Você está na página 1de 10

DIREITO ROMANO

É a legislação da antigüidade mais importante para o Direito Moderno

Diferencia o direito da Moral e da Religião

Engendrou uma Ciência e uma arte do direito

Tem suas origens nos costumes e nas decisões dos pontífices

LEGISLAÇÕES PRINCIPAIS:
A Lei das XII Tábuas (lex Duodecimum tabularum), exclusiva do cidadão romano
Corpus Iuris Civilis, de Justiniano, que se divide em ius civile (dos romanos) e jus
gentium (dos estrangeiros)

No início:
texto obscuro
impunha a lei de talião
direitos dos patrícios: ius suffragi, ius honorarium, ius ocupandi, ius
commerci, ius conubi
obrigações dos patrícios: ius tributi, ius militae
Características gerais da Lei das XII Tábuas: manutenção quase absoluta
da autoridade do pater; reconhecimento teórico da igualdade jurídica;
proibição das guerras privadas e instituição de um processo penal; a
terra torna-se alienável; reconhecimento do direito de testar
Evolução:
cria-se o cargo de praetor
os editos dos pretores eliminan as lacunas
acabam-se especializando praetor urbanus e praetor peregrinus (pretor
para estrangeiros), este originando um direito novo, o jus gentium
no século II e III, o parecer de juristas como Papiniano e Ulpiano
adquirem força de lei

Código Justiniano:
No período Bizantino, todo o Direito desde a Lei das XII Tábuas foi
compilado no código
Composto de quatro livros: Institutas (Manual escolar), Digesto (ou
Pandectas - compilação dos iura), Codex (Código – compilação das Leges)
e Novelas (reunião das Constituições promulgadas após Justiniano)
A lei de talião é posta de lado
Constitui marco inicial do direito europeu
É o berço de alguns vocábulos: Posse, pessoa (persona), usucapião
(usucapio) etc.
Outras contribuições do Direito Romano:
Bases modernas do direito de propriedade (ius utendi, ius fruendi, ius
abutendi)
Defesa da posse: desforço incontinenti (legítima defesa)
Diversos tipos de contrato: compra e venda, mútuo, comodato, depósito,
penhor, hipoteca, etc.
Conceitos Jurídicos de direito objetivo (norma agendi) e direito subjetivo
(facultas agendi), direito público (ius publicum), direito privado (ius
privatum), direito civil (ius civile), direito das gentes (ius gentium), sujeito
ativo (creditor), sujeito passivo (debitor)
Bases para aquisição da personalidade jurídica (nascer, ter forma humana
e vida extra-uterina)
Surgimento da responsabilidade patrimonial, em substituição à pessoal e
corporal

FONTES DO DIREITO ROMANO

COSTUMES (CONSUETUDO)
• É a prática reiterada de diversos atos, que se cristaliza através do hábito e do
consentimento tácito do povo. Em determinada época confundiu-se com o ius non
scriptum

CONSTITUIÇÕES
São os atos do Imperador:
• Edicta – Disposições de ordem geral para o Império
• Decreta – julgamentos, decisões ou sentenças, que se transformavam em precedentes
• Rescripta – respostas às consultas dos magistrados
• Mandata – ordens administrativas ou fiscais dirigidas aos governadores

EDITOS
• São os documentos expedidos pelos magistrados (em especial os pretores), lidando
com ações, exceções, remédios jurídicos em geral

OPINIÃO DOS PRUDENTES


• Criavam precedentes para casos concretos:
• ad respondendum – respostas aos pedidos das partes
• ad agendum – respostas aos pedidos dos pretores e juízes;
• ad cavendum – feitura de documentos

LEIS (LEGO, LER)


• Votadas nas Assembléias (Comitia). Quando votadas pelas concilia plebis, tomavam o
nome de plebiscita
SENADOS CONSULTOS (SENATUS CONSULTUS)
• Inicialmente, o Senado representava o auctoritas patrum (autoridades dos patriarcas),
de caráter mais consultivo. Somente no final da República tomou feição interpretativa
e sugestiva, passando depois para função normativa

ROMA
DO PERÍODO ARCAICO À IDADE CLÁSSICA:
• Desaparece a figura do rei e as magistraturas passam a ser anuais.
• O Senado é vitalício. O senado era o conselho dos anciãos e responsável pela ligação
da cidade com a sua história, sua vida, sua autoridade. Em casos especiais respondia a
consultas e opinava sobre os negócios. Só no Principado o senado poderá ser
equiparado à lei.
• As assembléias tinham uma função “legislativa”. Na República eram três: comitia
centuriata, comitia tributa e o concilium plebis. As decisões das duas primeiras podiam
se tranformar em lex, as da última em princípio. Obrigavam apenas a plebe e eram
conhecidas como plebis scita.
• As magistraturas eram cargos eletivos para funções determinadas, com prazo de um
ano, exercidas, muitas vezes, em grupos de dois ou mais (colegialidade) o que permitia
um controle recíproco do poder.
• Magistraturas: cônsules, censores, questores, pretores (que participavam do poder
geral de mando – imperium – detendo os poderes civis de coercitio – disciplina - e
iurisdictio – dizer o direito), excepcionalmente os ditadores.
• Relação entre romanos = direito civil = pretor urbano;
• Relação entre estrangeiros ou entre estrangeiros e romanos = pretor peregrino
• Pontífices: sacerdotes-funcionários autorizados a usar as fórmulas legais e interpretá-
las. Inicialmente só eles poderiam interpretar e aplicar as fórmulas da Lei das XII
Tábuas.
• Lei das XII Tábuas = redigidas no período republicano (aproximadamente 450 a. C.).
Foi uma conquista dos plebeus. Esta lei pretende reduzir a escrito as disposições e
mandamentos que antes eram guardados pelos patrícios e pontífices. Pode-se dizer
que foi uma coletânea e não um código. Por ser escrita, tornou o direito público
acessível a quem pudesse ler.
• Perfil do direito romano arcaico = só se aplica aos romanos, cidadãos, descendentes
dos quirites. Ius civile = direito dos cidadãos. Os não romanos ficam excluídos do
âmbito de validade das regras de propriedade (quiritária), do casamento e de família
do ius civile.
• O direito arcaico era repleto de fórmulas que precisavam ser pronunciadas no lugar
certo pelas pessoas certas.

O PROCESSO FORMULAR E O PERÍODO CLÁSSICO

- O processo formular é o ambiente próprio do desenvolvimento da


jurisprudência clássica. Criado pela Lex Aebutia (149-126 a.C.), redefinido pela
Lex Iulia (17 a.C.). Personagem central: o pretor urbano e o peregrino, que
remetiam o julgamento a um juiz ou árbitro privado.
• O direito pretoriano foi introduzido pelos pretores para a utilidade pública, visando
corroborar, suprir ou corrigir o direito civil. Seu poder de magistrados permitia-lhes
promulgar anualmente a sua “política” no exercício do cargo por meio do editio.
• Editio = nele os pretores detalham, corrigem e suprem o direito civil, tem em vista as
mudanças nas condições da vida da cidade. Aceitam as fórmulas do ius quiritium e
criam outras novas fórmulas (hipóteses que serão verificadas por um juiz). Não era um
código, mas uma proclamação verbal da tribuna (sua redução a escrito era simples
memória). Só com a Lex Cornelia (67 a. C) o pretor ficou obrigado pelo seu próprio
edito, que poderia ser invocado como se fosse lei).

COGNITIO EXTRA ORDINEM (TERCEIRA FASE DO DIREITO ROMANO)


• Desaparece a divisão de tarefas entre pretor e juiz.
• Valorizam-se os juristas, centralizam-se os poderes de julgamento em um único órgão
e tem-se a novidade do recurso ou apelação.

PRETORES E JURISTAS
• Séc. IV a.C: total laicização da jurisprudência, o que não significa democratização.
• Os juristas formam uma categoria aristocrática: são notáveis, fidalgos. Não era
exatamente uma profissão: prestavam serviços à cidade porque preservavam a
tradição, mas prestavam-no dando conselhos. Não advogam no foro (esta advocacia
era considerada inferior). O que os juristas fazem é uma honra, uma dignidade. Sua
remuneração não era dinheiro, mas influência, prestígio e popularidade.
• Durante o Principado aconteceu a harmonia entre juristas e imperador.
• Durante o Dominato: o jurista independente perdeu o seu lugar da mesma forma que
pretor e juiz desapareceram porque o processo passou a ser concentrado perante um
só órgão. Aqui, o papel da legislação imperial é crescente e o dos juristas deixa de ser
somente o de dar conselhos aos pretores, juízes e às partes para ser especialmente
assessorar o príncipe ou imperador. Consolida-se ou codifica-se a jurisprudência
clássica.

AS FONTES
• As leis eram normas votadas nas assembléias, gerais e propostas pelos magistrados
superiores;
• O senatus consultus, a partir do principado, torna-se fonte normativa.
• Os atos do imperador são constituições. São edicta (editos) quando contêm
disposições de ordem geral para o império; são decreta os julgamentos, decisões ou
sentenças, que constituíam precedentes a serem observados nos casos semelhantes;
são rescripta as respostas a consultas feitas por magistrados em casos fiscais, dirigidas
a governadores de províncias, funcionários. Por tais meios o imperador criava direito
novo.
• A opinião dos prudentes são usadas de modo a dar um precedente em casos
concretos. A opinião era dada a pedido das partes, dos pretores e juízes ou na feitura
de documentos.
JURISTAS E FILOSOFIA
• A filosofia grega participa, de alguma forma, do pensamento jurídico romano.

O DIREITO PRIVADO ROMANO – CASA E FAMÍLIA


• O direito privado é um sistema de regras pelo qual se mantém unida a família como
unidade produtiva.
• As regras de sucessão determinam quem se torna o chefe da família e com que
meios.
• As regras do matrimônio determinam como se unem e separam patrimônios e como
se acrescem, pelos regimes dotais e pelo regime de poder que há entre marido e
mulher, as unidades familiares, verdadeiras sociedades que unem homem e mulher
por uma affectio (não aquele sentimento romântico moderno, mas como a affectio
dos sócios de uma sociedade).
• O direito de propriedade é uma espécie também de jurisdição, de poder de comandar
as coisas e as pessoas da família (pai dá origem a patrão).
• O sujeito por excelência do direito romano é o pai de família, capaz de deter
propriedade, realizar negócios, dar unidade de ação a este complexo produtivo que é a
casa (podia aceitar ou abandonar os filhos e, também, adotar).
• Casamento podia ser de duas formas: cum manu – a mulher sob o poder da família de
seu marido, realizado formalmente pela confarreatio, pela coemptio ou pelo usus; e
sine manu – a mulher não estava sob o poder da família de seu marido. Efeito do
casamento: gerar filhos legítimos.

HISTÓRIA DO DIREITO IDADE MÉDIA

A EUROPA MEDIEVAL
• A Idade Média é o período histórico da Europa que se estendeu do século V d. C. até o
século XV, ou seja, da queda do Império Romano do Ocidente em 476 até a tomada de
Constantinopla pelos turcos em 1453. Estes mil anos não foram uniformes, podemos
vislumbrar pelo menos dois momentos específicos a título de estudo: a Alta Idade
Média (do século V ao século IX) e a Baixa Idade Média (do século IX ao XV)
• A Alta Idade Média é um período de desconstrução e construção. Por isso mesmo ele é
cheio de vieses e detalhes. Neste tempo da história européia os homens tiveram que
conviver com o fim do mundo que conheciam, o mundo romano e, ao mesmo tempo,
com a construção de um novo mundo, agora tendo como elementos as culturas
germânicas e a Igreja (Católica).

SISTEMA FEUDAL
• Este sistema apóia-se no Direito e dele não pode afastar-se, mas envolve o meio de
vida, força, fé, interesses, terra, divisão social e tudo quanto o ser humano é capaz de
criar.
• Dentre todas estas questões que envolvem este termo uma palavra é primordial para
seu entendimento: sobrevivência. Quase tudo no Sistema Feudal tem algo a ver com a
questão da sobrevivência. Seja a luta pela sobrevivência usando armas, seja a
sobrevivência básica da alimentação, aí se encontra a semente do feudalismo.
• Destaca-se, no feudalismo, a questão da sobrevivência, qualquer indivíduo, por mais
terras que tivesse, necessitava defendê-las e, por conseguinte, a si mesmo e a sua
família. A defesa somente poderia ocorrer através das armas, que era a linguagem do
período. Como não se podia contratar “capangas”, pois não havia como pagar; a fim
de sobreviver o indivíduo deveria oferecer “algo” a quem pudesse ajudá-lo a defender-
se e a suas terras. Este “algo” era um meio de obtenção de sobrevivência básica,
alimento que somente poderia ocorrer através da posse de terras.
• Sobreviver não era somente defender-se, era também ter capacidade de atacar,
conquistar mais terras para, num círculo viciosos, ter mais feudos a doar para vassalos
e ter maior exército, para conquistar mais terras e assim por diante.

CONTRATO FEUDO-VASSÁLICO
• O próprio feudalismo baseia-se em uma questão de direito, em um contrato, pois a
concessão de um feudo era feita através de um pelo qual o senhor e o vassalo
contraiam obrigações recíprocas. Para contratar eram necessários alguns ritos e
formalidades que deveriam ser cumpridos por ambos os lados.
• Este é um contrato pessoal entre um homem que será o vassalo e outro homem que
será o senhor, por isso através dos rituais, ambos, em público, fazem promessas
recíprocas dentro de um cerimonial. Estas cerimônias tinham o nome de Investidura,
Fé e Homenagem.

OS EFEITOS DO CONTRATO FEUDO-VASSÁLICO

• Primeiramente este contrato gerava o poder do senhor sobre o vassalo, bem como
uma obrigação de fidelidade (entendida como o dever de nunca prejudicar o
subordinado), obrigação de proteção e de sustento. Este sustento poderia ser feito
diretamente, ou seja, o senhor poderia tomar o vassalo e sua família sob seu próprio
teto ou poderia, como era mais comum, conceder ao vassalo um feudo.

O FIM DO CONTRATO FEUDO-VASSÁLICO

• * Inicialmente o contrato não poderia ser rompido pois com o envolvimento de uma
visão religiosa profunda na Idade Média, os contratos, vistos como resultado de um
juramento eram sagrados e, portanto, existiam até que a morte de um dos
contratantes impossibilitasse o contrato. Entretanto, na prática, nem sempre isto
ocorria, muitas vezes o contrato era quebrado pela força ou pelos interesses de uma
das partes (com a retomada do feudo ou a posse definitiva do mesmo). Isto,
entretanto, não era considerado “legal” (na acepção atual da palavra).

DIREITO GERMÂNICO
• Viviam de forma bastante simples, sem cidades ou aldeias. Extremamente ligados à
terra e este estilo de vida dava o tom de todas suasrealizações. Eram povos que, em
sua absoluta maioria não utilizavam a escrita e seu direito era, conseqüentemente,
oral e muito influenciado por esta oralidade. Na descrição de Pierre Richè: “Para os
Germanos não existem Estado nem cidades do tipo romano, mas comunidades: tribo,
clã e família, que são as estruturas da sua vida política e social. A tribo, comunidade de
família e da aldeia é dirigida por uma aristocracia de nascimento ou de valor [na
guerra], que possui a maior parte da terra (...)”
• O direito dos povos germânicos era basicamente consuetudinário (até por não serem
escritos) e, como o termo germânico engloba uma série de povos com costumes
semelhantes, porém não iguais, é forçoso falar em direitos germânicos, pois cada tribo
tinha sua própria tradição. Em alguns casos eles eram minuciosos no que diz respeito
às penas.
• A maior parte das tribos germânicas, mesmo escrevendo suas leis (após a invasão do
Império Romano), não vai procurar impô-las aos romanos, o burgúndio será julgado
segundo a tradição burgúndia, o visigodo segundo sua legislação, o romano pela Lex
Romana e assim por diante. Isto é chamado “Personalidade das Leis” – cada qual leva
consigo, para onde quer que vá ou qualquer que seja o soberano, o estatuto jurídico
de sua tribo de origem.

1. REINO VÂNDALO
• Conseguiram fazer coexistir, concomitantemente, as duas sociedades, dos germânicos
e dos romanos.
• Não se misturaram com os romanos, proibindo casamentos mistos e conversão ao
catolicismo; assim conservando suas leis e costumes.
• Estabeleceram grandes domínios, mas mantiveram os que cultivavam no mesmo lugar.
Deixaram para os romanos a administração (inclusive aumento) de impostos e o
julgamento das causas. O rei é obrigatoriamente vândalo, entretanto ele utiliza na sua
corte romanos que redigem leis em latim e o ajudam na administração .

2. REINO OSTROGODO
• Mantiveram a administração romana e sua legislação.
• Como os Ostrogodos eram arianos e os romanos cristãos os casamentos entre eles
eram proibidos.

3. REINO VISIGODO
• Fundiram-se com a população local e por isso seu reino durou mais do que a maioria.
Somente será abalado com a invasão árabe, no século VIII.
• Até meados do século VII, Hispano-Romanos e Visigodos têm uma dupla legislação.
Baseiam-se na Personalidade das leis e suas legislações, ainda que escritas, tomam o
mesmo caminho. O Código de Eurico, promulgado pelo rei Eurico, por volta do ano
470, é a mais antiga compilação visigótica.
• Em 506 o rei Alarico II mandou redigir a Lex Romana
• Romana Visigothorum ou, como preferia o rei, Breviário de Alarico. Objetivava
restaurar o direito romano imperial, mas manteve a Personalidade das Leis. Somente
foi suprimida em 654, pelo rei Recesvindo que, suprimindo a Personalidade,
promulgou um código unificador, o Líber Judiciorum, em doze livros inspirados no
Direito Romano.
4. REINO DOS BURGÚNDIOS
• Goldenbaldo (474-516), rei dos Burgúndios, dominou o centro da Europa, parte do que
hoje é a França. Sua legislação, a Lex Romana Burgundiorum é considerada uma
compilação de leis extremamente romanizada, principalmente no tocante às regras de
direito civil e de processo.

5. REINO DOS FRANCOS


• Foi um dos reinos mais duradouros e poderosos da Alta Idade Média. O modelo
administrativo que implantaram durante séculos, serviu de base para o próprio
feudalismo.
• O período Carolíngio foi extremamente legiferante, entre 744 e 884, podem sewr
contados mais de duzentos textos legislativos. Estas leis eram chamadas Edicta,
Decreta ou Constitutiones ou comumente de capitulares cujo termo vem de de
capitula que quer dizer artigo.

A ALTA IDADE MÉDIA

1. AS INVASÕES
• - O período das invasões e assentamentos dos bárbaros dentro das fronteiras do
império romano corresponde já ao das tentativas de codificação do tardo-império e à
tentativa de centralização da atividade.
• legislativa no imperador.

- CÓDIGOS DA ÉPOCA:
• a) Codex Gregorianus (291 d.C.)
• b) Codex Hermogenianus ( 295 d.C.) (estes dois de natureza privada)
• c) Código de Teodosiano (438 d.C.) – continha todas as Constituições
• imperiais desde Constantino, dividindo-se em 16 livros, com indicação de autor e data,
seguidos de interpretação dos mesmos;
• d) Institutos de Justiniano (530 d.C.)
• Período de crise social, política e econômica, com barbarizarão crescente da
população, que preferia viver junto aos bárbaros uma vida livre sob aparente
escravidão, do que no império, sendo escravos em aparente liberdade (segundo Le
Goff)
• - As críticas ao direito romano são feitas por Agostinho, no livro A Cidade de Deus,
onde faz a defesa do cristianismo e demonstra as causas da queda de Roma.
Reconhece a utilidade, instrumentalidade e necessidade do direito romano, mas
afirma que o mesmo não desempenha um papel motivador para uma civilização.
• O advento dos reinos bárbaros trouxe uma progressiva “pessoalidade das leis” – havia
leis específicas para cada etnia.
• - A igreja, pela pretensão de universalidade, tende nesta época alinhar se ao princípio
da territorialidade, unificando o direito de todos os que aderem a um rei bárbaro que
se converte ao catolicismo.
2. A REGRESSÃO (SÉCS. V A VIII)
• O que se chama de “regressão” nesta época faz referência à degradaçãomoral e
econômica do império romano, o clima de violência e o afrouxamento do controle
social. Os “penitenciais” da época atestam a existência das aberrações sexuais,
embriaguez comum e da violência cotidiana. Na religião, verifica-se um retorno ao
paganismo. Além disso, o
Islão varre completamente o Norte da África e o Oriente próximo.
• As penas praticadas pelos reis bárbaros recém convertidos: cortavam-se mãos, pés,
narizes, mutilavam-se rostos com ferro em brasa, arrancavamse olhos, espetavam-se
as mãos com paus, metiam-se espetos e espinhos
embaixo das unhas.

3. DIREITO NOS REINOS BÁRBAROS


No final do séc. V e início do séc. VI podem ser verificados nos reinos bárbaros dois
tipos de direito: o direito dos bárbaros e o direito romano vulgarizado, também
chamado de direito romano dos bárbaros.

a) Direito costumeiro dos bárbaros


• - Lei Sálica – Pactus Leges Salicae – consolidação dos costumes – imagina-se não se
tratar de imposição nova, mas de um pacto, aceitação, entre o rei e os “grandes” do
povo.
• - A violência (contra a propriedade e contra a pessoa) não era reprimida com prisão,
mas com castigos os mais diversos e com multas, que não eram revertidas para o
Estado, mas para o prejudicado. Havia quase que uma vindita privada. Os julgamentos
e aplicação de penas eram
públicos e em forma de espetáculo. Ler págs. 68 e 69 – as penas praticadas.

b) Direito Romano dos bárbaros


• - Aplicável aos romanos que viviam nos reinos bárbaros, conservando parte de sua
tradições .
• - Houve várias compilações, das quais o mais famoso foi o chamado Breviário de
Alarico – Lex Romana Visigothorum – que passou por algumas revisões, e continha as
constituições do Código de Teodosiano e as constituições pós-teodosianas até 463,
parte das Institutas de Gaio, as Sentenças de Paulo, as Respostas de Papiniano e
constituições constantes nos Códigos Hermogeniano e Gregoriano.
• - Este Código sofreu grande reforma em 654, quando tomou o nome de Liber
Iudiciorum, com a intenção de unificar o direito dos hispanoromanos e dos visigodos,
porém esforço infrutífero, dada à crescente autarquização das vilas e comunidades,
que cada vez mais viviam sob um direito costumeiro.
• - Vigorou até 1250, com a entrada em vigor da Lei das Sete Partidas.

4. Direito Medieval Feudal


Nesta sociedade, os homens se dividem em oratores( os que oram – os clérigos), bellatores
(os que lutam – cavaleiros e senhores) e laboratores (os que trabalham – servos).
• - Dois sistemas de relações: uma propriamente feudal, relativa a vassalagem e
tenência da terra, e outra senhorial, entre servo e senhor, relativa à apropriação da
renda da terra;

- MODELOS DE FEUDALISMO:

a) um com direito e coação sistematizados (com influência direta da Igreja), outro sem direito
ou coação sistematizados (Rússia);
b) modelo bastante descentralizado (Europa continental), outro imposto desde o centro da
realeza (Inglaterra)

Temporalmente, houve dois feudalismos:

a) Primeiro feudalismo (sécs. VIII a XI)


• - Ritual de “entrega” do vassalo ao senhor (homenagem), para recebimento do
beneficium ou feudo (do germânico feod), com juramento recíproco de fidelidade.
• - A vassalagem era análoga ao casamento, de caráter perpétuo, que mudava o status
do vassalo.
• - Impossibilidade de dissolução por mútuo consentimento: instituição da diffidatio,
infidelidade, traição, negativa de ajuda, etc.

b) Segundo feudalismo (estabelece-se entre 1050 e 1150)


- Surgimento do direito canônico e civil nas universidades;
- Desenvolve-se a hereditariedade e a alienabilidade, com o pagamento de uma taxa ao
senhor direto;
- Estabiliza-se a distinção entre direito de exploração (domínio útil) e o de renda. Surge
o instituto da enfiteuse;
- A distribuição da justiça tinha caráter local: tanto legislar (justiça geral) quanto julgar
(justiça particular) passavam pelas assembléias populares, sob a presidência do senhor da
região.

• O processo era oral e o sistema de provas era o dos ordálios, cheios de testemunhas,
desafios e duelos. O julgamento era feito pelos pares (vassalos julgam vassalos).
• - Disputas entre senhores resolvem-se com processo diante do Conde (que
terminavam com assinaturas de pactos) ou com a guerra (que serviam como uma
espécie de ordálios entre senhores)
• - Nas preliminares destas guerra, havia a invocação de argumentos jurídicos, tradições
e direitos históricos, mas não se chegando a um pacto, não havendo superior para
arbitrar o conflito, ocorre então a guerra como uma espécie de duelo.
• - Questões disputadas pelos senhores: heranças, constestações de heranças,
instalação em terras de outrem, servidões, esbulhos possessórios, e outras que
estivessem ligadas a terra.

Você também pode gostar