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A definição do corpus deste trabalho teve como objetivo reunir

projetos voltados para a publicação de livros e que apresentassem


diferenças nas propostas, nas práticas editoriais e nos suportes, mas
que estivessem relacionados ao mercado de edições independentes
no Brasil.

Como referências para as reflexões, foram utilizados conceitos de


Patrick Charaudeau (identidade social e identidade discursiva,
dispositivo e suporte) e de Dominique Maingueneau (a imagem do
autor e sua relação com as mudanças nos processos editoriais).
E que não fiquem dúvidas: interessada nos leitores de diferentes
perfis, a literatura marginal-periférica sempre teve as populações
marginalizadas como público-alvo definido. Não por acaso o
esquema de distribuição das revistas de literatura marginal
privilegiou as bancas localizadas em bairros pobres e o excedente
foi doado para escolas públicas, presídios e unidades de internação
de menores infratores. O lançamento do Selo Povo, com edições a
preços populares, é mais um esforço de aproximar-se desses
possíveis leitores, somando-se às dezenas de livros independentes,
saraus e blogs literários alimentados pela escrita periférica.
(NASCIMENTO, 2009)
O sujeito se constrói através de sua identidade discursiva, que, no
entanto, nada seria sem uma identidade social a partir da qual se
definir. (CHARAUDEAU, 2009, p. 9)

Jogando contra a massificação que domina e aliena cada vez mais


os assim chamados por eles de “excluídos sociais” e para nos
certificar de que o povo da periferia/favela/gueto tenha sua
colocação na história e não fique mais quinhentos anos jogado no
limbo cultural de um país que tem nojo de sua própria cultura, o
Caros Amigos/Literatura Marginal vem para representar a cultura
autêntica de um povo composto de minorias, mas em seu todo uma
maioria. (Caros Amigos/Literatura Marginal – Ato I, 2001 [sem
paginação])

Selo feito para livros de bolso, livros esses escritos por e para mãos
operárias, rebeldes, marginais, periféricas.
Bem vindo ao Selo Povo, feito pra você e pra todo mundo.
(Fragmentos do texto de quarta capa do livro “Cronista de um tempo
ruim”, de Ferréz, primeira publicação do Selo Povo, 2009)
O Clube de Autores é o primeiro site brasileiro que permite a
publicação gratuita de livros de forma 100% sob demanda. Em
outras palavras, você, autor, pode subir o seu livro, determinar
quanto deseja ganhar por venda e disponibilizá-lo na loja sem pagar
absolutamente nada por isso.
Uma vez lá, todo e qualquer usuário pode adquiri-lo via comércio
eletrônico.
Quando o livro é comprado, o pedido vai diretamente para a gráfica,
que imprime um a um, dá o acabamento final e despacha para o
comprador – sendo que o autor recebe os direitos autorais após
acumular-se um montante mínimo, de R$ 100,00.

Alguns números:
• mais de 8.000 títulos lançados;
• cerca de 60.000 exemplares vendidos nos últimos 12 meses;
• aproximadamente 15 títulos lançados por dia;
• aproximadamente 250.000 acessos mensais ao site.
Para ser plenamente auctor, é preciso ser reconhecido, ter uma
“imagem de auctor”. O grau desse “reconhecimento” varia com a
natureza dos terceiros implicados. Uma coletânea de poesias
publicada por conta do autor e da qual só a família e os amigos
próximos do produtor falam confere uma qualidade de “auctor” de
nível bem baixo; ao contrário, um ensaio publicado por um grande
editor, citado por diversas revistas de prestígio e que leva seu autor
a um programa de televisão, confere um forte coeficiente de
“auctoridade”. (MAINGUENEAU, 2010, p. 32)

Ora, nós nos encontramos hoje em uma fase de transição entre o


regime tradicional de dominação do impresso e um regime “digital”
em constante evolução. Desse ponto de vista um fenômeno
sintomático é o desenvolvimento fulgurante da autoedição nos EUA,
sob diversas formas: o autor pode se encarregar de tudo, da
fabricação à difusão, ou delegar uma parte do trabalho a uma
empresa que não tem muito mais a ver com um editor clássico.
(MAINGUENEAU, 2010, p. 45)
A KBR edita, publica e distribui seu livro, e também converte para os
formatos digitais disponíveis os livros já publicados. Qualidade
editorial é nosso nome do meio: somos a mais rápida, competente,
acessível e eficiente editora digital do país, uma editora às antigas
que publica nas mais avançadas mídias. Oferecemos ainda serviços
de consultoria e assessoria completa para a produção de livros
digitais, incluindo a conversão de títulos impressos, nas melhores
condições do mercado.

Nossos serviços incluem:


+ criação de capa
+ edição de textos
+ revisão ortográfica
+ tradução
+ conversão e output em todos os formatos
+ abertura e acompanhamento de conta na Kindle Store

Aceitamos todos os cartões de crédito.


Parcelamento em até 3 vezes sem juros.
O dispositivo é uma maneira de pensar a articulação entre vários
elementos que formam um conjunto estruturado, pela solidariedade
combinatória que os liga. Esses elementos são de ordem material,
mas localizados, agenciados, repartidos segundo uma rede
conceitual mais ou menos complexa. O dispositivo constitui o
ambiente, o quadro, o suporte fisco da mensagem, mas não se trata
de um simples vetor indiferente ao que veicula, ou de um meio de
transportar qualquer mensagem sem que esta se ressinta das
características do suporte. Todo dispositivo formata a mensagem e,
com isso, contribui para lhe conferir um sentido. (CHARAUDEAU,
2007, p. 104-105)

O ethos editorial, que é frequentemente negligenciado, embora


desempenhe um importante papel. É o ethos que vem da coleção
em que o livro é publicado, da qualidade do papel, da capa...
(MAINGUENEAU, 2010, p. 151)
A significação do elemento “edição” no termo “autoedição” não
corresponde mais à edição tradicional por conta do autor. Mas é
difícil interpretar tal fenômeno: trata-se de algo durável ou somente
de um acordo, em uma fase de transição, entre o regime tradicional
do impresso e um novo regime de autoralidade? (MAINGUENEAU,
2010, p. 45)

Referências:
CHARAUDEAU, P. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2007.
_____. Identidade social e identidade discursiva, o fundamento da
competência comunicacional. In : PIETROLUONGO, Márcia. (Org.) O trabalho
da tradução. Rio de Janeiro : Contra Capa, 2009.
MAINGUENEAU, D. Doze conceitos em análise do discurso. São Paulo:
Parábola Editorial, 2010.
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