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METODOLOGIA DO ENSINO

DO ATLETISMO:

SALTO COM VARA


Prof. Esp. José Ricardo de Assis Nunes
INTRODUÇÃO
Resgate Histórico:

- Os gregos utilizavam as varas para poder


passar por cima de touros bravos;
- Os celtas as usavam para provas em
extensão (uma espécie de salto em
distância com vara);
- A versão vertical só veio a partir de 1775
na Alemanha (competição de ginástica).
Evolução das varas:

- Madeiras (pesadas) (3,00 / 3,55 m);


- Bambu (mais leves mais compridas e
flexível) (4,00 / 5,10 m);
- Fibra de Vidro;
- Fibra de carbono /vidro (6,14 m de Bubka,
1994 e 4,82 m de Stracy, 2001)
Categorização do movimento:
 Grupo de provas:
- Saltos verticais
 Natureza do movimento:
- Técnico específico
 Riqueza motriz:
- Acíclico misto
 Sistema energético:
- Anaeróbio alático
Atividade competitiva
• Fatores determinantes/relevantes para o
rendimento:
- Características morfológicas:
a) Massa muscular média;
b) Estatura alta;
c) Membros longos (longilíneos)
- Capacidades físicas:
a) Condicionantes: força, velocidade,
flexibilidade e resistência.
b) Coordenativas: ritmo, agilidade,
coordenação e descontração.
Atividade para as aulas de Educação
Física:

- Importância pedagógica:
a) Porque ensinar?

b) Para que ensinar?

c) Como ensinar?
Conseguir a máxima Converter a velocidade
velocidade na corrida horizontal em impulso
e na subida vertical até onde
seja possível

Complexidade
da Prova

Somar a tudo isso um


Fazer tudo sem perder
poderoso impulso e lançar-se
o ritmo, sem tensão e
com força em um movimento
mantendo a unidade
que permita uma ascensão
da ação
máxima do corpo
SALTO COM VARA:

TÉCNICA
FASES DO SALTO COM VARA
FASE DA CORRIDA DE IMPULSÃO
Empunhadura e Posição da Vara

Objetivos: Minimizar os distúrbios da


corrida de aproximação e preparar a
apresentação e o encaixe da vara
Características Técnicas:

 As mãos devem estar separadas à distância dos


ombros. A mão direita está na parte superior da
vara;
 Os dois braços devem estar fletidos e a mão
direita próximo ao quadril;
Características Técnicas:

 A ponta inferior da vara deve estar mais baixa


que a altura da cabeça;
 O cotovelo do braço esquerdo deve apontar para
o lado;
 O tronco deve estar ereto.
FASE DA APRESENTAÇÃO E ENCAIXE
DA VARA

Objetivo: Posicionar a vara preparando


a impulsão, enquanto se tenta
minimizar a perda de velocidade.
Características Técnicas:

 Ponta da vara deve baixar progressivamente no


último terço da corrida de aproximação;
 O encaixe começa no penúltimo apoio do pé
esquerdo no solo, ao mesmo tempo que é feita
uma puxada da vara para frente;
Características Técnicas:

 O braço direito deve ser levantado rapidamente


para perto da cabeça durante o contato do pé
direito;
 O tronco deve estar ereto e os ombros voltados
para o colchão.
FASE DA IMPULSÃO E PENETRAÇÃO:
Impulsão

Objetivo: Transferir o máximo de


energia para a vara.
Características Técnicas:

 O apoio deve ser ativo e feito sobre toda a planta


do pé;
 Corpo completamente estendido e braço direito
em extensão completa;
Características Técnicas:

 A mão direita deve estar acima ou à frente do pé


de impulsão (1);
 A coxa da perna livre sobe ativamente para a
frente (2).
FASE DA IMPULSÃO E PENETRAÇÃO:
Penetração

Objetivo: Transferir o máximo de


energia para a vara.
Características Técnicas:

 O saltador deve “bloquear” na posição de


Impulsão;
 São criados grandes pêndulos à volta dos
ombros e dos quadris (1);
Características Técnicas:

 O braço esquerdo deve ser puxado para frente e


para cima (2);
 O braço direito deve estar em extensão
completa.
FASE DO AGRUPAMENTO, EXTENSÃO
E ROTAÇÃO:
Agrupamento

Objetivos: Alcançar a flexão máxima da


vara (armazenamento de energia) e
posicionar o corpo para utilizar a
energia armazenada.
Características Técnicas:

 Ambas as pernas devem ser fletidas e puxadas


para o peito;
 Ambos os braços devem estar em extensão;
 As costas devem estar paralelas ao chão.
FASE DO AGRUPAMENTO, EXTENSÃO
E ROTAÇÃO:
Extensão e Rotação

Objetivo: Utilizar a energia da vara para


elevar o atleta.
Características Técnicas:

 O corpo move-se da posição em “L” para a


posição em “I”;
 O braço direito deve estar em extensão e o braço
esquerdo deve estar fletido com o cotovelo no lado
direito da vara;
FASE DA TRANSPOSIÇÃO DA BARRA

Objetivo: Após largar a vara, ganhar o


máximo de altura para a transposição.
Características Técnicas:

 Empurrar a vara com o braço direito;

 A barra deve ser transposta na posição arqueada


(1) ou fletida (2);
Características Técnicas:

 O atleta deve endireitar-se após a transposição


da barra;

 A queda deve ser feita sobre as costas.


SALTO COM VARA:

REGRAS BÁSICAS*

* Confederação Brasileira de Atletismo. Regras Oficiais do Atletismo. Editora Sprint,


2005 e Fernandes J.L. Atletismo: Saltos. Editora Pedagógica e Universitária Ltda,
2004.
1 – A ordem em que os saltadores vão efetuar
as suas tentativas deve ser determinada por
sorteio.

2 – Para fins de classificação final, deve ser


creditado para cada saltador o melhor de
todos os saltos que ele obteve no decorrer da
disputa.
3 – Antes do início da prova, os árbitros
devem informar aos saltadores a altura inicial
em que será colocada a barra, bem como as
alturas a que a barra será elevada.

4 – Ao iniciar a prova, os saltadores não


devem mais ter permissão para usar o
corredor ou área de saltos para a realização
de tentativas experimentais.
5 – O saltador pode iniciar seus saltos em
qualquer altura acima do mínimo e pode
escolher as alturas subseqüentes para as
demais tentativas.

6 – O salto será considerado falho se o


saltador derrubar a barra ou tocar o solo,
além do plano dos postes, com qualquer
parte do corpo, sem ultrapassar a barra.
7 – Para se determinar a classificação final
dos competidores, considerando possíveis
empates, o procedimento deve ser o
seguinte:

- O saltador que tiver o menor número de saltos na altura em


que se verificou o empate deve ser classificado à frente dos
demais concorrentes, que com ele terminaram empatados.

- Se o empate persistir após a utilização do critério anterior, o


saltador que tiver o menor número de saltos falhos durante
toda a competição, inclusive na última altura ultrapassada,
será classificado à frente dos demais concorrente que com ele
8 – Se desejar, o saltador pode ter os postes
movidos em ambas as direções mas não mais
de 40 cm na direção do corredor e não mais
de 80 cm na direção para a área de queda a
partir do prolongamento da borda interna da
parte superior do encaixe.

9 – A impulsão no salto com vara deverá


partir de um encaixe.
10 – O saltador pode colocar uma substância
adesiva nas mãos ou na vara para melhorar a
pegada. Essa substância pode ser resina ou
algo similar.
Também é permitido o uso de proteção
para o antebraço (evitar lesões). O uso de
esparadrapos nos dedos ou nas mãos só é
permitido para a proteção de algum ferimento
aberto.
11 – O salto será considerado falho:
- Se a barra for derrubada dos postes;
- Se o saltador não ultrapassar a barra após a impulsão,
quando perde o contato com o solo;
- Quando o saltador, ao elevar-se através da impulsão, trocar
a mão de baixo pela de cima ou elevar a mão de cima para
um ponto mais alto;
- Se o saltador tocar o solo, inclusive a área de queda, com
qualquer parte do seu corpo ou com a vara, além do plano dos
postes (quer por dentro ou por fora deles) sem primeiro
ultrapassar a barra.
12 – Uma tentativa não será considerada falha
se a vara partir no momento em que estiver
sendo executado o salto.

13 – O corredor de saltos deve ter no mínimo


40 m de comprimento e quando as
condições permitirem 45 m. Ele deverá ter
uma largura mínima de 1,22 m e uma
máxima de 1,25 m. O corredor deverá se
marcado com linhas brancas de 5 cm.
14 – A área de queda ou aterrissagem deve
ter no mínimo 5 m X 5 m.

15 – Os postes de sustentação da barra


devem estar separados por uma distância
mínima de 3,66 m e máxima de 4,37 m. A
barra deve possuir um comprimento
mínimo de 3,86 m a 4,52 m no máximo,
pesando no mínimo 2.500 g e sua
colocação é idêntica a da barra do salto em
altura.
SALTO COM VARA:

SEQÜÊNCIA PEDAGÓGICA
AQUECIMENTO
FASE PRINCIPAL
10 Passo: Empunhadura e posição da vara

 Objetivo: adaptar os atletas a empunhadura e


correr com a vara.
• Colocar a mão direita perto do topo da vara e a esquerda
cerca de 50 cm mais abaixo.
• Manter a mão direita próximo ao quadril.
• Começar com a marcha, depois com o trote e progredir
para a corrida.
20 Passo: Passos para balanço

 Objetivo: sentir a empunhadura e posição da


vara.
• Agüentar a vara sobre a cabeça.
• Lançar a perna direita para cima.
• Cair em ambos os pés .
30 Passo: Passos para balanço de uma plataforma

 Objetivo: Sentir a extensão do braço e ¨agüentar¨


• Extensão do braço direito.
• Sem rotação.
• Queda no colchão na posição de sentado.
40 Passo: Balanço e rotação de uma plataforma

 Objetivo: Sentir o balanço e a rotação.


• Braço direito em extensão.
• Balanço e rotação na segunda metade do salto.
• Queda sobre os dois pés olhando para o ponto de partida.
50 Passo: Apresentação da vara e salto

 Objetivo: Introduzir a apresentação, colocação


da vara e sentir a transposição.
• Praticar a colocação e apresentação da vara marchando
depois trotando (5 - 7 passos).
• Impulsão, balanço e rotação .
• Queda sobre os dois pés.
60 Passo: Seqüência completa

 Objetivo: Praticar o movimento completo com


aumento progressivo de velocidade.
• Empunhadura normal da vara para apresentação e
colocação.
• Começar fazendo uma corrida de aproximação média.
• Progressivamente aumentar a velocidade e o tamanho da
corrida de aproximação.
RECUPERAÇÃO

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