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Universidade de Coimbra

Faculdade de Economia

História do
Movimento

Sindical
Português
Tiago Vieira
Janeiro 2005
Universidade de Coimbra

Faculdade de Economia

História do Movimento Sindical


Português

Trabalho realizado no âmbito


da cadeira de Fontes
de Informação
Sociológica, do 1º ano
do curso de Sociologia
leccionada pelo
Doutor Paulo Peixoto.

Autor do trabalho:
Tiago Vieira,
Aluno nº 20031720
em Janeiro de 2005

Imagem da capa retirada de:


http://sapp.telepac.pt/base-fut/oldcartooneng.htm
s. a. (s.d), Old Cartoons
Índice

1 – Introdução 1
2 – Estado das artes 3
2.1 – Dos primórdios à 1ª República (- - 1909) 4
2.2 – Da 1ª República ao Estado Novo (1910 – 1926) 7
2.3 – O Estado Novo (1926 – 1974) 10
2.4 – Do 25 de Abril às perspectivas de futuro (1974 – -) 13
3 – Descrição pormenorizada do processo de pesquisa 16
4 – Ficha de leitura 20
5 – Avaliação de uma página da Internet 24
6 – Conclusão 26
Referências Bibliográficas 27

Anexo I
“Os trabalhadores e os movimentos sociais hoje”, capítulo da obra Agir contra a
corrente Reflexões de um sindicalista de Manuel Carvalho da Silva

Anexo II
Página da CGTP-IN avaliada
1 - Introdução

No mundo em que vivemos, sempre cheio de mutações, transformações, revoluções


e outras alterações, tudo assume um carácter provisório. Assim é com as ideias, o
conhecimento, as inovações técnicas, as relações pessoais, mas também com os direitos,
os deveres, as relações laborais, os papéis e estatutos dos diferentes actores sociais.
Esta é, pelo menos, a sensação que temos quando nos confrontamos com a ofensiva
a que chamamos globalização, processo que nos chega como se permitisse um salto
histórico formidável, inédito e inevitável, acelerador de tudo, rumo a um progresso
indefinido, e que transporta consigo uma carga implícita de visão do passado como um
tempo quase estagnado, decrépito e muito pouco frutuoso em termos de progresso.
De facto, se isto ocorre no mundo em geral, no mundo laboral assume contornos de
particular interesse, designadamente no domínio no movimento sindical. Mas algumas
perguntas são inevitáveis: será que a dinâmica do passado foi realmente assim tão pobre
e estagnada? E trarão o presente e o futuro coisas assim tão novas e inéditas? E caso
tragam, será a sua aplicação tão vertiginosa e inevitável quando comparada com o
passado?

Com este trabalho/estudo, procuro percorrer a história do movimento sindical


português desde os seus primórdios, nas associações de classe, aos dias de hoje e às
perspectivas para o futuro, com algumas concepções teóricas de fusão do movimento
sindical com os restantes movimentos sociais.
Tendo noção de que a discussão, sobretudo das perspectivas para o futuro, será
sempre manifestamente insuficiente, o objectivo deste trabalho (tema que escolhi
voluntariamente e que não estava sequer incluído nos temas disponíveis à partida) é
acima de tudo homenagear o corajoso e destemido movimento sindical português que,
como nenhum outro, dado encerrar imensas particularidades face ao contexto
internacional, soube sobreviver ao oportunismo, ao fascismo e ao fraccionismo, e ainda
hoje dar uma resposta coerente, concreta e intrépida face às ofensivas que os vários
governos têm lançado sobre a classe trabalhadora, cumprindo assim o seu papel
histórico e razão da sua existência de salvaguarda dos direitos de quem representa, os
trabalhadores portugueses, algo que é tão actual hoje como no passado mais remoto.

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Não sendo uma cronologia de iniciativas levadas a cabo pelo movimento sindical
(greves, congressos, manifestações), optei por dar apenas algumas referências de
iniciativas de maior relevo para a compreensão da sua história.

Deste modo, entendi que a melhor estrutura para uma análise inteligível deste
trabalho seria a sua divisão em dois grandes grupos: o estado das artes e os outros
aspectos do trabalho. Dentro do estado das artes encontram-se quatro sub-capítulos, um
primeiro de análise dos primórdios do movimento sindical até ao início da primeira
república (1910), um segundo de análise de todas as transformações ocorridas no
decurso da primeira república (1910 – 1926), um terceiro de análise do Estado Novo
(1926 – 1974), e um quarto e último centrado no período desde a seguir ao 25 de Abril
até aos nossos dias, lançando já algumas ideias sobre o que alguns estudiosos apontam
como o futuro do movimento sindical. Em outros aspectos concentram-se a descrição
pormenorizada do processo de pesquisa, a ficha de leitura feita a partir da análise do
capítulo “Os trabalhadores e os movimentos sociais hoje” da obra Agir contra a
corrente de que Manuel Carvalho da Silva é o autor, e avalio a página da Internet da
Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN)
<www.cgtp.pt>

Dadas as limitações, quer do próprio tema, quer de ordem temporal, e os objectivos


da cadeira, optei por fazer uma pesquisa sobretudo centrada em livros, revistas
científicas e estudos nesta área (literatura cinzenta), assumindo a Internet, os jornais e os
dicionários apenas como recursos complementares. No que a estatísticas se refere,
apesar do seu interesse óbvio para reforço da informação fornecida, a verdade é que as
estatísticas disponíveis pecam, ora por terem um carácter demasiado particular
(centrando-se na evolução de um ou outro sector), ora por serem insuficientes (por
exemplo, ao nível de número total de sindicalizados na actualidade).

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2 – Estado das artes

O percurso histórico do movimento sindical português foi, desde os seus primórdios


aos dias de hoje, muito tortuoso. Movimento organizador dos trabalhadores, este surge
precisamente porque “a exploração desenfreada que o proletariado sofre provoca nos
trabalhadores a necessidade objectiva de se organizarem e defenderem da exploração de
que são vítimas” (CGTP, 1977).
Na análise do seu percurso, desde as associações mutualistas, de carácter quase
corporativo, até aos nossos dias, em que múltiplas correntes, tendências e até
organizações co-habitam no espaço do movimento sindical, não se pode nunca perder
do horizonte que os sindicatos “têm como função e obrigação defender os interesses
socio-laborais dos trabalhadores, interesses permanentemente postos em causa pelo
patronato” (Abrantes, 1995), pois só desta forma será possível interpretar um conjunto
vastíssimo de dados que povoam a já longa história do movimento sindical português.
De facto, as palavras de João Freire (1992) apresentam um síntese quase perfeita
daquilo que deve ser a base de qualquer análise:

“O movimento social do operariado não é apenas a soma aritmética de


todos os sindicatos existentes, ou mesmo ligados organicamente entre si.
Representa uma realidade qualitativamente diferente.”

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2.1 – Dos primórdios à 1ª República (- - 1909)

Para uma correcta análise das organizações de trabalhadores em Portugal, é


necessário, antes de mais compreender algumas particularidades do nosso país para
perceber as características, e sobretudo as diferenças, face a um contexto europeu em
que o despontar do movimento operário e sindical se dá em força bem antes do acordar
do português.
Na verdade, a existência do movimento operário está, como é óbvio,
necessariamente ligada à existência de proletariado, e a existência deste só se verifica
numa sociedade em avançado estado de industrialização. Assim, é graças a enormíssima
dependência económica que Portugal tinha perante a Inglaterra, cuja causa próxima era
o tratado de Methuen, de 1703, que viria a impedir qualquer tentativa séria de arranque
industrial nos sectores mais em voga na época em território português, dado o
estrangulamento económico a que os ingleses nos votavam ao inundarem o nosso
mercado com os seus produtos a preços baixos e qualidade relativamente alta. Aliás, se
assim a situação era má, pior ficou quando a coroa portuguesa decidiu abrir os portos
brasileiros (que até então eram monopólio luso) aos ingleses.
De facto, só em 1821 se virá a reconhecer (ainda que provisoriamente) a liberdade
de organização em associações aos trabalhadores portugueses.
Ainda assim, só em 1838 surgirá, em Lisboa, a primeira associação da história
portuguesa, a Sociedade dos Artistas Lisbonenses que tinha como objectivos “socorrer
na doença as viúvas e órfãos com pensões e sustentar uma aula de instrução primária”,
(CGTP, 1977) apresentando-se claramente com uma função de esbatimento de algumas
contradições e injustiças do sistema, e ainda não com cariz reivindicativo. Mas também
neste caso, o tempo de vida desta associação foi relativamente curto, pois em 1852 viria
a surgir, também em Lisboa, em parte através da sua estrutura, o Centro Promotor dos
melhoramentos das Classes Laboriosas, que tinha também na sua concepção os
princípios do mutualismo e da conciliação de classe. Aliás, este ideário de feição
socialista utópico viria mesmo a dominar as mais variadas organizações de
trabalhadores portuguesas, onde a orientação dominante apontava que o caminho seria
“constituir uma sociedade em que o pobre não tem inveja do rico, mas possa vir a sê-lo
pelo seu trabalho e em que o rico não vexe o pobre, mas o protegia fraternalmente”
(Nogueira apud CGTP); assim foi até à Comuna de Paris, em 1871.
Na verdade, a conquista do poder pelo proletariado francês durante 72 dias, e as
profundas alterações que se fizeram em tão curto espaço de tempo, foram um contributo

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enorme para uma viragem de fundo no movimento operário e sindical à escala mundial,
que teve também reflexos em Portugal, nomeadamente ao nível da mudança de
objectivos, que passa a ser agora o derrube do capitalismo e a construção de uma
sociedade nova. “A despeito de todos os seus erros, a Comuna de Paris é o modelo mais
grandioso do movimento operário proletário do século XIX” (Lénine, 1970). Na
verdade, será em 1871 que os trabalhadores portugueses aderem à Associação
Internacional de Trabalhadores – a Internacional – fundada em 1864 por Marx e Engels.
Isto significará profundas alterações ao nível das associações de trabalhadores,
virando-se então o trabalho de propaganda e consciencialização muito mais para a
classe operária, como o propósito de fomentar nestes a consciência de que poderiam
tomar o poder, e não mais apenas com fins mutualistas; bem como a constituição da
Associação dos Trabalhadores da Região Portuguesa, em 1873, precisamente com
objectivos de classe, intensificados pelo aumento do crescimento urbano e pelo agudizar
das contradições sociais, o que acabaria por significar um esvaziamento do Centro
Promotor, dado que a classe operária já não mais se revia na conciliação de classes.
Com efeito, é deste sentimento de tomada do poder que surge, em 1875, o Partido
Socialista, com a ambição de ser o partido dos trabalhadores e da classe operária.
Porém, este objectivo nunca se concretizou realmente, dado que a sua adesão plena ao
regime parlamentar e a concomitância entre uma classe operária esmagadoramente
analfabeta que, por isto, não dava expressão eleitoral ao PS, e o piscar o olho à
burguesia na procura de votos, abdicando assim de alguns dos seus mais elementares
princípios, fez com que cedo este partido caísse no descrédito junto dos trabalhadores,
tal como nos descreve Manuel Joaquim de Sousa (1976):

“Durante algum tempo o partido deliberou abster-se das lutas


eleitorais, embora alguma vez o Comité Central deliberasse ir às urnas,
contrariando a vontade do próprio partido, que manteve a abstenção, após
prévia consulta. Mas veio o terceiro congresso (1879), e o partido proclama-
se francamente eleitoral e parlamentar. A acção socialista dos operários
portugueses foi, assim, fenecendo-se, esterilizando-se, e o indiferentismo foi
tomando as massas. A “força vigorosa” que a constituição do partido veio
trazer foi, pois, absolutamente negativa”

De facto, este foi um factor essencial para mais uma viragem aguda nas
características do movimento sindical português que, à semelhança do que ocorria na
Europa, se desiludiria então com partidos como o PS, e abria espaço para o crescimento
avassalador da doutrina anarquista. Aliás, tanto assim foi que, em 1891, quando é

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reconhecida personalidade jurídica às associações de trabalhadores, se verifica uma
estrondosa massificação destas, onde a crescente influência dos anarquistas era
sinónimo duma cada vez mais ténue presença de membros do PS, que se perdia em
quezílias internas que levavam ao afastamento de cada vez mais militantes, quer para o
Partido Republicano, quer para as múltiplas organizações anarquistas. Algo que se
sentirá crescentemente nos anos seguintes, nomeadamente na criação da Federação de
Associações de Classe, em 1891, primeiro passo para a unidade orgânica dos
trabalhadores, dado vigorar o princípio da unicidade sindical; mas também aquando da
reacção aos dramáticos acontecimentos de Chicago, que estarão na origem do primeiro
1º de Maio, em 1886, e à reivindicação de dum horário laboral de 8 horas diárias.
E é assim que, fruto da inspiração francesa e lavrando na desilusão portuguesa,
como nos relata Victor de Sá (1981), nascerá uma nova corrente ideológica e de acção:
o sindicalismo revolucionário.

“O sindicalismo revolucionário ou anarco-sindicalismo vai exercer


uma grande influência no movimento operário, tanto em França como na
Península Ibérica. Entra em choque com a corrente meramente doutrinária
do Partido Socialista Português, que entretanto adoptara posições de
oportunismo político...”

Assim, esta era uma corrente que rejeitava os partidos políticos, defendendo que a
tomada do poder por parte do proletariado deveria ser feita à parte e mesmo contra
estes. Para tal, no Congresso Sindical e Cooperativista, em 1909, o caminho apontado é
o da criação de associações de classe ou sindicatos profissionais, formando federações
regionais e nacionais, bem como outras estruturas de interligação, para que fosse
possível criar uma Confederação Nacional.

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2.2 – Da 1ª República ao Estado Novo (1910 – 1926)

É, então, num contexto misto de desnorte e descontentamento que as forças


republicanas potenciarão a vontade de mudança sentida pela classe operária para terem
o seu apoio. E tanto assim é que, a 5 de Outubro de 1910, a Monarquia acabará mesmo
por cair, dando lugar a uma República cheia de promessas e esperanças de melhoria da
qualidade de vida para os trabalhadores.
Porém, se grandes eram as promessas, maior foi a desilusão, pois, uma vez no
poder, o Partido Republicano apenas se limitou a aprofundar as políticas de
intensificação da exploração que vinham sido desenvolvidas na Monarquia.
Assim, gera-se um clima de desconfiança do poder político, um sentimento
alicerçado no irredutível facto que por muito que mudassem os partidos, as políticas
praticadas eram sempre as mesmas – as de exploração dos trabalhadores. Como é
natural, esta conjuntura apenas favorecia mais o ideário de sindicalismo revolucionário,
de inspiração bakuniniana, tendo “repudiado sistematicamente o envolvimento em
problemas partidários e eleitorais” (Trindade, 1989).
Com efeito, a partir de 1911 assiste-se a uma transformação tanto na estrutura como
na linha de acção do movimento sindical, para o adequar mais à nova linha ideológica
que o presidia. Na verdade, se na alteração de estrutura se privilegiava a concertação de
esforços por forma a melhor atacar o patronato, já nas linhas de acção dá-se maior
relevo à acção directa e de surpresa, tentando contornar os mecanismos repressores quer
do Estado, quer do patronato.
Em face disto, e temendo o poder que teria um movimento sindical realmente
organizado junto das bases, o governo republicano toma medidas de tal forma drásticas
que quem lhe presidiu até 1914, Afonso Costa, ganha mesmo a alcunha de racha
sindicalistas, dada a perseguição que promoveu ao movimento sindical e, mais
concretamente, aos seus dirigentes; ora usando a imprensa para apelidar os sindicalistas
de restauradores da monarquia, ora simplesmente encarcerando activistas sindicais.
De facto, neste contexto em que “A calúnia era a principal arma do governo para
deter o movimento reivindicativo” (CGTP, 1977), assistiremos a um natural
enfraquecimento do movimento sindical de classe, abrindo tanto espaço para as
tendências reformista e socialista, que estas decidem convocar, através da Federação
Operária de Lisboa, um Congresso onde procurariam tomar as rédeas do movimento
sindical. Este Congresso, que se realizou em Março de 1914, ficará famoso na história

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de Portugal pela decisão que sairia de constituir a União Operária Nacional, embrião da
Confederação Geral do Trabalho. De facto, este seria um avanço extraordinário, já que
não só se conseguia uma unidade à escala nacional, como os socialistas saiam
totalmente derrotados:

“A criação da UON em 1914 vem, por um lado, afirmar ascensão de


anarquistas e sindicalistas revolucionários e, por outro, liquidar de vez o
papel do Partido Socialista como partido de vanguarda das massas
trabalhadoras.” (Noronha, 1993)

Porém, e apesar de todos os progressos ao nível interno, o movimento sindical


português encontrava-se ainda muito desorganizado e demasiadamente permeável à
influência de oportunistas, exemplo claro disso é, quando confrontado com a entrada de
Portugal na guerra e uma insustentável queda vertiginosa das condições de vida, o
apoiar de um golpe fascista promovido, em 1917, por Sidónio Pais.
Na verdade, dois anos mais tarde, aquando da queda de Sidónio, opera-se na CGT
uma fusão entre tendências anarquistas e sindicalistas revolucionárias, dando origem ao
anarco-sindicalismo. No entanto, o facto de na Rússia o proletariado ter, em Outubro de
1917, tomado o poder organizado num partido de classe de novo tipo, o que leva a um
cada vez mais intenso chorrilho de dúvidas acerca da auto-suficiência do sindicalismo,
implantando-se progressivamente a ideia de que era necessário um

“apoio político, de um partido revolucionário da classe operária que


reunisse à sua volta esse descontentamento e o transformasse num acto
político insurreccional, do qual resultassem o derrubamento do Governo dos
capitalistas e a sua substituição por um Governo de coligação popular”
(Gonçalves, 1969),

ideia que tomaria corpo na reestruturação do entretanto criado Partido Comunista


Português, quando em 1923, este assume as teses leninistas e passa a considerar-se
marxista-leninista.
Com efeito, esta desagregação no seio do movimento operário e sindical português,
viria a ter o seu auge ainda no ano de 1922, dado que é por esta data que surgem a III e
IV Internacionais, organizações de confrontação mútua, e que significarão uma cisão,
quer à escala internacional, quer à escala de Portugal. De facto, a criação da IV
Internacional (AIT – de influência anarquista), é motivada por um forte sentimento
anti-revolução bolchevique, revolução esta que a III Internacional (ISV – de influência

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comunista) defendia. Isto terá consequências horríveis para o crescimento do
movimento sindical, para a sua ligação às bases e, sobretudo, para a sua capacidade de
resistência: o patronato.
Aliás, tanto assim é que as “guerras” entre comunistas e anarquistas permitirão de
tal modo o ganhar de terreno por parte das forças conservadoras, que em 1926 será
desencadeado um golpe assumidamente fascista, face ao qual o movimento sindical não
conseguiu dar uma resposta tão eficaz quanto necessária.

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2.3 – O Estado Novo (1926 – 1974)

Em 1926, não só em Portugal como um pouco pela Europa fora, assistir-se-á a uma
ascensão vertiginosa de forças assumidamente fascistas. No caso português, como
acima se dá a entender, esta ascensão foi amplamente facilitada pela desorganização
total em que o movimento sindical se encontrava, disto é bom exemplo a tentativa de
realização de uma revolta simultaneamente em Lisboa e Porto, mas que acabou por
ocorrer com dez dias de diferença de uma para a outra! É nas palavras de Ramiro da
Costa (1979) que encontramos uma excelente caracterização deste duro e penoso
período da vida do movimento operário:

“... o movimento operário decapitado e desorganizado, depois de


1926, vai seguir em parte as tentativas golpistas. O revilharismo é uma
ideologia burguesa que penetra na vanguarda do movimento operário(...).
Ele corresponde à dominação do movimento operário pela burguesia e a sua
subordinação às acções daquela”

De facto, este será um factor de principal importância, pois permitirá ao fascismo


uma institucionalização progressiva, que se traduzirá no restringir das liberdades
individuais, de uma forma geral, e no ataque cerrado aos direitos sindicais, e que
culminará com a Constituição de 1933, em que, entre outras coisas, se proíbe o direito à
greve, e se limita a possibilidade de organização dos trabalhadores a organizações
corporativas. Por forma a dar letra de lei a estas intenções já expressas na Constituição,
o fascismo produzirá, também em 1933, o Estatuto do Trabalho Nacional, documento
em que era ainda mais evidente o fomentar da cultura da harmonia de classes,
apresentando-a como uma “complementaridade «filosófica» entre capital e trabalho, por
contraposição à luta de interesses (ou de classes)” (Reis, 1994 ), sendo o sindicato visto
“como instrumento do corporativismo, sendo posta em evidência uma elevada
reorganização e união das classes em torno do que se considera serem os interesses
nacionais” (Serrano, 1980).
Deste modo, era agora fácil para o Estado tomar o controlo dos sindicatos, criando
sindicatos meramente consultivos, em que as direcções e estatutos dependiam da
autorização do Ministério das Corporações e Previdência Social, e simplesmente
pulverizando os outros. Porém, não satisfeito com a repressão institucional, o Estado
promovia também o espancamento e homicídio dos dirigentes sindicais mais destacados
na luta contra a fascização dos sindicatos.

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Em resposta a isto muitas foram as iniciativas de libertação, mas todas acabaram por
sair invariavelmente goradas. No entanto, e apesar de também ter sido derrotada,
merece destaque uma delas, não só pelo impacto que causou no momento, mas também
porque será sinónimo de uma viragem ideológica no movimento sindical: o 18 de
Janeiro de 1934.
Com efeito, esta resposta quase imediata ao encerramento dos últimos sindicatos
livres “pretendeu ser, como se sabe, uma greve geral revolucionária, para que não
estavam criadas as condições indispensáveis a um eventual êxito” (Vitoriano, 1995), daí
que tenha falhado. Mesmo tendo em conta a heróica resistência de horas dos
trabalhadores na Marinha Grande (local onde teve maior impacto) e a importância
política da resposta ao fascismo, este golpe acabou por apenas dar o pretexto perfeito ao
fascismo para desencadear a perseguição e chacina de dirigentes sindicais, que de outra
forma não teria tanta aparente legitimidade para realizar.
Porém, acabou por ser também uma aprendizagem frutífera para o movimento
sindical, pois é a partir deste momento que se abandonam por completo os métodos
golpistas de influência anarquista, e se opta pela constituição de um movimento de
massas, consequente e esclarecido.
Assim, de início opta-se pela constituição de sindicatos clandestinos, que apesar de
terem muita adesão, acabam por cair no descrédito junto dos trabalhadores dada a sua
inoperância e inércia. Daí que se tenha, mais tarde, entendido no seio do movimento
sindical que o caminho não seria criar uma corrente alternativa, mas sim procurar uma
corrente que se impunha como única (apesar da oposição da CGT, agora reduzida a uma
cúpula de dirigentes sem base). Mas a estratégia de tomada progressiva do poder e
conquista de algum espaço democrático não ficava por aqui, já que, ao mesmo tempo
que se infiltravam nos sindicatos fascistas, os trabalhadores de sentido democrático
constituíam, empresa a empresa, as comissões de unidade, por forma a conseguir travar
lutas contra o patronato fora da égide perniciosa dos sindicatos fascistas.
É neste contexto que surge o ano de 1944, em que, face à derrota do fascismo à
escala internacional, o Estado Novo, se vê obrigado a dar uma aparência de abertura
democrática, que é o que faz ao permitir (excepcionalmente) a realização de eleições
livres nas estruturas sindicais, de onde surgirão um conjunto assinalável de sindicatos
em que os trabalhadores vão, de facto, tomar o poder, destronando o aparelho fascista,
que, diga-se, cedo voltou a reconquistar essas posições, recorrendo aos mais hediondos
métodos de afastamento de dirigentes sindicais.

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Porém, isto não invalida que não se reconheça nos anos que mediaram 1941 e 1949
um extraordinário período de riqueza de luta antifascista, algo possibilitado pela entrada
de uma concepção de frentismo na abordagem ideológica do movimento sindical que,
apesar de não ter encontrado eco no plano político-partidário, significou, no plano
unitário, a criação do Movimento de Unidade Democrática (bem como o MUD Juvenil).
Este foi precioso instrumento de trabalhadores e estudantes, que a partir de 1945,
permitirá uma forte oposição ao regime fascista, o que, leva à sua ilegalização no ano de
1948.
Apesar disto, a resistência continua a crescer, e juntamente com o crescimento do
operariado, assistir-se-à, na década de 50, durante a campanha de Humberto Delgado
(algo só possível devido à mobilização de milhares de trabalhadores) a um Congresso
de Trabalhadores Antifascistas (em 1958).
Já depois da morte política de Salazar, em 1968, Marcello Caetano encetará, fruto da
pressão interna e externa, uma pretensa democratização sindical, que mais não era do
que um alterar de táctica para, no entanto, manter o jugo sobre os trabalhadores. Porém,
como refere Ramiro da Costa (1995), a implementação da contratação colectiva e da
liberdade de reunião apenas virá propiciar o crescimento do movimento sindical, que
assim voltará às mãos dos trabalhadores antifascistas, criando uma dinâmica de
organização e protesto, que nem as tentativas de retorno à mais dura legislação fascista,
encetadas por Marcello em 1970, conseguirá parar. Neste quadro, não é de somenos
assinalar um dos mais importantes momentos da história do movimento sindical
português como é o nascimento da Intersindical Nacional, a futura Confederação Geral
dos Trabalhadores Portugueses, em Outubro de 1970, em Lisboa.
De facto, a partir deste momento a luta não mais recuaria até à vitória sobre o
fascismo e a conquista da democracia: o 25 de Abril de 1974!

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2.4 – Do 25 de Abril às perspectivas de futuro (1974 – -)

Neste sub-capítulo está, provavelmente, a parte mais complexa de todo este


trabalho, dado que a partir da década de 80 as referências históricas passam a ser cada
vez menos, sendo cada vez mais vasta a bibliografia que remete para opiniões e teses
sobre o futuro do movimento sindical.
Na verdade, este período histórico não delimitado inicia-se na fase mais conturbada
e de maior crescimento do movimento sindical da história recente do nosso país: o
Período Revolucionário em Curso (PREC) que vai desde 74 a 76 – “o PREC criou a
imagem de um movimento sindical forte, ofensivo e mobilizador” (Stoleroff, 1995).
Neste tempo, Cerdeira e Padilha (1989) afirmam que o movimento sindical português
viveu a sua fase unicitária, já que apenas se reconhecia a existência de uma
Intersindical, a CGTP, dentro da qual caberia aos trabalhadores definir qual o rumo e
conteúdo que queriam para o futuro da única organização que falaria em seu nome.
Deste modo, verificava-se uma muito maior coesão dentro do movimento sindical que
alguma vez se tinha presenciado, factor essencial, por certo, para a concretização de
imensas vitórias, como a existência do salário mínimo, o alargamento de período de
férias pagas para 15 dias, a regulamentação da licença de maternidade, a criação de
incentivos à participação no movimento sindical, a atribuição do subsídio de
desemprego, entre outras.
Porém, houve “grande polémica sobre a unicidade sindical, desencadeada e
alimentada, sobretudo, pelo PS” (Antunes, 1975), pois era exigida uma democratização
sindical, leia-se, a possibilidade de existir mais do que apenas uma intersindical
nacional. Assim, este período de “democracia sindical” (Cerdeira e Padilha, 1989), que
ainda hoje subsiste, nascerá de um movimento denominado Movimento Autónomo de
Intervenção Sindical ou Carta Aberta que, como o nome indica, resulta do enviar de
uma carta aberta exigindo uma alternativa à unicidade, “princípios da liberdade sindical
tal como esta era proclamada nas convenções da OIT, bem como o pluralismo sindical e
o direito de tendência” (UGT, s.d.) e estará na criação da União Geral dos
Trabalhadores.
De facto, será, grosso modo, esta a disposição de organizações sindicais que chegará
aos nossos dias, em que a CGTP continua a deter largamente mais associados do que a
UGT, mas em que ambas disputam o mesmo terreno na procura de sindicalizar nos seus
sindicatos cada vez mais gente, gerando-se mesmo um clima de mini-guerrilha.

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Com efeito, as acções mais marcantes das últimas duas décadas e meia foram as 4
greves gerais ocorridas em 1982 (duas), em 1988 e em 2003, todas elas convocadas pela
CGTP para fazer face ao retirar de direitos consagrados pela revolução de Abril, de
onde ressalta a última, a greve geral de 10 de Dezembro de 2003, contra o Pacote
Laboral do Governo de Durão Barroso, que a UGT acabou por subscrever em nome dos
trabalhadores, permitindo a sua implementação.
Perante isto, é forçoso fazer um paralelismo histórico e questionar se a UGT não
desempenhará, hoje, o papel que na 1ª república coube ao Partido Socialista que,
tentando agradar a todos, dos proletários à média burguesia, falando em nome dos
trabalhadores, acabava, invariavelmente, por subscrever as políticas mais prejudiciais
para os que dizia representar. Esta poderá ser apontada como a raiz da crise, da
desilusão e de algum descrédito no movimento sindical, já que os trabalhadores têm de
estar atentos, não só ao que o patronato procura fazer, como não pode sequer confiar no
que os representantes de alguns trabalhadores podem vir a fazer em seu nome.

“Não é mais possível conseguir-se um movimento sindical forte e


coeso enquanto estruturas (sindicatos) e órgãos (dirigentes) lutam entre si
dentro da mesma empresa ou sector, pela mesma «camisola», em larga
medida o sindicalismo corre o risco de existir fundamentalmente fora do
local de trabalho, e é sabido que em muitos locais não existe uma efectiva
sindicalização” (José Vitoriano, 1995)

Porém, outros autores apontam outros factores para a tão propalada crise do
sindicalismo, apontando inclusivamente algumas alternativas, para a “renovação do
sindicalismo” (Santos, 1995).
De facto, nesta matéria as opiniões são muito diversificadas, pois se há quem
considere que os sindicatos podem estar condenados à extinção “porque os homens que
os dirigem não têm visão suficientemente ampla” (Noronha, 1993) dado que “a
estrutura dos sindicatos foi-se deixando ultrapassar por uma nova conjuntura laboral e
civilizacional” (idem, 1993), algo que estaria na origem das dificuldades de atracção de
jovens, assistindo-se mesmo a um declínio da sindicalização (Boavida, 2003). Mas há
também quem encare a questão com outra ponderação, admitindo que a sindicalização e
o nível de participação “possa ser fundamentalmente influenciada pelo grau de
liberdade que o empregador lhe permite” (Stoleroff, 1995), o que coloca a questão da

14
crise do sindicalismo como muito difícil de dar uma resposta, dado não haver termo de
comparação na ampla e diversificada história de Portugal.

“Seria necessário identificar um período prévio durante o qual o


sistema de regulação tivesse em estabilidade e a que se possa fazer uma
comparação para falar de crise e não de mudança ou declínio relativo”
(Stoleroff, 1995),

parecendo claro, no entanto, que a tendência dos últimos anos tem sido a de crescimento
da sindicalização nos sectores dos escritórios e descida na indústria, o que leva à
discussão sobre os benefícios da fusão de sindicatos representativos de sectores em
declínio (Stoleroff e Naumann, s.d.)
Apesar disto, a verdade é que hoje o capitalismo começa a assumir diferentes formas
daquelas que tinha, transnacionalizando empresas, deslocalizando empresas e sectores
produtivos de um extremo do mundo para o outro na busca de mais lucro, recorrendo
cada vez mais e mais a artifícios de capital financeiro para ludibriar os trabalhadores, o
aumento da precariedade do trabalho, bem como do desemprego; factores estes que
concorrem necessariamente, não só para uma muito menor sindicalização, como para a
necessidade emergente de readaptação por parte do movimento sindical a estas
transformações, tal como UGT e CGTP se aperceberam, levando a que em 1983 e 1993,
respectivamente, acabassem, por aderir à Central Europeia de Sindicatos (Costa, s.d.).
Mas deverá “o movimento sindical (...) articular-se com os outros movimentos
sociais(...)” (Santos, 1995), e hipotecar o seu cunho de classe, abdicando assim, por
exemplo, da tomada do poder com vista à extinção do sistema capitalista? Será correcto
considerar que a alternativa a um “sindicalismo globalizado” (Costa, 1997), o que quer
que isso signifique em termos concretos, é a morte do movimento sindical?
Como é óbvio a resposta a estas perguntas em muito depende das nossas premissas,
do nosso entendimento da realidade e daqueles que entendemos deverem ser os
objectivos do movimento sindical; é naturalmente diferente a visão reformista de
“capitalismo civilizado”(Santos, 1995), que entende que o movimento sindical como
apenas mais um acrescento a uma luta geral pelo atenuar das contradições de base do
sistema capitalista, da concepção revolucionária de “construção de uma sociedade mais
justa e fraterna sem exploração do homem pelo homem” (CGTP-IN, s.d.), mas quanto a
qual a melhor, apenas o futuro o poderá dizer, confirmando algumas teses e derrotando
outras.

15
3 – Descrição pormenorizada do processo de pesquisa

A partir do momento que escolhi o tema do meu trabalho (história do movimento


sindical português), procurei de imediato concentrar-me na formulação de um índice
provisório que me impedisse de possíveis (e prováveis) desvios do essencial, dado que
neste tema, como a seguir clarificarei, biografias, estudos de caso e teses focando
aspectos muito particulares é algo de muito comum.
Deste modo, optei por recorrer preferencialmente a fontes fiáveis como são os livros
e as revistas científicas (no plano da literatura impressa), a literatura cinzenta, como
sejam artigos ou teses de autores de referência, como me havia indicado o docente da
cadeira (como Hermes Costa, Elísio Estanque, Alan Stoleroff ou Boaventura Sousa
Santos, entre outros) – ainda que estes me tenham sido úteis apenas em curta parte do
trabalho – e, finalmente, a páginas da Internet, recurso que usei apenas como
complemento e não como essencial na realização do trabalho, dada a insuficiência de
informação neste campo, apontando sobretudo para as páginas da CGTP, da UGT e da
Associação Portuguesa de Sociologia, à qual consegui aceder a actas através apenas do
google, pois por via directa estas eram interditas.
Com efeito, as palavras-chave que nortearam toda a minha pesquisa foram:
“sindicalismo”, “movimento sindical”, “história”, “Portugal” e “luta de classes”. Quer
pesquisando com cada uma individualmente, quer cruzando-as em formulários de
bibliotecas ou através de operadores boleanos, quando pesquisava na internet.
Na verdade, iniciei a minha pesquisa na biblioteca da Faculdade de Economia da
Universidade de Coimbra, pesquisando no catálogo da biblioteca em assunto por
<sindicalismo>, o que me deu 130 registos, percebendo eu que teria de ser mais
específico, se quisesse ser conclusivo; pesquisei então por palavra <sindicalismo> e por
palavra <Portugal>, e dos 32 registos que me surgiram resolvi apenas recorrer a 5, dado
que passando os olhos pelos restantes (excepto os estudos de caso, que excluí à partida),
me pareceram muito pouco sintéticos dado os objectivos e o tempo disponível para a
realização deste trabalho, daí que tenha apenas consultado: Os desafios da globalização
ao sindicalismo: contributos para uma perspectiva portuguesa, tese de mestrado do
Professor Hermes Costa (1997), O sindicalismo em Portugal de Manuel Joaquim de
Sousa (1976), Anarquistas e operários: ideologia, ofício e práticas sociais: o
anarquismo e o operariado em Portugal, 1900-1940, de João Freire (1992), As
estruturas sindicais portuguesas: uma análise evolutiva 1933 a Abril 1987 – volume 1 –

16
de Maria da Conceição Cerdeira e Maria Edite Padilha (1989) e Sindicalismo: que
futuro? de Mário de Noronha (1993). Pesquisei ainda por assunto <luta de classes> e
palavra <Portugal>, mas nenhum dos seis registos me pareceram relevantes. Ainda na
FEUC, pesquisei manualmente (pois não existe hoje um catálogo informático!) a revista
científica Análise Social, porém não encontrei qualquer artigo que achasse meritório de
inclusão neste trabalho.
Então, decidi dirigir-me ao Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade
de Coimbra, local onde, devo dizer aqui pois em mais nenhum espaço tenho hipótese,
foi estrondosamente bem recebido, tendo todos os funcionários demonstrado uma
disponibilidade e simpatia imensas e até inesperadas. Aí, pesquisei no formulário da
base documental por assunto <sindicalismo> e palavra <Portugal>, mas cedo percebi
que os 88 registos que se me apresentavam tinham tanto de interessante como de
possibilidades de me perder do essencial, daí que tenha pesquisado por assunto
<sindicalismo>, palavra <Portugal> e palavra <história>, tendo encontrado 2, dentre os
23 registos de resultado, que me interessaram particularmente Evolução do movimento
operário e do sindicalismo em Portugal de Victor de Sá (1981), Elementos para a
história do movimento operário em Portugal - 2º volume – de Ramiro da Costa (1979),
e um que me viria e interessar mais tarde por recomendação na CGTP, Palavras
necessárias de Bento Gonçalves (1969), livro que li na transversal mas que ofereceu
uma perspectiva diferente de todas as outras sobre a história do movimento sindical até
1926. Depois desta pesquisa, resolvi pesquisar por palavra <história> e palavra
<intersindical>, com esperança de encontrar um relato da história da CGTP ou da UGT,
mas dos 3 registos reportados o único de relevo foi o artigo Intersindical: uma viragem?
de Albertino Antunes (1975), da revista Vida Mundial, 1882.
Perante esta já ampla pesquisa faltava-me ainda, no meu entender, uma síntese da
história do movimento sindical português, dado que nada havia encontrado ainda em
parte alguma, daí ter-me dirigido à Biblioteca Municipal de Coimbra, local onde
pesquisando por assunto <sindicalismo> obtive catorze registos, dos quais aproveitei
apenas um: Agir contra a corrente de Manuel Carvalho da Silva (2002).
Assim, dada a insuficiência de algo que me parecia fundamental – uma compilação
da história do movimento sindical – decidi dirigir-me a Lisboa com 2 objectivos: i) ir à
sede Nacional da CGTP; ii) ir ao Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas
(ISCSP), da Universidade Técnica de Lisboa, onde, pelo que me tinha sido dito,
leccionavam uma cadeira denominada “História do Movimento Sindical”. E assim o fiz,

17
e se na CGTP me receberam extremamente bem, facultando uma publicação da
Intersindical, História do Movimento Sindical – Das origens à actualidade (1976), bem
como uma cópia integral de um número da revista Vértice, 68, dedicado precisamente
ao sindicalismo, obras que me foram extremamente úteis que se poderá constatar
durante a leitura do trabalho, já no ISCSP passou-se exactamente o contrário. De facto,
ao dirigir-me à secção de alunos (algo do género secretaria) do referido instituto foi-me
negado aceder a qualquer bibliografia, sebenta ou programa de qualquer cadeira em
geral, e da que procurava, em particular, com o argumento de que era material “de
acesso reservado aos estudantes” de lá, algo incompreensível na minha concepção de
sociedade, tendo em conta que o que se passou não foi mais do que uma pobre
demonstração de corporativismo e lógica concorrencial dentro do mesmo sistema
público de educação – algo que merece uma profunda reflexão.
A título de nota, refiro apenas que na minha ida a Lisboa me dirigi também à sede
da FENPROF, mas sem resultados práticos, e que na concepção deste trabalho recorri
também ao livro O Estado e a Revolução de Lénine (1970), que já havia lido por
interesse pessoal, mas que por ser referido noutras obras entendi por bem citar.
No que toca à pesquisa da internet, de cariz meramente complementar dadas as
insuficiências deste recurso, optei por iniciar a minha pesquisa no google onde a
introdução de <+sindicalismo +Portugal +história> obteve 697 resultados, de retirei
alguns elementos para o trabalho; pesquisei então, ainda no google , por <+sindicalismo
+Portugal +futuro>, obtendo 640 resultados, muitos dos quais semelhantes aos da
pesquisa anterior, para finalizar a busca neste motor procurei por <+sindicalismo +"luta
de classes">, obtendo 152 resultados. Então, passei a pesquisar no decidi pesquisar no
altavista, e pesquisando exactamente com os mesmos termos os resultados verificaram-
se um pouco diferentes: no 1º caso foram 1002, no 2º 1262, e para o 3º 378; deixando
clara a maior capacidade de pesquisa deste segundo motor de pesquisa, algo a que
poderá não ser indiferente o alinhamento ideológico do google (estudado nesta cadeira),
e que condicionaria também, por certo, o facto de entre um e outro a ordem de
resultados apresentados (em casos em que se repetem de um para o outro) ser bem
diferente.
Por forma a melhor armazenar e organizar informação criei uma pasta nos
‘Favoritos’ só para páginas ligadas a este trabalho, dando também instrução de permitir
aceder-lhes mesmo estando off-line (algo particularmente importante quando a ligação à

18
Internet de que dispomos é apenas de 56 Kbps e o tarifário é bem diferente do dia para a
noite), de modo a que estivesse sempre acessível o que quer que precisasse.
Em jeito de conclusão limitava-me a assinalar que o mais complexo deste trabalho
foi, sem dúvida, a triagem de informação, acabando muita dela (provavelmente
importante) por ficar para trás, tendo feito o esforço por cruzar o máximo de fontes
possível, nem sempre tal se verificou viável ou possível. De qualquer modo, creio estar
a apresentar um trabalho de boa qualidade, fiável e credível dadas as suas fontes e o
processo que levou à sua pesquisa.

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4 – Ficha de leitura

Título da publicação: Agir contra a corrente: reflexões de um sindicalista


Autor: Manuel Carvalho da Silva
Local onde se encontra: Biblioteca Municipal de Coimbra
Data de publicação: Outubro de 2002
Edição: 1ª
Local de edição: Porto
Editora: Campo das Letras
Título do capítulo: “Os trabalhadores e os movimentos sociais hoje”
Cota: SE 32 SIL/M
Nº de páginas do capítulo: 13
Assunto: O futuro do sindicalismo à luz da globalização
Palavras-chave: movimentos sociais, globalização, sindicalismo, capitalismo
Data de leitura: 28-12-2004
Observações: Nenhuma a registar

Notas sobre o autor

Manuel Carvalho da Silva, autor desta obra, é figura preponderante na actualidade


na sociedade portuguesa, Coordenador-Geral da CGTP, goza dentre os trabalhadores
portugueses, em particular, e a sociedade, em geral, de uma simpatia elevada, dado ser a
sua voz na maioria dos momentos de crise, dificuldade ou ofensiva a direitos
consagrados. Doutorado em Sociologia, combina a experiência do mundo laboral com a
sapiência académica, algo porque é amplamente reconhecido até dentre os sectores que
lhe são mais hostis.

Resumo
No capítulo analisado, que não tendo nunca sido citado no decorrer do presente
trabalho, muito contribuiu para a formação da minha opinião, o autor analisa as
repercussões do processo de globalização não só nos direitos dos trabalhadores e
cidadãos, como abre perspectivas para uma organização e estruturação da luta numa
abordagem diferente da que temos hoje, algo que poderia ser resumido a: a uma ameaça
global, exige-se uma resposta global.

20
Estrutura

Num primeiro momento do texto o autor procura demonstrar como a


globalização trouxe importantes alterações a todos os indivíduos do planeta, algo que é
tão evidente, quanto o facto de agora, com este processo, serem poderes não-eleitos os
que mais se impõem nas sociedades, ditando os seus rumos; algo tanto mais agudizado
desde a queda do muro de Berlim e a conquista de posição hegemónica em quase todos
os campos pelos Estados Unidos da América, o que se viria a repercutir num aumentar
das contradições sociais que, ainda assim, não foi acompanhado pelo elevar da
mobilização ou sequer da consciência social.
Na verdade, a globalização trouxe consigo, no dizer de Carvalho da Silva, avanços
científicos imensuráveis, uma difusão extraordinária dos meios de comunicação e uma
adequação dos sectores produtivos e dos mercados de cada país a um sistema de trocas
planetário. Porém, para os povos isto apenas significou mais distanciamento face à
vanguarda económico-social do Mundo, pois nada disto lhes foi verdadeiramente
acessível, significando apenas um aumento de servilismo face à cada vez maior
obsessão do lucro. Com efeito, este processo que disseminou consequências nefastas um
pouco por toda à parte (geográfica e socialmente falando), potenciou também a
emergência de novos movimentos sociais de contestação a esta nova ordem mundial,
em que os Estados colocam os sectores fundamentais dos seus alicerces na mão de
privados como se de negócios se tratasse, alastrando a obsessão do lucro à saúde,
educação, etc.. Surgem, assim, fenómenos de deslocalização de empresas, fragmentação
de sectores produtivos, alastração do assalariamento, aumento da participação das
mulheres no mundo laboral, e grandes migrações.
Neste processo são coniventes as organizações internacionais como as Nações
Unidas ou a Organização Mundial do Comércio, cujo trabalho e opinião apenas
legitimam a ordem dominante, porém, agora de forma ainda mais grave, dado que, ao
nível da guerra, por exemplo, todos os conflitos envolvem, potencialmente, todos os
povos do Mundo, desde que os EUA assim queiram/necessitem, e ao nível laboral, a
OMC está agora à vontade para ignorar tudo de social com que se comprometera.
Num segundo momento, o autor tentará caracterizar a resistência global a esta
ofensiva global, percorrendo superficialmente a dinâmica e o cruzamento de diferentes
movimentos sociais, cujas disputas e quezílias diz não achar produtivas, fazendo a
apologia da fusão dos diversos movimentos (com preservação da identidade própria)

21
num movimento geral. Assim, cabe ao movimento sindical uma adequação aos novos
tempos, formando cadeias de solidariedade e aliança que, considera, têm grande
potencial mobilizador e reivindicativo. Nunca esquecendo, no entanto, o papel central
do trabalho, pois concentra em si todas as dimensões que os efeitos da globalização
produzem (dos económicos, passando pelos sexuais e muitos outros, até aos
ecológicos), algo que deve ser valorizado pelo movimento sindical, pois oferece
múltiplas possibilidades de constituição de uma ampla plataforma.
Num terceiro, e último momento, um pouco também em jeito de síntese do que
escrevera antes, Carvalho da Silva, analisa um pouco mais em profundidade o
movimento sindical, alegando que a sua renovação passa pela defesa de uma sociedade
diferente daquela que o capitalismo produziu, mas para isto, cabe aos sindicatos
responder correctamente às ofensivas de um sistema que favorece o dispersar dos
objectivos e actores da luta, à excessiva institucionalização que representam, ao esvaziar
do poder político como alvo, ganhando força o “invisível” poder económico, que trata
cada vez mais os trabalhadores como apenas mais uma peça de uma qualquer
engrenagem, precarizando os seus vínculos e sonegando referências a direitos nas leis
laborais.
Assim, é em face disto que a luta no futuro se afigura como muito difícil, dada a
complexidade de uma reivindicação como a existência de uma ética laboral, coordenada
ao nível local e internacional, sem lógicas corporativas, numa solidariedade fortificante
e honesta, para dar resposta às intenções de patrões (que são os verdadeiros timoneiros
do barco político europeu) e exigir da OMC cláusulas sociais. Este é o desafio do
futuro.
No meu entender este texto apresenta-se bem construído, fornecendo ao leitor uma
esclarecedora visão sobre algumas das consequências do processo de globalização,
nomeadamente, no campo laboral. Porém, no meu entender, peca por ser um tanto ou
quanto confuso e ingénuo (penso que é mesmo a expressão mais adequada) na sua
análise, nomeadamente, quando o autor refere o virar da luta contra a OMC, parece
menosprezar o facto dessa ser uma organização do patronato, sendo a sua função de
classe explorar os trabalhadores, daí que a única forma eficaz de parar os seus efeitos é
através da consagração de legislação laboral e económica que proteja a soberania de
cada Estado; outra questão prende-se com a luta ser entendida como global, visão da
qual discordo, pois se é verdade que, por exemplo a UE, não é apenas a soma dos países
que a constituem, também é verdade que só a cada país cabe a decisão de adoptar as

22
directivas europeias, ou mesmo de pertencer à União Europeia; parece-me, ainda,
ilusório que o desvanecer do poder político em virtude do económico seja significado de
uma necessidade de viragem no alvo ou no conteúdo das reivindicações, entendo
mesmo que este facto faz com que as reivindicações sejam cada vez mais dirigidas ao
poder político, nem que para serem ouvidas seja preciso uma viragem revolucionária da
sociedade que recoloque o poder político em supremacia relativamente ao poder
económico, por forma a que este segundo sirva os trabalhadores e não o patronato;
finalmente, parece-me também incoerente a abordagem dos restantes movimentos
sociais na criação de uma plataforma de reivindicação, já que em nenhum momento se
clarifica quais serão os objectivos finais, quer do sindicalismo, quer de cada um desses
outros movimentos sociais, e, desta forma, é difícil compreender a viabilidade de tal
opção, já que podemos estar a referirmo-nos a movimentos de interesses diferentes,
contrários ou mesmo antagónicos, cuja procura de um “outro mundo” acabasse, assim,
por se revelar inconsequente.

23
5 – Avaliação de uma página da Internet

No âmbito dos objectivos deste trabalho, optei por avaliar a página da Confederação
Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) <http://www.cgtp.pt/index2.htm> dada a
quantidade de informação que dele se pode retirar.
Na verdade, este é um site cheio de conteúdo, afirmação que uma análise
documental profunda poderá certamente confirmar, pois para além dos 11 menus a que
podemos aceder directamente da homepage todos eles relacionados com o âmbito do
trabalho realizado, ainda que alguns mais explicitamente do que outros, dada a natureza
da informação que apresentam.
Apesar de não ter um autor designado, a presença em destaque do e-mail da CGTP,
o amplo reconhecimento de que esta instituição goza, a presença de múltiplos links,
download de elementos gráficos, de documentos, pareceres, entre outras coisas, dá uma
credibilidade e fiabilidade grandes a esta página. Algo, a que se deve acrescentar a
presença de links de muitas outras páginas para esta e a referência imediata do google.
No que respeita à navegação dentro da página, pode dizer-se que é bastante fluída,
acessível a qualquer computador mais rudimentar e a qualquer utilizador menos
experiente, dado que é gratuita, rápida e disponibiliza mesmo um motor de busca
interno para pesquisa dentro dos conteúdos da página, o que facilita imenso a navegação
quando sabemos do que estamos à procura, mas não fazemos ideia onde possa estar.
Há, no entanto, uma área de “Acesso reservado” próxima de outros menus, quando
consultando o menu “CGTP”, que me parece destoar um pouco do conteúdo aberto da
restante página.
Outro ponto positivo a assinalar é a vastíssima quantidade de informação
disponibilizada na página que, diga-se, se nota ter uma actualização regular com o
colocar das posições públicas da CGTP online assim que elas saem para a rua por outras
vias. Porém, isto pode também representar um problema, já que o excesso de
informação pode criar no visitante uma sensação de estar perdido no meio de um site
enorme, procurando uma agulha num palheiro, algo que o motor de busca interno
permite combater, mas não colmata na totalidade, pois, por exemplo, no âmbito deste
trabalho, ao visitar este site, muitas foram as referências de história que encontrei, mas
nunca uma sobre a história da CGTP enquanto organização, nem mesmo do movimento
sindical português, mas apenas um histórico de acções realizadas pela CGTP desde
1970; algo que, parece-me, é uma falha grave, dado que a mesma organização tem

24
documentos publicados com este conteúdo, bastava, assim, pô-los online. Apesar disto,
sublinho o grau de interesse no enorme conteúdo latente que esta página disponibiliza
acerca das características do movimento sindical português, ou pelo menos, parte
significativa dele.
Concluindo, parece-me que esta é uma página muito bem elaborada, de que faço
uma avaliação positiva, quer pelo contributo que deu ao meu trabalho, quer pelo seu
manifesto funcionalismo para quem quer que a consulte; tendo apenas como referência
negativa a inexistência de uma síntese sobre a história do movimento sindical português
ou, pelo menos, sobre as transformações ocorridas na CGTP desde a sua fundação.

25
6 – Conclusão

No decorrer do presente trabalho, procurei dar a conhecer, o mais


pormenorizadamente possível num trabalho destas características a história do
movimento sindical português, desde o seu passado turbulento até aos não menos
confusos e desafiantes dias de hoje.
Tendo noção de que dificilmente se poderia responder com objectividade e certeza
às perguntas que de início formulei, não espero ter-lhes respondido, mas apenas
contribuído para que outros, quando numa perspectiva retrospectiva possam estudar o
fenómeno de globalização que hoje vivemos, tenham uma visão clara de algumas
perguntas que, não sendo muito comuns, me parecem de elevada pertinência. Porém,
este é também um esforço para que ainda hoje, em tempo presente e útil, se discuta o
movimento sindical e a transformação da sociedade de uma forma mais serena e mais
ligada à realidade sobre a qual tanto se teoriza, esforço que me parece claramente em
défice nos estudos e pensamentos que mais se ouvem e discutem.
Esta foi também a forma de, em jeito de síntese, percorrer uma história que dos seus
primórdios aos dias de hoje não tem assim tantas diferenças, podendo, se calhar, um
atento olhar sobre o passado dar resposta a muitas das questões que hoje parece
insolúveis.

No âmbito dos objectivos da cadeira, penso ter correspondido bem ao que me era
pedido, acabando por realizar, assim, as aprendizagens fundamentais, nomeadamente,
ao nível da aquisição de competências de pesquisa em fontes de informação
diversificadas e no que à formulação de um trabalho científico se refere.
Apesar das dificuldades que encerrou, este trabalho e este tema, considerou ter sido
uma muito proveitosa e gratificante experiência de profunda aprendizagem e convívio
com meios, técnicas e lugares que, de outra forma, provavelmente, permaneceriam
distantes do meu horizonte.

26
Referências Bibliográficas

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Indispensável”. Vértice, 68, 87-92

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24

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Disponível em <http://sapp.telepac.pt/base-fut/oldcartooneng.htm>

29
ANEXO I

Capítulo “Os trabalhadores e os movimentos sociais hoje” do livro Agir contra a


corrente – Reflexões de um sindicalista de Manuel Carvalho da Silva (1998)

30
ANEXO II

Página analisada: CGTP-IN


www.cgtp.pt

31

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