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I.INTRODUÇÃO
Para se entender o Direito Tributário é necessário antes conhecer-se um pouco do Direito Financeiro.Este
é o ramo do direito que estuda e disciplina a atividade financeira do Estado que envolve a receita pública, a
despesa pública e o orçamento público. O objetivo último da aplicação deste regramento jurídico é o de
possibilitar ao Estado obter e administrar os recursos necessários ao cumprimento dos fins públicos.
Desta atividade financeira toca ao Direito Tributário estudar e tratar a questão da receita pública de natureza
tributária .
Portanto, define-se o Direito Tributário como o ramo do direito que contém os princípios e as normas
jurídicas que disciplinam a instituição, arrecadação e fiscalização dos tributos.
De uma certa maneira não é errado se dizer que nenhum ramo do direito é absolutamente autônomo.Por
conta da unicidade do sistema jurídico verifica-se em várias oportunidades a interdependência entre eles. O
entrelaçamento é indisfarçável, em que pese cada um desejar se afirmar como independente pela busca de
método científico próprio para desenvolvimento de sua especialidade.No mínimo se escoram todos nos
princípios gerais do direito e neste ponto se tocam.
Portanto a autonomia do direito tributário é apenas relativa, vez que faz parte de um sistema jurídico cujos
ramos se entrelaçam. A autonomia que se lhe pode atribuir fica por conta da existência de princípios e regras
próprias especiais com vistas ao tratamento de seu objeto, os tributos.
A autonomia relativa do Direito Tributário mencionada pode ser confirmada na importância do diálogo
que necessita travar com vários outros ramos do direito, a saber:
a)o Direito Constitucional- sem dúvida o mais importante pois é ele que estuda a Constituição Federal de
onde o Direito Tributário retira seus princípios, competências, imunidades, etc;
b) o Direito Administrativo –define a forma como devem se dar as relações entre os cidadãos(sujeitos
passivos) e a administração (sujeito ativo); rege as várias atividades administrativas referentes à
arrecadação e à fiscalização.
c) o Direito Penal – utilizado na tipificação de infrações e crimes tributários, bem como na aplicação de
penalidades;
d) o Direito Processual – oferece auxílio ao regramento da execução fiscal;
e) o Direito Internacional Público – fundamental na elaboração dos tratados e acordos internacionais
aduaneiros;
f) o Direito Financeiro – trata da atividade financeira do Estado de forma mais ampla;e
f) o Direito Privado – provê princípios gerais de direito privado para pesquisa da definição, do conteúdo e
do alcance de seus institutos, conceitos e formas, sem , no entanto, definir os respectivos efeitos tributários
(art. 109 do CTN).
Da atividade financeira do Estado interessa ao Direito Tributário apenas aquela que diz respeito à receita
(entrada de dinheiro) definitiva obtida pelo constrangimento do patrimônio do particular por intermédio da
cobrança de tributos (receita derivada). Estão fora de seu interesse as entradas provisórias, como as oriundas de
caução, fiança, empréstimos, que integrarão a receita do Estado por um tempo apenas, e aquelas que, embora
sendo definitivas, têm como origem a exploração do patrimônio do próprio Estado (receita originária). Este é o
caso de receitas que entram para os cofres públicos decorrentes de aplicações financeiras, aluguéis, cobrança de
preços públicos por serviços não-obrigatórios providos pelo Estado (Ex.: passagem de ônibus de empresa da
prefeitura).
As fontes formais podem ser extraídas do exame conjunto dos arts. 96 e 100 do CTN, devendo ser divididas
em fontes primárias (ou principais) e fontes secundárias (ou complementares).
A. FONTES PRIMÁRIAS
A Constituição é a principal fonte do Direito Tributário. Desta forma, a lista oferecida pelo art. 96 do CTN,
que elencou como fontes principais ou primárias do Direito Tributário apenas as leis, os tratados e convenções
internacionais e os decretos (CTN, art. 96), precisa ser complementada pelo aparato legal decorrente do
processo legislativo constante do art. 59 da Carta Magna, a saber: as emendas à Constituição; as leis
complementares; as leis ordinárias; as leis delegadas; as medidas provisórias; os decretos legislativos e as
resoluções.
a. Constituição Federal
A Constituição, como primeira e principal fonte, encerra direta ou indiretamente toda a base do Direito
Tributário Nacional. Exclusivamente nela são estabelecidas todas as competências tributárias dos entes políticos
(União, Estados/Distrito Federal e Municípios), razão pela qual é também conhecida como Carta das
Competências.
O capítulo referente ao Sistema Tributário Nacional está inserto na parte da Constituição que lida com a
tributação e o orçamento ( Título VI, Capítulo I).O capítulo é sub-dividido em seções que tratam dos seguintes
temas:dos princípios gerais (Seção I, arts. 145-149); das limitações do poder de tributar (Seção II, arts. 150-
152); dos impostos da União (Seção III, arts. 153-154); dos impostos dos Estados e do Distrito Federal (Seção
IV, art. 155); dos impostos dos Municípios (Seção V, art. 156); e da repartição das receitas tributárias (Seção
VI, arts. 157-161).
A Constituição não cria tributos, apenas descreve os tipos que podem ser criados por lei e a competência
dos entes políticos (União, Estados/Distrito Federal e Municípios) que poderão fazê-lo. A instituição do tributo
é uma faculdade que pode ser exercida ou não, a critério do detentor da competência instituidora.
b. Emendas à Constituição
É desejável que uma Constituição possa evoluir e se modificar para acompanhar o desenvolvimento da
sociedade e fazer frente às necessidades desta. Neste aspecto, a possibilidade de revisão ou reforma da Cons-
tituição por intermédio de emendas procura imprimir dinamismo ao seu texto. Exclui-se da possibilidade de
alteração as cláusulas pétreas, que fazem parte de um núcleo temático que o constituinte originário desejou
preservar imutável, fora do alcance das emendas à constituição (( art. 60, § 4º, I a IV, CF).Não são admitidas
emendas que tendam a abolir: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a
separação dos Poderes; e os direitos e garantias fundamentais.
As emendas são emanadas do poder constituinte derivado, e não do originário. Portanto para serem
consideradas constitucionais não podem estar em desacordo com o restante do estabelecido no texto
constitucional .
No campo tributário, as emendas de número 41, 42, 43 e 44 introduziram importantes modificações no
Sistema Tributário Nacional estabelecendo, dentre outras coisas, que as administrações tributárias da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por
servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de
forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou
convênio. Estabeleceram também que, lei complementar definirá tratamento diferenciado e favorecido para as
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
ICMS, das contribuições para a seguridade social e da contribuição para o PIS ou PASEP.
A EC n.º 47, dentre outras coisas, introduziu alterações que permitiram o uso de alíquotas e bases de
cálculos diferenciadas para cálculo das contribuições sociais devidas pelo empregador, pela empresa ou
entidade a ela equiparada. A diferenciação pode se dar em razão da atividade econômica, da utilização intensiva
de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
c. Leis Complementares
Somente cabe lei complementar nas situações que a Constituição permita.
A lei complementar difere da ordinária no tipo do seu âmbito de atuação já predeterminado pelo
constituinte e no quorum especial para sua aprovação, visto que necessita de maioria absoluta (metade mais um)
dos membros de cada casa do Congresso, enquanto a lei ordinária necessita apenas de maioria simples ou
relativa (metade mais um dos presentes estando presentes a maioria absoluta dos membros).
Não é demais reiterar, neste ponto, que a norma geral, justamente por ser geral, não pode invadir a
competência legislativa tributária específica dos entes federativos estabelecida na Constituição, sob pena de
inconstitucionalidade.
A aplicação da lei complementar no campo tributário não se encerra com a enumeração feita até agora. O
rol de aplicações é mais extenso uma vez que a Constituição autoriza, adicionalmente, seu uso para:
a) a disposição sobre conflitos de competência entre os entes políticos(art.146,I);
b) o estabelecimento de critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da
concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo
(art. 146-A ).
c) a regulação das limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 146,II);
d) a instituição de empréstimos compulsórios (art.148);
e) a instituição do imposto de competência da União sobre grandes fortunas (art. 153, VII);
f) a instituição impostos não previstos na Constituição, com base na competência residual da União
(art.154,I);
g) a instituição do imposto de transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos de
competência dos Estados e do Distrito Federal terá sua instituição regulada por lei complementar: se o
doador tiver domicilio ou residência no exterior; ou se o de cujus possuía bens, era residente ou
domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior (art.155,§1º,III);
h) a definição, para o ICMS , dos contribuintes, do regime de compensação, da substituição tributária e
etc (art.155,§2º,XII, a até i);
i) a definição dos serviços que podem ser objetos de tributação pelo imposto sobre serviços (ISS) de
competência dos Municípios,), bem como a fixação de suas alíquotas máximas e mínimas, a exclusão
de sua incidência sobre exportações de serviços para o exterior e a regulação da forma e as condições
de como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados ( art. (art. 156, III e
§3º,I,II,II);e
j) definir valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de
serviços realizadas nos territórios dos municípios (art. 161, I)
k) estabelecer normas sobre a entrega, pela União, dos recursos de imposto de renda, do IPI e da CIDE ao
Fundo de Participação dos Estados/DF, ao Fundo de Participação dos Municípios e para aplicação
programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste
(art.161,II);
l) dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários(Estados/DF e Municípios),do cálculo das quotas
da repartição constitucional dos tributos e de sua liberação (art. 161,III);
m) o estabelecimento de fontes alternativas destinadas à manutenção ou expansão da seguridade social
(art. 195, § 4º c/c art. 154, I);
d. Lei Ordinária
A lei é fonte por excelência do Direito como um todo. Em matéria tributária compete-lhe instituir, extinguir
e aumentar tributos (ou, ainda que raro, diminuí-los).
A mera instituição do tributo é insuficiente. A lei deverá descrever o fato gerador da obrigação principal,
determinar a alíquota, a base de cálculo e o sujeito passivo dos tributos e estabelecer, inclusive, as punições pela
inadimplência que venha a ocorrer.
Por força da Constituição, a lei ordinária não pode instituir ou regular certos tributos que são de
abrangência exclusiva da lei complementar, como já visto.
O princípio da legalidade veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou
aumentar tributo sem lei que o estabeleça (CF, art. 150, I, e CTN, arts. 9º e 97).
e. Leis Delegadas
Por uma faculdade conferida pela Constituição pode o Presidente da República solicitar delegação ao
Congresso Nacional para a elaboração de leis para casos específicos e concretos. O pedido de delegação será
indeferido se o tema a ser legislado tratar de atos de competência exclusiva do Congresso Nacional e de
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, de matéria reservada à lei
complementar e de legislação sobre: organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a
garantia de seus membros; nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; planos
plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará
seu conteúdo e os termos de seu exercício.
A lei delegada está no mesmo plano de eficácia da lei ordinária e, como sobre ela não repousam restrições
constitucionais quanto à matéria tributária, nada impede que ela possa tratar desse tema.
f. Medidas Provisórias
As medidas provisórias têm força de lei e podem ser editadas pelo Presidente da República nos casos de
relevância e urgência. No entanto, seu campo de aplicação não é irrestrito. A Constituição limita sua
abrangência estabelecendo as matérias que não podem ser objeto de medidas provisórias. Quanto ao nosso
campo de estudo, é sólida a jurisprudência do STF no sentido destas poderem ser utilizadas nas matérias
tributárias, vez que não há vedação específica. O que se proíbe é apenas seu uso naqueles casos em que a
Constituição exija lei complementar.
Os impostos instituídos ou majorados por medida provisória só produzirão efeitos no exercício financeiro
seguinte (princípio da anterioridade da lei) se a referida medida tiver sido convertida em lei até o último dia
daquele ano em que foi editada (art. 62, § 2º, da CF). Isto é uma incongruência da norma constitucional, visto
que se a urgência e a relevância são requisitos das medidas provisórias não faz nenhum sentido usá-las para
tratar de impostos que só entrarão em vigor no exercício seguinte e após a conversão das medidas em lei. Se o
imposto pode aguardar até o exercício financeiro seguinte para ser exigível, dever-se-ia seguir o processo
legislativo normal.
A CF, entretanto, estabelece que produziria efeitos no mesmo exercício financeiro (art. 62, § 2º) uma MP
que instituísse ou majorasse os seguintes impostos: de importação; de exportação; sobre produtos industrializa-
dos(IPI); imposto sobre operações de crédito, câmbio ou seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários
(IOF); e impostos extraordinários, na iminência de guerra externa, compreendidos ou não na competência tri-
butária da União (art. 153, I, II, IV e V (extrafiscais) e art. 154, II, todos da CF). Cabe observação apenas
quanto ao IPI, o qual precisa aguardar 90 dias para poder ser cobrado(art.150, §1º).
Ainda que se possa utilizar de MP para alterar alíquotas dos impostos de importação, exportação, sobre
produtos industrializados (IPI), sobre operações de crédito, câmbio ou seguro ou relativas a títulos ou valores
mobiliários (IOF), o normal é fazê-lo por intermédio de decreto do Executivo, nos termos do que autoriza a
Constituição (art. 153, § 1º).
Ressalte-se que, nos dizeres de Celso Antônio Bandeira de Mello, que traduzem o real propósito de existir
das medidas provisórias, estas somente deveriam ser possíveis “ nas hipóteses nas quais a Constituição faculta
ao Presidente da República que adote providencias incomuns e proceda na conformidade delas para enfrentar
contingências anômalas, excepcionais, exigentes de atuação sumamente expedita , ou eventos gravíssimos que
requerem atuação particularmente enérgica”1. Não é o que se tem observado da enxurrada de medidas
provisórias que têm sido emitidas pelo poder executivo neste ou em outros governos.
g. Tratados e Convenções Internacionais
No mundo globalizado de hoje, os tratados e as convenções internacionais são cada vez mais importantes
para a boa convivência (e até sobrevivência) das nações. No campo tributário, prestam-se essencialmente a
evitar a dupla tributação e a evasão fiscal. No plano interno, equiparam-se à lei ordinária, representando
verdadeira lei especial a alterar a lei tributária geral, visto que o CTN estabelece que as convenções
internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes
sobrevenha (art. 98 do CTN).
As negociações dos termos que envolvem os tratados e as convenções são conduzidas pelo Poder
Executivo, e a celebração oficial dos acordos é feita pelo Presidente da República. Entretanto, para que possam
passar efetivamente a fazer parte do ordenamento legal nacional vigente, com efeito de lei, carecem de uma
última formalidade que é a ratificação dos mesmos pelo Congresso Nacional, mediante decretos legislativos.
j. Decretos
1
Direito Administrativo, 21ª edição, São Paulo,Malheiro Editores , 2006, pp.101 e102
A lei é norma geral e abstrata que apenas fixa os pontos básicos do tema de que trata. Desta forma, é
necessário um instrumento adicional que detalhe sua aplicação. Daí a figura do Decreto Regulamentar, que é ato
baixado pelo Chefe do Poder Executivo de cada ente político, visando regulamentar a lei, da qual não pode se
afastar, aditar, recusar eficácia ou revogar, por ser norma de hierarquia subalterna. O conteúdo e o alcance dos
decretos devem restringir-se aos limites das leis em função das quais sejam expedidos, sendo que estes limites
serão determinados a partir de interpretação feita com base nas regras dispostas no CTN (art. 99).
Especialmente quanto a tributos, os decretos editados pelo Executivo podem ser utilizados para a alteração
das alíquotas dos impostos de importação, exportação, sobre produtos industrializados (IPI), sobre operações de
crédito, câmbio ou seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF), nos termos do art. 153, § 1º, da
Constituição.
As fontes secundárias (também chamadas complementares) do Direito Tributário são estabelecidas pelo
art. 100 do Código Tributário Nacional, que ao lado das fontes principais formam o conjunto da legislação tri-
butária.
b. Decisões dos Órgãos Singulares ou Coletivos de Jurisdição Administrativa, a que a lei atribua eficácia
normativa
As decisões administrativas definitivas, decorrentes de processos administrativos contenciosos ou de
consulta feita pelos contribuintes, por terem eficácia normativa, não se aplicam apenas aos envolvidos, mas a
todos em situação idêntica. Destas decisões, entretanto, cabe recurso ao Judiciário, direito garantido pela
Constituição. O recurso, entretanto, não é cabível para as decisões desfavoráveis ao fisco, seja federal, estadual
ou municipal. Ou seja, o fisco não pode recorrer ao Judiciário de uma decisão desfavorável que ele mesmo
aplicou a si próprio.
c. Práticas Reiteradas
As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas criam procedimentos que passam a
ser considerados praxe na administração. Ao contribuinte só interessa saber se cumprindo os procedimentos
estará satisfazendo ao fisco. Se a administração pretender alterar estas práticas só poderá fazê-lo para o futuro,
para que não prejudique o contribuinte que até aquele momento acreditava estar fazendo o certo. Ele está
protegido pelo caráter normativo emprestado aos comportamentos habituais da administração, ainda que não
previstos na legislação tributária.
d. Convênios
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem celebrar convênios para prestarem
cooperação mútua no que se refere à assistência para fiscalização de seus tributos respectivos e permuta de
informações. Os convênios são instrumentos que permitem a diminuição da sonegação fiscal e a economia de
recursos dos entes políticos dotados de competência tributária, vez que há o aproveitamento das estruturas e
funcionários já existentes nos níveis federais, estaduais ou municipais que farão cumprir as leis, ordens de
serviços, decisões, etc., uns dos outros.
A publicação da norma tributária em órgão de imprensa oficial é condição fundamental para a vigência da
mesma. Sem a publicação oficial é impossível que a legislação tributária produza efeitos.
As leis tributárias, como de resto todas as leis, costumam indicar a data em que entrarão em vigor, que é
geralmente na data da publicação. Mas se nada for dito, entrará em vigor, no território nacional, 45 dias após a
publicação e fora do País em 3 meses. Este espaço de tempo compreendido entre a publicação e a data fixada
para a entrada em vigor da lei é chamado de vacatio legis.
Para ser aplicável, uma lei tem que estar em vigor, mas nem sempre uma lei em vigor pode ser aplicável.
Quer dizer, ainda que em vigor pode ocorrer de uma lei não poder produzir seus efeitos. Veja o caso da lei
tributária que cria ou aumenta tributos que, por força do princípio constitucional da anterioridade da lei (CF, art.
150, III,b e c) e da anterioridade nonagesimal, embora em vigor, só pode ser aplicada no exercício financeiro
seguinte e após decorridos 90 dias de sua publicação. As exceções serão tratadas quando falarmos das
limitações ao poder de tributar..
A interpretação da lei, tributária ou não, pode ser: a) Quanto ao método – gramatical, lógica (teleológica),
histórica, sociológica, sistemática e progressiva; b) Quanto à origem: autêntica, doutrinária e judicial; c) Quanto
aos resultados: declarativa, restritiva, extensiva e analógica.
a. Quanto ao Método
a.1 Interpretação Gramatical ou Literal
Baseia-se na letra da lei. O intérprete recorre a elementos puramente filológicos (estudo da língua em toda
sua amplitude) do texto analisado, deste extraindo o sentido após acurada apreciação do emprego das palavras,
da significação dos vocábulos.
O art. 111 do CTN estabelece que se interpreta literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
b. Quanto à Origem
b.1. Interpretação Autêntica
O próprio legislador realiza a interpretação pela inserção de elementos esclarecedores no texto da própria
lei (interpretação contextual) ou pela edição de nova norma com o objetivo de explicar e interpretar a lei
obscura. Nessa hipótese, não é possível que a explicação seja dada por um diploma legal de hierarquia inferior à
norma explicada.
Se uma determinada norma jurídica contém lacunas cabe ao responsável por sua aplicação (ex.: juiz de
direito) tentar “completá-la” para uso no caso concreto. Este preenchimento de espaços chama-se integração da
norma e é realizado por meio da utilização da analogia, da eqüidade e dos princípios gerais de Direito.
Mais especificamente para normas de direito tributário, o art. 108 do CTN estabelece que, na ausência de
disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará, sucessivamente, na
ordem indicada: a analogia, os princípios gerais de direito tributário, os princípios gerais de direito público e a
eqüidade.
a. Analogia
A analogia é uma forma de permitir que uma norma possa ser aplicada a casos não previstos nela desde
quecomparáveis aos previstos. Parte-se de um elementoexistente que se expande e alcança um caso não
contemplado.
Uma classificação possível para analogia seria em dois tipos: a analogia legis, onde uma norma existente é
aplicada a um caso semelhante e a analogia juris, onde se utiliza um conjunto de normas (matéria análoga) para
dele se retirar os elementos para aplicação no caso concreto.
c. Eqüidade
Procura-se com a aplicação da eqüidade abrandar-se o rigor da lei dando-lhe maior flexibilidade quando de
sua aplicação ao caso concreto, haja vista as inúmeras realidades sociais existentes no Brasil. Em muitos casos
seu cumprimento rigoroso pode desvirtuar seu próprio propósito, como no caso de se realizar cobranças de
débitos fiscais sem permitir o parcelamento. Ainda que possa não estar previsto na lei é razoável permiti-lo
administrativamente sob pena de se diminuir a arrecadação em vez de aumentá-la.
O Sistema Tributário Nacional tem sua base constitucional nos artigos de 145 a162 da Constituição Federal.
Sua formulação infra-constitucional encontra-se estabelecida em leis complementares, em resoluções do Senado
Federal e, no limite das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em
leis municipais (art. 2º do CTN). Cabe ressaltar que a lei mencionada aqui abrange qualquer ato normativo, que
embora formalmente não seja lei, tenha força de lei (ex.: medida provisória).
O STN pode ser classificado como rígido e racional. Rígido porque estabelece estritamente quais as
competências privativas de cada ente político na instituição de certos tributos. Racional, visto que fundado em
critérios lógicos e racionais.
Em que pese ser a fonte de toda competência tributária, a CF não cria tributos, mas apenas estabelece os
tipos que podem ser criados e que ente pode fazê-lo mediante lei. É uma faculdade concedida a esses entes que
poderão exercê-la ou não. A própria União até hoje não instituiu o imposto sobre grandes fortunas (CF, art. 153,
VII).
O inciso I do art. 24 da Constituição estabelece que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre direito tributário e financeiro. A competência concorrente, entretanto, não
significa autorização constitucional para um ente federativo se imiscuir nos tributos de outro. A competência
tributária é privativa e não pode ser invadida, cabendo a cada ente a faculdade de exercê-la ou não, sendo que o
seu não-exercício não autoriza a outro fazê-lo. A competência concorrente aqui estabelecida limita-se ao fato de
caber à União a edição de normas gerais sobre o tema e aos demais entes federativos a possibilidade de legislar
suplementarmente nas especificidades. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Entretanto se, posteriormente, vier a ocorrer
superveniência de lei federal legislando sobre normas gerais, a lei estadual terá sua eficácia suspensa, no que lhe
for contrário. Os municípios não foram explicitamente citados neste artigo, mas entendemos que, como entes
federativos que são, eles podem, também, legislar suplementarmente a teor dos incisos I e II do art. 30 da
Constituição que estabeleçe:
Portanto a Competência Tributária é o atributo que somente os entes políticos (União, Estados, Municípios
e DF) detêm de poder legislar sobre tributos, instituindo-os e estabelecendo na lei os requisitos para que sejam
exigíveis. Esta competência é indelegável e é estabelecida exclusivamente na Constituição Federal, também
conhecida como Carta das Competências.
Com a ocorrência do fato gerador nasce uma relação jurídica tributária cujos elementos estruturais são: o
sujeito passivo e o sujeito ativo.
A capacidade tributária passiva significa que o sujeito passivo participante da relação jurídica tributária é
detentor de capacidade jurídica para ser alvo de obrigações ( aquele de quem se pode cobrar tributos) e titular de
direitos. Como ao Estado interessa uma base de contribuintes ampliada, o CTN estabelece que a capacidade
tributária passiva independe da capacidade civil das pessoas naturais, não se configurando, esta, em
impedimento para que lhes sejam cobrados tributos.
Também não é obstáculo à cobrança de tributos o fato de uma pessoa natural estar de alguma forma privada
ou limitada no exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou ainda da administração direta de
seus bens ou negócios.
No que tange à pessoa jurídica, não é necessário que ela esteja regularmente constituída, bastando que
configure uma unidade econômica ou profissional. Isto significa que a pessoa jurídica irregular ou informal
também será tributada.
Matéria que causa alguma confusão é a questão da diferenciação entre competência tributária e capacidade
tributária ativa. A competência é o poder de criar o tributo e esgota-se com a edição da lei arrecadadora.Com a
edição da lei surge a capacidade tributária ativa, que é o poder de se demandar do sujeito passivo o pagamento
dos tributos instituídos.
X. LIMITAÇÕES DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA (LIMITAÇÕES DO PODER DE
TRIBUTAR )
A primeira grande limitação ao poder de tributação estatal foi consignado quando a Constituição esta-
beleceu as competências tributárias privativas de cada ente político. Adicionalmente, na mesma linha, a Carta
Política inseriu várias outras vedações constitucionais com o propósito de garantir que o cidadão não fosse
vítima de abuso do poder de tributar por parte de Estado. Tais limitações ao poder de tributar, sem prejuízo de
outras garantias asseguradas ao contribuinte, estão consubstanciadas no que denominamos princípios
constitucionais tributários, que se apresentam de forma explícita e implícita.
Consideramos, ainda, que são formas de limitação ao poder de tributação estatal o estabelecimento de
imunidades e isenções.
e. Princípio da Progressividade (arts. 145, § 1º; 153, §§ 2º e 4º; 156, § 1º, I e II e 182, § 4º, II, todos da
CF)
Complementação ao princípio da pessoalidade e capacidade contributiva, o princípio da progressividade
permite que as alíquotas dos impostos sejam graduadas de acordo com a capacidade econômica do contribuinte.
A diferenciação na aplicação de alíquotas é a forma de garantir que se está levando em conta as características
de capacidade contributiva pessoal do contribuinte, que quanto mais bens tributáveis tiver ou maior seus
valores, mais imposto terá que pagar.
Exemplos são as alíquotas do imposto de renda que tributam mais os maiores rendimentos e as alíquotas do
Imposto Territorial Rural (ITR) que são fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades
improdutivas.
Outro exemplo é a progressividade do IPTU (art. 156, § 1º, I e II e 182, § 4º, II), que pode se dar não só no
tempo, mas também em razão do valor do imóvel, sua localização e uso, que são uma indicação da
capacidade econômica do contribuinte.
A progressividade no tempo para o IPTU significa que quanto mais tempo um proprietário mantiver o solo
urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, mais pagará de imposto.
l. Princípio da Vedação de Instituição de Isenção pela União de impostos dos demais entes federativos
(art. 151, III, CF)
É vedado à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios. A razão desta vedação é óbvia, vez que como a União está impedida de instituir tributos fora de sua
competência também está impedida de promover sua
isenção.
m. Princípio da Vedação de Criação de Impostos Federais novos cumulativos ou que tenham a mesma
base de cálculo ou fato gerador daqueles previstos na Constituição (art. 154, I, CF)
O inciso I do art. 154 estabelece a competência residual da União para, mediante lei complementar, instituir
impostos não previstos nas suas competências privativas. Entretanto, este mesmo dispositivo veda a instituição
de impostos que seja cumulativos e tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na
Constituição. A vedação presta-se a evitar que o contribuinte seja vítima de bitributação.
o. Princípio da Seletividade do IPI e do ICMS (arts. 153, § 3º, I e 155, § 2º, III, todos da CF)
A seletividade tem a ver com a essencialidade do produto ou serviço. Por esse princípio, quanto mais
essencial o bem ou serviço para a população, menor deverá ser o imposto. A Constituição estabelece a obrigato-
riedade de o IPI ser seletivo, mas não faz o mesmo quanto ao ICMS. Para este não há a obrigatoriedade, mas
apenas a faculdade de poder sê-lo, a critério da legislação estadual afim.
p. Princípio da Imunidade Recíproca (art. 150, VI, a, CF e art. 9º, 11 e seguintes do CTN)
Por este princípio é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir e cobrar
impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. Essa proibição é extensiva às autarquias e às
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Com essas proibições os entes políticos, suas
autarquias e fundações recebem imunidade constitucional contra impostos. Pretende-se com isso eliminar
possibilidades de atritos entre os entes políticos e respeitar a autonomia federativa de cada um. Observe-se que a
imunidade recíproca aqui explicitada não se aplica aos demais tributos, mas apenas aos impostos.
A imunidade recíproca, porém, não é absoluta. Não se aplica ao patrimônio, renda ou serviços das autar-
quias e fundações se estes não estiverem vinculados às finalidades essenciais ou às delas decorrentes destes
órgãos. Não se aplica, também, nos casos em que o Poder Público, suas autarquias e fundações explorem
atividades econômicas regidas pelas normas aplicadas aos empreendimentos privados, ou quando os serviços
forem remunerados mediante tarifa (preço público) pelo usuário e nem exonera o promitente comprador da
obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel(art.150, §3º da CF e art. 131, I do CTN) (ex.: a
autarquia federal deve pagar ITBI ao adquirir imóvel e se responsabilizar pelo IPTU atrasado) ()).
r. Princípios Implícitos
O disciplinamento do poder de tributar do Estado não se restringe aos princípios tributários elencados aqui.
Como a Constituição é um corpo único e coerente, há que se observar, também, todo o conjunto dos outros
princípios constitucionais, que não podem ser contrariados, da mesma forma, quando do exercício do poder de
tributar.
B. Imunidade e Isenção
Consideramos, ainda, que se configura em forma de limitação ao poder de tributação estatal a possibilidade
de estabelecimento de imunidades e isenções.
Imunidade é toda e qualquer liberação da obrigatoriedade de recolher tributos, concedida pela
Constituição. Dessa forma, imunidade, mais precisamente, pode ser conceituada como a limitação
constitucional ao poder de tributar, como já visto (ex.: art. 150, VI, b, c e d; art. 155, § 3º; art. 195, § 7º).
A isenção configura-se na dispensa de um tributo devido concedida por lei específica do ente tributante.
Falaremos da isenção com mais detalhes no item referente à exclusão do crédito tributário.
XI. O TRIBUTO –
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
O pagamento de tributos é obrigatório e decorre da lei. As prestações contratuais (ex.: luz, telefone,...) não
são tributos, pois estas obrigações decorrem de atos de vontades dos interessados que se obrigam por força dos
contratos (contratos de adesão) e não da lei.
O tributo representa uma obrigação a ser paga em dinheiro expresso em moeda corrente. Desta forma, em
princípio, não se deveria aceitar o pagamento de tributos com o oferecimento de bens ou serviços. Entretanto,
em que pese esta possibilidade ser pouco comum, o próprio texto legal a considera válida, posto que estabelece
que o tributo é devido em moeda corrente ou em algo equivalente à moeda, como bens ou serviços. Isto
dependerá, no entanto, de a lei específica do ente tributante estabelecer esta possibilidade no seu texto.
O tributo não é penalidade. Portanto, tributo não se confundecom multas , que são punição por ato ilícito,
como é o caso da multa que decorre de uma infração de trânsito.
É sempre lícito que o Estado cobre tributos de qualquer atividade que implique em aquisição de
disponibilidade econômica, ainda que a atividade tributada seja ilícita, como o tráfico de entorpecentes. Neste
caso a renda auferida com a atividade ilícita é fato gerador do imposto de renda, pois como estabelece o §1º do
art. 43 do CTN “a incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da
localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção”. Daí, ao
ser apanhado o traficante, além da responsabilização penal, será tributado pelas suas atividades que tenham
implicado em aquisição de disponibilidade econômica e pagará multa pelo não adimplemento de suas
obrigações tributárias no tempo devido.
Portanto, a expressão “... que não constitua sanção de ato ilícito” não significa que as atividades ilícitas
não possam ser tributadas, visto que a incidência do imposto de reda depende apenas de a atividade, ilícita ou
não,ter tido conteúdo econômico. Significa apenas que não é tributo aquilo que tenha a natureza de castigo,
pena.. Ou seja, qualquer quantia paga a título de punição por um ato ilícito (ex.: uma multa de trânsito), não
pode ser considerado tributo, visto que tributo não é castigo. Por mais que nos sintamos “castigados” pela
elevada carga tributária brasileira, esta não se confunde com as obrigações pecuniárias devidas como punição
por um ato ilícito.
Entretanto, há que se ressaltar que o art. 113, § 1º, do CTN estabelece que a multa pecuniária referente ao
inadimplemento do tributo configura-se em obrigação tributária de natureza principal.Isto significa dizer que,
neste caso, a multa não se tornou tributo, mas se equiparou a ele para efeitos de cobrança.
Pelo princípio da legalidade, somente a lei poderá exigir tributo, conforme dispõe o art. 150, I, da
Constituição Federal. Entretanto, por ter força de lei, Medida Provisória também é instrumento viável para
instituir ou majorar tributo, desde que este não dependa de lei complementar, como já visto.
A exigência de que o tributo tenha que ser cobrado mediante atividade administrativamente vinculada
significa que não há espaço para a discricionariedade da autoridade administrativa. Esta tem que se vincular
estritamente à lei instituidora do tributo, seguindo-lhe, exatamente, os comandos sem nenhuma possibilidade de
utilizar-se de critérios pessoais na cobrança. Enfim, se, nos termos legais, o tributo for devido a autoridade, por
conta de sua vinculação à lei, não poderá deixar de cobrá-lo, ainda que o considere injusto; pelo mesmo motivo,
se não houver previsão legal a autoridade não poderá cobrar um tributo, ainda que fosse justo que o fizesse .
Somente poderá haver a incidência de um determinado tributo se uma lei tiver estabelecido exatamente em
que hipóteses isto se dará. Estas são as chamadas hipóteses de incidência do tributo e somente após sua
ocorrência concreta é que o tributo é devido.
Não basta que a situação fática que se queira tributar se pareça com a hipótese de incidência descrita em
lei; é preciso que elas coincidam completamente , ou seja, que haja perfeita subsunção do fato ocorrido à
hipótese de incidência descrita na lei.
Diferimento é uma espécie de adiamento do pagamento de um tributo para uma fase posterior. Isto ocorre
normalmente com os tributos não-cumulativos (polifásicos) em que os valores pagos numa transação são
compensados na seguinte como o ICMS,IPI,PIS/COFINS. Diferir o ICMS, por exemplo, significa dizer que o
recolhimento do imposto incidente sobre a saída da mercadoria ou da prestação de serviços será transferido para
a etapa ou etapas posteriores de sua circulação ou execução, ficando o recolhimento do imposto a cargo do
contribuinte destinatário.
A. FUNÇÕES DO TRIBUTO
O objetivo fundamental do tributo é o de prover o Estado com recursos financeiros. Entretanto, alguns
podem ser usados pelo Estado como forma de implementar seus objetivos sociais e econômicos. Desta forma,
determinados tributos podem ter suas alíquotas alteradas para: estimular o desenvolvimento de regiões ou
setores da economia, reduzir a oferta de crédito para controle da inflação, desestimular o consumo de alguns
tipos de bens, etc.
Mais explicitamente, quanto à sua função, os tributos podem ser:
a) Fiscais – quando o principal objetivo é a arrecadação de recursos financeiros para o Estado.
b) Extrafiscais – quando o objetivo principal é a interferência no domínio econômico, buscando efeito
diverso da simples arrecadação. São extrafiscais: o imposto de importação, o imposto de exportação, o imposto
sobre operações financeiras (IOF) e o imposto sobre produtos industrializados (IPI). Há situações em que o
tributo não é tipicamente extrafiscal, mas a Constituição lhe atribui adicionalmente esta capacidade, como é o
caso do imposto territorial rural (ITR), que terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de
propriedades improdutivas (art. 153, § 4º, I, da CF).
c) Parafiscais – quando entes paraestatais recebem a delegação para a arrecadação de recursos para o
custeio de suas atividades autônomas e de interesse de categorias profissionais e econômicas. Normalmente são
atividades que o Estado tem interesse em ver realizadas, mas que não constam de seu orçamento para realização
direta. Exemplo: contribuições para o SESI, SENAI, SENAC, SESC, OAB, CREA, CRA, etc.
B. ESPÉCIES DE TRIBUTOS
g)Regressivos - Já um imposto regressivo seria aquele cujo aumento na contribuição de um indivíduo fosse
muito menor que o aumento ocorrido na base tributável.É o caso do imposto de renda que é progressivo , mas
que, na prática, acaba tendo um efeito regressivo quando a renda aumenta muito. Os muito ricos acabam sendo
beneficiados vez que não há alíquota maior que o teto de 27,5%, ou seja, independente do aumento da base de
cálculo somente pagarão a alíquota teto.
h)Neutros - Um imposto neutro seria aquele cuja aplicação não causasse qualquer impacto sobre a situação
econômica dos envolvidos direta ou indiretamente nos fatos imponíveis. È fácil perceber que tal tipo de
imposto somente existe nas conceituações teóricas não tendo sua existência lugar na realidade factual.
i) Fixos – quando o valor do imposto é determinado em quantia fixa e certa, independendo de cálculos. Ex.:
ISS – enquadramento por estimativa anual.
d) Contribuições Especiais (arts. 149, 149-A, 174, 195, 212, § 5º , 239 e 240, todos da CF)
Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais ou econômicas, ressalvada a competência de os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios instituírem e cobrarem de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regime
previdenciário do ente federativo, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e
inativos e dos pensionistas.
d.1) Contribuições Sociais para o financiamento da seguridade social (art. 195 da Constituição Federal).
A Constituição Federal estabelece que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.A lei de que fala a Constituição é a 8.212/91, que trata da organização da
Seguridade Social e do seu plano de custeio.
A empresa ou a entidade a ela equiparada na forma da lei contribui sobre: a) a folha de salários e demais
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo
sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro. Estas contribuições sociais previstas
poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização
intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
O trabalhador e os demais segurados da previdência social também contribuem. Não incide, entretanto,
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social nos casos de:
cobertura a doença, invalidez, morte e idade avançada; proteção à maternidade, especialmente à gestante;
proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; salário-família e auxílio-reclusão para os
dependentes dos segurados de baixa renda; pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
companheiro e dependentes.
Contribuem, ainda, o importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar e as
receitas de concursos de prognósticos (loterias).
Estas, entretanto, não são as únicas fontes de custeio da seguridade social. A Constituição estabelece que a
lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir sua manutenção ou expansão. Condiciona, apenas, que
isto seja feito obedecendo o disposto no art. 154, I da Constituição Federal. Este dispositivo concede à União
competência residual para instituição de outros impostos além dos já previstos em sua competência
originária.Exige-se, apenas, que isto seja feito mediante lei complementar, devendo estes novos impostos serem
não-cumulativos e não terem fato gerador ou base de cálculo próprios de outros impostos já discriminados na
Constituição.
A Constituição estabelece que são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes
de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Na verdade, a Constituição incorre em
uma impropriedade ao dizer que são isentas. O certo seria dizer que são imunes, já que a liberação do tributo é
concedida pelo texto constitucional.
Quanto aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e
solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas.
No que couber, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará os
requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social
Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração, bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de
previdência social.
As contribuições sociais referentes ao PIS/Pasep, descritas a seguir, e ao salário-educação estão tratadas nos
arts. 239 e 212, § 5° da Constituição.
O PIS e o Pasep foram instituídos, respectivamente, pela Lei Complementar nº 7, de 7 /09/1970 e Lei
Complementar nº 8, de 3 /12/ 1970. Os recursos para a execução destes programas são obtidos mediante
depósitos das contribuições dos empregadores em um fundo de participação. Em 1975, a LC nº 26 unificou os
dois programas, sob a denominação de PIS-Pasep, unificando também os fundos constituídos pelos recursos de
cada um.
São contribuintes do tributo as pessoas jurídicas de direito público interno e as pessoas jurídicas de direito
privado e as que lhe são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive empresas prestadoras de
serviços, empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias. No caso de empresas optantes
pelo regime do SIMPLES (Lei n.º 9.317/96), a lei isenta todas as que se qualificarem como microempresas
(alíquota de 0%). Já as enquadradas como empresas de pequeno porte somente poderão se valer do beneficio se
tiverem tido receita bruta acumulada dentro do ano-calendário de até R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil
reais).
A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das
receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. O
total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou
alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. Para as pessoas jurídicas de direito público
interno o cálculo do valor a ser recolhido será feito com base no valor mensal das receitas correntes
arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas.
A partir da promulgação da Constituição, da arrecadação decorrente das contribuições para o PIS/Pasep,
pelo menos 40% passou a ser destinado ao financiamento de programas de desenvolvimento econômico, através
do BNDES e o restante passou a financiar, nos termos da lei, o programa do seguro-desemprego e o abono
anual do programa, no valor de um salário mínimo, concedido aos empregados que recebam até dois salários
mínimos de remuneração mensal.
O saldo dos depósitos pode ser sacado pelo empregado ou servidor titular da conta por ocasião de
aposentadoria, transferência para a reserva, reforma ou invalidez. No caso de sua morte, seus dependentes ou
sucessores poderão fazer o saque. A pedido do interessado, o saldo dos depósitos poderá ser também utilizado
como parte do pagamento destinado à aquisição da casa própria. A Constituição proibiu a possibilidade de a
retirada se dar em razão de casamento.
Não Cumulatividade
Pela Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o PIS/Pasep passou a ser uma contribuição não-cumulativa.
Entretanto, a lei excepcionalizou uma parcela das pessoas jurídicas desta obrigatoriedade, as quais continuaram
a se sujeitar à legislação anterior, na qual o tributo era cumulativo e a alíquota aplicável era de 0,65% sobre o
faturamento da pessoa jurídica e 1,0 % sobre o valor das receitas correntes arrecadadas e das transferências
correntes e de capital recebidas no caso de pessoa jurídica de direito público interno (órgãos públicos,fundações
públicas e etc).Permaneceram sobre o regime anterior: entidades financeiras (ex.: bancos, sociedades e
cooperativas de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, etc.); aquelas que
tenham por objeto a securitização de créditos imobiliários (Lei no 9.514/97) e financeiros; operadoras de plano
de assistência de saúde; empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores; as
pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido ou arbitrado; os optantes pelo
Simples; as pessoas jurídicas que a Constituição defina como imunes a impostos; os órgãos públicos, as
autarquias e fundações públicas federais, estaduais e municipais, e as fundações cuja criação tenha sido
autorizada por lei e as sociedades cooperativas,exceto as de produção agropecuária(Lei n.º 10.833/03).
Estão, também, desobrigadas da não-cumulatividade as receitas decorrentes das operações: de venda de
álcool para fins carburantes; sujeitas à substituição tributária da contribuição para o PIS/Pasep; compra e venda
de veículos automotores por pessoa jurídica; de prestação de serviços de telecomunicações e as receitas
decorrentes de prestação de serviços das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
Para as pessoas jurídicas atingidas pela não cumulatividade,exceto produtores e importadores que têm
alíquotas específicas, o tributo é calculado, em regra, aplicando-se a alíquota de 1,65% à base de cálculo, que é
o faturamento mensal, ou seja, o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua
denominação ou classificação contábil deduzidos alguns tipos especiais de receitas estabelecidas no § 3º do art.
1º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 e nos incisos I e II, do § 3º do art. 1º da Lei nº 10.83303.
Para os empregadores regidos pela cumulatividade, a Lei n.º 9.718, de 27 de novembro de 1998 estabelece
que a base de cálculo do tributo é a receita bruta, ou seja, a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica,
sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas,
deduzidas as receitas estabelecidas no §2º do art. 3º desta lei.
Conforme a MP 2.158-35, de 24/08/2001, as seguintes entidades não terão como base de cálculo a receita,
mas sua folha de salários, a saber: templos de qualquer culto; partidos políticos; instituições de educação e de
assistência social que preencham as condições e requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997; instituições de
caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, que preencham as condições e requisitos do
art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997; sindicatos, federações e confederações; serviços sociais autônomos, criados ou
autorizados por lei; conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; fundações de direito privado;
condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e Organização das Cooperativas
Brasileiras (OCB) e as organizações estaduais de cooperativas previstas no art. 105 e § 1º da Lei nº 5.764, de 16
de dezembro de 1971.Neste caso a alíquota do PIS/Pasep aplicável será de 1% (um por cento) sobre a folha..
A contribuição para o PIS/Pasep não incidirá sobre as receitas decorrentes de : operações de exportação de
mercadorias para o exterior; prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no
exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; recursos recebidos a título de repasse, oriundos do
Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e
sociedades de economia mista; fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em
embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível;
transporte internacional de cargas ou passageiros; auferimento pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades
de construção, conservação modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no
Registro Especial Brasileiro - REB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997; frete de mercadorias
transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei no
9.432, de 1997; vendas realizadas pelo produtor-vendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do
Decreto-Lei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim
específico de exportação para o exterior; vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas
exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior.
A Lei n.º 10.865, de 30 de abril de 2004, instituiu o PIS/PASEP-Importação devido pelo importador de
bens estrangeiros ou serviços do exterior, com alíquotas variáveis em razão da natureza do bem. Está suspensa a
obrigatoriedade de recolhimento do PIS/PASEP(aplica-se alíquota 0%) nas importações efetuadas por empresas
localizadas na Zona Franca de Manaus de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem
para emprego em processo de industrialização por estabelecimentos industriais instalados na Zona Franca de
Manaus.
No caso de venda ou de importação de bens novos destinados ao desenvolvimento, no País, de software e
de serviços de tecnologia da informação, a Lei n.º 11.196, de 21 de novembro de 2005 suspendeu a exigência do
PIS/Pasep-importação e do PIS/Pasep incidente sobre a receita bruta da venda no mercado interno. No entanto
esta suspensão está condicionada a que os bens tenham sido importados diretamente ou comprados por pessoa
jurídica beneficiária do Regime Especial de Tributação para a Plataforma de Exportação de Serviços de
Tecnologia da Informação-Repes para incorporação ao seu ativo imobilizado.
Além da legislação citada acima recomendamos o exame da Lei n.º 11.196/05 para outras disposições a
respeito do PIS/PASEP.
Este tributo é devido pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do
imposto de renda, inclusive as empresas públicas, as sociedades de economia mista, suas subsidiárias e as
pessoas jurídicas a que se refere o § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991. A apuração da contribuição( e
também do o PIS) se dará em conformidade com a Lei Complementar n° 70, de 30 de
dezembro de 1991 e Lei Complementar 07, de 07 de setembro de 1970.
Destina-se exclusivamente (posto que é contribuição e portanto tributo vinculado) às despesas com atividades-
fim das áreas de saúde, previdência e assistência social.
São imunes à Cofins as receitas das entidades beneficentes de assistência social que atendam as exigências
estabelecidas em lei (CF/88, art. 195, § 7º) e aquelas decorrentes de exportação (art. 149, § 2º, I da Constituição
Federal).
São isentas da contribuição: as sociedades cooperativas que observarem ao disposto na legislação
específica, quanto aos atos cooperativos próprios de suas finalidades; as sociedades civis de que trata o art. 1°
do Decreto-Lei n° 2.397, de 21 de dezembro de 1987; as entidades beneficentes de assistência social que
atendam às exigências estabelecidas em lei.
São também isentas as receitas decorrentes:
a. dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista;
b. da exportação de mercadorias para o exterior;
c. dos serviços prestados a pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior, cujo
pagamento represente ingresso de divisas;
d. do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e
aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível;
e. do transporte internacional de cargas ou passageiros;
f. auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação, modernização,
conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro
(REB), instituído pela Lei nº 9.432, de 8 de janeiro de 1997;
g. de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB,
de que trata o art. 11 da Lei nº 9.432, de 1997;
h. de vendas realizadas pelo produtor-vendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do
Decreto-Lei nº 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao
fim específico de exportação para o exterior; e
i. de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na
Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
São isentas da Cofins as receitas relativas às atividades próprias das seguintes entidades (Medida Provisória nº
2.158-35, de 24 de agosto de 2001, art. 14, X):
a. templos de qualquer culto;
b. partidos políticos;
c. instituições de educação e de assistência social que preencham as condições e requisitos do art. 12 da
Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997;
d. instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, que preencham as
condições e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997;
e. sindicatos, federações e confederações;
f. serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;
g. conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;
h. fundações de direito privado;
i. condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e
j. Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as Organizações Estaduais de Cooperativas
previstas no art. 105 e seu § 1º da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971.
Na égide da Lei nº 9.718/98, a Cofins era um tributo cumulativo, ou seja, era cobrado em cascata sobre
todas as etapas da cadeia produtiva. Sempre foi um desejo dos setores empresariais da economia que este tributo
passasse a ser não-cumulativo como forma de se reduzir a carga tributária. Pela não cumulatividade, os valores
pagos em uma etapa poderiam ser descontados dos valores a serem pagos nas operações posteriores.
Dessa forma foi editada a Lei nº 10.833/2003 que estabeleceu a não cumulatividade genérica da Cofins real. O
fato gerador é o faturamento (bruto) mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica,
independentemente de sua denominação ou classificação contábil (art. 1º da Lei 10833/03).No entanto,com a
instituição da não cumulatividade, não se observou a redução esperada da carga tributária. Na prática, houve
aumento desta carga. O efeito da não cumulatividade foi anulado e superado pelo aumento excessivo da
alíquota, que passou de 3% para 7,6%. Esta alíquota é aplicada sobre uma base de cálculo que é o faturamento
mensal ,representando o total das receitas auferidas independente de sua denominação ou classificação contábil,
menos algumas isenções concedidas pela lei em tela. 2 A receita bruta auferida pelos produtores ou
importadores não sofrem taxação por esta alíquota vez que são objeto de alíquotas especificas previstas na lei.
2
§ 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas:
I - isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota 0 (zero);
II - não-operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente;
III - auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja
exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária;
IV - de venda de álcool para fins carburantes; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004)
V - referentes a:
a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos;
b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda que não representem ingresso de novas
receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos
derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição que tenham sido computados como receita.
jurídica; de prestação de serviços de telecomunicações e, ainda, as receitas decorrentes de prestação de serviços
das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens e etc.
Além da legislação citada acima recomendamos o exame da Lei n.º 11.196/05 para outras disposições a
respeito da Cofins.
3
O art. 5º da Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002 isentou as entidades fechadas de previdência complementar da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de
2002.
A partir do ano-calendário de 2006, a pessoa jurídica poderá excluir do lucro líquido, na determinação do
lucro real e da base de cálculo da CSLL, o valor correspondente a até 60% (sessenta por cento) - podendo
chegar a 80% (oitenta por cento) em função do número de empregados pesquisadores contratados pela pessoa
jurídica- da soma dos dispêndios realizados no período de apuração com pesquisa tecnológica e
desenvolvimento de inovação tecnológica, classificáveis como despesa pela legislação do IRPJ( Lei n.º
11.196/05). A concessão deste beneficio está condicionada à comprovação da regularidade fiscal da pessoa
jurídica A exclusão, em tela, será limitada ao valor do lucro real e da base de cálculo da CSLL antes da própria
exclusão, vedado o aproveitamento de eventual excesso em período de apuração posterior.
d.1.d) Contribuições sociais previstas no parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de
1991, e as instituídas a título de substituição.
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da
sociedade, destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social.
Ela será financiada por toda sociedade, de forma direta e indireta, nos termos do art. 195 da Constituição
Federal e da Lei n° 8.212/91, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e de contribuições sociais. Isto significa dizer que a seguridade social é financiada não
só por contribuições sociais, mas também por impostos gerais arrecadados pelos entes federativos.
A Lei nº 8.212/1991, responsável pelo detalhamento do financiamento da seguridade social, define que seu
orçamento, no âmbito federal, é composto das seguintes receitas:
I - receitas da União;
II - receitas das contribuições sociais;
III - receitas de outras fontes, quais sejam: as multas, a atualização monetária e os juros moratórios; a
remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros; as receitas
provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens; as demais receitas
patrimoniais, industriais e financeiras; as doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais; 50%
(cinqüenta por cento) dos valores econômicos obtidos de bens apreendidos em decorrência do tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas; 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pelo
Departamento da Receita Federal; e outras receitas previstas em legislação.
a)Contribuição Social das Empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a
seu serviço;
A contribuição das empresas para a seguridade social, afora a referente ao lucro e ao faturamento, é:
Para as empresas em geral:
- 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos
segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho,
qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à
disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou
acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.
- 20% vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do
mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços.
- 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe
são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho.
Adicionalmente, as empresas devem recolher outros valores com o objetivo de financiamento do benefício
da aposentadoria especial (arts. 57 e 58 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991) e de outros benefícios
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho. Estas contribuições são calculadas aplicando-se os seguintes percentuais sobre o total das
remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:
- 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho
seja considerado leve;
- 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio;
- 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.
Para entidades financeiras (bancos, sociedades de crédito...), empresas e agentes autônomos de seguros
privados e entidades de previdência privada
Considerando a mesma base de cálculo acima as alíquotas são, respectivamente:
- 22,5%;
-22,5%;e
-15%.
Para agroindústrias:
-2,5% sobre o valor da receita bruta proveniente da comercialização da produção.
Para efeito desta lei orgânica da seguridade social, para a contribuição referente à parte dos trabalhadores,
são considerados segurados obrigatórios e, portanto, contribuintes, os empregados, os empregados domésticos,
os contribuintes individuais, o trabalhador avulso e o segurado especial. Quanto às contribuições dos
empregados e dos empregados domésticos a lei especifica, respectivamente, que a empresa e o empregador
doméstico são responsáveis tributários, cabendo a eles a obrigação de arrecadar e recolher o tributo no prazo
legal.
A contribuição do empregado, do doméstico e a do trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da
correspondente alíquota sobre o seu salário-de-contribuição mensal, de forma não-cumulativa, de acordo com a
seguinte tabela:
* Alíquota reduzida para salários e remunerações até três salários mínimos, em razão do disposto no
inciso II do art. 17 da Lei nº 9.311, de 24 de outubro de 1996, que instituiu a Contribuição Provisória
sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e de Direitos de Natureza Financeira – CPMF.
Concursos de prognósticos são todos e quaisquer concursos de sorteios de números, loterias, apostas,
inclusive as realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, do Distrito Federal e municipal.
Deduzindo-se, do total da arrecadação, os valores destinados ao pagamento de prêmios, de impostos e de
despesas com a administração e dos direitos pagos às entidades desportivas pelo uso de suas denominações e
símbolos, obtém-se a renda líquida dos concursos. Desta renda deduz-se uma parte devida ao Programa de
Crédito Educativo e o restante é utilizado para financiamento da Seguridade Social.
A contribuição do empregador rural pessoa física é feita em substituição à contribuição sobre o total das
remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma (
incisos I e II do Art. 22 da Lei n.º 8.212/91) e a do segurado especial (alínea a do inciso V e no inciso VII do
Art. 12 da Lei n.º 8.212/91).
Daí, cabe ao empregador rural pessoa física contribuir com as seguintes alíquotas:
- 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção;
- 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento das prestações
por acidente do trabalho.
O fato de estar sendo recolhida a contribuição obrigatória do segurado especial não o impede de contribuir,
também, facultativamente.
d.2) Contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades
privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical
A Constituição Federal, em seu art. 240, ressalvou da aplicação do disposto no art. 195 as atuais
contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de
serviço social (Sesi, Senai, Senac, Sesc, etc) e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.
Para exemplificar a incidência da contribuição sobre outros seguimentos econômicos, podemos citar a
Contribuição de Intervenção de domínio econômico destinada a financiar o Programa de Estímulo à Interação
Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação instituída pela Lei nº 10.168/2000. Esta contribuição é devida
pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela
signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no
exterior.
No art. 2º da Lei nº 10.168/2000, com a alteração introduzida pelo art. 6º da Lei 10.332/2001, encontramos
um desdobramento desta Cide, que incide sobre a remessa de importâncias ao exterior e é conhecida como
Cide-Remessas ao Exterior. Esta contribuição é devida pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem,
entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados
no exterior.
Como entendemos que o Estado deva interferir o mínimo possível na atividade privada, advogamos que
este tributo deva obedecer a princípios de razoabilidade e racionalidade, não devendo ser aplicado indiscrimi-
nadamente a qualquer segmento econômico.Deveria ser requisito para sua aplicação a existência de forte
conexão entre o segmento objeto da intervenção e o interesse público. Infelizmente como a lógica estatal preza
muito mais a arrecadação que a razoabilidade do tributo, não será de estranhar o surgimento de “Cides”
estapafúrdias impostas ao setor produtivo.
Incidência e alíquotas
As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes
de exportação, mas incidirão sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.
Quanto a alíquotas, estas poderão ser:
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de
importação, o valor aduaneiro;
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
A lei definirá, ainda, as hipóteses em que as Cides incidirão uma única vez.
Base de cálculo
Nas operações relativas à comercialização no mercado interno, assim como nas operações de importação, a
base de cálculo é a “unidade de medida” (quantidade comercializada do produto) adotada na lei instituidora do
tributo para cada um dos produtos sobre os quais incide a contribuição.
Não-cumulatividade
Para determinação da base de cálculo, do valor da contribuição incidente na comercialização no mercado
interno, poderá ser deduzido o valor da Cide pago, em operação anterior, pelo próprio contribuinte quando da
importação ou por outro contribuinte quando da aquisição no mercado interno.
Alíquotas
As alíquotas da contribuição podem ser diferenciadas por produto ou uso. Tais alíquotas poderão ser
reduzidas e restabelecidas por ato do Poder Executivo (decreto), não se lhes aplicando o princípio da
anterioridade, ou seja, serão aplicáveis no mesmo exercício financeiro em que forem alteradas.
Isenções
É isenta da Cide-Combustíveis a nafta petroquímica, importada ou adquirida no mercado interno, destinada
à elaboração, por central petroquímica, de produtos petroquímicos outros, que não os referidos no item anterior.
São ainda isentos da Cide-Combustíveis os produtos vendidos para empresa comercial exportadora, com o
fim específico de exportação para o exterior.
A não-efetivação da exportação em até 180 dias, contados da data de aquisição, implica o respectivo
pagamento da Cide, mediante a aplicação das alíquotas específicas aos produtos adquiridos com essa finalidade
mas não exportados.
A alteração, pela empresa comercial exportadora, da destinação do produto adquirido com o fim específico
de exportação, também implica obrigatoriedade de pagamento da Cide.
Nestes casos os valores devidos a título da Cide serão acrescidos de multa de mora (apurada na forma do
caput e do § 2o do art. 61 da Lei no 9.430/1996) e juros de 1% (um por cento) no mês do pagamento mais juros
equivalentes à taxa referencial Selic.
Pagamento
No caso de comercialização, no mercado interno, a Cide-Combustíveis devida será apurada mensalmente e
deve ser paga até o último dia útil da primeira quinzena do mês subseqüente ao de ocorrência do fato gerador.
Na importação, a Cide-Combustíveis deverá ser paga na data do registro da Declaração de Importação (DI).
d.4) Contribuições corporativas de interesse de categorias profissionais ou econômicas (art. 149 da CF).
São as anuidades devidas pelos associados às suas entidades representativas de classe que usam estes
recursos para fiscalizar e regular o exercício profissional (ex.: CREA, OAB, CRM, etc.)
d.5) Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos
de Natureza Financeira (CPMF)
Originária do antigo IPMF (Imposto Provisório sobre a Movimentação Financeira), a CPMF foi criada,
originariamente, com o propósito de fazer frente aos gastos do Estado com a saúde pública. Com o passar do
tempo, emendas constitucionais foram lhe agregando outras destinações.
Por natureza, o tributo da espécie Contribuição é vinculado a uma contraprestação estatal específica, que é a
motivadora de sua criação. Por esta razão, a Constituição explicitou, de forma inequívoca, sua destinação, para
que seja estritamente cumprida pelo Poder Executivo.
Somado à sua função arrecadatória, a CPMF exerce importante papel de mecanismo fiscalizatório da
sonegação tributária. As informações repassadas à Receita pelas instituições financeiras, responsáveis pelo
recolhimento, acerca dos montantes debitados dos correntistas e afins, dá a exata noção da movimentação
financeira do contribuinte. Tais informações poderão ser usadas pela Receita para comparação com os valores
constantes da declaração de imposto de renda.
A competência para a instituição da CPMF é da União, conforme dita o art. 74 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT), incluído pela Emenda Constitucional no 12, de 16 de agosto de 1996.
De posse desta competência, a União tratou de editar a Lei no 9.311, de 24 de outubro de 1996, que
instituiu a CPMF, considerando como movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de
natureza financeira qualquer operação liquidada ou lançamento realizado por instituições financeiras, bancos
comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial e caixas econômicas ou por qualquer outro sistema
organizado, que representem circulação escritural ou física de moeda e de que resulte ou não transferência de
titularidade dos mesmos valores, créditos e direitos.
Inicialmente, a lei instituidora da CPMF previa que sua aplicação se daria no prazo correspondente a 13
meses, contados depois de decorridos noventa dias da data da publicação da lei que a instituiu (art. 20 da Lei nº
9.311, de 1996). Antes, porém, do fim deste prazo, a Lei nº 9.539, de 12 de dezembro de 1997, em seu art.1º,
efetivamente prorrogou a aplicação da contribuição por mais 24 meses, contados a partir de 23 de janeiro de
1997. Ou seja, de pouco mais de um ano de vida inicial prevista o tributo passou a ter três.
Observa-se que desde o princípio esperava-se que a vida da contribuição fosse curta, como se pode
depreender do § 2º do art. 74 do ADCT, que proibia que a CPMF fosse cobrada por mais de dois anos.
Contrariando, entretanto esta lógica, o tributo vem sendo prorrogado continuamente. Primeiro, pela Emenda
Constitucional no 21, de 18 de março de 1999, que incluiu o art. 75 ao ADCT e prorrogou a aplicação da CPMF
por mais 36 meses (de 17 de junho de 1999 a 17 de junho de 2002), depois pela Emenda Constitucional no 37,
de 28 de maio de 2002, que determinou sua cobrança até 31 de dezembro de 2004 (art. 84 do ADCT), e, por
último, pela EC nº 42, de 2003, que a prorrogou até 31 de dezembro de 2007 (art. 90 do ADCT).
Fato Gerador
Conforme o art. 2º da Lei n° 9.311, de 1996, seu fato gerador será:
I – o lançamento a débito, por instituição financeira, em contas correntes de depósito, em contas correntes
de empréstimo, em conta de depósito de poupança, de depósito judicial e de depósitos em consignação de
pagamento de que tratam os parágrafos do art. 890 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, introduzidos pelo
art. 1º da Lei nº 8.951, de 13 de dezembro de 1994, junto a ela mantidas;
II – o lançamento a crédito, por instituição financeira, em contas correntes que apresentem saldo negativo,
até o limite de valor da redução do saldo devedor;
III – a liquidação ou pagamento, por instituição financeira, de quaisquer créditos, direitos ou valores, por
conta e ordem de terceiros, que não tenham sido creditados, em nome do beneficiário, nas contas referidas nos
incisos anteriores;
IV – o lançamento, e qualquer outra forma de movimentação ou transmissão de valores e de créditos e
direitos de natureza financeira não relacionadas nos incisos anteriores, efetuados pelos bancos comerciais,
bancos múltiplos com carteira comercial e caixas econômicas;
V – a liquidação de operações contratadas nos mercados organizados de liquidação futura;
VI – qualquer outra movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira
que, por sua finalidade, reunindo características que permitam presumir a existência de sistema organizado para
efetivá-la, produza os mesmos efeitos previstos nos incisos anteriores, independentemente da pessoa que a
efetue, da denominação que possa ter e da forma jurídica ou dos instrumentos utilizados para realizá-la.
Não-incidência:
Pelo art. 3º da Lei n° 9.311, de 1996, e Lei nº 10.306, de 8 de novembro de 2001, não há incidência da
CPMF:
I – no lançamento nas contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, suas autarquias e
fundações;
II – no lançamento errado e seu respectivo estorno, desde que não caracterizem a anulação de operação
efetivamente contratada, bem como no lançamento de cheque e documento compensável, e seu respectivo
estorno, devolvidos em conformidade com as normas do Banco Central do Brasil;
III – no lançamento para pagamento da própria CPMF, na condição de contribuinte ou responsável;
IV – nos saques efetuados diretamente nas contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço –
FGTS e do Fundo de Participação PIS/Pasep e no saque do valor do benefício do seguro-desemprego, pago de
acordo com os critérios previstos no art. 5° da Lei n° 7.998, de 11 de janeiro de 1990;
V – sobre a movimentação financeira ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza
financeira das entidades beneficentes de assistência social, nos termos do § 7º do art. 195 da Constituição
Federal;
VI – no débito efetuado na conta de passivo de instituição financeira que registre recursos de titularidade da
União, de Estado, do Distrito Federal ou de Município, utilizados para pagamento de restituição de tributos por
conta e ordem do sujeito ativo;
VII – nos lançamentos a débito nas contas correntes de depósito cujos titulares sejam:
a) missões diplomáticas;
b) repartições consulares de carreira;
c) representações de organismos internacionais e regionais de caráter permanente, de que o Brasil seja
membro;
d) funcionário estrangeiro de missão diplomática ou representação consular, desde que não tenha residência
permanente no Brasil;
e) funcionário estrangeiro de organismo internacional que goze de privilégios ou isenções tributárias em
virtude de acordo firmado com o Brasil, desde que não tenha residência permanente no Brasil;
VIII – nos lançamentos em contas correntes de depósito especialmente abertas e exclusivamente utilizadas
pelas:
a) câmaras e prestadoras de serviços de compensação e de liquidação de que trata o parágrafo único do art.
2º da Lei nº 10.214, de 27 de março de 2001, em operações relativas à transferência de fundos, de títulos, de
valores mobiliários e de outros ativos financeiros, inclusive moedas estrangeiras ou documentos representativos
dessas moedas;
b) companhias securitizadoras de que trata a Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997, e sociedades
anônimas que tenham por objeto exclusivo a aquisição, nas condições fixadas pelo Conselho Monetário
Nacional, de créditos oriundos de operações praticadas no mercado financeiro, em operações relativas à:
1. captação de recursos por meio de emissão de títulos e valores mobiliários;
2. resgates, recompras e outras obrigações decorrentes da emissão de que trata o item anterior;
3. cessão e aquisição de direitos de crédito;
4. aplicação de recursos nos mercados de renda fixa e de renda variável;
IX – nos lançamentos em contas correntes de depósito relativos a operações que tenham por objeto ações ou
contratos referenciados em ações ou índices de ações:
a) realizadas em mercados à vista e em mercados organizados de liquidação futura, admitidos à negociação
em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros;
b) de compra e venda, à vista, em mercado de balcão organizado, assim considerado pela Comissão de
Valores Mobiliários;
c) intermediadas por instituição financeira, sociedade corretora de títulos e valores mobiliários, sociedade
distribuidora de títulos e valores mobiliários e sociedade corretora de mercadorias.
X – nos lançamentos em contas de investidores estrangeiros relativos a entradas no País e a remessas para o
exterior de recursos financeiros empregados, exclusivamente, nas operações referidas no inciso anterior.
Alíquota
Hoje a alíquota da contribuição é de 0,38%, com validade prevista até o fim de 2007, sendo que sua
destinação constitucional, atual, é:
- 0,20% ao Fundo Nacional de Saúde, para financiamento das ações e serviços de saúde;
- 0,10% ao custeio da previdência social; e
- 0,08% ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza.
d.6) Contribuições Previdenciárias dos Servidores dos Estados, Municípios e DF (art. 149, § 1°, da CF)
Fora da competência instituidora Federal, por força da Constituição, encontram-se as contribuições
previdenciárias dos servidores dos Estados, o Distrito Federal e os Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações. A Constituição estabelece que estes entes políticos instituirão contribuição a ser cobrada dos
servidores ativos, inativos e pensionistas para o custeio do seu regime previdenciário. A alíquota cobrada não
poderá ser inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. Este regime de
previdência terá caráter contributivo e solidário e também receberá contribuição do respectivo ente público.
d.7) Contribuição para custeio da iluminação pública (art. 149-A, da CF)
Outra contribuição fora da competência da União uma vez que a Constituição estabelece que os Municípios
e o Distrito Federal, mediante leis próprias, poderão instituir contribuição para o custeio do serviço de
iluminação pública.
Portanto a relação jurídica tributária nasce com a ocorrência do fato gerador cuja tributação será o resultado
da aplicação de uma lei. São elementos estruturais desta obrigação o sujeito ativo e o sujeito passivo . O sujeito
ativo é o Estado, que é o credor do crédito tributário (dívida tributária) constituído contra o particular e o sujeito
passivo é este particular devedor, que pode ser o contribuinte ou o responsável pelo pagamento do tributo. Em
suma, em função desta relação o sujeito passivo é obrigado a fazer ou não fazer algo no interesse da arrecadação
ou da fiscalização dos tributos, e o Estado tem o direito de constituir contra o particular um crédito.
A principal surge diretamente com a ocorrência do fato gerador. Tem por objeto o pagamento de tributo ou,
caso este não seja pago, o pagamento de penalidade pecuniária correspondente e extingue-se com o crédito
decorrente desta obrigação principal. Isto significa que a obrigação tributária desaparece juntamente com o
crédito tributário (dívida tributária exigível), seja por pagamento, que é a forma desejável, seja pelas outras
formas possíveis aceitas pelo CTN, como veremos mais adiante.
A acessória decorre da própria legislação tributária e tem por objeto o cumprimento, pelo sujeito passivo
das obrigações acessórias, das prestações previstas nessa legislação, sejam positivas (ex.: manter os livros
atualizados, emitir notas fiscais, etc.) ou negativas (ex.: deixar de fazer algo por determinação legal), sempre no
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal quanto à
penalidade pecuniária. O que se quer dizer aqui é que, apesar de multa não ser tributo, pode ser cobrada como
se tributo fosse, utilizando-se, igualmente, de todos mecanismos disponíveis para cobrança da obrigação
principal.
d. Hipótese de Incidência
Hipótese de incidência é a descrição que a lei faz de um fato tributário que só dará origem a uma obrigação
tributária se ocorrido concretamente. Ou seja, a lei descreve um fato hipotético que enquanto não acontecer não
faz nascer nenhuma obrigação. A hipótese de incidência é também conhecida como fato gerador em abstrato.
O sujeito passivo da obrigação tributária principal é quem tem o dever de pagar o tributo ou penalidade
pecuniária (art. 121 do CTN). Normalmente, esse sujeito passivo é o contribuinte (devedor direto ou sujeito
passivo direto), posto que é ele quem pratica fato gerador da obrigação tributária (art. 121, parágrafo único,
inciso I). Nada obstante, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo pagamento do tributo a
uma terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou
atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação (art. 128 do
CTN). Nesse caso, o devedor é conhecido como responsável (devedor indireto ou sujeito passivo indireto), uma
vez que, não sendo contribuinte, por não ter diretamente praticado o fato gerador, sua obrigação decorre de
expressa disposição legal (art. 121, parágrafo único, inciso II).
É, por exemplo, contribuinte aquele que, sendo proprietário de um automóvel, tem, ele próprio, o dever de
pagar o IPVA, e não outra pessoa. Já como exemplo de responsável tributário, citamos a determinação legal
para que o empregador se responsabilize pelo recolhimento mensal, na fonte, do imposto de renda de seus
empregados. Não obstante o praticante do fato gerador (recebimento de renda) ser o empregado, a lei estabelece
que o responsável pelo recolhimento do tributo é um terceiro vinculado ao fato gerador, no caso, o empregador.
Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo
pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública para modificar a definição legal do sujeito
passivo das obrigações tributárias correspondentes. Isto quer dizer que a Fazenda Pública não levará em
consideração qualquer contrato ou acordo informando outro sujeito passivo que não o contribuinte ou o
responsável legal. Exemplo disto são os contratos de locação nos quais o inquilino se declara responsável pelo
adimplemento do IPTU. Para o fisco, o contribuinte continuará sendo o proprietário ou o possuidor com ânimo
de dono, nunca o inquilino.
A responsabilidade tributária decorre da lei e pode se dar de duas formas: por substituição ou por
transferência.
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação tributária principal
pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de
que forem responsáveis:
I – os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II – os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III – os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV – o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V – o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de oficio, pelos tributos devidos sobre, os atos
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII – os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
4
A nova Lei de Falências (Lei nº 11.101/2005) não contempla mais a figura da concordata, mas prevê a
possibilidade de recuperação extrajudicial e a recuperação judicial, sendo que, para esta última, deve ser
apresentado, em juízo, plano de recuperação da empresa e negociado este com os credores.
A obrigação de recolher tributos é da pessoa jurídica e não dos sócios/acionistas, que só respondem se
administradores forem e se os atos de gestão forem contrários à lei, Contrato Social/Estatuto e caso
caracterizado o excesso de mandato.
O CTN faculta ao contribuinte, ou responsável, escolher seu domicílio tributário. Neste lugar escolhido,
será desenvolvida a relação entre ele e o Fisco, nos seus mais variados aspectos.
A escolha, entretanto, não é desprovida de consideração por parte da administração que poderá recusá-la
quando esta escolha impossibilitar ou dificultar a cobrança ou a fiscalização do tributo. Neste caso, assume-se
como domicílio o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
No caso de não haver qualquer escolha, a Administração Tributária considerará que, para as pessoas
naturais, seu domicílio será a sua residência habitual. Se esta, porém, for incerta ou desconhecida, então
considerar-se-á domicílio o local onde a pessoa normalmente exerce suas atividades.
Para as pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o domicílio tributário é o lugar da sua
sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento. Isto porque se
a empresa tiver filiais há tributos (ICMS e IPI) que consideram cada uma delas como contribuintes isolados e
portanto entes autômomos em relação à matriz para efeitos de domicílio.
Quanto às pessoas jurídicas de direito público, considera-se domicílio qualquer de suas repartições no
território da entidade tributante.
Caso não seja cabível a aplicação de qualquer das regras elencadas, considerar-se-á como domicílio
tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que
deram origem à obrigação.
Os impostos de competência privativa da União estão elencados no art. 153 e 154 da CF e são os seguintes:
a) imposto sobre importação (II);
b) imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE);
c) imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IRPF/IPRJ);
d) imposto sobre produtos industrializados (IPI);
e) imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF);
f) imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR);
g) imposto sobre grandes fortunas, nos termos da lei complementar;
h) imposto extraordinário;
i) impostos inominados.
Em Território Federal, competem à União os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em
Municípios, cumulativamente, os impostos municipais (art. 147 da CF).
a. Imposto de Importação – II
O Imposto de Importação tem como fato gerador a entrada de produtos estrangeiros (bens ou serviços) no
território nacional (art. 19 do CTN). Porém, para que a entrada deste produto estrangeiro seja passível de
tributação é necessário que ela se configure em entrada definitiva. Não é autorizado cobrar-se o Imposto de
Importação de produtos estrangeiros que se destinam a outros países e que apenas estão em trânsito pelo Brasil
e de produtos cuja permanência no solo nacional é temporária, como artigos destinados a feiras e exposições,
que retornarão a seus países de origem após o término dos eventos.
Desta forma, o fato gerador que cria a obrigação tributária é a entrada de produtos que estão sendo
efetivamente importados para integrarem a economia nacional de forma permanente.
A questão sobre em que momento o fato gerador do Imposto de Importação ocorre tem sido motivo de
divergência entre os doutrinadores. A teor do art. 19 do CTN, para alguns, o fato gerador desse imposto é
instantâneo e ocorreria no exato momento em que o produto cruzasse alguma das fronteiras políticas do país
(solo, subsolo, espaço aéreo, mar territorial, águas jurisdicionais, representações diplomáticas no exterior,
aeronaves, embarcações). Para outros, vale o disposto no art. 23 do Decreto-Lei nº 37/665 que estabelece que,
quando se tratar de mercadoria despachada para consumo, ou seja, para a indústria, comércio ou uso do próprio
importador, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro, na repartição aduaneira, da declaração
importação feita para o desembaraço da mercadoria. O STF entende não haver incompatibilidade entre estas
duas correntes, mas que o Estado, nas palavras de Fátima Fernandes Rodrigues de Souza, tem a necessidade de
“tornar precisa, no espaço e no tempo e na circunstância, a ocorrência do fato gerador”6.Na prática, usa-se o
estabelecido no decreto para determinação do fato gerador.
O Imposto de Importação é predominantemente de natureza extrafiscal. Seu propósito é muito mais atingir
objetivos econômicos de interesse das políticas de governo do que arrecadar. Serve como instrumento de
proteção da indústria e comércio nacionais, bem como de proteção do consumidor contra de momentos de
escassez ou especulação interna.
Base de cálculo
Quando a alíquota for específica, a base de cálculo do Imposto de Importação é a quantidade de mercadoria,
expressa na unidade de medida adotada na tarifa aduaneira do Brasil (peso, extensão, volume, quantidade, etc.)
(art. 20, I, do CTN e art. 2º, I, do Decreto-Lei nº 37/66).
Quando a alíquota é ad valorem (sobre o valor do bem – art. 20, II, do CTN), a base de cálculo é o preço
normal que o produto, ou seu similar, alcançaria ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre
concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no país (art. 20, II, do CTN). A definição
deste preço normal ou preço aduaneiro (art. 2º, II, do Decreto-Lei nº 37/66) é feito com base no rigidamente
disposto nas normas do art. 7º do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio – GATT de 1994,
conhecido como Acordo de Valoração Aduaneira, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 30/94.
Há ainda a alíquota mista que é resultante da combinação da específica e da ad valorem.
Por último, pelo art. 20, III, do CTN, a base de cálculo do produto apreendido ou abandonado que é levado
a leilão é o preço da arrematação.
Não precisa atender ao princípio da anterioridade no que tange à alteração de suas alíquotas que podem ser
modificadas por decreto do executivo (art. 153, § 1º, da CF).
Contribuinte
5
A regulamentação da administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de
comércio exterior é dada pelo Dec. N.º 4.543, de 26 de dezembro de 2002.
6
Comentários ao Código Tributário Nacional, volume 1, 1a ed., São Paulo, Ed. Saraiva, 1998,p. 168
A importação, que já sofria o ônus do Imposto de Importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI), do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), para mercadorias, e do Imposto Sobre
Serviços (ISS), para serviços, passou a sofrer a incidência do PIS-Importação e da Cofins-Importação,
instituídos pela Lei nº 10.865/04 a partir da permissão constitucional concedida pela Emenda Constitucional nº
42/03, que alterou o art. 195 da CF.
Para se ter uma idéia do custo de uma importação, basta se observar como é calculado o ICMS:
ICMS = Alíquota do ICMS x (preço aduaneiro da mercadoria + seguro + frete internacional + II + IPI)
Donde se conclui que o IPI faz parte da base de cálculo do ICMS quando de importações.
b. Imposto de Exportação – IE
De natureza predominantemente extrafiscal, consiste na exportação, para o estrangeiro, de produto nacional
ou nacionalizado (mercadoria estrangeira importada a título definitivo). O produto de sua arrecadação
constituirá reserva monetária, a crédito do Banco Central do Brasil, a qual só poderá ser aplicada na forma
estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
O fato gerador é a saída do território nacional de produtos nacionais ou nacionalizados (art. 23 do CTN),
que se considera materializado, na prática, no momento da expedição da Guia de Exportação ou documento
equivalente (Decreto-Lei nº 1578/77). Não efetivada a exportação do produto, por qualquer motivo, a quantia
paga a título de imposto será restituída.
O sujeito passivo (contribuinte) do imposto é o exportador, assim entendido, qualquer pessoa que promova
a saída do produto do território nacional.
A alíquota do imposto é de 30%, facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou aumentá-la (art. 153, § 1º, da
CF e art. 26 do CTN), por decreto, para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. No
tocante à alteração das alíquotas, então, não é necessário obediência ao princípio da anterioridade (art. 150, §
1º). Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser superior a 150% (cinco vezes o percentual
estabelecido na lei).
A base de cálculo é o preço normal que o produto, seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma
venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pelo
Poder Executivo, mediante ato da CAMEX - Câmara de Comércio Exterior(MP 2.158-35/01). Não adianta,
portanto, maquiar o preço para enganar o fisco com a consignação de valores mais baixos que o normal na nota
fiscal.
A CF concede imunidade contra o IPI e o ICMS, respectivamente, aos produtos industrializados destinados
ao exterior (art. 153, § 3º, III, da Constituição Federal) e às operações que destinem mercadorias e serviços ao
exterior (art. 155, X, a, da CF).
c. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza – IR (art. 153, III, § 2º, da CF c/c os arts.
43 a 45 do CTN)
Imposto de natureza intrinsecamente fiscal e principal fonte de receita tributária da União. Se
considerarmos que é um imposto altamente vinculado aos princípios da igualdade e da capacidade contributiva,
podemos dizer que exerce uma função extrafiscal, ainda que secundária, promovendo alguma redistribuição de
renda ao cobrar mais de quem pode mais.
Conforme o art. 43 do Código Tributário Nacional, o fato gerador do IR é a aquisição da disponibilidade
econômica ou jurídica da renda e de proventos de qualquer natureza. Pela definição de Vitório Cassone, “renda
é a expressão jurídico-tributária consistente em acréscimo patrimonial, de caráter pessoal e cuja tributação deve
ser graduada segundo a capacidade do contribuinte”. Tais acréscimos patrimoniais podem ser derivados do
capital, do trabalho ou da combinação de ambos. Proventos são os acréscimos patrimoniais não compreendidos
no conceito de renda (ex.: aposentadorias, pensões, etc.).
A aquisição de disponibilidade econômica significa obter a posse de dinheiro ou bem nele conversível. A
aquisição de disponibilidade jurídica significa obter direito a um crédito. A simples aquisição da disponibilidade
jurídica já autoriza a tributação. Não é necessário aguardar até que a renda seja efetivamente recebida.
A base de cálculo do imposto é o montante real, arbitrado ou presumido da renda ou dos proventos
tributáveis (art. 44 do CTN). O imposto efetivamente devido pelo contribuinte é o resultado da aplicação das
alíquotas sobre a totalidade dos rendimentos dele e de seus dependentes, não importando a origem, menos as
deduções (encargos) admitidas em lei, até certo limite (ex.: dependentes, despesas com instrução,etc.).
Os contribuintes do IR são as pessoas físicas ou jurídicas titulares de renda ou provento de qualquer
natureza, sem prejuízo de a lei atribuir essa condição aos possuidores, a qualquer título, dos bens produtores do
provento ou da renda.
A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos a responsabilidade pela retenção e
recolhimento do IR (art. 45, parágrafo único, do CTN), que é o que normalmente acontece com o recolhimento
do imposto na fonte. Nesses casos, o contribuinte é aquele que aufere a renda ou os proventos, mas a fonte é a
responsável pelo recolhimento (art. 121, parágrafo único, II, do CTN). No final do ano o contribuinte,
entretanto, deve apresentar declaração de ajuste do IR quando então qualquer diferença a maior ou menor no
imposto será acertada.
Se não houver a lei fixado prazo diferente para a homologação do imposto declarado, será ele de cinco
anos, a contar da ocorrência do fato gerador. Expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha
pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito tributário (dívida
tributária do contribuinte), salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação (art. 150, § 4º, do
CTN).
As alíquotas são variáveis de acordo com o nível dos rendimentos do contribuinte (princípio da progressividade
e da capacidade contributiva). As alíquotas hoje em vigor, para pessoa física, são de 15% e 27,5%. A lei
estabelece ainda uma faixa de isenção, na qual inserem-se todos aqueles considerados de baixíssima capacidade
contributiva e que, portanto, merecem proteção adicional do Estado na garantia da mínima subsistência.
Pela MP n.º 340, de 29 de dezembro de 2006, que revogou a Lei nº 11.119, de 25 de maio de 2005, o
imposto de renda incidente sobre os rendimentos de pessoas físicas para o ano-calendário de 2007 será
calculado de acordo com a seguinte tabela progressiva mensal, em reais:
Parcela a Deduzir do
Base de Cálculo em R$ Alíquota %
Imposto em R$
Até 1.313,69 - -
Já o imposto de renda anual devido será calculado de acordo com tabela progressiva anual correspondente à
soma das tabelas progressivas mensais vigentes nos meses de cada ano-calendário.
Pode-se abater do imposto de renda a pagar as despesas com instrução do contribuinte e de seus
dependentes, efetuados a estabelecimentos de ensino, até o limite anual individual estabelecido pela MP
340/20067. .A MP permite, ainda, que seja feito um abatimento por dependente a título de despesas genéricas
com a manutenção deste8.
7
A MP 340/2006 , ao alterar a Lei n.º 9.250/95, estabelece este limite individual em R$ 2.480,66 (dois mil, quatrocentos e oitenta
reais e sessenta e seis centavos), para despesas com: educação infantil, compreendendo as creches e as pré-escolas; ensino
Independentemente do montante de rendimentos auferidos,o contribuinte poderá optar por desconto
simplificado, que substituirá todas as deduções admitidas na legislação ficando dispensado da comprovação da
despesa e a indicação de sua espécie. A dedução permitida corresponde a vinte por cento do valor dos
rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, limitada a um determinado valor especificado em lei9,
O imposto de renda das pessoas jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por
períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de
dezembro de cada ano-calendário(Lei n.º 9.430/96).A alíquota do imposto é de quinze por cento (Lei n.º
9.249/95 e 9.430/96). Em geral, a base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de 8 % sobre a receita bruta auferida mensalmente. Porém para algumas atividades
específicas estabelecida em lei esse percentual varia : 1,6 %, para a atividade de revenda, para consumo, de
combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; 16 %, para a atividade de prestação de
serviços de transporte, exceto o de carga (8%); 32%, para as atividades de: a) prestação de serviços em geral,
exceto a de serviços hospitalares;b)intermediação de negócios;c) administração, locação ou cessão de bens
imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria
creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber,
compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
Não incide o imposto também sobre aqueles elementos que, por disposição constitucional, sejam imunes:os
livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (art. 150, inciso VI, alínea d, da CF); os produtos
industrializados destinados ao exterior ( art. 153, § 3º, inciso III, da CF); o ouro, quando definido em lei como
fundamental; ensino médio; educação superior, compreendendo os cursos de graduação e de pós-graduação (mestrado, doutorado e
especialização); e educação profissional, compreendendo o ensino técnico e o tecnológico.
8
A MP 340/2006 ao alterar a Lei n.º 9.250/95 estabelece o abatimento em R$ 1.584,60 (um mil, quinhentos e oitenta e quatro reais e
sessenta centavos), por dependente.
9
A MP 340/2006 ao alterar a Lei n.º 9.250/95 estabeleceu este valor em R$ 11.669,72 (onze mil, seiscentos e sessenta e nove reais
e setenta e dois centavos).,
ativo financeiro ou instrumento cambial (art. 153, § 5º, da CF); e a energia elétrica, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais do País (art. 155, § 3º da CF).
A Constituição Federal estabelece que as alíquotas do IPI podem ser alteradas a qualquer tempo, por
decreto, pelo próprio Executivo (art. 153, § 1º, da CF),nos limites da lei.
O IPI é não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas
anteriores (art. 153, § 3º, da CF). O saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte,
transfere-se para o período ou períodos seguintes.
O lançamento do IPI é normalmente feito por homologação.Porém, se o sujeito passivo não tomar as
iniciativas para o lançamento ou as tomar em desacordo com o regulamento, o imposto será lançado de ofício
pela autoridade fazendária.
Contribuintes do IPI, nos termos do CTN e do seu decreto regulamentador, são : 1) o importador ou quem
a lei a ele equiparar; 2) o industrial ou quem a lei a ele equiparar; 3) o comerciante de produtos sujeitos ao
imposto, que os forneça a industriais ou a estes equiparados; e 4) o arrematante de produtos apreendidos ou
abandonados, levados a leilão; 5)o estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aos
produtos que dele saírem, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar;e 6) os
que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não sejam empresas
jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, quando alcançado pela
imunidade.
A lei n.º 11.196/05 estabeceu uma redução de 50% (cinqüenta por cento) do Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI incidente sobre equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos, bem como os
acessórios sobressalentes e ferramentas que acompanhem esses bens, destinados à pesquisa e ao
desenvolvimento tecnológico..
e. Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários
(Imposto sobre Operações Financeiras) – IOF
Ainda que arrecade a função primordial do IOF é extrafiscal. Ele é usado pelo Governo como instrumento
de intervenção nos setores de crédito, câmbio e seguro a fim de ajustá-los aos objetivos da política monetária.
São operações de crédito aquelas referentes a empréstimos, fianças, uso de cheque especial, etc. Não são
operações de crédito as movimentações da caderneta de poupança e da conta corrente, desde que, para esta, não
se esteja usando o cheque especial.
A exemplo do IPI o IOF não precisa atender ao princípio da anterioridade. Suas alíquotas podem ser
alteradas por decreto do executivo (dentro dos limites previstos em lei) e o imposto cobrado neste mesmo
exercício (art. 150, § 1º, da CF) em que ocorreram as alterações. Seu lançamento é feito por homologação.
O contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. No entanto, a
lei estabelece que são responsáveis pelo recolhimento do tributo as instituições de crédito, câmbio, seguro e as
autorizadas a operar na compra e venda de valores imobiliários.
Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de janeiro de 2006, os recolhimentos do Imposto
sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF serão
efetuados em prazos específicos estabelecidos no art. 70, inciso II da Lei n.º 11.196/05.
h. Impostos Extraordinários
A União pode instituí-los, por lei ordinária, na iminência ou no caso de guerra externa, estejam estes
compreendidos ou não em sua competência tributária. Neste caso, a Constituição (art. 150, § 1º) libera o
imposto extraordinário da observância do princípio da anterioridade e da necessidade de aguardar 90 dias da
data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, para sua cobrança. Cessadas as causas de
sua criação, eles serão suprimidos, gradativamente (art. 154, II, da CF).
Nos termos dos arts. 155 da CF, compete aos Estados e ao DF instituir os impostos a seguir relacionados:
a. Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos – ITCMD (art.
155, I, da CF)
Imposto de função fiscal, com nítido propósito arrecadatório. Conhecido como imposto sobre heranças e
doações, graciosas ou onerosas. A doação onerosa requer que o donatário atenda alguma exigência ou condição
para recebê-la (ex.: “Dou-lhe um carro do último tipo se lograres êxito no concurso”).
Anteriormente, esse imposto só incidia sobre a transmissão de bens imóveis e direitos a eles relativos (art.
35 do CTN, com redação superada). Com a CF/88 teve sua incidência ampliada e passou a se aplicar também à
transmissão de bens móveis e de quaisquer tipos de direitos.
Suas alíquotas máximas serão fixadas pelo Senado Federal (art. 155, § 1º, IV, da CF) não sendo permitidos
aos Estados e DF ultrapassá-las. O senado fixou a alíquota máxima em 8% (Resolução nº 9/92).
A base de cálculo do imposto é o valor venal (valor de venda de mercado) dos bens ou direitos
transmitidos.
Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei do estado tribu-
tante, podendo ser o herdeiro ou legatário ou sucessor, no caso de transmissão por morte. No caso de doações, a
lei estadual pode especificar o contribuinte como sendo o doador ou o donatário.
Sua função é predominantemente fiscal e, em alguns casos, é a maior fonte de recursos do Estado, portanto
imposto de grande interesse e importância e não raro causador de conflitos entre os entes tributantes. Daí a CF
estabelecer que resolução do Senado Federal estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações,
interestaduais e de exportação (Resolução nº 22/89), que variam de acordo com o destinatário da mercadoria.
Ademais, nessa linha, é facultado ao Senado, mediante resolução, estabelecer alíquotas mínimas nas operações
internas e fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse
de Estados. (art. 155, § 2º, IV, V, VI, VII e VIII, da CF)
Alguma extrafiscalidade deste imposto, entretanto, pode ser observada quando, por exemplo, o Estado
aplica alíquotas crescentes para consumos crescentes de energia elétrica indicando uma óbvia preocupação so-
cial.
A CF informa que o ICMS poderá ser seletivo, desta forma, variando suas alíquotas em razão em função da
essencialidade das mercadorias e dos serviços (art. 155, § 2º, III). Isto significa que produtos e serviços
considerados mais supérfluos poderão ser mais taxados.
O ICMS é um imposto não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores. Este direito ao crédito do imposto a compensar está condicionado à
idoneidade fiscal da documentação ou da firma emitente (art. 23 da Lei Complementar nº 87/96). A isenção ou
não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação, não implicará crédito para compensação com o
montante devido nas operações ou prestações seguintes e acarretará a anulação do crédito relativo às operações
anteriores.
Seu cálculo é feito por dentro, ou seja, o montante do ICMS (o montante do próprio imposto) integra a base
de cálculo deste (art. 13, § 1º, I, da Lei Complementar nº 87/96), constituindo o respectivo destaque (na nota
fiscal) mera indicação para fins de controle. O resultado é que, em todas a situações, o resultado do imposto a
pagar será maior que a simples aplicação da alíquota ao valor do produto ou serviço taxado.
O ICMS tem como fato gerador as operações (ainda que se iniciem no exterior) relativas à circulação de
mercadorias e as prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. O
serviços de comunicação precisam ser onerosos (pagos) para que o ICMS incida sobre eles (por isto, estão
excluídos os serviços prestados pelo rádio e pela televisão abertos, que são gratuitos). O fato gerador do ICMS
que estiver descrito nas leis estaduais ou do DF devem se circunscrever aos limites estabelecidos na CF e no
disposto no art. 12 da Lei Complementar nº 87/96. A Súmula nº 166 do STJ estabelece que: “Não constitui fato
gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadorias de um para outro estabelecimento do mesmo
contribuinte”.
O tema da incidência do ICMS é tratado na LC nº 87/96 e na CF. O art. 2º da referida lei complementar diz
que o ICMS incidirá sobre:
I – operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em
bares, restaurantes e estabelecimentos similares;
II – prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens,
mercadorias ou valores;
III – prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a
recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;
IV – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária
dos Municípios (serviços não tributados pelo ISS);
V – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao ISS, de competência dos
Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual;
VI – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que
não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade;
VII – sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;
VIII – sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à
comercialização ou à industrialização (vide item 324), decorrentes de operações interestaduais, cabendo o
imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente.
Especificamente a CF estabelece que incide o ICMS: a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados
do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja
a sua finalidade (consumo ou ativo fixo), assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto
ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço.
A CF determina, também, que, no caso de importação, o montante do imposto deve integrar também sua base
de cálculo (cálculo por dentro); b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com
serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios (sobre aquilo que não for abrangido pelo
ISS incide o ICMS). A Súmula nº 163 do STJ estabelecer que “o fornecimento de mercadorias com simultânea
prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a
incidir sobre o valor total da operação”. Daí concluir-se que o ICMS também se aplica a serviços, desde que não
tributados pelo ISS.
Quanto à questão da não incidência do imposto, verifica-se , por simples inspeção da CF e da LC nº 87/96, que
não incide o ICMS: a) sobre as operações que destinem mercadorias para o exterior, inclusive produtos
primários e produtos industrializados semi-elaborados, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior;
b) sobre as operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e
gasosos dele derivados, e energia elétrica. Entretanto, incidirá o imposto se os produtos não forem destinados à
comercialização ou industrialização (vide art. 2º da lei complementar); c) sobre o ouro, quando definido em lei
como ativo financeiro ou instrumento cambial; d) sobre as prestações de serviço de comunicação nas
modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita ; e)operações com livros,
jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;f) operações relativas a mercadorias que tenham sido ou
que se destinem a ser utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, de serviço de qualquer natureza
definido em lei complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios,
ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei complementar;g) operações de qualquer natureza de que decorra
a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie;h) operações
decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor em decorrência do
inadimplemento do devedor;i) operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem
arrendado ao arrendatário;e j) operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis
salvados de sinistro para companhias seguradoras.
É importante mencionar que o IPI não integrará a base de cálculo do ICMS quando a operação configure
fato gerador dos dois impostos, exceto quando se tratar de importações. Aí o IPI fará parte da base de cálculo.
Quanto ao ICMS Petróleo (art. 155, §4º, IV, c) suas alíquotas poderão ser reduzidas e restabelecidas para
aplicação no mesmo exercício financeiro, portanto sem necessidade de respeito ao princípio da anterioridade da
lei.Deve apenas aguardar o transcurso da noventena constitucional.
O ICMS, em regra, pertence ao Estado onde a operação se realizou, ainda que o destinatário da mercadoria
esteja em outro Estado, mas a CF determina que 25% do valor arrecadado será repassado aos Municípios do
Estado onde a operação se realizou (art. 158, IV e parágrafo único, da CF). Em caso de importação, o ICMS
pertence ao Estado onde se localiza o estabelecimento importador no qual ocorreu a entrada física. O
lançamento do ICMS é feito por homologação, nos termos do art. 150 do Código Tributário Nacional.
Nos termos do art. 156 da CF, compete aos Municípios e, cumulativamente, ao DF (art. 147 da CF) instituir
os impostos a seguir relacionados:
Quanto à progressividade do IPTU no tempo é necessário que se diga ainda que os artigos 182 e 183 da CF
relativos à Política Urbana foram regulamentados pela Lei 10.257/2001 (Estatuto das Cidades). Esta lei
estabeleceu que lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderia ser emitida de forma a
determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação destas obrigações. Em caso do não
cumprimento das condições e dos prazos10 previstos o Município fica autorizado a proceder à aplicação do
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da
alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos.
O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano não poderá exceder a duas vezes o valor referente ao ano
anterior, respeitada a alíquota máxima de 15% (quinze por cento).Caso as obrigações de parcelar, edificar ou
utilizar não estejam atendidas em 5 (cinco) anos, o Município manterá a cobrança por esta alíquota máxima
(15%), até que as obrigações sejam cumpridas. No entanto, após o decurso deste prazo, sem o adimplemento
das referidas obrigações, o Município está autorizado a qualquer momento a fazer uso de sua prerrogativa legal
de poder proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.Ou seja, além de
pagar a alíquota máxima o proprietário (ou o possuidor com ânimo de dono) corre o risco de ter sua
propriedade( ou posse) expropriada pelo poder público por desatendimento à sua função social.
Fato gerador
10
Estes prazos não poderão ser inferiores a: I - um ano, a partir da notificação, para que seja protocolado o projeto no órgão
municipal competente; II - dois anos, a partir da aprovação do projeto, para iniciar as obras do empreendimento.
Em empreendimentos de grande porte, em caráter excepcional, a lei municipal específica poderá prever a conclusão em etapas,
assegurando-se que o projeto aprovado compreenda o empreendimento como um todo
Apesar do art. 156, I, da CF falar apenas em propriedade, o fato gerador do IPTU é não só a propriedade,
mas o domínio útil (usufruir de coisa como se fosse sua mediante pagamento)( não se equivale à locação) e a
posse de bem imóvel, por natureza, que é próprio solo e seus acessórios, ou por acessão física, que são, por
exemplo, os edifícios, as construções, localizado na zona urbana do Município (art. 32 do CTN). Tanto o
domínio útil quanto a posse têm conteúdo econômico. Seus detentores, em que pesem não serem legítimos
proprietários, exercem alguns poderes inerentes ao domínio e à propriedade, como se donos fossem, como, por
exemplo, fazer cessão do domínio ou da posse a outrem, mediante pagamento.
Quanto à posse, mais especificamente, entendemos que só pode ser tributada por IPTU aquela que tenha
alguma possibilidade de se converter em propriedade
(ex.: como no caso do usucapião). Por isso, do invasor de imóvel público urbano não cabe a cobrança de IPTU,
posto que este imóvel não pode ser usucapido e o detentor da posse jamais será proprietário.
A locação não tem esse conteúdo econômico característicos do domínio útil e da posse, pois o locatário não
detém poderes inerentes ao domínio ou à propriedade. Por isso, a locação não é fato gerador do IPTU, não
havendo a obrigação legal do locador em saldá-lo. Não se pode ignorar, no entanto, que, de regra, os contratos
de locação atribuem essa responsabilidade de adimplemento ao locatário. Porém, o fisco não reconhece acordos
entre terceiros no tocante ao pagamento de tributos (art. 123 do CTN). Daí se o locatário não pagar para o fisco
municipal o devedor será o proprietário ou detentor do domínio ou posse. Resta ao locador, neste caso, fazer
frente ao tributo para não ser incluído em dívida ativa podendo até perder o imóvel. Contra o inquilino, resta-lhe
apenas a via judicial por conta de um descumprimento de um acordo contratual.
Para se coibir excessos por parte do poder público municipal quanto à delimitação do que é zona urbana, o
art. 32 da CTN estabelece que pelo menos dois melhoramentos, construídos ou mantidos pelo poder público,
dentre os cinco listados a seguir, têm de existir para que uma área seja tida como efetivamente urbana:
I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II – abastecimento de água;
III – sistema de esgotos sanitários;
IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel
considerado.
Contribuinte
De acordo com o art. 34 do Código Tributário Nacional, contribuinte é o proprietário do imóvel, o titular de
domínio útil ou seu possuidor a qualquer título, desde que essa posse tenha conteúdo econômico, o que exclui o
locatário, como já explicado.
A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel (valor de compra e venda a vista em condições
normais de mercado ). Na prática, esse valor é um valor provável, uma vez que acaba sendo estimado pelo
poder público, que não consegue realizar uma avaliação individual de cada imóvel. Nessa estimativa, não são
incluidos os bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel (art. 33, parágrafo único,
do CTN).
Por tudo isso, o lançamento acaba sendo feito de ofício, com base nos cadastros do Poder Público
Municipal. O CTN, porém, faculta ao contribuinte a contestação deste valor (art. 148).
b. Imposto sobre a Transmissão Onerosa Inter Vivos de Bens Imóveis e Direitos a eles Relativos – ITBI
Quanto a esse tributo, de natureza fiscal, a disposição constitucional de situá-lo na competência municipal
(art. 156, II) acabou por tornar sem efeito o art. 35 do Código Tributário Nacional que o considerava como de
competência estadual.
Fato Gerador
O fato gerador do ITBI é a transmissão inter vivos (entre os vivos), por ato oneroso, a qualquer título
(exceto doação, ainda que onerosa), de bens imóveis, por natureza ou por acessão física. Imóveis por natureza
são o solo com a sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos
pendentes, o espaço aéreo e o subsolo. Imóvel por acessão física é tudo quanto o homem incorporar
permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios, construções etc., de modo que não se
possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. O usucapião é forma originária de aquisição da
propriedade e, por isso, não está sujeito a cobrança de ITBI.
Afora as imunidades recíprocas com os entes públicos de outras esferas, algumas outras imunidades a esse
imposto são estabelecidas no § 2º do art. 156 da Constituição Federal. Desta forma, não incide o ITBI: sobre a
transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem
sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica,
salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos,
locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.
O contribuinte poderia ser tanto o vendedor como o comprador, mas a lei municipal normalmente considera
o comprador como contribuinte.
A base de cálculo do imposto é o valor venal do bem e o lançamento se faz por declaração do contribuinte.
Porém, se o fisco suspeitar que preço declarado esteja abaixo do valor venal, arbitrará novo valor (art. 148 do
CTN) e fará o lançamento de ofício.
c. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS (art. 156, III, da CF)
Imposto municipal de natureza fundamentalmente fiscal engloba serviços de qualquer natureza (desde que
não cobertos pelo ICMS), definidos em lei complementar.
Já anteriormente à CF/88, com o propósito de não deixar dúvidas quanto ao campo de tributação do ISS e
do ICMS (denominado ICM, à época), foi editado o Decreto-Lei nº 406/68, modificado pelo Decreto-Lei nº
834/69. O Decreto-Lei nº 406/68 continha a lista dos serviços tributáveis pelo ISS, a qual veio, mais tarde, a ser
ampliada e alterada pela LC nº 56/87. Essa nova lista vigorou até 2003, quando foi editada a LC nº 116/2003,
que instituiu novíssima lista, bem como revogou a LC nº 56/87 juntamente com alguns artigos dos decretos
mencionados.
Fato gerador
O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem
como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa à LC nº 116/2003, ainda que esses não se
constituam como atividade preponderante do prestador. Resumindo, só se pode cobrar ISS daqueles serviços
(físicos ou intelectuais) previstos na lista que acompanha a lei complementar e que não estejam compreendidos
na área do ICMS. Fica claro, então, que o ISS não poderá incidir sobre os serviços de transporte interestadual,
intermunicipal e de comunicação.
O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do
estabelecimento, no local do domicílio do prestador. A essa regra, entretanto, a LC nº 116/2003 estabelece
algumas exceções constantes do seu art. 3º. Define, ainda, a lei que estabelecimento prestador é o local onde o
contribuinte desenvolve a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure
unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial,
agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham
a ser utilizadas. Estas definições procuram afastar conflitos entre os municípios.
A repartição das receitas tributárias é um mecanismo previsto pela CF que permite que um ente político,
não obstante ter suas próprias receitas tributárias, participe das receitas tributárias de outros.
A lógica da repartição é que esta se dá sempre dos entes maiores (mais fortes) para os menores (mais
fracos), ou seja, da União para os Estados/DF e Municípios e dos Estados para os Municípios. Como
decorrência desta regra se observa que os impostos municipais (ISS, IPTU e ITBI) não são repartidos,
permanecendo integralmente nos Municípios.
O objetivo da repartição das receitas tributárias é o de amenizar as desigualdades regionais, com vistas a
promover o equilíbrio socioeconômico entre Estados e Municípios. Procura-se com isto, atender a um dos
objetivos fundamentais da república, que é o de erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais (art. 3º, III, da CF), e a um dos princípios gerais da ordem econômica, que é o
da busca da redução das desigualdades regionais e sociais (art. 170, VII, da CF).
A rigor somente receitas de impostos poderiam ser repartidas, vez que o imposto é tributo não vinculado a
nenhuma contraprestação estatal específica. A CF/88, porém, inova neste sentido e inclui na seção de repartição
de receitas tributárias a repartição da receita advinda da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
(CIDE) referente às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e
seus derivados e álcool combustível (conhecida como CIDE dos combustíveis). As contribuições, por sua vez,
são vinculadas e têm destinação específica.
Para maior clareza:
• são repartidos:
– alguns impostos federais (IR, IOF, ITR, IPI e impostos que forem criados com base na competência
residual da União); e
– alguns impostos estaduais (IPVA e ICMS);
– a CIDE dos combustíveis.
A CF, em regra, veda a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego das receitas tributárias objeto
de repartição, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (art. 160). Porém, esta vedação não é absoluta,
vez que ela permite que a União e os Estados condicionem a entrega de recursos:
I – ao pagamento de seus créditos, inclusive o devido a suas autarquias;
II – à aplicação anual, em ações e serviços públicos de saúde, pelos Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, de percentuais mínimos da receita recebida a título de repartição constitucional.
Participações Diretas
a) 100% do IR (União) sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos
pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem (art. 157, I, da
CF) (Ex.: IR retido na fonte quando do pagamento de salários aos servidores do Estado/DF);
b) 20% dos impostos inominados que vierem a ser criados com base na competência residual da União
(art. 157, II e 154, I, ambos da CF);
c) 30% do IOF (União) devido, na operação de origem, sobre o ouro quando este for definido em lei como
ativo financeiro ou instrumento cambial, para o Estado/DF ou Território de origem (art. 153, § 5º, I da CF)
Participações Indiretas
De forma indireta os Estados/DF recebem ainda receitas tributárias das seguintes fontes:
i) Fundo de Participação dos Estados/DF(FPE) (art. 159, I, a, da CF): este fundo é composto de 21,5 %
da arrecadação federal do IR e do IPI . Lembramos que o IR aqui considerado já está descontado do valor de IR
que o Estado recolheu, na fonte, e manteve em seus próprios cofres, oriundo do pagamento de rendimentos a
qualquer títulos (art. 157, I e art. 159, § 1º, ambos da CF). Ex.: desconto de IR na fonte dos salários pagos a
funcionários do Estado/DF.
A distribuição dos valores deste fundo aos Estados/DF é feita da seguinte forma, com base na LC nº 62/89:
I – 85% (oitenta e cinco por cento) às Unidades da Federação integrantes das regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste;
II – 15% (quinze por cento) às Unidades da Federação integrantes das regiões Sul e Sudeste.
O percentual a que cada Estado e o DF têm direito no valor distribuído para a região em que se encontram é
definido pelos coeficientes individuais constantes da LC nº 62/89. O Tribunal de Contas da União efetuará
o cálculo das quotas referentes ao Fundo de Participação dos Estados e DF e acompanhará, junto
aos órgãos competentes da União, a classificação das receitas que lhes dão origem
ii) Fundo compensatório de exportações de produtos industrializados (art. 159, II da CF): este fundo é
composto de 10% do IPI arrecadado pela União, que repassará a receita aos Estados e ao DF proporcionalmente
ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados de cada um, limitado a 20% do valor do
fundo(§2º), ou seja, se o fundo tiver R$ 100 milhões nenhum Estado ou o DF poderá receber mais de que R$ 20
milhões, ainda que suas exportações proporcionalmente lhe garantissem bem mais. Em casos assim, o
excedente deve ser repartido, proporcionalmente, com os outros Estados/DF. Do valor efetivamente recebido
pelos Estados/DF, porém, 25% devem ser destinados aos municípios (art. 159, § 3º, da CF);
iii) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE dos combustíveis) (art. 159, III e
§ 4º c/c art. 177, § 4º e II, c, da CF).
A Emenda Constitucional nº 44/2004, alterou a redação do art. 159 passando de 25% para 29% o montante
do produto da arrecadação da CIDE referente às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus
derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível que deverão ser repassados, na forma da Lei
nº 10.336/2001, aos Estados/DF para o financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. A partir
do exercício de 2005, os percentuais individuais de participação dos Estados e do Distrito Federal passaram a
ser calculados pelo Tribunal de Contas da União, com base nesta lei e nas estatísticas referentes ao ano
imediatamente anterior(art.161,parágrafo único da CF).
A CF estabelece, ainda, que, deste valor efetivamente recebido pelos Estados/DF, 25% serão destinados
aos seus municípios na forma da lei mencionada enquanto não for sancionada a lei especifica referida no art.
159, § 4º, da CF.
Participações Diretas
a) 100% do IR (União) sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos
pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem (art. 158, I, da
CF) (Ex.: IR retido na fonte quando do pagamento de salários aos servidores do Município);
b) 50% do ITR (União) relativamente aos imóveis nele situados. A partir da Emenda Constitucional nº 42,
de 19/12/2003, é possível que o Município fique com 100% da arrecadação desde que, na forma da lei, opte por
fiscalizar e arrecadar o tributo, e que esta opção não implique em redução do imposto ou qualquer outra forma
de renúncia fiscal (art. 158, II c/c art. 153, § 4º, III da CF);
c) 70% do IOF (União), devido na operação sobre o ouro quando este for definido em lei como ativo
financeiro ou instrumento cambial, para o Município de origem (art. 153, § 5º, II da CF);
d) 50% do IPVA (Estado) dos veículos licenciados no território do Município (art. 158, III, da CF);
e) 25% do ICMS (Estado) sendo que serão distribuídos aos municípios nas proporções de (art. 158, IV, da
CF):
– ¾, no mínimo, proporcionalmente, ao valor adicionado (agregado) ao tributo no território do município
(art. 158, IV, parágrafo único, I, da CF);
– até ¼, no máximo, na forma em que dispuser lei estadual (art. 158, IV, parágrafo único, II, da CF).
Participações Indiretas
De forma indireta os Municípios recebem ainda receitas tributárias das seguintes fontes:
i) Fundo de Participação dos Municípios (FPM) (art. 159, I, b, da CF): este fundo é composto por 22,5 %
da arrecadação federal do IR e do IPI . Lembramos que o IR aqui considerado já está descontado do valor de IR
que o Estado recolheu, na fonte, e manteve em seus próprios cofres, oriundo do pagamento de rendimentos a
qualquer título (ex.: desconto de IR na fonte dos salários pagos a funcionários do Municípios).
Do fundo serão atribuídos:
I – 10% (dez por cento) aos Municípios das Capitais dos Estados;e
II – 90% (noventa por cento) aos demais Municípios do País.
O montante referente ao item I, acima, Municípios das Capitais, será distribuído entre elas a partir de um
coeficiente individual de participação estabelecido no § 1º do art. 91 do CTN c/c art. 1º da LC nº 91/1997,
calculado considerando-se a população do Município e um fator representativo do inverso da renda per capita
do Estado em que se encontra o município.
Os demais Municípios (item II) terão seu coeficiente individual de participação definido em função do
número de habitantes do município, conforme estabelecido no § 2º do art. 91 do CTN c/c art. 4º da LC nº
91/1997.
O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes ao Fundo de Participação dos
Municipios e acompanhará, junto aos órgãos competentes da União, a classificação das receitas que lhes dão
origem
ii) Fundo compensatório de exportações de produtos industrializados: 25% do valor efetivamente
recebido pelos Estados/DF (art. 159, II, da CF) a título deste fundo devem ser encaminhados aos municípios
(art. 159, II, § 3º, da CF) para distribuição da seguinte forma:
– ¾, no mínimo, proporcionalmente, ao valor adicionado (agregado) ao tributo no território do município
(art. 158, IV, parágrafo único, I da CF);
– até ¼, no máximo, na forma em que dispuser lei estadual (art. 158, IV, parágrafo único, II da CF).
iii) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) (art. 159, III e § 4º c/c art. 177, § 4º, II,
c, da CF): A Emenda Constitucional nº 42, de 19/12/2003, estabeleceu que 25% do valor efetivamente recebido
por cada Estado e pelo DF a título desta CIDE, referente às atividades de importação ou comercialização de
petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível serão destinados aos seus
municípios para uso em financiamento de programas de infra-estrutura de transportes na forma do art. 1º-B da
Lei nº 10.336/2001, enquanto não for editada a lei específica citada no § 4º do art. 159 da CF. Os percentuais
individuais de participação dos Municípios são calculados pelo Tribunal de Contas da União na forma da lei.
c. Pertencem às Regiões
3% do produto da arrecadação do IPI mais o IR serão aplicados em programas de financiamento ao setor
produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter
regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste
a metade dos recursos destinados à região, na forma que a lei estabelecer (art. 159, I, c, da CF).
Após a ocorrência do fato gerador nasce a obrigação tributária, ou seja, instala-se uma obrigação do sujeito
passivo (contribuinte) para o sujeito ativo, qual seja a de pagar tributo. Neste ponto, entretanto, não se pode
ainda exigir o pagamento por falta da apuração do quanto é devido. Esta apuração é realizada pelo lançamento
do tributo, que torna líquida e certa a obrigação.
a. Constituição do crédito tributário
b. Lançamento
Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim
entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e,
sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
O lançamento é um procedimento administrativo vinculado, no sentido de que aquele que a lei determina
que o faça não pode optar por não fazê-lo. Não há discricionariedade do agente quanto a este tema.
Cabe à autoridade administrativa verificar se o fato concreto ocorrido realmente se configura em fato
gerador do tributo pela subsunção deste à hipótese de incidência, ou seja, o fato concreto tem que se encaixar
exatamente na descrição da hipótese de incidência descrita na lei, para que possa ser considerado fato gerador.
Em seguida, a autoridade determina a matéria tributável (base de cálculo), aplica a alíquota prevista na lei para
apurar o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e, ainda, se for o caso, apresenta a propositura
de penalidade cabível. Com isto considera-se efetuado o lançamento.
Como o fato gerador é elemento fundamental da obrigação tributária, o CTN dispõe que o lançamento
reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária e rege-se pela lei então vigente, ainda
que, posteriormente, modificada ou revogada (art. 144). Entretanto, aplica-se ao lançamento legislação posterior
ao fato gerador quando esta tenha: instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado
os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou
privilégios. Neste último caso, porém, a legislação não poderá ser aplicada se o efeito for o de atribuir
responsabilidade tributária a terceiros.
Não se aplica, também, a legislação posterior aos impostos lançados por períodos certos de tempo se a
respectiva lei fixar expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.
O lançamento considera-se finalizado (constituição definitiva do crédito tributário) com a notificação do
sujeito passivo. A partir daí, o lançamento só poderá ser modificado ou extinto, ou ter sua exigibilidade
suspensa ou excluída (art. 141 do CTN), unicamente nos casos previstos no art. 145 do CTN: I – impugnação do
sujeito passivo; II – recurso de ofício; III – iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos
no art. 149.
b.1.Modalidades de lançamento
O Código Tributário Nacional adota três modalidades de lançamento: o lançamento direto, o lançamento
misto e o lançamento por homologação.
O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro quando um ou outro, na forma
da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua
efetivação.
Se a autoridade administrativa detectar erros na declaração, não a devolverá para correção, mas fará a
retificação de ofício (§ 2º do art. 147). A retificação da declaração por iniciativa do declarante, quando vise a
reduzir ou excluir tributo, só será admissível mediante comprovação do erro em que se funde e antes de
notificado do lançamento (§ 1º do art. 147).
É pressuposto da Administração que as informações prestadas são fidedignas, porém sempre que houver
dúvida quanto à veracidade das declarações relativas ao valor ou ao preço de bens, direitos, serviços ou atos
jurídicos, o fisco pode desprezar a declaração apresentada e arbitrar o valor ou o preço, a menos que haja
contestação do sujeito passivo, quando, então, poderá ser oferecida uma avaliação contraditória, de natureza
administrativa ou judicial. O IR, no passado, já foi de lançamento misto ou por declaração, pois o contribuinte
era o encarregado de prestar as informações ao fisco que, por sua vez, de posse destas, calculava o valor a pagar
e efetuava o lançamento, notificando ao interessado.
O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever
de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida
autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
Esta modalidade de lançamento caracteriza-se pela antecipação do pagamento do tributo cujos cálculos são
feitos pelo sujeito passivo sem nenhuma participação do fisco. É o caso do IR atual, do ITR, do IPI e do ICMS
(nestes dois últimos o lançamento direto seria inviável) onde o fisco apenas recebe as informações do tributo
após este ter sido pago. Nestes casos o crédito tributário é extinto sob condição resolutória, ou seja, depende de
posterior homologação do lançamento. A homologação é o ato pelo qual a Administração consigna estar de
acordo com os cálculos e pagamentos efetuados e que, portanto, está definitivamente extinto o tributo, vez que o
pagamento antecipado foi considerado suficiente. Não homologado o pagamento antecipado, abre-se
oportunidade para lançamento de ofício para se receber a eventual diferença. Não é raro que se pague as cotas
do IR em um ano e ser, notificados, no ano seguinte, de que o valor do tributo era outro, maior. Neste caso
paga-se o valor correto descontado, é claro, o valor já pago, o qual será levado em consideração, inclusive, para
efeito de graduação da penalidade pecuniária, conforme preceitua o
§ 3º do art. 150 do CTN.
O CTN estabelece o prazo de homologação como sendo de 5 anos a contar da ocorrência do fato gerador,
podendo a lei ordinária do ente tributante, entretanto, dispor de outro prazo, que, entendemos, só poderá ser
menor, em face da natureza de lei complementar do código. Passado esse prazo sem que a Fazenda Pública se
tenha pronunciado, considera-se homologado tacitamente lançamento e definitivamente extinto o crédito, a não
ser que se comprove a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (§ 4º do art. 150).
Como a responsabilidade pela interpretação da legislação tributária é do sujeito passivo, uma forma de este
evitar penalidades é se utilizar da possibilidade de fazer consultas ao fisco, quando houver dúvidas.
Ao contrário do que ocorre no lançamento direto, os custos de arrecadação são sensivelmente reduzidos,
vez que a maior parte do trabalho fica por conta do particular. Esse fato faz com que haja uma simpatia dos
fiscos de todas as esferas por esse tipo de lançamento.
a. Moratória
Concedida por lei com o objetivo de, apenas, dilatar o prazo para o pagamento de um tributo (art. 97, VI, do
CTN). Pode ser concedida em caráter geral ou individual. Em caráter geral é concedida pela própria pessoa
jurídica competente para a instituição do tributo (art. 152, I, do CTN) ou pela União, que poderá concedê-la
quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Neste último caso, no
entanto, isto só será possível se a União conceder simultaneamente moratória quanto aos tributos de sua
competência e às obrigações de direito privado. Exemplifica isso sua aplicação para minimizar as situações
decorrentes de calamidade pública, hipótese em que sua aplicabilidade fica restrita à região atingida ou a
determinada classe ou categoria de sujeitos passivos. Em caráter individual, é concedida por despacho da
autoridade administrativa competente.
Em ambos os casos, em caráter geral ou individual, a lei concessiva de moratória sempre pode
circunscrever expressamente a sua aplicabilidade a determinada região do território da pessoa jurídica de direito
público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.
A lei para atender ao disposto no art. 153 do CTN deve especificar o prazo de duração do favor, o número
de prestações e seus vencimentos, as condições da concessão em caráter individual, inclusive as garantias, e os
tributos a que se aplica. No caso de concessão individual a própria autoridade administrativa define o parce-
lamento.
A moratória, salvo disposição legal em contrário, só abrange os créditos definitivamente constituídos à data
da lei ou do despacho concessivo, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente
notificado ao sujeito passivo (art. 154 do CTN).
A moratória não pode ser concedida nos casos onde houver dolo, fraude ou simulacão do sujeito passivo ou
de terceiro em benefício daquele.
f. Parcelamento
A possibilidade de suspensão do crédito tributário pelo parcelamento também foi incluída no art. 151 do
CTN pela LC nº 104/2001.
A referida lei complementar inseriu no CTN o art. 155-A que estabelece que o parcelamento será concedido
na forma e condição estabelecidas em lei específica não se excluindo a cobrança de juros e multas, a menos que
a lei estabeleça diferentemente. Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento o que estiver disposto no CTN
quanto à moratória.
A recente LC nº 118/2005 alterou o art. 155-A para estabelecer, ainda, que lei específica disporá sobre as
condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. Enquanto não existir
esta lei específica serão aplicadas as leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em
recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei
federal específica.
a. Pagamento
É o modo básico e mais comum de quitação de uma dívida tributária.Por ela se extingue o crédito tributário
mediante a entrega ao Estado de soma em dinheiro. No entanto não basta pagar, é preciso que este pagamento
seja feito em conformidade com o que dispõe a legislação tributária para que o crédito tributário seja
efetivamente extinto. Por isto, pela importância do pagamento em matéria tributária, o CTN dedica o art.157 ao
169 para regular o tema, estabelecendo entre outras coisas, que o pagamento deve ser feito na repartição
competente do domicílio do sujeito passivo, sempre que a legislação tributária for omissa a respeito e que o
pagamento da última parcela não implica presunção de quitação das prestações anteriores.
Salvo disposição legal em contrário, o pagamento deve ocorrer 30 dias após a data da notificação do sujeito
passivo (art. 160).
b. Compensação
No caso de duas pessoas serem, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra, as duas obrigações
extinguem-se até o montante em que puderem se compensar. O art. 170 do CTN, entretanto, condiciona esta
possibilidade, para o nível tributário, à existência de lei que autorize a compensação.
A Lei Complementar nº 104/2001, incluiu o art. 170-A no CTN que estabeleceu ser proibida a
compensação de tributo que esteja em contestação judicial pelo devedor, antes do trânsito em julgado da
decisão judicial.
A Lei nº 9.430/1996, com redação dada pela Lei
nº 10.637/2002, estabelece que “sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em
julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de
restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer
tributos e contribuições administrados por aquele Órgão”. Para o nível federal não há mais a obrigatoriedade de
que os tributos sejam da mesma espécie para poderem ser compensados.
c. Transação
A transação é a extinção de obrigações mediante concessões recíprocas. É possível para as questões
tributárias, mas está condicionada à existência de lei que a autorize. Necessariamente só será possível a
transação em questões tributárias onde haja litígios que possam ser terminados pela aplicação deste instituto
(art. 170 do CTN).
A transação, no entanto, na prática, é de rara aplicação no direito tributário.
d. Remissão
Remissão é o mesmo que perdão. Sua concessão significa que o crédito tributário extingue-se até o
montante remido. O art. 172 do CTN prescreve que a lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder,
por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:
I – à situação econômica do sujeito passivo;
II – ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto à matéria de fato;
III – à diminuta importância do crédito tributário;
VI – a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso;
V – a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
e. Prescrição e Decadência
Prescrição é a perda da possibilidade, por excesso do tempo, de se fazer uso de uma ação específica prevista
para o exercício de um direito. Admite suspensão e interrupção.
Decadência é conceituada como sendo a perda de um direito por não ter sido exercido dentro de
determinado prazo. É como se o direito em questão tivesse um tempo de existência permitido, após o qual
desapareceria. Esse tempo de vida não é objeto de suspensão nem interrupção, correndo continuamente, como
ocorre com o tempo de todos os seres vivos.
Decadência
No Direito Tributário, a decadência significa que se extingue o direito da Fazenda Pública de fazer o
lançamento do tributo para constituição do respectivo crédito tributário. Ainda que esteja evidente a ocorrência
do fato gerador da obrigação tributária, a inércia da Administração deixando decair seu direito ao lançamento a
impedirá de receber os tributos devidos, vez que não serão constituídos os respectivos créditos tributários.
Pelo o art. 173 do CTN o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após cinco
anos contados:
a) da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação ao sujeito passivo,
de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento;
b) do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
c) da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento
anteriormente efetuado.
Nos tributos de lançamentos por homologação, o prazo decadencial de cinco anos conta-se a partir da
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária (§ 4º do art. 150 do CTN).
Prescrição
No caso de o fisco ter, dentro do prazo, constituído definitivamente o crédito tributário pelo lançamento e a
necessária notificação ao sujeito passivo, começa a correr o prazo prescricional de cinco anos para a respectiva
ação de cobrança (art. 174 do CTN, alterado pela LC nº 118/2005). Esse prazo não é absoluto podendo ser
interrompido, ou seja, podendo recomeçar nas seguintes situações ainda que falte somente um dia para se
esgotar o prazo inicial de cinco anos:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
II – pelo protesto judicial;
III – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo
devedor.
No caso do item I a hipótese prevista é decorrente do que estabelece a LC nº 118/2005 ao alterar o art. 174
em substituição à redação anterior que requeria a citação pessoal do devedor para que houvesse a interrupção. A
medida foi necessária uma vez que era comum ao devedor usar de subterfúgios para não ser citado e garantir a
prescrição.
Se o Fisco não efetuar o lançamento no prazo determinado e, portanto, decair deste direito, não há que se
falar em prescrição do direito de ação vez que este direito só existiria se o lançamento houvesse sido feito.
A importância do crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:
I – de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade,
ou ao cumprimento de obrigação acessória;
II – de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento
legal;
III – de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um
mesmo fato gerador.
Se o resultado da ação for favorável ao sujeito passivo (autor), converte-se o depósito em renda(o dinheiro
fica disponível para saque) em favor do Fisco e considera-se extinto o crédito tributário. Se a decisão for
favorável ao Fisco, o depósito se converte em renda para o sujeito passivo que reaverá a posse do dinheiro, sem
a extinção do crédito pleiteada.
O CTN estabelece duas formas para que a exclusão do crédito tributário se opere: pela isenção ou pela
anistia. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da
obrigação principal (Ex.: a pessoa isenta do pagamento do IR precisa apresentar a declaração de isento).
a. Isenção
Isenção é a dispensa do tributo devido, feita por expressa disposição de lei. Para Walter Barbosa Corrêa11 o
crédito tributário nem chega a ser constituído quando a lei isenta de tributação determinado fato gerador.Já para
Vitório Cassone12 para que a isenção possa ser aplicada na prática é preciso, primeiramente, que o tributo se
constitua em crédito tributário por meio do lançamento. Somente a partir daí, de sua existência, é que o crédito
tributário pode ser excluído mediante isenção. .
Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva às taxas e às contribuições de melhoria e
aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. A lei deverá especificar as condições e requisitos
exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo o caso, o prazo de sua duração.
Com o advento da Constituição Federal de 1988 ficou vedado à União conceder isenções de tributos da
competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (art. 151,III da CF). Estas isenções eram
conhecidas como isenções heterônomas ou heterotópicas. Daí, atualmente, só pode conceder a isenção aquele
ente político que tenha a competência para instituição do tributo a ser isento (Ex.: a união não pode isentar
ninguém do IPTU, uma vez que é imposto de competência municipal e não federal).Há, na doutrina, quem
advogue que a vedação veiculada no art. 151, III da CF, dirige-se, apenas, à União, enquanto pessoa jurídica de
direito interno e não à União como pessoa jurídica de direito internacional. Se se entender que a vedação se
aplica somente ao primeiro caso, ficaria livre a União para instituir isenções de tributos de outros entes
políticos(Estados, Df e Municípios) no bojo de tratados internacionais. Nos dizeres de Daniela Ribeiro de
Gusmão não podem ser alvos da vedação de isenção heterônoma “ os atos celebrados pela União, enquanto
representante da República Federativa do Brasil, no plano externo das relações internacionaispois seus atos
celebrados pela União, enquanto representante da República Federativa do Brasil, no plano externo das relações
internacionais”13.
11
Comentários ao Código Tributário Nacional, 1a ed., São Paulo, Ed. Saraiva, 1998,Volume II, p. 432-433
12
Direito Tributário, 15a ed., São Paulo, Ed. Atlas, 2003, p.136
13
A concessão pela União de isenções relativas a tributos estaduais e municipais. Possibilidade no âmbito dos tratados
internacionais . Teresina, ano 3, n. 27, dez. 1998. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1304>.
Acesso em: 23 out. 2006
De nossa parte entendemos que a vedação é absoluta e impede que a União conceda isenções heterônomas
ou heterotopicas, como se escolha denomina-las, ainda que em sede de tratados internacionais.
Exceto quando concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, a isenção pode ser
revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o princípio da anterioridade da lei (art. 178 do
CTN).
A isenção pode ser concedida em caráter geral ou específico. Neste último caso, a isenção dependerá, em
cada caso, de despacho da autoridade administrativa, que a concederá, vinculadamente, desde que o requerente
faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei (art. 179 do
CTN). Poderá ainda ser concedida a determinada região do território da entidade tributante, em função de
condições a ela peculiares.
A concessão do benefício não gera direito adquirido, podendo ser revogada de ofício com imposição da
penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele (art.
179, § 2º c/c art. 155).
Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os
dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou à renda, que extingam ou reduzam isenções,
salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte (art. 104 do CTN).
b. Anistia
No Direito Tributário, a anistia exclui apenas a penalidade pecuniária (ex.: multa). O crédito tributário
oriundo da obrigação principal, ou seja, o tributo propriamente dito só será perdoado em caso de remissão e
nunca de anistia. É comum que a mídia confunda os dois institutos generalizando todo perdão tributário,
independentemente de sua abrangência, como anistia.
A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede e
não se aplica aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício
daquele(art 180, I, do CTN). Não cabe também anistia nos casos de infrações resultantes de conluio entre duas
ou mais pessoas naturais ou jurídicas, a menos que a lei explicitamente estenda a anistia a esses casos (art. 180,
II, do CTN).
A anistia, conforme o art. 181 do CTN, pode ser concedida:
I – em caráter geral; e
II – limitadamente:
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com
penalidades de outra natureza;
c) à determinada região do território da entidade tributante, em função de condição a ela peculiar;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder ou cuja fixação seja
atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.
A anistia quando concedida limitadamente dependerá da avaliação, caso a caso, da autoridade
administrativa que a concederá, vinculadamente, sempre que o requerente atenda aos requisitos estabelecidos na
lei (art. 182 do CTN).
A exemplo do que ocorre com a isenção em caráter individual, a concessão do benefício não gera direito
adquirido, posto que poderá ser revogado de ofício com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou
simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele(art. 182, parágrafo único c/c art. 155).
Entendemos, entretanto, que tanto no caso da isenção individual como da anistia limitada seria mais correto
a anulação destas em vez de revogação. A revogação pura e simples garantiria ao infrator o gozo das vantagens
usufruídas até a data da revogação, pois se operaria apenas dali em diante. Já a anulação estenderia seus efeitos
ao momento da concessão do benefício e retiraria do infrator desde o início (ab initio) qualquer possibilidade de
ser favorecido por sua própria torpeza. Entenda-se infrator aquele que atendeu às condições legais mediante
fraude, dolo ou simulação.
As garantias são os meios (meios assecuratórios da cobrança) de que dispõe a Fazenda Pública para receber
seus créditos tributários. Já os privilégios significam a prioridade que a lei concede ao recebimento dos créditos
tributários em relação a outros créditos gerais, excetuados os créditos de natureza trabalhista e acidentária do
trabalho que antecedem a todos.
Garantias
O art. 183 estabelece que as garantias descritas no CTN não são numerus clausus, ou seja, não são as únicas
possíveis. A legislação tributária poderá enumerar outras dependendo da natureza ou das características de cada
tributo, sem que isso importe em alterar sua natureza ou a da obrigação tributária a que se refere.
Adicionalmente, a natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste nem a
natureza da obrigação tributária a que corresponda (principal ou acessória).
Dispõe o art. 184: “Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em
lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de
inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados
unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.” Os bens absolutamente impen-
horáveis são aqueles constantes do art. 649 do CPC e da Lei nº 8.009/1990.
O art. 185, alterado pela LC 118/2005, estabelece que se supõe fraudulenta a alienação ou oneração de bens
ou rendas por sujeito passivo em débito de tributo para com a Fazenda Pública regularmente inscrito como
dívida ativa. Isso, no entanto, não se aplica no caso de o devedor reservar bens ou rendas suficientes para o
pagamento total da dívida ativa inscrita.
A LC 118/2005 incluiu no CTN o art. 185-A a seguir:
Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no
prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens
e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que
promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às
autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas
atribuições, façam cumprir a ordem judicial.
Deve ficar claro que a indisponibilidade citada limita-se ao valor total exigível. Qualquer bem ou valor
acima deste limite deverá, por ordem do juiz, voltar a ficar disponível.
Cabe aos órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação enviar imediatamente ao juízo a relação
discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade tiverem promovido.
O CTN coloca, ainda, à disposição do fisco alguns mecanismos para que este possa assegurar a cobrança de
seus créditos. O art. 191, por exemplo, exige a quitação comprovada de todos os tributos como condição para a
concessão da concordata, bem como para a extinção das obrigações do falido. Nessa mesma linha, a emissão de
sentença relativa à partilha ou adjudicação de bens, também, fica dependente da apresentação de prova de
quitação dos tributos relativos aos bens do espólio, ou a suas rendas (art. 192).
E, por último, o art. 193, que estabelece que, salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum
departamento da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou sua
autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que o contratante ou proponente
faça prova de quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo
exercício contrata ou concorre.
Preferências
Pelo disposto no o art. 186 do CTN, com a redação dada pela LC 118/2005, o crédito tributário prefere a
qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da
legislação do trabalho ou do acidente de trabalho, em respeito à sua natureza social e alimentar.Na falência, no
entanto, o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição,
nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado. A cobrança
judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação
judicial, concordata, inventário ou arrolamento.
Na falência , pelo art. 83 e 84 da Lei n.º 11.101/2005 (Nova Lei de Falências) que estabelecem a
classificação dos créditos no processo falimentar, o crédito tributário ocupa posição não muito
privilegiada.Considerando-se a validade da Súmula n.º 307 do STJ que dispõe que “a restituição de
adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser atendida antes de qualquer crédito” tem-se , nos
dizeres de Roberto Luchesi a seguinte classificação de crédito : “ 1) crédito decorrente de contrato de câmbio,
através de pedido de restituição, sem qualquer limitação de valor: 2) crédito extraconcursal14 por fornecimento
de produtos e/ou por concessão de crédito, sem qualquer limitação; 3) crédito trabalhista, até o valor equivalente
a 150 salários mínimos e crédito em razão de acidente de trabalho, sem qualquer limitação; 4) crédito com
garantia real, até o valor do bem oferecido em garantia; 5) créditos tributários, inclusive das autarquias, sem
qualquer limitação; 6) crédito com privilégio especial; 7) crédito com privilégio geral; 8) créditos
quirografários, onde se enquadram, entre outros, o crédito das instituições financeiras além do valor da garantia
real e o crédito trabalhista superior a 150 salários mínimos; 9) crédito subordinado.”15 Normalmente são os
bancos que exigem garantias reais, razão pela qual serão os maiores beneficiários em caso de falência do
devedor pois seus créditos terão prioridade aos do fisco, até o limite da garantia.. Agregariamos a essa ordem de
preferências, logo após os créditos extraconcursais, os pedidos de restituição. Isto porque não faz sentido os
bens objeto de arrendamento mercantil (leasing) ou da alienação fiduciária em garantia, serem arrecadados
como se fizessem parte do patrimônio do devedor falido. Na verdade o que o falido tem é a propriedade
resolúvel e a posse indireta dos bens. Enquanto não quitados os pagamentos dos respectivos contratos a
propriedade não lhe é definitiva.
Note-se ainda que, na falência, a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos
decorrentes da legislação do trabalho e a multa tributária preferirá apenas aos créditos subordinados.
O CTN prevê que a extinção das obrigações do falido e a concessão de recuperação judicial dependem da
apresentação da prova de quitação de todos os tributos 16(arts.191 e 191-A, com a redação da LC 118/2005). no
Já a lei 11.101/05 considera extinta as obrigações do falido quando : for efetuado o pagamento de todos os
créditos;for efetuado o pagamento de mais de 50% (cinqüenta por cento) dos créditos quirografários; houver
decorrido 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, ou 10 (dez) anos, se o falido tiver sido
condenado por prática de crime previsto nesta Lei.A extinção das obrigações do falido é decretada em sentença
judicial que será comunicada a todas as pessoas e entidades anteriormente informadas da decretação da
falência.A extinção será decretada mediante sentença judicial que considerará o disposto em ambas as leis..
O art. 187 do CTN (com redação da LC 118/2005) estabelece que a cobrança judicial do crédito tributário
não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou
arrolamento.Isto significa dizer que a Fazenda Pública, ainda que só vá receber seus créditos na seqüência
estabelecida na lei, não precisa se habilitar como credora nos processos judiciais que são instaurados no caso de
falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento .Não precisará passar pelo itinerário legal
requerido de todos os outros tipos de credores. Basta a promoção de ação de execução fiscal autônoma a
qualquer tempo e isto já servirá para estabelecer seu lugar na fila das preferências. Caso a execução fiscal tenha
sido promovida antes da decretação da falência a execução prossegue e o dinheiro obtido com a venda dos bens
será juntado ao monte da monte da massa falida para distribuição na ordem legal, conforme jurisprudência
recente17 .
14
Lei n.º 11.101/05: “Art. 84 São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso
do processo de falência (art. 188), ou seja, decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial,
inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços. A lei de falências considera como créditos
extraconcursais na seguinte ordem de pagamento a seguir, os relativos a: I – remunerações devidas ao administrador judicial
e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços
prestados após a decretação da falência; II – quantias fornecidas à massa pelos credores; III – despesas com arrecadação,
administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;IV – custas
judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida;V – obrigações resultantes de atos
jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência,
e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta
Lei”.
15
A Nova Lei de Falências e a Súmula 307 do STJ,disponível em http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6721acess,
acessado em 20.10.2006
16
Evidentemente a quitação não se dará apenas pelo pagamento, haja vista as demais formas de extinção da obrigação
tributária constante do art. 156 do CTN.
17
Este entendimento está expresso na ementa do leading case julgado pela Corte Especial do STJ no REsp 188.148-RS,
relator Ministro Humberto Gomes de Barros, cuja ementa é a seguinte: PROCESSUAL - EXECUÇÃO FISCAL - MASSA
Quando chegar a vez da Fazenda Pública receber seus tributos terá que ser obedecido o seguinte concurso
de preferência entre as entidades políticas tributantes, na seguinte ordem:
a) A União seguida de suas autarquias;
b) Os Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata;
c) Os Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata.
Em outras palavras, a União recebe seus créditos tributários em primeiro lugar; em havendo sobra, os
Estados e o DF recebem por rateio, proporcionalmente ao crédito de cada um; se ainda houver sobra os
Municípios recebem por rateio, proporcionalmente ao crédito tributário de cada um deles.
São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros
encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio,
exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento (art. 189).
Os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação
judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação, são pagos preferencialmente a quaisquer outros
(art. 190).
É vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão
do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o
estado de seus negócios ou atividades. Essa regra, entretanto, não é absoluta. Informações poderão ser
permutadas mutuamente entre a Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, mediante lei ou convênio. Também serão fornecidas informações por requisição de autoridade
judiciária no interesse da justiça e por solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração
Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade
respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração
administrativa. Adicionalmente, o CTN (art. 198) dispõe que não é vedada a divulgação de informações
referentes a: representações fiscais para fins penais, inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública e
parcelamento ou moratória. Por último, lembra-se ainda que a Fazenda Pública da União, na forma estabelecida
em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da
arrecadação e da fiscalização de tributos.
Nos termos do art. 11, §3º da Lei 9.311/96 a Secretaria da Receita Federal resguardará, na forma da legislação
aplicável à matéria, o sigilo das informações prestadas, facultada sua utilização para instaurar procedimento
administrativo tendente a verificar a existência de crédito tributário relativo a impostos e contribuições e para
lançamento, no âmbito do procedimento fiscal, do crédito tributário porventura existente, observado o disposto
no art. 42 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e alterações posteriores.
A elisão é a possibilidade de, por meio de um planejamento tributário, antes de ocorrido o fato gerador, se obter
uma menor carga tributária. O sujeito passivo, conhecedor da hipótese de incidência descrita na lei, planeja sua
atuação econômica de modo que esta não enseje a ocorrência de fatos que possam ser classificados como fatos
geradores de um determinado tributo.
O CTN, no entanto, combate a prática da elisão uma vez que esta milita no sentido de diminuição da
arrecadação. Nesse sentido, a Lei Complementar n° 104/2001 incluiu um parágrafo único no artigo 116 do
CTN, conhecido como dispositivo anti-elisão, com a seguinte redação:
"Art. 116...
Parágrafo único. A autoridade administrativa poder desconsiderar atos ou negócios jurídicos com a
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da
obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária."
Ainda que o parágrafo seja novo não é nova a obrigação da Administração de estar sempre atenta a fraudes ou
más-fés que possam ocorrer em desfavor da arrecadação. O art. 149 do CTN já estatuía que o lançamento
deveria ser efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa sempre que se comprovasse que o sujeito
passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação.
Grande subjetividade reside na questão da determinação da existência de simulação. Estamos convictos ser
direito do contribuinte buscar na realização de seus negócios aqueles caminhos legalmente aceitos que lhe
possibilitem menor custo tributário. Por esta razão, é preciso que o administrado esteja vigilante para não
permitir que a Administração no intuito de aumentar a arrecadação, vá ampliando e particularizando sua
interpretação quanto ao que é ou não simulação.
Entendemos, portanto, que o parágrafo único em tela, ao explicitar a dissimulação, tende a atingir somente
os atos ilícitos, como já o fazia o mencionado art. 149, e não aqueles decorrentes de um planejamento tributário
lícito, que defendemos, que leve à elisão do tributo.
EXERCÍCIOS
2. O Código Tributário Nacional, tratando da responsabilidade solidária de terceiros, qualifica como sujeito
passivo algumas pessoas que se encontram indiretamente relacionadas com a obrigação tributária, entre
outras,
a) os procuradores, pelos tributos devidos pelos administradores.
b) os serventuários da justiça, por todos os tributos devidos pelas partes.
c) o comissário, pelos tributos devidos pelo concordatário.
d) os tutores, pelos tributos devidos pelos curatelados.
e) os pais, pelos tributos devidos pelos filhos.
4. Em matéria tributária, não se consideram normas complementares das leis e dos decretos
a) os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
b) as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas.
c) as decisões dos órgãos singulares e coletivos de jurisdição administrativa a que a lei atribua eficácia
normativa.
d) os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas.
e) as convenções internacionais que versem sobre impostos e relações jurídicas a eles pertinentes.
7. O art. 108 do CNT determina que a autoridade competente na ausência da Lei adote sucessivamente
a) a Lei, Constituição Federal, Emendas Constitucionais, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Medidas
Provisórias, Resoluções, Tratados e Convenções Internacionais.
b) a jurisprudência, uso e costume, a doutrina.
c) as Normas Complementares e Decretos.
d) a analogia, os princípios gerais do direito tributário, os princípios gerais do direito público e a equidade.
e) estão corretas as alternativas b e c.
10. O art. 152 da CF estabelece que é vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer
diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, em razão de sua precedência ou destino.
Essa disposição corresponde ao princípio da
a) vinculabilidade da tributação.
b) uniformidade geográfica.
c) não discriminação tributária.
d) imunidade tributária.
e) interdependência tributária.
11. O lançamento por homologação é feito, quase em sua totalidade, pelo contribuinte ou responsável, tendo
como principal característica o pagamento (ou restituição) do tributo antes do início de qualquer
procedimento por parte da autoridade administrativa. Assinale a alternativa que caracteriza esse lança-
mento.
a) Imposto sobre a Propriedade Predial e territorial Urbana – IPTU.
b) Contribuição de melhoria.
c) Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA.
d) Imposto de Renda – IR.
15. Quando o pagamento efetuado por um dos obrigados ao recolhimento de tributo devido, aproveita aos
demais obrigados na mesma relação jurídica tributária, ocorre:
a) responsabilidade tributária.
b) sujeição passiva tributária.
c) preferência tributária.
d) conversão da obrigação tributária acessória em principal.
e) solidariedade tributária.
16. Em matéria de Direito Tributário, podemos afirmar que é correta a seguinte assertiva:
a) As características jurídicas da obrigação tributária tornam-se relevantes para a constituição desse vínculo
obrigacional à livre manifestação da vontade dos sujeitos ativo e passivo.
b) O tributo é uma prestação pecuniária compulsória que não se constitui em sanção de ato ilícito, da
mesma forma que as multas e os preços públicos.
c) Os empréstimos compulsórios são da competência exclusiva da União, que pode instituí-los, por meio de
lei ordinária ou medida provisória, para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade
pública ou guerra externa.
d) O lançamento tributário é realizado mediante atividade administrativa discricionária, de acordo com
rigorosos critérios de conveniência e oportunidade fixados pela Fazenda Pública.
e) O estabelecimento de alíquota muito elevada, com o objetivo de desestimular a importação de produto
estrangeiro, visando a proteger a produção similar nacional, caracteriza medida tributária de natureza
extrafiscal.
17. Sabendo-se que o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário, por meio do lançamento,
extingue-se em cinco anos, esclareça abaixo assinalando a opção correta.
a) A hipótese aventada trata de prescrição e o prazo é contado a partir da ocorrência do fato gerador da
obrigação tributária.
b) Trata-se de decadência, sendo o prazo contado a partir da comunicação ao sujeito passivo.
c) No caso, cogita-se de remissão, forma de extinção do crédito tributário, e o prazo é contado a partir do
exercício seguinte.
d) Na hipótese, estamos nos referindo ao instituto da decadência, e o prazo é contado a partir do primeiro
dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
e) A ausência do ato administrativo de lançamento opera a prescrição do crédito tributário, contando-se o
prazo a partir do nascimento da obrigação tributária.
19. Tendo em vista a natureza e as características da dívida ativa tributária, assinale abaixo a assertiva correta.
a) Goza da presunção de certeza e liquidez de forma absoluta.
b) Tem o efeito de prova pré-constituída.
c) Desfruta apenas da presunção juris tantum de liquidez.
d) Goza da presunção de certeza e liquidez, a qual não pode ser ilidida por nenhuma espécie de
prova.
e) A liquidez do crédito tributário inscrito em dívida ativa fica excluída em decorrência da fluência de juros
de mora.
20. (Vunesp/BNDES) Lei Complementar da União instituiu Empréstimo Compulsório com o objetivo de
absorver, temporariamente, o poder aquisitivo da população, devido ao processo inflacionário. Esse
empréstimo compulsório
a) é constitucional, pois a matéria é urgente e de relevante interesse nacional.
b) é constitucional, por haver sido instituído por Lei Complementar Federal.
c) é inconstitucional, por não corresponder às hipóteses constitucionais do empréstimo compulsório.
d) é constitucional, todavia, em qualquer hipótese, deverá obedecer ao princípio da anterioridade tributária.
e) é constitucional, contudo, em virtude de sua relevância, não obedece ao princípio da anterioridade
tributária.
21. (Vunesp/BNDES) Embora devidamente constituído, o crédito tributário tem sua exigibilidade suspensa em
razão de
a) consignação em pagamento, anistia e remissão.
b) remissão, anistia e liminar em mandado de segurança.
c) liminar em ação cautelar, compensação e consignação em pagamento.
d) consignação em pagamento e liminar em mandado de segurança.
e) liminar em mandado de segurança e moratória.
22. (Vunesp/BNDES) Em relação à competência tributária residual, pode-se afirmar que
a) em qualquer hipótese só poderá ser utilizada pela União Federal, desde que mediante Lei Complementar.
b) em algumas hipóteses poderá ser utilizada pela União Federal, pelos Estados, pelo Distrito Federal e
pelos Municípios.
c) em algumas hipóteses poderá ser utilizada pelos Estados e pelo Distrito Federal, desde que haja Lei
Complementar autorizativa.
d) em algumas hipóteses poderá ser utilizada tanto pela União como pelos Estados.
e) poderá ser utilizada pelos Estados para a instituição de outros tributos não previstos em sua competência
privativa.
23- (Esaf) A Constituição da República veda a cobrança de tributos no mesmo exercício fi nanceiro em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Trata-se do princípio da anterioridade tributária, que, contudo,
encontra na própria Constituição algumas exceções. Assinale, a seguir, a modalidade tributária em que só pode
ser exigido o tributo no exercício seguinte ao de sua instituição ou majoração:
a) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro,ou relativas a títulos ou valores mobiliários.
b) Imposto sobre produtos industrializados.
c) Empréstimo compulsório para atender a investimento público urgente e relevante.
d) Empréstimo compulsório por motivo de guerra externa ou de calamidade pública.
e) Imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.
24 -(Esaf)-Consoante o caput do art. 186 do Código Tributário Nacional,o crédito tributário prefere a qualquer
outro, seja qual for a natureza ou o tempo da sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação
do trabalho ou do acidente de trabalho. Entretanto, por força de alteração legislativa havida recentemente no
referido artigo, e de súmula editada pelo Superior Tribunal de Justiça, pode-se afi rmar que, na falência, o
crédito tributário:
a) Prefere aos créditos com garantia real, no limite do bem gravado.
b) Para que possam preferir ao crédito tributário, os créditos decorrentes da legislação do trabalho serão
limitados à quantia equivalente a 100 (cem) salários-mínimos.
c) A cobrança judicial do crédito tributário é sujeita a habilitação em processo de falência.
d) Não prefere à restituição de adiantamento de contrato de câmbio, que deve ser atendida antes de qualquer
crédito.
e) A multa tributária não prefere aos créditos subordinados.
25-(Esaf)- Sobre o pagamento indevido de tributos é correto afirmar-se,de acordo com o Código Tributário
Nacional, que:
a) a reforma, a anulação, a revogação ou a rescisão de decisão condenatória, à vista da qual se tenha efetuado o
recolhimento, afi nal tido por indevido também podem ensejar a restituição.
b) a restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro,
será feita a quem comprove ter efetuado o pagamento indevido, tenha ele ou não assumido o referido encargo
financeiro.
c) ao falar de sujeito passivo, está a referir-se ao obrigado que o seja na condição de contribuinte, não àquela em
que ele tenha fi gurado como responsável.
d) para que haja o direito à restituição, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, é
necessária a prática do ato homologatório por parte da autoridade
fazendária.
e) o sujeito passivo tem direito à restituição total ou parcial do tributo, recolhido indevidamente ou a maior do
que o devido, desde que comprove ter havido erro, de sua
parte, na interpretação da legislação aplicável ao caso.
26-(Esaf)- Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo
alterar as alíquotas do imposto sobre:
a) importação de produtos estrangeiros.
b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.
c) propriedade territorial rural.
d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários.
e) produtos industrializados.
27 -(Esaf)- Segundo a legislação própria, considera-se estrangeira(o) e, salvo disposição em contrário, pode,
sobre ela(e), incidir o imposto de importação (salvo se por outra razão seja
verifi cada sua não-incidência) :
a) mercadoria restituída pelo importador estrangeiro, por motivo de modificações na sistemática de importação
por parte do país importador.
b) mercadoria enviada em consignação e não vendida no exterior no prazo autorizado, quando retorna ao País.
c) produto devolvido do exterior por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição.
d) mercadoria nacional que retornar ao País.
e) produto estrangeiro em trânsito aduaneiro de passagem acidentalmente destruído no País.
28- (Esaf) Para os efeitos do imposto de renda, o __________percebido na alienação de bens imóveis
considera-se___________. Já a importância paga a título de aluguel, remetida, creditada, empregada ou
entregue ao contribuinte, produzido por bens imóveis é denominada
_________. Um(a) _________, na linguagem tributária, é o valor percebido independentemente de ser
produzido pelo capital ou o trabalho do contribuinte.
a) rendimento....rendimento de capital........ganho imobiliário....si necura
b) provento.......rendimento imobiliário.......provento predial....provento
c) rendimento....rendimento de capital.......ganho imobiliário....pre benda
d) ganho....ganho de capital.......rendimento de capital.... sine cura
e) ganho ....ganho de capital......rendimento de capital....pro vento
30 (Esaf)- Relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2002, foram isentas da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL):
a) as pessoas físicas que perceberam apenas rendimentos do trabalho.
b) as pessoas jurídicas que participarem do programa do primeiro emprego.
c) as pessoas jurídicas que aplicarem em títulos e valores mobiliários a favor de seus empregados.
d) as entidades fechadas de previdência complementar.
e) as organizações não governamentais dedicadas à proteção do meio ambiente.
32- A restituição de tributos, cujo encargo financeiro possa transferir-se, somente pode ser obtida se o------------
--------------provar que não o transferiu ou que está autorizado pelo------------------------. No caso do direito ao
creditamento do IPI, não se aplica esta regra, porque não se trata de -----------------------.
a) contribuinte .... fisco.... tributo indireto.
b) sujeito passivo .... sujeito ativo .... compensação.
c) sujeito passivo .... sujeito ativo .... restituição do
indevido.
d) contribuinte de direito .... contribuinte de fato .... repetição
de indébito.
e) responsável .... contribuinte .... repetição de indébito.
Gabarito
1. D
2. C
3. A
4. E
5. C
6. C
7. D
8. D
9. A
10. B
11. D
12. C
13. A
14. A
15. E
16. E
17. D
18. C
19. B
20. C
21. E
22. A
23. C
24. D
25. A
26. C
27. D
28. E
29. B
30. D
31. A
32. D
Julgue os itens a seguir marcando verdadeiro (V) ou Falso):
1) (F )
2) (F )
3) (V)
4) (V)
5) (V )
6) (F)
7) (F)
8) (F )
9) (F )
10) (F )
11) (F )
12) (V)
13) (V)
14) (V)
15) (V)
16) (F )
17) (V )
18) (V )
19) (F )
20) (F )
21) (V )
22) (E )
23) (E )
24) (V )
25) (F )
26) (V )
27) (F )
28) (V ).
29) (F )
30) (F )
31) (V )
32) (V )
33) (V )
34) (F )
35) (F )
36) (F )
37) (V )
38) (V )
39) (V )
40) (V )
41) (F )
42) (V )
43) (E )
44) (E )
45) (F )
46) (V )
47) (E )
48) (V )
49) (V )
50) (V )
51) (F )
52) (V )
53) (E )
54) (F )
55) (V )
56) (V ).
57) (V )
58) (F )
59) (V )
60) (F )
61) (F )
62) (F )
63) (F )
64) (F )
65) (F )
66) (V )
67) (F )
68) (F )
69) (F )
70) (F )
71) (V )
72) (V )
73) (F )
74) (V )
75) (V )
76) (F )
77) (F )
78) (F )
79) (V )
80) (V )
81) (F )
82) (F )
83) (V )
84) (V )
85) (F )
86) (F )
87) (F )
88) (F )
89) (F )
90) (V)
91) (F )
92) (F )
93) (F )
94) (V )
95) (F )
96) (V )
97) (E )
98) (F )
99) (V )
100) (V )
101) (F )
102) (V )
103) (V )
104) (F )
105) (F )
106) (F )
107) (V )
108) (F )
109) (F )
110) (F )
111) (F ).
112) (V )
113) (V )
114) (F )
115) (F )
116) (V )
117) (F )
118) (V )
119) (V )
120) (V )
121) (F )
122) (F )
123) (V )
124) (V )
125) (E )
126) (F )
127) (F )
128) (F )
129) (F )
130) (V )
131) (F )
132) (V )
133) (V )
134) (V )
135) (V )
136) (V )
137) (V )
138) (F )
139) (F )
140) (F )
141) (F )
142) (F )
143) (F )
144) (F )
145) (F )
146) (F )
147) (F )
148) (V )
149) (V )
150) (F )
151) (F )
152) (F )
153) (V )
154) (V )
155) (V )
156) (F )
157) (F )
158) (F )
159) (F )
160) (F )
161) (F )
162) (V )
163) (V )
164) (V )
165) (F )
166) (V )
167) (V )
168) (F )
169) (F )
170) (V )
171) (F )
172) (V )
173) (F )
174) (V )
175) (F )
176) (F )
177) (F )
178) (V )
179) (V )
180) (V )
181) (V )
182) (F )
183) (V )
184) (F )
185) (F )
186) (V )
187) (V )
188) (F )
189) (F )
190) (V )
191) (F )
192) (F )
193) (F )
194) (V )
195) (V )
196) (V )
197) (V )
198) (V )
199) (F )
200) (V )
201) (F )
202) (V )
203) (V )
204) (V )
205) (F )
206) (V )
207) ( F)
208) (V)
209) (V)
210) (F)
211) (V)
212) (V)
213) (V)
214) (F)
215) (V)
216) (V)
217) (V)
218) (F)
219) (F)
220) (V)
221) (F)
222) (V)
223) (F)
224) (V)
225) (F)
226) (V)
227) (V)
228) (V)
229) (V)
230) (F)
231) (V)
232) (F)
233) (F)
234) (F)
235) (F)
236) (F)
237) (F)
238) (F)
239) (V)
240) (V)
241) (F)
242) (F)
243) (V)
244) (F)
245) (V)
246) (F)
247) (F)
248) (V)
249) (F)
250) (V)
251) (F)
252) (V)
253) (V )
254) (V)
255) (F )
256) (F)
257) (F )
258) (V)
259) (F )
260) (V )
261) (V)
262) (F )
263) (V)
264) (F)
265) (F)
266) (F)
267) (V )
268) (V )
269) (V )