A moda sem entremeia nas mais diversas áreas do pensamento e comportamento
humano. Ler a sociedade e o contexto que o cerca, tomar referências do cotidiano faz do trabalho do designer um grande “dar e tomar”, “comer e deglutir”. Pensar que esse universo de apropriações se limita ao Design de Moda se faz um grande equívoco. Criar depende dessa visão ampla e analista. Assim, compreende que o trabalho de um artista depende das mesmas ferramentas inventivas do desenhista de produtos.
Durante séculos temos visto o jogo moda-arte se desenvolver. Estilistas extraem
da arte questionamentos, temáticas, formas, cores, volumes, linhas e texturas. Artistas renovam o ciclo abstraindo das passarelas suas reflexões sobre o homem e sociedade. Na história, vemos a ilustração de vestuário partilhar das duas áreas. Um bom exemplo, são as obras de Jacques Louis-David, que no século XVIII influenciaram a moda ao conferir formas neoclássicas a seus quadros e, captaram o vestuário dos indivíduos que viviam as Revoluções Burguesas.
Figura 1- DAVID, Jacques Louis. The Lictors Returning to Brutus the Bodies of his Sons. 1789; Oil on canvas, 323 x 422 cm. Musée du Louvre, Paris
Figura 2 - DAVID, Jacques Louis. Retrato Madame Récamier. 1800; Oil on
canvas, 173 x 244 cm. Musée du Louvre, Paris.
Nos dias hipermodernos - como classificou Gilles Lipovetsky -, vemos o mesmo
acontecer. Mais do que apropriações, parcerias têm integrado esses campos. Assim, a arte invade a imagem fashion e a moda participa ativamente das atividades artísticas. Um exemplo claro disso está no trabalho de Steven Smith com a Chilli Beans. O artista plástico ilustrou a campanha da empresa de acessórios, resultando na troca já citada.
Assim, pincéis e agulhas se confrontam e se cruzam para partilharem do novo e