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1. Definição de um conceito
1
DIMOULIS, Dimitri; MARTINS, Leonardo. Teoria Geral dos Direitos Fundamentais. 2ª tiragem. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. p.54.
2
HESSE apud BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 21ª edição. São Paulo: Malheiros,
2007. p.560.
3
ECHAVARRÍA apud SARLET, Ingo Wolfgang. A Eficácia dos Direitos Fundamentais. 8ª edição. Porto
Alegra: Livraria do Advogado, 2007. p.88.
É, portanto, evidente que uma conceituação meramente
formal, no sentido de serem direitos fundamentais
aqueles que como tais foram reconhecidos na
Constituição, revela sua insuficiência também para o
caso brasileiro, uma vez que a nossa Carta Magna, como
já referido, admite expressamente a existência de outros
direitos fundamentais que não os integrantes do catálogo
(Título II da CF), seja com assento na Constituição, seja
fora desta, além da circunstância de que tal conceituação
estritamente formal nada revela sobre o conteúdo (isto é,
a matéria propriamente dita) dos direitos fundamentais.4
(grifos nosso).
4
SARLET, Ingo Wolfgang. A Eficácia dos Direitos Fundamentais. 8ª edição. Porto Alegra: Livraria do
Advogado, 2007. p.89.
5
JUNIOR, Dirley da Cunha. Curso de Direito Constitucional. 2ª edição. Salvador: JusPODIVM, 2008.
p.521.
A fundamentalidade material é exigida dos direitos que não integram
o catálogo expresso. Para eles, a dignidade da pessoa humana é fonte do
conteúdo comum dos direitos fundamentais e critério legitimador do
reconhecimento de direitos fundamentais decorrentes, implícitos ou previstos
em tratados internacionais conforme a autorização (formal, é bom ressaltar) do
artigo 5º, §2º da Constituição Federal de 1988.
6
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de
Direito Constitucional. 2ª edição. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 237.
7
SCHIMITT apud BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 21ª edição. São Paulo:
Malheiros, 2007. p. 561.
8
SARLET, op. cit., p. 89.
Uma crítica pertinente a referida característica, serem os direitos
fundamentais ligados a idéia da dignidade da pessoa humana, consiste em
alegar que o conceito da dignidade é muito aberto. Assim, incidiria na crítica
formulada no início do trabalho, gerando uma definição inútil por ser muito
ampla, quando não tautológica. Mas, há que se admitir, a dignidade como
característica inerente da pessoa humana é algo que simplesmente existe.
9
Ibidem, p. 11.
10
CASTRO, Carlos Roberto Siqueira. A Constituição Aberta e os Direitos Fundamentais: ensaios sobre
o constitucionalismo pós-moderno e comunitário. Rio de Janeiro: Forense, 2003, p. 21.
“No qualitativo fundamentais acha-se a indicação de que
se trata de situações jurídicas sem as quais a pessoa
humana não se realiza, não convive e, às vezes, nem
mesmo sobrevive; fundamentais do homem no sentido de
que a todos, por igual, devem ser, não apenas
formalmente reconhecidos, mas concreta e materialmente
efetivados”.11
14
MENDES, op.cit., p.241.
15
DIMOULIS, op. cit., p 58.
16
DIMOULIS, op.cit. p.59.
17
SILVA, José Afonso da. op.cit, p.181.
Ora, o conceito de dignidade da pessoa humana também foi e ainda
é construído no tempo, variando de sociedade para sociedade.
1.4. Inalienabilidade/indisponibilidade
18
QUEIROZ, Cristina. Direitos Fundamentais Sociais: Questões Interpretativas e Limites de
Justiciabilidade. In Silva, Virgílio Afonso da (org.). Interpretação Constitucional. São Paulo: Malheiros,
2005.
19
MARTINS NETO, João dos Passos. Direitos Fundamentias. Conceito, função e tipos. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2003, p.94.
ninguém pode se despojar de sua dignidade não é possível dispor dos direitos
fundamentais. Nas palavras de Paulo Gonet, parafraseando Martínez Pujalte,
“da mesma forma que o homem não pode deixar de ser homem, não pode ser
livre para ter ou não dignidade, o que acarreta que o Direito não pode permitir
que o homem se prive da sua dignidade”20
Certamente não há como dispor da titularidade de um direito
fundamental. Porém, isto não impede que o exercício do direito fundamental
seja restringido, por decisão expressa do titular, em prol de interesse tolerado
pela ordem constitucional. Agora, esta disposição não pode ser irrevogável, ou
seja, não pode implicar a permanente inobservância do direito fundamental.
Conforme os dizeres de Martins Neto:
20
MENDES, op. cit., p. 243.
21
MARTINS NETO, op. cit, p. 95.
“um conjunto de faculdades e instituições que, e cada
momento histórico, concretizam as exigências de
dignidade, liberdade e igualdade humanas, as quais
devem ser reconhecidas positivamente pelos
ordenamentos jurídicos em nível nacional e
internacional”.22
Por fim, cabe ressaltar que não é da pretensão deste estudo criar
um inovador e completo conceito de direito fundamental. Acreditamos que o
estudo das características, como realizado, permite delinear bem o conteúdo
dos direitos fundamentais.
22
LUÑO apud TAVARES, Andre Ramos. Curso de Direito Constitucional. 5ª edição. São Paulo:
Saraiva, 2007. p. 433
23
PECES-BARBA apud idem, p.433.
24
JUNIOR, Dirley da Cunha. Curso de Direito Constitucional. 2ª edição. Salvador: JusPODIVM, 2008.
p.573
REFERÊNCIAS