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unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

UNIDADE DIFERENCIADA - SOROCABA/IPERÓ


Engenharia de Controle e Automação

OMA
Oficina Mecânica para Automação

Prática 03
Ajustagem; Processo,
Ferramentas e Máquinas

Professor.: Dr. Luiz Carlos Rosa


Instrutor . : Edson Aparecido Rosa

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1. Resumo
As operações relatadas tem como objetivo a produção de uma peça para o aprendizado de técnicas de
ajustagem e usinagem, utilizando-se de máquinas e ferramentas como: Plaina, furadeira, lima, macho, dentre outros.

2. Introdução Teórica

2.1. Cavaco
O cavaco é o resultado da retirada do sobremetal da superfície que está sendo usinada. Pelo aspecto e
formato do cavaco que está sendo produzido, é possível avaliar se operador escolheu a ferramenta com critério técnico
correto e se usou o parâmetro de corte adequado. A quebra do cavaco é necessária para evitar que ele, ao não se
desprender da peça, prejudique a exatidão dimensional e o acabamento da superfície usinada. Para facilitar a quebra do
cavaco, é necessário que o avanço e a profundidade de corte estejam adequados.
Em condições normais de usinagem, a formação do cavaco ocorre da seguinte forma:
Durante a usinagem, por causa da penetração da ferramenta na peça, uma pequena porção de material, (ainda
preso à peça) é recalcada, isto é, fica presa contra a superfície de saída da ferramenta.
O material recalcado sofre uma deformação plástica que aumenta progressivamente, até que as tensões de
cisalhamento se tornam suficientemente grandes para que o deslizamento comece.
Com a continuação do corte, há uma ruptura parcial ou completa na região do cisalhamento, dando origem aos
diversos tipos de cavacos.
Na continuação da usinagem e devido ao movimento relativo entre a ferramenta e a peça, inicia-se o
desprendimento do cavaco pela superfície de saída da ferramenta. Simultaneamente outro cavaco começa a se formar.
Os cavacos podem ser diferenciados em quatro tipos básicos:
• Em fita
• Helicoidal
• Espiral
• Lascas ou Pedaços.
O cavaco em fita pode provocar acidentes, por ser cortante e devido ao seu formato e, ocupa muito espaço e é
difícil de ser transportado. O cavaco helicoidal é o mais conveniente. Além do formato, quatro tipos básicos de cavacos
podem ser formados de acordo com as características físicas do material e os parâmetros de corte usados:
• Cisalhado
• De ruptura
• Contínuo
• Contínuo com aresta postiça.
Embora inevitável, o cavaco se torna indesejável tão logo é produzido. Sua presença na região de corte pode
danificar a ferramenta ou a superfície da peça usinada. Assim, por exemplo, a aresta postiça, ou falsa apara, que é um
depósito de material aderido à face da ferramenta, torna-se uma falsa aresta cortante que varia constantemente durante
a realização do corte. Ela é devida a um forte atrito entre o cavaco e a ferramenta, que produz o arrancamento de
pequenas partículas de material quente do cavaco e que acabam se soldando no gume da ferramenta.
Na usinagem caracterizada por esse tipo de cavaco, a superfície fica coberta de fragmentos adjacentes,
compridos e parcialmente aderidos a essa superfície, que fica áspera. O grau de aspereza é tanto maior quanto maiores
são os fragmentos. Esse tipo de cavaco pode ser evitado escolhendo-se adequadamente a espessura do cavaco, a
temperatura de corte e o ângulo de saída, a superfície de saída da ferramenta e o lubrificante próprio.
O cavaco do tipo contínuo na maioria dos casos é indesejável, porque é muito grande e pode causar acidentes.
Além disso, ele prejudica o corte, provoca quebra da aresta de corte, dificulta a refrigeração direcionada, dificulta o
transporte, faz perder o fluido de corte e prejudica o acabamento.]
Para atenuar esses efeitos, empregam-se os quebra-cavacos, que são ranhuras formadas na face da
ferramenta de corte, ou então, peças de metal duro preso à ferramenta. Na verdade, os quebra-cavacos não "quebram"
os cavacos, mas os "encrespam" contra uma obstrução. Essa obstrução quebra os cavacos em intervalos regulares.
Os quebra-cavacos reduzem o contato entre a apara quente e a ferramenta, reduzindo a transferência de calor
para a ferramenta. Além disso, as aparas quebradas oferecem uma obstrução muito menor ao fluxo de fluido de corte
sobre a aresta de corte. Outras vantagens do uso do quebra-cavacos são o menor riso de acidentes para o operador, a
facilidade de maior remoção dos cavacos e sua manipulação mais econômica.

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Uma vez estabelecidos os parâmetros de corte e controlado o problema da remoção dos cavacos, o bom
resultado da usinagem, passa a depender, então, da redução do atrito entre a ferramenta e o cavaco, e o calor gerado
durante o corte. Essa é uma função dos fluidos de corte.

2.2. Máquinas de Usinagem

2.2.1. Plainas

PLAINAS
Movimentos Relativos entre Ferramenta e Peça

Movimento de Plaina Limadora


O movimento do corte ou trabalho L é retilíneo, alternativo, horizontal com movimento da
ferramenta. O movimento de avanço A é dado pela peça (1) ou ferramenta (2). O movimento de
penetração P é dado pela ferramenta (1) ou peça (2).

Movimentos de Plainas de Mesa


O movimento de trabalho é efetuado pela peça (mesa). Avanço A e penetração P são
efetuados pela ferramenta.

Movimento nas Mortejadoras ou Plainas Verticais


Tanto o avanço A como a penetração P são dados pela peça. O movimento de trabalho é efetuado
pela ferramenta.

TIPOS DE PLAINAS

Limadora: É uma máquina de dimensões limitadas para no máximo 1


metro de largura.
Plaina de Mesa: É uma máquina de grandes dimensões e podem trabalhar grandes comprimentos.

Plaina Vertical: São mais aplicadas para superfícies interiores, principalmente rasgo de
chaveta.

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Entende-se por plainado, o mecanismo de arranque de cavalo por movimento de corte
retilíneo alternativo apresentado entre a ferramenta e a peça. São feitos em plainas limadoras,
plainas de mesa e mortejadoras ou plainas verticais. Substituem o trabalho manual das limas e
cinrel.
A característica comum das três máquinas é o movimento de trabalho.

Exemplos de peças plainadas

Nas plainas, é possível trabalhar qualquer superfície plaina horizontal exterior de qualquer
forma e dimensão.

A – B: Superfície de peças prismáticas.


C: Ranhuras.
D: Guias de rabo de andorinha.

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Exemplos de peças feitas em plainas verticais ou mortejadoras
A: Rasgo de chaveta em eixo.
B: Rasgo de chaveta em cubos e superfícies planas interiores.
C: Superfícies laterais.

A plaina limadora apresenta movimento retilíneo alternativo (vaivém) que move a ferramenta sobre a superfície
plana da peça retirando o material. Isso significa que o ciclo completo divide-se em duas partes: em uma (avanço da
ferramenta) realiza-se o corte; na outra (recuo da ferramenta), não há trabalho, ou seja, é um tempo perdido.

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Esse tipo de plaina compõe-se de: (1) corpo, (2) base, (3) cabeçote móvel ou torpedo: movimenta-se com
velocidade variada, (4) cabeçote da espera: pode ter a altura variada ao qual está preso o porta-ferramentas (5), (6)
mesa com movimento de avanço e ajuste e na qual a peça é fixada.

Na plaina limadora é a ferramenta que faz o curso de do corte e a peça tem apenas pequenos avanços
transversais. Esse deslocamento é chamado de passo do avanço. O curso máximo da plaina limadora, em geral, fica em
torno de 600mm. Por esse motivo, ela só pode ser usada para usinar peças de tamanho médio ou pequeno, como uma
régua de ajuste.
Quanto às operações, a plaina limadora pode realizar estrias, rasgos, rebaixos, chanfros, faceamento de topo
em peças de grande comprimento. Isso é possível porque o conjunto no qual está o porta-ferramenta pode girar e ser
travado em qualquer ângulo
Como a ferramenta exerce uma forte pressão sobre a peça, esta deve estar bem presa à mesa da máquina.
Quando a peça é pequena, ela é presa por meio de uma morsa e com o auxílio de cunhas e calços. As peças maiores
são presas diretamente sobre a mesa por meio de grampos, cantoneiras e calços.

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2.2.2. Furadeiras

Na área de usinagem de metais existem diversas formas de se obter furos em pecas. Pode-se destacar os
seguintes meios: puncionamento, fundição, forjamento, serra copo e por meio de brocas.
Será focada a atenção somente aos furos provenientes de brocas pois e o meio mais largamente utilizado na
industria, devido a sua versatilidade, baixo custo envolvido e também a simplicidade de operação.
As maquinas de furar, ou simplesmente furadeiras, consistem basicamente de uma arvore, que gira com
velocidades determinadas, onde e fixada a broca. Esta arvore pode deslizar na direção de seu eixo. E possível que
também se tenha uma mesa onde se fixa e movimenta-se a peca.
A furadeira de bancada são utilizadas para pequenos serviços, e em geral na furação de pequenas pecas.
Possui uma alavanca que funciona como um cursor que eleva ou abaixa o braço que contem a broca. Este tipo de
elevação no caso da maquina utilizada era manual.
Durante o processo de furação deve-se estar atento a broca utilizada, pois cada uma delas e correspondente a
uma dimensão de furo.
A furadeira de coluna e um instrumento bastante simples e de fácil manuseio. Não e uma ferramenta que
fornece alta precisão, talvez por ser de funcionamento quase que totalmente manual. Para a realização da pratica de
oficina mecânica foi um instrumento bastante útil no momento em que foi necessário fazer furos na peca confeccionada.

3. Metodologia e Análise de dados

3.1. Ensaios de cavaco

O ensaio de cavaco foi feito em cima do material que seria usinado para a fabricação da peça, uma barra
laminada cortada de aço 1020 de dimensões 65cmx35cmx15cm. Os ensaios foram feitos na face de maior área da peça.
Esse processo consistia em verificar para quais opções na plaina o melhor acabamento seria produzido, e o
tipo de cavaco que era produzido no processo. Os ensaios forma feitos alterando o avanço da máquina, o número de
golpes por minuto e a profundidade, as especificações dos três ensaios feitos na peça seguem abaixo na tabela 1.

Tabela 1 – Configurações da plaina para o ensaio na peça

Ensaio Avanço Golpes por min. Profundidade


1 1 24 0,4 mm
2 3 60 0,8 mm
3 5 96 1,2 mm

No ensaio 1, onde o avanço e o numero de golpes eram os menores na máquina, utilizando uma profundidade
de corte pequena, foi resultado um cavaco curto, frio, espiralado, quebradiço e na cor do metal. Nesse ensaio a
superfície do metal após o processo apresentou uma rugosidade baixa.
No ensaio 2, onde o avanço e o número de golpes estavam numa velocidade média, com a profundidade de
corte com o dobro da primeira, obteve um cavaco curto, não espiralado, quebradiço e de coloração aproximando do
dourado. Sua superfície apresentou uma rugosidade média.
Já no ensaio 3, utilizado o maior avanço e número de golpes com três vezes a profundidade inicial produziu um cavaco
não espiralado, grosso, não-quebradiço, dourado/azulado com uma grande temperatura após ser retirado da peça, o
que demonstra que praticamente não houve usinagem, mas sim foram arrancados pedaços da peça, o que demonstra
que deveria estar havendo desgaste da ferramenta, de acordo com a configuração não-ideal do cavaco apresentada. A
superfície do material apresentou uma alta rugosidade.

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3.2. Furação

FURADEIRAS

São máquinas que têm como principal função a execução de furos com utilização de brocas.
Mas: grande maioria das peças tem furos que podem ser abertos nas mais diferentes formas.

• Alargamento: Serve ou é aplicado para calibrar um furo e melhorar o acabamento.

• Rebaixo: É usado para embutimento de peças, por exemplo, cabeça de parafuso, porca, arruela, etc.

• Alargamento com Alargador Escalonado: Para melhorar o acabamento em furos com vários diâmetros.

• Escareador: É usado para rebarbar furos e para embutimento cônico.

• Macho: Para abrir rosca.

• Alargador Cônico: Para alargar furos cônicos em matrizes onde usa pino guia.

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Alargar ou melhorar acabamentos em furos
Usa como ferramenta um alargador, tornando o furo previamente aberto, de diâmetro maior ou
cônico.

Escariar
Usar como ferramenta um escariador.

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Rebaixar
Usar como ferramenta um rebaixador.

Escolha da furadeira
A escolha da furadeira se faz pela:

• Forma da peça;
• Dimensão da peça;
• Números de furos que serão executados;
• Quantidade do lote de peças;
• Diversificação dos 0s dos furos;
• Grau de precisão do furo acabado.

Tipos de furadeiras
Classicamente existem 4 tipos de furadeiras:

• Portáteis.
• Sensitivas (de bancada com avanço manual).
• De coluna.
• Radiais.

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Para que fossem efetuados os furos na peça, uma furadeira de mesa foi utilizada, e para que esses fossem
produzidos de maneira correta, era necessário saber a velocidade de corte ideal (em RPM) para cada diâmetro de broca.
Esta foi encontrada através da utilização de uma tabela contendo velocidades para diversos materiais, associada ao
calculo a seguir:

η
=
π
D
Onde η é o rpm da broca, Vc é a velocidade de corte e D o diâmetro do furo que se deseja fazer.

Para obter o RPM adequado para cada diâmetro de furo, foram efetuados os cálculos a seguir:

Furo de 5/32”:
D = 5 32 "⋅25,4mm = 3,97mm
25 ⋅1000
η= = 2005rpm
π ⋅ 3,97

Furo de 1/4”:
⋅=
D

η
=
π

Furo de 5/16”:
D = 5 16 "⋅25,4mm = 7,94mm
25 ⋅ 1000
η=
π ⋅ 7,94
η = 1002rpm

Furo de 27/64”:
D = 27 64 "⋅25,4mm = 10,7mm
25 ⋅ 1000
η= = 744rpm
π ⋅ 10,7

Os diâmetros dos furos e os respectivos RPMs utilizados seguem na tabela 2.

Tabela 2 – Velocidade da furadeira para cada diâmetro dos furos.

Diâmetro da rosca (pol) Diâmetro da broca (pol) Diâmetro da broca (mm)


3/8” 5/16”, 7,94
½” 27/64” 10,7

Diâmetro dos furos (pol) Diâmetro dos furos (mm) RPM


5/32” 3,97 2005
¼” 6,35 1253
5/16 7,94 1002
27/64 10,7 744

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4. Referências Bibliográficas:

“ Tecnologia da Usinagem dos Materiais”.


• Autores: Anselmo E. Diniz , Nivaldo L. Coppini e Francisco C. Marcondes.
• Aranda Editora.

“ Fundamentos da Usinagem dos Metais”.


• Autor: Prof. Dino Ferraresi.
• Editora: Edgard Blücher.

“ Tolerâncias, Ajustes, Desvios e Análise de Dimensões”.


• Autores: Osvaldo Luiz Agostinho, Antônio Carlos dos Santos Rodrigues e João Lirani
• Editora: Edgard Blücher.

“ABNT – Conceitos de Técnica de movimentos e Relações Geométricas”.


• NBR – 6162 e NBR 6163

5. Confecção do Relatório:
• Introdução.
• Ensaio (plaina).
• Cálculos (RPM)
• Conclusão.

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Questionário de Ajustagem
r r.
Prof . D Luiz Carlos Rosa
Instr. Edson Aparecido Rosa

1. O cavaco deriva de que?


2. Por que é necessária a quebra do cavaco?
3. O que é necessário para facilitar a quebra do cavaco?
4. Em quantos tipos básicos podem ser diferenciados os cavacos, e quais
são°.
5. Por que o cavaco se torna indesejável tão logo é produzido?
6. Por que o cavaco de tipo continuo é indesejável. E o que é empregado para
atenuar esses efeitos?
7. Que outras vantagens o quebra-cavaco oferece?
8. O que é usado para reduzir o atrito entre a ferramenta e o cavaco, e o calor
gerado durante o corte?
9. Quantos tipos de plainas existem e quais são?
10. Fale sobre a Plaina de Mesa
11. Fale sobre a Plaina Limadora
12. Qual a principal aplicação das Plainas Mortejadoras?
13. O que se entende por aplainado?
14. O que são Furadeiras?
15. Para que serve ou é aplicado o alargamento?
16. Para que é usado o Escariador?
17. Por que motivo é usado o rebaixo?
18. Como é feita a escolha da Furadeira, quais os parâmetros que devem ser
analisados?
19. Quais são os quatro tipos de furadeiras existentes?
20. Como é a formula para se calcular a rotação ( )?

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