Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NAZISMO E FASCISMO
GOIÂNIA
2010
CLÁUDIO PRUDENTE DE OLIVEIRA ARAUJO
DIEGO EMANUEL REIS CRUZ
MARCELLA BARROS
JAROSLAW DAROSZEWSKI FERNANDES
JESSICA PARREIRA FERNANDES REIS
JOÃO PAULO PAIVA SOUSA CRUZ
NAZISMO E FASCISMO
GOIÂNIA
2010
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................4
CONTEXTO HISTÓRICO......................................................................................................6
FASCISMO................................................................................................................................9
PRINCÍPIOS IDEOLÓGICOS DO FASCISMO ..................................................................9
Totalitarismo...................................................................................................................10
Nacionalismo...................................................................................................................10
Corporativismo...............................................................................................................10
Expansionismo/ Imperialismo/ Colonialismo...............................................................10
Militarismo .....................................................................................................................11
Ideologia Oficial..............................................................................................................11
Culto da Obediência.......................................................................................................11
Culto da Personalidade..................................................................................................11
CONSOLIDAÇÃO DO FASCISMO ..................................................................................11
PRINCIPAIS MOVIMENTOS FASCISTAS NO ENTRE - GUERRAS (1919-1945).......12
Quadro Demonstrativo...................................................................................................12
Difusão Pelo Mundo.......................................................................................................12
O Fascismo Brasileiro.....................................................................................................13
O Putsch Integralista......................................................................................................13
NAZISMO................................................................................................................................15
ASPECTOS POSITIVOS DO NAZISMO...........................................................................18
HOLOCAUSTO: “SOLUÇÃO FINAL”..............................................................................19
Anti-Semitismo ...............................................................................................................21
O Mosaico das Vítimas...................................................................................................22
Os Campos Nazistas.......................................................................................................23
Campos de Extermínio...................................................................................................25
Auschwitz.........................................................................................................................26
Auschwitz I...................................................................................................................26
Auschwitz II..................................................................................................................27
Deportação Para Auschwitz..........................................................................................28
Auschwitz III.................................................................................................................28
Subcampos de Auschwitz.............................................................................................29
A Liberação de Auschwitz............................................................................................30
A Resistência Judaica.....................................................................................................31
As Consequências do Holocausto..................................................................................32
CONCLUSÃO.........................................................................................................................34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................35
4
INTRODUÇÃO
fundado por Anton Drexler, possuía em suas fileiras um ex-soldado austríaco chamado Adolf
Hitler. Em pouco tempo, Hitler alcançou a liderança do Partido, e mudou seu nome para
Partido Nacional-Socialista Trabalhador Alemão (cuja abreviação, em alemão, formava a
palavra "nazi"). Apesar de pouco preciso e extremamente demagógico, o programa dos
nazistas logo começou a valer-lhes adeptos, em especial por causa do fantástico poder de
sedução da oratória de seu proeminente líder.
Demagogo e perspicaz, Hitler tornou-se símbolo da resistência alemã para a
população e, em 1930, o partido contava com mais de um milhão e meio de adeptos, o que
tornava bastante possível que chegassem ao poder pelas vias legais, sem golpe.
Em 1932, os nacionais-socialistas obtiveram trinta e oito por cento das cadeiras do
Reichstag. O então chanceler, Von Papen, demitiu-se e o general Von Schleicher foi nomeado
para o cargo. Schleicher queria calar tanto os nazistas quanto os comunistas, fato que
desagradou a elite industrial. Forçado por ela, Hindenburg nomeou Hitler chanceler em trinta
de janeiro de 1933. O nazismo finalmente poderia começar a sua marcha para a guerra.
Com Hitler no poder, fundou-se um Estado totalitário apoiado sobre o fanatismo
nacional e a loucura racista.
Hitler conseguiu tirar a Alemanha do caos e isso lhe valeu ainda mais popularidade,
ainda que seu governo fosse marcado por uma tirania, violência e autoritarismo ímpares na
história da nação.
Contudo, logo os outros países europeus passaram a não mais tolerar seus impulsos
expansionistas, que levariam à Segunda Guerra Mundial e posterior fim do nazismo.
6
CONTEXTO HISTÓRICO
Depois de tentativas frustradas de tentar chegar ao poder por vias legais, em 1919,
Mussolini percebeu que outra via era possível, e assim o fez. Com o agravamento da situação
no país, mais grupos demonstravam apoio ao fascismo. Em 1922, Mussolini chegava ao poder
para três anos depois eliminar a oposição e estabelecer o seu regime totalitário.
Na mesma época em que se consolidou o regime fascista na Itália, Hitler lançava seu
livro - Mein Kampf (Minha Luta) – onde desenvolvia suas teorias raciais e dava corpo à futura
ideologia nazista. Sua obsessão pela pureza da raça, seu ódio aos judeus e seu nacionalismo
exacerbado foram suas marcas, além de um gênio político-militar que poucos ousaram
reconhecer. O desejo de um Império Alemão Central (o espaço vital) composto apenas
daqueles pertencentes à "raça superior ariana" foi um objetivo buscado até a sua morte.
O ambiente político e econômico em que se deu o surgimento e o desenvolvimento
dos nazistas na Alemanha foi semelhante àquele visto na Itália fascista. No entanto, após
investimentos norte-americanos no pós-guerra a Alemanha se recuperou economicamente.
Diferente da Itália, na Alemanha havia uma industrialização suficiente para se ter um
proletariado bem definido. Após a Primeira Guerra Mundial, além de ter sido considerada a
"culpada pela guerra", foi imposto aos alemães um governo social-democrata – a "República
de Weimar". No entanto, este tipo de governo necessita de recursos econômicos para manter a
política social à qual ela se propõe. Na falta de capital, crescem as oposições a este regime de
governo. A partir disto, o fator principal que veio ajudar em muito a ascensão de Hitler foi a
Crise de 1929. O país, de todos os europeus que haviam passado pela industrialização, foi o
mais atingido pela crise econômica. Um terço da população era de desempregados, a
polarização entre nazistas e comunistas aumentava. A partir daí, o estabelecimento do regime
nazista na Alemanha se deu de forma meteórica. Já em 1933, em poucas semanas Hitler
passou de Chanceler para Führer.
Várias foram as mudanças introduzidas com a ascensão de Hitler ao poder na
Alemanha. Os partidos foram extintos e os judeus foram perseguidos. Por outro lado, o Führer
conseguiu praticamente acabar com o desemprego, através da promoção de inúmeras obras
públicas. Mas como questiona Duroselle, "ao preço de que deterioração moral?".Além disso,
com nacionalismo exagerado, Hitler ressurgiu e construiu diversos símbolos nacionais, a fim
de obter a unidade do povo alemão. Nada escapava ao alcance da ideologia totalitária. Até os
juízes faziam a saudação nazista.
Cabe ressaltar que o Estado totalitário, diversas vezes, se apropria de elementos do
discurso socialista, uma vez que o "público alvo" era o mesmo – as camadas sociais mais
baixas. Além disso, ambos possuem um sistema de partido único e o desprezo pela
8
FASCISMO
“Tudo no Estado, Nada fora do Estado, nada contra o Estado”- assim Benedito
Mussolini define a ideologia fascista.Para o fascismo o Estado é um absoluto, perante o qual
indivíduos e grupos são o relativo. Indivíduos e grupos são "pensáveis" enquanto estejam no
Estado. A ideologia fascista apresenta caracteristicas fundamentais e ideias sobre as quais
discorre os demais fundamentos, dentre os quais podem ser destacados o totalitarismo,
nacionalismo, militarismo, culto a força fisica, censura, propaganda, violencia contra as
minorias e anti socialismo.
O totalitarismo é o principal fundamental do governo fascista, podemos definir
Totalitarismo como um regime no qual um único indivíduo domina todo o Estado, tomando
para si todos os tipos de poderes existentes. O totalitarismo foi algo presente no contexto do
pós-guerra, tendo como suas expressões máximas o Nazismo de Adolf Hitler, na Alemanha; o
Fascismo de Mussolini, na Itália; e o Stalinismo de Josef Stalin, na União Soviética.
A principal característica de um regime totalitarista é a eliminação de toda e qualquer
oposição política. Desta forma, para os totalitaristas, a existência de múltiplas organizações
partidárias prejudicaria o empenho de toda a nação em direção a um único caminho. Por isso,
há a adoção de um sistema uni partidário.
No contexto econômico, a intervenção do Estado é algo de fácil conclusão. Nesse
sentido, o governo procurava se enriquecer mais e mais, colocando o fator Mercado em
segundo plano. Assim, o Estado assumia o controle de todos os bens e fontes de recursos
existentes por meio da administração de empresas estatais. Podemos destacar também, a
ênfase dada pelos regimes totalitaristas na indústria de base, bélica e de tecnologia, setores
estratégicos em casos de uma guerra, por exemplo.
Outra característica marcante do Totalitarismo é a existência de uma política de
intolerância a quaisquer manifestações contrárias às suas formas de atuar. Desta forma,
muitos cidadãos eram presos, torturados, exilados ou até mesmo mortos por causa de suas
ideologias políticas contrárias ao regime instalado.
10
Totalitarismo
O Estado controla toda a vida econômica, política, social e cultural, rejeita todo e
qualquer tipo de agrupamentos. Um Estado totalitário é também anti-individualista, anti-
comunista, anti-sindicalista, corporativista, anti-partidarista, anti-parlamentarista, impõe o
partido único e o autoritarismo
Nacionalismo
Defesa dos valores nacionais que sustentam as diferenças entre povos e nações.
Quando levado ao extremo, pode conduzir à crença de superioridade de uma nação em relação
a outras, levando, muitas vezes, à agressividade, à guerra, etc. Há também o nacionalismo
econômico = defesa da produção e do consumo dos produtos nacionais.
Corporativismo
Militarismo
Ideologia Oficial
Culto da Obediência
Culto da Personalidade
CONSOLIDAÇÃO DO FASCISMO
Quadro Demonstrativo
País Ano Denominação Líder Símbolo Cor
Itália 1919 Movimento fascista Benito Mussolini O fascio Negra
Alemanha 1919 Nacional-socialismo ( Adolf Hitler a cruz suástica Cáqui
nazismo)
Espanha 1933 Falange espanhola José Antônio lanças trançadas Azul
Brasil 1932 Ação IntegralistaPlínio Salgado o sigma ( Verde
Brasileira
E.U.A. 1915 Ku Klux- Klan O Grande Mágico do a cruz incendiada Branco
Império
França 1927 Cruz de Fogo (Croix Cel. La Rocque
de feu)
O Fascismo Brasileiro
O Brasil, como é sabido, não ficou a margem do movimento fascista. Vários grupos
simpatizantes já haviam se organizado em legiões nos anos 20, inspirados em Mussolini, no
entanto foi preciso esperar o ano de 1932, quando o escritor e jornalista Plínio Salgado (ex-
integrante do Movimento Pau-brasil) fundou a A.I.B. (Ação Integralista Brasileira), em São
Paulo, a qual, nos anos trinta, tornou-se "o primeiro partido político brasileiro com
implantação nacional" [H.Trindade, pag. 9]
No Brasil, visto suas características miscigenadas, o integralismo assumiu com mais
ênfase o anticomunismo e não o racismo ou o anti-semitismo ( 65% dos militantes aderiram
ao movimento por serem anticomunistas e somente 5% por sua posição anti-semita
[H.Trindade, pag. 161]). Também o marcou uma inclinação pela religiosidade que não
encontramos nem no fascismo italiano e muito menos no neopaganismo nazista. Tanto é que
o "Manifesto de Outubro" de 1932, redigido por Plínio Salgado, Chefe Nacional do
Integralismo, inicia-se com a frase "Deus dirige os destinos dos povos".
Advogava o advento da "Quarta Humanidade" uma era que integrasse - daí o
Integralismo - as etapas anteriores da história humana ( o sentimento de Cosmo da primeira, a
iluminação pelo Verbo Divino da segunda, e o senhor dos elementos da terceira) para chegar
ao Homem Integral gerado pela futura "Revolução Integral". O lema adotado foi o
conservadorismo "Deus-Pátria-Família". Trindade diz que o personagem literário, o filósofo
Mandaratuba, um pensador ultra-nacionalista e patriota, crente no corporativismo, fascinado
pelos heróis e temerosos dos "bárbaros", criado por Plínio Salgado, é uma "caricatura
autobiográfica" do próprio autor.
Organizavam-se em "legiões" e subdividiam-se em "bandeiras" e "terços" e
cumprimentavam-se bradando "anauê", com o braço estendido a la romana. Chegaram a
anunciar a militância de 500 mil de homens e mulheres. Tinham, devido a sua formação
disciplinada e gosto pela hierarquia e pelo uniforme, muita simpatia por parte das Forças
Armadas, especialmente entre os oficiais da Marinha, a mais conservadora das três forças.
O Putsch Integralista
14
NAZISMO
16. Pedimos a criação e proteção de uma classe média sã, a entrega imediata
das grandes lojas à administração comunal e o seu aluguer aos pequenos
comerciantes a baixo preço. Deve ser dado prioridade aos pequenos comerciantes
e industriais nos fornecimentos ao Estado, aos Länder ou aos municípios.
17. Pedimos uma reforma agrária adaptada às nossas necessidades nacionais, a
promulgação de uma lei que permite a expropriação, sem indenização, de
terrenos para fins de utilidade pública – a supressão de impostos sobre os
terrenos e a extinção da especulação fundiária.
18. Pedimos uma luta sem tréguas contra todos os que, pelas suas atividades,
prejudicam o interesse nacional. Criminosos de direito comum, traficantes,
agiotas, etc., devem ser punidos com a pena de morte, sem consideração de credo
religioso ou raça.
19. Pedimos que o Direito romano seja substituído por um direito público
alemão, pois o primeiro é servidor de uma concepção materialista do mundo.
20. A extensão da nossa infra-estrutura escolar deve permitir a todos os
Alemães bem dotados e trabalhadores o acesso a uma educação superior, e
através dela os lugares de direção. Os programas de todos os estabelecimentos de
ensino devem ser adaptados às necessidades da vida prática. O espírito nacional
deve ser incutido na escola a partir da idade da razão. Pedimos que o Estado
suporte os encargos da instituição superior dos filhos excepcionalmente dotados
de pais pobres, qualquer que seja a sua profissão ou classe social
21. O Estado deve preocupar-se por melhorar a saúde pública mediante a
proteção da mãe e dos filhos, a introdução de meios idôneos para desenvolver as
aptidões físicas pela obrigação legal de praticar desporto e ginástica, e mediante
um apoio poderoso a todas as associações que tenham por objetivo a educação
física da juventude.
22. Pedimos a supressão do exército de mercenários e a criação de um exército
nacional.
23. Pedimos a luta pela lei contra a mentira política consciente e a sua
propagação por meio da Imprensa. Para que se torne possível a criação de uma
imprensa alemã, pedimos que:
1. Todos os diretores e colaboradores de jornais em língua alemã sejam
cidadãos alemães.
18
foram ouvidos. Segundo Alexander Von Plato – “Os aspectos positivos ainda são lembrados
hoje. Em poucos anos, acabou-se com o desemprego, a vergonha do Tratado de Versailles, o
fato de a Alemanha ter sido tão oprimida, o que, para muitos, era como uma humilhação
pessoal. Isto foi, de certo modo, compensado por Hitler. Os jovens repentinamente podiam
viajar para regiões distantes com a HJ (Juventude Hitlerista), enquanto antes eram
obrigados a ficar no seu ambiente, apenas. O desempenho no trabalho era valorizado. Há
toda uma série de memórias que descrevem os aspectos positivos. Então, se esquece
facilmente o que isso representava. O padrão de vida melhorou incorrendo-se em altas
dívidas. A guerra foi também uma guerra de pilhagem. O anti-semitismo de então era tratado
como se não existisse. Esta é hoje a memória daqueles que, na época, estavam na Juventude
Hitlerista ou na WDM, Aliança das Moças Alemãs, que era um organismo nazista. O que
vivenciaram como jovens foi positivo. Embora hoje pensem diferente, se perguntam: “O que
me fascinou tanto naquela época? O que me conquistou para o nacional-socialismo?”. A
historiografia precisa estudar isto, caso contrário não entendemos o nacional-socialismo. O
horror é um lado, mas a atração que o nazismo exerceu para os jovens daquela época é
outro. Nesse ponto, a história oral é decisiva.”
e até assassinato dos judeus europeus. Inicialmente, os nazistas instituíram os guetos, que
eram áreas fechadas, destinadas a isolar e controlar os judeus, nas regiões que os alemães
denominavam Generalgouvernement, o território conquistado à Polônia no centro e ao leste
daquele país, que era administrado por um governo civil alemão, e também em Warthegau, a
maior subdivisão da área incorporada à Alemanha, no oeste polonês. Judeus poloneses e de
países na parte ocidental da Europa foram deportados para os guetos, onde viviam em
condições higiênicas precárias, superlotação, e alimentação inadequada.
Após junho de 1941, quando a Alemanha invadiu a União Soviética, as SS
(organização paramilitar ligada ao Partido Nazista alemão) e grupos da polícia que agiam
como unidades móveis de extermínio iniciaram operações de assassinato de comunidades
judaicas inteiras naquela área, matando indiscriminadamente todos os seus membros. No
outono de 1941, elas introduziram as câmaras de gás móveis, nas quais o cano de
escapamento dos caminhões utilizados havia sido reajustado para liberar um gás letal, o
monóxido de carbono, dentro dos compartimentos totalmente vedados na carroceria, matando
a quem ali estivesse em complementação às operações de fuzilamento já em curso.
No dia 17 de julho de 1941, quatro semanas após a invasão da União Soviética,
Hitler delegou ao Comandante das SS, Heinrich Himmler, a responsabilidade para cuidar dos
assuntos de segurança na URSS ocupada. Hitler conferiu a Himmler autoridade para eliminar
fisicamente quaisquer ameaças ao domínio alemão. Duas semanas depois, em 31 de julho de
1941, o líder nazista Hermann Goering autorizou ao General das SS, Reinhard Heydrich, o
início das preparações necessárias para a implementação da "solução final para a questão
judaica".
No outono de 1941 Himmler, comandante das SS, designou o general alemão Odilo
Globocnik (das SS e chefe da polícia do Distrito de Lublin) para implementar o plano de
eliminação dos que viviam sob o Generalgouvernement. O nome escolhido para aquele plano
foi "Operação Reinhard", em homenagem ao acima mencionado Reinhard Heydrich, que
havia sido assassinado por partisans tchecos em maio de 1942. Três campos de extermínio--
Belzec, Sobibor e Treblinka--foram criados na Polônia com o objetivo único de facilitar o
extermínio em massa.
O objetivo da "Solução Final" era exclusivamente o de exterminar todos os judeus
europeus. Assim, nos campos de extermínio, as SS e a polícia alemã assassinaram cerca de
2.700.000 judeus utilizando mecanismos de asfixia por gás venenoso ou por fuzilamento, e
3.300.000 outros israelitas morreram devido às atrocidades cometidas contra eles pelos
alemães e seus colaboradores, por fome, maus-tratos, espancamento, frio, doenças,
21
Anti-Semitismo
ficou conhecido como o pogrom da Kristallnacht, Noite dos Vidros Quebrados. Este evento
marcou a transição de uma era de anti-semitismo velado para outra, a da destruição, durante a
qual o genocídio foi o foco único do anti-semitismo nazista.
Os nazistas prenderam os líderes das igrejas cristãs que se opunham a eles, e também
milhares de Testemunhas de Jeová que se recusavam a saudar Adolf Hitler ou a servir no
exército alemão. Durante o chamado "Programa de Eutanásia", estima-se que os nazistas
assassinaram 200.000 pessoas com deficiências físicas ou mentais. Os nazistas também
perseguiram os homossexuais, cujo comportamento era considerado "um obstáculo para a
preservação da nação germânica", prendendo em campos de concentração aqueles que
classificavam como homossexuais "crônicos", bem como milhares de outros indivíduos
acusados de comportamentos criminosos ou "anti-social".
A ideologia nazista via uma grande quantidade de inimigos, o que conduzia à
perseguição organizada e assassinato de milhões de pessoas, judias ou não.
Os Campos Nazistas
Entre 1933 e 1945 a Alemanha nazista construiu cerca de 20.000 campos para
aprisionar seus milhões de vítimas. Os campos eram utilizados para várias finalidades:
campos de trabalho forçado, campos de transição (que serviam como estações de passagem), e
como campos de extermínio construídos principalmente, ou exclusivamente, para assassinatos
em massa. Desde sua ascensão ao poder, em 1933, o regime nazista construiu uma série de
centros de detenção destinados ao encarceramento e à eliminação dos chamados "inimigos do
estado". A maioria dos prisioneiros dos primeiros campos de concentração era formada por
alemães considerados inimigos do nazismo: comunistas, social-democratas, ciganos Roma,
Testemunhas de Jeová, homossexuais e pessoas acusadas de exibir um comportamento "anti-
social" ou fora dos padrões sociais. Estas instalações eram chamadas de campos de
concentração porque nelas os detentos ficavam fisicamente "concentrados".
Após a anexação da Áustria pela Alemanha, em março de 1938, os nazistas
prenderam e encarceraram judeus alemães e austríacos nos campos de concentração de
Dachau, Buchenwald e Sachsenhausez, todos localizados na Alemanha. Logo após o violento
massacre de Kristallnacht, Noite dos Cristais Quebrados, em novembro de 1938, os nazistas
efetuaram prisões em massa de judeus adultos, encarcerando-os nos campos por breves
períodos.
Depois da invasão da Polônia, em setembro de 1939, os nazistas abriram campos de
trabalho forçado onde centenas de milhares de prisioneiros morreram de exaustão, inanição e
maus tratos. As unidades das SS faziam a guarda dos campos. Durante a Segunda Guerra
Mundial, o sistema de campos de concentração nazistas se expandiu rapidamente. Em alguns
24
Campos de Extermínio
Auschwitz
Auschwitz I
Auschwitz II
usar para Auschwitz-Birkenau. Entre maio e junho de 1943, foram construídos quatro
imponentes prédios de cremação, cada um com três componentes: uma área para os
prisioneiros despirem-se, uma grande câmara de gás, e fornos crematórios. As SS mantiveram
as operações com gás em Auschwitz-Birkenau até novembro de 1944.
Auschwitz III
29
Subcampos de Auschwitz
A Liberação de Auschwitz
A Resistência Judaica
As Consequências do Holocausto
Sem ter para onde ir, uma vez que não mais tinham onde viver e trabalhar, dezenas
de milhares de sobreviventes, oriundos do leste da Europa, ficaram desabrigados, tendo que
migrar para países do oeste europeu que já haviam sido liberados pelos Aliados. Ali, eles
foram abrigados em centenas de centros e campos de refúgio para deslocados pela guerra
(DP), tais como o de Bergen-Belsen (ex-campo nazista) na Alemanha. Esses campos eram
gerenciados pela Administração das Nações Unidas para Assistência e Reabilitação
(UNRRA) e pelos exércitos de ocupação dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França.
Em dezembro de 1945, o presidente norte-americano, Harry Truman emitiu uma
ordem oficial que tornaram mais flexíveis as restrições de cotas para imigração, permitindo
que muitos deslocados de guerra, previamente perseguidos pelo regime nazista, imigrassem
para os Estados Unidos. Mais de 41.000 refugiados imigraram para os Estados Unidos, dos
quais cerca de 28.000 eram judeus. Em 1948, o Congresso Americano aprovou a Lei dos
Deslocados de Guerra que, entre 1º de janeiro de 1949 e 31 de dezembro de 1952, autorizou a
emissão de aproximadamente 400.000 novos vistos de imigração para os sobreviventes,
havendo 68.000 israelitas usado aquela oportunidade.
Muitos outros refugiados judeus emigraram, como deslocados de guerra, da Europa para o
Canadá, Austrália, Nova Zelândia, países da Europa ocidental, Brasil, México, Argentina, e
outros países latino-americanos, bem como para a África do Sul.
34
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DUROSELLE, J. B. A Europa de 1815 aos nossos dias. São Paulo: Ed. Pioneira,
1985.