secundário
primário
Núcleo de material
ferromagnético
FUNCIONAMENTO DO TRANSFORMADOR
Seu funcionamento baseia-se nas leis de Faraday e de Lenz. Já se estudou que a
movimentação de um campo magnético sobre um condutor faz surgir uma tensão
induzida em seus terminais, isto é, um campo magnético variável produz fluxo
magnético variável, o qual produz a tensão induzida. Na Figura 1, alimentando-se o
primário com uma tensão variável (senoidal, por exemplo), fará surgir um fluxo
magnético variável no núcleo ferromagnético. Este fluxo variável atingirá o
enrolamento secundário, produzindo então em seus terminais uma tensão variável
induzida. Se for utilizada uma tensão de qualquer tomada no Brasil, esta tomada terá
uma tensão senoidal com freqüência de 60 Hz, isto fará surgir no secundário uma
tensão também com freqüência de 60 Hz.
Importante: um transformador não funciona com corrente contínua!
Uma propriedade muito importante nos transformadores e que o torna tão útil é a
relação entre o número de espiras nas bobinas dos enrolamentos primário e secundário
e os valores das tensões e correntes obtidas. A expressão abaixo mostra esta relação.
NOTAS DE AULA 07 – TRANSFORMADORES – REV. 0 1
CEFETSP – UNED CUBATÃO – IND – 2º MÓDULO MÁQUINAS ELÉTRICAS – MEL
Vprim Nprim
a
V sec N sec
Sendo: Vprim = tensão no aplicada no enrolamento secundário em volts.
Vsec = tensão obtida no enrolamento secundário em volts.
Nprim = número de espiras do enrolamento primário.
Nsec = número de espiras do enrolamento secundário.
a = relação de transformação.
Da equação anterior se conclui que quanto maior o número de espiras do primário em
relação ao número de espiras do secundário, maior será a relação de transformação “a”
e, portanto, maior será a diferença de tensão entre o lado primário e o lado secundário.
A seguinte fórmula empírica ajuda a determinar o número aproximado de espiras do
enrolamento primário, quando este não é conhecido.
Vprim 10000000
Nprim
4, 44 f Sn B
Sendo: Vprim = tensão no aplicada no enrolamento secundário em volts.
f = freqüência em hertz.
Sn = seção transversal do núcleo em cm2.
B = densidade magnética do núcleo em gauss.
A densidade magnética varia conforme o material utilizado no núcleo e seu valor pode
ser obtido na curva de magnetização do material. Os valores mais comuns para núcleos
construídos com aço ao silício são:
8000 gauss (2% de silício).
10000 gauss (3% de silício).
12000 guass (4% de silício).
Outra propriedade importante do transformador é que ele não aumenta nem diminui a
potência de um sistema elétrico. Isto é a potência que entra no lado primário, sairá no
secundário. Lembrando a equação
P VI
Sendo: P = potência elétrica em watts.
V = tensão elétrica em volts.
I = corrente elétrica em ampères.
E aplicando a propriedade, pode-se escrever:
Pprim Psec , isto é a potência do primário é igual à potência do secundário.
Daí resulta:
Vprim I sec Iprim N sec 1
Vprim Iprim V sec Isec →
V sec Iprim Isec Nprim a
Isto que dizer que além da tensão ser diferente nos lados primário e secundário,
também a corrente será diferente. No lado de maior tensão circulará a corrente de
menor intensidade e no lado de menor tensão circulará a corrente de maior intensidade
CORRENTES DE FOUCAULT (CORRENTES PARASITAS)
As correntes induzidas são produzidas não somente nos fios condutores, mas em
qualquer condutor maciço, em movimento, num campo magnético ou atravessado por
Quando o eletroímã for ligado, no disco surgem correntes induzidas que se opõem ao
movimento, fazendo o disco parar. Este fenômeno mostra que no disco surgem
correntes induzidas que se opõem ao movimento, gastando energia em forma de calor.
Uma das aplicações desse fenômeno são os freios eletromagnéticos que existem nos
trens de metrô, por exemplo. Se o fluxo magnético for variável, criado por uma
corrente alternada, as correntes induzidas se opõem à variação do fluxo fazendo o disco
girar. Este é o princípio de funcionamento dos medidores de energia.
TRANSFORMADOR TRIFÁSICO
Muito utilizado na distribuição
de energia pública e por indús-
trias. Podem ser vistos como um
conjunto de três transformadores
monofásicos idênticos, isto é
com as mesmas características
construtivas, número de espiras,
seção dos condutores, potência e
principalmente impedância. Isto
Figura 4 – Transformador trifásico – esquema elétrivo
significa que haverá três primá-
rios e três secundários. Na
Figura 4 há três enrolamentos
primários e três secundários,
cada qual em uma coluna do
entreferro do transformador. Os
terminais do primário foram
identificados com a letra H e o
secundário com a letra X.
A potência total do transforma-
dor trifásico será a soma das po-
tências de cada unidade monofá-
sica. Na Figura 5 se vê como é
construído um transformador
Figura 5 – Transformador trifásico – construção
trifásico
Grupos de transformadores trifásicos
A defasagem angular do trafo determina a que grupo ele pertence. Os trafos do grupo A
possuem defasagem angular de 0º e os do grupo B possuem 30º. A defasagem depende
de como foi enrolado o transformador e do tipo de ligação doprimário e do secundário.
O fabricante determina as ligações para o trafo de acordo com o grupo. Não se pode
ligar trafos de grupos diferentes em paralelo.
Ligações em transformadores trifásicos
O esquema de ligação fornecido pelo fabricante utiliza as letras H e X, mas, além disso,
as bobinas componentes das fases são identificas com a numeração normalizada. Para a
fase R: (1 e 4); fase S: (2 e 5) e fase T: (3 e 6). Para reequilibrar as correntes
desequilibradas no secundário, os transformadores trifásicos de distribuição têm o
NOTAS DE AULA 07 – TRANSFORMADORES – REV. 0 4
CEFETSP – UNED CUBATÃO – IND – 2º MÓDULO MÁQUINAS ELÉTRICAS – MEL
primário ligado em
triângulo.De acordo com a
defasagem angular, o
fabricante reco-menda um
grupo de liga-ções para o
transformador. Ao lado,
na Figura 6, se tem os
esque-mas de típicos de
ligação triângulo/estrela
para transformadores do Figura 6 – Esquema de ligação triângulo e estrela.
grupo B.
OUTROS TRANSFORMADORES
Serão apresentados brevemente outros tipos de transformadores.
Autotransformador
Este transformador não difere muito de um transformador monofásico quanto ao núcleo
ferromagnético. A diferença está nos enrolamentos das bobinas, pois no
autotransformador não há bobina do primário e bobina do secundário, como
enrolamentos distintos. O que há é um único enrolamento que servirá como primário e
como secundário ao mesmo tempo.
BIBLIOGRAFIA:
CARVALHO, G. – Máquinas Elétricas – Teoria e ensaios. 1ª edição. Editora Érica –
São Paulo/SP. 2006.