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Citação:
Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series (= NPNF2). General Editors Philip
Schaff, Henry Wace. Vol. 14, The Seven Ecumenical Councils. Volume Ed. Henry R.
Percival. Grand Rapids: Eerdmans , Reprint 1988, p. 287.
Este cânon foi o último dos propostos na Sessão 16ª de 31 de Outubro. Os legados
papais se tinham retirado (apesar de não desconhecerem a proposta), mas
apresentaram no dia seguinte, na última sessão, um protesto formal. O cânon
permaneceu em todo o caso: tinha sido subscrito licitamente por quase duzentos
bispos, entre os quais estavam os de sedes que podiam sentir-se menosprezadas
pela decisão (Antioquia e Jerusalém). Diversas desculpas dos legados, que
incluíram o apelo a um acréscimo romano a um cânon do Concílio de Niceia, foram
rejeitadas pelo sínodo.
Citação:
NPNF2 14:178
Citação:
NPNF2 14:15
Leão escreveu ao imperador Marciano (Ep. 104) e à imperatriz Pulquéria (Ep. 105)
contra Anatólio, patriarca de Constantinopla, que segundo o Papa buscava somente
o seu próprio interesse. Entre outras coisas, argumentava que por mais que a
cidade de Constantinopla fosse de categoria imperial, «todavia as coisas seculares
levantam-se sobre uma base diferente das coisas divinas» (Ep. 104, NPNF2 12:75).
Contudo, é claro que o fundamento que se dá no cânon terceiro de Constantinopla,
como no seu homólogo de Calcedónia, se baseia tanto para Constantinopla como
para Roma na sua categoria imperial, sem menção alguma da sua autoridade
apostólica. Em bom português, concedem a estas cidades um lugar de honra por
causa da sua importância como metrópoles.
Leão também escreveu uma dura reprovação ao próprio Anatólio (Ep. 106), o que
explica o tom da resposta deste (Ep. 108). Na sua carta a Pulquéria, Leão
desconhece a autoridade dos mesmos bispos que aclamaram o seu Tomo no
Concílio:
Citação:
Mas os assentimentos dos bispos, que se opõem às regulações dos santos cânones
compostos em Niceia em conjunto com a sua fiel Graça, não os reconhecemos, e
pela autoridade do bem-aventurado Apóstolo Pedro os anulamos absolutamente nos
termos mais amplos, obedecendo em todos os casos eclesiásticos àquelas leis que o
Espírito Santo estabeleceu pelos 318 bispos para a pacífica observância de todos os
sacerdotes de tal sorte que mesmo se um número muito maior sancionasse um
decreto diferente do deles, qualquer coisa que fosse oposta à constituição deles não
mereceria nenhum respeito.
O escrito dogmático de Leão tinha sido recebido pelo Concílio com expressões tais
como "Por boca de Leão falou Pedro!" e "Leão fala como Cirilo!" (em referência a
Cirilo de Alexandria, campeão da ortodoxia em Éfeso, 431), e da elogiosíssima e
quase aduladora carta que os orientais lhe dirigiram (Ep. 98). No entanto, os seus
inflamados protestos contra o cânon 28 não tiveram nenhum resultado sobre os
orientais. A sede romana tinha um lugar de honra entre os cinco patriarcados que
incluíam também Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém, mas não podia
mudar a decisão de um Concílio Geral.
Citação:
Eamon Duffy, Saints and Sinners: A History of the Popes. New Haven: Yale
University Press, 1997, p. 35.
Numa atitude escandalosa, Leão demorou por dois anos a sua ratificação dos
cânones dogmáticos de Calcedónia – ratificação que era esperada de todos os
bispos, e particularmente dos patriarcas - por causa do aborrecido cânon 28.
Também os seus sucessores imediatos não admitiram reconhecer a Constantinopla,
a «Nova Roma», a condição de segunda sede em honra.
Citação:
The Catholic Encyclopedia, vol. 4 (1908), s.v. Constantinople, First Council of.
Citação:
Não posso entender como é possível, depois de ler as actas precedentes, imaginar-
se sequer por um instante que os bispos deste Concílio considerassem os direitos
em discussão como de origem divina, e que o ocupante da Sede de Roma fosse,
jure divino, supremo sobre todos os pontífices. É bem possível, claro está, afirmar,
como alguns fizeram, que as actas tais como as temos foram mutiladas, mas o
argumento implica não só muitas dificuldades mas também não poucos absurdos; e
não obstante não posso senão pensar que até esta hipótese extrema é preferível a
qualquer tentativa de reconciliar as actas como as temos agora com a aceitação por
parte dos membros do concílio da doutrina de uma supremacia papal jure divino tal
como é agora sustentada pela Igreja Latina.