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DIREITO TRIBUTÁRIO

I.INTRODUÇÃO

a. Direito Tributário e Direito Financeiro

Para se entender o Direito Tributário é necessário antes conhecer-se um pouco do Direito Financeiro.Este
é o ramo do direito que estuda e disciplina a atividade financeira do Estado que envolve a receita pública, a
despesa pública e o orçamento público. O objetivo último da aplicação deste regramento jurídico é o de
possibilitar ao Estado obter e administrar os recursos necessários ao cumprimento dos fins públicos.
Desta atividade financeira toca ao Direito Tributário estudar e tratar a questão da receita pública de natureza
tributária .
Portanto, define-se o Direito Tributário como o ramo do direito que contém os princípios e as normas
jurídicas que disciplinam a instituição, arrecadação e fiscalização dos tributos.

b. Autonomia Do Direito Tributário

De uma certa maneira não é errado se dizer que nenhum ramo do direito é absolutamente autônomo.Por
conta da unicidade do sistema jurídico verifica-se em várias oportunidades a interdependência entre eles. O
entrelaçamento é indisfarçável, em que pese cada um desejar se afirmar como independente pela busca de
método científico próprio para desenvolvimento de sua especialidade.No mínimo se escoram todos nos
princípios gerais do direito e neste ponto se tocam.
Portanto a autonomia do direito tributário é apenas relativa, vez que faz parte de um sistema jurídico cujos
ramos se entrelaçam. A autonomia que se lhe pode atribuir fica por conta da existência de princípios e regras
próprias especiais com vistas ao tratamento de seu objeto, os tributos.

c. Relações Do Direito Tributário Com Outros Ramos Do Direito.

A autonomia relativa do Direito Tributário mencionada pode ser confirmada na importância do diálogo
que necessita travar com vários outros ramos do direito, a saber:
a)o Direito Constitucional- sem dúvida o mais importante pois é ele que estuda a Constituição Federal de
onde o Direito Tributário retira seus princípios, competências, imunidades, etc;
b) o Direito Administrativo –define a forma como devem se dar as relações entre os cidadãos(sujeitos
passivos) e a administração (sujeito ativo); rege as várias atividades administrativas referentes à
arrecadação e à fiscalização.
c) o Direito Penal – utilizado na tipificação de infrações e crimes tributários, bem como na aplicação de
penalidades;
d) o Direito Processual – oferece auxílio ao regramento da execução fiscal;
e) o Direito Internacional Público – fundamental na elaboração dos tratados e acordos internacionais
aduaneiros;
f) o Direito Financeiro – trata da atividade financeira do Estado de forma mais ampla;e
f) o Direito Privado – provê princípios gerais de direito privado para pesquisa da definição, do conteúdo e
do alcance de seus institutos, conceitos e formas, sem , no entanto, definir os respectivos efeitos tributários
(art. 109 do CTN).

d. Ingressos Públicos: Receitas Públicas Originárias E Derivadas.

Da atividade financeira do Estado interessa ao Direito Tributário apenas aquela que diz respeito à receita
(entrada de dinheiro) definitiva obtida pelo constrangimento do patrimônio do particular por intermédio da
cobrança de tributos (receita derivada). Estão fora de seu interesse as entradas provisórias, como as oriundas de
caução, fiança, empréstimos, que integrarão a receita do Estado por um tempo apenas, e aquelas que, embora
sendo definitivas, têm como origem a exploração do patrimônio do próprio Estado (receita originária). Este é o
caso de receitas que entram para os cofres públicos decorrentes de aplicações financeiras, aluguéis, cobrança de
preços públicos por serviços não-obrigatórios providos pelo Estado (Ex.: passagem de ônibus de empresa da
prefeitura).

II. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ( FONTES FORMAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO)

As fontes formais podem ser extraídas do exame conjunto dos arts. 96 e 100 do CTN, devendo ser divididas
em fontes primárias (ou principais) e fontes secundárias (ou complementares).

A. FONTES PRIMÁRIAS

A Constituição é a principal fonte do Direito Tributário. Desta forma, a lista oferecida pelo art. 96 do CTN,
que elencou como fontes principais ou primárias do Direito Tributário apenas as leis, os tratados e convenções
internacionais e os decretos (CTN, art. 96), precisa ser complementada pelo aparato legal decorrente do
processo legislativo constante do art. 59 da Carta Magna, a saber: as emendas à Constituição; as leis
complementares; as leis ordinárias; as leis delegadas; as medidas provisórias; os decretos legislativos e as
resoluções.

a. Constituição Federal
A Constituição, como primeira e principal fonte, encerra direta ou indiretamente toda a base do Direito
Tributário Nacional. Exclusivamente nela são estabelecidas todas as competências tributárias dos entes políticos
(União, Estados/Distrito Federal e Municípios), razão pela qual é também conhecida como Carta das
Competências.
O capítulo referente ao Sistema Tributário Nacional está inserto na parte da Constituição que lida com a
tributação e o orçamento ( Título VI, Capítulo I).O capítulo é sub-dividido em seções que tratam dos seguintes
temas:dos princípios gerais (Seção I, arts. 145-149); das limitações do poder de tributar (Seção II, arts. 150-
152); dos impostos da União (Seção III, arts. 153-154); dos impostos dos Estados e do Distrito Federal (Seção
IV, art. 155); dos impostos dos Municípios (Seção V, art. 156); e da repartição das receitas tributárias (Seção
VI, arts. 157-161).
A Constituição não cria tributos, apenas descreve os tipos que podem ser criados por lei e a competência
dos entes políticos (União, Estados/Distrito Federal e Municípios) que poderão fazê-lo. A instituição do tributo
é uma faculdade que pode ser exercida ou não, a critério do detentor da competência instituidora.

b. Emendas à Constituição
É desejável que uma Constituição possa evoluir e se modificar para acompanhar o desenvolvimento da
sociedade e fazer frente às necessidades desta. Neste aspecto, a possibilidade de revisão ou reforma da Cons-
tituição por intermédio de emendas procura imprimir dinamismo ao seu texto. Exclui-se da possibilidade de
alteração as cláusulas pétreas, que fazem parte de um núcleo temático que o constituinte originário desejou
preservar imutável, fora do alcance das emendas à constituição (( art. 60, § 4º, I a IV, CF).Não são admitidas
emendas que tendam a abolir: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a
separação dos Poderes; e os direitos e garantias fundamentais.
As emendas são emanadas do poder constituinte derivado, e não do originário. Portanto para serem
consideradas constitucionais não podem estar em desacordo com o restante do estabelecido no texto
constitucional .
No campo tributário, as emendas de número 41, 42, 43 e 44 introduziram importantes modificações no
Sistema Tributário Nacional estabelecendo, dentre outras coisas, que as administrações tributárias da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por
servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de
forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou
convênio. Estabeleceram também que, lei complementar definirá tratamento diferenciado e favorecido para as
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
ICMS, das contribuições para a seguridade social e da contribuição para o PIS ou PASEP.
A EC n.º 47, dentre outras coisas, introduziu alterações que permitiram o uso de alíquotas e bases de
cálculos diferenciadas para cálculo das contribuições sociais devidas pelo empregador, pela empresa ou
entidade a ela equiparada. A diferenciação pode se dar em razão da atividade econômica, da utilização intensiva
de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

c. Leis Complementares
Somente cabe lei complementar nas situações que a Constituição permita.
A lei complementar difere da ordinária no tipo do seu âmbito de atuação já predeterminado pelo
constituinte e no quorum especial para sua aprovação, visto que necessita de maioria absoluta (metade mais um)
dos membros de cada casa do Congresso, enquanto a lei ordinária necessita apenas de maioria simples ou
relativa (metade mais um dos presentes estando presentes a maioria absoluta dos membros).

c.1 Campo de Aplicação das Leis Complementares ao Direito tributário


. No campo tributário, a Carta Magna(art. 146 da CF) autoriza, primordialmente, seu uso para: dispor sobre
conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
regular as limitações constitucionais ao poder de tributar e estabelecer normas gerais em matéria de legislação
tributária. Estas normas gerais versarão especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados na
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas;
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno
porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no tocante : ao ICMS ainda que as operações e as prestações
se iniciem no exterior; às contribuições para a seguridade social, incidentes sobre folha de salários e demais
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo
sem vínculo empregatício, sobre a receita ou o faturamento e sobre o lucro; às contribuições referentes ao
Programa de Integração Social (PIS) e ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP).
Particularmente, a lei complementar que tratar do item d acima poderá instituir um regime único de
arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
observado que:
I – será opcional para o contribuinte;
II – poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado;
III – o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos
respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;
IV – a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado
cadastro nacional único de contribuintes.

Não é demais reiterar, neste ponto, que a norma geral, justamente por ser geral, não pode invadir a
competência legislativa tributária específica dos entes federativos estabelecida na Constituição, sob pena de
inconstitucionalidade.

A aplicação da lei complementar no campo tributário não se encerra com a enumeração feita até agora. O
rol de aplicações é mais extenso uma vez que a Constituição autoriza, adicionalmente, seu uso para:
a) a disposição sobre conflitos de competência entre os entes políticos(art.146,I);
b) o estabelecimento de critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da
concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo
(art. 146-A ).
c) a regulação das limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 146,II);
d) a instituição de empréstimos compulsórios (art.148);
e) a instituição do imposto de competência da União sobre grandes fortunas (art. 153, VII);
f) a instituição impostos não previstos na Constituição, com base na competência residual da União
(art.154,I);
g) a instituição do imposto de transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos de
competência dos Estados e do Distrito Federal terá sua instituição regulada por lei complementar: se o
doador tiver domicilio ou residência no exterior; ou se o de cujus possuía bens, era residente ou
domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior (art.155,§1º,III);
h) a definição, para o ICMS , dos contribuintes, do regime de compensação, da substituição tributária e
etc (art.155,§2º,XII, a até i);
i) a definição dos serviços que podem ser objetos de tributação pelo imposto sobre serviços (ISS) de
competência dos Municípios,), bem como a fixação de suas alíquotas máximas e mínimas, a exclusão
de sua incidência sobre exportações de serviços para o exterior e a regulação da forma e as condições
de como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados ( art. (art. 156, III e
§3º,I,II,II);e
j) definir valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de
serviços realizadas nos territórios dos municípios (art. 161, I)
k) estabelecer normas sobre a entrega, pela União, dos recursos de imposto de renda, do IPI e da CIDE ao
Fundo de Participação dos Estados/DF, ao Fundo de Participação dos Municípios e para aplicação
programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste
(art.161,II);
l) dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários(Estados/DF e Municípios),do cálculo das quotas
da repartição constitucional dos tributos e de sua liberação (art. 161,III);
m) o estabelecimento de fontes alternativas destinadas à manutenção ou expansão da seguridade social
(art. 195, § 4º c/c art. 154, I);

d. Lei Ordinária
A lei é fonte por excelência do Direito como um todo. Em matéria tributária compete-lhe instituir, extinguir
e aumentar tributos (ou, ainda que raro, diminuí-los).
A mera instituição do tributo é insuficiente. A lei deverá descrever o fato gerador da obrigação principal,
determinar a alíquota, a base de cálculo e o sujeito passivo dos tributos e estabelecer, inclusive, as punições pela
inadimplência que venha a ocorrer.
Por força da Constituição, a lei ordinária não pode instituir ou regular certos tributos que são de
abrangência exclusiva da lei complementar, como já visto.
O princípio da legalidade veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou
aumentar tributo sem lei que o estabeleça (CF, art. 150, I, e CTN, arts. 9º e 97).

e. Leis Delegadas
Por uma faculdade conferida pela Constituição pode o Presidente da República solicitar delegação ao
Congresso Nacional para a elaboração de leis para casos específicos e concretos. O pedido de delegação será
indeferido se o tema a ser legislado tratar de atos de competência exclusiva do Congresso Nacional e de
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, de matéria reservada à lei
complementar e de legislação sobre: organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a
garantia de seus membros; nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; planos
plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará
seu conteúdo e os termos de seu exercício.
A lei delegada está no mesmo plano de eficácia da lei ordinária e, como sobre ela não repousam restrições
constitucionais quanto à matéria tributária, nada impede que ela possa tratar desse tema.

f. Medidas Provisórias
As medidas provisórias têm força de lei e podem ser editadas pelo Presidente da República nos casos de
relevância e urgência. No entanto, seu campo de aplicação não é irrestrito. A Constituição limita sua
abrangência estabelecendo as matérias que não podem ser objeto de medidas provisórias. Quanto ao nosso
campo de estudo, é sólida a jurisprudência do STF no sentido destas poderem ser utilizadas nas matérias
tributárias, vez que não há vedação específica. O que se proíbe é apenas seu uso naqueles casos em que a
Constituição exija lei complementar.
Os impostos instituídos ou majorados por medida provisória só produzirão efeitos no exercício financeiro
seguinte (princípio da anterioridade da lei) se a referida medida tiver sido convertida em lei até o último dia
daquele ano em que foi editada (art. 62, § 2º, da CF). Isto é uma incongruência da norma constitucional, visto
que se a urgência e a relevância são requisitos das medidas provisórias não faz nenhum sentido usá-las para
tratar de impostos que só entrarão em vigor no exercício seguinte e após a conversão das medidas em lei. Se o
imposto pode aguardar até o exercício financeiro seguinte para ser exigível, dever-se-ia seguir o processo
legislativo normal.
A CF, entretanto, estabelece que produziria efeitos no mesmo exercício financeiro (art. 62, § 2º) uma MP
que instituísse ou majorasse os seguintes impostos: de importação; de exportação; sobre produtos industrializa-
dos(IPI); imposto sobre operações de crédito, câmbio ou seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários
(IOF); e impostos extraordinários, na iminência de guerra externa, compreendidos ou não na competência tri-
butária da União (art. 153, I, II, IV e V (extrafiscais) e art. 154, II, todos da CF). Cabe observação apenas
quanto ao IPI, o qual precisa aguardar 90 dias para poder ser cobrado(art.150, §1º).
Ainda que se possa utilizar de MP para alterar alíquotas dos impostos de importação, exportação, sobre
produtos industrializados (IPI), sobre operações de crédito, câmbio ou seguro ou relativas a títulos ou valores
mobiliários (IOF), o normal é fazê-lo por intermédio de decreto do Executivo, nos termos do que autoriza a
Constituição (art. 153, § 1º).
Ressalte-se que, nos dizeres de Celso Antônio Bandeira de Mello, que traduzem o real propósito de existir
das medidas provisórias, estas somente deveriam ser possíveis “ nas hipóteses nas quais a Constituição faculta
ao Presidente da República que adote providencias incomuns e proceda na conformidade delas para enfrentar
contingências anômalas, excepcionais, exigentes de atuação sumamente expedita , ou eventos gravíssimos que
requerem atuação particularmente enérgica”1. Não é o que se tem observado da enxurrada de medidas
provisórias que têm sido emitidas pelo poder executivo neste ou em outros governos.
g. Tratados e Convenções Internacionais
No mundo globalizado de hoje, os tratados e as convenções internacionais são cada vez mais importantes
para a boa convivência (e até sobrevivência) das nações. No campo tributário, prestam-se essencialmente a
evitar a dupla tributação e a evasão fiscal. No plano interno, equiparam-se à lei ordinária, representando
verdadeira lei especial a alterar a lei tributária geral, visto que o CTN estabelece que as convenções
internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes
sobrevenha (art. 98 do CTN).
As negociações dos termos que envolvem os tratados e as convenções são conduzidas pelo Poder
Executivo, e a celebração oficial dos acordos é feita pelo Presidente da República. Entretanto, para que possam
passar efetivamente a fazer parte do ordenamento legal nacional vigente, com efeito de lei, carecem de uma
última formalidade que é a ratificação dos mesmos pelo Congresso Nacional, mediante decretos legislativos.

h. Decretos Legislativos do Congresso Nacional


São atos emanados do Congresso Nacional editados no uso de sua competência privativa, como, por
exemplo, a aprovação de acordos e tratados internacionais. Não se submetem à sanção do Presidente da
República
Cabe ao Congresso Nacional regular mediante decreto legislativo os efeitos de MPs não convertidas em lei.

i. Resoluções do Senado Federal


Resoluções são atos, com força de lei, oriundos do processo legislativo constitucional, que regulam matéria
de competência do Congresso Nacional, ou de competência privativa do Senado Federal ou da Câmara dos
Deputados. Em regra têm efeitos internos a cada uma das casas ou ao Congresso Nacional como um todo.
Excepcionalmente, a Constituição admite a resolução com efeitos externos, como a que dispõe sobre a
delegação legislativa (art. 68 da CF).
Em matéria tributária, a Constituição Federal prevê a expedição de resolução do Senado Federal para fixar
as alíquotas do ICMS aplicáveis a operações interestaduais e de exportação (CF, art. 155, § 2º, IV). Ainda
quanto ao ICMS, é facultado ao Senado Federal estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante
resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros e fixar alíquotas
máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante
resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros(CF, art. 155, § 2º, V, a
e b).

j. Decretos

1
Direito Administrativo, 21ª edição, São Paulo,Malheiro Editores , 2006, pp.101 e102
A lei é norma geral e abstrata que apenas fixa os pontos básicos do tema de que trata. Desta forma, é
necessário um instrumento adicional que detalhe sua aplicação. Daí a figura do Decreto Regulamentar, que é ato
baixado pelo Chefe do Poder Executivo de cada ente político, visando regulamentar a lei, da qual não pode se
afastar, aditar, recusar eficácia ou revogar, por ser norma de hierarquia subalterna. O conteúdo e o alcance dos
decretos devem restringir-se aos limites das leis em função das quais sejam expedidos, sendo que estes limites
serão determinados a partir de interpretação feita com base nas regras dispostas no CTN (art. 99).
Especialmente quanto a tributos, os decretos editados pelo Executivo podem ser utilizados para a alteração
das alíquotas dos impostos de importação, exportação, sobre produtos industrializados (IPI), sobre operações de
crédito, câmbio ou seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF), nos termos do art. 153, § 1º, da
Constituição.

B. FONTES SECUNDÁRIAS (COMPLEMENTARES)

As fontes secundárias (também chamadas complementares) do Direito Tributário são estabelecidas pelo
art. 100 do Código Tributário Nacional, que ao lado das fontes principais formam o conjunto da legislação tri-
butária.

a. Atos Normativos expedidos pelas autoridades administrativas


São as circulares, as instruções ministeriais, pareceres normativos, as instruções normativas da receita, as
ordens de serviço, as portarias ministeriais, os atos expedidos por chefes de órgãos ou repartições. Não podem,
entretanto, exorbitar do contido na lei ou do decreto regulamentar a que se vinculam e cujo cumprimento, em
última análise, é a razão de existirem.

b. Decisões dos Órgãos Singulares ou Coletivos de Jurisdição Administrativa, a que a lei atribua eficácia
normativa
As decisões administrativas definitivas, decorrentes de processos administrativos contenciosos ou de
consulta feita pelos contribuintes, por terem eficácia normativa, não se aplicam apenas aos envolvidos, mas a
todos em situação idêntica. Destas decisões, entretanto, cabe recurso ao Judiciário, direito garantido pela
Constituição. O recurso, entretanto, não é cabível para as decisões desfavoráveis ao fisco, seja federal, estadual
ou municipal. Ou seja, o fisco não pode recorrer ao Judiciário de uma decisão desfavorável que ele mesmo
aplicou a si próprio.

c. Práticas Reiteradas
As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas criam procedimentos que passam a
ser considerados praxe na administração. Ao contribuinte só interessa saber se cumprindo os procedimentos
estará satisfazendo ao fisco. Se a administração pretender alterar estas práticas só poderá fazê-lo para o futuro,
para que não prejudique o contribuinte que até aquele momento acreditava estar fazendo o certo. Ele está
protegido pelo caráter normativo emprestado aos comportamentos habituais da administração, ainda que não
previstos na legislação tributária.

d. Convênios
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem celebrar convênios para prestarem
cooperação mútua no que se refere à assistência para fiscalização de seus tributos respectivos e permuta de
informações. Os convênios são instrumentos que permitem a diminuição da sonegação fiscal e a economia de
recursos dos entes políticos dotados de competência tributária, vez que há o aproveitamento das estruturas e
funcionários já existentes nos níveis federais, estaduais ou municipais que farão cumprir as leis, ordens de
serviços, decisões, etc., uns dos outros.

III. VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

A publicação da norma tributária em órgão de imprensa oficial é condição fundamental para a vigência da
mesma. Sem a publicação oficial é impossível que a legislação tributária produza efeitos.
As leis tributárias, como de resto todas as leis, costumam indicar a data em que entrarão em vigor, que é
geralmente na data da publicação. Mas se nada for dito, entrará em vigor, no território nacional, 45 dias após a
publicação e fora do País em 3 meses. Este espaço de tempo compreendido entre a publicação e a data fixada
para a entrada em vigor da lei é chamado de vacatio legis.
Para ser aplicável, uma lei tem que estar em vigor, mas nem sempre uma lei em vigor pode ser aplicável.
Quer dizer, ainda que em vigor pode ocorrer de uma lei não poder produzir seus efeitos. Veja o caso da lei
tributária que cria ou aumenta tributos que, por força do princípio constitucional da anterioridade da lei (CF, art.
150, III,b e c) e da anterioridade nonagesimal, embora em vigor, só pode ser aplicada no exercício financeiro
seguinte e após decorridos 90 dias de sua publicação. As exceções serão tratadas quando falarmos das
limitações ao poder de tributar..

IV. INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

A interpretação da lei, tributária ou não, pode ser: a) Quanto ao método – gramatical, lógica (teleológica),
histórica, sociológica, sistemática e progressiva; b) Quanto à origem: autêntica, doutrinária e judicial; c) Quanto
aos resultados: declarativa, restritiva, extensiva e analógica.

a. Quanto ao Método
a.1 Interpretação Gramatical ou Literal
Baseia-se na letra da lei. O intérprete recorre a elementos puramente filológicos (estudo da língua em toda
sua amplitude) do texto analisado, deste extraindo o sentido após acurada apreciação do emprego das palavras,
da significação dos vocábulos.
O art. 111 do CTN estabelece que se interpreta literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

a.2 Interpretação Lógica ou Teleológica


O intérprete, em uso das regras gerais do raciocínio, busca compreender o sentido e o alcance da lei por
meio da investigação de sua finalidade, seu objetivo, a sua razão de existir (ratio legis). Em última análise,
deseja-se descobrir a vontade do legislador com a emissão daquela norma.

a.3 Interpretação Histórica


Esta forma de interpretação lança mão do estudo dos antecedentes da norma: o projeto, a exposição de
motivos, os debates parlamentares, as mensagens do Executivo, as atas, as informações, etc. Busca-se revelar as
circunstâncias e os motivos que levaram à elaboração da lei.

a.4. Interpretação Sociológica


Visa a adaptar a norma às reais necessidades sociais e econômicas, contemporâneas à aplicação da lei.

a.5 Interpretação Sistemática


Na interpretação sistemática, confronta-se o dispositivo a ser interpretado com outras normas que tratam do
mesmo assunto ou, se necessário, com todo o ordenamento jurídico vigente.

a.6 Interpretação Progressiva


Diz-se progressiva a interpretação quando o intérprete, observando que as expressões contidas na norma
sofreram alteração no correr dos anos, procura adaptar-lhes o sentido ao conceito atual.

b. Quanto à Origem
b.1. Interpretação Autêntica
O próprio legislador realiza a interpretação pela inserção de elementos esclarecedores no texto da própria
lei (interpretação contextual) ou pela edição de nova norma com o objetivo de explicar e interpretar a lei
obscura. Nessa hipótese, não é possível que a explicação seja dada por um diploma legal de hierarquia inferior à
norma explicada.

b.2 Interpretação Doutrinária


Feita pelos comentaristas e jurisconsultos do direito, em seus escritos e pareceres.
b.3 Interpretação Judicial
É aquela constantemente realizada pelos órgãos judiciários (juízes e tribunais) que, para o caso concreto,
interpretam a lei para aplicá-la. O resultado desta interpretação se circunscreve ao caso julgado, mas se repetida
reiteradamente em outros casos, pode se tornar jurisprudência consubstanciada nas súmulas dos Tribunais.

c.Quanto aos resultados


c.1. Interpretação Declarativa ou Declaratória
É o tipo mais simples de interpretação. Por supor que a norma já é bastante clara, limita-se, apenas, a
verificar a correspondência entre o que está escrito na lei e a vontade do legislador sem ampliar ou reduzir a
aplicação da norma a situações não expressamente previstas.

c.2 Interpretação Restritiva


O texto da lei disse mais do que o legislador pretendia, cabendo ao intérprete restringir sua aplicação aos
limites realmente desejados pelo autor. Considera-se fora do campo de aplicação da lei todos os casos que,
embora aparentemente atingidos por ela, contrariam seu espírito.

c.3 Interpretação Extensiva ou Ampliativa


O texto diz menos que o legislador desejava. Cabe ao intérprete ampliar o sentido das palavras de modo a
alcançar a verdadeira vontade do legislador, atingindo, dessa forma, situações aparentemente fora do escopo da
norma. Essa forma de interpretação, entretanto, não pode conduzir a se considerar crime situação que não esteja
expressamente consignada na lei como tal, nem aplicar pena não prevista para o caso concreto.
No caso tributário não se pode utilizá-la na interpretação de normas referentes à suspensão ou à exclusão do
crédito tributário; à outorga de isenção; e à dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Nestes casos, a interpretação há que ser literal por expressa disposição legal (CTN, art. 111).
Pelo art. 112 do CTN, no entanto, a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, deve ser
interpretada de maneira mais favorável ao acusado sempre que houver dúvida quanto:
I – à capitulação legal do fato;
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

c.4 Interpretação Analógica


Tem alguma semelhança com a interpretação extensiva, mas não se confunde com ela. Aqui a própria
norma autoriza sua aplicação, de forma analógica, a outras situações não expressamente listadas na lei.

V. INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Se uma determinada norma jurídica contém lacunas cabe ao responsável por sua aplicação (ex.: juiz de
direito) tentar “completá-la” para uso no caso concreto. Este preenchimento de espaços chama-se integração da
norma e é realizado por meio da utilização da analogia, da eqüidade e dos princípios gerais de Direito.

Mais especificamente para normas de direito tributário, o art. 108 do CTN estabelece que, na ausência de
disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará, sucessivamente, na
ordem indicada: a analogia, os princípios gerais de direito tributário, os princípios gerais de direito público e a
eqüidade.

a. Analogia
A analogia é uma forma de permitir que uma norma possa ser aplicada a casos não previstos nela desde
quecomparáveis aos previstos. Parte-se de um elementoexistente que se expande e alcança um caso não
contemplado.
Uma classificação possível para analogia seria em dois tipos: a analogia legis, onde uma norma existente é
aplicada a um caso semelhante e a analogia juris, onde se utiliza um conjunto de normas (matéria análoga) para
dele se retirar os elementos para aplicação no caso concreto.

b. Princípios Gerais de Direito Tributário e de Direito Público


Definem-se princípios como a base que sustenta o desenvolvimento de todo o pensamento e do ordenamen-
to jurídico vigente.
Dessa forma, com o uso destes princípios pode ser possível completar-se as lacunas de uma norma sem o
receio de que a decisão para o caso concreto seja uma criação livre do aplicador, resultante de seu arbítrio. Ao
contrário, o aplicador vai buscar na origem de tudo o subsídio para “legislar” para o caso concreto, sem violar o
espírito do ordenamento jurídico normatizado em vigor.
Os princípios gerais de direito tributário estão contidos na CF nos arts. 18, 150, 151 e 152 e nas regras
básicas do CTN.
Os princípios gerais de direito público (constitucional, administrativo, penal,...) também devem socorrer,
ainda que de forma comedida, ao aplicador da norma tributária. Prestam-se às situações inusitadas, não cobertas
pelos princípios tributários.

c. Eqüidade
Procura-se com a aplicação da eqüidade abrandar-se o rigor da lei dando-lhe maior flexibilidade quando de
sua aplicação ao caso concreto, haja vista as inúmeras realidades sociais existentes no Brasil. Em muitos casos
seu cumprimento rigoroso pode desvirtuar seu próprio propósito, como no caso de se realizar cobranças de
débitos fiscais sem permitir o parcelamento. Ainda que possa não estar previsto na lei é razoável permiti-lo
administrativamente sob pena de se diminuir a arrecadação em vez de aumentá-la.

VI. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (STN)- PREVISÃO CONSTITUCIONAL

O Sistema Tributário Nacional tem sua base constitucional nos artigos de 145 a162 da Constituição Federal.
Sua formulação infra-constitucional encontra-se estabelecida em leis complementares, em resoluções do Senado
Federal e, no limite das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em
leis municipais (art. 2º do CTN). Cabe ressaltar que a lei mencionada aqui abrange qualquer ato normativo, que
embora formalmente não seja lei, tenha força de lei (ex.: medida provisória).
O STN pode ser classificado como rígido e racional. Rígido porque estabelece estritamente quais as
competências privativas de cada ente político na instituição de certos tributos. Racional, visto que fundado em
critérios lógicos e racionais.

VII. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL – TEORIA DA RECEPÇÃO


O Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966) foi originalmente votado como lei
ordinária, porquanto se encontrava em vigência a Constituição Federal de 1946 que permitia que normas gerais
sobre direito financeiro fossem tratadas por lei ordinária de caráter nacional. Ademais, não havia no
ordenamento jurídico daquela época a figura da lei complementar, surgida apenas com a Constituição de 1967.
Com a edição de uma nova constituição, todas as leis conflitantes não são recepcionadas, perdendo sua
eficácia. No caso do CTN, o que se observa é que ele foi recepcionado tanto pela Constituição de 1967 como
pela de 1988, estando eficaz até hoje. Apenas, como o assunto passou a ser regulado por lei complementar a
partir de 1967, ele teve que ser recepcionado como se lei complementar fosse, ou seja, passou a ter status e
eficácia de lei complementar (Ato Complementar nº 36, de 13 de março de 1967) ainda que originalmente
tratasse-se de lei ordinária. Portanto, o Código Tributário Nacional tem hoje eficácia de lei complementar, só
podendo ser revogada ou alterada por lei desta natureza.

VIII. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

Em que pese ser a fonte de toda competência tributária, a CF não cria tributos, mas apenas estabelece os
tipos que podem ser criados e que ente pode fazê-lo mediante lei. É uma faculdade concedida a esses entes que
poderão exercê-la ou não. A própria União até hoje não instituiu o imposto sobre grandes fortunas (CF, art. 153,
VII).

O inciso I do art. 24 da Constituição estabelece que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre direito tributário e financeiro. A competência concorrente, entretanto, não
significa autorização constitucional para um ente federativo se imiscuir nos tributos de outro. A competência
tributária é privativa e não pode ser invadida, cabendo a cada ente a faculdade de exercê-la ou não, sendo que o
seu não-exercício não autoriza a outro fazê-lo. A competência concorrente aqui estabelecida limita-se ao fato de
caber à União a edição de normas gerais sobre o tema e aos demais entes federativos a possibilidade de legislar
suplementarmente nas especificidades. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Entretanto se, posteriormente, vier a ocorrer
superveniência de lei federal legislando sobre normas gerais, a lei estadual terá sua eficácia suspensa, no que lhe
for contrário. Os municípios não foram explicitamente citados neste artigo, mas entendemos que, como entes
federativos que são, eles podem, também, legislar suplementarmente a teor dos incisos I e II do art. 30 da
Constituição que estabeleçe:

Art. 30. Compete aos Municípios:


I – legislar sobre assuntos de interesse local;
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

Portanto a Competência Tributária é o atributo que somente os entes políticos (União, Estados, Municípios
e DF) detêm de poder legislar sobre tributos, instituindo-os e estabelecendo na lei os requisitos para que sejam
exigíveis. Esta competência é indelegável e é estabelecida exclusivamente na Constituição Federal, também
conhecida como Carta das Competências.

São características da competência tributária:


– privatividade = exclusividade da pessoa política para a qual foi outorgada a competência. Se ela não
instituir o tributo de sua competência, nenhum outro ente poderá fazê-lo supletivamente;
– indelegabilidade = não se delega a competência para criar o tributo, mas apenas a capacidade tributária
ativa (ex.: fiscalização e arrecadação);
– incaducabilidade = a competência não se perde com o decurso do tempo;
– inalterabilidade;
– irrenunciabilidade;
– facultatividade = a CF elenca quais tributos podem ser instituídos sem, contudo, obrigar aos entes
políticos instituí-los.
IX. CAPACIDADE TRIBUTÁRIA

a. Capacidade Tributária Passiva (art. 126 do CTN)

Com a ocorrência do fato gerador nasce uma relação jurídica tributária cujos elementos estruturais são: o
sujeito passivo e o sujeito ativo.
A capacidade tributária passiva significa que o sujeito passivo participante da relação jurídica tributária é
detentor de capacidade jurídica para ser alvo de obrigações ( aquele de quem se pode cobrar tributos) e titular de
direitos. Como ao Estado interessa uma base de contribuintes ampliada, o CTN estabelece que a capacidade
tributária passiva independe da capacidade civil das pessoas naturais, não se configurando, esta, em
impedimento para que lhes sejam cobrados tributos.
Também não é obstáculo à cobrança de tributos o fato de uma pessoa natural estar de alguma forma privada
ou limitada no exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou ainda da administração direta de
seus bens ou negócios.
No que tange à pessoa jurídica, não é necessário que ela esteja regularmente constituída, bastando que
configure uma unidade econômica ou profissional. Isto significa que a pessoa jurídica irregular ou informal
também será tributada.

b. Capacidade Tributária Ativa


Nada obstante o normal seja se falar em capacidade tributária passiva entendemos que existe também a
capacidade tributária exercida pelo sujeito ativo. Isto por que o sujeito ativo, que é quem tem a competência
para instituir o tributo, detém, também, a capacidade de exigí-lo.
Esta capacidade pode ainda ser delegada a outra pessoa de direito público que recebe atribuições de
arrecadação ou fiscalização, como ocorre com algumas autarquias (ex.: INSS ).

Matéria que causa alguma confusão é a questão da diferenciação entre competência tributária e capacidade
tributária ativa. A competência é o poder de criar o tributo e esgota-se com a edição da lei arrecadadora.Com a
edição da lei surge a capacidade tributária ativa, que é o poder de se demandar do sujeito passivo o pagamento
dos tributos instituídos.
X. LIMITAÇÕES DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA (LIMITAÇÕES DO PODER DE
TRIBUTAR )

A primeira grande limitação ao poder de tributação estatal foi consignado quando a Constituição esta-
beleceu as competências tributárias privativas de cada ente político. Adicionalmente, na mesma linha, a Carta
Política inseriu várias outras vedações constitucionais com o propósito de garantir que o cidadão não fosse
vítima de abuso do poder de tributar por parte de Estado. Tais limitações ao poder de tributar, sem prejuízo de
outras garantias asseguradas ao contribuinte, estão consubstanciadas no que denominamos princípios
constitucionais tributários, que se apresentam de forma explícita e implícita.
Consideramos, ainda, que são formas de limitação ao poder de tributação estatal o estabelecimento de
imunidades e isenções.

A. PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS


.

a. Princípio da Legalidade ou da Reserva Legal (art. 150, I, CF)


Este princípio estabelece que os tributos só podem ser instituídos, extintos, reduzidos ou majorados por lei,
e aí se deve entender lei no sentido estrito, ou seja, aquela regularmente aprovada pelo Poder Legislativo e
sancionada pelo Poder Executivo.
Não basta apenas a existência da norma legal. É preciso que esta contenha a definição do fato gerador, a
alíquota, a base de cálculo, as penalidades, as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários
ou de dispensa ou redução de penalidades e a definição do sujeito passivo (art. 97, CTN).
Entretanto, é notório que outros atos normativos também podem instituir e alterar tributos, desde que
tenham força de lei (ex.: medidas provisórias, tratados e convenções internacionais, resoluções do Senado
Federal) e não atinjam tributos que dependam de lei complementar.
Entendemos que o fato de alguns tributos poderem ser majorados por meio de Decreto do Poder Executivo
(IPI, Imposto de Importação, Imposto de Exportação e IOF), nos termos do § 1º do art. 153 da CF, não significa
que esteja havendo exceção ao principio da legalidade. A exceção é apenas aparente vez que como as
alterações de alíquotas somente pode ser feitas dentro dos limites dispostos em lei, a rigor resta preservado o
princípio da legalidade.

b. Princípio da Anterioridade da Lei (art. 150, III, b, CF)


Este princípio proíbe a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou.. O principio não se aplica no caso de lei redutora de tributos. Para esse caso a
redução é válida a partir da data estabelecida pela lei ou, se esta nada dispuser,após o transcurso da vacatio
legis.
Este não se confunde com o antigo princípio da anualidade, que não existe mais no direito tributário e que
estabelecia que a cobrança dos tributos dependia de autorização orçamentária anual do Poder Legislativo, ou
seja, deveria constar do orçamento anual.
Há exceções, entretanto, a este princípio estando alguns tributos dispensados de obedecê-lo. Este é o caso
das contribuições sociais que financiam a seguridade social (art. 195, § 6º da CF)e de alguns tributos indicados
no § 1º do art. 150 da CF , a saber: empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias,
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência,:, imposto de importação(II), imposto de
exportação(IE), imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações de crédito (IOF) e o
imposto extraordinário por motivo de guerra externa ou sua iminência.(. arts. 148, I; 153, I, II, IV e V, e 154, II)
Todos estes tributos, à exceção do IPI, podem ser cobrados a partir da publicação da lei, se esta não
estabelecer nenhum vacatio legis. Isto porque todos eles, menos o IPI, foram ressalvados da aplicação do
princípio da anterioridade nonagesimal, como veremos a seguir. Portanto, em que pese não ter que obedecer ao
principio da anterioridade simples, o IPI terá que obedecer ao princípio da anterioridade nonagesimal. O que
significa dizer que terá que aguardar o transcurso de 90 dias após a publicação da lei antes que possa ser
cobrado ou majorado.
O poder executivo pode alterar por decreto as aliquotas dos impostos cosntantes do art. 153, I, II, IV e V.
Neste caso não há necessidade de obediência ao principio da anterioridade. A cobrança com as novas alíquotas
pode ser efetuada no mesmo exercício financeiro a partir da publicação do decreto. Ressalva-se o caso do IPI
que precisa aguardar o trnascurso de 90 dias, como visto anteriormente.Nessa mesma linha, há ainda outras
exceções ao principio da anterioridade estabelecidas no texto constitucional.: a possibilidade de redução e
restabelecimento das alíquotas da CIDE Petróleo e ICMS Petróleo. No primeiro caso a alteração pode ser feita
por decreto do poder executivo.Devem, no entanto, obedecer ao princípio da noventena, ou seja, apesar da
autorização constitucional para sua cobrança no mesmo exercício financeiro, há que se aguardar 90 dias para a
cobrança.

b.1. Principio da Anterioridade Nonagesimal ( art. 150, III, c, CF)


Este princípio é complementar ao da anterioridade da lei. Por ele o tributo, adicionalmente ao princípio da
anterioridade, deve aguardar o transcurso de 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que o instituiu ou
aumentou para que possa ser cobrado.Desta forma, observa-se que há uma condição dupla para que o tributo
possa ser cobrado. Isto implica dizer que um tributo instituído, por exemplo, em dezembro de um determinado
ano não poderá ser cobrado logo no primeiro dia útil do exercício do ano seguinte, uma vez que não terão
decorrido os 90 dias exigidos pela Constituição.
Este princípio era anteriormente aplicável somente às contribuições sociais destinadas ao financiamento da
seguridade social.Com a edição da EC n.º 42/2003, o princípio passou a ser aplicável a todos os tributos,
ressalvados aqueles explicitamente citados no art. 150, § 1º da CF, a saber: empréstimo compulsório para
atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
imposto de importação(II); imposto de exportação(IE); imposto de renda (IR); imposto sobre operações de
crédito (IOF) e o imposto extraordinário por motivo de guerra externa ou sua iminência. Como dissemos no
item anterior, o IPI ficou fora da excepcionalização do princípio, ou seja , sua cobrança necessita aguardar o
transcurso dos 90 dias da publicação da lei que o instituiu ou majorou ou do decreto de alteração de suas
alíquotas.
Para as contribuições sociais mencionadas, ainda vale a regra nonagesimal como constante do art. 195, § 6º
da CF. Espera-se o decurso dos 90 dias noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado, mas permite-se, entretanto, que a cobrança seja efetuada no mesmo exercício financeiro.

A tabela a seguir apresenta um resumo para consulta rápida:

EMP. COMP*. II, CONTR. P/


TRIBUTO IE,IOF,, IMP. FINANCIAMENTO MUDANÇA
S EM EXTRAORDINÁRIO* DA SEGURIDADE DA BASE DE
GERAL * SOCIAL (ART.195, CÁLCULO
(ART. (ARTS.148,I e 153,I,II, § 6°); IPI(art DO IPVA E
150,III,B E E V; e 154,II) 153,IV); CIDE IPTU;I.Rend
C) Combustível***.177 a (art.
, §4º,I,b);ICMS 153,III)
Petróleo ( art.
155,§4º, IV,c)
PRECISA
AGUARDAR 90 SIM NÃO SIM NÃO
DIAS PARA SER
COBRADO?
OBEDECE AO
PRINCÍPIO DA SIM NÃO NÃO SIM
ANTERIORIDADE
?
* somente para o caso de calamidade pública e guerra externa ou sua iminência.
** guerra externa ou sua iminência
*** CIDE relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo, seus derivados,
gás natural e seus derivados e álcool combustíve.l

c. Princípio da Igualdade (art. 150, II, da CF)


Por este princípio é proibido instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. Este princípio deriva do
princípio constitucional da isonomia, segundo o qual todos são iguais perante a lei (art. 5º, caput, da CF). No
Direito Tributário, este princípio se consubstancia na idéia de que devemos tratar os iguais de forma igual e os
desiguais de forma desigual, na medida de suas desigualdades.

d. Princípio da Pessoalidade e da Capacidade Contributiva (art. 145, § 1º, CF)


Complementam o princípio da igualdade e só se aplicam aos impostos. Por ele, sempre que possível, os
impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a possibilidade econômica do contribuinte.
A preocupação com a capacidade de contribuição da pessoa não pode escapar ao interesse do ente
tributador. Com este princípio, o legislador-constituinte procura garantir que a necessidade de arrecadação do
Estado não inviabilize a sobrevivência do contribuinte. Não é um ato de bondade puro, mas decorre, antes, de
uma percepção lógica do legislador que não se pode matar a “galinha dos ovos de ouro”, visto que é sabido que,
historicamente, o aumento excessivo da carga tributária estimula a sonegação.

e. Princípio da Progressividade (arts. 145, § 1º; 153, §§ 2º e 4º; 156, § 1º, I e II e 182, § 4º, II, todos da
CF)
Complementação ao princípio da pessoalidade e capacidade contributiva, o princípio da progressividade
permite que as alíquotas dos impostos sejam graduadas de acordo com a capacidade econômica do contribuinte.
A diferenciação na aplicação de alíquotas é a forma de garantir que se está levando em conta as características
de capacidade contributiva pessoal do contribuinte, que quanto mais bens tributáveis tiver ou maior seus
valores, mais imposto terá que pagar.
Exemplos são as alíquotas do imposto de renda que tributam mais os maiores rendimentos e as alíquotas do
Imposto Territorial Rural (ITR) que são fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades
improdutivas.
Outro exemplo é a progressividade do IPTU (art. 156, § 1º, I e II e 182, § 4º, II), que pode se dar não só no
tempo, mas também em razão do valor do imóvel, sua localização e uso, que são uma indicação da
capacidade econômica do contribuinte.
A progressividade no tempo para o IPTU significa que quanto mais tempo um proprietário mantiver o solo
urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, mais pagará de imposto.

f. Princípio da Vedação do Tributo com efeito de confisco ou Princípio da Proporcionalidade Razoável


(art. 150, IV, da CF)
Nem a União, nem os Estados-Membros, nem o DF e nem os Municípios podem se utilizar de tributos com
efeito de confisco.
O tributo com efeito de confisco é, antes de mais nada, uma afronta ao direito de propriedade, ainda que
relativo, garantido pelo art. 5º, XXII, da CF. A satisfação do interesse público não pode ser justificativa para
acobertar nenhum desvario fiscal que exproprie o patrimônio do particular além do necessário.
É subjetiva a avaliação de constatar se um tributo tem efeito confiscatório ou não. Porém, o tributo que
consome grande parte da propriedade ou inviabiliza o exercício da atividade lícita indica sua natureza de
confisco. Num país onde a carga tributária se aproxima de 40% do PIB e a atuação do Estado nas suas áreas
mais próprias como segurança, educação e saúde é pífia, tem-se a impressão de que o contribuinte já está sendo
vítima de um confisco fiscal absolutamente inconstitucional promovido por todos os entes políticos.
Por último, lembre-se que o princípio se aplica a qualquer espécie de tributo e não apenas aos impostos.

g. Princípio da Irretroatividade dos Tributos


(art. 150, III, a, da CF)
A lei tributária que instituir ou majorar tributos não atinge os fatos geradores ocorridos antes do início de
sua vigência. A lei nova não se aplica aos fatos geradores já consumados, mas aos futuros e aos pendentes (art.
105, CTN).
A irretroatividade, porém, não é absoluta. A lei tributária pode retroagir quando: for expressamente inter-
pretativa, deixar de definir um fato como infração, diminuir a penalidade prevista para uma infração e
sobretudo quando conceder remissão ou isenção (art. 106, CTN).

h. Princípio da Liberdade de Tráfego de pessoas ou bens (art. 150, V, CF e art. 9º do CTN)


Veda a todos os entes tributantes o estabelecimento de tributos interestaduais e intermunicipais que
redundem em limitações ao tráfego de pessoas ou bens. Excetuam-se deste princípio a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público ou seus concessionários e a cobrança do ICMS.

i. Princípio da Uniformidade de Tributo Federal (art. 151, I, CF)


A União não pode instituir e cobrar tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que
implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de
outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
Não se admite que um tributo federal tenha base de cálculo e alíquotas diferenciadas em razão do local
onde ocorreu o fato gerador do tributo. Admite-se, porém, a concessão de incentivos fiscais com o objetivo de
equalizar o nível de desenvolvimento regional do país.

j. Princípio da Uniformidade Geográfica de Tributo Estadual ou Municipal em relação à origem ou


destino de bens e serviços (art. 152, CF)
Não podem os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estabelecerem diferença tributária entre bens e
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Agir de outra forma significaria afronta
à autonomia federativa.
Exclui-se desta vedação o ICMS, cujas operações internas, interestaduais e de exportação podem ter
alíquotas diferenciadas. Quanto a este imposto, é competência do Senado Federal estabelecer, mediante
resolução, as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação. A Constituição
faculta ainda ao Senado estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas e fixar alíquotas máximas nas
mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados.

l. Princípio da Vedação de Instituição de Isenção pela União de impostos dos demais entes federativos
(art. 151, III, CF)
É vedado à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios. A razão desta vedação é óbvia, vez que como a União está impedida de instituir tributos fora de sua
competência também está impedida de promover sua
isenção.

m. Princípio da Vedação de Criação de Impostos Federais novos cumulativos ou que tenham a mesma
base de cálculo ou fato gerador daqueles previstos na Constituição (art. 154, I, CF)
O inciso I do art. 154 estabelece a competência residual da União para, mediante lei complementar, instituir
impostos não previstos nas suas competências privativas. Entretanto, este mesmo dispositivo veda a instituição
de impostos que seja cumulativos e tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na
Constituição. A vedação presta-se a evitar que o contribuinte seja vítima de bitributação.

n. Princípio da Não- Cumulatividade do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto


sobre Circulação de Mercadorias e sobre prestações de serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) (arts. 153, § 3º, II e 155, § 2º, I, todos da CF)
Esse princípio determina que tanto o IPI quanto o ICMS serão não-cumulativos, ou seja, compensa-se o que
for devido em cada operação com o montante cobrado nas oparações anteriores. Com isto a Constituição, de
forma prudente, evitou o efeito da cobrança em cascata para estes impostos, o que encareceria sobremodo os
produtos e serviços atingidos.

o. Princípio da Seletividade do IPI e do ICMS (arts. 153, § 3º, I e 155, § 2º, III, todos da CF)
A seletividade tem a ver com a essencialidade do produto ou serviço. Por esse princípio, quanto mais
essencial o bem ou serviço para a população, menor deverá ser o imposto. A Constituição estabelece a obrigato-
riedade de o IPI ser seletivo, mas não faz o mesmo quanto ao ICMS. Para este não há a obrigatoriedade, mas
apenas a faculdade de poder sê-lo, a critério da legislação estadual afim.

p. Princípio da Imunidade Recíproca (art. 150, VI, a, CF e art. 9º, 11 e seguintes do CTN)
Por este princípio é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir e cobrar
impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. Essa proibição é extensiva às autarquias e às
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Com essas proibições os entes políticos, suas
autarquias e fundações recebem imunidade constitucional contra impostos. Pretende-se com isso eliminar
possibilidades de atritos entre os entes políticos e respeitar a autonomia federativa de cada um. Observe-se que a
imunidade recíproca aqui explicitada não se aplica aos demais tributos, mas apenas aos impostos.
A imunidade recíproca, porém, não é absoluta. Não se aplica ao patrimônio, renda ou serviços das autar-
quias e fundações se estes não estiverem vinculados às finalidades essenciais ou às delas decorrentes destes
órgãos. Não se aplica, também, nos casos em que o Poder Público, suas autarquias e fundações explorem
atividades econômicas regidas pelas normas aplicadas aos empreendimentos privados, ou quando os serviços
forem remunerados mediante tarifa (preço público) pelo usuário e nem exonera o promitente comprador da
obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel(art.150, §3º da CF e art. 131, I do CTN) (ex.: a
autarquia federal deve pagar ITBI ao adquirir imóvel e se responsabilizar pelo IPTU atrasado) ()).

q. Princípio da Imunidade Genérica (art. 150, VI, b, c, d, da CF) e outras imunidades


Por esse princípio é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir e cobrar
impostos sobre: a) templos de qualquer culto; b) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive
suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; e c) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão.
As vedações a e b acima compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as
finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Não se pode dizer que a Constituição só conceda imunidades a impostos.O art. 195, § 7º, consigna
imunidade de contribuição para a seguridade social às entidades beneficentes de assistência social que atendam
às exigências estabelecidas em lei.
Outras imunidades são ainda distribuídas pelo texto constitucional, a saber: art. 153, § 3º, III; art. 155, X, a,
b, c e § 3º.

r. Princípios Implícitos
O disciplinamento do poder de tributar do Estado não se restringe aos princípios tributários elencados aqui.
Como a Constituição é um corpo único e coerente, há que se observar, também, todo o conjunto dos outros
princípios constitucionais, que não podem ser contrariados, da mesma forma, quando do exercício do poder de
tributar.

B. Imunidade e Isenção
Consideramos, ainda, que se configura em forma de limitação ao poder de tributação estatal a possibilidade
de estabelecimento de imunidades e isenções.
Imunidade é toda e qualquer liberação da obrigatoriedade de recolher tributos, concedida pela
Constituição. Dessa forma, imunidade, mais precisamente, pode ser conceituada como a limitação
constitucional ao poder de tributar, como já visto (ex.: art. 150, VI, b, c e d; art. 155, § 3º; art. 195, § 7º).
A isenção configura-se na dispensa de um tributo devido concedida por lei específica do ente tributante.
Falaremos da isenção com mais detalhes no item referente à exclusão do crédito tributário.

XI. O TRIBUTO –

a . Conceito e Natureza Jurídica


O conceito de tributo está explicitamente estabelecido no art. 3º do CTN, verbis:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.

O pagamento de tributos é obrigatório e decorre da lei. As prestações contratuais (ex.: luz, telefone,...) não
são tributos, pois estas obrigações decorrem de atos de vontades dos interessados que se obrigam por força dos
contratos (contratos de adesão) e não da lei.
O tributo representa uma obrigação a ser paga em dinheiro expresso em moeda corrente. Desta forma, em
princípio, não se deveria aceitar o pagamento de tributos com o oferecimento de bens ou serviços. Entretanto,
em que pese esta possibilidade ser pouco comum, o próprio texto legal a considera válida, posto que estabelece
que o tributo é devido em moeda corrente ou em algo equivalente à moeda, como bens ou serviços. Isto
dependerá, no entanto, de a lei específica do ente tributante estabelecer esta possibilidade no seu texto.
O tributo não é penalidade. Portanto, tributo não se confundecom multas , que são punição por ato ilícito,
como é o caso da multa que decorre de uma infração de trânsito.
É sempre lícito que o Estado cobre tributos de qualquer atividade que implique em aquisição de
disponibilidade econômica, ainda que a atividade tributada seja ilícita, como o tráfico de entorpecentes. Neste
caso a renda auferida com a atividade ilícita é fato gerador do imposto de renda, pois como estabelece o §1º do
art. 43 do CTN “a incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da
localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção”. Daí, ao
ser apanhado o traficante, além da responsabilização penal, será tributado pelas suas atividades que tenham
implicado em aquisição de disponibilidade econômica e pagará multa pelo não adimplemento de suas
obrigações tributárias no tempo devido.
Portanto, a expressão “... que não constitua sanção de ato ilícito” não significa que as atividades ilícitas
não possam ser tributadas, visto que a incidência do imposto de reda depende apenas de a atividade, ilícita ou
não,ter tido conteúdo econômico. Significa apenas que não é tributo aquilo que tenha a natureza de castigo,
pena.. Ou seja, qualquer quantia paga a título de punição por um ato ilícito (ex.: uma multa de trânsito), não
pode ser considerado tributo, visto que tributo não é castigo. Por mais que nos sintamos “castigados” pela
elevada carga tributária brasileira, esta não se confunde com as obrigações pecuniárias devidas como punição
por um ato ilícito.
Entretanto, há que se ressaltar que o art. 113, § 1º, do CTN estabelece que a multa pecuniária referente ao
inadimplemento do tributo configura-se em obrigação tributária de natureza principal.Isto significa dizer que,
neste caso, a multa não se tornou tributo, mas se equiparou a ele para efeitos de cobrança.
Pelo princípio da legalidade, somente a lei poderá exigir tributo, conforme dispõe o art. 150, I, da
Constituição Federal. Entretanto, por ter força de lei, Medida Provisória também é instrumento viável para
instituir ou majorar tributo, desde que este não dependa de lei complementar, como já visto.
A exigência de que o tributo tenha que ser cobrado mediante atividade administrativamente vinculada
significa que não há espaço para a discricionariedade da autoridade administrativa. Esta tem que se vincular
estritamente à lei instituidora do tributo, seguindo-lhe, exatamente, os comandos sem nenhuma possibilidade de
utilizar-se de critérios pessoais na cobrança. Enfim, se, nos termos legais, o tributo for devido a autoridade, por
conta de sua vinculação à lei, não poderá deixar de cobrá-lo, ainda que o considere injusto; pelo mesmo motivo,
se não houver previsão legal a autoridade não poderá cobrar um tributo, ainda que fosse justo que o fizesse .

b. Incidência, Não-incidência e Diferimento de Tributos

Somente poderá haver a incidência de um determinado tributo se uma lei tiver estabelecido exatamente em
que hipóteses isto se dará. Estas são as chamadas hipóteses de incidência do tributo e somente após sua
ocorrência concreta é que o tributo é devido.
Não basta que a situação fática que se queira tributar se pareça com a hipótese de incidência descrita em
lei; é preciso que elas coincidam completamente , ou seja, que haja perfeita subsunção do fato ocorrido à
hipótese de incidência descrita na lei.
Diferimento é uma espécie de adiamento do pagamento de um tributo para uma fase posterior. Isto ocorre
normalmente com os tributos não-cumulativos (polifásicos) em que os valores pagos numa transação são
compensados na seguinte como o ICMS,IPI,PIS/COFINS. Diferir o ICMS, por exemplo, significa dizer que o
recolhimento do imposto incidente sobre a saída da mercadoria ou da prestação de serviços será transferido para
a etapa ou etapas posteriores de sua circulação ou execução, ficando o recolhimento do imposto a cargo do
contribuinte destinatário.

A. FUNÇÕES DO TRIBUTO
O objetivo fundamental do tributo é o de prover o Estado com recursos financeiros. Entretanto, alguns
podem ser usados pelo Estado como forma de implementar seus objetivos sociais e econômicos. Desta forma,
determinados tributos podem ter suas alíquotas alteradas para: estimular o desenvolvimento de regiões ou
setores da economia, reduzir a oferta de crédito para controle da inflação, desestimular o consumo de alguns
tipos de bens, etc.
Mais explicitamente, quanto à sua função, os tributos podem ser:
a) Fiscais – quando o principal objetivo é a arrecadação de recursos financeiros para o Estado.
b) Extrafiscais – quando o objetivo principal é a interferência no domínio econômico, buscando efeito
diverso da simples arrecadação. São extrafiscais: o imposto de importação, o imposto de exportação, o imposto
sobre operações financeiras (IOF) e o imposto sobre produtos industrializados (IPI). Há situações em que o
tributo não é tipicamente extrafiscal, mas a Constituição lhe atribui adicionalmente esta capacidade, como é o
caso do imposto territorial rural (ITR), que terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de
propriedades improdutivas (art. 153, § 4º, I, da CF).
c) Parafiscais – quando entes paraestatais recebem a delegação para a arrecadação de recursos para o
custeio de suas atividades autônomas e de interesse de categorias profissionais e econômicas. Normalmente são
atividades que o Estado tem interesse em ver realizadas, mas que não constam de seu orçamento para realização
direta. Exemplo: contribuições para o SESI, SENAI, SENAC, SESC, OAB, CREA, CRA, etc.

B. ESPÉCIES DE TRIBUTOS

Tributo é o gênero do qual, no Brasil, derivam cinco espécies, a saber:


Imposto – (arts. 145, I; 154; 195, III, todos da CF e art. 16 do CTN)
Taxa – (art. 145, II e § 2º, da CF e art. 77 do CTN)
Contribuição de melhoria – (art. 145/III, da CF e art. 81 do CTN)
Contribuições especiais(sociais e outras) – (arts. 149, 149-A, 174, 195, 212, § 5º , 239 e 240, todos da
CF)
Empréstimo Compulsório – (art. 148, da CF)

a. Imposto – (arts. 145, I; 154; 195, III, todos da CF e art. 16 do CTN)


É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica relativa ao contribuinte. Tem caráter obrigatório e sua principal finalidade é prover os gastos da
administração pública. Desta forma os valores arrecadados pelo IPVA, por exemplo, não estão vinculados à
melhoria das vias ou à construção de viadutos. Os recursos são carreados aos cofres da Administração que,
juntamente com outros impostos, irá aplicá-los nas despesas gerais (saúde, educação, transportes, etc) do Estado
na forma estabelecida em seu orçamento.
De acordo com sua exigibilidade, os impostos podem ser classificados em:
a) Diretos – são impostos cuja carga tributária deve ser suportada por quem praticou o fato gerador
(contribuinte). Ex.: IRPF, ITR, ITBI, IPTU.
b) Indiretos – quando o imposto é embutido no preço da mercadoria e acaba sendo pago pelo comprador
final(contribuinte de fato). Ex.: IPI e ICMS.
c) Reais – impostos que incidem sobre a coisa e não levam em consideração as condições pessoais do
contribuinte. Ex.: IPTU, ITR.
d) Pessoais – ao contrário dos reais, são aqueles que estabelecem diferenças dos valores devidos tributárias
em função das condições próprias do contribuinte. Ex.: IRPF, leva em consideração a renda, o número de
dependentes, etc.
e) Proporcionais – são aqueles estabelecidos em alíquota única incidente sobre o valor da matéria tribu-
tável. Ex.: ITBI, IPTU.

f)Progressivos-Um imposto é considerado progressivo quando o valor exigível do contribuinte aumenta


com o aumento da base de cálculo ( valor tributável). Quem pode mais paga mais. Não se requer que o aumento
da contribuição devida seja proporcional ao aumento verificado na base de cálculo. Para mais detalhes devemos
nos reportar aos itens referentes aos princípios constitucionais da progressividade e da capacidade contributiva,
discutidos anteriormente. O imposto de renda, a rigor, é um imposto progressivo.

g)Regressivos - Já um imposto regressivo seria aquele cujo aumento na contribuição de um indivíduo fosse
muito menor que o aumento ocorrido na base tributável.É o caso do imposto de renda que é progressivo , mas
que, na prática, acaba tendo um efeito regressivo quando a renda aumenta muito. Os muito ricos acabam sendo
beneficiados vez que não há alíquota maior que o teto de 27,5%, ou seja, independente do aumento da base de
cálculo somente pagarão a alíquota teto.

h)Neutros - Um imposto neutro seria aquele cuja aplicação não causasse qualquer impacto sobre a situação
econômica dos envolvidos direta ou indiretamente nos fatos imponíveis. È fácil perceber que tal tipo de
imposto somente existe nas conceituações teóricas não tendo sua existência lugar na realidade factual.

i) Fixos – quando o valor do imposto é determinado em quantia fixa e certa, independendo de cálculos. Ex.:
ISS – enquadramento por estimativa anual.

b. Taxa (art. 145, II e § 2º, da CF e art. 77 do CTN)


É o tributo, de natureza Federal, Estadual ou Municipal, que tem como fato gerador o exercício regular do
poder de polícia, ou a utilização efetiva ou não de serviço público, específico e divisível, colocado à disposição
do contribuinte. A taxa vincula-se a uma atuação estatal específica, contrariamente aos impostos. Dessa forma,
o valor arrecadado custeia diretamente o serviço prestado ou posto à disposição. Ex.: taxa judiciária, expedição
de passaportes, certidões, taxa de esgoto, taxas de inspeção dos bombeiros, taxas para polícia em eventos
particulares.
Para ser cobrada, entretanto, a taxa não pode ter base de cálculo de impostos e precisa obedecer à
determinação legal de ser divisível, ou seja, ser capaz de fixar o montante exigível para cada contribuinte. Nessa
linha, houve muita discussão acerca da validade da antiga taxa de iluminação pública, visto que não era possível
individualizar-se o consumo de iluminação pública para cada contribuinte e, portanto, não deveria o serviço ser
coberto por taxa, mas pelos impostos gerais. Esta pendenga foi resolvida com a criação da contribuição de
iluminação pública por intermédio da EC nº 39/2002 que incluiu o art. 149-A na CF.
O poder de polícia é a competência estatal para estabelecer limites aos interesses de particulares, bem como
disciplinar seus direitos, interesses ou liberdades em face do interesse público. São reguladas as atividades
concernentes à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à tranqüilidade pública, à disciplina da produção e
do mercado, ao exercício de atividades econômicas que dependam de autorização ou concessão, ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais e coletivos.
É preciso esclarecer que as atividades submetidas ao poder de polícia geral são custeadas por impostos e
não por taxas. As taxas são devidas quando o particular requeira do Estado uma providência específica do poder
de polícia para seu caso. É o caso, por exemplo, de um alvará de funcionamento de um estabelecimento
comercial. O Estado custeia sua emissão com a cobrança de taxas que deverão ser pagas pelo interessado. A
fiscalização deste mesmo estabelecimento, entretanto, é custeada pelos impostos gerais uma vez que se trata de
atividade específica do poder de polícia geral.

b.1. Taxa x Preço Público


A distinção entre taxa e preço público está descrita na Súmula nº 545 do Supremo Tribunal Federal:
“Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são
compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as
instituiu”.
O preço público decorre da utilização de serviços públicos facultativos (portanto não compulsórios) que a
administração pública diretamente ou por meio de delegação a concessionário ou permissionários colocam à
disposição da população que poderá contatá-los ou não (Ex.: telefone, luz, gás encanado). São serviços
prestados em decorrência do estabelecimento de uma relação contratual, regida pelo direito privado, de natureza
pró-cidadão e que visam atender aos usuários quanto a suas comodidades ou necessidades pessoais. A adesão é
facultativa , mas uma vez estabelecida a relação o pagamento do serviço é obrigatório.
A taxa decorre de estipulação legal e serve para custear, naquilo que não forem cobertos por impostos, os
serviços públicos essenciais à soberania do Estado, compulsórios (a lei não autoriza que outros prestem
alternativamente esses serviços) e divisíveis prestados ou colocados à disposição diretamente pelo Estado. O
tema é regido pelas normas de direito público. A adesão é compulsória e o pagamento obrigatório.
Nem sempre esta distinção tem sido fácil na história da oferta de serviços públicos no Brasil. . Veja o caso
do esgoto e da água. A rigor em localidades onde estes serviços fossem colocados à disposição dos usuários,
mas com utilização de caráter obrigatório (ou seja, a lei não permitisse poços e nem fossas) a remuneração
destes serviços deveria ser feita mediante taxa e sofreria as limitações impostas pelos princípios gerais da
tributação (legalidade, anterioridade, etc). Por outro lado, se a lei local permitisse meios alternativos à
população para obter água e dispor de seus dejetos, o serviço estatal oferecido, pelo ente político ou por seus
delegados, não teria natureza obrigatória, seria facultativo, e, portanto, seria remunerado mediante preço
público.A questão tem valor acadêmico, mas a questão já está razoavelmente pacificada pelo Supremo Tribunal
Federal, pelo menos no tocante à água, posto que o tribunal entende que o serviço público de fornecimento de
água é de fruição optativa não ensejador de taxa, mas, sim, de preço público.Por dependência cremos que o
esgoto se enquadre na mesma situação, se configurando em preço público, em que pese a recorrente
denominação de “taxa de esgoto” existente pelo país afora.

c. Contribuição de Melhoria (art. 145, III, da CF e art. 81 do CTN)


É um tributo cuja obrigação tem como fato gerador a valorização de imóveis decorrente de obra pública.
Desta forma, a construção de uma ponte, o calçamento de uma rua, que impliquem em valorização imobiliária
ensejam a cobrança de contribuição. O CTN estabelece que a cobrança de cada proprietário beneficiado deve
limitar-se ao acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel. Informa ainda que a arrecadação só pode
ser efetuada até o valor total da despesa da obra pública. A Constituição não se manifesta acerca destes limites
impostos pelo CTN.
Esse tributo pode ser instituído pela União, Estados, Municípios e DF, no âmbito de suas competências,
dependendo de que ente político realizou a obra. Por exemplo, se a obra for federal e dele decorrer valorização
de imóveis, não podem o Município, o Estado e o DF instituí-la. Nesse caso, caberia à União fazê-lo, se assim
desejasse. Porém se não o fizer nenhum outro ente político poderá fazê-lo em seu lugar.

d) Contribuições Especiais (arts. 149, 149-A, 174, 195, 212, § 5º , 239 e 240, todos da CF)
Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais ou econômicas, ressalvada a competência de os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios instituírem e cobrarem de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regime
previdenciário do ente federativo, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e
inativos e dos pensionistas.

d.1) Contribuições Sociais para o financiamento da seguridade social (art. 195 da Constituição Federal).
A Constituição Federal estabelece que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.A lei de que fala a Constituição é a 8.212/91, que trata da organização da
Seguridade Social e do seu plano de custeio.
A empresa ou a entidade a ela equiparada na forma da lei contribui sobre: a) a folha de salários e demais
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo
sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro. Estas contribuições sociais previstas
poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização
intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
O trabalhador e os demais segurados da previdência social também contribuem. Não incide, entretanto,
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social nos casos de:
cobertura a doença, invalidez, morte e idade avançada; proteção à maternidade, especialmente à gestante;
proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; salário-família e auxílio-reclusão para os
dependentes dos segurados de baixa renda; pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
companheiro e dependentes.
Contribuem, ainda, o importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar e as
receitas de concursos de prognósticos (loterias).
Estas, entretanto, não são as únicas fontes de custeio da seguridade social. A Constituição estabelece que a
lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir sua manutenção ou expansão. Condiciona, apenas, que
isto seja feito obedecendo o disposto no art. 154, I da Constituição Federal. Este dispositivo concede à União
competência residual para instituição de outros impostos além dos já previstos em sua competência
originária.Exige-se, apenas, que isto seja feito mediante lei complementar, devendo estes novos impostos serem
não-cumulativos e não terem fato gerador ou base de cálculo próprios de outros impostos já discriminados na
Constituição.
A Constituição estabelece que são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes
de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Na verdade, a Constituição incorre em
uma impropriedade ao dizer que são isentas. O certo seria dizer que são imunes, já que a liberação do tributo é
concedida pelo texto constitucional.
Quanto aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e
solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas.
No que couber, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará os
requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social
Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração, bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de
previdência social.
As contribuições sociais referentes ao PIS/Pasep, descritas a seguir, e ao salário-educação estão tratadas nos
arts. 239 e 212, § 5° da Constituição.

A seguir, para compreensão e fixação, segue um detalhamento de importantes espécies de contribuições


sociais:

d.1.a) Contribuição para o PIS/Pasep (Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio


do Servidor Público)

O PIS e o Pasep foram instituídos, respectivamente, pela Lei Complementar nº 7, de 7 /09/1970 e Lei
Complementar nº 8, de 3 /12/ 1970. Os recursos para a execução destes programas são obtidos mediante
depósitos das contribuições dos empregadores em um fundo de participação. Em 1975, a LC nº 26 unificou os
dois programas, sob a denominação de PIS-Pasep, unificando também os fundos constituídos pelos recursos de
cada um.
São contribuintes do tributo as pessoas jurídicas de direito público interno e as pessoas jurídicas de direito
privado e as que lhe são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive empresas prestadoras de
serviços, empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias. No caso de empresas optantes
pelo regime do SIMPLES (Lei n.º 9.317/96), a lei isenta todas as que se qualificarem como microempresas
(alíquota de 0%). Já as enquadradas como empresas de pequeno porte somente poderão se valer do beneficio se
tiverem tido receita bruta acumulada dentro do ano-calendário de até R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil
reais).
A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das
receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. O
total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou
alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. Para as pessoas jurídicas de direito público
interno o cálculo do valor a ser recolhido será feito com base no valor mensal das receitas correntes
arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas.
A partir da promulgação da Constituição, da arrecadação decorrente das contribuições para o PIS/Pasep,
pelo menos 40% passou a ser destinado ao financiamento de programas de desenvolvimento econômico, através
do BNDES e o restante passou a financiar, nos termos da lei, o programa do seguro-desemprego e o abono
anual do programa, no valor de um salário mínimo, concedido aos empregados que recebam até dois salários
mínimos de remuneração mensal.
O saldo dos depósitos pode ser sacado pelo empregado ou servidor titular da conta por ocasião de
aposentadoria, transferência para a reserva, reforma ou invalidez. No caso de sua morte, seus dependentes ou
sucessores poderão fazer o saque. A pedido do interessado, o saldo dos depósitos poderá ser também utilizado
como parte do pagamento destinado à aquisição da casa própria. A Constituição proibiu a possibilidade de a
retirada se dar em razão de casamento.
Não Cumulatividade
Pela Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o PIS/Pasep passou a ser uma contribuição não-cumulativa.
Entretanto, a lei excepcionalizou uma parcela das pessoas jurídicas desta obrigatoriedade, as quais continuaram
a se sujeitar à legislação anterior, na qual o tributo era cumulativo e a alíquota aplicável era de 0,65% sobre o
faturamento da pessoa jurídica e 1,0 % sobre o valor das receitas correntes arrecadadas e das transferências
correntes e de capital recebidas no caso de pessoa jurídica de direito público interno (órgãos públicos,fundações
públicas e etc).Permaneceram sobre o regime anterior: entidades financeiras (ex.: bancos, sociedades e
cooperativas de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, etc.); aquelas que
tenham por objeto a securitização de créditos imobiliários (Lei no 9.514/97) e financeiros; operadoras de plano
de assistência de saúde; empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores; as
pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido ou arbitrado; os optantes pelo
Simples; as pessoas jurídicas que a Constituição defina como imunes a impostos; os órgãos públicos, as
autarquias e fundações públicas federais, estaduais e municipais, e as fundações cuja criação tenha sido
autorizada por lei e as sociedades cooperativas,exceto as de produção agropecuária(Lei n.º 10.833/03).
Estão, também, desobrigadas da não-cumulatividade as receitas decorrentes das operações: de venda de
álcool para fins carburantes; sujeitas à substituição tributária da contribuição para o PIS/Pasep; compra e venda
de veículos automotores por pessoa jurídica; de prestação de serviços de telecomunicações e as receitas
decorrentes de prestação de serviços das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
Para as pessoas jurídicas atingidas pela não cumulatividade,exceto produtores e importadores que têm
alíquotas específicas, o tributo é calculado, em regra, aplicando-se a alíquota de 1,65% à base de cálculo, que é
o faturamento mensal, ou seja, o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua
denominação ou classificação contábil deduzidos alguns tipos especiais de receitas estabelecidas no § 3º do art.
1º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 e nos incisos I e II, do § 3º do art. 1º da Lei nº 10.83303.
Para os empregadores regidos pela cumulatividade, a Lei n.º 9.718, de 27 de novembro de 1998 estabelece
que a base de cálculo do tributo é a receita bruta, ou seja, a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica,
sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas,
deduzidas as receitas estabelecidas no §2º do art. 3º desta lei.
Conforme a MP 2.158-35, de 24/08/2001, as seguintes entidades não terão como base de cálculo a receita,
mas sua folha de salários, a saber: templos de qualquer culto; partidos políticos; instituições de educação e de
assistência social que preencham as condições e requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997; instituições de
caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, que preencham as condições e requisitos do
art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997; sindicatos, federações e confederações; serviços sociais autônomos, criados ou
autorizados por lei; conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; fundações de direito privado;
condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e Organização das Cooperativas
Brasileiras (OCB) e as organizações estaduais de cooperativas previstas no art. 105 e § 1º da Lei nº 5.764, de 16
de dezembro de 1971.Neste caso a alíquota do PIS/Pasep aplicável será de 1% (um por cento) sobre a folha..
A contribuição para o PIS/Pasep não incidirá sobre as receitas decorrentes de : operações de exportação de
mercadorias para o exterior; prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no
exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; recursos recebidos a título de repasse, oriundos do
Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e
sociedades de economia mista; fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em
embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível;
transporte internacional de cargas ou passageiros; auferimento pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades
de construção, conservação modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no
Registro Especial Brasileiro - REB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997; frete de mercadorias
transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei no
9.432, de 1997; vendas realizadas pelo produtor-vendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do
Decreto-Lei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim
específico de exportação para o exterior; vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas
exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior.

A Lei n.º 10.865, de 30 de abril de 2004, instituiu o PIS/PASEP-Importação devido pelo importador de
bens estrangeiros ou serviços do exterior, com alíquotas variáveis em razão da natureza do bem. Está suspensa a
obrigatoriedade de recolhimento do PIS/PASEP(aplica-se alíquota 0%) nas importações efetuadas por empresas
localizadas na Zona Franca de Manaus de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem
para emprego em processo de industrialização por estabelecimentos industriais instalados na Zona Franca de
Manaus.
No caso de venda ou de importação de bens novos destinados ao desenvolvimento, no País, de software e
de serviços de tecnologia da informação, a Lei n.º 11.196, de 21 de novembro de 2005 suspendeu a exigência do
PIS/Pasep-importação e do PIS/Pasep incidente sobre a receita bruta da venda no mercado interno. No entanto
esta suspensão está condicionada a que os bens tenham sido importados diretamente ou comprados por pessoa
jurídica beneficiária do Regime Especial de Tributação para a Plataforma de Exportação de Serviços de
Tecnologia da Informação-Repes para incorporação ao seu ativo imobilizado.
Além da legislação citada acima recomendamos o exame da Lei n.º 11.196/05 para outras disposições a
respeito do PIS/PASEP.

d.1.b) Cofins (Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social)


A Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social foi instituída pela Lei Complementar nº 70
, de 30 de dezembro de 1991, nos termos do inciso I do art. 195 da Constituição Federal.

Este tributo é devido pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do
imposto de renda, inclusive as empresas públicas, as sociedades de economia mista, suas subsidiárias e as
pessoas jurídicas a que se refere o § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991. A apuração da contribuição( e
também do o PIS) se dará em conformidade com a Lei Complementar n° 70, de 30 de
dezembro de 1991 e Lei Complementar 07, de 07 de setembro de 1970.
Destina-se exclusivamente (posto que é contribuição e portanto tributo vinculado) às despesas com atividades-
fim das áreas de saúde, previdência e assistência social.
São imunes à Cofins as receitas das entidades beneficentes de assistência social que atendam as exigências
estabelecidas em lei (CF/88, art. 195, § 7º) e aquelas decorrentes de exportação (art. 149, § 2º, I da Constituição
Federal).
São isentas da contribuição: as sociedades cooperativas que observarem ao disposto na legislação
específica, quanto aos atos cooperativos próprios de suas finalidades; as sociedades civis de que trata o art. 1°
do Decreto-Lei n° 2.397, de 21 de dezembro de 1987; as entidades beneficentes de assistência social que
atendam às exigências estabelecidas em lei.
São também isentas as receitas decorrentes:

a. dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista;
b. da exportação de mercadorias para o exterior;
c. dos serviços prestados a pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior, cujo
pagamento represente ingresso de divisas;
d. do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e
aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível;
e. do transporte internacional de cargas ou passageiros;
f. auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação, modernização,
conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro
(REB), instituído pela Lei nº 9.432, de 8 de janeiro de 1997;
g. de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB,
de que trata o art. 11 da Lei nº 9.432, de 1997;
h. de vendas realizadas pelo produtor-vendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do
Decreto-Lei nº 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao
fim específico de exportação para o exterior; e
i. de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na
Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

São isentas da Cofins as receitas relativas às atividades próprias das seguintes entidades (Medida Provisória nº
2.158-35, de 24 de agosto de 2001, art. 14, X):
a. templos de qualquer culto;
b. partidos políticos;
c. instituições de educação e de assistência social que preencham as condições e requisitos do art. 12 da
Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997;
d. instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, que preencham as
condições e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997;
e. sindicatos, federações e confederações;
f. serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;
g. conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;
h. fundações de direito privado;
i. condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e
j. Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as Organizações Estaduais de Cooperativas
previstas no art. 105 e seu § 1º da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971.

Na égide da Lei nº 9.718/98, a Cofins era um tributo cumulativo, ou seja, era cobrado em cascata sobre
todas as etapas da cadeia produtiva. Sempre foi um desejo dos setores empresariais da economia que este tributo
passasse a ser não-cumulativo como forma de se reduzir a carga tributária. Pela não cumulatividade, os valores
pagos em uma etapa poderiam ser descontados dos valores a serem pagos nas operações posteriores.

Dessa forma foi editada a Lei nº 10.833/2003 que estabeleceu a não cumulatividade genérica da Cofins real. O
fato gerador é o faturamento (bruto) mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica,
independentemente de sua denominação ou classificação contábil (art. 1º da Lei 10833/03).No entanto,com a
instituição da não cumulatividade, não se observou a redução esperada da carga tributária. Na prática, houve
aumento desta carga. O efeito da não cumulatividade foi anulado e superado pelo aumento excessivo da
alíquota, que passou de 3% para 7,6%. Esta alíquota é aplicada sobre uma base de cálculo que é o faturamento
mensal ,representando o total das receitas auferidas independente de sua denominação ou classificação contábil,
menos algumas isenções concedidas pela lei em tela. 2 A receita bruta auferida pelos produtores ou
importadores não sofrem taxação por esta alíquota vez que são objeto de alíquotas especificas previstas na lei.

A lei, entretanto, excepcionalizou algumas pessoas jurídicas da obrigatoriedade da não cumulatividade,


mantendo-as sob a regência da legislação anterior, a saber: entidades financeiras (ex.: bancos, sociedades e
cooperativas de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, etc.); aquelas que
tenham por objeto a securitização de créditos imobiliários (Lei no 9.514/97) e financeiros; operadoras de plano
de assistência de saúde; empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores; as
pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido ou arbitrado; as pessoas
jurídicas optantes pelo Simples; as pessoas jurídicas constitucionalmente imunes a impostos; os órgãos
públicos, as autarquias e fundações públicas federais, estaduais e municipais, e as fundações cuja criação tenha
sido autorizada por lei; as sociedades cooperativas, exceto as de produção agropecuária e as de consumo.
Não só as pessoas jurídicas citadas permaneceram no regime anterior, como também um bom número de
receitas, conforme se observa no art. 10 da lei n.º 10.833/03. Como exemplo de algumas receitas que
permaneceram submetidas à cumulatividade da Cofins, citamos as seguintes: de venda de álcool para fins
carburantes; sujeitas à substituição tributária da Cofins; de compra e venda de veículos automotores por pessoa

2
§ 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas:
I - isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota 0 (zero);
II - não-operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente;
III - auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja
exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária;
IV - de venda de álcool para fins carburantes; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004)
V - referentes a:
a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos;
b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda que não representem ingresso de novas
receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos
derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição que tenham sido computados como receita.
jurídica; de prestação de serviços de telecomunicações e, ainda, as receitas decorrentes de prestação de serviços
das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens e etc.

A MP nº 164, de 29 de janeiro de 2004, posteriormente convertida com modificações na Lei nº 10.865, de


2004, instituiu a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins incidentes sobre a importação de bens e
serviços, denominados, respectivamente, Contribuição para os Programas de Integração Social e de
Formação do Patrimônio do Servidor Público Incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou
Serviços (Contribuição para o PIS/Pasep - Importação) e Contribuição Social para o Financiamento da
Seguridade Social Devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (Cofins -
Importação).

Além da legislação citada acima recomendamos o exame da Lei n.º 11.196/05 para outras disposições a
respeito da Cofins.

d.1.c) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL


A contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas e das que lhes são equiparadas pela legislação
tributária foi instituída pela Lei nº 7.689/88 e destinava-se ao financiamento da seguridade social.
A base de cálculo da CSLL, determinada segundo a legislação vigente na data de ocorrência do respectivo
fato gerador, é o resultado ajustado (lucro real), presumido ou arbitrado do lucro da pessoa jurídica,
correspondente ao período de apuração. Considera-se resultado ajustado o lucro líquido do período de apuração
antes da provisão para o IRPJ, ajustado pelas adições prescritas e pelas exclusões ou compensações autorizadas
pela legislação da CSLL. Estão sujeitas ao regime de incidência da CSLL sobre o resultado ajustado, em cada
ano-calendário, as pessoas jurídicas que forem obrigadas ao regime de tributação com base no lucro real.
Aplicam-se à CSLL as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o Imposto sobre a
Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e, no que couberem, as referentes à administração, ao lançamento, à
consulta, à cobrança, às penalidades, às garantias e ao processo administrativo, mantidas a base de cálculo e as
alíquotas previstas na legislação em vigor para a contribuição. Isto significa dizer que as pessoas jurídicas
obrigadas a apurar e pagar o imposto sobre a renda com base no lucro real (resultado ajustado) e as que optem
por fazê-lo com base no lucro presumido ou no lucro arbitrado terão que determinar a base de cálculo da CSLL
conforme esses regimes de incidência .A pessoa jurídica não poderá, por exemplo, recolher o IRPJ pelo lucro
arbitrado e a CSLL pelo lucro presumido. (Lei. n.º 8.981/95 e IN-SRF n.º 390/2004).
A CSLL devida será determinada mediante a aplicação da alíquota de 9% (nove por cento) sobre o lucro
ajustado (real), presumido ou arbitrado, que é a base de cálculo do tributo (art. 37 da Lei n.º 10.637/02).
Não recolhem a CSLL, por serem imunes, as entidades beneficentes de assistência social que atendam
cumulativamente às seguintes condições:
I - sejam reconhecidas como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal;
II - sejam portadoras do Certificado ou do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo
Conselho Nacional de Serviço Social, renovado a cada três anos;
III - promovam a assistência social beneficente, inclusive educacional ou de saúde, a menores, idosos,
excepcionais ou pessoas carentes;
IV - não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores remuneração e não
usufruam vantagens ou benefícios a qualquer título;
V - apliquem integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e desenvolvimento de seus
objetivos institucionais, apresentando anualmente ao Conselho Nacional da Seguridade Social relatório
circunstanciado de suas atividades.
Também não são obrigadas ao recolhimento, por serem isentas, as instituições de caráter filantrópico,
recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido
instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos.A isenção
para estas entidades, entretanto, é condicionada ao cumprimento de alguns requisitos estabelecidos na lei e
instruções normativas da Secretaria da Receita Federal.
Têm, ainda, isenção especial a entidade binacional Itaipu e as entidades fechadas de previdência
complementar, relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 20023.

3
O art. 5º da Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002 isentou as entidades fechadas de previdência complementar da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de
2002.
A partir do ano-calendário de 2006, a pessoa jurídica poderá excluir do lucro líquido, na determinação do
lucro real e da base de cálculo da CSLL, o valor correspondente a até 60% (sessenta por cento) - podendo
chegar a 80% (oitenta por cento) em função do número de empregados pesquisadores contratados pela pessoa
jurídica- da soma dos dispêndios realizados no período de apuração com pesquisa tecnológica e
desenvolvimento de inovação tecnológica, classificáveis como despesa pela legislação do IRPJ( Lei n.º
11.196/05). A concessão deste beneficio está condicionada à comprovação da regularidade fiscal da pessoa
jurídica A exclusão, em tela, será limitada ao valor do lucro real e da base de cálculo da CSLL antes da própria
exclusão, vedado o aproveitamento de eventual excesso em período de apuração posterior.

d.1.d) Contribuições sociais previstas no parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de
1991, e as instituídas a título de substituição.
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da
sociedade, destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social.
Ela será financiada por toda sociedade, de forma direta e indireta, nos termos do art. 195 da Constituição
Federal e da Lei n° 8.212/91, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e de contribuições sociais. Isto significa dizer que a seguridade social é financiada não
só por contribuições sociais, mas também por impostos gerais arrecadados pelos entes federativos.
A Lei nº 8.212/1991, responsável pelo detalhamento do financiamento da seguridade social, define que seu
orçamento, no âmbito federal, é composto das seguintes receitas:
I - receitas da União;
II - receitas das contribuições sociais;
III - receitas de outras fontes, quais sejam: as multas, a atualização monetária e os juros moratórios; a
remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros; as receitas
provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens; as demais receitas
patrimoniais, industriais e financeiras; as doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais; 50%
(cinqüenta por cento) dos valores econômicos obtidos de bens apreendidos em decorrência do tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas; 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pelo
Departamento da Receita Federal; e outras receitas previstas em legislação.

Conforme a lei, constituem contribuições sociais:


a) as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço;
b) as dos empregadores domésticos;
c) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de-contribuição;
d) as das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro;
e) as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos;
f) dos empregadores rurais e pescadores (contribuições em substituição).

a)Contribuição Social das Empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a
seu serviço;

A contribuição das empresas para a seguridade social, afora a referente ao lucro e ao faturamento, é:
Para as empresas em geral:
- 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos
segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho,
qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à
disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou
acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.
- 20% vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do
mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços.
- 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe
são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho.
Adicionalmente, as empresas devem recolher outros valores com o objetivo de financiamento do benefício
da aposentadoria especial (arts. 57 e 58 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991) e de outros benefícios
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho. Estas contribuições são calculadas aplicando-se os seguintes percentuais sobre o total das
remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:
- 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho
seja considerado leve;
- 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio;
- 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.

Para entidades financeiras (bancos, sociedades de crédito...), empresas e agentes autônomos de seguros
privados e entidades de previdência privada
Considerando a mesma base de cálculo acima as alíquotas são, respectivamente:
- 22,5%;
-22,5%;e
-15%.

Para agroindústrias:
-2,5% sobre o valor da receita bruta proveniente da comercialização da produção.

b)Contribuição de Empregadores Domésticos

A contribuição do empregador doméstico é de 12% do salário-de-contribuição do empregado doméstico a


seu serviço.

c)Contribuição dos Trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de-contribuição

Para efeito desta lei orgânica da seguridade social, para a contribuição referente à parte dos trabalhadores,
são considerados segurados obrigatórios e, portanto, contribuintes, os empregados, os empregados domésticos,
os contribuintes individuais, o trabalhador avulso e o segurado especial. Quanto às contribuições dos
empregados e dos empregados domésticos a lei especifica, respectivamente, que a empresa e o empregador
doméstico são responsáveis tributários, cabendo a eles a obrigação de arrecadar e recolher o tributo no prazo
legal.
A contribuição do empregado, do doméstico e a do trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da
correspondente alíquota sobre o seu salário-de-contribuição mensal, de forma não-cumulativa, de acordo com a
seguinte tabela:

Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e


trabalhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de abril de
2006
Alíquota para fins de recolhimento ao
Salário-de-contribuição (R$)
INSS (%)
até R$ 840,47 7,65*
de R$ 840,48 a R$ 1.050,00 8,65*
de R$ 1.050,01 a R$ 1.400,77 9,00
de R$ 1.400,78 até R$ 2.801,56 11,00

* Alíquota reduzida para salários e remunerações até três salários mínimos, em razão do disposto no
inciso II do art. 17 da Lei nº 9.311, de 24 de outubro de 1996, que instituiu a Contribuição Provisória
sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e de Direitos de Natureza Financeira – CPMF.

Portaria nº 119, de 19 de abril de 2006


Fonte:Ministério da Previdência Social no site :www.mpas.gov.br

Para o contribuinte individual e facultativo, tem-se o seguinte:

Tabela de contribuição para segurados contribuinte individual e facultativo para


pagamento de remuneração a partir de 1º de abril de 2006
Alíquota para fins de recolhimento ao
Salário-de-contribuição (R$)
INSS (%)
de 350,00 (valor mínimo) até 2.801,56
20
(valor máximo)
Fonte:Ministério da Previdência Social no site :www.mpas.gov.br

d)Contribuição das Empresas sobre Faturamento e Lucro

As contribuições a cargo da empresa, provenientes do faturamento e do lucro, são calculadas mediante a


aplicação das seguintes alíquotas:
- 2% sobre sua receita bruta;
- 10% sobre o lucro líquido ajustado do período-base, antes da provisão para o Imposto de Renda;
No caso da contribuição sobre o faturamento e o lucro das entidades financeiras (bancos, sociedades de
crédito...), empresas e agentes autônomos de seguros privadose e entidades de previdência privada, as
alíquotas, considerada a mesma base de cálculo acima, seriam as seguintes, respectivamente:
-2%;
-15%.
Os empregadores rurais e os consórcios simplificados de trabalhadores rurais são isentos desta contribuição.

e)Contribuição sobre a Receita de Concursos de Prognósticos

Concursos de prognósticos são todos e quaisquer concursos de sorteios de números, loterias, apostas,
inclusive as realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, do Distrito Federal e municipal.
Deduzindo-se, do total da arrecadação, os valores destinados ao pagamento de prêmios, de impostos e de
despesas com a administração e dos direitos pagos às entidades desportivas pelo uso de suas denominações e
símbolos, obtém-se a renda líquida dos concursos. Desta renda deduz-se uma parte devida ao Programa de
Crédito Educativo e o restante é utilizado para financiamento da Seguridade Social.

f) Contribuição de Empregadores Rurais e Pescadores (contribuições em substituição)

A contribuição do empregador rural pessoa física é feita em substituição à contribuição sobre o total das
remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma (
incisos I e II do Art. 22 da Lei n.º 8.212/91) e a do segurado especial (alínea a do inciso V e no inciso VII do
Art. 12 da Lei n.º 8.212/91).
Daí, cabe ao empregador rural pessoa física contribuir com as seguintes alíquotas:
- 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção;
- 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento das prestações
por acidente do trabalho.
O fato de estar sendo recolhida a contribuição obrigatória do segurado especial não o impede de contribuir,
também, facultativamente.

Consórcio Simplificado de Produtores Rurais


Equipara-se ao empregador rural pessoa física o consórcio simplificado de produtores rurais, formado pela
união de produtores rurais pessoas físicas. As contribuições pagas individualmente por produtor substituem a
contribuição que seria devida pelo consórcio.
Os produtores rurais integrantes do consórcio serão responsáveis solidários em relação às obrigações
previdenciárias, ou seja, cada um pode ser chamado a responder integralmente pelos débitos porventura
devidos.

d.2) Contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades
privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical
A Constituição Federal, em seu art. 240, ressalvou da aplicação do disposto no art. 195 as atuais
contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de
serviço social (Sesi, Senai, Senac, Sesc, etc) e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.

d.3) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE(arts. 149 e 174, CF).


O art. 149 da Constituição Federal estabelece que compete exclusivamente à União instituir contribuições
de intervenção no domínio econômico, como instrumento de sua atuação em áreas de atuação econômica
própria da iniciativa privada. A Constituição não estabeleceu que segmentos econômicos poderiam ser alvos
desta contribuição, deixando esta atribuição ao legislador ordinário.
Como a Constituição deu comandos específicos quanto aos requisitos a serem observados pela lei ordinária
quando da instituição da contribuição para as atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus
derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível, acaba-se achando que a Cide só se aplica ao caso
dos combustíveis, o que não é verdade. A própria Lei nº 10.336, de 19 de dezembro de 2001, instituidora da
Cide-Combustíveis, colaborou para aumentar o equívoco. Nela a contribuição relativa aos combustíveis foi
chamada de Cide, apenas, como se fosse gênero do tributo e não a espécie.

Para exemplificar a incidência da contribuição sobre outros seguimentos econômicos, podemos citar a
Contribuição de Intervenção de domínio econômico destinada a financiar o Programa de Estímulo à Interação
Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação instituída pela Lei nº 10.168/2000. Esta contribuição é devida
pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela
signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no
exterior.
No art. 2º da Lei nº 10.168/2000, com a alteração introduzida pelo art. 6º da Lei 10.332/2001, encontramos
um desdobramento desta Cide, que incide sobre a remessa de importâncias ao exterior e é conhecida como
Cide-Remessas ao Exterior. Esta contribuição é devida pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem,
entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados
no exterior.

Como entendemos que o Estado deva interferir o mínimo possível na atividade privada, advogamos que
este tributo deva obedecer a princípios de razoabilidade e racionalidade, não devendo ser aplicado indiscrimi-
nadamente a qualquer segmento econômico.Deveria ser requisito para sua aplicação a existência de forte
conexão entre o segmento objeto da intervenção e o interesse público. Infelizmente como a lógica estatal preza
muito mais a arrecadação que a razoabilidade do tributo, não será de estranhar o surgimento de “Cides”
estapafúrdias impostas ao setor produtivo.

Incidência e alíquotas
As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes
de exportação, mas incidirão sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.
Quanto a alíquotas, estas poderão ser:
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de
importação, o valor aduaneiro;
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
A lei definirá, ainda, as hipóteses em que as Cides incidirão uma única vez.

d.3.a) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercia-


lização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (Cide-
Combustível,
A Cide-combustível está tratada na CF no art. 177, §4º . Sua alíquota de contribuição poderá ser reduzida
ou restabelecida pelo Poder Executivo mediante decreto e não obedecerá ao princípio da anterioridade para sua
aplicação. Ou seja, poderá ser aplicada no mesmo exercício financeiro.Deve, apenas, aguardar o transcurso da
noventena para a mudança ser eficaz.
A Lei nº 10.336, de 19 de dezembro de 2001, instituiu a Cide-Combustíveis, incidente sobre a importação e
a comercialização de gasolina e suas correntes, diesel e suas correntes, querosene de aviação e outros
querosenes, óleos combustíveis (fuel oil), gás liquefeito de petróleo (GLP), inclusive o derivado de gás natural e
de nafta, e álcool etílico combustível.
Como se trata de contribuição, os recursos arrecadados pela Cide são vinculados a uma atividade estatal
específica. Para o caso da Cide dos combustíveis, os recursos arrecadados por ela, conforme dita a Constituição,
somente poderão ser utilizados para:
a) o pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e
derivados de petróleo;
b) o financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás;
c) o financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.
A Lei n.º 11.196/05 estabeleceu que valor da Cide-Combustíveis pago pelo vendedor ou o importador de
hidrocarbonetos líquidos não destinados à formulação de gasolina ou diesel poderá ser deduzido dos valores
devidos pela pessoa jurídica adquirente desses produtos, relativamente a tributos ou contribuições administrados
pela Receita Federal do Brasil, nos termos, limites e condições estabelecidos em regulamento.
Fato gerador
A Cide-Combustível tem como fatos geradores as operações de importação e de comercialização no
mercado interno, realizadas pelo produtor, o formulador e o importador, pessoa física ou jurídica, dos
combustíveis líquidos citados. Sobre as receitas advindas da exportação, para o exterior, destes produtos, não
haverá incidência desta contribuição.

Base de cálculo
Nas operações relativas à comercialização no mercado interno, assim como nas operações de importação, a
base de cálculo é a “unidade de medida” (quantidade comercializada do produto) adotada na lei instituidora do
tributo para cada um dos produtos sobre os quais incide a contribuição.

Não-cumulatividade
Para determinação da base de cálculo, do valor da contribuição incidente na comercialização no mercado
interno, poderá ser deduzido o valor da Cide pago, em operação anterior, pelo próprio contribuinte quando da
importação ou por outro contribuinte quando da aquisição no mercado interno.

Alíquotas
As alíquotas da contribuição podem ser diferenciadas por produto ou uso. Tais alíquotas poderão ser
reduzidas e restabelecidas por ato do Poder Executivo (decreto), não se lhes aplicando o princípio da
anterioridade, ou seja, serão aplicáveis no mesmo exercício financeiro em que forem alteradas.

Isenções
É isenta da Cide-Combustíveis a nafta petroquímica, importada ou adquirida no mercado interno, destinada
à elaboração, por central petroquímica, de produtos petroquímicos outros, que não os referidos no item anterior.
São ainda isentos da Cide-Combustíveis os produtos vendidos para empresa comercial exportadora, com o
fim específico de exportação para o exterior.
A não-efetivação da exportação em até 180 dias, contados da data de aquisição, implica o respectivo
pagamento da Cide, mediante a aplicação das alíquotas específicas aos produtos adquiridos com essa finalidade
mas não exportados.
A alteração, pela empresa comercial exportadora, da destinação do produto adquirido com o fim específico
de exportação, também implica obrigatoriedade de pagamento da Cide.
Nestes casos os valores devidos a título da Cide serão acrescidos de multa de mora (apurada na forma do
caput e do § 2o do art. 61 da Lei no 9.430/1996) e juros de 1% (um por cento) no mês do pagamento mais juros
equivalentes à taxa referencial Selic.

Pagamento
No caso de comercialização, no mercado interno, a Cide-Combustíveis devida será apurada mensalmente e
deve ser paga até o último dia útil da primeira quinzena do mês subseqüente ao de ocorrência do fato gerador.
Na importação, a Cide-Combustíveis deverá ser paga na data do registro da Declaração de Importação (DI).

d.4) Contribuições corporativas de interesse de categorias profissionais ou econômicas (art. 149 da CF).
São as anuidades devidas pelos associados às suas entidades representativas de classe que usam estes
recursos para fiscalizar e regular o exercício profissional (ex.: CREA, OAB, CRM, etc.)
d.5) Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos
de Natureza Financeira (CPMF)
Originária do antigo IPMF (Imposto Provisório sobre a Movimentação Financeira), a CPMF foi criada,
originariamente, com o propósito de fazer frente aos gastos do Estado com a saúde pública. Com o passar do
tempo, emendas constitucionais foram lhe agregando outras destinações.
Por natureza, o tributo da espécie Contribuição é vinculado a uma contraprestação estatal específica, que é a
motivadora de sua criação. Por esta razão, a Constituição explicitou, de forma inequívoca, sua destinação, para
que seja estritamente cumprida pelo Poder Executivo.
Somado à sua função arrecadatória, a CPMF exerce importante papel de mecanismo fiscalizatório da
sonegação tributária. As informações repassadas à Receita pelas instituições financeiras, responsáveis pelo
recolhimento, acerca dos montantes debitados dos correntistas e afins, dá a exata noção da movimentação
financeira do contribuinte. Tais informações poderão ser usadas pela Receita para comparação com os valores
constantes da declaração de imposto de renda.
A competência para a instituição da CPMF é da União, conforme dita o art. 74 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT), incluído pela Emenda Constitucional no 12, de 16 de agosto de 1996.
De posse desta competência, a União tratou de editar a Lei no 9.311, de 24 de outubro de 1996, que
instituiu a CPMF, considerando como movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de
natureza financeira qualquer operação liquidada ou lançamento realizado por instituições financeiras, bancos
comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial e caixas econômicas ou por qualquer outro sistema
organizado, que representem circulação escritural ou física de moeda e de que resulte ou não transferência de
titularidade dos mesmos valores, créditos e direitos.
Inicialmente, a lei instituidora da CPMF previa que sua aplicação se daria no prazo correspondente a 13
meses, contados depois de decorridos noventa dias da data da publicação da lei que a instituiu (art. 20 da Lei nº
9.311, de 1996). Antes, porém, do fim deste prazo, a Lei nº 9.539, de 12 de dezembro de 1997, em seu art.1º,
efetivamente prorrogou a aplicação da contribuição por mais 24 meses, contados a partir de 23 de janeiro de
1997. Ou seja, de pouco mais de um ano de vida inicial prevista o tributo passou a ter três.
Observa-se que desde o princípio esperava-se que a vida da contribuição fosse curta, como se pode
depreender do § 2º do art. 74 do ADCT, que proibia que a CPMF fosse cobrada por mais de dois anos.
Contrariando, entretanto esta lógica, o tributo vem sendo prorrogado continuamente. Primeiro, pela Emenda
Constitucional no 21, de 18 de março de 1999, que incluiu o art. 75 ao ADCT e prorrogou a aplicação da CPMF
por mais 36 meses (de 17 de junho de 1999 a 17 de junho de 2002), depois pela Emenda Constitucional no 37,
de 28 de maio de 2002, que determinou sua cobrança até 31 de dezembro de 2004 (art. 84 do ADCT), e, por
último, pela EC nº 42, de 2003, que a prorrogou até 31 de dezembro de 2007 (art. 90 do ADCT).

Fato Gerador
Conforme o art. 2º da Lei n° 9.311, de 1996, seu fato gerador será:
I – o lançamento a débito, por instituição financeira, em contas correntes de depósito, em contas correntes
de empréstimo, em conta de depósito de poupança, de depósito judicial e de depósitos em consignação de
pagamento de que tratam os parágrafos do art. 890 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, introduzidos pelo
art. 1º da Lei nº 8.951, de 13 de dezembro de 1994, junto a ela mantidas;
II – o lançamento a crédito, por instituição financeira, em contas correntes que apresentem saldo negativo,
até o limite de valor da redução do saldo devedor;
III – a liquidação ou pagamento, por instituição financeira, de quaisquer créditos, direitos ou valores, por
conta e ordem de terceiros, que não tenham sido creditados, em nome do beneficiário, nas contas referidas nos
incisos anteriores;
IV – o lançamento, e qualquer outra forma de movimentação ou transmissão de valores e de créditos e
direitos de natureza financeira não relacionadas nos incisos anteriores, efetuados pelos bancos comerciais,
bancos múltiplos com carteira comercial e caixas econômicas;
V – a liquidação de operações contratadas nos mercados organizados de liquidação futura;
VI – qualquer outra movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira
que, por sua finalidade, reunindo características que permitam presumir a existência de sistema organizado para
efetivá-la, produza os mesmos efeitos previstos nos incisos anteriores, independentemente da pessoa que a
efetue, da denominação que possa ter e da forma jurídica ou dos instrumentos utilizados para realizá-la.

Não-incidência:
Pelo art. 3º da Lei n° 9.311, de 1996, e Lei nº 10.306, de 8 de novembro de 2001, não há incidência da
CPMF:
I – no lançamento nas contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, suas autarquias e
fundações;
II – no lançamento errado e seu respectivo estorno, desde que não caracterizem a anulação de operação
efetivamente contratada, bem como no lançamento de cheque e documento compensável, e seu respectivo
estorno, devolvidos em conformidade com as normas do Banco Central do Brasil;
III – no lançamento para pagamento da própria CPMF, na condição de contribuinte ou responsável;
IV – nos saques efetuados diretamente nas contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço –
FGTS e do Fundo de Participação PIS/Pasep e no saque do valor do benefício do seguro-desemprego, pago de
acordo com os critérios previstos no art. 5° da Lei n° 7.998, de 11 de janeiro de 1990;
V – sobre a movimentação financeira ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza
financeira das entidades beneficentes de assistência social, nos termos do § 7º do art. 195 da Constituição
Federal;
VI – no débito efetuado na conta de passivo de instituição financeira que registre recursos de titularidade da
União, de Estado, do Distrito Federal ou de Município, utilizados para pagamento de restituição de tributos por
conta e ordem do sujeito ativo;
VII – nos lançamentos a débito nas contas correntes de depósito cujos titulares sejam:
a) missões diplomáticas;
b) repartições consulares de carreira;
c) representações de organismos internacionais e regionais de caráter permanente, de que o Brasil seja
membro;
d) funcionário estrangeiro de missão diplomática ou representação consular, desde que não tenha residência
permanente no Brasil;
e) funcionário estrangeiro de organismo internacional que goze de privilégios ou isenções tributárias em
virtude de acordo firmado com o Brasil, desde que não tenha residência permanente no Brasil;
VIII – nos lançamentos em contas correntes de depósito especialmente abertas e exclusivamente utilizadas
pelas:
a) câmaras e prestadoras de serviços de compensação e de liquidação de que trata o parágrafo único do art.
2º da Lei nº 10.214, de 27 de março de 2001, em operações relativas à transferência de fundos, de títulos, de
valores mobiliários e de outros ativos financeiros, inclusive moedas estrangeiras ou documentos representativos
dessas moedas;
b) companhias securitizadoras de que trata a Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997, e sociedades
anônimas que tenham por objeto exclusivo a aquisição, nas condições fixadas pelo Conselho Monetário
Nacional, de créditos oriundos de operações praticadas no mercado financeiro, em operações relativas à:
1. captação de recursos por meio de emissão de títulos e valores mobiliários;
2. resgates, recompras e outras obrigações decorrentes da emissão de que trata o item anterior;
3. cessão e aquisição de direitos de crédito;
4. aplicação de recursos nos mercados de renda fixa e de renda variável;
IX – nos lançamentos em contas correntes de depósito relativos a operações que tenham por objeto ações ou
contratos referenciados em ações ou índices de ações:
a) realizadas em mercados à vista e em mercados organizados de liquidação futura, admitidos à negociação
em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros;
b) de compra e venda, à vista, em mercado de balcão organizado, assim considerado pela Comissão de
Valores Mobiliários;
c) intermediadas por instituição financeira, sociedade corretora de títulos e valores mobiliários, sociedade
distribuidora de títulos e valores mobiliários e sociedade corretora de mercadorias.
X – nos lançamentos em contas de investidores estrangeiros relativos a entradas no País e a remessas para o
exterior de recursos financeiros empregados, exclusivamente, nas operações referidas no inciso anterior.
Alíquota
Hoje a alíquota da contribuição é de 0,38%, com validade prevista até o fim de 2007, sendo que sua
destinação constitucional, atual, é:
- 0,20% ao Fundo Nacional de Saúde, para financiamento das ações e serviços de saúde;
- 0,10% ao custeio da previdência social; e
- 0,08% ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza.

A alíquota fica reduzida a zero nas seguintes hipóteses:

I – nos lançamentos a débito em contas de depósito de poupança, de depósito judicial e de depósito em


consignação de pagamento de que tratam os parágrafos do art. 890 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973,
introduzidos pelo art. 1º da Lei n° 8.951, de 13 de dezembro de 1994, para crédito em conta corrente de
depósito ou conta de poupança, dos mesmos titulares;
II – nos lançamentos relativos a movimentação de valores de conta corrente de depósito, para conta de
idêntica natureza, dos mesmos titulares, exceto nos casos de lançamentos a crédito por instituição financeira,
em contas correntes que apresentem saldo negativo, até o limite de valor da redução do saldo devedor;
III – nos lançamentos em contas correntes de depósito das sociedades corretoras de títulos, valores
mobiliários e câmbio, das sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários, das sociedades de
investimento e fundos de investimento( arts. 49 e 50 da Lei nº 4.728/1965), das sociedades corretoras de
mercadorias e dos serviços de liquidação, compensação e custódia vinculados às bolsas de valores de
mercadorias e de futuros, e das instituições financeiras não referidas no inciso IV do art. 2o da Lei no 9.311, de
1996, bem como das cooperativas de crédito, desde que os respectivos valores sejam movimentados em contas
correntes de depósito especialmente abertas e exclusivamente utilizadas para as operações relacionadas em ato
do Ministro de Estado da Fazenda, dentre as que constituam o objeto social das referidas entidades;
IV – nos lançamentos efetuados pelos bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial e caixas
econômicas, relativos às operações relacionadas em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre as que
constituam o objeto social das referidas entidades;
V – nos pagamentos de cheques, efetuados por instituição financeira, cujos valores não tenham sido
creditados em nome do beneficiário nas contas correntes de depósito, em contas correntes de empréstimo, em
contas de depósito de poupança, de depósito judicial e de depósitos em consignação de pagamento;
VI – nos lançamentos relativos aos ajustes diários exigidos em mercados organizados de liquidação futura.
VII - nos lançamentos a débito em conta corrente de depósito para investimento, aberta e utilizada
exclusivamente para realização de aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável, de qualquer
natureza, inclusive em contas de depósito de poupança;
VIII - nos lançamentos a débito nas contas especiais de depósito a vista tituladas pela população de baixa
renda, com limites máximos de movimentação e outras condições definidas pelo Conselho Monetário Nacional
- CMN e pelo Banco Central do Brasil;
IX - nos lançamentos relativos à transferência de reservas técnicas, fundos e provisões de plano de
benefício de caráter previdenciário entre entidades de previdência complementar ou sociedades seguradoras,
inclusive em decorrência de reorganização societária, desde que:
a) não haja qualquer disponibilidade de recursos para o participante, nem mudança na titularidade do
plano; e
b) a transferência seja efetuada diretamente entre planos ou entre gestores de planos.
X - nos lançamentos a débito em conta corrente de depósito de titularidade de residente ou domiciliado no
Brasil ou no exterior para liquidação de operações de aquisição de ações em oferta pública, registrada na
Comissão de Valores Mobiliários, realizada fora dos recintos ou sistemas de negociação de bolsa de valores,
desde que a companhia emissora tenha registro para negociação das ações em bolsas de valores.

d.6) Contribuições Previdenciárias dos Servidores dos Estados, Municípios e DF (art. 149, § 1°, da CF)
Fora da competência instituidora Federal, por força da Constituição, encontram-se as contribuições
previdenciárias dos servidores dos Estados, o Distrito Federal e os Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações. A Constituição estabelece que estes entes políticos instituirão contribuição a ser cobrada dos
servidores ativos, inativos e pensionistas para o custeio do seu regime previdenciário. A alíquota cobrada não
poderá ser inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. Este regime de
previdência terá caráter contributivo e solidário e também receberá contribuição do respectivo ente público.
d.7) Contribuição para custeio da iluminação pública (art. 149-A, da CF)
Outra contribuição fora da competência da União uma vez que a Constituição estabelece que os Municípios
e o Distrito Federal, mediante leis próprias, poderão instituir contribuição para o custeio do serviço de
iluminação pública.

e. Empréstimos Compulsórios (art. 148 da CF)


É competência exclusiva da União, que poderá instituí-los nas seguintes situações:
a) para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua
iminência. A cobrança pode ocorrer de imediato, pois, para este caso, a CF libera o tributo da necessidade de
observância do princípio da anterioridade e da espera nonagesimal (cobrança após 90 dias);
b) no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. Aqui a CF requer
que sejam observados o princípio de anterioridade da lei e o decurso do prazo nonagesimal.
Os empréstimos compulsórios só podem ser instituídos por lei complementar, e a aplicação dos recursos
deles provenientes é vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

XII. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA-

a. Conceito e Elementos Estruturais da Relação Tributária


Como o Direito Tributário é naturalmente de caráter obrigacional, a obrigação tributária é seu elemento
fundamental. Esta obrigação, que pode ser principal ou acessória (art. 113, do CTN), significa que há um
vínculo jurídico entre o Estado (sujeito ativo) e o contribuinte (sujeito passivo) que cria para o primeiro o direito
de receber e para o segundo o dever de pagar uma determinada prestação chamada de tributo. Entretanto, este
vinculo só passa a existir a partir da ocorrência concreta (fato gerador) de uma situação prevista na lei (hipótese
de incidência) como necessária.

Portanto a relação jurídica tributária nasce com a ocorrência do fato gerador cuja tributação será o resultado
da aplicação de uma lei. São elementos estruturais desta obrigação o sujeito ativo e o sujeito passivo . O sujeito
ativo é o Estado, que é o credor do crédito tributário (dívida tributária) constituído contra o particular e o sujeito
passivo é este particular devedor, que pode ser o contribuinte ou o responsável pelo pagamento do tributo. Em
suma, em função desta relação o sujeito passivo é obrigado a fazer ou não fazer algo no interesse da arrecadação
ou da fiscalização dos tributos, e o Estado tem o direito de constituir contra o particular um crédito.

b. Obrigação tributária principal (art. 113,§ 1º, do CTN)

A principal surge diretamente com a ocorrência do fato gerador. Tem por objeto o pagamento de tributo ou,
caso este não seja pago, o pagamento de penalidade pecuniária correspondente e extingue-se com o crédito
decorrente desta obrigação principal. Isto significa que a obrigação tributária desaparece juntamente com o
crédito tributário (dívida tributária exigível), seja por pagamento, que é a forma desejável, seja pelas outras
formas possíveis aceitas pelo CTN, como veremos mais adiante.

c. obrigação tributária acessória (art. 113, §§ 2º e 3º, do CTN)

A acessória decorre da própria legislação tributária e tem por objeto o cumprimento, pelo sujeito passivo
das obrigações acessórias, das prestações previstas nessa legislação, sejam positivas (ex.: manter os livros
atualizados, emitir notas fiscais, etc.) ou negativas (ex.: deixar de fazer algo por determinação legal), sempre no
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal quanto à
penalidade pecuniária. O que se quer dizer aqui é que, apesar de multa não ser tributo, pode ser cobrada como
se tributo fosse, utilizando-se, igualmente, de todos mecanismos disponíveis para cobrança da obrigação
principal.

d. Hipótese de Incidência
Hipótese de incidência é a descrição que a lei faz de um fato tributário que só dará origem a uma obrigação
tributária se ocorrido concretamente. Ou seja, a lei descreve um fato hipotético que enquanto não acontecer não
faz nascer nenhuma obrigação. A hipótese de incidência é também conhecida como fato gerador em abstrato.

e. Fato Gerador (arts. 114, 115, 116, 117 e 118 do CTN)


Fato gerador é a ocorrência concreta do fato descrito na hipótese de incidência legal. Somente assim nasce a
obrigação tributária principal. Entretanto, o fato concreto havido deve enquadrar-se rigorosamente à hipótese
legal prevista, não sendo aceita a aproximação. A este enquadramento estrito dá-se o nome de subsunção.
O fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a
prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Se não houver nenhuma disposição de lei em contrário, no caso de situação de fato, o fato gerador é
considerado ocorrido e existentes os seus efeitos desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias
materiais necessárias para a produção de seus efeitos. Já para uma situação jurídica, considera-se ocorrido o fato
gerador a partir do momento em que esta esteja definitivamente constituída, nos termos do direito aplicável.
Poderão ser desconsiderados pela autoridade administrativa atos ou negócios jurídicos praticados com a
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da
obrigação tributária.
A existência de fato gerador independe da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos
contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do objeto destes atos ou dos seus efeitos.Nem
mesmo os efeitos dos fatos efetivamente ocorridos devem ser considerados na determinação da ocorrência de
fato gerador. A interpretação deve ser feita expurgada destes elementos. É por este motivo que, ainda que o ato
praticado pelo contribuinte seja ilegal, se este se enquadrar na definição legal de fato gerador será tributado (ex.:
rendimentos auferidos pelo tráfico de entorpecentes).

XIII. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

O sujeito passivo da obrigação tributária principal é quem tem o dever de pagar o tributo ou penalidade
pecuniária (art. 121 do CTN). Normalmente, esse sujeito passivo é o contribuinte (devedor direto ou sujeito
passivo direto), posto que é ele quem pratica fato gerador da obrigação tributária (art. 121, parágrafo único,
inciso I). Nada obstante, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo pagamento do tributo a
uma terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou
atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação (art. 128 do
CTN). Nesse caso, o devedor é conhecido como responsável (devedor indireto ou sujeito passivo indireto), uma
vez que, não sendo contribuinte, por não ter diretamente praticado o fato gerador, sua obrigação decorre de
expressa disposição legal (art. 121, parágrafo único, inciso II).
É, por exemplo, contribuinte aquele que, sendo proprietário de um automóvel, tem, ele próprio, o dever de
pagar o IPVA, e não outra pessoa. Já como exemplo de responsável tributário, citamos a determinação legal
para que o empregador se responsabilize pelo recolhimento mensal, na fonte, do imposto de renda de seus
empregados. Não obstante o praticante do fato gerador (recebimento de renda) ser o empregado, a lei estabelece
que o responsável pelo recolhimento do tributo é um terceiro vinculado ao fato gerador, no caso, o empregador.
Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo
pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública para modificar a definição legal do sujeito
passivo das obrigações tributárias correspondentes. Isto quer dizer que a Fazenda Pública não levará em
consideração qualquer contrato ou acordo informando outro sujeito passivo que não o contribuinte ou o
responsável legal. Exemplo disto são os contratos de locação nos quais o inquilino se declara responsável pelo
adimplemento do IPTU. Para o fisco, o contribuinte continuará sendo o proprietário ou o possuidor com ânimo
de dono, nunca o inquilino.
A responsabilidade tributária decorre da lei e pode se dar de duas formas: por substituição ou por
transferência.

a. Responsabilidade Tributária por Substituição


A responsabilidade tributária por substituição ocorre quando, em virtude de disposição legal expressa, é um
terceiro, vinculado ao fato gerador, que recebe a incumbência de saldar o crédito tributário (dívida tributária do
sujeito passivo) originado por outra pessoa (contribuinte). Nessa hipótese, é a própria lei que substitui o sujeito
passivo direto pelo sujeito passivo indireto.
O CTN estabelece no art. 135 que, por substituição aos contribuintes originais, são pessoalmente
responsáveis pelos tributos decorrentes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato
social ou estatutos: os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; os tutores e curadores, pelos tributos
devidos por seus tutelados ou curatelados; os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por
estes; o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela
massa falida ou pelo concordatário; os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos
devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; os sócios, no caso de
liquidação de sociedade de pessoas;; os mandatários, prepostos e empregados; e os diretores, gerentes ou
representantes de pessoas jurídicas de direito privado..

b. Responsabilidade Tributária por Transferência


A responsabilidade tributária por transferência se manifesta por sucessão e por solidariedade.

b.1. Responsabilidade dos Sucessores


Suceder significa receber direitos e obrigações de uma outra pessoa, seja por atos inter vivos (ex.: sucessão
comercial), ou causa mortis (ex.: herança). Com a sucessão, a obrigação tributária não cumprida se transfere ao
sucessor, ressalvadas as peculiaridades da responsabilidade dos sucessores em matéria de obrigação tributária.
Esta responsabilidade sucessória em matéria tributária é disciplinada pelo CTN em seus arts. 129 a 133.
Os sucessores respondem pelos créditos tributários definitivamente constituídos, pelos que se encontram em
fase de constituição e pelos constituídos posteriormente, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas
até a data da sucessão. Ou seja, o sucessor se responsabiliza pelos créditos tributários decorrentes de obrigações
tributárias surgidas antes do fato ensejador da sucessão.
Quanto aos impostos que têm como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis,
bem como em relação às taxas de serviço e à contribuição de melhoria, relacionadas com esses bens imóveis, a
responsabilidade pelo adimplemento dos mesmos é dos adquirentes dos imóveis. Porém não só os adquirentes
de imóveis são responsáveis pelos tributos não pagos. O art. 131 do CTN estende esta responsabilidade, de
modo pessoal, também ao adquirente ou ao remitente (aquele que deposita ou paga o preço do bem de sua
propriedade penhorado judicialmente no intuito de resgatá-lo) de qualquer tipo de bens, imóveis ou não, pelos
tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos.
No caso de sucessão por morte (causa mortis), o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro são
pessoalmente responsáveis pelos tributos devidos pelo de cujus (falecido) até a data da partilha ou adjudicação,
limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação. Aqui a lei tributária repete
previsão da lei civil brasileira que não permite que o sucessor arque com dívidas superiores ao valor do recebido
em sucessão. Antes da abertura da sucessão, a responsabilidade pelos tributos devidos pelo de cujus é do
espólio.
No caso de transformação, fusão ou incorporação de empresas, a pessoa jurídica de direito privado
resultante é pessoalmente responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas empresas fusionadas,
transformadas ou incorporadas.
Também o sócio remanescente ou o espólio, são responsáveis pelos tributos não saldados por empresa
extinta, no caso de que a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer daqueles agentes, sob
a mesma ou outra razão social ou sob firma individual.
O art. 133 do CTN trata da sucessão comercial quando estabelece que a pessoa natural ou jurídica de direito
privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial
ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome
individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato.
Esta responsabilidade é integral, se o vendedor cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. Será, no
entanto, subsidiária com a do vendedor, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar
da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
Com a edição da Lei Complementar nº 118/2005, o art. 133 recebeu o acréscimo de parágrafos
para contemplar a questão da sucessão comercial no caso de alienação judicial que ocorra em
processo de falência ou de recuperação judicial4. De fato foi estabelecida importante exceção à
responsabilidade genérica por sucessão comercial. Foi afastada do adquirente a responsabilidade, seja
integral ou subsidiária, pelo pagamento dos tributos devidos pelo proprietário anterior. No entanto, o
exercício deste direito está condicionado a que o adquirente: não esteja no quadro societário destas ou
de quaisquer outras sociedades controlas pelo devedor falido ou em recuperação judicial;não seja
parente deste devedor de qualquer de seus sócios, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau,
consangüíneo ou afim e nem seja identificado como agente dele(s) com o objetivo de fraudar a
sucessão tributária.
.. Com esta opção feita pela mencionada lei complementar de não-oneração do adquirente, procura-se criar
meios para que a empresa tenha maiores possibilidades de se recuperar e manter-se em atividade, preservando
empregos e, em ultima análise, a economia do país.
Ressalva-se que a referida lei complementar, adicionalmente, estabeleceu situações em que, apesar de
estarem ocorrendo as hipóteses de alienação judicial em caso de falência ou recuperação judicial, serão
aplicáveis ao adquirente as atribuições de responsabilidade tributária por conta da sucessão comercial. Isso se
dará quando o adquirente for: sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada
pelo devedor falido ou em recuperação judicial; parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau,
consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou
identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão
tributária.
Inovou, ainda a LC nº 118/2005, ao estatuir que, em processo da falência, o produto da alienação judicial de
empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência
pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação. Excepcionalmente, esse recurso poderá ser utilizado
para o pagamento de créditos que preferem ao tributário ou de créditos extraconcursais, assim entendidos
aqueles decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência (art. 188 do CTN), ou seja,
decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial, inclusive aqueles relativos a
despesas com fornecedores de bens ou serviços.

b.2. Solidariedade (responsabilidade de terceiros)


A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. O devedor solidário é aquele que
responde pela dívida como se devedor principal fosse. Por isto, a dívida pode ser cobrada tanto dele como do
devedor principal, indiferentemente, no todo ou em parte, conforme deseje o devedor.
Para a questão tributária, o tema é regulado pelo CTN nos arts. 134 e 135. No entanto, de forma um pouco
diferente do instituto da solidariedade prevista na lei civil brasileira, o CTN exige que, para se cobrar um
devedor solidário, é necessário que o devedor principal não tenha sido capaz de fazer frente ao pagamento do
tributo, como se observa do art. 134:

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação tributária principal
pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de
que forem responsáveis:
I – os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II – os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III – os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV – o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V – o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de oficio, pelos tributos devidos sobre, os atos
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII – os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

4
A nova Lei de Falências (Lei nº 11.101/2005) não contempla mais a figura da concordata, mas prevê a
possibilidade de recuperação extrajudicial e a recuperação judicial, sendo que, para esta última, deve ser
apresentado, em juízo, plano de recuperação da empresa e negociado este com os credores.
A obrigação de recolher tributos é da pessoa jurídica e não dos sócios/acionistas, que só respondem se
administradores forem e se os atos de gestão forem contrários à lei, Contrato Social/Estatuto e caso
caracterizado o excesso de mandato.

c. Responsabilidade por Infrações (arts. 136 a 138)e Denúncia espontânea


A menos que a lei estabeleça diferentemente, a responsabilidade por infrações da legislação tributária
independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade.
A responsabilidade é excluída pela denúncia (informação) espontânea da infração, acompanhada, se for o
caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela
autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Entretanto não se considera
espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de
fiscalização, relacionados com a infração.
Adicionalmente a Lei nº 9.249/95 em seu art. 34 reza que extingue-se a punibilidade dos crimes definidos
na Lei nº 8.137/90, que trata dos crimes contra a ordem tributária, e na Lei nº 4.729/65, que trata do crime de
sonegação fiscal, quando o agente promover o pagamento do tributo ou contribuição social, inclusive
acessórios, antes do recebimento, pelo juízo, da denúncia formulada pelo Ministério Público.

XIV. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO (ART. 127 DO CTN)

O CTN faculta ao contribuinte, ou responsável, escolher seu domicílio tributário. Neste lugar escolhido,
será desenvolvida a relação entre ele e o Fisco, nos seus mais variados aspectos.

A escolha, entretanto, não é desprovida de consideração por parte da administração que poderá recusá-la
quando esta escolha impossibilitar ou dificultar a cobrança ou a fiscalização do tributo. Neste caso, assume-se
como domicílio o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
No caso de não haver qualquer escolha, a Administração Tributária considerará que, para as pessoas
naturais, seu domicílio será a sua residência habitual. Se esta, porém, for incerta ou desconhecida, então
considerar-se-á domicílio o local onde a pessoa normalmente exerce suas atividades.
Para as pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o domicílio tributário é o lugar da sua
sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento. Isto porque se
a empresa tiver filiais há tributos (ICMS e IPI) que consideram cada uma delas como contribuintes isolados e
portanto entes autômomos em relação à matriz para efeitos de domicílio.
Quanto às pessoas jurídicas de direito público, considera-se domicílio qualquer de suas repartições no
território da entidade tributante.
Caso não seja cabível a aplicação de qualquer das regras elencadas, considerar-se-á como domicílio
tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que
deram origem à obrigação.

XV. IMPOSTOS DA COMPETÊNCIA DA UNIÃO (IMPOSTOS FEDERAIS)

Os impostos de competência privativa da União estão elencados no art. 153 e 154 da CF e são os seguintes:
a) imposto sobre importação (II);
b) imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE);
c) imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IRPF/IPRJ);
d) imposto sobre produtos industrializados (IPI);
e) imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF);
f) imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR);
g) imposto sobre grandes fortunas, nos termos da lei complementar;
h) imposto extraordinário;
i) impostos inominados.
Em Território Federal, competem à União os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em
Municípios, cumulativamente, os impostos municipais (art. 147 da CF).

a. Imposto de Importação – II
O Imposto de Importação tem como fato gerador a entrada de produtos estrangeiros (bens ou serviços) no
território nacional (art. 19 do CTN). Porém, para que a entrada deste produto estrangeiro seja passível de
tributação é necessário que ela se configure em entrada definitiva. Não é autorizado cobrar-se o Imposto de
Importação de produtos estrangeiros que se destinam a outros países e que apenas estão em trânsito pelo Brasil
e de produtos cuja permanência no solo nacional é temporária, como artigos destinados a feiras e exposições,
que retornarão a seus países de origem após o término dos eventos.
Desta forma, o fato gerador que cria a obrigação tributária é a entrada de produtos que estão sendo
efetivamente importados para integrarem a economia nacional de forma permanente.
A questão sobre em que momento o fato gerador do Imposto de Importação ocorre tem sido motivo de
divergência entre os doutrinadores. A teor do art. 19 do CTN, para alguns, o fato gerador desse imposto é
instantâneo e ocorreria no exato momento em que o produto cruzasse alguma das fronteiras políticas do país
(solo, subsolo, espaço aéreo, mar territorial, águas jurisdicionais, representações diplomáticas no exterior,
aeronaves, embarcações). Para outros, vale o disposto no art. 23 do Decreto-Lei nº 37/665 que estabelece que,
quando se tratar de mercadoria despachada para consumo, ou seja, para a indústria, comércio ou uso do próprio
importador, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro, na repartição aduaneira, da declaração
importação feita para o desembaraço da mercadoria. O STF entende não haver incompatibilidade entre estas
duas correntes, mas que o Estado, nas palavras de Fátima Fernandes Rodrigues de Souza, tem a necessidade de
“tornar precisa, no espaço e no tempo e na circunstância, a ocorrência do fato gerador”6.Na prática, usa-se o
estabelecido no decreto para determinação do fato gerador.
O Imposto de Importação é predominantemente de natureza extrafiscal. Seu propósito é muito mais atingir
objetivos econômicos de interesse das políticas de governo do que arrecadar. Serve como instrumento de
proteção da indústria e comércio nacionais, bem como de proteção do consumidor contra de momentos de
escassez ou especulação interna.
Base de cálculo

Quando a alíquota for específica, a base de cálculo do Imposto de Importação é a quantidade de mercadoria,
expressa na unidade de medida adotada na tarifa aduaneira do Brasil (peso, extensão, volume, quantidade, etc.)
(art. 20, I, do CTN e art. 2º, I, do Decreto-Lei nº 37/66).
Quando a alíquota é ad valorem (sobre o valor do bem – art. 20, II, do CTN), a base de cálculo é o preço
normal que o produto, ou seu similar, alcançaria ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre
concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no país (art. 20, II, do CTN). A definição
deste preço normal ou preço aduaneiro (art. 2º, II, do Decreto-Lei nº 37/66) é feito com base no rigidamente
disposto nas normas do art. 7º do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio – GATT de 1994,
conhecido como Acordo de Valoração Aduaneira, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 30/94.
Há ainda a alíquota mista que é resultante da combinação da específica e da ad valorem.
Por último, pelo art. 20, III, do CTN, a base de cálculo do produto apreendido ou abandonado que é levado
a leilão é o preço da arrematação.
Não precisa atender ao princípio da anterioridade no que tange à alteração de suas alíquotas que podem ser
modificadas por decreto do executivo (art. 153, § 1º, da CF).

Contribuinte

É contribuinte do Imposto de Importação: a) o importador, assim considerada qualquer pessoa física ou


jurídica que promova a entrada, de forma definitiva, de mercadoria estrangeira no território nacional ou quem a
ele a lei equiparar (art. 22, I, do CTN e art. 31, I, do Decreto-Lei nº 37/66); b) o arrematante de produtos
apreendidos ou abandonados (art. 22, II, do CTN); c) o destinatário de remessa postal internacional indicado
pelo respectivo remetente (art. 31, II, do Decreto-Lei nº 37/66); e d) o adquirente da mercadoria entrepostada.
(art. 31, III, do Decreto-Lei nº 37/66)

Tributos incidentes sobre a importação

5
A regulamentação da administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de
comércio exterior é dada pelo Dec. N.º 4.543, de 26 de dezembro de 2002.
6
Comentários ao Código Tributário Nacional, volume 1, 1a ed., São Paulo, Ed. Saraiva, 1998,p. 168
A importação, que já sofria o ônus do Imposto de Importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI), do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), para mercadorias, e do Imposto Sobre
Serviços (ISS), para serviços, passou a sofrer a incidência do PIS-Importação e da Cofins-Importação,
instituídos pela Lei nº 10.865/04 a partir da permissão constitucional concedida pela Emenda Constitucional nº
42/03, que alterou o art. 195 da CF.
Para se ter uma idéia do custo de uma importação, basta se observar como é calculado o ICMS:

ICMS = Alíquota do ICMS x (preço aduaneiro da mercadoria + seguro + frete internacional + II + IPI)

Donde se conclui que o IPI faz parte da base de cálculo do ICMS quando de importações.

b. Imposto de Exportação – IE
De natureza predominantemente extrafiscal, consiste na exportação, para o estrangeiro, de produto nacional
ou nacionalizado (mercadoria estrangeira importada a título definitivo). O produto de sua arrecadação
constituirá reserva monetária, a crédito do Banco Central do Brasil, a qual só poderá ser aplicada na forma
estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
O fato gerador é a saída do território nacional de produtos nacionais ou nacionalizados (art. 23 do CTN),
que se considera materializado, na prática, no momento da expedição da Guia de Exportação ou documento
equivalente (Decreto-Lei nº 1578/77). Não efetivada a exportação do produto, por qualquer motivo, a quantia
paga a título de imposto será restituída.
O sujeito passivo (contribuinte) do imposto é o exportador, assim entendido, qualquer pessoa que promova
a saída do produto do território nacional.
A alíquota do imposto é de 30%, facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou aumentá-la (art. 153, § 1º, da
CF e art. 26 do CTN), por decreto, para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. No
tocante à alteração das alíquotas, então, não é necessário obediência ao princípio da anterioridade (art. 150, §
1º). Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser superior a 150% (cinco vezes o percentual
estabelecido na lei).
A base de cálculo é o preço normal que o produto, seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma
venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pelo
Poder Executivo, mediante ato da CAMEX - Câmara de Comércio Exterior(MP 2.158-35/01). Não adianta,
portanto, maquiar o preço para enganar o fisco com a consignação de valores mais baixos que o normal na nota
fiscal.
A CF concede imunidade contra o IPI e o ICMS, respectivamente, aos produtos industrializados destinados
ao exterior (art. 153, § 3º, III, da Constituição Federal) e às operações que destinem mercadorias e serviços ao
exterior (art. 155, X, a, da CF).

c. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – IR (art. 153, III, § 2º, da CF c/c os arts.
43 a 45 do CTN)
Imposto de natureza intrinsecamente fiscal e principal fonte de receita tributária da União. Se
considerarmos que é um imposto altamente vinculado aos princípios da igualdade e da capacidade contributiva,
podemos dizer que exerce uma função extrafiscal, ainda que secundária, promovendo alguma redistribuição de
renda ao cobrar mais de quem pode mais.
Conforme o art. 43 do Código Tributário Nacional, o fato gerador do IR é a aquisição da disponibilidade
econômica ou jurídica da renda e de proventos de qualquer natureza. Pela definição de Vitório Cassone, “renda
é a expressão jurídico-tributária consistente em acréscimo patrimonial, de caráter pessoal e cuja tributação deve
ser graduada segundo a capacidade do contribuinte”. Tais acréscimos patrimoniais podem ser derivados do
capital, do trabalho ou da combinação de ambos. Proventos são os acréscimos patrimoniais não compreendidos
no conceito de renda (ex.: aposentadorias, pensões, etc.).
A aquisição de disponibilidade econômica significa obter a posse de dinheiro ou bem nele conversível. A
aquisição de disponibilidade jurídica significa obter direito a um crédito. A simples aquisição da disponibilidade
jurídica já autoriza a tributação. Não é necessário aguardar até que a renda seja efetivamente recebida.
A base de cálculo do imposto é o montante real, arbitrado ou presumido da renda ou dos proventos
tributáveis (art. 44 do CTN). O imposto efetivamente devido pelo contribuinte é o resultado da aplicação das
alíquotas sobre a totalidade dos rendimentos dele e de seus dependentes, não importando a origem, menos as
deduções (encargos) admitidas em lei, até certo limite (ex.: dependentes, despesas com instrução,etc.).
Os contribuintes do IR são as pessoas físicas ou jurídicas titulares de renda ou provento de qualquer
natureza, sem prejuízo de a lei atribuir essa condição aos possuidores, a qualquer título, dos bens produtores do
provento ou da renda.
A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos a responsabilidade pela retenção e
recolhimento do IR (art. 45, parágrafo único, do CTN), que é o que normalmente acontece com o recolhimento
do imposto na fonte. Nesses casos, o contribuinte é aquele que aufere a renda ou os proventos, mas a fonte é a
responsável pelo recolhimento (art. 121, parágrafo único, II, do CTN). No final do ano o contribuinte,
entretanto, deve apresentar declaração de ajuste do IR quando então qualquer diferença a maior ou menor no
imposto será acertada.
Se não houver a lei fixado prazo diferente para a homologação do imposto declarado, será ele de cinco
anos, a contar da ocorrência do fato gerador. Expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha
pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito tributário (dívida
tributária do contribuinte), salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação (art. 150, § 4º, do
CTN).

Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF)

As alíquotas são variáveis de acordo com o nível dos rendimentos do contribuinte (princípio da progressividade
e da capacidade contributiva). As alíquotas hoje em vigor, para pessoa física, são de 15% e 27,5%. A lei
estabelece ainda uma faixa de isenção, na qual inserem-se todos aqueles considerados de baixíssima capacidade
contributiva e que, portanto, merecem proteção adicional do Estado na garantia da mínima subsistência.

Pela MP n.º 340, de 29 de dezembro de 2006, que revogou a Lei nº 11.119, de 25 de maio de 2005, o
imposto de renda incidente sobre os rendimentos de pessoas físicas para o ano-calendário de 2007 será
calculado de acordo com a seguinte tabela progressiva mensal, em reais:

Tabela Progressiva Mensal

Parcela a Deduzir do
Base de Cálculo em R$ Alíquota %
Imposto em R$
Até 1.313,69 - -

De 1.313,70 até 2.652,12 15 197,05

Acima de 2.652,12 27,5 525,19

(Dedução por dependente: R$ 132,05)

Já o imposto de renda anual devido será calculado de acordo com tabela progressiva anual correspondente à
soma das tabelas progressivas mensais vigentes nos meses de cada ano-calendário.

Pode-se abater do imposto de renda a pagar as despesas com instrução do contribuinte e de seus
dependentes, efetuados a estabelecimentos de ensino, até o limite anual individual estabelecido pela MP
340/20067. .A MP permite, ainda, que seja feito um abatimento por dependente a título de despesas genéricas
com a manutenção deste8.

7
A MP 340/2006 , ao alterar a Lei n.º 9.250/95, estabelece este limite individual em R$ 2.480,66 (dois mil, quatrocentos e oitenta
reais e sessenta e seis centavos), para despesas com: educação infantil, compreendendo as creches e as pré-escolas; ensino
Independentemente do montante de rendimentos auferidos,o contribuinte poderá optar por desconto
simplificado, que substituirá todas as deduções admitidas na legislação ficando dispensado da comprovação da
despesa e a indicação de sua espécie. A dedução permitida corresponde a vinte por cento do valor dos
rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, limitada a um determinado valor especificado em lei9,

Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)

O imposto de renda das pessoas jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por
períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de
dezembro de cada ano-calendário(Lei n.º 9.430/96).A alíquota do imposto é de quinze por cento (Lei n.º
9.249/95 e 9.430/96). Em geral, a base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de 8 % sobre a receita bruta auferida mensalmente. Porém para algumas atividades
específicas estabelecida em lei esse percentual varia : 1,6 %, para a atividade de revenda, para consumo, de
combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; 16 %, para a atividade de prestação de
serviços de transporte, exceto o de carga (8%); 32%, para as atividades de: a) prestação de serviços em geral,
exceto a de serviços hospitalares;b)intermediação de negócios;c) administração, locação ou cessão de bens
imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria
creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber,
compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

d. Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI


Imposto de função primordialmente fiscal, nada obstante ter, de forma secundária, função também extrafis-
cal, já que a CF exige que seja seletivo em razão da essencialidade do produto (art. 153, § 3º, I, da CF). Por isso,
cigarros, bebidas e outros artigos considerados supérfluos são severamente tributados pelo IPI. A
regulamentação de sua tributação, fiscalização, arrecadação e administração foi dada pelo Decreto n.º
4.544/2002(Tabela de Incidência do IPI -TIPI).
.
São fatos geradores do IPI, nos termos do art. 46 do Código Tributário Nacional: a) o desembaraço
aduaneiro do produto de procedência estrangeira; b) a saída do produto industrializado do estabelecimento do
importador, do industrial, do comerciante ou arrematante; e c) a arrematação do produto apreendido ou
abandonado levado a leilão.
Considera-se industrializado para fins de cobrança do IPI o produto que tenha sido submetido a qualquer
operação que lhe modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade, ou o
aperfeiçoe para consumo. Desta forma, incide o IPI sobre todo e qualquer produto que seja objeto de
transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento (embalamento, exceto o feito para simples
transporte) e renovação ou recondicionamento. O art. 2º do Dec. 4544/2002 estabelece que o campo de
incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na TIPI. As
exceções são listadas taxativamente neste decreto regulamentador. Nestes casos considera-se não ter havido
industrialização e portanto não incidirá o imposto.

Não incide o imposto também sobre aqueles elementos que, por disposição constitucional, sejam imunes:os
livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (art. 150, inciso VI, alínea d, da CF); os produtos
industrializados destinados ao exterior ( art. 153, § 3º, inciso III, da CF); o ouro, quando definido em lei como

fundamental; ensino médio; educação superior, compreendendo os cursos de graduação e de pós-graduação (mestrado, doutorado e
especialização); e educação profissional, compreendendo o ensino técnico e o tecnológico.
8
A MP 340/2006 ao alterar a Lei n.º 9.250/95 estabelece o abatimento em R$ 1.584,60 (um mil, quinhentos e oitenta e quatro reais e
sessenta centavos), por dependente.
9
A MP 340/2006 ao alterar a Lei n.º 9.250/95 estabeleceu este valor em R$ 11.669,72 (onze mil, seiscentos e sessenta e nove reais
e setenta e dois centavos).,
ativo financeiro ou instrumento cambial (art. 153, § 5º, da CF); e a energia elétrica, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais do País (art. 155, § 3º da CF).

A Constituição Federal estabelece que as alíquotas do IPI podem ser alteradas a qualquer tempo, por
decreto, pelo próprio Executivo (art. 153, § 1º, da CF),nos limites da lei.
O IPI é não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas
anteriores (art. 153, § 3º, da CF). O saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte,
transfere-se para o período ou períodos seguintes.

O lançamento do IPI é normalmente feito por homologação.Porém, se o sujeito passivo não tomar as
iniciativas para o lançamento ou as tomar em desacordo com o regulamento, o imposto será lançado de ofício
pela autoridade fazendária.

Contribuintes do IPI, nos termos do CTN e do seu decreto regulamentador, são : 1) o importador ou quem
a lei a ele equiparar; 2) o industrial ou quem a lei a ele equiparar; 3) o comerciante de produtos sujeitos ao
imposto, que os forneça a industriais ou a estes equiparados; e 4) o arrematante de produtos apreendidos ou
abandonados, levados a leilão; 5)o estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aos
produtos que dele saírem, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar;e 6) os
que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não sejam empresas
jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, quando alcançado pela
imunidade.

A lei n.º 11.196/05 estabeceu uma redução de 50% (cinqüenta por cento) do Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI incidente sobre equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos, bem como os
acessórios sobressalentes e ferramentas que acompanhem esses bens, destinados à pesquisa e ao
desenvolvimento tecnológico..

e. Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários
(Imposto sobre Operações Financeiras) – IOF
Ainda que arrecade a função primordial do IOF é extrafiscal. Ele é usado pelo Governo como instrumento
de intervenção nos setores de crédito, câmbio e seguro a fim de ajustá-los aos objetivos da política monetária.
São operações de crédito aquelas referentes a empréstimos, fianças, uso de cheque especial, etc. Não são
operações de crédito as movimentações da caderneta de poupança e da conta corrente, desde que, para esta, não
se esteja usando o cheque especial.
A exemplo do IPI o IOF não precisa atender ao princípio da anterioridade. Suas alíquotas podem ser
alteradas por decreto do executivo (dentro dos limites previstos em lei) e o imposto cobrado neste mesmo
exercício (art. 150, § 1º, da CF) em que ocorreram as alterações. Seu lançamento é feito por homologação.
O contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. No entanto, a
lei estabelece que são responsáveis pelo recolhimento do tributo as instituições de crédito, câmbio, seguro e as
autorizadas a operar na compra e venda de valores imobiliários.
Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de janeiro de 2006, os recolhimentos do Imposto
sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF serão
efetuados em prazos específicos estabelecidos no art. 70, inciso II da Lei n.º 11.196/05.

f. Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR


Sua função é preponderantemente de natureza extrafiscal, como se observa do dizer de Ives Gandra Martins
de que o ITR serve “mais como instrumento de adequada política agropecuária do que como instrumento
arrecadatório relevante”. Esta compreensão decorre de simples inspeção da Constituição Federal que, no § 4º, I,
do art. 153, estabelece que o ITR será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a
manutenção de propriedades improdutivas.
A Constituição concede imunidade do ITR às pequenas glebas rurais, definidas em lei (Lei nº 9.363/96),
quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (art. 153, § 4º, II, da CF).
Apesar de imposto da União, o Município recebe 50% do produto da arrecadação, relativamente aos
imóveis neles situados (art. 158, II, da CF). Receberá 100% se optar, na forma da lei, pela cobrança e
fiscalização do imposto, desde que não implique redução de imposto ou renúncia fiscal (art. 153, § 4º, III, da
CF).
O ITR, de apuração anual, tem como fato gerado a propriedade, o domínio útil (paga-se pelo uso) ou a
simples posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do Município,
em 1º de janeiro de cada ano (arts. 29 do CTN e 1º da Lei nº 9.393/96).
A base de cálculo decorre do valor fundiário do imóvel, ou seja, o valor da terra nua, declarado pelo
contribuinte e do grau de utilização da terra.
O lançamento é por homologação conforme estabelece a Lei nº 9.393/96. O próprio contribuinte
anualmente efetiva os cálculos e o pagamento, sujeitando-se à homologação posterior.

g. Imposto sobre Grandes Fortunas – IGF


O imposto sobre grandes fortunas até agora não foi instituído em razão de não ter sido votada a lei
complementar exigida pela Constituição de 1988 (art. 153, VII, da CF).

h. Impostos Extraordinários
A União pode instituí-los, por lei ordinária, na iminência ou no caso de guerra externa, estejam estes
compreendidos ou não em sua competência tributária. Neste caso, a Constituição (art. 150, § 1º) libera o
imposto extraordinário da observância do princípio da anterioridade e da necessidade de aguardar 90 dias da
data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, para sua cobrança. Cessadas as causas de
sua criação, eles serão suprimidos, gradativamente (art. 154, II, da CF).

i. Impostos Inominados (competência residual)


Estes impostos não estão previstos na competência originária da União fazendo parte do que é conhecido
como competência residual. Tais impostos só poderão ser criados mediante lei complementar, sendo exigido
pela Constituição que sejam não-cumulativos e não tenham base de cálculo própria dos outros impostos já
discriminados nela (art. 154, I, da CF). Submetem-se a todos os princípios constitucionais tributários e por
determinação constitucional (art. 157, II, da CF), 20% do produto da arrecadação pertencem aos Estados e ao
DF.

XVI. IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL

Nos termos dos arts. 155 da CF, compete aos Estados e ao DF instituir os impostos a seguir relacionados:

a. Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos – ITCMD (art.
155, I, da CF)
Imposto de função fiscal, com nítido propósito arrecadatório. Conhecido como imposto sobre heranças e
doações, graciosas ou onerosas. A doação onerosa requer que o donatário atenda alguma exigência ou condição
para recebê-la (ex.: “Dou-lhe um carro do último tipo se lograres êxito no concurso”).
Anteriormente, esse imposto só incidia sobre a transmissão de bens imóveis e direitos a eles relativos (art.
35 do CTN, com redação superada). Com a CF/88 teve sua incidência ampliada e passou a se aplicar também à
transmissão de bens móveis e de quaisquer tipos de direitos.
Suas alíquotas máximas serão fixadas pelo Senado Federal (art. 155, § 1º, IV, da CF) não sendo permitidos
aos Estados e DF ultrapassá-las. O senado fixou a alíquota máxima em 8% (Resolução nº 9/92).
A base de cálculo do imposto é o valor venal (valor de venda de mercado) dos bens ou direitos
transmitidos.
Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei do estado tribu-
tante, podendo ser o herdeiro ou legatário ou sucessor, no caso de transmissão por morte. No caso de doações, a
lei estadual pode especificar o contribuinte como sendo o doador ou o donatário.

b. Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de


Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS
Em que pese ser imposto de competência estadual, o ICMS tem reflexos nacionais e, por este motivo, é
exaustivamente tratado na CF/88 (art. 155). Daí, cabe à União mediante lei complementar (art. 155, § 2º, XII,
da CF):
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações
relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos;
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o
exterior, de serviços e de mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e
benefícios fiscais serão concedidos e revogados;
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que
seja a sua finalidade;
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior
de bem, mercadoria ou serviço.

Sua função é predominantemente fiscal e, em alguns casos, é a maior fonte de recursos do Estado, portanto
imposto de grande interesse e importância e não raro causador de conflitos entre os entes tributantes. Daí a CF
estabelecer que resolução do Senado Federal estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações,
interestaduais e de exportação (Resolução nº 22/89), que variam de acordo com o destinatário da mercadoria.
Ademais, nessa linha, é facultado ao Senado, mediante resolução, estabelecer alíquotas mínimas nas operações
internas e fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse
de Estados. (art. 155, § 2º, IV, V, VI, VII e VIII, da CF)
Alguma extrafiscalidade deste imposto, entretanto, pode ser observada quando, por exemplo, o Estado
aplica alíquotas crescentes para consumos crescentes de energia elétrica indicando uma óbvia preocupação so-
cial.
A CF informa que o ICMS poderá ser seletivo, desta forma, variando suas alíquotas em razão em função da
essencialidade das mercadorias e dos serviços (art. 155, § 2º, III). Isto significa que produtos e serviços
considerados mais supérfluos poderão ser mais taxados.
O ICMS é um imposto não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores. Este direito ao crédito do imposto a compensar está condicionado à
idoneidade fiscal da documentação ou da firma emitente (art. 23 da Lei Complementar nº 87/96). A isenção ou
não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação, não implicará crédito para compensação com o
montante devido nas operações ou prestações seguintes e acarretará a anulação do crédito relativo às operações
anteriores.
Seu cálculo é feito por dentro, ou seja, o montante do ICMS (o montante do próprio imposto) integra a base
de cálculo deste (art. 13, § 1º, I, da Lei Complementar nº 87/96), constituindo o respectivo destaque (na nota
fiscal) mera indicação para fins de controle. O resultado é que, em todas a situações, o resultado do imposto a
pagar será maior que a simples aplicação da alíquota ao valor do produto ou serviço taxado.
O ICMS tem como fato gerador as operações (ainda que se iniciem no exterior) relativas à circulação de
mercadorias e as prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. O
serviços de comunicação precisam ser onerosos (pagos) para que o ICMS incida sobre eles (por isto, estão
excluídos os serviços prestados pelo rádio e pela televisão abertos, que são gratuitos). O fato gerador do ICMS
que estiver descrito nas leis estaduais ou do DF devem se circunscrever aos limites estabelecidos na CF e no
disposto no art. 12 da Lei Complementar nº 87/96. A Súmula nº 166 do STJ estabelece que: “Não constitui fato
gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadorias de um para outro estabelecimento do mesmo
contribuinte”.
O tema da incidência do ICMS é tratado na LC nº 87/96 e na CF. O art. 2º da referida lei complementar diz
que o ICMS incidirá sobre:
I – operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em
bares, restaurantes e estabelecimentos similares;
II – prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens,
mercadorias ou valores;
III – prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a
recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;
IV – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária
dos Municípios (serviços não tributados pelo ISS);
V – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao ISS, de competência dos
Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual;
VI – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que
não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade;
VII – sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;
VIII – sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à
comercialização ou à industrialização (vide item 324), decorrentes de operações interestaduais, cabendo o
imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente.
Especificamente a CF estabelece que incide o ICMS: a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados
do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja
a sua finalidade (consumo ou ativo fixo), assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto
ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço.
A CF determina, também, que, no caso de importação, o montante do imposto deve integrar também sua base
de cálculo (cálculo por dentro); b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com
serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios (sobre aquilo que não for abrangido pelo
ISS incide o ICMS). A Súmula nº 163 do STJ estabelecer que “o fornecimento de mercadorias com simultânea
prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a
incidir sobre o valor total da operação”. Daí concluir-se que o ICMS também se aplica a serviços, desde que não
tributados pelo ISS.
Quanto à questão da não incidência do imposto, verifica-se , por simples inspeção da CF e da LC nº 87/96, que
não incide o ICMS: a) sobre as operações que destinem mercadorias para o exterior, inclusive produtos
primários e produtos industrializados semi-elaborados, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior;
b) sobre as operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e
gasosos dele derivados, e energia elétrica. Entretanto, incidirá o imposto se os produtos não forem destinados à
comercialização ou industrialização (vide art. 2º da lei complementar); c) sobre o ouro, quando definido em lei
como ativo financeiro ou instrumento cambial; d) sobre as prestações de serviço de comunicação nas
modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita ; e)operações com livros,
jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;f) operações relativas a mercadorias que tenham sido ou
que se destinem a ser utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, de serviço de qualquer natureza
definido em lei complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios,
ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei complementar;g) operações de qualquer natureza de que decorra
a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie;h) operações
decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor em decorrência do
inadimplemento do devedor;i) operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem
arrendado ao arrendatário;e j) operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis
salvados de sinistro para companhias seguradoras.

É importante mencionar que o IPI não integrará a base de cálculo do ICMS quando a operação configure
fato gerador dos dois impostos, exceto quando se tratar de importações. Aí o IPI fará parte da base de cálculo.
Quanto ao ICMS Petróleo (art. 155, §4º, IV, c) suas alíquotas poderão ser reduzidas e restabelecidas para
aplicação no mesmo exercício financeiro, portanto sem necessidade de respeito ao princípio da anterioridade da
lei.Deve apenas aguardar o transcurso da noventena constitucional.
O ICMS, em regra, pertence ao Estado onde a operação se realizou, ainda que o destinatário da mercadoria
esteja em outro Estado, mas a CF determina que 25% do valor arrecadado será repassado aos Municípios do
Estado onde a operação se realizou (art. 158, IV e parágrafo único, da CF). Em caso de importação, o ICMS
pertence ao Estado onde se localiza o estabelecimento importador no qual ocorreu a entrada física. O
lançamento do ICMS é feito por homologação, nos termos do art. 150 do Código Tributário Nacional.

c. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA


Como ainda não foi emitida a lei complementar para tratar da definição dos fatos geradores, bases de
cálculo e contribuintes, a lei estadual tem competência plena para tratar destes assuntos desde que não extrapole
o disposto na CF para o tema.
Daí o IPVA é imposto anual cujo fato gerador é a propriedade de veículo automotor de qualquer espécie
(automóvel, motocicleta, caminhão, etc.), conforme estabeleça a lei estadual. É contribuinte o proprietário do
veículo, para todos os efeitos, aquele cujo nome conste dos documentos de licenciamento.É importante informar
que não incide o IPVA sobre a propriedade de aeronaves e embarcações, conforme entendimento do STF. A
razão deste entendimento está no alcance da expressão “veículos automotores” que o próprio Código Nacional
de Trânsito define como sendo “todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios meios,
e que serve normalmente para o transporte viário,de pessoas e coisas,ou para a tração viária de
veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O termo compreende os veículos
conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico)”.
Sua função básica é arrecadatória, sendo, portanto, um imposto basicamente de natureza fiscal. As
diferenças de alíquotas em razão do tipo de combustível utilizado pelo veículo indicam uma certa
extrafiscalidade deste tributo.
A base de cálculo é o valor venal (valor de compra e venda à vista em condições normais de mercado) do
veículo.
São imunes ao tributo os veículos dos entes políticos (União, Estados, Municípios e DF) e de suas
autarquias e fundações, dos templos de qualquer culto, das instituições de educação e assistência social, sem
fins lucrativos, dos partidos políticos, inclusive suas fundações, e das entidades sindicais dos trabalhadores,
desde que, para todos, os veículos estejam ligados às suas atividades essenciais.
Cinqüenta por cento do valor arrecadado com o IPVA deve ser repassado para o Município onde se deu o
licenciamento (art. 158, III, da CF).

XVII. IMPOSTOS DE COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS

Nos termos do art. 156 da CF, compete aos Municípios e, cumulativamente, ao DF (art. 147 da CF) instituir
os impostos a seguir relacionados:

a. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU


A função do IPTU é predominantemente fiscal podendo ser progressivo em razão do valor venal do imóvel
e ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso deste imóvel (art. 156, § 1º, da CF).
A CF/88 atribuiu-lhe, entretanto, caráter também extrafiscal ao permitir que o Poder Público municipal
pudesse, mediante lei específica municipal e nos termos da lei federal, instituir IPTU progressivo no tempo para
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado (art. 182, § 4º, da CF). O objetivo desta faculdade
constitucional é a de possibilitar ao Município ordenar o uso da propriedade com vistas a que esta cumpra sua
função social (art. 5º, XXIII, da CF). Não é razoável que o imóvel urbano fique sem uso, quase sempre por
interesses especulatórios, diante de tanta necessidade urbana.

Quanto à progressividade do IPTU no tempo é necessário que se diga ainda que os artigos 182 e 183 da CF
relativos à Política Urbana foram regulamentados pela Lei 10.257/2001 (Estatuto das Cidades). Esta lei
estabeleceu que lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderia ser emitida de forma a
determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação destas obrigações. Em caso do não
cumprimento das condições e dos prazos10 previstos o Município fica autorizado a proceder à aplicação do
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da
alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos.
O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano não poderá exceder a duas vezes o valor referente ao ano
anterior, respeitada a alíquota máxima de 15% (quinze por cento).Caso as obrigações de parcelar, edificar ou
utilizar não estejam atendidas em 5 (cinco) anos, o Município manterá a cobrança por esta alíquota máxima
(15%), até que as obrigações sejam cumpridas. No entanto, após o decurso deste prazo, sem o adimplemento
das referidas obrigações, o Município está autorizado a qualquer momento a fazer uso de sua prerrogativa legal
de poder proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.Ou seja, além de
pagar a alíquota máxima o proprietário (ou o possuidor com ânimo de dono) corre o risco de ter sua
propriedade( ou posse) expropriada pelo poder público por desatendimento à sua função social.
Fato gerador

10
Estes prazos não poderão ser inferiores a: I - um ano, a partir da notificação, para que seja protocolado o projeto no órgão
municipal competente; II - dois anos, a partir da aprovação do projeto, para iniciar as obras do empreendimento.
Em empreendimentos de grande porte, em caráter excepcional, a lei municipal específica poderá prever a conclusão em etapas,
assegurando-se que o projeto aprovado compreenda o empreendimento como um todo
Apesar do art. 156, I, da CF falar apenas em propriedade, o fato gerador do IPTU é não só a propriedade,
mas o domínio útil (usufruir de coisa como se fosse sua mediante pagamento)( não se equivale à locação) e a
posse de bem imóvel, por natureza, que é próprio solo e seus acessórios, ou por acessão física, que são, por
exemplo, os edifícios, as construções, localizado na zona urbana do Município (art. 32 do CTN). Tanto o
domínio útil quanto a posse têm conteúdo econômico. Seus detentores, em que pesem não serem legítimos
proprietários, exercem alguns poderes inerentes ao domínio e à propriedade, como se donos fossem, como, por
exemplo, fazer cessão do domínio ou da posse a outrem, mediante pagamento.
Quanto à posse, mais especificamente, entendemos que só pode ser tributada por IPTU aquela que tenha
alguma possibilidade de se converter em propriedade
(ex.: como no caso do usucapião). Por isso, do invasor de imóvel público urbano não cabe a cobrança de IPTU,
posto que este imóvel não pode ser usucapido e o detentor da posse jamais será proprietário.
A locação não tem esse conteúdo econômico característicos do domínio útil e da posse, pois o locatário não
detém poderes inerentes ao domínio ou à propriedade. Por isso, a locação não é fato gerador do IPTU, não
havendo a obrigação legal do locador em saldá-lo. Não se pode ignorar, no entanto, que, de regra, os contratos
de locação atribuem essa responsabilidade de adimplemento ao locatário. Porém, o fisco não reconhece acordos
entre terceiros no tocante ao pagamento de tributos (art. 123 do CTN). Daí se o locatário não pagar para o fisco
municipal o devedor será o proprietário ou detentor do domínio ou posse. Resta ao locador, neste caso, fazer
frente ao tributo para não ser incluído em dívida ativa podendo até perder o imóvel. Contra o inquilino, resta-lhe
apenas a via judicial por conta de um descumprimento de um acordo contratual.
Para se coibir excessos por parte do poder público municipal quanto à delimitação do que é zona urbana, o
art. 32 da CTN estabelece que pelo menos dois melhoramentos, construídos ou mantidos pelo poder público,
dentre os cinco listados a seguir, têm de existir para que uma área seja tida como efetivamente urbana:
I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II – abastecimento de água;
III – sistema de esgotos sanitários;
IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel
considerado.

Contribuinte

De acordo com o art. 34 do Código Tributário Nacional, contribuinte é o proprietário do imóvel, o titular de
domínio útil ou seu possuidor a qualquer título, desde que essa posse tenha conteúdo econômico, o que exclui o
locatário, como já explicado.

Base de cálculo e lançamento

A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel (valor de compra e venda a vista em condições
normais de mercado ). Na prática, esse valor é um valor provável, uma vez que acaba sendo estimado pelo
poder público, que não consegue realizar uma avaliação individual de cada imóvel. Nessa estimativa, não são
incluidos os bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel (art. 33, parágrafo único,
do CTN).
Por tudo isso, o lançamento acaba sendo feito de ofício, com base nos cadastros do Poder Público
Municipal. O CTN, porém, faculta ao contribuinte a contestação deste valor (art. 148).

b. Imposto sobre a Transmissão Onerosa Inter Vivos de Bens Imóveis e Direitos a eles Relativos – ITBI
Quanto a esse tributo, de natureza fiscal, a disposição constitucional de situá-lo na competência municipal
(art. 156, II) acabou por tornar sem efeito o art. 35 do Código Tributário Nacional que o considerava como de
competência estadual.

Fato Gerador

O fato gerador do ITBI é a transmissão inter vivos (entre os vivos), por ato oneroso, a qualquer título
(exceto doação, ainda que onerosa), de bens imóveis, por natureza ou por acessão física. Imóveis por natureza
são o solo com a sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos
pendentes, o espaço aéreo e o subsolo. Imóvel por acessão física é tudo quanto o homem incorporar
permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios, construções etc., de modo que não se
possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. O usucapião é forma originária de aquisição da
propriedade e, por isso, não está sujeito a cobrança de ITBI.
Afora as imunidades recíprocas com os entes públicos de outras esferas, algumas outras imunidades a esse
imposto são estabelecidas no § 2º do art. 156 da Constituição Federal. Desta forma, não incide o ITBI: sobre a
transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem
sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica,
salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos,
locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.

Contribuinte, Base de Cálculo e Lançamento

O contribuinte poderia ser tanto o vendedor como o comprador, mas a lei municipal normalmente considera
o comprador como contribuinte.
A base de cálculo do imposto é o valor venal do bem e o lançamento se faz por declaração do contribuinte.
Porém, se o fisco suspeitar que preço declarado esteja abaixo do valor venal, arbitrará novo valor (art. 148 do
CTN) e fará o lançamento de ofício.

c. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS (art. 156, III, da CF)
Imposto municipal de natureza fundamentalmente fiscal engloba serviços de qualquer natureza (desde que
não cobertos pelo ICMS), definidos em lei complementar.
Já anteriormente à CF/88, com o propósito de não deixar dúvidas quanto ao campo de tributação do ISS e
do ICMS (denominado ICM, à época), foi editado o Decreto-Lei nº 406/68, modificado pelo Decreto-Lei nº
834/69. O Decreto-Lei nº 406/68 continha a lista dos serviços tributáveis pelo ISS, a qual veio, mais tarde, a ser
ampliada e alterada pela LC nº 56/87. Essa nova lista vigorou até 2003, quando foi editada a LC nº 116/2003,
que instituiu novíssima lista, bem como revogou a LC nº 56/87 juntamente com alguns artigos dos decretos
mencionados.

Fato gerador

O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem
como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa à LC nº 116/2003, ainda que esses não se
constituam como atividade preponderante do prestador. Resumindo, só se pode cobrar ISS daqueles serviços
(físicos ou intelectuais) previstos na lista que acompanha a lei complementar e que não estejam compreendidos
na área do ICMS. Fica claro, então, que o ISS não poderá incidir sobre os serviços de transporte interestadual,
intermunicipal e de comunicação.
O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do
estabelecimento, no local do domicílio do prestador. A essa regra, entretanto, a LC nº 116/2003 estabelece
algumas exceções constantes do seu art. 3º. Define, ainda, a lei que estabelecimento prestador é o local onde o
contribuinte desenvolve a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure
unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial,
agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham
a ser utilizadas. Estas definições procuram afastar conflitos entre os municípios.

Contribuinte, base de cáculo e lançamento

Contribuinte é o prestador do serviço. A base de cálculo do imposto é o preço do serviço e o lançamento


ocorre por homologação.
No que concerne o ISS, cabe à União mediante lei complementar (art. 156, § 3º, da CF):
I – fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
II – excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.
III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados.
A LC nº 116/2003 estabeleceu como alíquota máxima o valor de 5 %, sendo omissa quanto ao valor
mínimo. Porém o art. 88 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, anexo à CF/88, estabelece como
2% a alíquota mínima.
A referida lei complementar, por determinação constitucional (art. 156, § 3º, II) excluiu a incidência do ISS
sobre a exportação de serviços para o exterior. Por outro lado o imposto incide sobre o serviço proveniente do
exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior.

XVIII. .SISTEMA DE REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

A repartição das receitas tributárias é um mecanismo previsto pela CF que permite que um ente político,
não obstante ter suas próprias receitas tributárias, participe das receitas tributárias de outros.
A lógica da repartição é que esta se dá sempre dos entes maiores (mais fortes) para os menores (mais
fracos), ou seja, da União para os Estados/DF e Municípios e dos Estados para os Municípios. Como
decorrência desta regra se observa que os impostos municipais (ISS, IPTU e ITBI) não são repartidos,
permanecendo integralmente nos Municípios.
O objetivo da repartição das receitas tributárias é o de amenizar as desigualdades regionais, com vistas a
promover o equilíbrio socioeconômico entre Estados e Municípios. Procura-se com isto, atender a um dos
objetivos fundamentais da república, que é o de erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais (art. 3º, III, da CF), e a um dos princípios gerais da ordem econômica, que é o
da busca da redução das desigualdades regionais e sociais (art. 170, VII, da CF).
A rigor somente receitas de impostos poderiam ser repartidas, vez que o imposto é tributo não vinculado a
nenhuma contraprestação estatal específica. A CF/88, porém, inova neste sentido e inclui na seção de repartição
de receitas tributárias a repartição da receita advinda da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
(CIDE) referente às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e
seus derivados e álcool combustível (conhecida como CIDE dos combustíveis). As contribuições, por sua vez,
são vinculadas e têm destinação específica.
Para maior clareza:
• são repartidos:
– alguns impostos federais (IR, IOF, ITR, IPI e impostos que forem criados com base na competência
residual da União); e
– alguns impostos estaduais (IPVA e ICMS);
– a CIDE dos combustíveis.

• não são repartidos:


– os impostos municipais;
– os impostos do DF, vez que acumula a competência tributária estadual e municipal em um só ente
político;
– as taxas, as contribuições de melhoria, os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais;e
– os impostos federais de importação, de exportação, sobre grandes fortunas (porque não existe) e
extraordinários.

A CF, em regra, veda a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego das receitas tributárias objeto
de repartição, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (art. 160). Porém, esta vedação não é absoluta,
vez que ela permite que a União e os Estados condicionem a entrega de recursos:
I – ao pagamento de seus créditos, inclusive o devido a suas autarquias;
II – à aplicação anual, em ações e serviços públicos de saúde, pelos Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, de percentuais mínimos da receita recebida a título de repartição constitucional.

a. Pertencem aos Estados/DF


Pertencem aos Estados/DF as seguintes receitas tributárias advindas de impostos federais:

Participações Diretas
a) 100% do IR (União) sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos
pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem (art. 157, I, da
CF) (Ex.: IR retido na fonte quando do pagamento de salários aos servidores do Estado/DF);
b) 20% dos impostos inominados que vierem a ser criados com base na competência residual da União
(art. 157, II e 154, I, ambos da CF);
c) 30% do IOF (União) devido, na operação de origem, sobre o ouro quando este for definido em lei como
ativo financeiro ou instrumento cambial, para o Estado/DF ou Território de origem (art. 153, § 5º, I da CF)

Participações Indiretas
De forma indireta os Estados/DF recebem ainda receitas tributárias das seguintes fontes:

i) Fundo de Participação dos Estados/DF(FPE) (art. 159, I, a, da CF): este fundo é composto de 21,5 %
da arrecadação federal do IR e do IPI . Lembramos que o IR aqui considerado já está descontado do valor de IR
que o Estado recolheu, na fonte, e manteve em seus próprios cofres, oriundo do pagamento de rendimentos a
qualquer títulos (art. 157, I e art. 159, § 1º, ambos da CF). Ex.: desconto de IR na fonte dos salários pagos a
funcionários do Estado/DF.
A distribuição dos valores deste fundo aos Estados/DF é feita da seguinte forma, com base na LC nº 62/89:
I – 85% (oitenta e cinco por cento) às Unidades da Federação integrantes das regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste;
II – 15% (quinze por cento) às Unidades da Federação integrantes das regiões Sul e Sudeste.
O percentual a que cada Estado e o DF têm direito no valor distribuído para a região em que se encontram é
definido pelos coeficientes individuais constantes da LC nº 62/89. O Tribunal de Contas da União efetuará
o cálculo das quotas referentes ao Fundo de Participação dos Estados e DF e acompanhará, junto
aos órgãos competentes da União, a classificação das receitas que lhes dão origem

ii) Fundo compensatório de exportações de produtos industrializados (art. 159, II da CF): este fundo é
composto de 10% do IPI arrecadado pela União, que repassará a receita aos Estados e ao DF proporcionalmente
ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados de cada um, limitado a 20% do valor do
fundo(§2º), ou seja, se o fundo tiver R$ 100 milhões nenhum Estado ou o DF poderá receber mais de que R$ 20
milhões, ainda que suas exportações proporcionalmente lhe garantissem bem mais. Em casos assim, o
excedente deve ser repartido, proporcionalmente, com os outros Estados/DF. Do valor efetivamente recebido
pelos Estados/DF, porém, 25% devem ser destinados aos municípios (art. 159, § 3º, da CF);

iii) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE dos combustíveis) (art. 159, III e
§ 4º c/c art. 177, § 4º e II, c, da CF).
A Emenda Constitucional nº 44/2004, alterou a redação do art. 159 passando de 25% para 29% o montante
do produto da arrecadação da CIDE referente às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus
derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível que deverão ser repassados, na forma da Lei
nº 10.336/2001, aos Estados/DF para o financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. A partir
do exercício de 2005, os percentuais individuais de participação dos Estados e do Distrito Federal passaram a
ser calculados pelo Tribunal de Contas da União, com base nesta lei e nas estatísticas referentes ao ano
imediatamente anterior(art.161,parágrafo único da CF).
A CF estabelece, ainda, que, deste valor efetivamente recebido pelos Estados/DF, 25% serão destinados
aos seus municípios na forma da lei mencionada enquanto não for sancionada a lei especifica referida no art.
159, § 4º, da CF.

b. Pertencem aos Municípios


Pertencem aos Municípios as seguintes receitas tributárias distribuídas pela União e pelos Estados:

Participações Diretas
a) 100% do IR (União) sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos
pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem (art. 158, I, da
CF) (Ex.: IR retido na fonte quando do pagamento de salários aos servidores do Município);
b) 50% do ITR (União) relativamente aos imóveis nele situados. A partir da Emenda Constitucional nº 42,
de 19/12/2003, é possível que o Município fique com 100% da arrecadação desde que, na forma da lei, opte por
fiscalizar e arrecadar o tributo, e que esta opção não implique em redução do imposto ou qualquer outra forma
de renúncia fiscal (art. 158, II c/c art. 153, § 4º, III da CF);
c) 70% do IOF (União), devido na operação sobre o ouro quando este for definido em lei como ativo
financeiro ou instrumento cambial, para o Município de origem (art. 153, § 5º, II da CF);
d) 50% do IPVA (Estado) dos veículos licenciados no território do Município (art. 158, III, da CF);
e) 25% do ICMS (Estado) sendo que serão distribuídos aos municípios nas proporções de (art. 158, IV, da
CF):
– ¾, no mínimo, proporcionalmente, ao valor adicionado (agregado) ao tributo no território do município
(art. 158, IV, parágrafo único, I, da CF);
– até ¼, no máximo, na forma em que dispuser lei estadual (art. 158, IV, parágrafo único, II, da CF).

Participações Indiretas
De forma indireta os Municípios recebem ainda receitas tributárias das seguintes fontes:

i) Fundo de Participação dos Municípios (FPM) (art. 159, I, b, da CF): este fundo é composto por 22,5 %
da arrecadação federal do IR e do IPI . Lembramos que o IR aqui considerado já está descontado do valor de IR
que o Estado recolheu, na fonte, e manteve em seus próprios cofres, oriundo do pagamento de rendimentos a
qualquer título (ex.: desconto de IR na fonte dos salários pagos a funcionários do Municípios).
Do fundo serão atribuídos:
I – 10% (dez por cento) aos Municípios das Capitais dos Estados;e
II – 90% (noventa por cento) aos demais Municípios do País.
O montante referente ao item I, acima, Municípios das Capitais, será distribuído entre elas a partir de um
coeficiente individual de participação estabelecido no § 1º do art. 91 do CTN c/c art. 1º da LC nº 91/1997,
calculado considerando-se a população do Município e um fator representativo do inverso da renda per capita
do Estado em que se encontra o município.
Os demais Municípios (item II) terão seu coeficiente individual de participação definido em função do
número de habitantes do município, conforme estabelecido no § 2º do art. 91 do CTN c/c art. 4º da LC nº
91/1997.
O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes ao Fundo de Participação dos
Municipios e acompanhará, junto aos órgãos competentes da União, a classificação das receitas que lhes dão
origem
ii) Fundo compensatório de exportações de produtos industrializados: 25% do valor efetivamente
recebido pelos Estados/DF (art. 159, II, da CF) a título deste fundo devem ser encaminhados aos municípios
(art. 159, II, § 3º, da CF) para distribuição da seguinte forma:
– ¾, no mínimo, proporcionalmente, ao valor adicionado (agregado) ao tributo no território do município
(art. 158, IV, parágrafo único, I da CF);
– até ¼, no máximo, na forma em que dispuser lei estadual (art. 158, IV, parágrafo único, II da CF).

iii) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) (art. 159, III e § 4º c/c art. 177, § 4º, II,
c, da CF): A Emenda Constitucional nº 42, de 19/12/2003, estabeleceu que 25% do valor efetivamente recebido
por cada Estado e pelo DF a título desta CIDE, referente às atividades de importação ou comercialização de
petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível serão destinados aos seus
municípios para uso em financiamento de programas de infra-estrutura de transportes na forma do art. 1º-B da
Lei nº 10.336/2001, enquanto não for editada a lei específica citada no § 4º do art. 159 da CF. Os percentuais
individuais de participação dos Municípios são calculados pelo Tribunal de Contas da União na forma da lei.

c. Pertencem às Regiões
3% do produto da arrecadação do IPI mais o IR serão aplicados em programas de financiamento ao setor
produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter
regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste
a metade dos recursos destinados à região, na forma que a lei estabelecer (art. 159, I, c, da CF).

XIX. CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Após a ocorrência do fato gerador nasce a obrigação tributária, ou seja, instala-se uma obrigação do sujeito
passivo (contribuinte) para o sujeito ativo, qual seja a de pagar tributo. Neste ponto, entretanto, não se pode
ainda exigir o pagamento por falta da apuração do quanto é devido. Esta apuração é realizada pelo lançamento
do tributo, que torna líquida e certa a obrigação.
a. Constituição do crédito tributário

O lançamento é a informação ao fisco da ocorrência do fato gerador e do nascimento da respectiva


obrigação tributária. Com o lançamento constitui-se um Crédito Tributário para o fisco que, agora de posse de
um título jurídico, passa a ser credor de uma dívida tributária do sujeito passivo, agora quantificada e exigível
(art. 142 do CTN).
Resumindo, o crédito tributário nada mais é do que a obrigação tributária principal tornada exigível pelo
lançamento, lembrando que obrigação tributária principal consiste no pagamento de tributo ou de pena
pecuniária (art. 113, § 1º do CTN).

b. Lançamento

Dispõe o art. 142 do CTN:

Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim
entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e,
sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa do lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de


responsabilidade funcional.

O lançamento é um procedimento administrativo vinculado, no sentido de que aquele que a lei determina
que o faça não pode optar por não fazê-lo. Não há discricionariedade do agente quanto a este tema.
Cabe à autoridade administrativa verificar se o fato concreto ocorrido realmente se configura em fato
gerador do tributo pela subsunção deste à hipótese de incidência, ou seja, o fato concreto tem que se encaixar
exatamente na descrição da hipótese de incidência descrita na lei, para que possa ser considerado fato gerador.
Em seguida, a autoridade determina a matéria tributável (base de cálculo), aplica a alíquota prevista na lei para
apurar o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e, ainda, se for o caso, apresenta a propositura
de penalidade cabível. Com isto considera-se efetuado o lançamento.
Como o fato gerador é elemento fundamental da obrigação tributária, o CTN dispõe que o lançamento
reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, ainda
que, posteriormente, modificada ou revogada (art. 144). Entretanto, aplica-se ao lançamento legislação posterior
ao fato gerador quando esta tenha: instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado
os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou
privilégios. Neste último caso, porém, a legislação não poderá ser aplicada se o efeito for o de atribuir
responsabilidade tributária a terceiros.
Não se aplica, também, a legislação posterior aos impostos lançados por períodos certos de tempo se a
respectiva lei fixar expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.
O lançamento considera-se finalizado (constituição definitiva do crédito tributário) com a notificação do
sujeito passivo. A partir daí, o lançamento só poderá ser modificado ou extinto, ou ter sua exigibilidade
suspensa ou excluída (art. 141 do CTN), unicamente nos casos previstos no art. 145 do CTN: I – impugnação do
sujeito passivo; II – recurso de ofício; III – iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos
no art. 149.

b.1.Modalidades de lançamento

O Código Tributário Nacional adota três modalidades de lançamento: o lançamento direto, o lançamento
misto e o lançamento por homologação.

a. Lançamento direto ou de ofício (art. 149 do CTN)


Realizado diretamente pelo sujeito ativo, sem a participação do sujeito passivo. É a modalidade que, a rigor,
mais caracteriza a atuação de um fisco, uma vez que todo o procedimento vinculado que conduz à constituição
do crédito tributário é feito por um agente público. Também é dele a responsabilidade pelos equívocos que
possam ocorrer. Como exemplo de tributo cujo lançamento é direto, tem-se o IPTU. É evidente que a estrutura
estatal para que este tipo de lançamento ocorra é maior que em outras modalidades, razão pela qual, quando
possível, o Estado deve evitá-lo.

b. Lançamento misto ou por declaração


Este lançamento é conhecido como misto ou declaração porque depende da ação conjunta do sujeito
passivo e do sujeito ativo, um declarando (contribuinte ou responsável) as informações que o outro (fisco)
necessita para efetivar o lançamento. Está previsto no art. 147 do CTN, nos seguintes termos:

O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro quando um ou outro, na forma
da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua
efetivação.

Se a autoridade administrativa detectar erros na declaração, não a devolverá para correção, mas fará a
retificação de ofício (§ 2º do art. 147). A retificação da declaração por iniciativa do declarante, quando vise a
reduzir ou excluir tributo, só será admissível mediante comprovação do erro em que se funde e antes de
notificado do lançamento (§ 1º do art. 147).
É pressuposto da Administração que as informações prestadas são fidedignas, porém sempre que houver
dúvida quanto à veracidade das declarações relativas ao valor ou ao preço de bens, direitos, serviços ou atos
jurídicos, o fisco pode desprezar a declaração apresentada e arbitrar o valor ou o preço, a menos que haja
contestação do sujeito passivo, quando, então, poderá ser oferecida uma avaliação contraditória, de natureza
administrativa ou judicial. O IR, no passado, já foi de lançamento misto ou por declaração, pois o contribuinte
era o encarregado de prestar as informações ao fisco que, por sua vez, de posse destas, calculava o valor a pagar
e efetuava o lançamento, notificando ao interessado.

c. Lançamento por homologação


Esta modalidade de lançamento está prevista no art. 150 do CTN nos seguintes termos:

O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever
de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida
autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.

Esta modalidade de lançamento caracteriza-se pela antecipação do pagamento do tributo cujos cálculos são
feitos pelo sujeito passivo sem nenhuma participação do fisco. É o caso do IR atual, do ITR, do IPI e do ICMS
(nestes dois últimos o lançamento direto seria inviável) onde o fisco apenas recebe as informações do tributo
após este ter sido pago. Nestes casos o crédito tributário é extinto sob condição resolutória, ou seja, depende de
posterior homologação do lançamento. A homologação é o ato pelo qual a Administração consigna estar de
acordo com os cálculos e pagamentos efetuados e que, portanto, está definitivamente extinto o tributo, vez que o
pagamento antecipado foi considerado suficiente. Não homologado o pagamento antecipado, abre-se
oportunidade para lançamento de ofício para se receber a eventual diferença. Não é raro que se pague as cotas
do IR em um ano e ser, notificados, no ano seguinte, de que o valor do tributo era outro, maior. Neste caso
paga-se o valor correto descontado, é claro, o valor já pago, o qual será levado em consideração, inclusive, para
efeito de graduação da penalidade pecuniária, conforme preceitua o
§ 3º do art. 150 do CTN.
O CTN estabelece o prazo de homologação como sendo de 5 anos a contar da ocorrência do fato gerador,
podendo a lei ordinária do ente tributante, entretanto, dispor de outro prazo, que, entendemos, só poderá ser
menor, em face da natureza de lei complementar do código. Passado esse prazo sem que a Fazenda Pública se
tenha pronunciado, considera-se homologado tacitamente lançamento e definitivamente extinto o crédito, a não
ser que se comprove a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (§ 4º do art. 150).
Como a responsabilidade pela interpretação da legislação tributária é do sujeito passivo, uma forma de este
evitar penalidades é se utilizar da possibilidade de fazer consultas ao fisco, quando houver dúvidas.
Ao contrário do que ocorre no lançamento direto, os custos de arrecadação são sensivelmente reduzidos,
vez que a maior parte do trabalho fica por conta do particular. Esse fato faz com que haja uma simpatia dos
fiscos de todas as esferas por esse tipo de lançamento.

XX. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO


Esta suspensão é temporária e o crédito tributário continua válido, só que adia-se seu adimplemento.
O art. 151 do CTN estabelece:

Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


I – moratória;
II – o depósito do seu montante integral;
III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
IV – a concessão de medida liminar em mandado de segurança;
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;
VI – o parcelamento.

Mesmo suspenso o crédito tributário decorrente da obrigação principal (pagamento de tributo ou de


penalidade pecuniária), as obrigações acessórias (prestações positivas ou negativas estabelecidas no interesse da
arrecadação e da fiscalização) dependentes dela devem ser cumpridas. A obrigação de emitir as notas fiscais,
escriturar livros, por exemplo, persistem apesar da suspensão.

a. Moratória
Concedida por lei com o objetivo de, apenas, dilatar o prazo para o pagamento de um tributo (art. 97, VI, do
CTN). Pode ser concedida em caráter geral ou individual. Em caráter geral é concedida pela própria pessoa
jurídica competente para a instituição do tributo (art. 152, I, do CTN) ou pela União, que poderá concedê-la
quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Neste último caso, no
entanto, isto só será possível se a União conceder simultaneamente moratória quanto aos tributos de sua
competência e às obrigações de direito privado. Exemplifica isso sua aplicação para minimizar as situações
decorrentes de calamidade pública, hipótese em que sua aplicabilidade fica restrita à região atingida ou a
determinada classe ou categoria de sujeitos passivos. Em caráter individual, é concedida por despacho da
autoridade administrativa competente.
Em ambos os casos, em caráter geral ou individual, a lei concessiva de moratória sempre pode
circunscrever expressamente a sua aplicabilidade a determinada região do território da pessoa jurídica de direito
público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.
A lei para atender ao disposto no art. 153 do CTN deve especificar o prazo de duração do favor, o número
de prestações e seus vencimentos, as condições da concessão em caráter individual, inclusive as garantias, e os
tributos a que se aplica. No caso de concessão individual a própria autoridade administrativa define o parce-
lamento.
A moratória, salvo disposição legal em contrário, só abrange os créditos definitivamente constituídos à data
da lei ou do despacho concessivo, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente
notificado ao sujeito passivo (art. 154 do CTN).
A moratória não pode ser concedida nos casos onde houver dolo, fraude ou simulacão do sujeito passivo ou
de terceiro em benefício daquele.

b. Depósito do montante integral do crédito


Na hipótese de o sujeito passivo desejar discutir administrativamente ou judicialmente o crédito tributário,
deposita o seu valor integral. Isto suspende a exigibilidade do crédito até a decisão final.

c. Reclamações e recursos administrativos


A impugnação, defesa ou recurso administrativo contra o lançamento constitutivo do crédito tributário,
também, suspendem sua exigibilidade.

d. Concessão de liminar em mandado de segurança


Concedida quando se vislumbra que o direito do impetrante possa se “esfumaçar”(fumus boni iuris), virar
um nada, se houver demora na suspensão da obrigatoriedade de se pagar o tributo.

e. Concessão de medida liminar ou tutela antecipada em outras espécies de ação judicial


A LC nº 104/2001, incluiu no art. 151 do CTN, como hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito
tributário, a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada em qualquer procedimento judicial.

f. Parcelamento
A possibilidade de suspensão do crédito tributário pelo parcelamento também foi incluída no art. 151 do
CTN pela LC nº 104/2001.
A referida lei complementar inseriu no CTN o art. 155-A que estabelece que o parcelamento será concedido
na forma e condição estabelecidas em lei específica não se excluindo a cobrança de juros e multas, a menos que
a lei estabeleça diferentemente. Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento o que estiver disposto no CTN
quanto à moratória.
A recente LC nº 118/2005 alterou o art. 155-A para estabelecer, ainda, que lei específica disporá sobre as
condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. Enquanto não existir
esta lei específica serão aplicadas as leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em
recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei
federal específica.

XXI. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Conforme dispõe o art. 156 do CTN:

Extinguem o crédito tributário:


I – o pagamento;
II – a compensação;
III – a transação;
IV – a remissão;
V – a prescrição e a decadência;
VI – a conversão do depósito em renda;
VII – o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no art. 150 e seus §§ 1º e
4º;
VIII – a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do art. 164;
IX – a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais
possa ser objeto de ação anulatória;
X – a decisão judicial passada em julgado;
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.

a. Pagamento
É o modo básico e mais comum de quitação de uma dívida tributária.Por ela se extingue o crédito tributário
mediante a entrega ao Estado de soma em dinheiro. No entanto não basta pagar, é preciso que este pagamento
seja feito em conformidade com o que dispõe a legislação tributária para que o crédito tributário seja
efetivamente extinto. Por isto, pela importância do pagamento em matéria tributária, o CTN dedica o art.157 ao
169 para regular o tema, estabelecendo entre outras coisas, que o pagamento deve ser feito na repartição
competente do domicílio do sujeito passivo, sempre que a legislação tributária for omissa a respeito e que o
pagamento da última parcela não implica presunção de quitação das prestações anteriores.
Salvo disposição legal em contrário, o pagamento deve ocorrer 30 dias após a data da notificação do sujeito
passivo (art. 160).

a.1 Pagamento indevido


No caso de pagamento indevido (art. 165), o sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio
protesto, à restituição total ou parcial do tributo, não importando a forma em que foi pago o tributo. Se assim
não fosse, estaria a Fazenda Pública se enriquecendo ilicitamente, o que não se admite em Direito.
O direito de pleitear a restituição extingue-se depois de decorridos 5 anos, contados da data da extinção do
crédito tributário nos casos onde tenha havido pagamento, espontâneo ou decorrente de cobrança, do tributo
indevido, ou maior que o devido.
A restituição para os casos onde tenha havido erros na identificação do sujeito passivo, na determinação da
alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito e na elaboração ou conferência de qualquer documento
relativo ao pagamento, também obedece ao mesmo prazo acima, ou seja, de 5 anos, contados da data da
extinção do crédito tributário (art. 168, I do CTN). Neste caso ,para dirimir qualquer dúvida acerca do momento
da extinção do crédito tributário para efeito da contagem do prazo, o art. 3º da LC n° 118/2005 estabelece que a
extinção de tributo sujeito a lançamento por homologação ocorre no momento do pagamento antecipado.Não é
demais lembrar que a real extinção do crédito é condicionada à efetiva homologação do lançamento, que ocorre
em momento posterior.Mas como dissemos, para efeito da contagem do prazo se considera extinto o crédito na
data do pagamento antecipado.
Caso o sujeito passivo tenha efetuado o pagamento de um tributo por força de uma decisão condenatória,
este pagamento somente será considerado indevido e, portanto, passível de restituição, se a mencionada decisão
vier a ser reformada, anulada, revogada ou rescindida. O seu direito de pleitear a restituição extingue-se com o
decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou
passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão
condenatória.

b. Compensação
No caso de duas pessoas serem, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra, as duas obrigações
extinguem-se até o montante em que puderem se compensar. O art. 170 do CTN, entretanto, condiciona esta
possibilidade, para o nível tributário, à existência de lei que autorize a compensação.
A Lei Complementar nº 104/2001, incluiu o art. 170-A no CTN que estabeleceu ser proibida a
compensação de tributo que esteja em contestação judicial pelo devedor, antes do trânsito em julgado da
decisão judicial.
A Lei nº 9.430/1996, com redação dada pela Lei
nº 10.637/2002, estabelece que “sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em
julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de
restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer
tributos e contribuições administrados por aquele Órgão”. Para o nível federal não há mais a obrigatoriedade de
que os tributos sejam da mesma espécie para poderem ser compensados.

c. Transação
A transação é a extinção de obrigações mediante concessões recíprocas. É possível para as questões
tributárias, mas está condicionada à existência de lei que a autorize. Necessariamente só será possível a
transação em questões tributárias onde haja litígios que possam ser terminados pela aplicação deste instituto
(art. 170 do CTN).
A transação, no entanto, na prática, é de rara aplicação no direito tributário.

d. Remissão
Remissão é o mesmo que perdão. Sua concessão significa que o crédito tributário extingue-se até o
montante remido. O art. 172 do CTN prescreve que a lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder,
por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:
I – à situação econômica do sujeito passivo;
II – ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto à matéria de fato;
III – à diminuta importância do crédito tributário;
VI – a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso;
V – a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.

e. Prescrição e Decadência
Prescrição é a perda da possibilidade, por excesso do tempo, de se fazer uso de uma ação específica prevista
para o exercício de um direito. Admite suspensão e interrupção.
Decadência é conceituada como sendo a perda de um direito por não ter sido exercido dentro de
determinado prazo. É como se o direito em questão tivesse um tempo de existência permitido, após o qual
desapareceria. Esse tempo de vida não é objeto de suspensão nem interrupção, correndo continuamente, como
ocorre com o tempo de todos os seres vivos.

Decadência

No Direito Tributário, a decadência significa que se extingue o direito da Fazenda Pública de fazer o
lançamento do tributo para constituição do respectivo crédito tributário. Ainda que esteja evidente a ocorrência
do fato gerador da obrigação tributária, a inércia da Administração deixando decair seu direito ao lançamento a
impedirá de receber os tributos devidos, vez que não serão constituídos os respectivos créditos tributários.
Pelo o art. 173 do CTN o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após cinco
anos contados:
a) da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação ao sujeito passivo,
de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento;
b) do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
c) da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento
anteriormente efetuado.
Nos tributos de lançamentos por homologação, o prazo decadencial de cinco anos conta-se a partir da
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária (§ 4º do art. 150 do CTN).

Prescrição

No caso de o fisco ter, dentro do prazo, constituído definitivamente o crédito tributário pelo lançamento e a
necessária notificação ao sujeito passivo, começa a correr o prazo prescricional de cinco anos para a respectiva
ação de cobrança (art. 174 do CTN, alterado pela LC nº 118/2005). Esse prazo não é absoluto podendo ser
interrompido, ou seja, podendo recomeçar nas seguintes situações ainda que falte somente um dia para se
esgotar o prazo inicial de cinco anos:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
II – pelo protesto judicial;
III – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo
devedor.
No caso do item I a hipótese prevista é decorrente do que estabelece a LC nº 118/2005 ao alterar o art. 174
em substituição à redação anterior que requeria a citação pessoal do devedor para que houvesse a interrupção. A
medida foi necessária uma vez que era comum ao devedor usar de subterfúgios para não ser citado e garantir a
prescrição.
Se o Fisco não efetuar o lançamento no prazo determinado e, portanto, decair deste direito, não há que se
falar em prescrição do direito de ação vez que este direito só existiria se o lançamento houvesse sido feito.

f. Conversão de depósito em renda


No caso de ação do sujeito passivo para discutir o crédito tributário, é possível depositar-se o montante
integral deste para que sejam evitadas a incidência de juros e correção monetária e a execução fiscal.
Normalmente usa-se desta faculdade nas ações de consignação judicial do crédito tributário (como será visto a
seguir) quando, por exemplo, a autoridade fazendária se recusa ao recebimento ou o subordina ao pagamento de
outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória.
Se a decisão definitiva for desfavorável ao sujeito ativo, ou seja, der razão ao sujeito passivo, ocorrerá a
conversão do montante depositado em renda (o dinheiro fica disponível) para o Fisco, extinguindo-se o crédito
tributário. Se a decisão for favorável ao Fisco, o depósito se converte em renda para o sujeito passivo que
reaverá a posse do dinheiro sem a extinção do crédito pleiteada.

g. Pagamento antecipado e homologação do lançamento (art. 150).


Nos casos de lançamento por homologação a extinção do crédito tributário só será definitiva com a
homologação (concordância) dos valores lançados e pagos antecipadamente. A homologação poderá ser
expressa ou tácita (decorridos 5 anos sem manifestação da Fazenda Pública), extinguindo-se definitivamente o
crédito tributário, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

h. Consignação em pagamento (§ 2º do art. 164 do CTN)


Dispõe o art. 164 do CTN:

A importância do crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:
I – de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade,
ou ao cumprimento de obrigação acessória;
II – de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento
legal;
III – de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um
mesmo fato gerador.
Se o resultado da ação for favorável ao sujeito passivo (autor), converte-se o depósito em renda(o dinheiro
fica disponível para saque) em favor do Fisco e considera-se extinto o crédito tributário. Se a decisão for
favorável ao Fisco, o depósito se converte em renda para o sujeito passivo que reaverá a posse do dinheiro, sem
a extinção do crédito pleiteada.

i. Decisão administrativa irreformável


A decisão administrativa irreformável é aquela decisão definitiva na esfera administrativa que não possa
mais ser alvo de ação anulatória. Se a decisão for desfavorável ao sujeito passivo, este poderá recorrer ao Poder
Judiciário. Já o sujeito ativo não poderá recorrer ao judiciário se a decisão lhe for desfavorável.

j. Decisão judicial passada em julgado


Decisão judicial passada em julgado ou coisa julgada é aquela que não é mais susceptível de reforma. Essa
decisão dá a palavra final em relação ao crédito tributário e evidentemente pode se dar em qualquer sentido.
Para nós o que interessa é que se ela for favorável ao sujeito passivo no sentido da extinção do crédito
tributário, nada mais resta ao fisco senão aquiescer.

l. Dação em pagamento em bens imóveis


Esta possibilidade foi incluída no CTN pela LC
nº 104/2001. Ela, no entanto, só poderá ser aplicada na forma e condições previstas em lei. Neste caso
substituir-se-ia o pagamento em dinheiro por pagamento em bens imóveis, extinguindo-se o crédito tributário.

XXII. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

O CTN estabelece duas formas para que a exclusão do crédito tributário se opere: pela isenção ou pela
anistia. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da
obrigação principal (Ex.: a pessoa isenta do pagamento do IR precisa apresentar a declaração de isento).

a. Isenção
Isenção é a dispensa do tributo devido, feita por expressa disposição de lei. Para Walter Barbosa Corrêa11 o
crédito tributário nem chega a ser constituído quando a lei isenta de tributação determinado fato gerador.Já para
Vitório Cassone12 para que a isenção possa ser aplicada na prática é preciso, primeiramente, que o tributo se
constitua em crédito tributário por meio do lançamento. Somente a partir daí, de sua existência, é que o crédito
tributário pode ser excluído mediante isenção. .
Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva às taxas e às contribuições de melhoria e
aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. A lei deverá especificar as condições e requisitos
exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo o caso, o prazo de sua duração.
Com o advento da Constituição Federal de 1988 ficou vedado à União conceder isenções de tributos da
competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (art. 151,III da CF). Estas isenções eram
conhecidas como isenções heterônomas ou heterotópicas. Daí, atualmente, só pode conceder a isenção aquele
ente político que tenha a competência para instituição do tributo a ser isento (Ex.: a união não pode isentar
ninguém do IPTU, uma vez que é imposto de competência municipal e não federal).Há, na doutrina, quem
advogue que a vedação veiculada no art. 151, III da CF, dirige-se, apenas, à União, enquanto pessoa jurídica de
direito interno e não à União como pessoa jurídica de direito internacional. Se se entender que a vedação se
aplica somente ao primeiro caso, ficaria livre a União para instituir isenções de tributos de outros entes
políticos(Estados, Df e Municípios) no bojo de tratados internacionais. Nos dizeres de Daniela Ribeiro de
Gusmão não podem ser alvos da vedação de isenção heterônoma “ os atos celebrados pela União, enquanto
representante da República Federativa do Brasil, no plano externo das relações internacionaispois seus atos
celebrados pela União, enquanto representante da República Federativa do Brasil, no plano externo das relações
internacionais”13.

11
Comentários ao Código Tributário Nacional, 1a ed., São Paulo, Ed. Saraiva, 1998,Volume II, p. 432-433
12
Direito Tributário, 15a ed., São Paulo, Ed. Atlas, 2003, p.136
13
A concessão pela União de isenções relativas a tributos estaduais e municipais. Possibilidade no âmbito dos tratados
internacionais . Teresina, ano 3, n. 27, dez. 1998. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1304>.
Acesso em: 23 out. 2006
De nossa parte entendemos que a vedação é absoluta e impede que a União conceda isenções heterônomas
ou heterotopicas, como se escolha denomina-las, ainda que em sede de tratados internacionais.
Exceto quando concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, a isenção pode ser
revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o princípio da anterioridade da lei (art. 178 do
CTN).
A isenção pode ser concedida em caráter geral ou específico. Neste último caso, a isenção dependerá, em
cada caso, de despacho da autoridade administrativa, que a concederá, vinculadamente, desde que o requerente
faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei (art. 179 do
CTN). Poderá ainda ser concedida a determinada região do território da entidade tributante, em função de
condições a ela peculiares.
A concessão do benefício não gera direito adquirido, podendo ser revogada de ofício com imposição da
penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele (art.
179, § 2º c/c art. 155).
Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os
dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou à renda, que extingam ou reduzam isenções,
salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte (art. 104 do CTN).

b. Anistia
No Direito Tributário, a anistia exclui apenas a penalidade pecuniária (ex.: multa). O crédito tributário
oriundo da obrigação principal, ou seja, o tributo propriamente dito só será perdoado em caso de remissão e
nunca de anistia. É comum que a mídia confunda os dois institutos generalizando todo perdão tributário,
independentemente de sua abrangência, como anistia.
A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede e
não se aplica aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício
daquele(art 180, I, do CTN). Não cabe também anistia nos casos de infrações resultantes de conluio entre duas
ou mais pessoas naturais ou jurídicas, a menos que a lei explicitamente estenda a anistia a esses casos (art. 180,
II, do CTN).
A anistia, conforme o art. 181 do CTN, pode ser concedida:
I – em caráter geral; e
II – limitadamente:
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com
penalidades de outra natureza;
c) à determinada região do território da entidade tributante, em função de condição a ela peculiar;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder ou cuja fixação seja
atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.
A anistia quando concedida limitadamente dependerá da avaliação, caso a caso, da autoridade
administrativa que a concederá, vinculadamente, sempre que o requerente atenda aos requisitos estabelecidos na
lei (art. 182 do CTN).
A exemplo do que ocorre com a isenção em caráter individual, a concessão do benefício não gera direito
adquirido, posto que poderá ser revogado de ofício com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou
simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele(art. 182, parágrafo único c/c art. 155).
Entendemos, entretanto, que tanto no caso da isenção individual como da anistia limitada seria mais correto
a anulação destas em vez de revogação. A revogação pura e simples garantiria ao infrator o gozo das vantagens
usufruídas até a data da revogação, pois se operaria apenas dali em diante. Já a anulação estenderia seus efeitos
ao momento da concessão do benefício e retiraria do infrator desde o início (ab initio) qualquer possibilidade de
ser favorecido por sua própria torpeza. Entenda-se infrator aquele que atendeu às condições legais mediante
fraude, dolo ou simulação.

XXIII. GARANTIAS E PRIVILÉGIOS(PREFERÊNCIAS) DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

As garantias são os meios (meios assecuratórios da cobrança) de que dispõe a Fazenda Pública para receber
seus créditos tributários. Já os privilégios significam a prioridade que a lei concede ao recebimento dos créditos
tributários em relação a outros créditos gerais, excetuados os créditos de natureza trabalhista e acidentária do
trabalho que antecedem a todos.

Garantias

O art. 183 estabelece que as garantias descritas no CTN não são numerus clausus, ou seja, não são as únicas
possíveis. A legislação tributária poderá enumerar outras dependendo da natureza ou das características de cada
tributo, sem que isso importe em alterar sua natureza ou a da obrigação tributária a que se refere.
Adicionalmente, a natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste nem a
natureza da obrigação tributária a que corresponda (principal ou acessória).
Dispõe o art. 184: “Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em
lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de
inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados
unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.” Os bens absolutamente impen-
horáveis são aqueles constantes do art. 649 do CPC e da Lei nº 8.009/1990.
O art. 185, alterado pela LC 118/2005, estabelece que se supõe fraudulenta a alienação ou oneração de bens
ou rendas por sujeito passivo em débito de tributo para com a Fazenda Pública regularmente inscrito como
dívida ativa. Isso, no entanto, não se aplica no caso de o devedor reservar bens ou rendas suficientes para o
pagamento total da dívida ativa inscrita.
A LC 118/2005 incluiu no CTN o art. 185-A a seguir:

Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no
prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens
e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que
promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às
autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas
atribuições, façam cumprir a ordem judicial.

Deve ficar claro que a indisponibilidade citada limita-se ao valor total exigível. Qualquer bem ou valor
acima deste limite deverá, por ordem do juiz, voltar a ficar disponível.
Cabe aos órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação enviar imediatamente ao juízo a relação
discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade tiverem promovido.
O CTN coloca, ainda, à disposição do fisco alguns mecanismos para que este possa assegurar a cobrança de
seus créditos. O art. 191, por exemplo, exige a quitação comprovada de todos os tributos como condição para a
concessão da concordata, bem como para a extinção das obrigações do falido. Nessa mesma linha, a emissão de
sentença relativa à partilha ou adjudicação de bens, também, fica dependente da apresentação de prova de
quitação dos tributos relativos aos bens do espólio, ou a suas rendas (art. 192).
E, por último, o art. 193, que estabelece que, salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum
departamento da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou sua
autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que o contratante ou proponente
faça prova de quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo
exercício contrata ou concorre.

Preferências

Pelo disposto no o art. 186 do CTN, com a redação dada pela LC 118/2005, o crédito tributário prefere a
qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da
legislação do trabalho ou do acidente de trabalho, em respeito à sua natureza social e alimentar.Na falência, no
entanto, o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição,
nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. A cobrança
judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação
judicial, concordata, inventário ou arrolamento.
Na falência , pelo art. 83 e 84 da Lei n.º 11.101/2005 (Nova Lei de Falências) que estabelecem a
classificação dos créditos no processo falimentar, o crédito tributário ocupa posição não muito
privilegiada.Considerando-se a validade da Súmula n.º 307 do STJ que dispõe que “a restituição de
adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito” tem-se , nos
dizeres de Roberto Luchesi a seguinte classificação de crédito : “ 1) crédito decorrente de contrato de câmbio,
através de pedido de restituição, sem qualquer limitação de valor: 2) crédito extraconcursal14 por fornecimento
de produtos e/ou por concessão de crédito, sem qualquer limitação; 3) crédito trabalhista, até o valor equivalente
a 150 salários mínimos e crédito em razão de acidente de trabalho, sem qualquer limitação; 4) crédito com
garantia real, até o valor do bem oferecido em garantia; 5) créditos tributários, inclusive das autarquias, sem
qualquer limitação; 6) crédito com privilégio especial; 7) crédito com privilégio geral; 8) créditos
quirografários, onde se enquadram, entre outros, o crédito das instituições financeiras além do valor da garantia
real e o crédito trabalhista superior a 150 salários mínimos; 9) crédito subordinado.”15 Normalmente são os
bancos que exigem garantias reais, razão pela qual serão os maiores beneficiários em caso de falência do
devedor pois seus créditos terão prioridade aos do fisco, até o limite da garantia.. Agregariamos a essa ordem de
preferências, logo após os créditos extraconcursais, os pedidos de restituição. Isto porque não faz sentido os
bens objeto de arrendamento mercantil (leasing) ou da alienação fiduciária em garantia, serem arrecadados
como se fizessem parte do patrimônio do devedor falido. Na verdade o que o falido tem é a propriedade
resolúvel e a posse indireta dos bens. Enquanto não quitados os pagamentos dos respectivos contratos a
propriedade não lhe é definitiva.

Note-se ainda que, na falência, a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos
decorrentes da legislação do trabalho e a multa tributária preferirá apenas aos créditos subordinados.

O CTN prevê que a extinção das obrigações do falido e a concessão de recuperação judicial dependem da
apresentação da prova de quitação de todos os tributos 16(arts.191 e 191-A, com a redação da LC 118/2005). no
Já a lei 11.101/05 considera extinta as obrigações do falido quando : for efetuado o pagamento de todos os
créditos;for efetuado o pagamento de mais de 50% (cinqüenta por cento) dos créditos quirografários; houver
decorrido 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, ou 10 (dez) anos, se o falido tiver sido
condenado por prática de crime previsto nesta Lei.A extinção das obrigações do falido é decretada em sentença
judicial que será comunicada a todas as pessoas e entidades anteriormente informadas da decretação da
falência.A extinção será decretada mediante sentença judicial que considerará o disposto em ambas as leis..

O art. 187 do CTN (com redação da LC 118/2005) estabelece que a cobrança judicial do crédito tributário
não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou
arrolamento.Isto significa dizer que a Fazenda Pública, ainda que só vá receber seus créditos na seqüência
estabelecida na lei, não precisa se habilitar como credora nos processos judiciais que são instaurados no caso de
falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento .Não precisará passar pelo itinerário legal
requerido de todos os outros tipos de credores. Basta a promoção de ação de execução fiscal autônoma a
qualquer tempo e isto já servirá para estabelecer seu lugar na fila das preferências. Caso a execução fiscal tenha
sido promovida antes da decretação da falência a execução prossegue e o dinheiro obtido com a venda dos bens
será juntado ao monte da monte da massa falida para distribuição na ordem legal, conforme jurisprudência
recente17 .

14
Lei n.º 11.101/05: “Art. 84 São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso
do processo de falência (art. 188), ou seja, decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial,
inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços. A lei de falências considera como créditos
extraconcursais na seguinte ordem de pagamento a seguir, os relativos a: I – remunerações devidas ao administrador judicial
e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços
prestados após a decretação da falência; II – quantias fornecidas à massa pelos credores; III – despesas com arrecadação,
administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;IV – custas
judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida;V – obrigações resultantes de atos
jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência,
e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta
Lei”.
15
A Nova Lei de Falências e a Súmula 307 do STJ,disponível em http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6721acess,
acessado em 20.10.2006
16
Evidentemente a quitação não se dará apenas pelo pagamento, haja vista as demais formas de extinção da obrigação
tributária constante do art. 156 do CTN.
17
Este entendimento está expresso na ementa do leading case julgado pela Corte Especial do STJ no REsp 188.148-RS,
relator Ministro Humberto Gomes de Barros, cuja ementa é a seguinte: PROCESSUAL - EXECUÇÃO FISCAL - MASSA
Quando chegar a vez da Fazenda Pública receber seus tributos terá que ser obedecido o seguinte concurso
de preferência entre as entidades políticas tributantes, na seguinte ordem:
a) A União seguida de suas autarquias;
b) Os Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata;
c) Os Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata.
Em outras palavras, a União recebe seus créditos tributários em primeiro lugar; em havendo sobra, os
Estados e o DF recebem por rateio, proporcionalmente ao crédito de cada um; se ainda houver sobra os
Municípios recebem por rateio, proporcionalmente ao crédito tributário de cada um deles.
São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros
encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio,
exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento (art. 189).
Os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação
judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação, são pagos preferencialmente a quaisquer outros
(art. 190).

XXIV. Sigilo da fazenda pública e de seus agentes

É vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão
do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o
estado de seus negócios ou atividades. Essa regra, entretanto, não é absoluta. Informações poderão ser
permutadas mutuamente entre a Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, mediante lei ou convênio. Também serão fornecidas informações por requisição de autoridade
judiciária no interesse da justiça e por solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração
Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade
respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração
administrativa. Adicionalmente, o CTN (art. 198) dispõe que não é vedada a divulgação de informações
referentes a: representações fiscais para fins penais, inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública e
parcelamento ou moratória. Por último, lembra-se ainda que a Fazenda Pública da União, na forma estabelecida
em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da
arrecadação e da fiscalização de tributos.

Nos termos do art. 11, §3º da Lei 9.311/96 a Secretaria da Receita Federal resguardará, na forma da legislação
aplicável à matéria, o sigilo das informações prestadas, facultada sua utilização para instaurar procedimento
administrativo tendente a verificar a existência de crédito tributário relativo a impostos e contribuições e para
lançamento, no âmbito do procedimento fiscal, do crédito tributário porventura existente, observado o disposto
no art. 42 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e alterações posteriores.

XXV. Evasão e Elisão Tributárias

FALIDA – BENS PENHORADOS - DINHEIRO OBTIDO COM A ARREMATAÇÃO - ENTREGA AO JUÍZO


UNIVERSAL - CREDORES PRIVILEGIADOS.
I - A decretação da falência não paralisa o processo de execução fiscal, nem desconstitui a penhora. A execução continuará a
se desenvolver, até à alienação dos bens penhorados.
II - Os créditos fiscais não estão sujeitos a habilitação no juízo falimentar, mas não se livram de classificação, para disputa
de preferência com créditos trabalhistas (Dl. 7.661/45, Art. 126)
III - Na execução fiscal contra falido, o dinheiro resultante da alienação de bens penhorados deve ser entregue ao juízo da
falência, para que se incorpore ao monte e seja distribuído, observadas as preferências e as forças da massa.
Na mesma linha o REsp 620665 (2003/0231640-3 - 03/10/2005) julgado pela Ministra Eliana Calmon do STJ
A evasão é todo ato ilícito e intencional do contribuinte no sentido de evitar, reduzir, eliminar ou retardar o
pagamento de um tributo. Acontece após a ocorrência do fato gerador.Como exemplo cita-se a habitual prática
de não emissão de notas fiscais por parte de alguns comerciantes.

A elisão é a possibilidade de, por meio de um planejamento tributário, antes de ocorrido o fato gerador, se obter
uma menor carga tributária. O sujeito passivo, conhecedor da hipótese de incidência descrita na lei, planeja sua
atuação econômica de modo que esta não enseje a ocorrência de fatos que possam ser classificados como fatos
geradores de um determinado tributo.

O CTN, no entanto, combate a prática da elisão uma vez que esta milita no sentido de diminuição da
arrecadação. Nesse sentido, a Lei Complementar n° 104/2001 incluiu um parágrafo único no artigo 116 do
CTN, conhecido como dispositivo anti-elisão, com a seguinte redação:

"Art. 116...

Parágrafo único. A autoridade administrativa poder desconsiderar atos ou negócios jurídicos com a
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da
obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária."

Ainda que o parágrafo seja novo não é nova a obrigação da Administração de estar sempre atenta a fraudes ou
más-fés que possam ocorrer em desfavor da arrecadação. O art. 149 do CTN já estatuía que o lançamento
deveria ser efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa sempre que se comprovasse que o sujeito
passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação.

Grande subjetividade reside na questão da determinação da existência de simulação. Estamos convictos ser
direito do contribuinte buscar na realização de seus negócios aqueles caminhos legalmente aceitos que lhe
possibilitem menor custo tributário. Por esta razão, é preciso que o administrado esteja vigilante para não
permitir que a Administração no intuito de aumentar a arrecadação, vá ampliando e particularizando sua
interpretação quanto ao que é ou não simulação.

Entendemos, portanto, que o parágrafo único em tela, ao explicitar a dissimulação, tende a atingir somente
os atos ilícitos, como já o fazia o mencionado art. 149, e não aqueles decorrentes de um planejamento tributário
lícito, que defendemos, que leve à elisão do tributo.

EXERCÍCIOS

1. (FCC) A competência para legislar sobre Direito Tributário é


a) comum dos Estados e Municípios, e suplementar da União.
b) concorrente da União, dos Estados e Distrito Federal.
c) privativa da União e complementar dos Estados e Municípios.
d) concorrente da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios.
e) privativa da União.

2. O Código Tributário Nacional, tratando da responsabilidade solidária de terceiros, qualifica como sujeito
passivo algumas pessoas que se encontram indiretamente relacionadas com a obrigação tributária, entre
outras,
a) os procuradores, pelos tributos devidos pelos administradores.
b) os serventuários da justiça, por todos os tributos devidos pelas partes.
c) o comissário, pelos tributos devidos pelo concordatário.
d) os tutores, pelos tributos devidos pelos curatelados.
e) os pais, pelos tributos devidos pelos filhos.

3. É correto afirmar que a isenção consiste na


a) dispensa legal do tributo devido, ou que normalmente seria devido.
b) dispensa onerosa do servidor de pagar a dívida decorrente de obrigação tributária acessória.
c) dispensa da aplicação de penalidades cometidas em matéria tributária.
d) vedação constitucional dos impostos, taxas, contribuições de melhoria e sociais.
e) restituição total ou parcial do tributo direto ou indireto pago indevidamente.

4. Em matéria tributária, não se consideram normas complementares das leis e dos decretos
a) os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
b) as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas.
c) as decisões dos órgãos singulares e coletivos de jurisdição administrativa a que a lei atribua eficácia
normativa.
d) os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas.
e) as convenções internacionais que versem sobre impostos e relações jurídicas a eles pertinentes.

5. A imunidade tributária, como norma de não incidência, implica a proibição de instituir:


a) contribuição de melhoria.
b) contribuição social.
c) imposto.
d) taxa.

6. Os livros comerciais são invioláveis, salvo para:


a) outros comerciantes em geral
b) terceiros interessados
c) agentes do Fisco.
d) agentes policiais.

7. O art. 108 do CNT determina que a autoridade competente na ausência da Lei adote sucessivamente
a) a Lei, Constituição Federal, Emendas Constitucionais, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Medidas
Provisórias, Resoluções, Tratados e Convenções Internacionais.
b) a jurisprudência, uso e costume, a doutrina.
c) as Normas Complementares e Decretos.
d) a analogia, os princípios gerais do direito tributário, os princípios gerais do direito público e a equidade.
e) estão corretas as alternativas b e c.

8. Em relação à contribuição de melhoria, pode se afirmar que


a) é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não se
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei, cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada.
b) é toda a entrada de recursos públicos, decorrentes da arrecadação de tributos, quer por impostos, taxas,
contribuições e pela concessão de empréstimos.
c) é toda saída de numerário que representa variação do patrimônio líquido, como por exemplo, despesas de
custeio (pagamento de pessoal) e as que representam permuta de valores, tais como, investimentos de
obras, concessões de empréstimos, etc.
d) é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como
limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para
cada imóvel beneficiado.
e) tem caráter pessoal e será graduada segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à
Administração vincular ao patrimônio e às atividades econômicas do contribuinte.

9. Das assertivas abaixo, assinale a alternativa correta com relação à taxa.


a) Tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de
serviço público, específico e divisível, prestado ou colocado à disposição do contribuinte.
b) É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independentemente de qualquer atividade
estatal específica, relativa ao contribuinte.
c) É uma contribuição social para o financiamento da seguridade social – Cofins.
d) É uma contribuição de intervenção no domínio econômico.
e) Não poderá ter base de cálculo própria de impostos, ressalvados os casos previstos na legislação
tributária.

10. O art. 152 da CF estabelece que é vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer
diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, em razão de sua precedência ou destino.
Essa disposição corresponde ao princípio da
a) vinculabilidade da tributação.
b) uniformidade geográfica.
c) não discriminação tributária.
d) imunidade tributária.
e) interdependência tributária.

11. O lançamento por homologação é feito, quase em sua totalidade, pelo contribuinte ou responsável, tendo
como principal característica o pagamento (ou restituição) do tributo antes do início de qualquer
procedimento por parte da autoridade administrativa. Assinale a alternativa que caracteriza esse lança-
mento.
a) Imposto sobre a Propriedade Predial e territorial Urbana – IPTU.
b) Contribuição de melhoria.
c) Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA.
d) Imposto de Renda – IR.

12. O parcelamento da dívida tributária corresponde a uma forma de


a) exclusão do crédito tributário.
b) extinção do crédito tributário.
c) suspensão do crédito tributário.
d) novação do crédito tributário.
e) renegociação do crédito tributário.

13. (MPDFT) Assinale a opção correta.


a) A União pode cobrar taxas dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
b) A União não pode cobrar contribuições de melhoria.
c) Não há dois tributos com a mesma base de cálculo.
14. A não-cumulatividade e a seletividade em função da essencialidade do produto são características
obrigatórias do imposto:
a) sobre produtos industrializados.
b) sobre a importação de produtos estrangeiros.
c) sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação.
d) sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários.
e) sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.

15. Quando o pagamento efetuado por um dos obrigados ao recolhimento de tributo devido, aproveita aos
demais obrigados na mesma relação jurídica tributária, ocorre:
a) responsabilidade tributária.
b) sujeição passiva tributária.
c) preferência tributária.
d) conversão da obrigação tributária acessória em principal.
e) solidariedade tributária.

16. Em matéria de Direito Tributário, podemos afirmar que é correta a seguinte assertiva:
a) As características jurídicas da obrigação tributária tornam-se relevantes para a constituição desse vínculo
obrigacional à livre manifestação da vontade dos sujeitos ativo e passivo.
b) O tributo é uma prestação pecuniária compulsória que não se constitui em sanção de ato ilícito, da
mesma forma que as multas e os preços públicos.
c) Os empréstimos compulsórios são da competência exclusiva da União, que pode instituí-los, por meio de
lei ordinária ou medida provisória, para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade
pública ou guerra externa.
d) O lançamento tributário é realizado mediante atividade administrativa discricionária, de acordo com
rigorosos critérios de conveniência e oportunidade fixados pela Fazenda Pública.
e) O estabelecimento de alíquota muito elevada, com o objetivo de desestimular a importação de produto
estrangeiro, visando a proteger a produção similar nacional, caracteriza medida tributária de natureza
extrafiscal.

17. Sabendo-se que o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário, por meio do lançamento,
extingue-se em cinco anos, esclareça abaixo assinalando a opção correta.
a) A hipótese aventada trata de prescrição e o prazo é contado a partir da ocorrência do fato gerador da
obrigação tributária.
b) Trata-se de decadência, sendo o prazo contado a partir da comunicação ao sujeito passivo.
c) No caso, cogita-se de remissão, forma de extinção do crédito tributário, e o prazo é contado a partir do
exercício seguinte.
d) Na hipótese, estamos nos referindo ao instituto da decadência, e o prazo é contado a partir do primeiro
dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
e) A ausência do ato administrativo de lançamento opera a prescrição do crédito tributário, contando-se o
prazo a partir do nascimento da obrigação tributária.

18. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário


a) modifica a liquidez do crédito tributário.
b) afeta a obrigação tributária que deu origem ao respectivo crédito.
c) não altera a natureza do crédito tributário, nem da correspondente obrigação.
d) vincula o lançamento da obrigação tributária e do respectivo crédito.
e) produz o efeito de prova pré-constituída do crédito tributário.

19. Tendo em vista a natureza e as características da dívida ativa tributária, assinale abaixo a assertiva correta.
a) Goza da presunção de certeza e liquidez de forma absoluta.
b) Tem o efeito de prova pré-constituída.
c) Desfruta apenas da presunção juris tantum de liquidez.
d) Goza da presunção de certeza e liquidez, a qual não pode ser ilidida por nenhuma espécie de
prova.
e) A liquidez do crédito tributário inscrito em dívida ativa fica excluída em decorrência da fluência de juros
de mora.

20. (Vunesp/BNDES) Lei Complementar da União instituiu Empréstimo Compulsório com o objetivo de
absorver, temporariamente, o poder aquisitivo da população, devido ao processo inflacionário. Esse
empréstimo compulsório
a) é constitucional, pois a matéria é urgente e de relevante interesse nacional.
b) é constitucional, por haver sido instituído por Lei Complementar Federal.
c) é inconstitucional, por não corresponder às hipóteses constitucionais do empréstimo compulsório.
d) é constitucional, todavia, em qualquer hipótese, deverá obedecer ao princípio da anterioridade tributária.
e) é constitucional, contudo, em virtude de sua relevância, não obedece ao princípio da anterioridade
tributária.

21. (Vunesp/BNDES) Embora devidamente constituído, o crédito tributário tem sua exigibilidade suspensa em
razão de
a) consignação em pagamento, anistia e remissão.
b) remissão, anistia e liminar em mandado de segurança.
c) liminar em ação cautelar, compensação e consignação em pagamento.
d) consignação em pagamento e liminar em mandado de segurança.
e) liminar em mandado de segurança e moratória.
22. (Vunesp/BNDES) Em relação à competência tributária residual, pode-se afirmar que
a) em qualquer hipótese só poderá ser utilizada pela União Federal, desde que mediante Lei Complementar.
b) em algumas hipóteses poderá ser utilizada pela União Federal, pelos Estados, pelo Distrito Federal e
pelos Municípios.
c) em algumas hipóteses poderá ser utilizada pelos Estados e pelo Distrito Federal, desde que haja Lei
Complementar autorizativa.
d) em algumas hipóteses poderá ser utilizada tanto pela União como pelos Estados.
e) poderá ser utilizada pelos Estados para a instituição de outros tributos não previstos em sua competência
privativa.
23- (Esaf) A Constituição da República veda a cobrança de tributos no mesmo exercício fi nanceiro em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Trata-se do princípio da anterioridade tributária, que, contudo,
encontra na própria Constituição algumas exceções. Assinale, a seguir, a modalidade tributária em que só pode
ser exigido o tributo no exercício seguinte ao de sua instituição ou majoração:
a) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro,ou relativas a títulos ou valores mobiliários.
b) Imposto sobre produtos industrializados.
c) Empréstimo compulsório para atender a investimento público urgente e relevante.
d) Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou de calamidade pública.
e) Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.

24 -(Esaf)-Consoante o caput do art. 186 do Código Tributário Nacional,o crédito tributário prefere a qualquer
outro, seja qual for a natureza ou o tempo da sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação
do trabalho ou do acidente de trabalho. Entretanto, por força de alteração legislativa havida recentemente no
referido artigo, e de súmula editada pelo Superior Tribunal de Justiça, pode-se afi rmar que, na falência, o
crédito tributário:
a) Prefere aos créditos com garantia real, no limite do bem gravado.
b) Para que possam preferir ao crédito tributário, os créditos decorrentes da legislação do trabalho serão
limitados à quantia equivalente a 100 (cem) salários-mínimos.
c) A cobrança judicial do crédito tributário é sujeita a habilitação em processo de falência.
d) Não prefere à restituição de adiantamento de contrato de câmbio, que deve ser atendida antes de qualquer
crédito.
e) A multa tributária não prefere aos créditos subordinados.

25-(Esaf)- Sobre o pagamento indevido de tributos é correto afirmar-se,de acordo com o Código Tributário
Nacional, que:
a) a reforma, a anulação, a revogação ou a rescisão de decisão condenatória, à vista da qual se tenha efetuado o
recolhimento, afi nal tido por indevido também podem ensejar a restituição.
b) a restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro,
será feita a quem comprove ter efetuado o pagamento indevido, tenha ele ou não assumido o referido encargo
financeiro.
c) ao falar de sujeito passivo, está a referir-se ao obrigado que o seja na condição de contribuinte, não àquela em
que ele tenha fi gurado como responsável.
d) para que haja o direito à restituição, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, é
necessária a prática do ato homologatório por parte da autoridade
fazendária.
e) o sujeito passivo tem direito à restituição total ou parcial do tributo, recolhido indevidamente ou a maior do
que o devido, desde que comprove ter havido erro, de sua
parte, na interpretação da legislação aplicável ao caso.

26-(Esaf)- Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo
alterar as alíquotas do imposto sobre:
a) importação de produtos estrangeiros.
b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.
c) propriedade territorial rural.
d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários.
e) produtos industrializados.

27 -(Esaf)- Segundo a legislação própria, considera-se estrangeira(o) e, salvo disposição em contrário, pode,
sobre ela(e), incidir o imposto de importação (salvo se por outra razão seja
verifi cada sua não-incidência) :
a) mercadoria restituída pelo importador estrangeiro, por motivo de modificações na sistemática de importação
por parte do país importador.
b) mercadoria enviada em consignação e não vendida no exterior no prazo autorizado, quando retorna ao País.
c) produto devolvido do exterior por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição.
d) mercadoria nacional que retornar ao País.
e) produto estrangeiro em trânsito aduaneiro de passagem acidentalmente destruído no País.

28- (Esaf) Para os efeitos do imposto de renda, o __________percebido na alienação de bens imóveis
considera-se___________. Já a importância paga a título de aluguel, remetida, creditada, empregada ou
entregue ao contribuinte, produzido por bens imóveis é denominada
_________. Um(a) _________, na linguagem tributária, é o valor percebido independentemente de ser
produzido pelo capital ou o trabalho do contribuinte.
a) rendimento....rendimento de capital........ganho imobiliário....si necura
b) provento.......rendimento imobiliário.......provento predial....provento
c) rendimento....rendimento de capital.......ganho imobiliário....pre benda
d) ganho....ganho de capital.......rendimento de capital.... sine cura
e) ganho ....ganho de capital......rendimento de capital....pro vento

29 (Esaf)- O campo de incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados abrange:


a) todos os produtos relacionados na TIPI.
b) todos os produtos relacionados na TIPI, com alíquota, mesmo os com alíquota zero.
c) todos os produtos, exceto aqueles a que corresponde a notação “Zero”.
d) todos os produtos com alíquota.
e) todos os produtos, mesmo os com alíquota zero ou com a notação NT, ainda que não relacionados na TIPI

30 (Esaf)- Relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2002, foram isentas da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL):
a) as pessoas físicas que perceberam apenas rendimentos do trabalho.
b) as pessoas jurídicas que participarem do programa do primeiro emprego.
c) as pessoas jurídicas que aplicarem em títulos e valores mobiliários a favor de seus empregados.
d) as entidades fechadas de previdência complementar.
e) as organizações não governamentais dedicadas à proteção do meio ambiente.

31(Esaf)- A lei tributária pode atribuir responsabilidade solidária:


a) a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação.
b) a diversas pessoas, cabível a invocação, por elas, do benefício de ordem, não do benefício de divisão.
c) quando não haja comunhão de interesses relativamente à situação que constitua fato gerador da obrigação
principal.
d) restrita às hipóteses expressas no Código Tributário Nacional.
e) a quem tenha interesse comum no fato imponível, caso em que será exigível o tributo, integralmente, de cada
um dos coobrigados.

32- A restituição de tributos, cujo encargo financeiro possa transferir-se, somente pode ser obtida se o------------
--------------provar que não o transferiu ou que está autorizado pelo------------------------. No caso do direito ao
creditamento do IPI, não se aplica esta regra, porque não se trata de -----------------------.
a) contribuinte .... fisco.... tributo indireto.
b) sujeito passivo .... sujeito ativo .... compensação.
c) sujeito passivo .... sujeito ativo .... restituição do
indevido.
d) contribuinte de direito .... contribuinte de fato .... repetição
de indébito.
e) responsável .... contribuinte .... repetição de indébito.

Gabarito

1. D
2. C
3. A
4. E
5. C
6. C
7. D
8. D
9. A
10. B
11. D
12. C
13. A
14. A
15. E
16. E
17. D
18. C
19. B
20. C
21. E
22. A
23. C
24. D
25. A
26. C
27. D
28. E
29. B
30. D
31. A
32. D
Julgue os itens a seguir marcando verdadeiro (V) ou Falso):

1) ( ) (Esaf) É condição de vigência da lei tributária a sua eficácia.


2) ( ) (Esaf) O CTN veda a extraterritorialidade da legislação tributária.
3) ( ) (Esaf) Não é vedado aos decretos dispor sobre o termo inicial da vigência dos atos expedidos pelas
autoridades administrativas tributárias.
4) ( ) (Esaf) A progressividade do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana pode ser
estipulada em função de subutilização do solo urbano.
5) ( ) (Cespe/UnB) Os impostos são sempre graduados segundo a capacidade econômica do sujeito
passivo, sendo facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esse
objetivo, identificar, respeitados os direitos individuais, o patrimônio e a renda do contribuinte.
6) ( ) (Cespe/UnB)Em caso de calamidade pública, os estados podem instituir empréstimos compulsórios,
desde que por lei complementar.
7) ( ) (Cespe/UnB) A União tem competência para instituir e cobrar as contribuições parafiscais, inclusive
sobre os vencimentos dos servidores públicos estaduais e municipais, para custeio, em benefício
destes, de sistema de previdência e assistência social.
8) ( ) (Cespe/UnB) Compete à União a coleta dos impostos estaduais e municipais no território federal,
ainda que este seja dividido em municípios.
9) ( ) (Cespe/UnB) Cabe à União, por meio de lei complementar, dispor acerca do fato gerador e da base
de cálculo do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) e do imposto predial e
territorial urbano (IPTU).
10) ( ) (Cespe/UnB) As contribuições parafiscais destinadas à seguridade social podem ser exigidas no
mesmo exercício fiscal em que instituídas, desde que obedecido o prazo de noventa dias da data da
publicação da lei que as instituiu.
11) ( ) (Cespe/UnB) O princípio da anterioridade, por assegurar a integridade do próprio Estado federativo,
aplica-se a todas as espécies tributárias, impedindo a Constituição da República que haja qualquer
exceção à incidência de seu comando normativo.
12) ( ) (Esaf) Foram instituídas a Contribuição para o PIS/PASEP e a Contribuição para a COFINS, devida
pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior.
13) ( ) (Esaf) A pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa e de empresa de pequeno porte
pode optar pela inscrição no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES.
14) ( ) (Esaf)A inscrição no SIMPLES implica pagamento mensal unificado de impostos e contribuições.
O pagamento unificado não exclui, entre outras, a incidência da CPMF, em relação à qual será
observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas.
15) ( ) (Esaf) A Secretaria da Receita Federal do Brasil resguardará, na forma da legislação aplicável à
matéria, o sigilo das informações prestadas, relativamente à Contribuição Provisória sobre
Movimentação ou Transmissão de Valores e de Crédito e Direitos de Natureza Financeira – CPMF.
16) ( ) (CESPE/UnB) A União pode instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional,
desde que se trate de incentivo fiscal destinado a promover o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômico entre as regiões do país.
17) ( ) (Cespe/UnB) Em virtude da autonomia de que gozam as entidades federativas, é vedado à União
conceder isenção de tributos da competência dos estados, do DF ou dos municípios.
18) ( ) (Cespe/UnB) Por força da imunidade governamental recíproca, os bens, os serviços e as rendas das
empresas públicas federais, estaduais e municipais são imunes à tributação, desde que utilizados nas
funções essenciais da entidade.
19) ( ) (Cespe/UnB) A operação de compra e venda de tinta utilizada na impressão de livros é isenta de
ICMS, em virtude de limitação constitucional.
20) ( ) (Cespe/UnB) A fim de que façam jus à imunidade, as instituições de educação e de assistência
social devem ser filantrópicas, ou seja, embora autorizadas a obter superávit financeiro no exercício
fiscal, não podem distribuir parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título, a seus
diretores e empregados.
21) ( ) (Cespe/UnB) Um bem imóvel de propriedade do Banco Central do Brasil (Bacen), que esteja sendo
utilizado economicamente fora das funções essenciais da autarquia, pode ser objeto de incidência do
IPTU.
22) ( ) (Cespe/UnB) Em razão das imunidades constitucionais, não pode o DF exigir da União a Taxa de
Limpeza Urbana (TLP), decorrente da utilização efetiva do referido serviço prestado em imóvel
localizado na Esplanada dos Ministérios.
23) ( ) (Cespe/UnB) Cabe necessariamente à lei complementar dispor acerca do tratamento tributário ao
ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
24) ( ) (Cespe/UnB) Os preços públicos não consubstanciam tributos na medida em que não são
compulsórios, porquanto remuneram serviços relacionados com a exploração de atividades econômicas
diretamente pelo Estado, ou indiretamente por concessionários e permissionários de serviços públicos.
25) ( ) (Cespe/UnB) O IPTU é um imposto municipal progressivo, cuja alíquota pode variar em razão do
valor, da localização e do uso do imóvel.
26) ( ) (Cespe/Unb) A isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação, não
implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes e
acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores.
27) ( ) (Cespe/UnB) A obrigação tributária principal nasce com o lançamento, tem por objeto o pagamento
de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se com o crédito dela decorrente.
28) ( ) (Cespe/UnB) Interpreta-se a definição legal do fato gerador, abstraindo-se da validade jurídica dos
atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do
seu objeto ou dos seus efeitos.
29) ( ) (Cespe/UnB) A capacidade tributária do sujeito da obrigação confunde-se com a capacidade civil
das pessoas naturais.
30) ( ) (Cespe/UnB) O não-cumprimento de uma obrigação acessória implica a incidência de multa, sem,
contudo, modificar a natureza da obrigação.
31) ( ) (Cespe/UnB)No sistema tributário brasileiro, o crédito tributário não pode ser exigido antes da
ocorrência do fato gerador da obrigação principal.
32) ( ) (Cespe/UnB) O responsável tributário é o sujeito passivo que não tem qualquer vinculação com o
fato gerador, sendo certo que sua obrigação decorre de disposição expressa em lei.
33) ( ) (Cespe/UnB) Somente se considera denúncia espontânea aquela apresentada pelo sujeito passivo em
momento anterior ao início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização
relacionados com a infração.
34) ( ) (Cespe/UnB) Os pais são responsáveis solidários pelos tributos dos filhos menores, sempre que
estes não possam satisfazer o crédito tributário.
35) ( ) (Cespe/UnB) Privilégio é sempre prerrogativa, prevalência ou preeminência de um crédito sobre o
outro. Se tal prevalência ocorre, em fase executiva, na ordem de pagamento em concurso de credores,
denomina-se preferência.
36) ( ) (Cespe/UnB) A competência para regulamentar a matéria relativa às garantias é exclusiva da União,
sendo defesa a edição de legislação supletiva pelas demais entidades federativas.
37) ( ) (Cespe/UnB) O CTN prevê que, além das garantias enumeradas em seu texto, outras poderão ser
observadas, desde que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza e das
características do tributo a que se refiram.
38) ( ) (Cespe/UnB) O somatório de bens e rendas de qualquer natureza, excluídos os haveres gravados por
ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, pertencentes ao sujeito passivo, seu
espólio ou sua massa falida, respondem pelo pagamento do crédito tributário.
39) ( ) (Cespe/UnB) O crédito tributário definitivamente constituído reveste-se de exigibilidade e já se acha
exeqüível, cabendo ao sujeito passivo da obrigação tributária satisfazê-lo no tempo que lhe for
aprazado em lei.
40) ( ) (Cespe/UnB) Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo,
por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente inscrito
como dívida ativa em fase de execução.
41) ( ) (Cespe/UnB) Segundo regra expressa, o crédito tributário tem preferência sobre qualquer outro, seja
qual for a natureza ou o tempo da constituição deste.
42) ( ) (Cespe/UnB) A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou
habilitação em falência, concordata, inventário ou arrolamento, só existindo concurso de preferência
entre as pessoas jurídicas de direito público, pelo que os créditos tributários da União preferem aos dos
estados, do DF, e os destes aos dos municípios.
43) ( ) (Cespe/UnB) Com a edição da Lei Complementar nº 104, de 10/1/2001, foi excluída do rol de
causas de extinção do crédito tributário a dação em pagamento de bens imóveis.
44) ( ) (Cespe/UnB) O prévio protesto é condição indispensável ao exercício do direito à restituição total
ou parcial do tributo pago indevidamente pelo sujeito passivo.
45) ( ) (Cespe/UnB) Os serviços das sociedades de economia mista federais são imunes à incidência de
impostos da competência de estados e municípios, em virtude do princípio da imunidade
intergovernamental recíproca.
46) ( ) (Cespe/UnB) A Constituição da República não institui tributos, mas somente confere competência
às entidades tributantes.
47) ( ) (Cespe/UnB) Somente as religiões reconhecidas pelo Estado fazem jus à imunidade constitucional
que abarca seu patrimônio, renda e serviços.
48) ( ) (Cespe/UnB) Na ação executiva fiscal, a garantia do juízo para oposição de embargos somente pode
ser efetivada em dinheiro.
49) ( ) (Cespe/UnB) A certidão da dívida ativa é o título executivo extrajudicial que embasa a inicial na
ação executiva.
50) ( ) (Cespe/UnB) No reexame necessário, pode o tribunal agravar a condenação imposta à Fazenda
Pública.
51) ( ) (Cespe/UnB) Na execução fiscal, o executado deverá ser intimado, por edital, da data e da hora da
realização do leilão.
52) ( ) (Cespe/UnB) Em direito tributário, o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de
tributo não previsto em lei.
53) ( ) (Cespe/UnB) A eqüidade é um método que resulta na dispensa do tributo devido.
54) ( ) (Cespe/UnB) Os tratados e as convenções internacionais suspendem ou modificam as normas
tributárias internas, inclusive as de natureza constitucional, e serão observados pelos que lhes
sobrevenham.
55) ( ) (Cespe/UnB) O presidente da República pode firmar acordo internacional que verse acerca de
legislação referente a ICMS, com reflexos na arrecadação desse imposto nos estados federados.
56) ( ) (Cespe/UnB) O objetivo precípuo dos tratados internacionais, em matéria tributária, é evitar a
bitributação e a evasão fiscal.
57) ( ) (Cespe/UnB) A lei aplica-se a fato pretérito, sempre que lhe comine penalidade menos severa que a
prevista na lei vigente ao tempo de sua prática.
58) ( ) (Cespe/UnB) Salvo disposição de lei em contrário, a isenção é extensiva a taxas e contribuições de
melhoria, bem como aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
59) ( ) (Cespe/UnB) A anistia pode ser concedida limitadamente a uma determinada região do território da
entidade tributante em função de condições a ela peculiares.
60) ( ) (Cespe/UnB) A isenção, quando concedida por prazo certo e em função de determinadas condições,
pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, salvo se referente a imposto sobre o
patrimônio e a renda.
61) ( ) (Cespe/UnB) A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por
despacho da autoridade competente, independentemente de requerimento do interessado.
62) ( ) (Cespe/UnB) Para fins de suspensão da exigibilidade do crédito, somente se admite concessão de
liminar em sede de mandado de segurança.
63) ( ) (Cespe/UnB) A União pode conceder moratória em relação a tributos de estado e municípios, desde
que simultaneamente a conceda quanto aos tributos de sua competência e às obrigações de direito
privado.
64) ( ) (Cespe/UnB) O parcelamento, por ser ato de discricionariedade administrativa, pode ser concedido
independentemente de lei autorizativa.
65) ( ) (Cespe/UnB) A lei pode impor aos sujeitos da obrigação tributária a celebração de transação que,
mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e conseqüente extinção de crédito
tributário.
66) ( ) (Cespe/UnB) É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação
judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da decisão judicial.
67) ( ) (Cespe/UnB) A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da
data do fato gerador da obrigação tributária.
68) ( ) (Cespe/UnB) Em matéria fiscal, não têm aplicação quaisquer disposições legais limitativas do
direito de examinar livros fiscais dos comerciantes.
69) ( ) (Cespe/UnB) É vedada, para quaisquer fins, a divulgação, por parte da Fazenda Pública, de
informação acerca da situação econômica ou financeira do sujeito passivo obtida em razão do ofício.
70) ( ) (Cespe/UnB) Pelo princípio da soberania nacional, é vedado à Fazenda Pública da União firmar
acordos internacionais que visem permutar informações com estados estrangeiros no interesse da
arrecadação e da fiscalização dos tributos.
71) ( ) (Cespe/UnB) Independentemente de disposição legal, é dispensada a prova da quitação de tributos
para a prática de ato indispensável a evitar a caducidade de direito.
72) ( ) (Cespe/UnB) Não constitui fato gerador de ICMS o simples deslocamento de mercadoria entre
estabelecimentos do mesmo contribuinte.
73) ( ) (Cespe/UnB) O IPVA é imposto direto em que ocorre o fenômeno da transferência da carga
tributária a terceiro.
74) ( ) (Cespe/UnB) O IPTU, a par da função arrecadatória, tem finalidade extrafiscal, na medida em que é
utilizado como forma de impor o cumprimento da função social ao imóvel urbano.
75) ( ) (Esaf) A Constituição Federal de 1988 veda o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas,
capitais ou bens por meio de impostos.
76) ( ) (Esaf) O Imposto sobre Produtos Industrializados deve ser não-cumulativo em função da
essencialidade dos produtos.
77) ( ) (Esaf) O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural deve ter sua base de cálculo e alíquotas
fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas.
78) ( ) (Esaf) A instituição do imposto sobre grandes fortunas dependerá de lei complementar e de
resolução do Senado, fixando as alíquotas mínima e máxima.
79) ( ) (Esaf) O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou ativo cambial, sujeita-se apenas a
um imposto de competência da União, devido na operação de origem.
80) ( ) (Esaf) As autarquias federais, municipais e estaduais gozam de imunidade quanto aos tributos dos
outros entes políticos em decorrência da imunidade recíproca.
81) ( ) O lançamento é regido pela legislação vigente à época da ocorrência do fato gerador, não lhe sendo
aplicável, em nenhuma hipótese, a legislação posterior.
82) ( ) (Cespe/UnB) Tanto no caso de calamidade pública quanto no caso de investimento público de
caráter urgente e de interesse nacional, a União pode institui e cobrar, no mesmo exercício financeiro,
um empréstimo compulsório.
83) ( ) (Cespe/UnB) A União pode instituir impostos além dos enumerados na Constituição, desde que
destine aos estados um quinto de sua arrecadação.
84) ( ) (Cespe/UnB) Tributos diretos são aqueles cujo ônus de pagamento recai sobre o próprio
contribuinte.
85) ( ) (Cespe/UnB) Os impostos indiretos, por não serem transferíveis a terceiros, permitem que a carga
tributária seja distribuída de forma eqüitativa.
86) ( ) (Esaf) Os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são tributáveis,
pois trata-se de prática de atividade ilícita.
87) ( ) (Esaf) O princípio da legalidade não se aplica, em toda sua extensão, aos impostos de importação e
exportação, ao impostos sobre produtos industrializados e ao imposto sobre operações financeiras.
88) ( ) (Esaf) Feita a inscrição da dívida ativa da Fazenda Pública, a Procuradoria da Fazenda Nacional tem
prazo de cinco anos, contado da data da inscrição, para cobrar a dívida, sob pena de prescrição.
89) ( ) (Cespe/UnB) É inconstitucional o município exigir da Anatel o pagamento de ITBI, pois pessoa
jurídica de direito público que faz parte da administração federal indireta, tais como as autarquias,
fundações públicas e empresas públicas, não pode ser sujeito passivo de impostos municipais.
90) ( ) (Esaf) As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de qualquer natureza são estipuladas por
lei complementar.
91) ( ) (Esaf) A situação definida em lei, desde que necessária para o nascimento da obrigação tributária
principal é o seu fato gerador.
92) ( ) (Esaf) Qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática de um ato que não
tenha por objeto o pagamento de tributo ou multa, é obrigação tributária acessória.
93) ( ) (Cespe/UnB) Em homenagem à celeridade processual, o executado fiscal pode oferecer bem
imóvel à penhora sem a necessidade do consentimento expresso do cônjuge.
94) ( ) (Cespe/UnB) Na exegese das normas que estabelecem fatos geradores de tributos, é admitida a
interpretação extensiva, mas é vedada a utilização de analogia que resulte em exigência de tributo não
previsto em lei.
95) ( ) (Cespe/UnB) A Constituição da República estabelece que é defeso taxas terem base de cálculo
própria de impostos, mas não proíbe que dois impostos tenham a mesma base de cálculo nem a mesma
alíquota.
96) ( ) (Cespe/UnB) Como o imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) somente pode ser
instituído pelos estados e pelo DF, tratados internacionais e leis federais, sejam elas ordinárias ou
complementares, não podem conceder isenções relativamente a esse tributo.
97) ( ) Cespe/UnB) A constituição do crédito tributário relativo a impostos federais, tais como o imposto
sobre a propriedade territorial rural (ITR) e o imposto sobre as operações de crédito, câmbio e seguro,
ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF), dá-se por meio do ato administrativo que inscreve o
valor devido na dívida ativa da União, pois é apenas nesse momento que o sujeito passivo do tributo
pode ser executado judicialmente pelo não-pagamento do débito fiscal.
98) ( ) (Esaf) Tributo é gênero de que são espécies o imposto, a taxa, a contribuição de melhoria e o preço
de serviços públicos.
99) ( ) (Cespe/UnB) Diferentemente do que ocorre em relação a determinado imposto, os fatos econômicos
que dão ensejo à cobrança das taxas não são especificamente indicados na Constituição, de maneira
que, em princípio, qualquer exercício do poder de polícia e qualquer prestação de serviço público
específico e divisível podem servir de base fática para a cobrança de taxa.
100) ( ) (Cespe/UnB) Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha acerca da
outorga de isenção e da dispensa do cumprimento das obrigações acessórias.
101) ( ) (Cespe/UnB) União, Estados, Distrito Federal (DF) e Municípios podem instituir impostos
não previstos na Constituição da República, desde que por lei complementar e que os novos tributos
sejam não-cumulativos.
102) ( ) (Cespe/UnB) Tendo a União criado um tributo cujo fato gerador é o exercício do poder de
polícia, é correto inferir, então, que o tributo em questão seja uma taxa.
103) ( ) (Cespe/UnB) A dívida ativa regularmente inscrita goza de presunção de certeza e liquidez,
cabendo ao sujeito passivo afastá-la por prova inequívoca.
104) ( ) (Cespe/UnB) Se um estado-membro da Federação brasileira decidir prestar um
determinado serviço público mediante retribuição dos usuários por meio de taxa, somente poderá
cobrá-la se houver autorização constitucional específica para aquela modalidade de serviço servir
como fundamento da taxa.
105) ( ) (Min. Público/SP) Para que o Estado possa arrecadar taxa há necessidade de o usuário ou
destinatário do serviço público vir a fazer uso efetivo dele.
106) ( ) (Cespe/UnB) Na remissão, a extinção do crédito ocorre a partir de determinação legal a ser
cumprida pela administração, tendo presentes motivos de justiça social ou insignificância do crédito.
107) ( ) (Cespe/UnB) Para a distinção entre taxa e preço público, é correto apontar, entre outras, as
seguintes características: o regime jurídico das taxas é legal, enquanto o dos preços é contratual; a taxa
pode ser cobrada ainda que o contribuinte efetivamente não usufrua o serviço, ao passo que o preço
depende da prestação do serviço; a alíquota e a base de cálculo da taxa submetem-se ao princípio da
anterioridade, mas o preço pode ser elevado de imediato.
108) ( ) (Cespe/UnB) Somente o depósito integral e em dinheiro suspende a exigibilidade do
crédito tributário.
109) ( ) (Esaf) Preços de serviços públicos e taxas às vezes se confundem porque ambos são
compulsórios.
110) ( ) (Cespe/UnB) Caso o governo do DF promovesse a edificação de uma nova ponte no Lago
Sul, então poderia ser instituída contribuição de melhoria, para custeio da obra, a ser cobrada de todos
os que utilizassem a ponte de maneira regular.
111) ( ) (Esaf) A Constituição da República prevê que contribuição de melhoria, decorrente de
obras públicas, tenha por limite o custo total da obra e o valor da melhoria por ela trazida, e que tenha
sido precedida de referendo popular.
112) ( ) (Cespe/UnB) A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se
da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto à autoria e capitulação legal do fato.
113) ( ) (Esaf) A Constituição de 1988 não estabelece que o limite total da contribuição de melhoria
seja o valor da despesa realizada pela obra pública que lhe deu causa.
114) ( ) (Cespe/UnB) O fato de as taxas serem cobradas pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis impõe que sejam graduadas segundo a capacidade econômica
do usuário.
115) ( ) O IPVA é um imposto que leva em consideração a situação financeira do contribuinte.
116) ( ) (Cespe/UnB) Taxas e contribuições de melhoria são tributos atribuídos à competência
comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
117) ( ) (Cespe/UnB) O texto constitucional impõe que os fatos geradores, bases de cálculo e
sujeitos passivos das contribuições sociais sejam definidos na lei complementar que fixar as normas
gerais em matéria tributária.
118) ( ) (Cespe/UnB) A prescrição interrompe-se com o ajuizamento da ação executiva que vise
cobrar o crédito tributário não pago.
119) ( ) (Cespe/UnB) Os empréstimos compulsórios deverão ser instituídos, sempre, por meio de
lei complementar.
120) ( ) (Cespe/UnB) A instituição de empréstimos compulsórios, no caso de investimento público
de caráter urgente e de relevante interesse nacional, deverá submeter-se ao princípio da anterioridade
tributária.
121) ( ) (Cespe/UnB) Se o Brasil tivesse grandes porções de seu território afetadas por violentos
furacões, com a destruição de cidades e alta mortandade, e se, nessa situação, o Presidente da
República baixasse decreto reconhecendo a ocorrência de calamidade pública em nível nacional, isso
permitiria que a União instituísse empréstimo compulsório, mediante aprovação de lei ordinária pelo
Congresso Nacional, pois a hipótese de calamidade pública ao lado da de guerra externa ou de
iminência desta, é uma das hipóteses que autoriza a criação dessa espécie de tributo.
122) ( ) Os empréstimos compulsórios estão sujeitos a todas as limitações constitucionais do poder
de tributar, tais como o princípio da legalidade, o princípio da isonomia, o princípio da anterioridade, o
princípio da irretroatividade e o princípio do não-confisco.
123) ( ) A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório vinculam-se à despesa
que fundamentou sua instituição.
124) ( ) (Cespe/UnB) Ressalvada a instituição de contribuição social a ser exigida dos seus próprios
servidores – destinada ao custeio, em benefícios destes, de sistemas de previdência e assistência social
-, os estados e os municípios, em nenhuma outra hipótese, poderão instituir contribuição social.
125) ( ) (Cespe/UnB) O ICMS e o imposto sobre produtos industrializados (IPI) são tributos
seletivos e não-cumulativos.
126) ( ) (Cespe/UnB) As contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas são
estabelecidas pelas instituições fiscalizadoras e representativas de categorias profissionais ou
econômicas, a fim de que tenham o necessário suporte financeiro para o exercício de suas funções,
legalmente reputadas como de interesse público.
127) ( ) (Cespe/UnB) Cabe apenas à União instituir contribuição, cobrada dos servidores públicos
em geral, para o custeio, em benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social.
128) ( ) (Esaf) Somente lei complementar pode instituir ou majorar contribuição previdenciária.
129) ( ) (Cespe/UnB) As taxas e as contribuições sociais não podem ser instituídas com base de
cálculo idêntica à de impostos já existentes.
130) ( ) (Cespe/UnB) Considere a seguinte situação hipotética: Um indivíduo recebeu elevada
propina em virtude do exercício de sua função pública. Na declaração anual de ajuste devida à
Secretaria da Receita Federal, não incluiu aquele valor entre seus rendimentos tributáveis. O fisco
federal descobriu o acréscimo patrimonial do indivíduo e veio a autuá-lo. Ao defender-se
administrativamente, o autuado confessou o recebimento e alegou que, devido à sua origem ilícita, ele
não poderia servir como fato gerador de tributo, de maneira que somente se lhe poderiam imputar
conseqüências penais, mas não tributárias. Nessa situação, a defesa do contribuinte deveria ser
rejeitada e mantida a autuação.
131) ( ) (Esaf) Rendimentos decorrentes de ato ilícito não são tributáveis.
132) ( ) (Cespe/UnB) O ordenamento jurídico impõe aos empregadores diversas contribuições para
o custeio da seguridade social, entre as quais incluem-se a contribuição social sobre o lucro, a
contribuição incidente sobre o faturamento (Cofins), a contribuição incidente sobre a folha de salários
e a contribuição para o PIS.
133) ( ) (Cespe/UnB) A decadência extingue o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito
tributário.
134) ( ) (Esaf) A contribuição social sobre o lucro é uma contribuição para a seguridade social.
135) ( ) (Cespe/UnB) Se o Congresso Nacional aprovasse lei alterando a legislação do IR com o
fim de proibir todos os abatimentos e deduções dos rendimentos brutos auferidos pelo contribuinte ao
longo do exercício, tal norma seria inconstitucional por ofensa ao princípio da capacidade contributiva.
136) ( ) (Cespe/UnB) Na hipótese de guerra externa, compete à União instituir impostos
extraordinários, por lei ordinária e sem obediência ao princípio da anterioridade.
137) ( ) (Esaf) O princípio da capacidade contributiva aplica-se a todos os impostos, sempre que a
estrutura de cada um deles permitir.
138) ( ) (Esaf) O princípio da capacidade contributiva constitui limitação do poder de tributar,
somente no que se refere aos impostos a serem instituídos pela União.
139) ( ) (Esaf) O princípio da capacidade contributiva aplica-se, indistintamente, aos impostos, às
taxas e às contribuições de melhoria.
140) ( ) (Esaf) As taxas poderão ter base de cálculo própria de impostos, mas não de contribuição
de melhoria.
141) ( ) (Cespe/UnB) Nos termos da Constituição e em conformidade com o princípio da
legalidade, qualquer majoração ou instituição de tributos deve vir veiculada em lei.
142) ( ) (Cespe/UnB) O Poder Executivo dispõe da faculdade de alterar as alíquotas e as bases de
cálculo dos impostos de importação, de exportação, sobre produtos industrializados e sobre operações
de crédito, câmbio e seguros, ou relativas a títulos e valores mobiliários.
143) ( ) (Cespe/UnB) Por força do princípio da legalidade estrita, aplicável ao direito tributário, em
nenhum caso é possível a criação ou o aumento de tributo, a não ser por lei ordinária.
144) ( ) (Esaf) Será admitido tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, desde que a distinção se dê em razão de ocupação profissional ou função por eles
exercida.
145) ( ) (Cespe/UnB) Em face do princípio da irretroatividade da lei tributária, a lei não poderá
incidir sobre fato pretérito, quando tenha instituído ou aumentado tributo, bem como quando tenha
reduzido ou dispensado o pagamento de tributo.
146) ( ) (Cespe/UnB) Não estão sujeitos ao princípio da anterioridade da lei tributária os impostos
de importação, de exportação, sobre produtos industrializados, e sobre operações de crédito, câmbio,
seguros e operações com títulos e valores mobiliários, assim como os empréstimos compulsórios e as
contribuições sociais.
147) ( ) (Esaf) Quanto ao princípio da anterioridade, pode-se dizer que se aplica aos empréstimos
compulsórios, qualquer que seja o pressuposto da sua instituição.
148) ( ) (Cespe/UnB) A vedação constitucional de utilizar tributo com efeito de confisco dirige-se à
União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios.
149) ( ) (Esaf) É vedado o estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio
de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público.
150) ( ) (Cespe/UnB) Acerca da imunidade jurídico-tributária, é correto afirmar que: abrange tão-
somente impostos.
151) ( ) (Cespe/UnB) Os arts. 150 e 151 da Constituição da República estabelecem limitações ao
poder de tributar, formulando princípios como os da legalidade, da anterioridade, da proibição de
confisco, da imunidade recíproca das pessoas jurídicas de direito público, etc. Esses dispositivos
contêm todas as limitações constitucionais ao poder de tributar.
152) ( ) (Esaf) Quanto às imunidades tributárias, é procedente afirmar que não se aplicam às taxas e
contribuições sociais.
153) ( ) (Esaf) Quanto às imunidades tributárias, é procedente afirmar que são normas
constitucionais que colaboram no desenho das competências impositivas.
154) ( ) (Cespe/UnB) A imunidade recíproca estende-se às autarquias, desde que não explorem
atividade econômica.
155) ( ) (Cespe/UnB) Na prestação de serviços relacionados com os objetivos institucionais da
entidade autárquica, não incide o ISS.
156) ( ) (Esaf) É vedada a instituição de qualquer tributo sobre os templos de qualquer culto, bem
como o patrimônio, a renda ou os serviços dos partidos políticos.
157) ( ) (Cespe/UnB) Os partidos políticos e as entidades religiosas não estão obrigados ao
recolhimento de contribuições sociais incidentes sobre as respectivas folhas de salário.
158) ( ) (Cespe/UnB) É vedado à União instituir contribuição social em que se imponha a sujeição
passiva dos partidos políticos, das entidades sindicais dos trabalhadores e das instituições de educação
e de assistência social sem fins lucrativos.
159) ( ) (Cespe/UnB) As leis de anistia ou remissão, em matéria fiscal, devem ser editadas no nível
federal, qualquer que seja o tributo subjacente.
160) ( ) (Cespe/UnB) A isenção poderá ser concedida por qualquer lei – federal, estadual ou
municipal –, ainda que regule matéria estranha a tributo ou contribuição.
161) ( ) (Cespe/UnB) A União pode instituir, na lei complementar que fixa as normas gerais em
matéria tributária, isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.
162) ( ) (Cespe/UnB) Quanto à origem, a distinção entre a imunidade e a isenção consiste em que a
primeira é uma limitação heterônoma constitucional ao poder de tributar, ao passo que a segunda é
uma limitação legal, heterônoma ou autônoma ao poder de tributar; embora, como regra, a lei
isencional provenha da própria pessoa jurídica com competência tributária, é possível que lei
complementar federal estabeleça isenção em relação a imposto estadual.
163) ( ) Segundo o Código Tributário Nacional, a União pode instituir moratória de tributos de
competência dos estados ou municípios, desde que simultaneamente a conceda quanto aos tributos
federais e às obrigações de direito privado.
164) ( ) (Cespe/UnB) A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade
tributante, em função de condições a ela peculiares.
165) ( ) (Cespe/UnB) A isenção instituída na lei do IPTU, em favor de determinado imóvel,
estende-se à contribuição de melhoria em razão de calçamento realizado na rua de situação do imóvel.
166) ( ) (Cespe/UnB) Diferentemente do que preceitua em relação à receita decorrente da
arrecadação de impostos, a legislação não prevê mecanismos de repartição de receitas tributárias
oriundas da cobrança de taxas.
167) ( ) (Esaf) O Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS é
tributo real.
168) ( ) (Cespe/UnB) O imposto incidente sobre doações de bens imóveis é estadual. Porém, como
o direito tributário trata a doação submetida a encargo como transmissão a título oneroso, essa espécie
de doação sofre incidência de imposto municipal.
169) ( ) (Min. Público/SP) O imposto sobre propriedade de veículos automotores é de competência
exclusiva dos Estados.
170) ( ) (Esaf) São de competência do Distrito Federal os impostos estaduais.
171) ( ) O IPI é um imposto obrigatoriamente não-cumulativo e seletivo, enquanto para o ICMS a
adoção da não-cumulatividade e da seletividade foi deixada a critério do legislador estadual.
172) ( ) Os impostos que venham a ser instituídos com base na competência residual da União
deverão ser não-cumulativos.
173) ( ) (Cespe/UnB) Somente a União dispõe da denominada competência residual, que consiste
na faculdade de instituir tributo cujo titular da competência originária deixou de exercê-la sem razão
plausível.
174) ( ) (Esaf) Além dos impostos que a Constituição Federal expressamente prevê que a União
pode instituir, outros mais podem ser por ela instituídos, desde que isso se faça por meio de lei
complementar, que os novos impostos sejam não-cumulativos e que não tenham fato gerador ou base
de cálculo próprios dos impostos já discriminados pelo constituinte.
175) ( ) (Cespe/UnB) Se a União instituir taxa não prevista na Constituição – não-cumulativa e com
base de cálculo e fato gerador diversos dos tributos ali disciplinados –, vinte por cento do produto da
arrecadação pertencerá aos Estados e ao Distrito Federal.
176) ( ) (Cespe/UnB) A União deverá entregar aos fundos de participação dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios quarenta e sete por cento do total nacional da arrecadação do imposto sobre a
renda e os proventos de qualquer natureza.
177) ( ) (Cespe/UnB) A Constituição, fundamentada no princípio do federalismo, não admite que a
União imponha como condição à entrega de recursos do fundo de participação a um Estado, que este
efetue o pagamento de créditos de uma autarquia federal.
178) ( ) (Cespe/UnB) Vinte e um inteiros e cinco décimos por cento (21,5%) do produto da
arrecadação do imposto sobre produtos industrializados é entregue ao Fundo de Participação dos
Estados e do Distrito Federal.
179) ( ) (Cespe/UnB) O modelo constitucional de repartição das receitas tributárias estabelece que
pertence aos estados o produto da arrecadação do imposto de renda incidente na fonte sobre
rendimentos pagos por eles.
180) ( ) (Cespe/UnB) O modelo constitucional de repartição das receitas tributárias preconiza que
parte da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados é destinada aos estados e ao Distrito
Federal, proporcionalmente ao montante das respectivas exportações de produtos industrializados.
181) ( ) (Cespe/UnB) A União deve entregar 22,5% do produto da arrecadação do imposto sobre a
renda e proventos de qualquer natureza ao Fundo de Participação dos Municípios. Todavia, a entrega a
um município da parcela a que faz jus, oriunda desse Fundo, pode ser condicionada ao pagamento dos
seus débitos para com o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.
182) ( ) (Esaf) Pertencem aos Municípios: cem por cento do produto da arrecadação do imposto
sobre renda e proventos de qualquer natureza incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer
título, pelos Estados, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem.
183) ( ) (Esaf) O Código Tributário Nacional (CTN) foi votado como lei ordinária.
184) ( ) (Cespe/UnB) Cabe necessariamente à lei complementar conceder isenções, anistia ou
remissão em relação a impostos federais, estaduais e municipais.
185) ( ) (Cespe/UnB) Cabe necessariamente à lei complementar instituir os empréstimos
compulsórios, os impostos extraordinários e o imposto sobre grandes fortunas.
186) ( ) Apesar de ter sido votado como lei ordinária, o CTN foi recebido pela CF como lei
complementar, por isso as normas gerais de direito tributário contidas no CTN só podem ser alteradas
ou revogadas mediante lei complementar.
187) ( ) (Esaf) Os princípios constitucionais tributários sobrepõem-se a todas as normas jurídicas,
inclusive as da lei complementar.
188) ( ) (Esaf) São de iniciativa privativa do Presidente da República os projetos de lei tributária
que concedam isenções.
189) ( ) (Esaf) O princípio da legalidade tributária é incompatível com a majoração de tributos por
meio de medida provisória.
190) ( ) (Esaf) As medidas provisórias podem dispor sobre aumento de tributos.
191) ( ) (Cespe/UnB) No sistema constitucional vigente, uma lei pode autorizar um regulamento a
descrever fatos geradores.
192) ( ) (Esaf) Com relação ao Fundo de Participação dos Municípios é correto afirmar que: é
constituído por vinte e um inteiros e cinco décimos do produto da arrecadação do Imposto de Renda
(IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
193) ( ) (Cespe/UnB) A lei que institui uma isenção produz efeito a partir do exercício financeiro
seguinte ao de sua publicação.
194) ( ) A responsabilidade tributária do sucessor a qualquer título pelos tributos devidos pelo de
cujus é exemplo típico de responsabilidade por transferência.
195) ( ) (Esaf) O Código Tributário Nacional chama de contribuinte quem tenha relação pessoal e
direta com a situação que constitua o fato gerador da obrigação tributária principal, e de responsável
quem, sem revestir aquela condição, tenha obrigação decorrente de disposição expressa de lei. Em
ambos os casos, recebem o nome de sujeito passivo da obrigação tributária principal.
196) ( ) A obrigação tributária principal tem por objeto o pagamento de tributo ou multa.
197) ( ) Obrigação tributária acessória tem por objeto qualquer outra prestação imposta pela
legislação tributária.
198) ( ) Num contrato de locação estipulou-se que o responsável pelo pagamento do imposto sobre
a propriedade predial e territorial urbana seria o inquilino ou o fiador. Esse contrato é válido, mas
eficaz apenas entre as partes signatárias, não obrigando a Fazenda Pública Municipal a aceitá-lo.
199) ( ) É pessoalmente responsável o pai, em qualquer hipótese, pelos tributos devidos por seus
filhos menores.
200) ( ) É pessoalmente responsável o adquirente, pelos tributos devidos em relação aos bens
adquiridos.
201) ( ) A exclusão do crédito tributário dispensa o cumprimento das obrigações acessórias.
202) ( ) A presunção de certeza e liquidez da dívida ativa tributária regularmente inscrita é juris
tantum.
203) ( ) Não têm aplicação para os efeitos da legislação tributária, as disposições legais excludentes
ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos
comerciais ou fiscais, dos comerciantes, industriais ou produtos ou da obrigação destes de exibi-los.
204) ( ) (Esaf) A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou
fi scalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra.
205) ( ) (Esaf)O não-exercício da competência tributária por determinada pessoa política autoriza a
União a exercitar tal competência, com base no princípio da isonomia.
206) ( ) (Esaf) A pessoa política que detém a competência tributária para instituir o imposto
também é competente para aumentá-lo, diminuí-lo ou mesmo conceder isenções.
207) ( )(Esaf/2005) As imunidades tributárias conferidas às instituições de assistência social sem fi
ns lucrativos subordinam-se, entre outros, ao requisito de que estas instituições apliquem integralmente
no País os seus recursos na manutenção de seus objetivos institucionais, ou de outros que com estes
guardem semelhança.
208) ( )(Esaf/2005) As imunidades tributárias conferidas às instituições de assistência social sem fi
ns lucrativos não as dispensa, no entanto, do cumprimento de obrigações tributárias acessórias, como a
de manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de
assegurar sua exatidão.
209) ( ) (Esaf/2005)Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente às instituições de assistência social sem fi ns lucrativos, desde que o valor dos aluguéis
seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
210) ( ) (Esaf) A chamada “competência residual da União” consiste na possibilidade de instituir
imposto não cumulativo, podendo, eventualmente, a base de cálculo deste ser a mesma de outro, já
prevista na Constituição.
211) ( ) (Esaf) A medida provisória que majore contribuição para o financiamento da Previdência
Social somente poderá surtir efeitos no exercício seguinte se convertida em lei até o último dia do
exercício precedente.
212) ( ) (Esaf) Taxa é um tributo cuja base de cálculo ou fato gerador há de ser diversa dos de
imposto, e não pode ser calculada em função do capital das empresas.
213) ( )(Esaf) Competente para instituir e cobrar a taxa é a pessoa política – União, Estado, Distrito
Federal ou Município – legitimada para a realização da atividade que caracterize o fato gerador do
tributo.
214) ( ) (Esaf) Os serviços públicos que ensejam a cobrança de taxa consideram-se utilizados pelo
contribuinte, efetivamente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição
mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento.
215) ( )(Esaf) Serviços públicos específicos são aqueles destacáveis em unidades autônomas de
intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas.
216) ( )(Esaf) Serviços públicos divisíveis são aqueles suscetíveis de utilização, separadamente, por
parte de cada um dos seus usuários.
217) ( ) (Esaf) Os Municípios podem instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação
pública, cobrando-a na fatura de consumo de energia elétrica.
218) ( ) (Esaf) Os Estados podem cobrar contribuição previdenciária de seus servidores, para o
custeio, em benefício destes, de regime previdenciário, com alíquota inferior à da contribuição dos
servidores titulares de cargos efetivos da União.
219) ( ) (Esaf) As contribuições sociais de intervenção no domínio econômico e de interesse das
categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
poderão incidir sobre as receitas decorrentes de exportação.
220) ( ) (Esaf) As contribuições sociais gerais (art. 149 da Constituição Federal) incidirão, também,
sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.
221) ( ) (Esaf) As contribuições sociais gerais (art. 149 da Constituição Federal) incidirão, em todos
os casos, uma única vez.
222) ( ) (Esaf) As contribuições sociais gerais (art. 149 da Constituição Federal) não incidirão sobre
as receitas decorrentes de exportação.
223) ( ) (Esaf) São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de
assistência social que atendam às exigências estabelecidas pelo Poder Executivo.
224) ( ) (Esaf) As contribuições para a seguridade social (art. 195 da Constituição), somente
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído
ou modificado.
225) ( ) (Esaf) O IPTU terá alíquotas progressivas em razão do valor do imóvel.
226) ( ) (Esaf) O IPTU poderá ter alíquotas diferentes de acordo com a localização do imóvel.
227) ( ) (Esaf) O IPTU poderá ter alíquotas diferentes de acordo com o uso do imóvel.
228) ( ) (Esaf) O IPTU poderá ter suas alíquotas progressivas no tempo, no caso de solo urbano não
edificado, subutilizado ou não utilizado.
229) ( ) (Esaf) O IPTU terá como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel
localizado em zona urbana.
230) ( ) (Esaf) As leis complementares em matéria tributária não tratam da instituição de impostos
residuais.
231) ( ) (Esaf) As leis complementares em matéria tributária não tratam da definição dos produtos
industrializados sobre os quais o imposto incidirá uma única vez.
232) ( ) (Esaf) As leis complementares em matéria tributária não tratam da instituição de um regime
único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios.
233) ( ) (Esaf) ) As leis complementares em matéria tributária não tratam do estabelecimento de
critérios especiais de tributação com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência.
234) ( ) (Esaf) As leis complementares em matéria tributária não tratam da regulação da forma e
das condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados,
relativamente ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
235) ( ) (Esaf) Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entram em vigor, 30
dias após sua publicação.
236) ( ) (Esaf) As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a
lei atribua eficácia normativa, entram em vigor na data de sua publicação.
237) ( ) (Esaf) Os convênios que entre si celebrem a União, os estados, o Distrito Federal e os
municípios entram em vigor na data de sua publicação.
238) ( ) (Esaf) Em face do princípio da legalidade, uma lei pode estar vigente e eficaz, mas só se
pode aplicá-la aos fatos geradores que ocorrerem no exercício seguinte ao da sua publicação.
239) ( ) (Esaf) A medida provisória, até que seja convertida em lei, revoga ou suspende a lei com
ela incompatível. Caso não haja a conversão, a lei anterior voltará em sua plenitude, cabendo ao
Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas formadas no período de vigência da medida
provisória.
240) ( ) (Esaf) Quanto ao lançamento tem-se que se trata de uma atividade vinculada e obrigatória,
sob pena de responsabilidade funcional.
241) ( ) (Esaf) O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo somente poderá ser
alterado por iniciativa de ofício da autoridade administrativa.
242) ( ) (Esaf) Para o lançamento, salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário
esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao
preço médio do câmbio do mês da ocorrência do fato gerador da obrigação.
243) ( ) (Esaf) A moratória pode ser concedida em caráter geral ou em caráter individual,
dependendo, em ambos os casos, da prévia existência de lei autorizativa.
244) ( ) (Esaf) A consignação em pagamento do montante integral do débito constitui direito
subjetivo do contribuinte, enquanto discute, na via administrativa ou judicial, a legalidade da cobrança
que lhe é imputada.
245) ( ) (Esaf) A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, acarreta a suspensão da
exigibilidade do crédito tributário.
246) ( ) (Esaf)Aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios compete instituir contribuições de
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, desde
que para o custeio, em benefício dos respectivos sujeitos passivos, e no âmbito territorial do ente
tributante.
247) ( ) (Esaf)A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação
e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico
combustível (CIDE) foi instituída pela União com a finalidade de financiamento de projetos de
proteção ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico.
248) ( ) (Esaf)Compete aos municípios o imposto sobre a cessão, a título oneroso, de direitos à
aquisição, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre
imóveis.
249) ( ) (Esaf)- O sócio cotista pode ser responsabilizado com base na regra de solidariedade do
CTN, sem que tenha participado da gerência.
250) ( )(Esaf)A alíquota incidente sobre as importações de mercadorias entradas em território
nacional é definida pela norma vigente no momento em que se efetivou o registro da declaração
apresentada pelo importador à repartição alfandegária competente.
251) ( ) (Esaf) O fato gerador do imposto de importação é a data da celebração, no Brasil ou no
exterior, do contrato de compra e venda relativo aos produtos importados, ou, se conhecido, o instante
em que são embarcadas as mercadorias adquiridas no estrangeiro.
252) ( ) (Esaf) É legítima a cobrança da COFINS e do PIS sobre as operações relativas à energia
elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.
253) ( ) (Esaf) A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, com a
incidência não-cumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das
receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação
contábil.
254) ( ) (Esaf) À Secretaria da Receita Federal do Brasil é facultada a utilização das informações
obtidas, relativamente à Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de
Crédito e Direitos de Natureza Financeira – CPMF, para instaurar procedimento administrativo
tendente a verificar a existência de crédito tributário relativo a impostos e contribuições e para
lançamento, no âmbito do procedimento fiscal, do crédito tributário porventura existente.
255) ( ) (Esaf) À vista do dever de resguardar o sigilo das informações prestadas relativamente à
CPMF, as autoridades fazendárias não poderão utilizá-las para instaurar procedimento administrativo
tendente à constituição de crédito tributário relativo a outras contribuições ou impostos, nem exigir dos
contribuintes informações respeitantes à movimentação financeira bancária.
256) ( ) (Esaf) Os convênios reclamam o prévio abono da Assembléia Legislativa, por assimilação
deles aos tratados internacionais que, pela Constituição, necessitam da aprovação prévia do Congresso
Nacional.
257) ( ) (Esaf) A lei instituidora da isenção de mercadorias, mesmo que nada diga a respeito, é
extensiva às mercadorias estrangeiras, quando haja previsão da lei mais favorecida, porque para não
ofender o disposto no art. 98 do CTN ela tem de ser interpretada como aplicável a todos os casos que
não os ressalvados, em virtude de extensão de isenção pelos tratados internacionais.
258) ( ) (Esaf) Os atos administrativos normativos entram em vigor, em regra, na data da sua
publicação.
259) ( ) (Esaf) Atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de encobrir a ocorrência do
fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, desde que
legítimos perante a legislação civil, não podem ser desconsiderados pela autoridade tributária.
260) ( ) (Esaf) Se a isenção for concedida com prazo determinado e sob condições não pode ser
revogada.
261) ( ) (Esaf) Com o advento da Constituição de 1988, a concessão da isenção heterotópica passou
a ser proibida (art. 151, III).
262) ( ) (Esaf) Por ser a isenção nada mais que o reverso da tributação, a lei isentiva só entra em
vigor no exercício financeiro seguinte ao em que instituída.
263) ( ) (Esaf) Segundo a letra do Código Tributário Nacional, a isenção constitui mera dispensa
legal do pagamento do tributo.
264) ( ) (Esaf) No interregno que medeia a declaração e o vencimento, o valor declarado a título de
tributo, corre o prazo prescricional da pretensão de cobrança.
265) ( )(Esaf) O inadimplemento de obrigações tributárias caracteriza infração legal que justifica o
redirecionamento da responsabilidade para o sócio-gerente da empresa.
266) ( )(Esaf) A expressão ‘ato não definitivamente julgado’ constante do artigo 106, II, letra ‘c’,
do Código Tributário Nacional refere-se ao âmbito administrativo (já que no âmbito judicial não se
procede ao lançamento) .
267) ( ) (Esaf) A Lei de Execução Fiscal (LEF) prevê que a inscrição em dívida ativa suspende o
curso do prazo prescricional.
268) ( ) (Esaf) O Código Tributário Nacional não prevê que a inscrição em dívida ativa suspenda
o curso do prazo prescricional.
269) ( ) (Esaf) O STJ entende que a suspensão do prazo prescricional prevista na LEF sofre as
limitações impostas pelo CTN.
Gabarito

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