas ou áreas de conhecimento?
crítica daquilo que é próprio de uma área de
conhecimento, e, a partir desse conhecimen-
A relação entre teoria e prática em cada
to, avaliar a importância dessa área ou discipli- disciplina do currículo
na em sua vida e em seu trabalho.
A relação entre teoria e prática não
A lei dá um prazo generoso para que envolve necessariamente algo observável
os alunos aprendam o “significado das ou manipulável, como um experimento de
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Apresentação Proposta Curricular do Estado de São Paulo
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Apresentação
produtivas, que por sua vez são inseparáveis Desde sua abertura, a LDB faz referência ao
dos conhecimentos científicos, artísticos e lin- trabalho, juntamente com as práticas sociais,
güísticos que as fundamentam. A educação como elemento que vincula a educação básica
tecnológica básica tem o sentido de nos pre- à realidade, da Educação Infantil até o final do
parar para viver e conviver em um mundo no Ensino Médio. O vínculo com o trabalho carre-
qual a tecnologia está cada vez mais presente: ga vários sentidos, que é preciso explicitar.
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Apresentação Proposta Curricular do Estado de São Paulo
res, atribuindo sentido aos conhecimentos lho e a cidadania do educando, para conti-
específicos das disciplinas. nuar aprendendo, de modo a ser capaz de
se adaptar com flexibilidade a novas con-
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ção profissional no Brasil. Durante décadas zer a legislação anterior. Mas também não
elas foram modalidades excludentes de ensi- chancela o caráter inteiramente propedêu-
no. A tentativa da Lei 5692/1971 de unir as tico que esse ensino tem assumido na edu-
duas modalidades, profissionalizando todo o cação básica brasileira. Trata-se, portanto,
Ensino Médio, apenas descaracterizou a for- de entender o que vem a ser a preparação
mação geral, sem ganhos significativos para básica para o trabalho.
a profissional.
As Diretrizes Curriculares Nacionais
Nos dias de hoje, essa separação já para o Ensino Médio interpretaram essa
não se dá nos mesmos moldes, porque o perspectiva como uma preparação básica
mundo do trabalho passa por transforma- para o trabalho, abrindo a possibilidade de
ções profundas. À medida que a tecnologia que os sistemas de ensino ou as escolas te-
vai substituindo os trabalhadores por autô- nham ênfases curriculares diferentes, com
matos na linha de montagem e nas tarefas autonomia para eleger as disciplinas especí-
de rotina, as competências para trabalhar ficas e suas respectivas cargas horárias den-
em ilhas de produção, associar concepção tro das três grandes áreas instituídas pelas
e execução, resolver problemas e tomar de- DCN, desde que garantida a presença das
cisões tornam-se mais importantes do que três áreas. Essa abertura permite que esco-
conhecimentos e habilidades voltados para las de Ensino Médio, a partir de um projeto
postos específicos de trabalho. pedagógico integrado com cursos de edu-
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Apresentação
cação profissional de nível técnico, atribuam pode ser realizada em disciplinas de for-
mais tempo e atenção a disciplinas ou áreas mação básica do Ensino Médio. As esco-
disciplinares cujo estudo possa ser aprovei- las, nesse caso, atribuiriam carga horária
tado na educação profissional. suficiente e tratamento pedagógico ade-
quado às áreas ou disciplinas que melhor
Para as DCN, o que a lei denomina de preparassem seus alunos para o curso de
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preparação básica para o trabalho pode ser educação profissional de nível técnico es-
a aprendizagem de conteúdos disciplinares colhido. Essa possibilidade fundamenta-se
constituintes de competências básicas que no pressuposto de que ênfases curricula-
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Área CNT Proposta Curricular do Estado de São Paulo
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Área
Arte
CNT
Finalmente, as ciências têm grande be- guagens da ciência e fazer uso de seus conhe-
leza, por ampliar a visão do mundo natural, cimentos. Dessa forma, poderão compreender
ao mergulhar nos detalhes moleculares da e se posicionar diante de questões gerais de
base genética da vida ou ao revelar a periodici- sentido científico e tecnológico, e empreender
dade de caráter quântico das propriedades dos ações diante de problemas pessoais ou sociais
elementos químicos. O mesmo se dá em sua para os quais o domínio das ciências seja es-
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estética da simplicidade, em que umas poucas sencial, como será detalhado a seguir.
leis gerais valem para qualquer processo, como
o princípio da conservação da energia que se 2. A aprendizagem na área das
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Área CNT Proposta Curricular do Estado de São Paulo
tem sentido autônomo, mas deve se dar alidade mais imediata do aluno, com suas
em função dos interesses dos alunos, de vivências e percepções pessoais, e também
sua formação geral. Nesse sentido, a área como tema para exercício do letramento
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Área
Arte
CNT
tos disciplinares. Esse maior aprofundamento zagem escolar, pois constituirá a qualificação
da disciplina não deve significar qualquer exa- mais continuamente exercida pelos educan-
gero propedêutico, o que pode ser evitado dos ao longo de sua vida, qualquer que seja
quando se explicitam competências relaciona- sua opção profissional e cultural.
das ao conhecimento científico e aos contex-
tos reais, geralmente interdisciplinares. Enfim, a sociedade atual, diante de
questões como a busca de modernização
Voltando a pensar o projeto peda- produtiva, cuidados com o ambiente natural,
gógico escolar, a área do conhecimento de procura de novas fontes energéticas, escolha
Ciências da Natureza tem importante inter- de padrões para as telecomunicações, precisa
face com a área das Ciências Humanas; por lançar mão das ciências como provedoras de
exemplo, os períodos históricos são pauta- linguagens, instrumentos e critérios. Por isso,
dos pelos conhecimentos técnicos e cientí- a educação de base que se conclui no Ensino
ficos presentes nas atividades econômicas, Médio deve promover conhecimento científi-
assim como as trocas comerciais, as dispu- co e tecnológico para ser apreendido e domi-
tas internacionais e os domínios territoriais nado pelos cidadãos como recurso seu, não
dependem do desenvolvimento das forças “dos outros” sejam cientistas ou engenheiros,
produtivas, estreitamente associadas aos e utilizado como recurso de expressão, instru-
conhecimentos científicos. Também alguns mento de julgamento, tomada de posição ou
campos de investigação científica, como os resolução de problemas em contextos reais.
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Área CNT Proposta Curricular do Estado de São Paulo
gerais
t Representar. t Ler e expressar-se t Registrar t Sistematizar
com textos, medidas e dados.
t Comunicar-se. cifras, ícones, observações.
gráficos, tabelas e t Elaborar
para uso no site do programa ‘São Paulo faz escola’.
t Trabalhar em
grupo.
t Estabelecer
relações.
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Área
Arte
CNT
Enfim, deve assegurar um tipo de ensi- Médio, uma efetiva apropriação das ciências
no das Ciências da Natureza de forma a ga- como qualificação pessoal, não simplesmen-
rantir, na preparação dos jovens no Ensino te como ilustração cultural.
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Área Matemática Proposta Curricular do Estado de São Paulo
teve sua ação ampliada para incorporar o incluída na área de Linguagens, o que fa-
interesse pelas múltiplas linguagens pre- ria sentido, sem dúvida. Afinal, juntamente
sentes na sociedade contemporânea, que com a Língua Materna, a Matemática com-
se estendem para os universos das ciências põe o par de sistemas simbólicos funda-
e das tecnologias, particularmente no que mentais para a representação da realidade,
se refere às tecnologias informáticas. para a expressão de si e compreensão do
outro, para a leitura, em sentido amplo, de
Em decorrência de tais fatos, em textos e do mundo dos fenômenos.
organizações curriculares mais recentes,
como nos Parâmetros Curriculares Nacio- Entretanto, na organização final dos
nais (PCN), um mapeamento do conhe- documentos que integram os PCN, preva-
cimento a ser apresentado – de maneira leceu a proximidade com as Ciências Na-
tanto disciplinada quanto disciplinar – na turais. Isso também faz sentido, pois estas
escola, surgiram propostas de organização encontram na Matemática uma lingua-
dos conteúdos em três grandes áreas: gem especialmente apropriada, desde as
origens da Ciência moderna, com Galileu,
v Linguagens, incluindo-se as línguas estran- até Descartes, com seu sonho de expres-
geiras, a Educação Física e as Artes, como são de todo conhecimento confiável na
diferentes formas de expressão; linguagem matemática.
32
Proposta Curricular do Estado de São Paulo Área Matemática
No Estado de São Paulo, nas propostas sistemas simbólicos ao outro. Se uma língua
curriculares elaboradas a partir de 1986 e em se aproximar demasiadamente do modo de
vigor até o presente momento, a Matemática operar da Matemática, resultará empobre-
era apresentada como uma área específica. cida, e o mesmo poderia ocorrer com um
Tais propostas constituíram um esforço expres- texto matemático que assumisse a ambiva-
sivo, e em alguns sentidos pioneiro, na busca lência, apropriada apenas à expressão lingü-
“Matéria licenciada exclusivamente à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
novos passos sejam dados para sua efetivação te, como bem revela um texto poético, em
nas práticas escolares. Particularmente no que que uma palavra não pode ser substituída
tange às áreas em que se organiza, a nova por um sinônimo sem desmontar o poema.
proposta inspirou-se na anterior, mantendo a Mas existe uma diferença fundamental, irre-
área de Matemática como um terreno espe- dutível, entre a precisão na Língua e a preci-
cífico, distinto tanto das Linguagens quanto são na Matemática.
das Ciências Naturais.
Em segundo lugar, a incorporação da
Por que uma área específica Matemática à área de Ciências pode dis-
para a Matemática? torcer o fato de que a Matemática, mesmo
oferecendo uma linguagem especialmente
Três são as razões principais desta op- importante e adequada para a expressão
ção. Em primeiro lugar, destaca-se o fato de científica, constitui um conhecimento espe-
que uma parte da especificidade da Mate- cífico da educação básica. Tal conhecimen-
mática resulta esmaecida quando ela é agre- to inclui um universo próprio muito rico de
gada seja ao grupo das linguagens em sen- objetos, instrumentos e interesses, funda-
tido amplo, ou seja, ao grupo das ciências. mentais tanto para as chamadas Ciências
A Matemática compõe com a Língua Ma- Naturais quanto para as Ciências Humanas,
terna um par fundamental, mas de caráter e ainda para as Linguagens em sentido am-
complementar: é impossível reduzir um dos plo. A inclusão da Matemática na área de
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Área Matemática Proposta Curricular do Estado de São Paulo
Ciências teve o efeito salutar, no caso dos caracterizar um novo Trivium (grupo de dis-
PCN, de minimizar o risco de que o conteúdo ciplinas constituído por Lógica, Gramática e
matemático fosse concebido como um fim Retórica), mais consentâneo com as caracte-
em si mesmo, enfatizando sua condição rísticas da sociedade contemporânea, certa-
instrumental. Entretanto, a partir da conso- mente pareceria mais justo incluir a Língua,
lidação da idéia de competências, apresen- a Matemática e a Informática. E, ainda que
“Matéria licenciada exclusivamente à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
tada pelo Exame Nacional do Ensino Médio os computadores sejam hoje instrumentos ab-
(Enem), tal risco deixou de existir e explicita- solutamente imprescindíveis para jornalistas e
se com nitidez o que já era apresentado escritores em geral, é no terreno da Matemáti-
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Área
Arte
CHT
“Cabe às futuras gerações construir uma esta tradição formou um indivíduo que, do ho-
nova coerência que incorpore tanto os mem honesto das idades clássicas ao homem
“Matéria licenciada exclusivamente à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
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Área
Arte
CHT Proposta Curricular do Estado de São Paulo
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Área
Arte
LCT
ciplinas: Língua Portuguesa, Língua Estrangei- dades que possibilitam não só a interação do
ra Moderna (LEM), Arte e Educação Física, no aluno com sua sociedade e o meio ambien-
Ensino Fundamental e no Médio. Para a área, te, mas também o aumento do seu poder
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Área LCT Proposta Curricular do Estado de São Paulo
de nossa vida. Cultura é, assim, uma trama intencionalidade. Ela não se reduz mais ao
tecida por um longo processo acumulativo condicionamento físico e ao esporte, quan-
que reflete conhecimentos originados da do praticados de maneira inconsciente ou
relação dos indivíduos com as diferentes mecânica. O aluno do Ensino Fundamen-
coisas do mundo. tal e do Médio deve não só vivenciar, expe-
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Área
Arte
LCT
conceitos e atividades. Dados, informa- de interesse ele ainda desperta? Que caracte-
ções, idéias e teorias não podem ser apre- rísticas desse objeto fazem com que ele ainda
sentados de maneira estanque, separados seja estudado, apreciado ou valorizado?
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Língua Portuguesa
guagem. Conhecer é o ato cognitivo de com- plina de Gramática, ainda no século XIX, passa
preender para transformar a si e ao mundo a ser chamada Português e é criado o cargo
em que vivemos, construindo relações entre correspondente, de Professor de Português.
os diversos significados de uma mesma idéia Mudar de nome, no entanto, não significou
ou fato. Conhecimento é uma rede de sig- mudar o objetivo: a disciplina Português man-
nificados. Quem conhece, conhece algo ou teve, até a metade do século XX, a tradição da
alguém e conhecer algo, portanto, é partici- gramática, da retórica e da poética. Fatores ex-
par no processo constante de transformar e ternos levaram à democratização do ensino: os
atribuir significados e relações ao objeto do filhos dos trabalhadores chegam à sala de aula
conhecimento, seja o verbo, seja o resumo nas décadas de 50 e 60, mas do ponto de vista
ou o texto literário, por exemplo. interno, poucas mudanças ocorreram: a língua
continuou a ser concebida como um sistema
Até meados do século XVIII, o ensino do centrado na gramática vista como um instru-
português, tanto no Brasil como em Portugal, mento para atingir fins retóricos e poéticos.
limitava-se à alfabetização. Os poucos que Principalmente a partir dos anos 70, estudos de
prolongavam a sua escolarização passavam di- Lingüística começam a visitar o ensino de língua
retamente à aprendizagem da gramática latina materna. Tais estudos, nos diferentes campos
e ainda da retórica e da poética. A Reforma da linguagem, começam a pressionar a escola
feita pelo Marquês de Pombal, em 1759, torna rumo a mudanças significativas, nem sempre
obrigatório, em Portugal e no Brasil, o ensino devidamente compreendidas ou aplicadas.
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Língua Portuguesa Proposta Curricular do Estado de São Paulo
Vemos surgir a preocupação com o en- 2. nos enunciados que circulam efetiva-
sino da língua organizado a partir de duas vias mente no cotidiano e que seguem regras
inseparáveis: como objeto e como meio para o específicas as quais permitem a comuni-
conhecimento. Ou seja, na mesma medida em cação.
que deveria se apresentar como matéria a ser
analisada, minuciosamente, proporcionaria ao Perceba que não estamos propriamente
“Matéria licenciada exclusivamente à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
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Claro, isso não quer dizer que “dá no A proposta de estudar a língua consi-
mesmo” escrever o texto 1 ou o 2. Os textos derada como uma atividade social, espaço de
1 e 2 comunicam, mas ao circularem na socie- interação entre pessoas, num determinado
dade, diante das possibilidades de interpreta- contexto de comunicação, implica a compre-
ção dos outros, provocam reações diferentes, ensão da enunciação como eixo central de
que se relacionam com as diferentes situações todo o sistema lingüístico e a importância do
“Matéria licenciada exclusivamente à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
em que em que tais textos circulam: quem os letramento, em função das relações que cada
vai ler? Por quê? O que esses textos revelam sujeito mantém em seu meio.
de quem o escreveu?
É estritamente vedada sua reprodução parcial e/ou integral por terceiros”
e recepção em que circulam socialmente, que sobre sua adequação e funcionalidade. Por
permite a construção de sentidos desenvolven- exemplo, falar de curriculum vitae, na escola
do a competência discursiva e promovendo o não pode ser separado do campo da atividade
letramento. O nível de letramento é determi- “trabalho”, o que nos leva a pensar tanto em
nado pela variedade de gêneros textuais que a outros gêneros de discurso associados “entre-
criança ou adulto reconhecem. Assim, o centro vista de emprego”, “anúncio de jornal” etc.,
da aula de língua portuguesa é o texto, mas o quanto nas questões sociais de desemprego,
que isso significa realmente? primeiro emprego e competitividade no mun-
do do trabalho.
Todos os textos surgem na socieda-
de pertencendo a diferentes categorias ou Centrar o ensino de Língua Portuguesa
gêneros textuais que relacionam os enun- no texto requer o desenvolvimento de habili-
ciadores com atividades sociais específicas. dades que ultrapassam uma visão reducionis-
Não se trata de pensarmos em uma lista de ta dos fenômenos lingüístico e literário.
características que compõem um modelo
segundo o qual devemos produzir o nosso Para muitos, falar de literatura é apenas
texto, mas de compreender como esse texto dividir opiniões entre um “eu gosto” e um “eu
funciona em sociedade e de que forma ele não gosto”. E parou aí. É muito comum, o alu-
deve ser produzido e utilizado a fim de atin- no não saber fundamentar o porquê da sua
gir o objetivo desejado. opinião sobre um determinado texto literário.
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mações, do tipo ‘qual a cor do cavalo branco nos segmentos Fundamental II e Médio
do herói?”. Ou, pior, não vira nada, ficando convergem em seus objetivos. Ambas têm a
apenas no ‘gostou’ ou ‘não gostou’”. pretensão de cuidar para que os estudantes
É estritamente vedada sua reprodução parcial e/ou integral por terceiros”
tanto, a frase é parte menor do texto e como construindo significados, nomeando conhe-
o todo é maior que a soma das partes, estudar cimentos e experiências, produzindo senti-
a frase, mesmo que incorporando esse estudo dos, tornando-se sujeito.
ao texto, não responde a todas as necessida-
des daquele que faz uso da língua nas mais di- No entanto, há em cada um dos seg-
versas situações. Há estruturas que surgem das mentos as especificidades próprias que au-
relações entre as frases, entre os parágrafos e, xiliam o trabalho do professor na escolha
até, entre os textos que a gramática tradicional dos conteúdos e objetivos a serem desen-
não dá conta e tais estruturas merecem abor- volvidos nas aulas de língua. Os critérios
dagem no cotidiano escolar. Além disso, há o para articular os conteúdos e as competên-
aspecto social da língua que, como organismo cias do estudo da língua no Ensino Médio
vivo e pulsante, se transforma a toda hora e devem ampliar, necessariamente, os estu-
relaciona os textos, literários ou não, com o dos desenvolvidos no Ensino Fundamental
momento de produção e de leitura. II, observando uma progressão que possa
diversificar, ao longo da escolaridade, abor-
Em suma, é importante que a ati- dagens, contextos, situações etc.
vidade de língua portuguesa evite que o
aluno se sinta um estrangeiro ao utilizar-se Esses critérios serão apresentados, de-
de sua própria língua e das literaturas que talhando as especificidades, nas propostas
essa língua produziu. para cada um dos segmentos.
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Referências bibliográficas
PCNEM+ Língua Portuguesa. Orientações Educa- Brasil. Ministério da Educação. Guia de livros
cionais Complementares aos Parâmetros Cur- didáticos PNLD 2008: Língua Portuguesa
riculares Nacionais – Linguagens, Códigos e / Ministério da Educação. – Brasília: MEC,
Suas Tecnologias. 2006. In HTTP //portal.mec. 2007. 152 p. – (Anos Finais do Ensino Fun-
“Matéria licenciada exclusivamente à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
gov.br/seb/arquivos/pdf/linguagens02.pdf . damental).
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leitura e escrita – e propostas metodológicas organização. Cada eixo terá o texto em uma
de ensino e aprendizagem. dada situação como base para a organização
dos estudos. Assim, em todos os anos do En-
Nesse sentido, baseamo-nos em uma sino Fundamental II, serão estudados
ampla concepção de texto, visto sob dois as-
para uso no site do programa ‘São Paulo faz escola’.
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âmbito ainda mais amplo. Sendo organizado a ta, oralidade, audição e de estudos de aspectos
partir de uma ou mais tipologias e em um dado gramaticais. Isso significa que em todos os bimes-
gênero, cada texto surge dentro de um contex- tres, em todas as séries, na organização de cada
to comunicativo muito mais complexo, inseri- seqüência de cinco aulas semanais, os conteúdos
do em um universo de valores conflitantes de serão apresentados a partir do desenvolvimen-
uma dada sociedade. A organização tipológica to dessas diferentes habilidades, uma para cada
e, principalmente, do gênero textual está em aula, de forma privilegiada.
relação direta com os valores sociais que orien-
taram sua constituição, em um dado momento No que diz respeito aos estudos dos as-
histórico. Tendo essas premissas, escolhemos pectos gramaticais da língua, gostaríamos de
quatro grandes discursos para estudo: o publi- ressaltar ainda dois pontos: haverá momentos
citário, o jornalístico, o artístico e o político. de sistematização, com destaque maior para
os temas que geram mais problemas de uso
Texto e história – abarcam os três ante- para os falantes (em razão das diferenças entre
riores (assim como cada novo eixo proposto abar- norma padrão e outras normas). Além disso,
ca o anterior ou anteriores). Nesse momento, os nosso olhar gramatical seguirá a organização
educandos serão convidados a refletir sobre va- tradicional apresentada pelos livros didáticos,
lores sociais, políticos, econômicos, culturais etc. tendo, no entanto, o cuidado de expor os te-
materializados em textos de diversas tipologias e mas dentro da perspectiva das variedades lin-
gêneros, construídos em diferentes situações de güísticas e textuais.
comunicação, historicamente determinadas.
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Língua Portuguesa
Ensino Fundamental – Ciclo II
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t hinferência
· leitura em voz alta
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entonação
t Roda de leitura oral t Roda de leitura oral t Roda de conversa
t Leitura dramática
t Roda de conversa t Roda de conversa
t Roda de conversa
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comunicação comunicação
· interpretação de · formulação de
· formulação de · interpretação de texto hipótese
hipóteses texto · fruição · inferência
· interpretação de · intertextualidade
· inferência · interpretação de
texto texto
para uso no site do programa ‘São Paulo faz escola’.
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comunicação comunicação
t Roda de conversa
t Roda de leitura oral t Leitura oral: ritmo, t Roda de conversa
entonação
t Roda de conversa
t Roda de leitura oral
para uso no site do programa ‘São Paulo faz escola’.
t Roda de conversa
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contemporâneo e mundo
t Crônica narrativa contemporâneo t Debate e artigo
e letra de música t Notícia e relato de opinião
como formas de de experiência t Anúncio como formas de
representação como formas de publicitário e representação
histórica representação textos prescritivos histórica
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· elocução e pausa
· respiração
· qualidade da voz
· elocução e pausa
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orientam a partir de importantes questiona- único em relação aos outros, e ser social,
mentos sociais. Cada um desses eixos sugere ou seja, parte constitutiva de um todo his-
uma questão que será respondida no decorrer tórico, social e culturalmente construído.
É estritamente vedada sua reprodução parcial e/ou integral por terceiros”
Leitura e expressão escrita Estudo das características dos gêneros textuais desde um
lugar de receptor e/ou produtor na materialidade escrita
da linguagem verbal. Os gêneros textuais são concebidos
como acontecimentos sociais em que interagem
características específicas do gênero com elementos
sociais e subjetivos.
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Parece-nos evidente, no entanto, que tais conteúdos, de outros campos, como a “Luso-
campos de estudo preocupam-se com aspectos fonia e a História da Língua Portuguesa”, do
da realidade que surgem nos atos de fala de campo “Linguagem e Sociedade” e a “Constru-
tal forma associados entre si que distingui-los é ção da Textualidade”, de “Conhecimentos de
uma tarefa apenas teórica e, por vezes, desne- Linguagem”. Por sua vez, tratarmos da Lusofo-
cessária. Dessa forma, na maior parte das vezes, nia remete-nos facilmente às relações históricas
“Matéria licenciada exclusivamente à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
optamos por inter-relacionar tais campos de es- entre linguagem e gramática e assim por dian-
tudo em uma determinada abordagem. Assim, te. Em outras palavras, os diferentes campos de
por exemplo, ao falarmos do gênero “poema” estudo devem ser trabalhados, quase sempre,
É estritamente vedada sua reprodução parcial e/ou integral por terceiros”
do campo “Gêneros Textuais”, no primeiro bi- interligados entre si, conduzindo a aprofundar
mestre, parece-nos importante associar outros o eixo organizador do bimestre.
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t Planejamento
t Planejamento t Planejamento
t Construção do texto
t Revisão t Construção do texto t Construção do texto
Textos de planificação t Revisão t Revisão
(foco: escrita)
Texto literário Textos de planificação
t Projeto de reportagem (foco: leitura) (foco: escrita)
para uso no site do programa ‘São Paulo faz escola’.
fotográfica
t Textos em prosa: conto e t Projeto de tira em quadrinhos
Texto enumerativos
romance
(foco: escrita) Texto literário (foco: leitura)
t Tomada de notas t Poema: estudo por temas
A prosa e a poesia modernas
Texto literário (foco: leitura) t Comédia de costumes
Texto lúdico não literário
t Poema: diferenças entre verso Texto argumentativo (foco: leitura e escrita)
e prosa (foco: leitura e escrita) t Narrativa escolar
t Conto tradicional
t Artigo de opinião t Tira em quadrinhos
Texto argumentativo
t Anúncio publicitário Texto argumentativo
(foco: escrita)
t Opiniões pessoais t slogan (foco: leitura e escrita)
Texto informativo Antologia t Resenha crítica
(foco: leitura e escrita) (foco: leitura e escrita) Texto informativo
t Comunicado escolar Argumentação, expressão de (foco: leitura e escrita)
t Notícia informativa opiniões e mídia impressa t Bilhete
Texto expositivo Estratégias de pós-leitura Antologia
(foco: leitura e escrita) organização da informação (foco: leitura e escrita)
t Resumo de novela ou filme e utilização das habilidades
desenvolvidas em novos Argumentação, crítica e mídia
Informação, exposição de
contextos de leitura impressa
idéias e mídia impressa
Estratégias de pós-leitura Estratégias de pós-leitura
organização da informação e utili- organização da informação
zação das habilidades desenvolvi- e utilização das habilidades
das em novos contextos de leitura desenvolvidas em novos
contextos de leitura
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e sociais pedagógica
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escrita t Planejamento
t Construção do texto
t Planejamento t Construção do texto
t Revisão
t Construção do texto t Revisão
Textos de planificação t Revisão
(foco: escrita) Texto literário (foco: leitura)
Texto literário t Romance de tese
t Projeto de exposição
(foco: leitura e escrita)
para uso no site do programa ‘São Paulo faz escola’.
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t Análise estilística:
advérbio
t Construção da
textualidade
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pessoais pessoais
t Intencionalidade
t Situação comunicativa: comunicativa t Intencionalidade
contexto e interlocutores comunicativa
t Discussão de pontos de
É estritamente vedada sua reprodução parcial e/ou integral por terceiros”
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t Carta do leitor
t Resenha t Dissertação escolar
Texto expositivo
Texto informativo argumen- (foco: leitura e escrita) Texto literário
tativo (foco: leitura e escrita) (foco: leitura e escrita)
t Reportagem
t Folder t Análise crítica de texto
Texto informativo literário
t Entrevista pingue-pongue
(foco: leitura e escrita) t O romance: as relações entre
Texto literário (foco: leitura) t Carta pessoal o eu e o outro
t O poema e o contexto t E-mail t A prosa, a poesia, o teatro e o
histórico mundo atual
Texto literário (foco: leitura)
Texto teatral: Comédia t O apólogo, a fábula e a Texto prescritivo
(foco: leitura) alegoria: o símbolo e a moral (foco: leitura e escrita)
t Poema: a ruptura e o diálogo t Prova Vestibular
t Crônica
com a tradição
Mundo do trabalho e mídia
As entrevistas e a mídia im-
A expressão de idéias e impressa
pressa
conhecimentos e a mídia Estratégias de pós-leitura
Estratégias de pós-leitura impressa organização da informação e
organização da informação e utilização das habilidades desen-
utilização das habilidades desen- Estratégias de pós-leitura volvidas em novos contextos de
volvidas em novos contextos de organização da informação e utili- leitura
leitura zação das habilidades desenvolvi-
das em novos contextos de leitura Intencionalidade
Intencionalidade Intencionalidade comunicativa comunicativa
comunicativa
Elaboração de projeto Elaboração de projeto
Elaboração de projeto de texto de texto
de texto
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pessoais pessoais
t Intencionalidade
t Hetero e auto-avaliação comunicativa t Intencionalidade
comunicativa
t Discussão de pontos de t Hetero e auto-avaliação
É estritamente vedada sua reprodução parcial e/ou integral por terceiros”
t Hetero e auto-avaliação
para uso no site do programa ‘São Paulo faz escola’.
t Hetero e auto-avaliação
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(foco: leitura)
tradição
t A prosa literária: t Análise crítica
t Poema: subjetividade e
semelhanças e diferenças
objetividade Texto argumentativo
entre conto e crônica
t Teatro: a ruptura e o diálogo (foco: escrita)
Texto teatral: Tragédia com a tradição t Dissertação escolar
(foco: leitura)
Texto expositivo Texto prescritivo
t Cordel (foco: leitura e escrita)
(foco: leitura e escrita)
Texto argumentativo t Reportagem t Prova Vestibular
(foco: leitura e escrita) Mundo do trabalho e mídia
Texto argumentativo
t Resenha impressa
(foco: leitura e escrita)
t A opinião crítica e a mídia t Editorial Estratégias de pós-leitura
impressa organização da informação e
Texto informativo utilização das habilidades desen-
Estratégias de pós-leitura (foco: leitura e escrita) volvidas em novos contextos de
organização da informação e t Folder de campanhas sociais leitura
utilização das habilidades de-
senvolvidas em novos contextos A expressão de opiniões pela Intencionalidade comunicativa
de leitura instituição jornalística
Elaboração de projeto de
Intencionalidade Estratégias de pós-leitura texto
comunicativa organização da informação e utili-
zação das habilidades desenvolvi-
Elaboração de projeto de das em novos contextos de leitura
texto
Intencionalidade comunicativa
Elaboração de projeto de texto
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coordenadas e subordinadas
t Relações entre os estudos
de Literatura e Linguagem t Aspectos lingüísticos
específicos da construção do
t Processos interpretativos gênero
inferenciais: ironia
t Lexicografia: dicionário,
t Aspectos lingüísticos glossário, enciclopédia
específicos da construção
do gênero t Processos interpretativos
inferenciais: pleonasmo e
t Lexicografia: dicionário, construção do ethos
glossário, enciclopédia
t Aspectos formais do uso da
t Aspectos formais do uso língua: ortografia, regência e
da língua: ortografia, concordância
regência e concordância
t Construção da textualidade
t Construção da
textualidade
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pessoais pessoais
t Intencionalidade
t Estratégias de escuta comunicativa t Intencionalidade
comunicativa
t Discussão de pontos de t Estratégias de escuta
É estritamente vedada sua reprodução parcial e/ou integral por terceiros”
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