“Só pode se oferecer verdadeiramente aquele que se dispõe de si”.
Pe. Fábio Melo
Convivemos diariamente num mundo de pessoas que se oferecem umas as
outras sem de fato, se possuírem. Pessoas sem a convicção do que são e do que podem realizar. São os que não sabem onde querem ou onde podem chegar. Fico entristecida quando percebo alguém que se compromete com outrem, sem de fato ter liberdade para tal. Compromissos são firmados. Palavras são empenhadas. Atos praticados. Ações executadas sem que tenham a menor noção de qualquer autorização que seja. Não me refiro aqui à autorização de uma terceira pessoa. Trato da pessoa que se compromete com o próximo, sem medir o que virá a seguir. Refiro-me àquelas pessoas que se endividam através de palavras ou ações, quando nem mesmo elas podem assumir qualquer comprometimento firmado. Comportamento tal faz com que alguns, percam a credibilidade no humano. No homem. Na mulher. Esbarro diariamente em pessoas desacreditadas da vida que não querem ou não conseguem mais acreditar em quem quer que seja em conseqüência da inconseqüência de alguém. Sei que é difícil recomeçar, mas, a nós seres humanos foi dado o privilégio de repaginarmos a nossa história, tantas vezes quantas forem necessárias. Enxergo a vida como uma grande possibilidade de recomeço. Isso, sim é permitido! O que não nos é permitido é a desistência de viver uma vida já tão curta, por natureza. De fato, o que temos a fazer é nos conhecermos melhor a cada dia, a partir de cada oportunidade buscada ou cedida. Lermo-nos. Conhecermo-nos. Conquistarmo-nos Possuirmo-nos. Amarmo-nos. Administrar a nós mesmos, com todos os nossos defeitos e com todas as nossas virtudes. Falar a verdade para nós mesmos e para o próximo é passo importante e indispensável em direção à reconquista da confiança que a humanidade precisa ter em si mesma.
Célia Regina Carvalho
Categoria: Crônica
"Depois de certo tempo cada um é responsável pela cara que tem",