CAMPUS GURUPI
Os siRNA são derivados de longas moléculas de RNA dupla fita de origem exógena
(como aquelas provenientes de vírus de RNA).
A figura mostra a enzima DICER quebrando essa longa fita endógena, formando assim,
pequenos siRNA.
Cada grupo de ser vivo possui diferentes DICER. Em mamíferos, apenas um tipo de
DICER, em Drosófila, dois, por exemplo.
Os pequenos fragmentos de dsRNA são então carregados num complexo enzimático
formado pela enzima Argonauta e algumas outras enzimas, como uma helicase e uma
enzima com domínio ligador de dsRNA, chamada R2D2. Assim como existe o
complexo formando um ribossomo, para tradução do RNA em proteína, existe este
complexo para o bloqueio da tradução.
Um das subunidades leva embora uma das fitas de RNA e a outra fica. Há um
mecanismo de instabilidade da região 5´ do dsRNA que favorece a permanência da fita
complementar no complexo (isto ainda está sendo investigado). A ligação entre a fita
que fica e a enzima Argonauta do complexo é muito forte. Esta associação é então
chamada de complexo RISC.
Agora haverá um pareamento entre essa fita dentro do complexo RISC e o RNAm.
Se o pareamento ocorrer por inteiro (sem sobrar parte do RNAm sem parear), o
complexo RISC degradará o RNAm.
Lembra-se daquelas fitas de siRNA que foram descartadas pelo complexo RISC? Elas
serão degradadas pelas enzimas RNAses 3’-5’ ou pelas RNAses 5’-3’ dependendo do
caso. Mas pode haver outra transformação: ele pode ser transformado em fita dupla pela
RNApolimerase RNA dependente. Assim, poderá estar disponível para a enzima
DICER, aumentando em ordem progressiva o mecanismo.
O gene para formação do miRNA não leva à formação de nenhuma proteína, nem tem a
configuração típica de um gene, além de ser muito pequeno. Por isso por vários anos,
ficou desconhecido o mecanismo de interferência de RNA.
Quando um gene desses é transcrito, resulta numa longa cadeia de RNA com sequências
que se completam na própria cadeia, fazendo com que ela se dobre e fixe-se, formando
um grampo, ou vários grampos, dependendo da quantidade de repetições de sequências
que se completam.
A enzima DROSHA que fica dentro do núcleo cliva esses grampos,
tornando-os independentes da cadeia de RNA que os gerou.