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Hoje, dia 20, às 18:00 terminou o prazo que eu tinha estipulado para que a minha vida

mudasse.
Durante 3 meses tentei obter algo que desejo, quase todos os dias me dediquei de corpo e
alma para que o meu intento fosse atingido.
Todos os dias me esforcei por arranjar uns minutos para a ver, para trocar umas palavras,
para olhar para aqueles olhos meigos.
Amo-a. Não restem quaisquer dúvidas. Um amor intenso e doido, como é afinal, típico de
todos os grandes amores.
E não é isso que todos procuramos nesta vida? Foi um sonho, um desejo, algo que podia ser
tudo mas nunca podia ser um grande amor.
E como todas as coisas impossíveis, uma dor, é tudo o que resta.
Somos como dois arcos tangentes, e o nosso encontro não passou de um momento. Por isso
mesmo sem querer deve tudo terminar por aqui, não é? Certamente ela encontrara outros
parecidos comigo, mais próximos. O suficiente para lhe dizerem segredos ao ouvido, mais
próximos para a abraçarem e a fazerem sentir mulher.
Mas serão apenas próximos. Nunca voarão no íntimo dela como eu voei, nem a levarão a
fazer o que ela fez comigo, num belo fim de tarde de quinta feira, dia 29.
O amor faz essa diferença e permite-nos espreitar a alma da pessoa amada.
Ou então são apenas efeitos secundários deste desejo intenso e sempre perseguido de
encontrar o tal grande amor.
Talvez eu seja apenas doido e essa seja por si só razão suficiente para esta nossa "relação"
terminar.
Não termina porque queira acabar com ela. Termina apenas porque apesar de começar, não
levou a lado nenhum!
Gostava de a fazer feliz, mas nem a mim consigo fazer feliz. Fica-me sempre este peso na
consciência de ela ter estado tão perto, tão próximo para acabar tão distante.
O sorriso malicioso, quase de criança mal comportada, o cabelo sedoso, ondulado, que me
faz lembrar um local quente e aconchegante onde me refugiava quando precisava de abraços
que ela não deu.
Precisei de 35 anos para a descobrir, de 1 ano para perceber que era ela a mulher que me
completa e apenas de 3 meses para a perder...
Seguirei o meu caminho e, não irei mais mendigar a companhia dela, o sorriso dela.
Foi muito bom o nosso relacionamento, foi boa a nossa convivência, mas não posso sentir-
me excluído da vida dela, não aguento mais esta indiferença, a sua ausência. Ela que
continue com quem a faz feliz e se algum dia achar que estava errada, saberá que a espero.
Porque eu espero sempre...
Com esperança,

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