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A Cesário, Cesariny e Júdice

Palimpsesto

Quem de mim, verá os meus olhos?


Serei lívido lençol que rompe na escuridão?
Esse clarão condenado e recluso
na imensidão da eternidade,
que entre rolas e cisnes permanecerá cego.
Foge o sorriso leve e em deusa me sinto,
visto rendas e berloques, e burguesa sou.
O dia permanecerá intacto, e as cores cativas na sombra.
Mas quem, quem de mim verá os meus olhos?

Susana Marta Pereira, 2010

Edouard Manet – Le déjeuner sur l’ herbe - 1887

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