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D.A.P.

DIÂMETRO DA ALTURA DO PEITO OU


DESTRUIÇÃO DE ÁRVORES PREMATURAS ?
Muito adotado nos dias de hoje principalmente nas ações de
compensação ambiental, o D.A.P. se refere ao diâmetro do tronco
da árvore na altura de 1,30m do solo. Há um diâmetro mínimo para
plantios em calçadas, em parques e principalmente em plantios
compensatórios. Nesses, quanto maior o DAP, menor será o tempo
de acompanhamento das mudas. Uma árvore de 7 cm de diâmetro,
significa que a responsabilidade sobre a adequação da muda ao solo
é de apenas 6 meses.
Que mal há nisso? Do ponto de vista subjetivo nada. Mas se
observarmos com mais cautela, veremos uma série de problemas
que irão nos mostrar que uma ação aparentemente tão nobre, possa causar problemas ambientais tão
graves.

EXTRAÇÃO DE ÁRVORES NO AMBIENTE NATURAL


1º Para se produzir uma muda com DAP alto, é necessário uma série
de ações no viveiro, como poda de copa, poda de raízes, além de um
tutoramento constante das mudas. Nessa prática, as mudas são baixas e
os caules largos. Na foto ao lado, você consegue ver esta prática? Lógico
que não. Aqui vemos árvores esquias, isentas de ramificações ou nós, que
nos revela que as mudas estavam em competição por sol na sua formação.
Agora se são extraídas da mata, não sou técnico o suficiente para afirmar,
mas que há extração de árvores da mata atlântica para plantios em áreas
públicas, todos nós já sabemos disso
.

BAIXA DIVERSIDADE
2º Algumas mudas atingem o DAP adequado mais rápido.
O Jerivá (Syagrus romanzoffiana) e a Paineira (Chorisia speciosa ) são
os exemplares mais comuns em plantios de compensação, em virtude
dessa rapidez.

ALTA MORTALIDADE
3º Em nosso projeto de reflorestamento podemos notar que a mortalidade das espécies com DAP
05 ou 07 cm é infinitamente maior do que as mudas menores. Enquanto nossas mudas pequenas
a taxa de mortalidade não pasou de 5%, as oriundas de compensação, atingiram mais de 40% de
mortes. A maioria delas morre após o período de responsabilidade que é de 06 meses. Algumas de
nossas árvores, produzidas de sementes, já germinaram, foram transplantadas, se desenvolveram e já
frutificaram nesses quase 2 anos. Enquanto que as árvores compensadas, não frutificaram pois ainda
estão se adaptando.

Poderia falar de custos, do transporte, do tombamento, da falta de resistência, pois a ãrvore se adaptou
ao local de origem, da agressão à árvore na extração, da destruição de outras espécies menores na
extração da árvore escolhida, sem falar no crime ambiental se forem extraídas de reservas vegetais.
Mas, acredito que a SVMA, DEPAVE, e Secretarias estaduais, dispõe de profissionais com
conhecimento e capacitação suficientes para analisar melhor esses assuntos do que eu. Basta apenas
abandonarem as escrivaninhas e gabinetes, e ver se na prática, ocorre o que estava no papel.

Silvano da Silva - Projeto Mais Verde


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projetomaisverde@terra.com.br
ARBORIZAÇÃO URBANA COM PALMEIRAS??
PALMEIRAS NÃO SÃO ÁRVORES!!!

Um dos maiores problemas da cidade de São Paulo além do excesso de veículos, é sem dúvida o solo
impermeável dessa metrópole. Com a incapacidade de absorver a água da chuva, os alagamentos são
inevitáveis e extremamente comuns nas caóticas tardes de verão.
Para poder amenizar este problema, os órgãos públicos estão adotando na cidade, a pavimentação
permeável em calçadas, acompanhadas de programas de arborização.

Na av. Senador Teotônio Vilella, está acontecendo um


destes projeto de arborização, porém, o projeto adotado
é tão ineficiente quanto alimentar um leão com um
camundongo!
Em uma área com esta, onde o crescimento
habitacional foi exagerado, onde cada metro quadrado
é ocupado com construções, uma arborização
generosa torna-se indispensável.
Calçadas e ruas estreitas dificultam um projeto
paisagístico capaz de gerar o mínimo conforto térmico a
PROJETO DE “ARBORIZAÇÃO” NA AV. SEN. TEOTÔNIO VILELLA
essa região.

Quando iniciaram as obras de abertura de covas na larga ilha que divide a avenida, senti um certo
alívio, imaginando ali, uma generosa arborização com copas frondosas e refrigerantes.

Foi com tristeza que vi o resultado esta semana. Plantaram PALMEIRAS em grande parte de sua
extensão. Eu gostaria de conhecer o artista que o projetou. Digo artista porque a principal característica
das palmeiras é a estética no paisagismo.
Não tenho dúvidas que o resultado final será belo com os Jerivás (Syagrus romanzoffiana) enfileirados
em toda extensão da avenida, mas a cidade precisa de uma árvore que absorva 250 litros de água por
dia. Que possa absorver uma tonelada de gás carbônico durante sua vida. Que sua copa possa além de
enobrecer o bairro, ser uma forte aliada contra as ilhas de calor, cada vez mais presentes nas regiões
periféricas.

É uma pena! Essa ilha comportaria muito bem, copas gigantescas e aconchegantes. Digo isso, não por
causa do controverso aquecimento global, mas por causa do real aquecimento metropolitando de São
Paulo. Além do mais, arborização se faz com árvores, e palmeiras não são*.

*As árvores têm ramos secundários,


o que as distingue das palmeiras,
portanto apenas as gimnospermas e
angiospermas dicotiledôneas
lenhosas são chamadas árvores. As
palmeiras são angiospermas
monocotiledôneas. (Fonte:
wikipedia)

Silvano da Silva - Projeto Mais Verde


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