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Gestar 2010- Polo: Cruz das Almas.

Oficina TP6- 09/06/2010


Texto produzido por Ivânia C. Brito, Eliana Moreira, Ely A. Costa-cursistas
do Gestar

Um pastor de ovelhas após ter um sonho repetido por muitas vezes, decide
seguir seu sonho. O pastor se questiona sobre os grandes mistérios que acompanham
a raça humana desde a sua criação; o Amor, os sinais de Deus, o sonho que cada um
de nós precisa seguir na vida. Dessa forma, ele sai em uma busca do auto-
conhecimento. O seu maior objetivo é fazer uma viagem interior e exterior desde o
pequeno povoado onde vive até ao Egito. Nessa busca incessante, ele viaja por muitos
lugares e encontra-se com as mais diferentes culturas, pessoas. Um dia, após muita
caminhada, ele decidiu deitar perto de uma gruta, à luz das estrelas na qual todas as
noites, através de suas reflexões, busca respostas para suas inquietações. Certa tarde,
já ao pôr-do-sol, ele vislumbra um vulto que caminha em sua direção, naquele lugar
desértico e escaldante. Assim, inquieta-se ao ver aproximar-se a figura cansada de um
homem que nunca tivera visto antes. A figura aproxima-se cada vez mais e ele fica
receoso, já que nunca acontecera isso em outros lugares. O homem, então, aproxima-
se cada vez mais do pastor. Ao chegar mais perto, cumprimenta-o e indaga se pode
pernoitar ao lado dele. A companhia é aceita e, logo incia-se um diálogo meio
desconfiado entre eles. Fazia tempo que ele experienciava um contato mais próximo
com alguma pessoa. No decorrer da conversa pela madrugada adentro, ambos
puderam perceber muita coisa em comum entre eles: a crença em Deus, a busca por
uma vida de paz e a preocupação com questões espirituais. Conversaram até quase o
dia amanhecer e o desconhecido homem revela a sua verdadeira identidade. Era um
famoso padre da província do Mutum, um remoto lugarejo do sertão. O padre contou
também o porquê da sua peregrinação. O câncer que o acometera por anos e anos
levou-o a refletir mais sobre a vida, sobre o mundo e o papel dele diante desse mundo.
Após tantos desabafos, ambos sentiram-se mais amigos. Assim, decidiram em conjunto
seguir viagem para mais distante dali. Traçaram uma rota que permitisse a ambos a
peregrinação a Santiago. Os dois seguiram viagem pelo deserto do Saara. O sol
parecia cozinhar-lhes os miolos e a presença de urubus voando dava uma sensação de
proximidade da morte, de solidão. Durante todo o caminho, o pastor tenta obter
informações sobre o caminho a seguir através do contato com outras pessoas e
presságios. Ao longo do percurso, encontraram um misterioso homem que dizia ser um
alquimista. Foi o alquimista quem lhes ensinou a ter mais em conta a cerca dos sinais
que a vida vai dando, a saber decifrar os símbolos. Foi esse homem quem pode ensinar
ao pastor e ao padre como receber todas as pistas necessárias para chegar onde eles
queriam. Eles deixaram o sábio homem e seguiram em direção à região de um lugar
chamado Pau-Roxo, na beira do Saririnhém. Mesmo exaustos, eles puderam ver de
longe uma grande área isolada e primitiva, mas habitada por uma família. Ali, eles
tiveram uma grande descoberta: conheceram uma família pobre que morava num lugar
hostil, naqueles confins dos campos gerais. Foi assim também que eles conheceram e
aproximaram-se do garoto Miguilim. O menino tinha uma sensibilidade bem
diferenciada em relação à maioria das pessoas de seu meio, um espírito pronto à
indagação, a quem respostas superficiais e convencionais não satisfazem. Ele queria
saber muitas coisas e, por isto, “gostava de brincar de pensar”. Era visto pelo pai rude e
austero como um moleque idiota. Os dois homens só queriam descobrir por que aquele
doce garoto via o mundo tão desigual que os outros. O pastor que fazia uso de óculos
por ser míope, brinca e põe os óculos em Miguilim. Logo, o garoto grita tanto de
contentamento a ponto de ninguém entender o motivo para tal euforia. Comovido, ele
diz enxergar tudo. Os dois homens choraram de alegria ao perceber que aquela
comoção do menino era pelo fato de o garoto ter tido sua visão ali descortinada – e da
qual ele era privado até então. Os homens disseram ao garoto que a visão dele não era
deficiente, mas diferente e que ver bem também vem de dentro. Miguilim quis seguir
viagem com os dois homens, mas sua mãe, Nhanina, Rosa e Mãitina interceptaram-no,
porque elas sabiam que Bernardo, o pai, seguiria e mataria os dois homens quando
soubesse da fuga do filho.

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