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MATEMÀTICA 1 Anatolie Sochirca

3. GENERALIDADES SOBRE AS FUNÇÕES.

3.1 Definição de uma função. Generalidades.

Sejam A e B dois conjuntos do universo U .

Definição 1.3. Diz-se que f é uma aplicação unívoca de A para B , ou uma função
definida em A com valores em B , e escreve-se f : A → B , se ∀x ∈ A, ∃ 1 y ∈ B ,
correspondente á x ∈ A (figura 1).

Sendo f uma função definida em A com valores em B , o conjunto A


denomina-se domínio ou conjunto de partida e denota-se por D f . O conjunto
B denomina-se conjunto de chegada. Os elementos de A dizem-se objectos e os
elementos correspondentes de B dizem-se as suas imagens ou transformados. O
conjunto das imagens dos elementos de A diz-se o contradomínio da função e denota-
se por CD f , isto é,
CD f = {y ∈ B : ∃ x ∈ A ∧ y = f ( x) }.
Para dizer que à um elemento x ∈ A corresponde um elemento y ∈ B ,
usualmente, escrevemos y = f (x) .
Portanto
{ }
y = f ( x) ≡ f = ( x, y ) ∈ A × B : ∀ x ∈ A, ∃ 1 y ∈ B ⊆ A × B ,
isto é, f ⊆ A × B .
O elemento x ∈ A chama-se variável independente ou argumento da função e
o elemento correspondente y ∈ B diz-se valor da função.
A função f : A ⊆ R → R diz-se função real de variável real.
O gráfico da função f : A ⊆ R → R é o conjunto dos pares ordenados,
{( x, y) ∈ R × R : y = f ( x)} , em que y é a imagem de x e num referencial cartesiano
representa um conjunto de pontos.

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Exemplo 1.3. Com A = {1,2,3,4} e B = {a, b, c} temos que:


► f = {(1, a), (2, c), (3, a), (4, c)} ⊂ A × B é uma função definida em A com valores em
B.
D f = A = {1, 2, 3, 4} , CD f = {a, c} ⊂ B .
► g = {(1, a), (2, c), (3, a)} ⊂ A × B não é uma função definida em A com valores em
B , porque o elemento 4 ∈ A não tem imagem em B .

Definição 2.3. Diz-se que duas funções f ( x) e g ( x) são idênticas se:


► D f = Dg ;
► têm o mesmo conjunto de chegada;
► ∀x ∈ D f : f ( x) = g ( x) .
Seja f : A ⊆ R → R .
Definição 3.3. A função f diz-se estritamente crescente se:
∀x1 , x 2 ∈ D f : x1 < x 2 ⇔ f ( x1 ) < f ( x 2 ) .

Definição 4.3. A função f diz-se não decrescente se:


∀x1 , x 2 ∈ D f , x1 ≠ x 2 : x1 < x 2 ⇔ f ( x1 ) ≤ f ( x 2 ) .

Definição 5.3. A função f diz-se estritamente decrescente se:


∀x1 , x 2 ∈ D f : x1 < x 2 ⇔ f ( x1 ) > f ( x 2 ) .

Definição 6.3. A função f diz-se não crescente se:


∀x1 , x 2 ∈ D f , x1 ≠ x 2 : x1 < x 2 ⇔ f ( x1 ) ≥ f ( x 2 ) .

Definição 7.3. A função f diz-se par se ∀x ∈ D f tem-se


− x ∈ D f ∧ f (− x) = f ( x) .
Nota 1.3: Da definição resulta que o domínio de uma função par é simétrico em
relação à origem do sistema de coordenadas e o gráfico dela é simétrico em relação
ao eixo O y .

Definição 8.3. A função f diz-se impar se ∀x ∈ D f tem-se


− x ∈ D f ∧ f (− x) = − f ( x) .
Nota 2.3: Da definição resulta que o domínio de uma função impar e o gráfico dela
são simétricos em relação à origem do sistema de coordenadas.

Definição 9.3. A função f diz-se periódica se ∃ T > 0 tal que ∀x ∈ D f tem-se


x ± T ∈ D f ∧ f ( x ± T ) = f ( x) .

Nota 3.3:

► O valor mínimo de T diz-se período da função.


► Se T ≠ 0 é o valor do período da função f então f ( x ± k ⋅ T ) = f ( x), ∀ k ∈ N .
Realmente temos:

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f ( x ± k ⋅ T ) = f ( x ± (k − 1)T ± T ) = f ( x ± (k − 1)T ) = L
L = f ( x ± 2T ) = f ( x ± T ± T ) = f ( x ± T ) = f ( x) .

Definição 10.3. A função f diz-se limitada se ∃ L > 0 tal que ∀x ∈ D f tem-se


f ( x) < L .

Definição 11.3. Diz-se que a função f : A → B, A ⊆ R, B ⊆ R é injectiva (figura


2) se aos objectos diferentes correspondem imagens diferentes, isto é,
∀ x1 , x 2 ∈ D f = A : x1 ≠ x 2 ⇒ f ( x1 ) ≠ f ( x 2 ) ,
ou aplicando a regra de conversão da implicação tem-se
∀ x1 , x 2 ∈ D f = A : f ( x1 ) = f ( x 2 ) ⇒ x1 = x 2 .

Exemplo 2.3.
a) Seja A = {− 2, − 1, 0, 1, 2} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5}. A função f : A → B é
dada pela fórmula f ( x) = x 2 + 1 .
A função não é injectiva porque − 2 ≠ 2 e − 1 ≠ 1 , mas f (−2) = f (2) = 5 e
f (−1) = f (1) = 2 , isto é, aos elementos distintos de A corresponde mesma imagem em
B.
b) Seja f : R → R dada pela fórmula f ( x) = x 2 + 3 x + 1 .
∀ a, b ∈ A temos:

f (a ) = f (b) ⇒ a 2 + 3a + 1 = b 2 + 3b + 1 ⇒ a 2 + 3a − b 2 − 3b = 0 ⇒ a 2 − b 2 + 3a − 3b = 0 ⇒

 a − b = 0;  a = b;
(a − b)(a + b) + 3(a − b) = 0 ⇒ (a − b)(a + b + 3) = 0 ⇒  ⇒
a + b + 3 = 0; a = −b − 3.

3
Porque b = −b − 3 se verifica só para b = − concluímos que a afirmação ∀ a, b ∈ A
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de f (a ) = f (b) resulta a = b é falsa e portanto a função f ( x) = x 2 + 3 x + 1 não é
injectiva.

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c) Seja f : R → R dada pela fórmula f ( x) = x 3 + 1 .


∀ a, b ∈ A temos:
f (a ) = f (b) ⇒ a 3 + 1 = b 3 + 1 ⇒ a 3 = b 3 ⇒ a = b
e portanto a função f ( x) = x 3 + 1 é injectiva.

Definição 12.3. Diz-se que a função f : A → B, A ⊆ R, B ⊆ R é sobrejectiva


(figura 3) se o contradomínio dela é idêntico ao conjunto de chegada , isto é,
∀ y ∈ B, ∃ x ∈ A : y = f ( x) .

Exemplo 3.3.
a) Seja A = {− 2, − 1, 0, 1, 2} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5}. A função f : A → B é
dada pela fórmula f ( x) = x 2 + 1 .
A função não é sobrejectiva porque 0, 3, 4 ∈ B , mas não ∃ a ∈ A tal que
f (a ) = 0 ∨ f (a) = 3 ∨ f (a) = 4 .

b) Seja f : R → R dada pela fórmula f ( x) = x 2 + 3 x + 1 .


Resolvendo a equação x 2 + 3 x + 1 = b obtemos:
− 3 ± 3 2 − 4 ⋅ 1 ⋅ (1 − b) − 3 ± 5 + 4b
x 2 + 3 x + 1 = b ⇒ x 2 + 3 x + 1 − b = 0 ⇒ x1, 2 = = .
2 2
5
Daqui resulta que para b ∈ R e 5 + 4 ⋅ b < 0 ≡ b < − , não ∃ a ∈ R tal que
4
a + 3a + 1 = b . Portanto a função não é sobrejectiva.
2

c) Seja f : R → R dada pela fórmula f ( x) = x 3 + 1 .


Porque ∀b ∈ R a equação x 3 + 1 = b tem uma raiz real x = 3 b − 1 concluímos que a
função f ( x) = x 3 + 1 é sobrejectiva.

Definição 13.3. Diz-se que a função f : A → B, A ⊆ R, B ⊆ R é bijectiva , se é


injectiva e sobrejectiva, isto é, se:

[∀ x , x
1 2 ]
∈ A = D f : x1 ≠ x 2 ⇒ f ( x1 ) ≠ f ( x 2 ) ∧ [∀ y ∈ B, ∃ x ∈ A : y = f ( x)] .

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Nota 4.3. Para uma função f : A → B, A ⊆ R, B ⊆ R as afirmações


[ ]
∀ x1 , x 2 ∈ A = D f : x1 ≠ x 2 ⇒ f ( x1 ) ≠ f ( x 2 ) ∧ [∀ y ∈ B, ∃ x ∈ A : y = f ( x)]
e
∀ y ∈ B, ∃1 x ∈ A : y = f ( x)
são equivalentes.

► Se f : A → B, A ⊆ R, B ⊆ R é uma função e C ⊂ A , então a função


g : C → B diz-se restrição da função f de A à C se ∀ x ∈ C tem-se g ( x) = f ( x) e
a função f diz-se um prolongamento ou extensão da função g de C à A .
A restrição da função f de A à C é uma função definida de mesma forma que
f , mas o domínio dela é uma parte do domínio de f .

► Seja f : A → B, A ⊆ R, B ⊆ R e g : C → D, C ⊆ R, D ⊆ R .
● Pela definição ( f + g )( x) = f ( x) + g ( x) .
f + g é uma função de A I C para R , isto é, D f + g = D f I D g = A I C .
● Pela definição ( f ⋅ g )( x) = f ( x) ⋅ g ( x) .
f ⋅ g é uma função de A I C para R , isto é, D f ⋅ g = D f I D g = A I C .
É usual dar uma função real de variável real por uma fórmula, isto é, pela sua
expressão analítica, sem indicar de forma expressa o seu domínio. Neste caso
convenciona-se que o domínio da função é o maior subconjunto de R para o qual são
possíveis as operações indicadas na expressão analítica da função.

3.2 Composição de funções. Propriedades.

Teorema 1.3. Se f e g são funções, tais que g : A → B e f : B → C , então:


1. A composição de f com g é função do conjunto A para o conjunto C , isto
é, f o g : A → C .
2. Se a ∈ A , então ( f o g )(a ) = f ( g (a )) .

Demonstração.
1. Se g : A → B e f : B → C , então g ⊆ A × B e f ⊆ B × C . Levando em
conta a definição de composição de relações temos f o g ⊆ A × C . Sejam (a, c) ∈ f o g
e (a, c ′) ∈ f o g . Demonstraremos que neste caso c = c ′ . De (a, c) ∈ f o g resulta que
exista b ∈ B , tal que (a, b) ∈ g e (b, c) ∈ f . Analogamente, de (a, c ′) ∈ f o g resulta
que exista b ′ ∈ B , tal que (a, b ′) ∈ g e (b ′, c ′) ∈ f . Mas porque g é função de
(a, b) ∈ g e (a, b ′) ∈ g resulta b = b ′ . Portanto temos (b ′, c ′) = (b, c ′) ∈ f e
(b, c) ∈ f . Mas porque f também é função de (b, c ′) ∈ f e (b, c) ∈ f resulta c = c ′ .
Portanto f o g é função do conjunto A para o conjunto C .
2. Se g : A → B e a ∈ A , então ∃ b ∈ B tal que b = g (a ) . Porque b ∈ B e
f : B → C resulta que ∃ c ∈ C tal que c = f (b) . Mas porque b = g (a ) temos
f ( g (a )) = f (b) = c = ( f o g )(a ) e portanto (a, b) ∈ g e (b, c) ∈ f . Daqui resulta
( a, c ) ∈ f o g .

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O teorema esta demonstrado.

Teorema 2.3. Se f : A → B , g : B → C e h : C → D , então h o ( g o f ) = (h o g ) o f ,


isto é, a composição de funções é associativa.

Exemplo 4.3.
Sejam f ( x) = x + x e g ( x) = x 2 + 1 funções definidas no conjunto de números reais.
Então:
f ( g ( x)) = f ( x 2 + 1) = x 2 + 1 + x 2 + 1 e g ( f ( x)) = g ( x + x) = ( x + x) 2 + 1 .
Na base deste exemplo concluímos que a composição de funções não é
comutativa. isto é, f o g ≠ g o f .

3.3 Função inversa. Propriedades.

Seja f uma função de A para B .

Teorema 3.3. Se a função f : A → B é bijectiva, então existe a função inversa de B


para A , bijectiva, denotada por f −1 .

Demonstração. Para demonstrar que f −1 é função de B para A


demonstraremos que:
a) o domínio de f −1 é o conjunto B ;
b) se (b, a ) ∈ f −1 e (b, a ′) ∈ f −1 , então a = a ′ .
Para demonstrar que o domínio de f −1 é o conjunto B , consideremos qualquer
elemento b ∈ B . Porque f : A → B é sobrejectiva, resulta que ∃ a ∈ A tal que
b = f (a ) , isto é, (a, b) ∈ f . Portanto (b, a ) ∈ f −1 e o conjunto B é o domínio de f −1 .
Seja (b, a ) ∈ f −1 e (b, a ′) ∈ f −1 . Então (a, b) ∈ f e (a ′, b) ∈ f . Porque f : A → B é
injectiva, temos a = a ′ e portanto f −1 e função de B para A . Além disso f −1 é
sobrejectiva. Pois, se a ∈ A , levando em conta que f é função, resulta que ∃ b ∈ B tal
−1
que f (a ) = b , isto é, (a, b) ∈ f . Portanto (b, a ) ∈ f e o elemento a pertence ao
−1
contradomínio da função f . Por conseguinte o conjunto A é o contradomínio da
−1 −1
função f e além disso f é sobrejectiva. Para demonstrar que f −1 é injectiva
supomos que (b, a ) ∈ f −1 e (b ′, a ) ∈ f −1 , isto é, f −1 (b) = a e f −1 (b ′) = a . Então
(a, b) ∈ f e (a, b ′) ∈ f ,isto é, f (a ) = b e f (a ) = b ′ , e levando em conta que f é
função, resulta b = b ′ . O teorema esta demonstrado.

Nota 4.3.
► Da demonstração do teorema resulta que só para a função bijectiva f se
define a função inversa f −1 .
► A função inversa f −1 também é função bijectiva.
► O domínio de f é idêntico ao contradomínio de f −1 e o contradomínio de
f é idêntico ao domínio de f −1 .
► Na base do teorema demonstrado recapitulando temos:

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dada uma função f : A → B , bijectiva, chama-se função inversa de f e denota-se por


−1
f , a função tal que


 D f −1 = CD f = B,


 CD f −1 = D f = A,
 −1
 x = f ( y ) ⇔ y = f ( x).

−1
► As funções y = f (x) e x = f ( y ) têm o mesmo gráfico.

−1
► Os gráficos das funções inversas y = f (x) e y = f ( x) são simétricos em
relação à bissectriz dos quadrantes impares, y = x .

► Se f e g são funções bijectivas, tais que g : A → B e f : B → C , com


g −1 : B → A e f −1 : C → B , então tem-se ( f o g ) −1 = g −1 o f −1 .

Teorema 4.3. Se a função f : A → B é bijectiva, então:


a) ∀ b ∈ B temos f ( f −1 (b)) = b ;
−1
b) ∀ a ∈ A temos f ( f (a )) = a .

Demonstração. Se a função f : A → B é bijectiva do teorema 3.3 resulta que


−1 −1
∃f : B → A também bijectiva. Seja b ∈ B e a = f (b) . Portanto f (a ) = b e
substituindo a = f −1 (b) em f (a ) = b obtemos f ( f −1 (b)) = b .
Seja a ∈ A e b = f (a ) . Porque a função f : A → B é bijectiva do teorema 3.3
−1 −1
resulta que ∃ f : B → A também bijectiva e f (b) = a . Substituindo b = f (a ) em
−1
f (b) = a obtemos f −1 ( f (a )) = a .
O teorema esta demonstrado.

Definição 14.3. A função I : A → A que a qualquer elemento a ∈ A faz corresponder


o próprio elemento chama-se função identidade, isto é, ∀a ∈ A temos I (a ) = a .

Nota 5.3.
► Sendo f : A → A e I : A → A , levando em conta a definição da composição
de funções, tem-se que f o I = f e I o f = f .
De facto com a, b ∈ A , tais que b = f (a ) temos:
( f o I )(a ) = f ( I (a )) = f (a ) e ( I o f )(a ) = I ( f (a )) = I (b) = b = f (a ) .
► Se a função f : A → A admite inversa f −1 : A → A tem-se que f o f −1 = I
e f −1 o f = I .
De facto com a, b ∈ A , tais que b = f (a ) temos f −1
= {(b, a ) : b = f (a )} e
portanto

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−1 −1
(f o f )(b) = f ( f (b)) = f (a ) = b = I (b) ;
−1 −1 −1
(f o f )(a ) = f ( f (a )) = f (b) = a = I (a ) .

Exemplo 5.3.
a) Seja A = {− 2, − 1, 0, 1, 2} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5}. A função f : A → B é
dada pela fórmula y = x 2 + 1 .
Como foi provado a função não é injectiva (exemplo 2.3) nem sobrejectiva
(exemplo 3.3), mas considerando a restrição g : C → B com
C = { 0, 1, 2} ⊂ {− 2, − 1, 0, 1, 2} = A
facilmente concluímos que g é função injectiva mas não sobrejectiva. Nos ambos casos
não existem as funções inversas, f −1 e g −1 .
Considerando outra função h : C → E com E = {1, 2, 5} , facilmente,
concluímos que h é bijectiva e portanto admite função inversa.
De h = {(0,1), (1,2), (2,5)} resulta h −1 = {(1,0), (2,1), (5,2)}.
Analiticamente, determinação da função inversa é seguinte:
Temos
{
h = ( x, y ) : y = x 2 + 1, x ∈ C . }
Então
{
h −1 = ( y, x) : y = x 2 + 1, x ∈ C , }
ou de outra forma equivalente

{ } {
h −1 = ( x, y ) : x = y 2 + 1, x ∈ E = ( x, y ) : y 2 = x − 1, x ∈ E = }
{
= ( x, y ) : y = x − 1, x ∈ E . }
−1
Portanto a função inversa h : E → C é dada pela fórmula y = x − 1 .

b) Seja f : R → R ( R = (−∞,+∞) ) dada pela fórmula f ( x) = x 2 + 3 x + 1 .


Como foi provado a função não é injectiva (exemplo 2.3) nem sobrejectiva
(exemplo 3.3), mas considerando a restrição g : R0+ → R com R0+ = [0,+∞ ) facilmente
concluímos que g é função injectiva mas não sobrejectiva. Nos ambos casos não
−1
existem as funções inversas, f e g −1 .
Considerando outra função h : R0+ → [1,+∞ ) temos:
● h é injectiva.
∀a, b ∈ R0+
h(a) = h(b) ⇒ a 2 + 3a + 1 = b 2 + 3b + 1 ⇒ a 2 + 3a − b 2 − 3b = 0 ⇒
a 2 − b 2 + 3a − 3b = 0 ⇒ (a − b)(a + b) + 3(a − b) = 0 ⇒
(a − b)(a + b + 3) = 0 ⇒ a − b = 0 ⇒ a = b.
● h é sobrejectiva.
Resolvendo a equação x 2 + 3 x + 1 = b obtemos:

− 3 ± 3 2 − 4 ⋅ 1 ⋅ (1 − b) − 3 ± 5 + 4b
x + 3 x + 1 = b ⇒ x + 3 x + 1 − b = 0 ⇒ x1, 2
2 2
= = .
2 2

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Daqui resulta que ∀b ∈ [1,+∞ ) ∃ a ∈ R0+ tal que a 2 + 3a + 1 = b . Portanto a


função é sobrejectiva.
Analiticamente, determinação da função inversa é seguinte:
Temos
{
h = ( x, y ) : y = x 2 + 3 x + 1, x ∈ R0+ . }
Então
{
h −1 = ( y, x) : y = x 2 + 3 x + 1, x ∈ R0+ , }
ou de outra forma equivalente

{ } { }
h −1 = ( x, y ) : x = y 2 + 3 y + 1, x ∈ [1,+∞ ) = ( x, y ) : y 2 + 3 y − x + 1 = 0, x ∈ [1,+∞ ) =

 − 3 ± 9 − 4(− x + 1)   − 3 ± 5 + 4x 
= ( x, y ) : y = , x ∈ [1,+∞ ) = ( x, y ) : y = , x ∈ [1,+∞ ).
 2   2 

Porque y ∈ R0+ a função inversa h −1 : [1,+∞ ) → R0+ é dada pela fórmula


− 3 + 5 + 4x
y= .
2

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