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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI

PRÓ-REITORIA DE PESQ. E PÓS-GRADUAÇÃO - PROP


COORDENAÇÃO GERAL DA PÓS-GRADUAÇÃO – CGPG

ESPECIALIZAÇÃO: Contabilidade Tributária Fisco Contábil


PROFESSOR: Gustavo Steiner
ALUNO: Sérgio Lopes da Silva

Art. 146, III, "d", da Constituição Federal

Teresina – PI
Nov/2010
Art. 146, III, "d", da Constituição Federal

Art. 146, III, d; definição de tratamento diferenciado e favorecido


para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive
regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155,
II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição
a que se refere o art. 239.
Fala o Art. 94, os regimes especiais de tributação para
microempresas e empresas de pequeno porte próprio da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cessarão a partir da entrada
em vigor do regime previsto no art. 146, III, d, da Constituição. (“EC no
42/2003)”.
Enquanto não editada a referida lei complementar, no entanto, vigem
as leis ordinárias em vigor e que disciplinam os benefícios e tratamentos
diferenciados a favor de uns e de outros.
Percebe-se no entanto, que a lei complementar só tratará, em regra,
de normas gerais em matéria de “legislação tributária”, do que se extraem
outras conclusões: O teor da disposição constitucional do art. 146, III, “d”,
que exige lei complementar, não se comunica com o do art. 179, in fine,
que prevê, para aquelas empresas, a “simplificação” de suas obrigações
administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela
eliminação ou redução destas por meio de lei”.
A simplificação da obrigação tributária poderá ser feita pela lei
complementar, mas terá “status” de lei ordinária, podendo, portanto, ser
operada ou modificada por outra lei, diversa daquela, caso contrário seria
vazio a previsão da norma constitucional, e não apenas contradições entre
leis, e quer significar “desburocratização do processo para cumprimento
das obrigações tributárias”, e não “simplificação dos processos de apuração
e lançamento das obrigações tributárias.
O próprio governo federal dá o seu exemplo de contribuição ao publicar no
dia 6 de setembro de 2007, no Diário Oficial da União, o Decreto
Presidencial N° 6.204 que regulamenta o tratamento favorecido,
diferenciado e simplificado às micro e pequenas empresas (MPE’s) nas
contratações públicas da Administração Pública Federal. O citado decreto
regulamenta o capítulo 5º da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.
As medidas do Decreto contribuem para a ampliação da participação das
micro e pequenas empresas nas compras do Governo.
Entre as principais implementações está à determinação para que os
órgãos públicos federais realizem licitações exclusivas para as MPE’s nas
contratações no valor de até R$ 80 mil. O decreto também regulamenta a
possibilidade de reservar até 25% do valor das licitações de bens e serviços
divisíveis em lote para as MPE’s. A medida busca viabilizar a ocupação de
espaços no mercado ocupado majoritariamente por empresas de grande
porte. Outra inovação regulamentada por esse decreto é a preferência para
micro e pequenas empresas quando houver empate em licitações do tipo
menor preço. Elas terão prioridade quando suas propostas forem iguais ou
até 10% superiores à proposta classificada em primeiro lugar. No pregão
esse índice será de até 5%. Em caso de equivalência nos valores
apresentados pelas MPE’s, será realizado sorteio para definir quem poderá
apresentar nova proposta.
Para licitações de valores superiores a R$ 80 mil, os órgãos também
poderão exigir a subcontratação de micro e pequenas empresas. Esse
percentual será obrigatório até 30% do valor da licitação. Percentuais
superiores poderão ser solicitados pelos órgãos públicos no edital, mas não
terão caráter de obrigatoriedade. Essa medida visa possibilitar a
participação desse segmento nas contratações de grande vulto firmadas
junto a grandes empresas, como por exemplo, obras de engenharia.
A empresa contratada será responsável pela padronização,
compatibilidade, gerenciamento centralizado e qualidade do subcontrato.
Porém, o pagamento pelo fornecimento dos bens, serviços ou obras às
empresas subcontratadas (MPE’s) será feito diretamente pelo Governo.
Tanto essa medida quanto a subcontratação e a contratação exclusiva até
R$ 80 mil somente são aplicáveis quando concorrerem na licitação no
mínimo três micro e pequenas empresas. Essas deverão estar sediadas local
ou regionalmente em relação à sede do órgão contratante.
Nota-se claramente que essa medidas têm o objetivo de promover o
desenvolvimento econômico e social nos âmbitos municipal e regional,
ampliar a eficiência das políticas públicas e incentivar a inovação
tecnológica além da possibilidade da geração de novos postos de trabalho.
O decreto 6.204 também flexibiliza as exigências relativas à
comprovação de regularidade fiscal que passará a ser exigida das MPE’s no
momento do contrato com a Administração. Atualmente, a regularidade
fiscal é necessária para participar dos processos licitatórios, com exceção
do pregão eletrônico que já adota esta prática.
Se a micro e pequena empresa tiver alguma restrição na comprovação de
sua regularidade fiscal, terá até quatro dias úteis para a regularização sem a
perda de contrato de fornecimento com o Governo.
As determinações entraram em vigor após 30 dias da data de sua
publicação e valem para os órgãos da Administração Federal Direta,
Autarquias e Fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista
e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União.
Logo primeiro semestre de 2007, as MPE’s responderam por 38% dos itens
de bens e serviços fornecidos e por cerca de 6% do valor das compras do
Governo Federal com este decreto aumentou a significativamente a
participação da micro e pequenas empresas nas licitações federais.
Entre os materiais mais fornecidos pelo segmento estão livros e
folhetos, carnes, aves e peixes, equipamentos e artigos de laboratório, bem
como serviços de manutenção industrial e estudos e projetos.
A expectativa do governo é superar o limite de participação das
micros e pequenas empresas no PIB Nacional que hoje é da ordem de 20%.
Este aumento será conseguido gradativamente, sendo assim uma das
formas mais barata de gerar empregos é estimular a economia das MPE’s
que empregam mais 50% da mão-de-obra formal no país.
Esta é uma lei com intuito real de favorecer as micros e pequenas
empresas

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