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Biologia forense ajuda a desvendar crimes ambientais

Fabio Giordano*
Especial para a Folha de S. Paulo
Biólogos capacitados nas técnicas de biologia molecular (DNA) e de histopatologia, tanto para
perícias criminais quanto para cíveis, vêm conseguindo destaque na área forense, mais
especificamente na aplicação das ciências biológicas no esclarecimento de crimes pela Justiça.

Mas não é apenas no processo para desvendar crimes contra seres humanos que os biólogos
têm sido úteis. A análise do crime contra o ambiente também passou a ampliar o campo de
trabalho do biólogo, com o advento da lei 9.605/1998, quando empresas também começaram a
ser investigadas. Pessoas jurídicas passaram a ser responsabilizadas criminalmente por
causar danos ao ambiente ou mesmo por não apresentar laudo comprovando a recuperação
do dano ambiental.

A partir de então, os atendimentos do Instituto de Criminalística começaram a receber também


requisições de exame de corpo de delito relacionadas a crimes ambientais. Em 2003, houve
um aumento expressivo no volume de boletins de ocorrência feitos devido aos autos de
infrações ambientais lavrados pela Polícia Florestal do Estado de São Paulo. As infrações
básicas são relacionadas à mineração, ao desmatamento, ao lixo e aos pesqueiros irregulares.

Se você se preocupa em manter os ecossistemas mais saudáveis, você também pode ajudar
os biólogos e a Justiça a desvendarem ou a prevenirem crimes ambientais. Toda vez que
estiver diante de danos ao ambiente (por exemplo, desmatamentos indevidos em áreas de
mananciais, construções irregulares em áreas de marinha), em áreas públicas da União,
procure descrever minuciosamente o dano, se possível, documente fotograficamente o fato, a
data, o autor do dano, quando conhecido, e indique testemunhas. Encaminhe uma denúncia
formal ao Ministério Público exercendo, assim, a cidadania de forma responsável.
*Fabio Giordano é bacharel em biologia, doutor em ecologia pela USP e professor-pesquisador da Unisanta

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