Essas novas gerações que lidam com esses novos aparatos tecnológicos, que
hoje são considerados os nativos digitais, assim como todos que lidam com a
educação, como os educadores, alguns deles considerados migrantes digitais, são
continuamente solicitados a interagir com esse novo, de forma que, a educação na sua
forma tradicional – aulas presenciais onde o educador repassa o conhecimento –, é
confrontada com uma nova linguagem e novos contextos, onde o conhecimento flui de
forma rápida. Neste sentido, é de fato importante compreender-se as TICs e a educação
a distância como oportunidade para essa nova forma de aprender.
Sim, e qual o papel do professor neste contexto? Ele tem papel fundamental, como
os demais atores. No entanto, sua função é mais ampla, pois é o responsável pela escolha
dos conteúdos, da organização das salas e, principalmente, por ajudar o tutor à distância
conhecer o assunto em tela. É importante, ainda, que desenvolva habilidades com a
tecnologia, pois necessitará editar o material na plataforma (seja a moodle ou qualquer
outra). Ao se observar que, o professor é aquele que sabe os conteúdos da disciplina de
uma forma mais densa, o mesmo não deve se sentir "maior" ou "melhor" que os demais.
Ou seja, o conhecimento que ele tem deve ser compartilhado com os demais,
tendo humildade e compreensão com aqueles que não têm o mesmo nível de
conhecimento.
Os dados acima mostram uma situação bem animadora e promissora para o futuro da
EAD no Brasil, mesmo com a existência de algumas situações que ainda devem ser bem
melhoradas, até mesmo em virtude dessa modalidade de ensino ser nova e causar ainda
várias dúvidas para o pessoal interessado em realizar cursos ou estudos através da EAD. O
Brasil precisa crescer economicamente e isso só pode ser possível com cidadãos mais
informados e qualificados, para incorporá-los nas novas possibilidades de tecnologias ao
setor produtivo, o que demanda uma educação continuada e de qualidade.
A conclusão deste pequeno ensaio aponta também para problemas relacionados com
a aprendizagem no Brasil em que não há um histórico linear para um auto-estudo, muito
menos condições favoráveis a maioria dos professores que teve deficiente formação
profissional, recebe baixos salários, um precário ambiente laboral, além de um insuficiente
tempo exclusivo para formação continuada dentro da jornada de trabalho. Outros problemas
emergem das políticas públicas tecnocráticas como se observa, que implementam ações
educacionais preocupadas com o ensino em si em detrimento dos processos de
aprendizagem, de forma que venham atender as necessidades dos estudantes, suas
condições para o estudo, motivações, potencialidades de cada um, entre outras. Nesse ponto,
é importante observar todos esses fatores que são vitais para a sobrevivência do ensino à
distância no Brasil.
(*) Esse texto é a síntese final das contribuições que foram enviadas pelos alunos Aldenir de Oliveira Alves,
Jayro Pereira de Jesus, Jefferson Lindberght de Sousa, Luís Henrique Santos Passos,
Maura Andrade Chagas e Sandra Cristina da Silva durante o curso Explorando o Universo da Educação a
Distância realizado pela Fundação Joaquim Nabuco no período de13 de outubro a 20 de dezembro de 2010.