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INTRODUÇÃO À LÓGICA

Prof. Dr. Alex Sandro Romeo de Souza Poletto

CAPÍTULOS

1. INTRODUÇÃO À LÓGICA

2. OPERAÇÕES LÓGICAS SOBRE PROPOSIÇÕES

3. CONSTRUÇÃO DE TABELAS da VERDADE

4. TAUTOLOGIAS, CONTRADIÇÕES E CONTINGÊNCIAS

5. EQUIVALÊNCIA LÓGICA e IMPLICAÇÃO LÓGICA

6. FUNÇÕES LÓGICAS (portas lógicas)

7. CIRCUITOS COMBINACIONAIS

8. SIMPLIFICAÇÃO DE EXPRESSÕES BOOLEANAS


UTILIZANDO ÁLGEBRA DE BOOLE E DIAGRAMAS DE
VEITCH-KARNAUGH

9. SISTEMAS DE NUMERAÇÃO

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1. INTRODUÇÃO À LÓGICA

Evolução do conceito de Lógica

Origem da lógica -> criação “Aristóteles” na Grécia (lógica enquanto disciplina),


sistematizou a lógica.

“Aristóteles” -> (384 - 322 a.C.).


Nascido em Estagina
Falecido em Cálcis, ilha de Eubéia

Objetivo da lógica Aristotélica -> sistematização das regras de argumentação


correta.

Definição de Lógica:

- é uma investigação de conseqüência que existe entre as premissas e a


conclusão de um argumento legítimo;
- é o analise dos métodos de raciocínio;
- é o interesse na forma em lugar do conteúdo;
- é a formalização e catalogação dos métodos de raciocínio.

Lógica Formal:

- emprego de simbologia:
- clareza e distinção;
- não é empírica (experiência);
- analogia com a matemática para distinguir-se de suas aplicações:
- psicologia (processos de raciocínio)
- normas para argumentação correta;

Lógica Matemática:

- é o trabalho em empregar técnicas matemáticas e quando estiver devotada ao


estudo do raciocínio matemático;
- noção de “prova matemática”.

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- o emprego da lógica, em matemática, está intuitivamente ligado à noção de


prova e demonstração.

LÓGICA FORMAL

Análise

- toma como seu principal tópico as proposições e argumentos dedutivos, e é de


notação simbólica; constitui de um estudo à priori, constatando com as ciências
naturais e as disciplinas.

The New Enciclopaedia Britannica, vol.23, p.250.

- a lógica é a análise dos métodos de raciocínio interessada na forma em lugar


do conteúdo. Suas principais tarefas são a formalização e a catalogação
sistemáticas dos métodos de raciocínio válidos.

Mendelson, E. I ntroduction to Mathematical Logic, P.1.

Para se obter um bom relacionamento entre computação e lógica matemática é


necessário uma preocupação com as aplicações e à elegância matemática.

Mc Canthy, J. A Basis For a Mathematical Theory of Computation.

A manipulação de símbolos é um papel importante tanto na teoria dos sistemas


formais quanto na programação de computadores.

Os computadores eletrônicos surgiram a vinte anos atrás usados para resolver


problemas em matemática numérica e para processar dados comerciais.

Durante as três últimas décadas, a ênfase deslocou-se do estudo de sistemas


formais particulares para a investigação das propriedades dos sistemas formais
em geral.

O interesse em lógicas formais deve-se a um desejo de ampliar o escopo do uso


do computador para além da área numérica.

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Tradução de linguagem, recuperação de informação, participação em jogos, etc,


são aplicações que na maior parte não estão sujeitas aos procedimentos de
decisão padrão, e algumas são complexas, daí a necessidade de novos algoritmos
eficientes e de “atalhos” (método heurístico).

Braffort, P. ed. Op. cit., p. V - VI

Para o lógico:

Programa (algoritmo) -> é um procedimento finitário para resolver um


problema.

Lógica -> é sinônimo de sistema formal, ou seja, é o mesmo que sistema formal.

Casanova, M. et alii - Programação em Lógica.

1.1. PROPOSIÇÃO

• É tudo aquilo que você pode falar ou exprimir de algum ente, etc.;
• Chama-se proposição ou sentenças todo o conjunto de palavras ou símbolos
que exprimem um pensamento de sentido completo;
• São entidades que podem ser verdadeiras ou falsas;
• São expressas por meio de orações declarativas;
• Uma proposição diz algo a respeito da verdade:
Se aquilo é proposição e corresponde à realidade, a proposição é
verdadeira, se não corresponde, ela é falsa;
• Nem toda oração expressa uma proposição e orações interrogativas e
imperativas não expressam proposições, já que nada afirmam a cerca da
realidade, não podendo, portanto, serem verdadeiras ou falsas.

As proposições transmitem pensamentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem


juízos que formamos a respeito de determinados entes.

Exemplos de Proposições:

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(a) A neve é branca.


(b) O Presidente é competente.
(c) A lua é um satélite da Terra.
(d) Recife é a capital de Pernambuco.
(e) “Instinto Selvagem” é o titulo do filme com Sharon Stone.
Obs: são todas verdadeiras.

Exemplos de orações que não são Proposições:

(a) Qual é o sentido da vida?


(b) Amai-vos uns aos outros!
(c) Que horas são?
(d) Ponha-se daqui para fora!

A Lógica Matemática adota como regras fundamentais do pensamento os dois


seguintes princípios (ou axiomas = noções comuns):

(I) PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: Uma proposição não pode ser


verdadeira e falsa ao mesmo tempo.

(II) PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: Toda a proposição ou é verdadeira


ou é falsa, isto é, verifica-se sempre um destes casos e nunca um terceiro, ou
seja, não tem outro termo.

Por virtude deste princípio diz-se que a Lógica Matemática é uma Lógica
bivalente.

Por exemplo, as proposições (a), (b), (c), (d), (e) são todas verdadeiras, mas são
falsas as três seguintes proposições:

(a) VASCO DA GAMA descobriu o Brasil.


(b) DANTE escreveu os Lusíadas.
(c) 3/5 é um número inteiro.

Assim, as proposições são expressões a respeito das quais tem sentido dizer
que são verdadeiras ou falsas.

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Argumento

- um argumento é um conjunto de proposições, uma das quais é a conclusão e as


demais são premissas.

Todos os homens são mortais / Sócrates é homem.


(A) (B)
Logo, Sócrates é mortal.
(C) z

A e B são Premissas.
C é Conclusão.
Premissas e Conclusão é um conjunto de proposições = Argumento.

1.2. VALORES LÓGICOS DAS PROPOSIÇÕES

- chama-se valor lógico de uma proposição a verdade se a proposição é


verdadeira e a falsidade se a proposição é falsa.

Os valores lógicos verdade e falsidade de uma proposição designam-se


abreviadamente pelas letras V e F, respectivamente. Assim, o que os princípios
da não contradição e do terceiro excluído afirmam é que:

Toda a proposição tem um, e um só, dos valores V, F.

(I) VERDADE
Notação: V, 1

(II) FALSIDADE
Notação: F, 0

Exemplos:
(a) O mercúrio é mais pesado que a água.
(b) O sol gira em torno da Terra.

O valor lógico da proposição (a) é verdade(V) e o valor da proposição (b) é a


falsidade(F).

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1.3. PROPOSIÇÕES SIMPLES E PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

As proposições podem ser classificadas em simples ou atômicas e compostas ou


moleculares.

Definição de Proposições Simples ou Atômica:

Aquela que não contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si
mesma. São geralmente designadas pelas letras minúsculas do alfabeto latino:
p, q, r, s,..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos:
p: Carlos é careca.
q: Pedro é estudante.
r: O número 25 é quadrado perfeito.

Definição de Proposição Composta ou Molecular:

Aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições. São


habitualmente designadas pelas letras maiúsculas do alfabeto latino: P, Q, R,
S,..., também chamadas de letras proposicionais.

Exemplos:
P: Carlos é careca e Pedro é estudante.
Q: Carlos é careca ou Pedro é estudante.
R: Se Carlos é careca, então é infeliz.

Obs: cada uma delas é formada por duas proposições simples, mas podendo ser
mais de duas.

As proposições simples e as proposições compostas também são chamadas


respectivamente átomos e moléculas.

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1.4. CONECTIVOS LÓGICOS

Definição:

- chamam-se conectivos lógicos, palavras ou símbolos usados para formar novas


proposições a partir de outras.

Conectivos lógicos

E AND ∧
OU OR ∨
NÃO NOT ¬ (~)
SE... ENTÃO IF... THEN →
SE E SOMENTE SE IF ONLY IF ↔

Exemplos:

P: O número 6 é par e o número 8 é cubo perfeito.


Q: O triângulo ABC é retângulo ou é isósceles.
r: Não está chovendo.
S: Se Jorge é engenheiro, então sabe Matemática.
T: O triângulo ABC é eqüilátero se e somente se é eqüiângulo.

1.5. TABELA da VERDADE

Segundo o Princípio do terceiro excluído, toda proposição simples p é


verdadeira ou é falsa, isto é, tem o valor lógico V (verdade) ou F (falsidade).

O valor lógico de qualquer proposição composta depende unicamente dos valores


lógicos das proposições simples componentes, ficando por eles unicamente
determinado.

Admitido este princípio, para aplicá-lo na prática à determinação do valor lógico


de uma proposição composta dada, recorre-se quase sempre a um dispositivo
denominado tabela da verdade, na qual figuram todas as possíveis atribuições
de valores lógicos às proposições simples componentes.
Exemplo:

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- no caso de uma proposição composta cujas proposições simples componentes


são p e q, as únicas possíveis atribuições de valores lógicos a p e a q são:

p q
1 V V
2 V F
3 F V
4 F F

Observe-se que os valores lógicos V e F se alternam de dois em dois para a


primeira proposição p e de um em um para a segunda proposição q, e que, além
disso, VV, VF, FV e FF são os arranjos binários com repetição dos dois
elementos V e F.

No caso de uma proposição composta cujas proposições simples componentes


são p, q e r, as únicas possíveis atribuições de valores lógicos a p, a q e a r são:

p q r
1 V V V
2 V V F
3 V F V
4 V F F
5 F V V
6 F V F
7 F F V
8 F F F

Analogamente, observe-se que os valores lógicos V e F se alternam de quatro


em quatro para a primeira proposição p, de dois em dois para a segundo
proposição q e de um em um para a terceira proposição r, e que, além disso,
VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV e FFF são os arranjos ternários com
repetição dos dois elementos V e F.

REGRA-GERAL: tabela da verdade se escreve da direita para a esquerda da


seguinte forma:
1-1, 2-2, 4-4, 8-8, 16-16, ... .

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1.6. NOTAÇÃO

O valor lógico de uma proposição simples p indica-se por V(p). Assim, exprime-
se que p é verdadeira(V), escrevendo: V(p) = V.

Analogamente, exprime-se que p é falsa(F), escrevendo: V(p) = F.

Exemplos:
p: O Sol é verde.
q: Um hexágono tem nove diagonais.
r: 2 é raiz da equação x + 3x - 4 = 0

Temos:

V(p) = F, V(q) = V, V(r) = F

Do mesmo modo, o valor lógico de uma proposição composta P indica-se por


V(P).

EXERCÍCIOS

1) Dê três exemplos de proposições simples verdadeiras e três exemplos de


proposições simples falsas, designando as letras minúsculas do alfabeto latino.

2) Dê três exemplos de proposições compostas verdadeiras e três exemplos de


proposições compostas falsas, designando as letras maiúsculas do alfabeto
latino.

3) Dê um exemplo de proposição para cada um dos cinco conectivos lógicos.

4) Dê um exemplo de argumento (não vale repetir o exemplo da apostila)

5) Quantas possíveis atribuições (quantas linhas) têm cada uma das seguintes
proposições: P(p,q,r); Q(p,q,r,s); R(p,q,r,s,t); S(p,q,r,s,t,u); T(p,q,r,s,t,u,v).

6) Montar a tabela da verdade das proposições Q, R e S do exercício 5.

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2. OPERAÇÕES LÓGICAS SOBRE PROPOSIÇÕES

Operações Lógicas são certas operações que, quando pensamos, efetuamos


muitas vezes sobre proposições.

Operações Lógicas fundamentais: negação, conjunção, disjunção, disjunção


exclusiva, condicional e bicondicional.

¬)(~)
2.1. NEGAÇÃO (¬

Chama-se negação de uma proposição p a proposição representada por “não p”,


cujo valor lógico é a verdade(V) quando p é falsa e a falsidade(F) quando p é
verdadeira.

Simbolicamente, a negação de p indica-se pela notação “¬p”, que se lê: “não p”.

Tabela da Verdade:
p ¬p
V F
F V

Ou seja, pelas igualdades: ¬V = F, ¬F = V e V(¬p) = ¬V(p)

Ex:
(1) q: 7 < 3 (F) e ¬q: 7 < 3 (V), portanto, V(¬q) = ¬V(q) = ¬F = V

(2) p: 2 + 3 = 5 (V) e ¬p: 2 + 3 # 5 (F), portanto, V(¬p) = ¬V(p) = ¬V = F

Na linguagem comum a negação efetua-se, nos casos mais simples, antepondo o


advérbio “não” ao verbo da proposição dada. Assim, p. ex, a negação da
proposição:

p: O Sol é uma estrela. ¬p: O Sol não é uma estrela.

Ou expressões tais como: “não é verdade que“, “é falso que“.

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Ex: q: Paulo é policial;


¬q: Não é verdade que Paulo é policial; ou ¬q: É falso que Paulo é policial.

∧)
2.2. CONJUNÇÃO (∧

Chama-se conjunção de duas proposições p e q a proposição representada por “p


e q”, cujo valor lógico é a verdade(V) quando as proposições p e q são ambas
verdadeiras e a falsidade(F) nos demais casos.

Simbolicamente, a conjunção de duas proposições p e q é indicada com a


notação: “p ∧ q”, que se lê: “p e q”.

Tabela da Verdade:
p q p ∧q
V V V
V F F
F V F
F F F

Ou seja, pelas igualdades: V ∧ V = V, V ∧ F = F, F ∧ V = F, F ∧ F = F e


V(p ∧ q) = V(p) ∧ V(q)

Ex:
(1) p: A neve é branca. (V)
¬q: 2 < 5 (V), portanto temos: p ∧ q: A neve é branca e 2 < 5 (V).
V(p ∧ q) = V(p) ∧ V(q) = V ∧ V = V.

∨)
2.3. DISJUNÇÃO (∨

Chama-se disjunção de duas proposições p e q a proposição representada por “p


ou q”, cujo valor lógico é a verdade(V) quando ao menos uma das proposições p e
q é verdadeira e a falsidade(F) quando as proposições p e q são ambas falsas.

Simbolicamente, a disjunção de duas proposições p e q, é indicada com a


notação: “p ∨ q”, que se lê: “p ou q”.

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Tabela da Verdade:
p q p∨q
V V V
V F V
F V V
F F F

Ou seja, pelas igualdades:


V ∨ V = V, V ∨ F = V, F ∨ V = V, F ∨ F = F e V(p ∨ q) = V(p) ∨ V(q)

Ex:
(1) p: Paris é capital da França (V)
q: 9-4=5 (V), portanto temos, p ∨ q: Paris é capital da França ou 9-4=5 (V)
V(p ∨ q) = V(p) ∨ V(q) = V ∨ V = V

∨)
2.4. DISJUNÇÃO EXCLUSIVA (∨

Na linguagem comum a palavra “ou” tem dois sentidos. Assim, p. ex:


consideremos as duas seguintes proposições compostas:

P: Carlos é médico ou professor (disjunção inclusiva) - fraca


Q: Mário é alagoano ou gaúcho (disjunção exclusiva) - forte

De um modo geral, chama-se disjunção exclusiva de duas proposições p e q a


proposição representada simbolicamente por “p ∨ q”, que se lê: “ou p ou q” ou
“p ou q”, mas não ambos, cujo valor lógico é a verdade(V) somente quando p ou q
é verdadeira, mas não quando p e q são ambas verdadeiras, e a falsidade(F)
quando p e q são ambas verdadeiras ou ambas falsas.

Tabela da Verdade:
p q p ∨q
V V F
V F V
F V V
F F F

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Ou seja, pelas igualdades:


V ∨ V = F, V ∨ F = V, F ∨ V = V, F ∨ F = F e V(p ∨ q) = V(p) ∨ V(q)

2.5. CONDICIONAL (→)

Chama-se proposição condicional ou apenas condicional uma proposição


representada por “se p então q”, cujo valor lógico é a falsidade(F) no caso em
que p é verdadeira e q é falsa e a verdade(V) nos demais casos.

Simbolicamente, a condicional de duas proposições p e q é indicada com a


notação: “p → q”, que se lê de uma das seguintes maneiras:

(i) p é condição suficiente para q


(ii) q é condição necessária para p

Na condicional “p → q”, diz-se que p é o antecedente e q o conseqüente. O


símbolo “→” é chamado símbolo de implicação.

O valor lógico da condicional de duas proposições

Tabela da Verdade:
p q p →q
V V V
V F F
F V V
F F V

Ou seja, pelas igualdades:


V → V = V, V → F = F, F → V = V, F → F = V e V(p → q) = V(p) → V(q)

Ex:
(1) p: Galois morreu em duelo (V)
q: pi é um número real (V)
p → q: Se Galois morreu em duelo, então pi é um número real (V)
V(p → q) = V(p) → V(q) = V → V = V

(2) p: O mês de Maio tem 31 dias (V)

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q: A Terra é plana (F)


p → q: Se o mês de Maio tem 31 dias, então a Terra é plana (F)
V(p → q) = V(p) → V(q) = V → F = F

(3) p: Dante escreveu os Lusíadas (F)


q: Cantor criou a Teoria dos Conjuntos (V)
p → q: Se Dante escreveu os Lusíadas, então Cantor criou a Teoria dos
Conjuntos (V)
V(p → q) = V(p) → V(q) = F → V = V

(4) p: Santos Dummont nasceu no Ceará (F)


q: O ano tem nove meses (F)
p → q: Se Santos Dummont nasceu no Ceará, então o ano tem nove meses
(V)
V(p → q) = V(p) → V(q) = F → F = V

NOTA: Uma condicional p → q não afirma que o conseqüente q se deduz ou é


conseqüência do antecedente p. Assim, p. ex., as condicionais:

7 é um número ímpar → Brasília é uma cidade


3+5 = 9 → Santos Dummont nasceu no Ceará

Não estão a afirmar, de modo nenhum, que o fato de “Brasília ser uma cidade”
se deduz do fato de “7 ser um número ímpar” ou que a proposição “Santos
Dummont nasceu no Ceará” é conseqüência da proposição “3+5 = 9”. O que uma
condicional afirma é unicamente uma relação entre os valores lógicos do
antecedente e de conseqüente de acordo com a tabela da verdade anterior.

2.6. BICONDICIONAL (↔)

Chama-se proposição bicondicional ou apenas condicional uma proposição


representada por “p se e somente se q”, cujo valor lógico é a verdade(V)
quando p e q são ambas verdadeiras ou ambas falsas, e a falsidade(F) nos
demais casos.
Simbolicamente, a bicondicional de duas proposições p e q é indicada com a
notação: p ↔ q, que também se lê de uma das seguintes maneiras:

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(i) p é condição necessária e suficiente para q


(ii) q é condição necessária e suficiente para p

O valor lógico da bicondicional de duas proposições

Tabela da Verdade:
p q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

Ou seja, igualdades:
V ↔ V = V, V ↔ F = F, F ↔ V = F, F ↔ F = V e V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q)

Ex:
(1) p: Roma fica na Europa (V)
q: A neve é branca (V)
p ↔ q: Roma fica na Europa se e somente se a neve é branca (V)
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = V ↔ V = V

(2) p: Lisboa é capital de Portugal (V)


q: tag pi/4 = 3 (F)
p ↔ q: Lisboa é capital de Portugal se e somente se tag pi/4 = 3 (F)
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = V ↔ F = F

(3) p: Vasco da Gama descobriu o Brasil (F)


q: Tiradentes foi enforcado (V)
p ↔ q: Vasco da Gama descobriu o Brasil se e somente se Tiradentes
foi enforcado (F)
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = F ↔ V = F

(4) p: A Terra é plana (F)


q: 2 é um número ímpar (F)
p ↔ q: A Terra é plana se e somente se 2 é um número ímpar (V)
V(p ↔ q) = V(p) ↔ V(q) = F ↔ F = V

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EXERCÍCIOS

(1) Sejam as proposições: p e q. Traduzir para a linguagem corrente as


seguintes proposições.

p: Está frio.
q: Está chovendo.

a) ¬p c) p ∨ q e) p → ¬q g) ¬p ∧ ¬q
b) p ∧ q d) q ↔ p f) p ∨ ¬q h) p ↔ ¬q
i) p ∧ ¬q → p

p: Jorge é rico.
q: Carlos é feliz.

a) q → p c) q ↔ ¬p e) ¬¬p
b) p ∨ ¬q d) ¬p → q f) ¬p ∧ q → p

p: Carlos fala inglês.


q: Carlos fala alemão.

a) p ∨ q c) p ∧ ¬q e) ¬¬p
b) p ∧ q d) ¬p ∧ ¬q f) ¬(¬p ∧ ¬q)

p: João é Gaúcho.
q: Jaime é Paulista.

a) ¬(p ∧ ¬q) c) ¬(¬p ∨ ¬q) e) ¬p ↔ ¬q


b) ¬¬p d) p → ¬q f) ¬ (¬q → p)

Resoluções

p: Está frio. q: Está chovendo.

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a) Não está frio.


b) Está frio e está chovendo.
c) Esta frio ou está chovendo.
d) Está chovendo se e somente se está frio.
e) Se está frio, então não está chovendo.
f) Está frio ou não está chovendo.
g) Não está frio e não está chovendo.
h) Está frio se e somente se não está chovendo.
i) Se está frio e não está chovendo, então está frio.

p: Jorge é rico. q: Carlos é feliz.


a) Se Carlos é feliz, então Jorge é rico.
b) Jorge é rico ou Carlos não é feliz.
c) Carlos é feliz se e somente se Jorge não é rico.
d) Se Jorge não é rico, então Carlos é feliz.
e) Não é verdade que Jorge não é rico.
f) Se Jorge não é rico e Carlos é feliz, então Jorge é rico.

p: Carlos fala inglês. q: Carlos fala alemão.


a) Carlos fala inglês ou alemão.
b) Carlos fala inglês e alemão.
c) Carlos fala inglês, mas não alemão.
d) Carlos não fala inglês e nem alemão.
e) Não é verdade que Carlos não fala inglês.
f) Não é verdade que Carlos não fala inglês e nem alemão.

p: João é gaúcho. q: Jaime é Paulista.


a) Não é verdade que João é gaúcho e Jaime não é paulista.
b) Não é verdade que João não é gaúcho.
c) Não é verdade que João não é gaúcho ou que Jaime não é paulista.
d) Se João é gaúcho, então Jaime não é paulista.
e) João não é gaúcho se e somente se Jaime não é paulista.
f) Não é verdade que, se Jaime não é paulista, então João é gaúcho.

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3. CONSTRUÇÃO DE TABELAS da VERDADE

3.1. TABELA da VERDADE DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA

Na construção de tabelas da verdade, dadas várias proposições simples como p,


q, r,..., podemos combiná-las pelos conectivos lógicos:

¬ ∧ ∨ → ↔

E construir proposições compostas, tais como:

P(p,q) = ¬p ∨ (p → q)
Q(p,q) = (p ↔ ¬q) ∧ q
R(p,q,r) = (p → ¬q ∨ r) ∧ ¬ (q ∨ (p ↔ ¬r))
S(r,s) = (p ∨ q) → (¬p)
(x → y)

ex:
p q p ∨ q ¬p (p ∨ q) → ¬p
V V V F F
V F V F F
F V V V V
F F F V V

Então, com o emprego das tabelas da verdade que vimos anteriormente na


apostila de operações lógicas fundamentais:

¬p, p ∧ q, p ∨ q, p → q, p ↔ q

É possível construir a tabela da verdade correspondente a qualquer proposição


composta dada, tabela da verdade esta que mostrará exatamente os casos em
que a proposição composta será verdadeira(V) ou falsa(F), admitindo-se, como é
sabido, que o seu valor lógico só depende dos valores lógicos das proposições
simples componentes.

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3.2. NÚMERO DE LINHAS DE UMA TABELA da VERDADE

O número de linhas de uma tabela da verdade de uma proposição composta


depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo
seguinte teorema:

A tabela da verdade de uma proposição composta com n proposições simples


componentes contém 2n linhas.

2n = c
n = número de variáveis
c = número de combinações

3.3. CONSTRUÇÃO DA TABELA da VERDADE DE UMA


PROPOSIÇÃO COMPOSTA

Na prática, começa-se por contar o número de proposições simples que a


integram. Se há n proposições simples componentes: p1, p2,..., pn, então a tabela
da verdade contém 2n linhas. Posto isto, à 1a proposição simples p1 atribuem-se
2n/2 = 2n-1 valores V seguidos de 2n-1 valores F; à 2a proposição simples p2
atribuem-se 2n/4 = 2n-2 valores V, seguidos de 2n-2 valores F, seguidos de 2n-2
valores V, seguidos, finalmente, de 2n-2 valores F; e assim por diante. De modo
genérico, a k-ésima proposição simples pk(k <= n) atribuem-se alternadamente
2n/2k = 2n-k valores V seguidos de igual número de valores F.

Ex: Suponhamos uma proposição composta com quatro (4) proposições simples
componentes, a tabela da verdade conterá 24 = 16 linhas, e os grupos de valores
V e F se alternaram de 8 em 8 para a 1a proposição simples p1, de 4 em 4 para a
2a proposição simples p2, de 2 em 2 para a 3a proposição simples p3, e, enfim, de
1 em 1 para a 4a proposição simples p4.

3.4. EXEMPLIFICAÇÃO

Construir a tabela da verdade da proposição:

P(p,q) = ¬ (p ∧ q) ∨ ¬(q  p)

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1a Resolução: forma-se, em primeiro lugar, o par de colunas correspondentes às


duas proposições componentes p e q. Em seguida, formam-se as colunas para p ∧
q, q ↔ p, ¬(p ∧ q), ¬(q ↔ p) e afinal forma-se a coluna relativa aos valores
lógicos da proposição composta dada ¬(p ∧ q) v (¬
¬q ↔ p).

p q p ∧ q q ↔ p ¬(p ∧ q) ¬(q ↔ p) ¬(p ∧ q) ∨ ¬(q ↔ p)


V V V V F F F
V F F F V V V
F V F F V V V
V F F V V F V

2a Resolução: formam-se primeiro as colunas correspondentes às duas


proposições simples p e q. Em seguida, à direita, traça-se uma coluna para cada
uma dessas proposições e para cada um dos conectivos que figuram na
proposição composta dada.

p q ¬ (p ∧ q) ∨ ¬ (q ↔ p)
V V F V V V F F V V V
V F V V F F V V F F V
F V V F F V V V V F F
F F V F F F V F F V F
3 1 2 1 4 3 1 2 1

Portanto, simbolicamente:

P(VV) = F, P(VF) = V, P(FV) = V, P(FF) = V

Ou seja, abreviadamente:

P(VV,VF,FV,FF) = FVVV

3.5. VALOR LÓGICO DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA

Dada uma proposição composta P(p,q,r,...), pode-se sempre determinar o seu


valor lógico (V ou F) quando são dados ou conhecidos os valores lógicos
respectivos das proposições componentes p, q, r, ...
Ex:

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(1) Sabendo que valores lógicos das proposições p e q são respectivamente V e


F, determinar o valor lógico (V ou F) da proposição:

P(p,q) = ¬(p ∨ q) ↔ ¬p ∧ ¬q

Resolução: Temos, sucessivamente:

V(P) = ¬(V ∨ F) ↔ ¬V ∧ ¬F = ¬V  F ∧ V = F ↔ F = V

(2) P(p,q) = (p ∨ q) → (r ∧ s) : {V,F} → {V,F}

Resolução: P(V,F,V,F) = (V ∨ F) → (V ∧ F) = V → F = F

(3) Sejam as proposições p: pi = 3 e q: 2/2 = 0. Determinar o valor lógico (V ou


F) da proposição:

P(p,q) = (p → q) → (p → p ∧ q)

Resolução: As proposições componentes p e q são ambas falsas, isto é, V(p) = F


e V(q) = F.

Portanto:

V(P) = (F → F) → (F → F ∧ F) = V → (F → F) = V → V = V

(4) Sabendo que V(r) = V, determinar o valor lógico (V ou F) da proposição:


p → ¬q ∨ r.

Resolução: Como r é verdadeira(V), a disjunção (¬¬q ∨ r) é verdadeira(V). Logo, a


condicional dada é verdadeira(V), pois, o seu conseqüente é verdadeiro(V).

3.6. USO DE PARÊNTESIS

O uso de parêntesis indica as prioridades e modificam as tabelas da verdade. O


uso incorreto pode trazer ambigüidades
Vamos adotar à seguinte convenção

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¬ - negação) é usado para o argumento mais próximo.


a) O conectivo (¬

Por ex: ¬p ∧ q = (¬
¬p) ∧ q

b) A ordem de precedência é:

(1) ¬ (2) ∧ (3) ∨ (3) → (4) ↔

Ex:
p∨q→r significa (p ∨ q) → r
p↔q↔r significa p ↔ (q → r)
p∨q∧r significa p ∨ (q ∧ r)

EXERCÍCIOS

1) Construir as tabelas da verdade das seguintes proposições, passando pelas


três resoluções citadas na apostila.
a) (q ∧ r) ∨ s
b) (q ∨ r) → ((q ∨ s) → (p ∨ s))
c) (p → r) → p

2) Construir as tabelas da verdade das seguintes proposições e em seguida


determinar P(VV,VF,FV,FF) no caso de arranjos binários e
P(VVV,VVF,VFV,VFF,FVV,FVF,FFV,FFF) no caso de arranjos ternários.
a) ¬(p ∨ ¬q)
b) ¬(p → ¬q)
c) p ∧ q → p ∨ q
d) ¬p → (q → p)
e) (p → q) →p ∧ q
f) q ↔ ¬q ∧ p
g) (p ↔ ¬q) ↔ q → p
h) (p ↔ ¬q) → ¬p ∧ q
i) ¬p ∧ r → q ∨ ¬r
j) p → r ↔ q ∨ ¬r
l) p → (p → ¬r) ↔ q ∨ r
m) (p ∧ q → r) ∨ (¬p ↔ q ∨ ¬r)

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3) Sabendo que as proposições x=0 e x=y são verdadeiras e que as proposições


y=z e y=t são falsas, determinar o valor lógico (V ou F) de cada uma das
seguintes proposições:
a) x=0 ∧ x=y → y # z
b) x#0 ∨ y=t → y=z
c) x#y ∨ y#z → y=t
d) x#0 ∨ x#y → y#z
e) x=0 → (x#y ∨ y#t)

4) Suprimir o maior número possível de parêntesis nas seguintes proposições:


a) ((q ↔ (r ∨ q)) ↔ (p ∧ (¬(¬q))))
b) ((p ∧ (¬(¬q))) ↔ (q ↔ (r ∨ q)))
c) (((p ∨ q) → (¬r)) ∨ ((((¬q) ∧ r) ∧ q)))

5) Sabendo que os valores lógicos das proposições p,q e r são respectivamente


V, F e F, determinar o valor lógico (V ou F) de cada uma das seguintes
proposições:
a) (p ↔ p → q) ∨ (p → r)
b) (p → ¬q) ↔ ((p ∨ r) ∧ q)
c) (p ∧ q) → (p → (q → r))

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4. TAUTOLOGIAS, CONTRADIÇÕES, CONTINGÊNCIAS

4.1. TAUTOLOGIAS

Uma Tautologia (ou proposições logicamente verdadeira) é toda proposição


composta que é verdadeira, quaisquer que sejam os valores lógicos de suas
proposições componentes, ou seja, uma proposição cuja tabela da verdade
contém somente Vez na coluna principal, isto é, cuja última coluna da sua
tabela da verdade encerra-se somente com a letra V(verdade).

Exemplos:
(1) A proposição “¬(p ∧ ¬p)” (Princípio da não contradição, ou seja, uma
proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo) é tautológica,
conforme se vê pela sua tabela da verdade:

p ¬p p ∧ ¬p ¬(p ∧ ¬p)
V F F V
F V F V

Portanto, dizer que uma proposição não pode ser simultaneamente


verdadeira e falsa é sempre verdadeiro.

(2) A proposição “p ∨ ¬p” (Princípio do terceiro excluído, ou seja, toda


proposição ou é verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sempre um destes
casos e nunca um terceiro) é tautológica, como imediatamente se vê pela sua
tabela da verdade:

p ¬p p ∨ ¬p
V F V
F V V

Portanto, dizer que uma proposição ou é verdadeira ou é falsa é sempre


verdadeiro.

Exemplos de proposições compostas que são tautológicas:

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(1) P(p,q) = p ∨ ¬(p ∧ q)

p q p ∧ q ¬(p ∧ q) p ∨ ¬(p ∧ q)
V V V F V
V F F V V
F V F V V
F F F V V

(2) P(p,q) = p ∧ q → (p ↔ q)

p q p ∧ q p ↔ q p ∧ q → (p ↔ q)
V V V V V
V F F F V
F V F F V
F F F V V

(3) P(p,q,r) = ((p → q) → r) → ( p → (q → r))

p q r ((p → q) → r) → (p → (q → r))
V V V V V V V V V V V V V V
V V F V V V F F V V F V F F
V F V V F F V V V V V F V V
V F F V F F V F V V V F V F
F V V F V V V V V F V V V V
F V F F V V F F V F V V F F
F F V F V F V V V F V F V V
F F F F V F F F V F V F V F
1 2 1 3 1 4 1 3 1 2 1

4.2. CONTRADIÇÃO

Uma Contradição (ou proposições logicamente falsas ou contra-válidas) é


toda proposição composta que é falsa, quaisquer que sejam os valores lógicos
de suas proposições componentes, ou seja, uma proposição cuja tabela da
verdade contém somente F’s na coluna principal, isto é, cuja última coluna da
sua tabela da verdade encerra-se somente com a letra F(falsidade).

Como uma Tautologia é sempre verdadeira(V), a negação de uma Tautologia é


sempre falsa(F), ou seja, é uma Contradição, e vice-versa.

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Portanto, P(p,q,r,...) é uma Tautologia se e somente se ¬P(p,q,r,...) é uma


Contradição, e P(p,q,r,...) é uma Contradição se e somente se ¬P(p,q,r,...) é
uma Tautologia.

Exemplos de proposições compostas que são Contradições:

(1) P(p) = p ∧ ¬p

p ¬p p ∧ ¬p
V F F
F V F

Portanto, dizer que uma proposição pode ser simultaneamente verdadeira


e falsa é sempre falso.

(2) P(p) = p ↔ ¬p

p ¬p p ↔ ¬p
V F F
F V F

(3) P(p,q) = (p ∧ q) ∧ ¬(p ∨ q)

p q p ∧ q p ∨ q ¬(p ∨ q) (p ∧ q) ∧ ¬(p ∨ q)
V V V V F F
V F F V F F
F V F V F F
F F F F V F

(4) P(p,q) = ¬p ∧ (p ∧ ¬q)

p q ¬p ¬q p ∧ ¬q ¬p ∧ (p ∧ ¬q)
V V F F F F
V F F V V F
F V V F F F
F F V V F F

4.3. CONTINGÊNCIA

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Uma Contingência (ou proposições indeterminadas) é toda proposição


composta cuja na última coluna da sua tabela da verdade figuram as letras V
e F cada uma pelo menos uma vez, isto é, é toda proposição composta que não
é Tautologia e nem Contradição.

Exemplos de proposições compostas que são Contingências:

(1) P(p) = p → ¬p

p ¬p p → ¬p
V F F
F V V

(2) P(p,q) = p ∨ q → p

P q p ∨ q p ∨ q → p
V V V V
V F V V
F V V F
F F F V

(3) P(x = 3,x = y) = x = 3 ∧ (x # y → x # 3)

x = 3 x = y x # 3 x # y x # y → x # 3 x = 3 ∧ (x # y → x # 3)
V V F F V V
V F F V F F
F V V F V F
F F V V V F

EXERCÍCIOS

1. Determinar quais das seguintes proposições são Tautológicas,


Contradições, ou Contingentes:

a) p → (¬p → q)
b) ¬p ∨ q → (p → q)
c) p → (q → (q → p))
d) ((p → q) ↔ q) → p
e) p ∨ ¬q → (p → ¬q)

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f) ¬p ∨ ¬q → (p → q)
g) p → (p ∨ q) ∨ r
h) p ∧ q → (p ↔ q ∨ r)

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5. EQUIVALÊNCIA LÓGICA e IMPLICAÇÃO LÓGICA

5.1. EQUIVALÊNCIA LÓGICA

5.1.1. DEFINIÇÃO

Diz-se uma proposição P(p,q,r,...) é logicamente equivalente ou apenas


equivalente a uma proposição Q(p,q,r,...), se as tabelas-verdade destas duas
proposições são idênticas.

Notação: P(p,q,r,...) ⇔ Q(p,q,r,...)

Portanto, se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) forem ambas tautológicas


ou ambas contradições, então são equivalentes (⇔).

OBS: O Símbolo “↔“ é de operação e o símbolo “⇔“ é de relação.

5.1.2. PROPRIEDADES

É imediato que a relação de equivalência lógica entre proposições goza das


propriedades reflexiva (R), simétrica (S) e transitiva (T), isto é,
simbolicamente:

(i) (R) P(p,q,r,...) ⇔ Q(p,q,r,...)

(ii) (S) Se P(p,q,r,...) ⇔ Q(p,q,r,...), então


Q(p,q,r,...) ⇔ P(p,q,r,...)

(iii) (T) Se P(p,q,r,...) ⇔ Q(p,q,r,...) e


Q(p,q,r,...) ⇔ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇔ R(p,q,r,...)

5.1.3. EXEMPLOS

(1) ¬ (p ∧ ¬p) ⇔ p ∨ ¬p, se e somente se, é tautológica:

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p ¬p (p ∧ ¬p) ¬(p ∧ ¬p) ⇔ ¬p p ∨ ¬p


V F F V V F V
F V F V V V V

É tautologia, logo são equivalentes. O mesmo acontece com a contradição ou


contra-válida.

(2) As condicionais “p → p ∧ q” e “p → q” têm tabelas-verdade idênticas:

p q p ∧ q p → p ∧ p p → q
V V V V V
V F F F F
F V F V V
F F F V V

Por conseqüência, estas condicionais são equivalentes, isto é, subsiste a


equivalência lógica:
p→p∧p⇔p→q

5.2. IMPLICAÇÃO LÓGICA

5.2.1. DEFINIÇÃO

Diz-se que uma proposição P(p,q,r,...) implica logicamente ou apenas implica


uma proposição Q(p,q,r,...), se Q(p,q,r,...) é verdadeira (V) todas as vezes que
P(p,q,r,...) é verdadeira (V).

Notação: P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...)

OBS: O Símbolo “→“ é de operação e o símbolo “⇒“ é de relação.

5.2.2. PROPRIEDADES

É imediato que a relação de implicação lógica entre proposições goza das


propriedades reflexiva(R) e transitiva(T), isto é, simbolicamente:

(i) (R) P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...)

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(ii) (T) Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e


Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)

5.2.3. EXEMPLOS

(1) As tabelas-verdade das proposições: p ∧ q, p ∨ q, p ↔ q, são:

p q p ∧ q p ∨ q p ↔ q
V V V V V
V F F V F
F V F V F
F F F F V

A proposição “p ∧ q” é verdadeira (V) somente na linha 1 e, nesta linha, as


proposições “p ∨ q” e “p ↔ q” também são verdadeiras(V). Logo, a primeira
proposição implica cada uma das outras duas proposições, isto é:

p∧q⇒p∨q e p∧q⇒p↔q

(2) “(p ↔ q) ∧ p” implica a proposição “q”, pois, a condicional “(p ↔ q) ∧ p →


q” é tautológica conforme se vê pela sua tabela-verdade:

p q p ↔ q (p ↔ q) ∧ p (p ↔ q) ∧ p → q
V V V V V
V F F F V
F V F F V
F F V F V

Portanto, simbolicamente: (p ↔ q) ∧ p ⇒ q.

EXERCÍCIOS

1) Demonstrar por tabelas-verdade as seguintes equivalências:

a) p ∧ (p ∨ q) ⇔ p
b) p ∨ (p ∧ q) ⇔ p → q
c) p ↔ p ∧ q ⇔ p → q
d) q ↔ p ∨ q ⇔ p → q

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e) (p → q) ∧ (p → r) ⇔ p → q ∧ r
f) (p → q) ∨ (p → r) ⇔ p → q ∨ r
g) (p → q) → r ⇔ p ∧ ¬r → ¬q

2) Mostrar que as proposições “x=1 ∨ x<3” e “¬(x<3 ∧ x=1) não são


equivalentes”.

3) Provar as implicações:
¬p ∧ q) ⇒ ¬p
a) (¬
b) (p ∧ q → r) ⇒ (p → (q → r))
e) (p → q) ⇒ ((q → r) → (p → r))

4) Mostre que p ↔ ¬q não implica p → q.

5) Testes

x x > 2 x < 8 x > 2 ∧ x < 8 x > 2 ∨ x < 8


7
3,14
2
-1
8,5
7

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6. FUNÇÕES LÓGICAS (portas lógicas)

6.1. FUNÇÕES: E, OU, NÃO, NE e NOU

Nas funções lógicas, teremos apenas dois estados:


- o estado 0 (zero) = DESLIGADO
- o estado 1 (um) = LIGADO

O estado “0” representará, por exemplo: DESLIGADO, ou seja, portão


fechado, aparelho desligado, ausência de tensão, chave aberta, não, etc;
O estado “1” representará, por exemplo: LIGADO, ou seja, portão aberto,
aparelho ligado, presença de tensão, chave fechada, sim, etc;

ESTADO “0” ESTADO “1”


Desligado Ligado
Portão Fechado Portão Aberto
Aparelho Desligado Aparelho Ligado
Ausência de Tensão Presença de Tensão
Chave Aberta Chave Fechada
Não Sim

Notação: se representarmos por zero (0) uma situação, representaremos por


um (1) a situação contrária.

∧)
6.1.1. FUNÇÃO “E” OU “AND” (∧

A função “E” é aquela que executa a multiplicação de duas ou mais variáveis.

Representação Algébrica: S = A ● B, onde se lê: S = A e B.

Convenções: chave aberta = 0 chave fechada = 1


lâmpada apagada = 0 lâmpada acesa = 1

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Situações Possíveis:
1ª) Se CH-A = 0 e CH-B = 0, lâmpada apagada. A=0, B=0, S= A ● B = 0
2ª) Se CH-A = 0 e CH-B = 1, lâmpada apagada. A=0, B=1, S= A ● B = 0
3ª) Se CH-A = 1 e CH-B = 0, lâmpada apagada. A=1, B=0, S= A ● B = 0
4ª) Se CH-A = 1 e CH-B = 1, lâmpada acesa. A=1, B=1, S= A ● B = 1

Portanto, só teremos a lâmpada acesa quando as chaves A e B estiverem


fechadas ( 1 e 1 ).

TABELA DA VERDADE - “E” OU “AND”

A B S
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1

N = 2  2N Linhas = 22 = 4 linhas

A tabela da verdade é um “mapa” onde colocamos todas as possíveis


situações com seus respectivos resultados.

PORTA “E” OU “AND”

A porta lógica é um circuito que executa a função “E”.

S=A●B

Uma porta AND de N entradas terá saída “1”, se e somente se, todas as
entradas forem iguais a “1”, e terá saída “0” nos demais casos.

S = A ● B ● C ● ... ● N

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Exemplos: Vamos mostrar uma porta AND de quatro entradas e sua tabela
da verdade.

A B C D S
0 0 0 0 0
0 0 0 1 0
0 0 1 0 0
0 0 1 1 0
0 1 0 0 0
0 1 0 1 0
0 1 1 0 0
0 1 1 1 0
1 0 0 0 0
1 0 0 1 0
1 0 1 0 0
1 0 1 1 0
1 1 0 0 0
1 1 0 1 0
1 1 1 0 0
1 1 1 1 1

∨)
6.1.2. FUNÇÃO “OU” OU “OR” (∨

A função “OU” é aquela que executa a adição de duas ou mais variáveis.

Representação Algébrica: S = A + B, onde se lê => S = A ou B.

Situações Possíveis:
1ª) Se CH-A = 0 e CH-B = 0, lâmpada apagada. A=0, B=0, S= A + B = 0
2ª) Se CH-A = 0 e CH-B = 1, lâmpada acesa. A=0, B=1, S= A + B = 1
3ª) Se CH-A = 1 e CH-B = 0, lâmpada acesa. A=1, B=0, S= A + B = 1
4ª) Se CH-A = 1 e CH-B = 1, lâmpada acesa. A=1, B=1, S= A + B = 1

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36

Portanto, só teremos a lâmpada apagada quando as chaves A e B estiverem


abertas (0 e 0).

Tabela da Verdade - “OU” ou “OR”

A B S
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1

N = 2  2N Linhas = 22 = 4 linhas

PORTA “OU” OU “OR”

A porta lógica é um circuito que executa a função “OU”.

S=A+B

Uma porta OR de N entradas terá saída “0”, se e somente se, todas as


entradas forem iguais a “0”, e terá saída “1” nos demais casos.

S = A + B + C + ... + N

Exemplos: Vamos mostrar uma porta OR de três entradas e sua tabela da


verdade.

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A B C S
0 0 0 0
0 0 1 1
0 1 0 1
0 1 1 1
1 0 0 1
1 0 1 1
1 1 0 1
1 1 1 1

¬)
6.1.3. FUNÇÃO “NÃO” OU “NOT” (¬

A função NÃO ou função complemento é aquela que inverte o estado da


variável.

Representação: S = A ou S = A’, onde se lê (A barra ou apóstrofo) ou (NÃO


A).

Situações Possíveis:
1ª) Se CH-A = 0, então A = 0, A = 1, lâmpada acesa.
2ª) Se CH-A = 1, haverá um curto circuito A = 1, A = 0, lâmpada apagada.

TABELA DA VERDADE - “NÃO” OU “NOT”

A A
0 1
1 0

INVERSOR

É o bloco lógico que executa a função NOT (NÃO) ( ‘ ) (  ) (¬)

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38

Representação: A ---------->o---------- A’ ou Ā

o---------- após um bloco lógico ----------o antes de um bloco lógico

No caso do inversor, podemos ter somente uma entrada e uma saída.

6.1.4. FUNÇÃO “NÃO E” OU “NE” OU “NAND”

É uma composição da função E com a função NÃO, ou seja, teremos a função


E invertida.

Representação Algébrica: S = (A ● B)’

Situações Possíveis:
1ª) Se CH-A = 0 e CH-B = 0, lâmpada acesa. A=0, B=0, S= (A ● B)’ = 1
2ª) Se CH-A = 0 e CH-B = 1, lâmpada acesa. A=0, B=1, S= (A ● B)’ = 1
3ª) Se CH-A = 1 e CH-B = 0, lâmpada acesa. A=1, B=0, S= (A ● B)’ = 1
4ª) Se CH-A = 1 e CH-B = 1, lâmpada apagada. A=1, B=1, S= (A ● B)’ = 0

Portanto, só teremos a lâmpada apagada quando as chaves A e B estiverem


abertas (1 e 1).

TABELA DA VERDADE - “NE” OU “NAND”

A B S
0 0 1
0 1 1
1 0 1
1 1 0

PORTA “NE” OU “NAND”

A porta lógica é um circuito que executa a função “NE”

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S= (A ● B)’

A porta NAND é a composição da porta AND com um inversor ligado à sua


saída. A porta NAND pode ter duas ou mais entrada, assim como os outros
blocos lógicos.

6.1.5. FUNÇÃO “NÃO OU” OU “NOU” OU “NOR”

É uma composição da função NÃO com a função OU, ou seja, a função NOU
será o inverso da função OU.

Representação Algébrica: S = (A + B)’

Situações Possíveis:
1ª) Se CH-A = 0 e CH-B = 0, lâmpada acesa. A=0, B=0, S= (A + B)’ = 1
2ª) Se CH-A = 0 e CH-B = 1, lâmpada apagada. A=0, B=1, S= (A + B)’ = 0
3ª) Se CH-A = 1 e CH-B = 0, lâmpada apagada. A=1, B=0, S= (A + B)’ = 0
4ª) Se CH-A = 1 e CH-B = 1, lâmpada apagada. A=1, B=1, S= (A + B)’ = 0

Portanto, só teremos a lâmpada acesa quando as chaves A e B estiverem


abertas (0 e 0).

TABELA DA VERDADE - “NOU” OU “NOR”

A B S
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 0

PORTA “NOU” OU “NOR”

A porta lógica é um circuito que executa a função “NOR”

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S= (A + B)’

A porta NOR é a composição da porta OR com um inversor ligado à sua saída.


A porta NOR pode ter duas ou mais entrada, assim como os outros blocos
lógicos.

6.2. EXPRESSÕES BOOLEANAS GERADAS POR CIRCUITOS


LÓGICOS:

Vejamos qual a expressão que o circuito abaixo executa:

CIRCUITOS OBTIDOS DE EXPRESSÕES BOOLEANAS.

Vimos até agora que podemos obter uma expressão booleana que um circuito
lógico executa. Vamos estudar que a partir de uma expressão booleana
podemos desenhar um circuito.
Por exemplo, obter o circuito lógico da seguinte expressão:

S = (A + B) ● C ● (B + D)

EXERCÍCIOS

1) Desenhe os circuitos lógicos que executam as seguintes expressões


booleanas:

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a) S = [(A●B) + (C●D)]’

b) S = (A●B) + C + (C●D)

c) S = (A●B●C) + ((A+B) ● C)

d) S = {[(A●B●C) + B + C]’ ● [A’+C+D + (B●C’●D)] ● [A+B+C + (B●C’●D)]}’

e) S = [(A+B’+C)’ ● (A+D’+B)]’●A’●B●C’

f) S = [(A’+B) ● (C+D’)]’ + D’ + [B●D + D’]’

g) S = [(A’●B) ● (B●C)’ ● (B+D)’]’

h) S = [(A’●B)’ + (A●B’)’ + C’]’ ● (C+D)

i) S = A●B●C + A●D + A●B●D

j) S = (A’+B) + (A●B●C’)

l) S = A●B●C + A●B’●C + A’●B’●C + A’●B’●C’

m) S = [(A+B)●C]’ + [D●(C+B)]’

n) S = [A●C’ + D + B]’ + [C ● (A●C●D)’]

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7. CIRCUITOS COMBINACIONAIS

7.1. INTRODUÇÃO

Um dos assuntos mais importantes da Eletrônica Digital é o que trata dos


circuitos combinacionais. É por intermédio do estudo destes que poderemos
compreender o funcionamento de circuitos que executam prioridades,
codificadores, decodificadores e outros circuitos muito utilizados na
construção de computadores e em vários outros sistemas digitais.

O circuito combinacional é aquele em que a saída depende única e


exclusivamente das várias combinações entre as variáveis de entrada.

Podemos utilizar um circuito lógico combinacional para solucionar problemas


em que necessitamos de uma resposta, quando acontecerem determinadas
situações, situações estas, representadas pelas variáveis de entrada. Para
construirmos estes circuitos, necessitamos de sua expressão característica.

Precisamos então, obter uma expressão que represente uma dada situação.
Para extrairmos uma expressão de uma situação, o caminho mais fácil será o
de obtermos a tabela da verdade desta situação e, em seguida, levantarmos
a expressão. Esquematicamente, temos:

7.2. EXPRESSÕES E CIRCUITOS A PARTIR DE TABELAS


DA VERDADE

Podemos obter expressões e circuitos a partir de tabelas da verdade. Este é


o caso mais comum na prática, já que, geralmente, necessitamos representar
situações por meio de circuitos lógicos. É com esta finalidade que utilizamos

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as tabelas da verdade, já que elas mostram todas as situações possíveis e


suas respostas.

7.2.1. CIRCUITOS COM DUAS (2) VARIÁVEIS

Para entendermos este processo, vamos utilizar um exemplo:

SEMÁFORO 2

SEMÁFORO 1

Rua A - Preferencial SEMÁFORO 1

SEMÁFORO 2

O desenho representa o cruzamento das ruas A e B. Neste cruzamento,


queremos instalar um sistema automático para os semáforos, com as
seguintes características:

1ª. Quando houver carros transitando somente na Rua B, o semáforo 2


deverá permanecer verde para que estas viaturas possam trafegar
livremente.

2ª. Quando houver carros transitando somente na Rua A, o semáforo 1


deverá permanecer verde pelo mesmo motivo.

3ª. Quando houver carros transitando nas Ruas A e B, deveremos abrir o


semáforo para a Rua A, visto que ela é preferencial.

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Para solucionarmos este problema, podemos utilizar um circuito lógico. Para


montarmos este circuito lógico, necessitamos de sua expressão. Vamos,
agora, analisando a situação, obter sua tabela da verdade.

Primeiramente, vamos estabelecer as seguintes convenções:

a) Existência de carro na Rua A (A = 1)


b) Não existência de carro na Rua A (A = 0 ou A’ = 1)
c) Existência de carro na Rua B (B = 1)
d) Não existência de carro na Rua B (B = 0 ou B’ = 1)
e) Verde do sinal 1 aceso (V1 = 1)
f) Verde do sinal 2 aceso (V2 = 1)
g) Quando V1 = 1 (Vm1 = 0; V2 = 0 e Vm2 = 1)
h) Quando V2 = 1 (V1 = 0; Vm2 = 0 e Vm1 = 1)

Situação A B V1 Vm1 V2 Vm2


0 0 0
1 0 1
2 1 0
3 1 1

A situação 0 (A = 0 e B = 0) representa a ausência de veículos em ambas as


ruas. Se não temos carros, tanto faz qual sinal permanecer aceso. Neste
caso, preencheremos a tabela da verdade da seguinte maneira:

Situação A B V1 Vm1 V2 Vm2


0 0 0 Ø Ø Ø Ø
Onde o símbolo Ø significa que as variáveis podem assumir valores 1 ou 0.
Esta condição é chamada condição irrelevante.

A situação 1 (A = 0 e B = 1) representa a presença de veículo na Rua B e


ausência de veículo na Rua A, logo devemos acender o sinal verde para a Rua
B (V2 = 1) :
Situação A B V1 Vm1 V2 Vm2
0 0 1 0 1 1 0
(V2 = 1  V1 = 0; Vm1 = 1 e Vm2 = 0)

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A situação 2 (A = 1 e B = 0) representa a presença de veículo na Rua A e


ausência de veículo na Rua B, logo devemos acender o sinal verde para a Rua
A (V1 = 1) :

Situação A B V1 Vm1 V2 Vm2


0 0 1 1 0 0 1
(V1 = 1  V2 = 0, Vm2 = 1, Vm1 = 0)

A última situação possível, a situação 3 (A = 1 e B = 1) representa a presença


de veículos em ambas as ruas, logo devemos acender o sinal verde para a Rua
A (V1 = 1), já que esta é preferencial. Temos, então:

Situação A B V1 Vm1 V2 Vm2


0 1 1 1 0 0 1
(V1 = 1  Vm1 = 0; V2 = 0 e Vm2 = 1)

Podemos, agora, preencher a tabela da verdade:

Situação A B V1 Vm1 V2 Vm2


0 0 0 Ø Ø Ø Ø
1 0 1 0 1 1 0
2 1 0 1 0 0 1
3 1 1 1 0 0 1

No caso 0, condição irrelevante, tanto faz qual o sinal que permanece aceso.
Vamos adotar, por exemplo, que o verde do sinal 2 permaneça aceso. Temos,
então:
(V2 = 1  V1 = 0 , Vm1 = 1 e Vm2 = 0)
Preenchendo novamente a tabela da verdade com os novos valores, para o
caso 0, temos:
Situação A B V1 Vm1 V2 Vm2
0 0 0 0 1 1 0
1 0 1 0 1 1 0
2 1 0 1 0 0 1
3 1 1 1 0 0 1

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Cada saída, ou seja, tanto V1, como Vm1, como Vm2 e como V2, possuirá um
circuito independente. Vamos escrever, primeiramente, a expressão de V1.
Em que casos V1 deve acender? No caso 2 ou no caso 3.

No caso 2, temos:
V1 = 1 quando: A ● B’ = 1
No caso 3, temos:
V1 = 1 quando: A ● B = 1
Podemos escrever, então:
V1 = A ● B’ + A ● B

Em que casos Vm1 deve acender? No caso 0 ou no caso 1.

No caso 0, temos:
Vm1 = 1 quando: A’ ● B’ = 1
No caso 1, temos:
Vm1 = 1 quando: A’ ● B = 1
Assim sendo, podemos escrever a expressão de Vm1:
Vm1 = A’ ● B’ + A’ ● B

Vamos, agora, escrever a expressão de V2:

No caso 0, temos:
V2 = 1 quando: A’ ● B’ = 1
No caso 1, temos:
V2 = 1 quando: A’ ● B = 1
Assim sendo, podemos escrever a expressão de V2:
V2 = A’ ● B’ + A’ ● B

Vamos, agora, escrever a expressão de Vm2:

No caso 0, temos:

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Vm2 = 1 quando: A ● B’ = 1
No caso 1, temos:
Vm2 = 1 quando: A ● B = 1
Assim sendo, podemos escrever a expressão de V2:
Vm2 = A ● B’ + A ● B

Resumidamente temos:

V1 = Vm2 = A ● B’ + A ● B
V2 = Vm1 = A’ ● B’ + A’ ● B

A partir das expressões, obtemos os circuitos:

Por meio deste exemplo, vimos que um circuito combinacional tem suas
saídas dependentes única e exclusivamente das variáveis de entrada. No
caso, o semáforo será comandado única e exclusivamente pelas variáveis A e
B (vide convenções adotadas). Vimos também, como extrair expressões de
tabelas da verdade, resultando em circuitos lógicos.

7.2.2. CIRCUITOS COM TRÊS (3) VARIÁVEIS

Deseja-se utilizar um amplificador para ligar três aparelhos: um toca-cd’s,


um toca-fitas e um rádio FM.

Vamos elaborar um circuito lógico que nos permitirá ligar os aparelhos,


obedecendo às seguintes prioridades:
1ª. Prioridade: Toca-cds
2ª. Prioridade: Toca-fitas

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3ª. Prioridade: Rádio FM


Isto significa que quando não tivermos nenhum cd, nenhuma fita tocando,
permanecerá conectado a entrada do Amplificador, o rádio FM. Se ligarmos
o Toca-fitas, automaticamente o circuito o conectará a entrada do
Amplificador, já que, possui prioridade sobre o Rádio FM. Se agora, ligarmos
o Toca-cds, este será conectado ao Amplificador, visto que representa a 1ª
prioridade. A partir disto, podemos montar o diagrama de blocos com as
ligações.

Sendo:
SA: saída do circuito que dará a A a 1ª prioridade.
SB: saída do circuito que dará a B a 2ª prioridade.
SC: saída do circuito que dará a C a 3ª prioridade.
Convenções utilizadas:
SA = 1  Chave 1 fechada
SB = 1  Chave 2 fechada
SC = 1  Chave 3 fechada

Situação A B C SA SB SC
0 0 0 0
1 0 0 1
2 0 1 0
3 0 1 1
4 1 0 0
5 1 0 1
6 1 1 0
7 1 1 1

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Para preenchermos a tabela da verdade, vamos analisar todas as oito


situações possíveis:
Caso 0: os três estão desligados, logo, condição irrelevante.
Caso 1: Está ligado apenas o FM, logo, somente SC assume valor 1.
Caso 2: Está ligado apenas o Toca-fitas, logo, somente SB assume valor 1.
Caso 3: Estão ligados FM e Toca-fitas. O Toca-fitas tem prioridade sobre o
FM, logo somente SB assume valor 1.
Caso 4: Está ligado apenas o Toca-cds, logo, somente SA assume valor 1.
Caso 5: Estão ligados Toca-cds e FM. O Toca-cds é a 1ª prioridade, logo,
somente SA assume valor 1.
Caso 6: Análogo ao caso 5.
Caso 7: Análogo aos casos 5 e 6.
Feita a análise de cada situação, podemos preencher a tabela da verdade:

Situação A B C SA SB SC
0 0 0 0 Ø Ø Ø
1 0 0 1 0 0 1
2 0 1 0 0 1 0
3 0 1 1 0 1 0
4 1 0 0 1 0 0
5 1 0 1 1 0 0
6 1 1 0 1 0 0
7 1 1 1 1 0 0

No caso da condição irrelevante vamos considerar:


SA = SB = SC = 0
ou seja, nada ficará ligado à entrada do Amplificador.

Expressão de SC:

SC assumirá valor 1 somente no caso 1, ou seja, SC = 1 quando A = 0 e B = 0 e


C = 1, ou ainda SC = 1 quando A’ = 1 e B’ = 1 e C = 1, logo podemos escrever:

SC = A’ ● B’ ● C

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Expressão de SB:

SB assumirá valor 1 no caso 2 ou no caso 3:


Caso 2: A’ ● B ● C’  SB = 1
Caso 3: A’ ● B ● C  SB = 1
SB = A’ ● B ● C’ + A’ ● B ● C

Expressão de SA:

SA assumirá valor 1 no caso 4 ou 5 ou 6 ou 7:


Caso 4: A ● B’ ● C’  SA = 1
Caso 5: A ● B’ ● C  SA = 1
Caso 6: A ● B ● C’  SA = 1
Caso 7: A ● B ● C  SA = 1
SA = A ● B’ ● C’ + A ● B’ ● C + A ● B ● C’ + A ● B ● C

A partir das expressões, obtemos os circuitos:

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Notamos que quanto maior o número de variáveis, maior o número de


situações possíveis, e, por conseguinte, maiores os circuitos.

7.2.3. CIRCUITOS COM QUATRO (4) VARIÁVEIS

Suponhamos, agora, que uma empresa queira implantar um sistema de


prioridades nos seus intercomunicadores, da seguinte maneira:
Presidente : 1ª. prioridade
Vice-presidente : 2ª. prioridade
Engenharia : 3ª. prioridade
Chefe de seção : 4ª prioridade

Esquematizando, temos:

Convenções utilizadas:
• Presença de chamada: 1
• Ausência de chamada: 0
• Intercomunicador do presidente: A
• Intercomunicador do vice-presidente: B
• Intercomunicador da engenharia: C
• Intercomunicador do chefe de seção: D
• Saídas: Efetivação de chamada: 1 – Não efetivação de chamada: 0

Estabelecidas as convenções, montamos a tabela da verdade:

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A B C D SA SB SC SD
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 1 0 0 0 1
0 0 1 0 0 0 1 0
0 0 1 1 0 0 1 0
0 1 0 0 0 1 0 0
0 1 0 1 0 1 0 0
0 1 1 0 0 1 0 0
0 1 1 1 0 1 0 0
1 0 0 0 1 0 0 0
1 0 0 1 1 0 0 0
1 0 1 0 1 0 0 0
1 0 1 1 1 0 0 0
1 1 0 0 1 0 0 0
1 1 0 1 1 0 0 0
1 1 1 0 1 0 0 0
1 1 1 1 1 0 0 0

Expressão de SD:

SD = 1  SD = A’ ● B’ ● C’ ● D

Expressão de SC:

SC = 1  SC = A’ ● B’ ● C ● D’ + A’ ● B’ ● C ● D

Expressão de SB:

SB = 1  SB = A’ ● B ● C’ ● D’ + A’ ● B ● C’ ● D + A’ ● B ● C ● D’ +
A’ ● B ● C ● D

Expressão de SA:

SA = 1  SA = A ● B’ ● C’ ● D’ + A ● B’ ● C’ ● D + A ● B’ ● C ● D’ +
A ● B’ ● C ● D + A ● B ● C’ ● D’ + A ● B ● C’ ● D + A ● B ● C ● D’ +
A ● B ● C ● D

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A partir das expressões, obtemos os circuitos:

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) Entrocamento

A figura abaixo mostra o entroncamento das ruas A, B e C.

Neste cruzamento, queremos instalar um conjunto de semáforos para as


seguintes funções:

a) Quando o semáforo 1 abrir para a Rua A, automaticamente os semáforos


2 e 3 devem fechar, para possibilitar ao motorista ambas as conversões.
b) Analogamente, quando o semáforo 2 abrir, devem fechar os semáforos 1 e
3.
c) Pelo mesmo motivo, quando o semáforo 3 abrir devem fechar os
semáforos 1 e 2.

Devemos seguir também as seguintes prioridades:

a) O motorista que está na rua A tem prioridade em relação ao motorista


que está na rua C.
b) O motorista que está na rua C tem prioridade em relação ao motorista
que está na rua B.
c) O motorista que está na rua B tem prioridade em relação ao motorista que
está na rua A.
d) Quando houver carros nas três ruas, a rua A é preferencial.
e) Quando não houver carros nas três ruas, a rua B é preferencial.

Obtenha:
a) A Tabela da Verdade.
b) As Expressões dos Semáforos para os sinais verdes e vermelhos (acesos).
c) Os Circuitos Lógicos das expressões.

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d) Montar o trecho do Algoritmo que testa as condições com base na Tabela


da Verdade.

2) Sistema de Votação

Uma escola tem sua diretoria constituída pelos seguintes elementos:


Diretor, Vice-Diretor, Secretário e Tesoureiro. Uma vez por mês esta
diretoria se reúne para decidir sobre diversos assuntos, sendo que as
propostas são aceitas ou não por meio de votação. Devido ao número de
elementos da diretoria ser par, o sistema adotado é o seguinte:

1. Maioria absoluta – a proposta é aceita ou não se no mínimo três


elementos são, respectivamente, a favor ou contra;
2. Empate – vence o voto dado pelo diretor.

Projetar um circuito que acenda uma lâmpada caso a proposta seja aprovada
pela diretoria.
A resolução deste problema restringe-se à implementação de um circuito
combinacional que produzirá em sua saída um nível lógico de acordo com as
combinações das variáveis de entrada.
A figura a seguir mostra o diagrama de blocos deste sistema de votação.

V CIRCUITO CIRCUITO
LÓGICO DE L
S POTÊNCIA

Variáveis de entrada:

D = Diretor - V = Vice-Diretor - S = Secretário - T = Tesoureiro

Variável de saída: L = Lâmpada

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Definições para a montagem da tabela da verdade:

• Voto a favor: D,V,S,T = 1


• Voto contra: D,V,S,T = 0
• Proposta aceita: L = 1
• Proposta rejeitada: L = 0

a) Montar a expressão para a Lâmpada (acesa)


b) Montar o circuito da expressão simplificada

3) Controle de Bombeamento de Água

O desenho a seguir mostra um processo simples para encher uma caixa


d’água a partir do bombeamento da água de um rio próximo.

Caixa d’água

Alarme (A)

Bomba (B)

Rio

Os sensores de nível alto (H) e de nível baixo (L) são utilizados para
determinar o acionamento da bomba (B) e do alarme (A). Os sensores
funcionam da seguinte forma:

H = L = 0  sensor desacionado, ou seja, a água está abaixo dele.

H = L = 1  sensor acionado, ou seja, a água está sobre ou acima dele.

A bomba deve ser acionada sempre que o nível da água da caixa estiver
abaixo do sensor H. Se o nível da água ficar abaixo do nível do sensor L, o
alarme deve ser acionado até que o nível da água suba acima de L.

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Variáveis de entrada: H e L

Variáveis de saída: B e A

A partir das características acima, levantar:

a) a tabela da verdade deste circuito lógico.


b) as expressões da bomba e do alarme.
c) o circuito da bomba e do alarme.
d) Algoritmo

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8. SIMPLIFICAÇÃO DE EXPRESSÕES BOOLEANAS


UTILIZANDO ÁLGEBRA DE BOOLE E DIAGRAMAS
DE VEITCH-KARNAUGH

8.1. INTRODUÇÃO

No Capítulo 7, trabalhou se com os circuitos lógicos sem a preocupação com


as simplificações desses circuitos. Na prática, porém, estes circuitos
obtidos admitem geralmente simplificações.

Para entrar no estudo da simplificação dos circuitos lógicos, torna-se


necessário fazer um breve estudo da Álgebra de Boole, principalmente no
diz respeito a seus postulados, propriedades, teoremas fundamentais e
identidades, visto que por intermédio desses, é que são efetuadas as
mencionadas simplificações, e além disso, nota-se que é na Álgebra de Boole
que estão todos os fundamentos da Eletrônica Digital.

Outra forma de realizar as simplificações é por meio dos diagramas de


Veitch-Karnaugh. Estes diagramas ou mapas permitem a simplificação de
maneira mais rápida dos casos extraídos de tabelas da verdade, obtidas de
situações quaisquer. Serão estudados os diagramas para 2, 3, 4 e 5 variáveis.

8.2. ÁLGEBRA DE BOOLE

Nesta seção, serão apresentados os postulados, propriedades, teoremas


fundamentais e identidades, utilizados para realizar as simplificações de
circuitos lógicos.

8.2.1. VARIÁVEIS E EXPRESSÕES NA ÁLGEBRA DE BOOLE

Como já visto anteriormente, as variáveis booleanas são representadas por


letras, podendo assumir apenas dois valores distintos: 0 ou 1. Denomina-se
expressão booleana à sentença matemática composta de termos cujas
variáveis são booleanas, da mesma forma, podendo assumir como resultado
final 0 ou 1.
8.2.2. POSTULADOS

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A seguir, são apresentados os postulados da complementação, da adição e da


multiplicação da Álgebra de Boole, e suas respectivas identidades
resultantes.

8.2.2.1. Postulado da Complementação

Este postulado, mostra como são as regras da complementação na Álgebra


de Boole. Chama-se de Ā (não A) o complemento de A.

1. Se A = 0 → Ā = 1

2. Se A = 1 → Ā = 0

Através do postulado da complementação, pode se estabelecer a seguinte


identidade:

Ā’ = A (negação dupla), correspondete a ¬¬p = p

Se A = 1, tem-se Ā = 0 e se Ā = 0 → Ā’ = 1.

Se A = 0, tem-se Ā = 1 e se Ā = 1 → Ā’ = 0.

Assim sendo, pode-se escrever: Ā’ = A

O bloco lógico que executa o postulado da complementação é o Inversor.

8.2.2.2. Postulado da Adição

Este postulado, mostra como são as regras da adição dentro da Álgebra de


Boole.
0 + 0 0
0 + 1 1
1 + 0 1
1 + 1 1
Através deste postulado, pode se estabelece as seguintes identidades:

1) A + 0 = A. (p ∨ 0 ⇔ p) A pode ser 0 ou 1, veja, então, todas as


possibilidades:

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A=0→0+0=0

A=1→1+0=1

Nota-se que o resultado será sempre igual à variável A.

2) A + 1 = 1. (p ∨ 1 ⇔ 1) Veja todas as possibilidades:

A=0→0+1=1

A=1→1+1=1

Nota-se que se somar 1 a uma variável, o resultado será sempre 1.

3) A + A = A. (p ∨ p ⇔ p) Veja todas as possibilidades:

A=0→0+0=0

A=1→1+1=1

Nota-se que se somar a mesma variável, o resultado será sempre ela mesma.

4) A + Ā = 1. (p ∨ ¬p ⇔ 1) Veja todas as possibilidades:

A=0→Ā=1→0+1=1

A=1→Ā=0→1+0=1

Nota-se que sempre que se some a uma variável o seu complemento, tem-se
como resultado 1.

O bloco lógico que executa o postulado da adição é o OU.

8.2.2.2. Postulado da Multiplicação

É o postulado que determina as regras da multiplicação booleana:

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0 . 0 0
0 . 1 0
1 . 0 0
1 . 1 1

Através deste postulado, pode se estabelecer as seguintes identidades:

1) A . 0 = 0. (p ∧ 0 ⇔ 0) Pode se confirmar, verificando todas as


possibilidades:

A=0→0.0=0

A=1→1.0=0

Nota-se que todo número multiplicado por 0 é resulta em 0.

2) A . 1 = A. (p ∧ 1 ⇔ p) Analisando todas as possibilidades, tem-se:

A=0→0.1=0

A=1→1.1=1

Nota-se que o resultado destas expressões numéricas será sempre A.

3) A . A = A. (p ∧ p ⇔ p) Esta identidade, à primeira vista estranha, é


verdadeira, como pode-se confirmar pela análise de todas as possibilidades:

A=0→0.0=0

A=1→1.1=1

Nota-se que os resultados serão sempre iguais a A.

4) A . Ā = 0. (p ∧ ¬p ⇔ 0) Analisando todas as possibilidades:

A=0→Ā=1→0.1=0

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A=1→Ā=0→1.0=0

Nota-se que para ambos os valores possíveis que a variável pode assumir, o
resultado da expressão será sempre 0.

O bloco lógico que executa o postulado da multiplicação é o E.

8.2.3. PROPRIEDADES

A seguir, são descritas as principais propriedades algébricas, úteis


principalmente, no manuseio e simplificação de expressões. Tal como na
matemática comum, valem na Álgebra de Boole as propriedades comutativa,
associativa e distributiva.

8.2.3.1. Propriedade Comutativa

Esta propriedade é válida tanto na adição quanto na multiplicação:

Adição: A + B = B + A
correspondente a (p v q) ⇔ (q v p)

Multiplicação: A . B = B . A
correspondente a (p ∧ q) ⇔ (q ∧ p)

8.2.3.2. Propriedade Associativa

Da mesma forma que na anterior, tem-se a propriedade associativa válida na


adição e na multiplicação:

Adição: A + (B + C) = (A + B) + C = A + B + C
correspondente a [p ∨ (q ∨ r)] ⇔ [(p ∨ q) ∨ r] ⇔ [p ∨ q ∨ r]

Multiplicação: A . (B . C) = (A . B) . C = A . B . C
correspondente a [p ∧ (q ∧ r)] ⇔ [(p ∧ q) ∧ r] ⇔ [p ∧ q ∧ r]

8.2.3.3. Propriedade Distributiva

A . (B + C) = A.B + A.C

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correspondente a [p ∧ (q ∨ r)] ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)

Verifica-se esta propriedade através da tabela verdade, analisando todas as


possibilidades:
A B C A . (B + C) A.B + A.C
0 0 0 0 0
0 0 1 0 0
0 1 0 0 0
0 1 1 0 0
1 0 0 0 0
1 0 1 1 1
1 1 0 1 1
1 1 1 1 1

Nota-se, pela tabela verdade, que as expressões se equivalem (equivalência).

8.2.4. TEOREMAS DE De Morgan

Os teoremas de De Morgan são muito empregados na prática, em


simplificações de expressões booleanas e, ainda, no desenvolvimento de
circuitos digitais, linguagens formais e autômatos.

8.2.4.1. 1º Teorema de De Morgan

O complemento do produto é igual à soma dos complementos:

(A . B)’ = A’ + B’
correspondente a ¬(p ∧ q) ⇔ ¬p ∨ ¬q

Para provar este teorema, monta-se a tabela verdade de cada membro e


comparam-se os resultados:

A B (A . B)’ A’ + B’
0 0 1 1

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65

0 1 1 1
1 0 1 1
1 1 0 0
Nota-se a igualdade de ambas as colunas.

Este teorema foi aplicado no item referente à equivalência entre blocos


lógicos.

O teorema pode ser estendido para mais de duas variáveis:

(A . B . C . ... . N)’ = A’ + B’ + C’ + ... + N’

8.2.4.2. 2º Teorema de De Morgan

O complemento da soma é igual ao produto dos complementos. Este teorema


é uma extensão do primeiro:

(A . B)’ = A’ + B’  1º Teorema

Pode-se então, reescrevê-lo da seguinte maneira:

A . B = (A’ + B’)’

Nota-se que A é o complemento de A’ e que B é o complemento de B’.


Chamando A’ de X e B’ de Y, tem-se então:

X’ . Y’ = (X + Y)’

Reescrevendo, em termos de A e B, tem-se:

A’ . B’ = (A + B)’  2º Teorema
correspondente a ¬p ∧ ¬q ⇔ ¬(p ∨ q)

Da mesma forma que no anterior, o teorema pode ser estendido para mais de
duas variáveis:

(A + B + C + ... + N)’ = A’ . B’ . C’ . ... . N’

Nota-se, também, a aplicação deste teorema no item relativo à equivalência


entre blocos lógicos.

8.2.5. IDENTIDADES AUXILIARES

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66

A seguir, serão deduzidas três identidades úteis para a simplificação de


expressões:

8.2.5.1. A + A.B = A  [p ∨ (p ∧ q) ⇔ p]

Prova-se esta identidade, utilizando a propriedade distributiva.


Evidenciando A no 1º termo:

A.(1 + B) = A

Do postulado da soma tem-se: 1 + B = 1, logo pode se escrever:

A . 1 = A, ∴ A + A.B = A

8.2.5.2. (A + B) . (A + C) = A + B.C  [p ∨ q) ∧ (p ∨ r) ⇔ p ∨ (q ∧ r)]

Provando esta identidade:

(A + B) . (A + C)

= A.A + A.C + A.B + B.C  Propriedade distributiva

= A + A.C + A.B + B.C  Identidade A.A = A (Evidenciando A no 1º Termo)


 Ex: 2.(3 + 4) = 2.3 + 2.4  2.3 + 2.4 = 2.(3 + 4)

= A.(1 + B + C) + B.C  Propriedade distributiva (A no 1º termo)

= A.1 + B.C  Identidades: 1 + X = 1 e A . 1 = A


(Postulado da Multiplicação)

∴ (A + B) . (A + C) = A + B.C

8.2.5.3. A + A’.B = A + B  [p ∨ (¬p ∧ q) ⇔ p ∨ q]

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67

Provando esta identidade:

A + A’.B = (A + A’.B)’’  Identidade X’’ = X (negação dupla)

= [A’ . (A’.B)’]’  2º Teorema de De Morgan: (X + Y)’ = X’ . Y’

= [A’ . (A+B’)]’  1º Teorema de De Morgan aplicado no parêntese:


(X . Y)’ = X’ + Y’

= (A’.A + A’.B’)’  propriedade distributiva e identidade A’.A = 0

= (A’ . B’)’

= (A + B)  1º Teorema de De Morgan

∴ (A + A’.B) = A + B

8.2.6. REALIZANDO SIMPLIFICAÇÕES

Utilizando o conceito da Álgebra de Boole, podem-se simplificar expressões


e conseqüentemente circuitos.

1º exemplo:

S = A.B.C + A.C’ + A.B’

Evidenciando o termo A, tem-se:

S = A.(B.C + C’ + B’)

Aplicando a propriedade associativa, tem-se:

S = A.[B.C + (C’ + B’)]

Aplicando a identidade X’’ = X, tem-se:

S = A.[B.C + (C’ + B’)’’]

Aplicando o 1º Teorema de De Morgan, tem-se:

S = [B.C + (B.C)’] . A

Chamando B.C de Y, logo (B.C)’ = Y’, tem-se então:

S = A.(Y + Y’)

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68

Como Y + Y’ = 1, logo: S = A . 1 = A

∴ S=A

Esta expressão mostra a importância da simplificação e a conseqüente


minimização do circuito, já que os resultados são idênticos aos valores
assumidos pela variável A, assim sendo, todo o circuito pode ser substituído
por um único fio ligado à variável A.

Utilizando mapas de Veitch-Karnaugh:

2º exemplo:

S = A’.B’.C’ + A’.B.C’ + A.B’.C

Tirando A’ . C’ em evidência nos dois primeiros termos, tem-se:

S = A’ . C’ . (B’ + B) + A.B’.C

Aplicando a identidade: B + B’ = 1, tem-se:

S = A’ . C’ . (B’ + B) + A.B’.C

= A’.C’ + A.B’.C

∴ S = A’.C’ + A.B’.C

Utilizando mapas de Veitch-Karnaugh:

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69

Exercícios

1) Provar as Propriedades Comutativa, Associativa e Distributiva com o uso


de tabela da verdade.

2) Provar os Teoremas de De Morgan utilizando tabela da verdade.

3) Provar as Identidades Auxiliares por intermédio de tabela da verdade.

4) Provar por intermédio de tabelas da verdade que (A.B.C + A.C’ + A.B’) é


igual a A (1º exemplo apresentado nas simplificações).

5) Provar que (A’.B’.C’ + A’.B.C’ + A.B’.C) é igual a (A’.C’ + A.B’.C) (2º exemplo
apresentado nas simplificações).

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70

8.3. DIAGRAMA VEITCH-KARNAUGH

Nesta seção, serão apresentados os diagramas de Veitch-Karnaugh


utilizados para realizar as simplificações de circuitos lógicos.

8.3.1. DIAGRAMA VEITCH-KARNAUGH PARA 2 VARIÁVEIS

As figuras a seguir mostram a formação de um diagrama de Veitch-Karnaugh


para 2 variáveis:

No mapa, encontram-se todas as possibilidades assumidas entre as variáveis


A e B. As figuras a seguir mostram todas as regiões do mapa.

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71

Como simplificar circuitos lógicos utilizando os mapas de duas variáveis:

1. Dada a expressão booleana, correspondente ao circuito lógico


combinacional, inicie a localização junto ao mapa de cada uma das partes
da expressão;

2. Após as localizações (item 1), deve-se proceder com o agrupamento dos


valores “1”. Em mapas de duas variáveis o agrupamento pode ser feito
por intermédio da formação de pares e quadras (mapa totalmente
preenchido de 1 constitui-se uma quadra);

3. Após a execução dos itens 1 e 2, obtém-se a expressão simplificada. Ver


ilustrações a seguir:

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72

Exercícios

1) Localizar no mapa e obter a expressão simplificada correspondente:

2) Simplificar o Circuito do Semáforo de 2 Ruas construído nas aulas


anteriores, conforme tabela verdade apresentada a seguir. Em seguida,
traçar uma comparação das expressões e os circuitos originais (antes da
simplificação) com as expressões e circuitos simplificados, analisando em
termos de redução (Cap. 7).

A B V1 Vm1 V2 Vm2
0 0 0 1 1 0
0 1 0 1 1 0
1 0 1 0 0 1
1 1 1 0 0 1

8.3.2. DIAGRAMA VEITCH-KARNAUGH PARA 3 VARIÁVEIS

As figuras a seguir mostram a formação de um diagrama de Veitch-Karnaugh


para 3 variáveis:

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73

B B B B

A A B C A B C A B C A B C A 000 0 01 011 010

A A B C A B C A B C A B C A 100 1 01 111 1 10

C C C C C C

No mapa, encontram-se todas as possibilidades assumidas entre as variáveis


A, B e C. As figuras a seguir mostram todas as regiões do mapa.

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74

Como simplificar circuitos lógicos utilizando os mapas de três variáveis:

1. Dada a expressão booleana, correspondente ao circuito lógico


combinacional, inicie a localização junto ao mapa de cada uma das partes
da expressão;

2. Após as localizações (item 1), deve-se proceder com o agrupamento dos


valores “1”. Em mapas de três variáveis o agrupamento pode ser feito por
intermédio da formação de pares, quadras e/ou oitavas (mapa
totalmente preenchido de 1 constitui-se uma oitava);

3. Após a execução dos itens 1 e 2, obtém-se a expressão simplificada. Ver


ilustrações a seguir:

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75

Exercícios

1) Localizar no mapa e obter a expressão simplificada correspondente:

2) Simplificar o circuito do Amplificador de Som construído nas aulas


anteriores, conforme tabela verdade apresentada a seguir. Em seguida,
traçar uma comparação das expressões e os circuitos originais (antes da
simplificação) com as expressões e circuitos simplificados, analisando em
termos de redução (Cap. 7).

A B C SA SB SC
0 0 0 0 0 1
0 0 1 0 0 1
0 1 0 0 1 0
0 1 1 0 1 0
1 0 0 1 0 0
1 0 1 1 0 0
1 1 0 1 0 0
1 1 1 1 0 0

3) Idem para o Circuito do Entroncamento (Cap. 7).

8.3.3. DIAGRAMA VEITCH-KARNAUGH PARA 4 VARIÁVEIS

As figuras a seguir mostram a formação de um diagrama de Veitch-Karnaugh


para 4 variáveis:

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76

C C

0 0 0 0 0 0 0 0 B
0 0 0 1 1 1 1 0
A
0 1 0 1 0 1 0 1
0 0 0 1 1 1 1 0 B
1 1 1 1 1 1 1 1
0 0 0 1 1 1 1 0
A
1 0 1 0 1 0 1 0 B
0 0 0 1 1 1 1 0
D D D

No mapa, encontram-se todas as possibilidades assumidas entre as variáveis


A, B, C e D. As figuras a seguir mostram todas as regiões do mapa.

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77

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78

Como simplificar circuitos lógicos utilizando os mapas de quatro variáveis:

1. Dada a expressão booleana, correspondente ao circuito lógico


combinacional, inicie a localização junto ao mapa de cada uma das partes
da expressão;

2. Após as localizações (item 1), deve-se proceder com o agrupamento dos


valores “1”. Em mapas de quatro variáveis o agrupamento pode ser feito
por intermédio da formação de pares, quadras, oitavas e/ou hexas (mapa
totalmente preenchido de 1 constitui-se uma hexa);

3. Após a execução dos itens 1 e 2, obtém-se a expressão simplificada. Ver


ilustrações a seguir:

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79

Exercícios

1) Localizar no mapa e obter a expressão simplificada correspondente:

2) Simplificar o circuito do Sistema de Intercomunicadores (Central


Telefônica) construído nas aulas anteriores, conforme tabela verdade
apresentada a seguir. Em seguida, traçar uma comparação das expressões
e os circuitos originais (antes da simplificação) com as expressões e
circuitos simplificados, analisando em termos de redução (Cap. 7)

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80

A B C D SA SB SC SD
0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 1 0 0 0 1
0 0 1 0 0 0 1 0
0 0 1 1 0 0 1 0
0 1 0 0 0 1 0 0
0 1 0 1 0 1 0 0
0 1 1 0 0 1 0 0
0 1 1 1 0 1 0 0
1 0 0 0 1 0 0 0
1 0 0 1 1 0 0 0
1 0 1 0 1 0 0 0
1 0 1 1 1 0 0 0
1 1 0 0 1 0 0 0
1 1 0 1 1 0 0 0
1 1 1 0 1 0 0 0
1 1 1 1 1 0 0 0

3) Idem para o Sistema de Votação (Cap. 7).

8.3.4. DIAGRAMA VEITCH-KARNAUGH PARA 5 VARIÁVEIS

As figuras a seguir mostram a formação de um diagrama de Veitch-Karnaugh


para 5 variáveis:

A A
D D D D

C C
B B

C C

B B
C C

E E E E E E

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81

No mapa, encontram-se todas as possibilidades assumidas entre as variáveis


A, B, C, D e E. As figuras a seguir mostram todas as regiões do mapa.

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82

Região A
A A
D D D D

C C
B B

C C

B B
C C

E E E E E E

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83

Região B
A A
D D D D

C C
B B

C C

B B
C C

E E E E E E

Região C
A A
D D D D

C C
B B

C C

B B
C C

E E E E E E

Região C
A A
D D D D

C C
B B

C C

B B
C C

E E E E E E

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84

Região D
A A
D D D D

C C
B B

C C

B B
C C

E E E E E E

Região D
A A
D D D D

C C
B B

C C

B B
C C

E E E E E E

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85

Região E
A A
D D D D

C C
B B

C C

B B
C C

E E E E E E

Como simplificar circuitos lógicos utilizando os mapas de cinco variáveis:

1. Dada a expressão booleana, correspondente ao circuito lógico


combinacional, inicie a localização junto ao mapa de cada uma das partes
da expressão;

2. Após as localizações (item 1), deve-se proceder com o agrupamento dos


valores “1”. Em mapas de cinco variáveis o agrupamento pode ser feito
por intermédio da formação de pares, quadras, oitavas e/ou hexas;

3. Após a execução dos itens 1 e 2, obtém-se a expressão simplificada. Ver


ilustrações a seguir:

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86

S=A B C D E + A B C D E + A B C D E + A B C D E +
A B C D E + A B C D E + A B C D E + A B C D E +
A B C D E + A B C D E + A B C D E

A A
D D D D

1 0 0 0 C 0 0 0 0 C
B B
1 1 1 1 0 1 0 0
C C
0 1 0 0 1 1 1 1
B B
0 0 0 0 C 0 0 0 0 C

E E E E E E

Q1 = Quadra Vermelha(esquerdo – horizontal)


Q2 = Quadra Verde (direito – horizontal)
Q3 = Quadra Azul (esquerdo e direito - centro – vertical)
P1 = Par Laranja (esquerdo – vertical)

S = Q1 + Q2 + Q3 + P1

Expressão Simplificada: S = A B C + A B C + C D E + A B D E

Exercícios

1) Localizar no mapa e obter a expressão simplificada correspondente:

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87

8.3.5. DIAGRAMA COM CONDIÇÕES IRRELEVANTES

Chama-se condição irrelevante (X) a situação de entrada em que a saída


pode assumir 0 ou 1 indiferentemente. Esta condição ocorre principalmente
pela impossibilidade prática do caso de entrada acontecer, sendo utilizada
em várias situações nos itens anteriores.

Para a sua utilização em diagramas de Veitch-Karnaugh, deve-se, para cada


condição irrelevante, adotar 0 ou 1, dos dois, aquele que possibilitar melhor
agrupamento e conseqüentemente maior simplificação.

Para esclarecer este processo, segue exemplo:


A B C S
0 0 0 X
0 0 1 1
0 1 0 1
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 1 0
1 1 0 0
1 1 1 0

Transpondo esta tabela para o diagrama, tem-se:

O símbolo (X) indica que neste caso a saída pode assumir 0 ou 1,


indiferentemente, já que, ou a situação de entrada é impossível de
acontecer, ou, ainda, possibilita qualquer dos 2 valores na saída. Para fins de
simplificação, deve-se adotar X = 1, já que assim sendo, pode-se obter um

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88

quadra, ao invés de 2 pares (no caso de X = 0), representando maior


simplificação da expressão de saída.

Convém ressaltar que, em uma tabela da verdade, podem ocorrer várias


condições irrelevantes que devem ser consideradas independentemente,
conforme agrupamento em que se encontram. Exemplificando:
A B C D S
0 0 0 0 X
0 0 0 1 0
0 0 1 0 1
0 0 1 1 X
0 1 0 0 1
0 1 0 1 0
0 1 1 0 1
0 1 1 1 1
1 0 0 0 0
1 0 0 1 1
1 0 1 0 X
1 0 1 1 0
1 1 0 0 0
1 1 0 1 X
1 1 1 0 0
1 1 1 1 X

quadra A C
C C

X 0 X 1 B
A quadra A D
1 0 1 1
B
0 X X 0
A
0 1 0 X
B

D D D

par A C D

Expressão Simplificada: S = A C + A D + A C D

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89

Nota-se, no exemplo, que as condições irrelevantes pertencentes aos


agrupamentos receberam valor 1, enquanto as deixadas de fora, valor 0.

Exercícios

1) A Tabela a seguir, representa as possibilidades de saída obtidas de um


projeto envolvendo 3 variáveis A, B e C. Determine a expressão
simplificada.
A B C S
0 0 0 1
0 0 1 X
0 1 0 0
0 1 1 1
1 0 0 X
1 0 1 1
1 1 0 X
1 1 1 X

2) Simplifique a expressão representativa da tabela.


A B C D S
0 0 0 0 1
0 0 0 1 X
0 0 1 0 1
0 0 1 1 0
0 1 0 0 1
0 1 0 1 1
0 1 1 0 1
0 1 1 1 0
1 0 0 0 1
1 0 0 1 0
1 0 1 0 X
1 0 1 1 1
1 1 0 0 X
1 1 0 1 1
1 1 1 0 X
1 1 1 1 0

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90

3) Simplificar o circuito do Controle de Bombeamento de Água construído


nas aulas anteriores. Em seguida, traçar uma comparação das expressões
e os circuitos originais (antes da simplificação) com as expressões e
circuitos simplificados, analisando em termos de redução (ver enunciado
no Cap. 7, exercício 3).

8.3.6. AGRUPAMENTO DE ZEROS

Pode-se, alternativamente, agrupar as células que valem 0 para obter-se a


expressão simplificada em diagramas de Veitch-Karnaugh, porém, com esta
prática, obtém-se o complemento da função, ou seja, a saída S’ (negado).

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91

9. SISTEMAS DE NUMERAÇÃO

9.1. INTRODUÇÃO

São 4 os sistemas de numeração: Sistema Decimal, Sistema Binário, Sistema


Octal e Sistema Hexadecimal.

O Sistema Decimal é utilizado no dia-a-dia e é, sem dúvida, o mais


importante dos sistemas numéricos. Trata-se de um sistema que possui dez
algarismos, com os quais pode se formar qualquer número, por meio da lei de
formação.

Os Sistemas Octal, Hexadecimal e Binário, são muito importantes na área de


técnicas digitais e computação. Existe uma ligação forte entre circuitos
lógicos e estes sistemas de numeração.

9.1.1. SISTEMAS DE NUMERAÇÃO POSICIONAIS

O método usado para registrar quantidades ao qual se está acostumado


(sistema decimal), é por meio de um sistema de numeração posicional. Isso
significa que a posição ocupada por cada algarismo em um número altera seu
valor de uma potência de 10 (na base 10) para cada casa à esquerda.

Por exemplo: No sistema decimal (base 10), no número 125 o algarismo 1


representa 100 (uma centena ou 102), o 2 representa 20 (duas dezenas ou
2x101) e o 5 representa 5 mesmo (5 unidades ou 5x100). Assim, o número
125 pode ser expresso na seguinte notação: 125 = 1x102 + 2x101 + 5x100 =
100 + 20 + 5 = 125.

9.1.2. BASE DE UM SISTEMA DE NUMERAÇÃO

A base de um sistema de numeração é a quantidade de algarismos disponível


na representação. Os computadores utilizam a base 2 (sistema binário) e os
programadores, por facilidade, usam em geral uma base que seja uma
potência de 2, tal como 24 (base 16 ou sistema hexadecimal) ou,
eventualmente, 23 (base 8 ou sistema octal).

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92

A base 10 se dispõe de 10 algarismos para a representação do número: 0, 1,


2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.

Na base 2, seriam apenas 2 algarismos: 0 e 1


Na base 8, seriam apenas 8 algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7
Na base 16, seriam 16 algarismos: os 10 algarismos aos quais estamos
acostumados, mais os símbolos A, B, C, D, E e F, representando
respectivamente 10, 11, 12, 13, 14 e 15 unidades.

9.2. SISTEMA BINÁRIO

Computadores são constituídos internamente por circuitos elétricos ou


eletrônicos.

A grande maioria dos componentes de circuitos elétricos pode assumir


apenas um dentre dois estados. Por exemplo: interruptores (ou transistores,
se usados como “chaveadores de corrente”) podem estar fechados ou
abertos; capacitores podem estar carregados ou descarregados; lâmpadas
podem estar acesas ou apagadas; circuitos podem estar energizados ou não;
e assim por diante.

Se for estabelecido que um dos estados, representa o “um” e que o outro,


representa o “zero”, tais dispositivos podem ser usados para representar
números expressos no sistema binário, o sistema numérico posicional de base
dois que usa apenas os algarismos, “um” e “zero”.

Existem apenas dois algarismos: 0 (zero) e 1 (um).

9.2.1. CONVERSÃO DE BINÁRIO PARA DECIMAL

Decimal = 59410

5x100 + 9x10 + 4x1 = 594


centena dezena unidade
5x102 + 9x101 + 4x100 = 594

Esquematizando:

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93

100 10 1
5 9 4  5x100 + 9x10 + 4x1 = 594

102 101 100


5 9 4  5x102 + 9x101 + 4x100 = 594

Em sistema decimal o número 10 é base.


Em sistema binário o número 2 é base.

Binário = 1012

22 21 20  1x22 + 0x21 + 1x20 = 5


1 0 1  1x4 + 0x2 + 1x1 = 5

∴ o número 101 na base 2 (binário) é igual ao número 5 na base


10 (decimal).

Tabela de Potência de 2
20  1
1 
2 2
2 
2 4
3 
2 8
4 
2 16
5 
2 32
6 
2 64
7 
2 128
8 
2 256
9 
2 512
10 
2 1024
11 
2 2048
12 
2 4096
13 
2 8192
14 
2 16384

Exercícios

1) Converter de binário para decimal:

a) 10012 (resultado 910)

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94

b) 011102 (resultado 1410)

c) 10102 (resultado 1010)

d) 11001100012 (resultado 81710)

e) 10011002 (resultado 7610)

f) 11112 (resultado 1510)

g) 111112 (resultado 3110)

h) 100002 (resultado 1610)

i) 100012 (resultado 1710)

j) 10101102 (resultado 8610)

l) 0110011001101012 (resultado 1310910)

9.2.2. CONVERSÃO DE DECIMAL PARA BINÁRIO

Decimal = 4710

Método prático: divisão sucessiva por 2:

O último quociente será o algarismo mais significativo e ficará colocado à


esquerda. Os outros algarismos seguem-se na ordem até o 1º resto. Tem-se
então, no caso:

1 0 1 1 1 1 101111 = 4710

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95

Último 5º 4º 3º 2º 1º
quociente resto resto resto resto resto

∴ 1011112 = 4710.

Decimal = 40010
400 2
1º resto 0 200 2
2º resto 0 100 2
3º resto 0 50 2
4º resto 0 25 2
5º resto 1 12 2
6º resto 0 6 2
7º resto 0 3 2
8º resto 1 1
Último
quociente

1 1 0 0 1 0 0 0 0 110010000 = 40010
quociente 8º 7º 6º 5º 4º 3º 2º 1º

∴ 1100100002 = 40010.

CONVERTENDO E CONFERINDO

Convertendo:

Decimal = 3510
35 2
1º resto 1 17 2
2º resto 1 8 2
3º resto 0 4 2
4º resto 0 2 2

5º resto 0 1
Último
quociente

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96

1 0 0 0 1 1 100011 = 3510
Último 5º 4º 3º 2º 1º
quociente resto resto resto resto resto

Conferindo:

1x25 + 0x24 + 0x23 + 0x22 + 1x21 + 1x20


1x32 + 0x16 + 0x8 + 0x4 + 1x2 + 1x1
32 0 0 0 2 1 = 3510

∴ 3510 = 1000112.

Exercícios

1) Converter de decimal para binário:

a) 7810 (resultado 10011102)

b) 10210 (resultado 11001102)

c) 21510 (resultado 110101112)

d) 40410 (resultado 1100101002)

e) 80810 (resultado 11001010002)

f) 542910 (resultado 10101001101012)

g) 1638310 (resultado 111111111111112)

9.2.3. NÚMEROS BINÁRIOS, DECIMAIS FRACIONÁRIOS E SUAS


CONVERSÕES

Binário Fracionário = 101,1012

Se pegarmos como exemplo o decimal 10,5, significaria:

101 100 10-1  1x101 + 0x100 + 5x10-1


1 0 5  1x10 + 0x1 + 5x0,1 = 10,5

Para o binário fracionário acima, agimos da mesma forma:

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97

22 21 20 2-1 2-2 2-3  1x22 + 0x21 + 1x20 + 1x2-1 + 0x2-2 + 1x2-3


1 0 1 1 0 1  1x4 + 0x2 + 1x1 + 1x1/2 + 0x1/4 + 1x1/8
 4 + 0 + 1 + 0,5 + 0 + 0,125 = 5,62510

Binário Fracionário = 1010,11012

23 22 21 20 2-1 2-2 2-3 2-4  1x23 + 0x22 + 1x21 + 0x20 + 1x2-1


+ 1x2-2 + 0x2-3 + 1x2-4
1 0 1 0 1 1 0 1  1x8 + 0x4 + 1x2 + 0x1 + 1x1/2 +
1x1/4 + 0x1/8 + 1x1/16
 8 + 2 + 0,5 + 0,25 + 0,0625 =
10,812510
Exercícios

1) Converter de binário fracionário para decimal:

a) 1111,1112

b) 1000,00012

c) 1010,10102

d) 11,112

e) 1011,112

f) 1100,0011012

Potências Negativas de 2
2-1  0,5
-2 
2 0,25
-3 
2 0,125
-4 
2 0,0625
-5 
2 0,03125
-6 
2 0,015625
-7 
2 0,0078125
-8  0,00390625
2

9.2.3. CONVERSÃO DE DECIMAL FRACIONÁRIO EM BINÁRIO

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98

Decimal Fracionário = 8,37510  8 + 0,375 = 8,375

1ª parte inteira 2ª parte fracionária


8 2 0,375
Base do
x2
1º resto 0 4 2 sistema
1º 0,750
2º resto 0 2 2 x2 Atingir (1) e após a
vírgula não for nulo,
3º resto 0 1 2º 1,500 separa-se esta
última e reinicia-se
Último o processo
quociente 0,500 Aqui para-se o
x2 processo, já que a
3º parte do número
1,000 depois da vírgula é
nulo.

Assim sendo, escreve-se:

10002 = 810 e 0,0112 = 0,37510

∴ 8,37510 = 1000,0112

Decimal Fracionário = 4,810  4 + 0,8 = 4,8

1ª parte inteira 2ª parte fracionária


4 2 0,8
x2
1º resto 0 2 2 Atingiu-se o
1º 1,6 número 1 e após a
2º resto 0 1 vírgula não é nulo
0,6
Último x2
quociente Atingiu-se o
2º 1,2 número 1 e após a
vírgula não é nulo
0,2
x2
3º 0,4
x2
O número 8 tornou
4º 0,8 a aparecer.

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99

O número 8 tornou a aparecer, logo se o processo continuar, a mesma


seqüência já vista até aqui irá se repetir. Este é o caso equivalente a uma
dízima.
Assim sendo, escreve-se:

1002 = 410 e (0,1100110011001100...)2 = 0,810

∴ 4,810 = (100,1100110011001100....)2

Exercícios

1) Converter de decimal fracionário para binário:

a) 0,12510

b) 0,062510

c) 0,710

d) 0,9210

e) 7,910

f) 47,4710

g) 53,387610

h) 1,111110

9.3. SISTEMA OCTAL

É um sistema de numeração cuja base é 8, ou seja, utiliza 8 símbolos para a


representação de quantidade. No ocidente, estes símbolos são os algarismos
arábicos: 0 1 2 3 4 5 6 e 7.

O octal foi muito utilizado em informática como uma alternativa mais


compacta ao binário na programação em linguagem de máquina. Hoje, o
sistema hexadecimal é mais utilizado como alternativa ao binário.

É um sistema que simplifica muito a numeração do mapa de memórias de


máquinas digitais com palavras em 6 bits.

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100

Decimal Octal
0  0
1  1
2  2
3  3
4  4
5  5
6  6
7  7
8  10
9  11
10  12
11  13
12  14
13  15
14  16
15  17
16  20
17  21
. .
. .

9.3.1. CONVERSÃO DE OCTAL PARA DECIMAL

Octal = 1448

82 81 80
1 4 4

 1x82 4x81 4x80


 1x64 4x8 4x1
 64 32 4
= 10010

∴ 1448 = 10010

Exercícios

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101

1) Converter de octal para decimal:

a) 148

b) 678

c) 1538

d) 15448

9.3.2. CONVERSÃO DE OCTAL PARA BINÁRIO

Octal = 278

Transformar cada algarismo, no binário correspondente e em seguida juntá-


los na mesma ordem.

1º Algarismo 2º Algarismo
7 2
1º resto 1 3 2
2º resto 1 1

Último
quociente

∴ 278 = 101112

Exercícios

1) Converter de octal para binário:

a) 4778

b) 15238

c) 47648

d) 43218

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102

9.3.3. CONVERSÃO DE BINÁRIO PARA OCTAL

Binário = 1100102

Separar em grupo de três algarismos da direita para a esquerda.

Grupo 1 Grupo 2

22 21 20 22 21 20
1 1 0 0 1 0

 1x22 1x21 0x20  0x22 1x21 0x20


 1x4 1x2 0x1  0x4 1x2 0x1
 4 2 0  0 2 0
= 68 = 28

∴ 1100102 = 628

Binário = 10102

Separar em grupo de três algarismos da direita para a esquerda.

Grupo 1 Grupo 2

22 21 20 22 21 20
0 0 1 0 1 0

 0x22 0x21 0x20  0x22 1x21 0x20


 0x4 0x2 1x1  0x4 1x2 0x1
 0 0 1  0 2 0
= 18 = 28

∴ 10102 = 128

Exercícios

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103

1) Converter de binário para octal:

a) 10112

b) 100111002

c) 1101011102

9.3.4. CONVERSÃO DE DECIMAL PARA OCTAL

1º Método: divisão sucessiva por 8

Decimal = 9210

92 8
1º resto 4 11 8
2º resto 3 1

Último
quociente

∴ 9210 = 1348

2º Método: divisão sucessiva por 2 (binário e logo após para octal)

Decimal = 9210

∴ 9210 = 10111002

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104

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

22 21 20 22 21 20 22 21 20
0 0 1 0 1 1 1 0 0

1 3 4

∴ 9210 = 1348

Exercícios

1) Converter de decimal para octal:

a) 10710

b) 18510

c) 204810

d) 409710

9.4. SISTEMA HEXADECIMAL

Apesar de o sistema binário ser o mais simples e adequado às necessidades


físicas do computador, não é de fácil e rápido entendimento para qualquer
olhar humano. Para tornar essa percepção mais simples, converte-se o
primeiro num outro sistema - sistema hexadecimal.

Como o nome o indica, o sistema hexadecimal usa uma base de 16 dígitos


distintos (de 0 a 9, mais as seis primeiras letras do alfabeto - A,B,C,D,E,F -
que representam respectivamente os valores de 10 a 15).

Da mesma maneira do que o sistema decimal ou binário, cada combinação


representa um valor decimal equivalente à soma dos contributos totais de
cada dígito.

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105

Decimal Hexadecimal
0  0
1  1
2  2
3  3
4  4
5  5
6  6
7  7
8  8
9  9
10  A
11  B
12  C
13  D
14  E
15  F
16  10
17  11
18  12
19  13
20  14
21  15
22  16
23  17
24  18
25  19
26  1A
27  1B
. .
. .

Este sistema é muito utilizado em microprocessadores e também no


mapeamento de memórias de máquinas digitais.

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106

9.4.1. CONVERSÃO DE HEXADECIMAL PARA DECIMAL

Hexadecimal = 3F16

161 160
3 F

 3x161 + Fx160
 3x161 + 15x16
 3x16 + 15x1
 48 + 15
= 6310

∴ 3F16 = 6310

Hexadecimal = 1C316

162 161 160


1 C 3

 1x162 Cx161 3x160


 1x162 12x161 3x160
 1x256 12x16 3x1
= 45110

∴ 1C316 = 45110

Exercícios

1) Converter de hexadecimal para decimal:

a) 23816

b) 1FC916

c) 47916

d) 4AB16

e) F0CA16

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107

f) BDE16

g) 2D3F16

9.4.2. CONVERSÃO DE HEXADECIMAL PARA BINÁRIO

Dividir cada algarismo e dividir sucessivamente por 2. Em seguida criar


grupos de 4 (quatro) algarismos para a montagem do resultado.

Hexadecimal = C1316

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

C=12 1 3
Dividir Dividir sucessivamente
sucessivamente por 2 por 2

=1100 = 0001 =0011

∴ C1316 = 1100000100112

Exercícios

1) Converter de hexadecimal para binário:

a) 1ED16

b) ABF16

c) 3716

d) 6CF916

9.4.3. CONVERSÃO DE BINÁRIO PARA HEXADECIMAL

Agrupar de 4 em 4 algarismos.

Binário = 100110002

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108

Grupo 1 Grupo 2

1001 1000

23 22 21 20 23 22 21 20
1 0 0 1 1 0 0 0

=9 =8

∴ 100110002 = 9816

Exercícios

1) Converter de binário para hexadecimal:

a) 11000112

b) 110001111000111002

9.4.3. CONVERSÃO DE DECIMAL PARA HEXADECIMAL

1º Método: divisão sucessiva por 16.

Decimal = 100010

3148
E=14

∴ 100010 = 3E816

2º Método: divisão sucessiva por 2 e depois agrupar de 4 em 4 algarismos e


converter de binário para hexadecimal para obter o decimal correspondente.

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109

Dividir sucessivamente por 2:

Decimal = 100010

0011111010002

Agrupar de 4 em 4 algarismos e converte de binário para hexadecimal

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3

0011 1110 1000

23 22 21 20 23 22 21 20 23 22 21 20
0 0 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0

=3 =14 = E =8

∴ 100010 = 3E816

Exercícios

1) Converter de decimal para hexadecimal:

a) 13410

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110

b) 38410

c) 388210

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111

BIBLIOGRAFIA

ALENCAR FILHO, Edgard. Iniciação à Lógica Matemática.

ALENCAR FILHO, Edgard. Teoria Elementar dos Conjuntos. 20ª ed. São
Paulo: Nobel, 1985.

CASTRUCCI, Benedito. Elementos de Teoria dos Conjuntos. 12ª ed. São


Paulo: Nobel, 1986.

COPI, Irving M. Introdução à Lógica. 2ª ed. São Paulo: Mestre Jou, 1978.

DAGHLIAN, Jacob. Lógica e Álgebra de Boole. São Paulo: Atlas, 1986.

HEGENBERG, Leônidas. Lógica: simbolização e dedução. São Paulo: EPU –


Editora da Universidade de São Paulo, 1975.

IODETA, Ivan V. & CAPUANO, Francisco G. Elementos de Eletrônica Digital.


6ª ed. São Paulo: Érica, 1984. (livro central do curso) Nosso fio condutor.

________________. Introdução à lógica matemática. 6ª ed. São Paulo:


GEEM – Livraria Nobel S. A., 1984.

________________. Lógica: o cálculo de predicados. São Paulo: Herder,


1973.

LIPSCHUTZ, Seymour. Teoria dos Conjuntos. 1ª ed. Rio de Janeiro: McGraw


Hill, 1970.

MENDELSON, Elliott. Álgebra de Boole e Circuitos de Chaveamento. São


Paulo: McGraw Hill do Brasil, 1977. Coleção SCHAUM.

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