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PORTUGAL NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX

A – A modernização do Reino

1. Identifica os reinados durante os quais decorreu o período da

modernização do País.

A modernização do País iniciou-se no final do reinado de D. Maria II e as

principais mudanças e inovações deram-se nos reinados dos seus descendentes –

D. Pedro V, D. Luís I e D. Carlos.

2. Apresenta algumas das medidas tomadas pelos governos liberais para

aumentar as áreas cultivadas.

. acabaram com os inúmeros impostos e obrigações a que os camponeses

estavam sujeitos.

. tiraram terras aos mosteiros e aos nobres e venderam-nas a burgueses

ricos, para que fossem melhor aproveitadas.

. acabaram com o “direito de morgadio” – direito que tinha o filho mais velho

de herdar todos os terrenos dos pais.

. dividiram os “baldios” (terrenos incultos) em parcelas e entregaram-nas a

camponeses.

3. Descreve aspectos da modernização agrícola.

. A modernização da agricultura começou com a aplicação de novas técnicas de

cultivo (sementes seleccionadas, uso de adubos e a alternância de culturas). Ao

mesmo tempo os proprietários agrícolas mais ricos compraram novas alfaias


agrícolas e máquinas agrícolas feitas em ferro: charruas, arados, ceifeiras,

debulhadoras, etc.

. A mecanização da agricultura fez-se muito lentamente e beneficiou

principalmente as grandes zonas de planície do Ribatejo e do Alentejo.

. Com estas inovações conseguiram-se maiores produções com menor número de

trabalhadores.

. Nesta altura dá-se a expansão do cultivo do arroz (no Litoral) e da batata

(Norte e Nordeste). Estes produtos passaram a fazer parte da alimentação

diária da população mais pobre. O seu valor nutritivo fez com que as pessoas

começassem a resistir melhor às epidemias. Entretanto a fruta e o vinho eram

produzidos em maior quantidade e destinados à exportação.

4. Relaciona o desenvolvimento da exploração mineira com a mecanização

do país.

. Até ao século XIX a exploração mineira estava pouco desenvolvida, as minas

quase não existiam e portanto importavam-se muitos utensílios de cobre,

objectos e ferramentas de ferro e grande número de máquinas necessárias

para a mecanização do país. Para ter que se importar menos carvão – a

principal fonte de energia da época, ferro e máquinas foi preciso desenvolver

a exploração mineira.

5. Indica vários usos do carvão.

. Principal fonte de energia

. Uso doméstico – aquecimento dos fogões se sala e cozinha

. Para produzir gás – com que se fazia a iluminação das principais cidades e vilas

do país
. Para pôr a funcionar algumas máquinas (máquinas a vapor) ou ainda para

aquecer os altos-fornos das fundições.

6. Explica em que consistiu a mecanização da indústria.

. No séc. XIX a indústria passou a utilizar máquinas muito variadas. Máquinas

movidas com a força da água, do vento, dos animais ou mesmo do homem.

Pretendia-se produzir mais e melhor. Porém a grande revolução da indústria

deu-se com a utilização de máquinas a vapor. Em Portugal surgiu em 1835.

. A produção industrial utilizava máquinas modernas e em alguns casos máquinas

a vapor, por isso era possível em menos tempo e com menos pessoas produzir

em grande quantidade. Os produtos acabados eram todos iguais (feitos em

série) e saíam mais baratos. Estas indústrias ocupavam grandes edifícios

chamadas fábricas. Os operários que trabalhavam nelas especializavam-se em

determinado trabalho ou tarefa.

7. Dá exemplos de algumas das principais indústrias.

. Indústria têxtil, confecções, química, metalúrgica, conservas, tabaco.

8. Aponta aspectos negativos da industrialização nesta época.

As condições de trabalho eram muito más. Havia muitos acidentes de

trabalho devido aos mecanismos das máquinas. Trabalhavam muitas mulheres e

crianças com horários de trabalho de muitas horas.

9. Identifica duas zonas industriais importantes.

. a zona do Porto/Braga/Guimarães – indústria têxtil e de confecções

. a zona de Lisboa/Barreiro/Setúbal – indústria química e metalúrgica


10. Identifica as principais diferenças entre a produção artesanal e

industrial.

Produção Artesanal Produção Industrial


Oficina local de trabalho Fábrica
Artesãos Trabalhadores Operários
Ferramentas simples Instrumentos Máquinas
Água/vento/músculos Fonte de energia Vapor e outros
Quantidade de
Pouca Muita
produção
Todos diferentes Produto final Todos iguais/em série
11. Descreve 3 aspectos importantes da modernização nas vias de

comunicação e transportes.

. passou a poder viajar-se com maior rapidez e segurança.

. aumentou a circulação pessoas e mercadorias

. desenvolveram-se as actividades económicas.

12. Identifica o ministro que dirigiu esta modernização.

O ministro foi Fontes Pereira de Melo. Ministro de D. Maria II, D. Pedro V e D.

Luís I.

13. Indica em que ano e em que reinado se fez a inauguração do

comboio em Portugal.

A primeira viagem de comboio em Portugal fez-se em 1856, entre Lisboa e

Carregado, no reinado de D. Pedro V.

14. Refere algumas das construções que possibilitaram o

desenvolvimento das redes viárias e ferroviárias.

. Novas estradas em macadame (feitas com pedras pequenas e saibro)

. túneis, viadutos e novas pontes (quase todas feitas em ferro)

15. Refere as principais inovações nos meios de comunicação de ideias

e de informação.

. surgiram os jornais diários

. surgiu o primeiro selo postal adesivo e apareceram os marcos postais.

. entrou em funcionamento o telégrafo eléctrico

. foi inaugurada a rede de telefones de Lisboa.


16. Indica o ano em que se fez o primeiro recenseamento e quais as

suas vantagens.

O primeiro recenseamento foi realizado em 1864. As vantagens foram ficar-se

a saber o número total de portugueses e assim os governos podiam programar

melhor a sua governação.

17. Apresenta as razões do aumento da população.

. melhor alimentação

. melhor assistência médica

. maior higiene

18. Refere-te ao problema do analfabetismo da nossa população.

Apesar das reformas no ensino continuava a haver ainda muita gente analfabeta.

19. Indica algumas das medidas tomadas no ensino para modificar

essa situação.

. O ensino primário passou a ser obrigatório e gratuito e aumentaram o número

de escolas primárias. (algumas do sexo feminino)

. Alargaram o ensino liceal, criando um liceu em todas as cidades capitais de

distrito

. Fundaram as primeiras escolas de ensino técnico (escolas comerciais,

industriais e agrícolas)

20. Identifica o ministro que se notabilizou nesse campo.

O ministro foi Passos Manuel (ministro de D. Maria II).


21. Refere algumas das medidas liberais para pôr fim a situações

consideradas desumanas.

. Abolição da pena de morte para os crimes políticos;

. Abolição da pena de morte para os crimes civis;

. Extinção das “rodas dos enjeitados” e sua substituição pelos hospícios.

. Abolição da escravatura em todos os domínios portugueses.

B- A Vida quotidiana

22. Identifica quem eram os donos das terras e quem as trabalhava

na 2ª metade do séc. XIX.

Os donos das terras eram os burgueses (grandes propriedades que tinham

conseguido comprar ao estado) e alguns nobres (que continuavam a manter as

suas quintas e solares).

Quem trabalhava as terras era gente do povo: rendeiros (ou caseiros),

jornaleiros, criados, moços da lavoura e outros assalariados.

23. Caracteriza o modo de vida dos camponeses nesta época.

. Era uma vida dura e difícil.

. Trabalhavam de sol a sol.

. Viviam numa casa pequena. (a cozinha com lareira era a principal divisão)

. A sua alimentação era pouco variada.

. Os divertimentos estavam ligados a certos trabalhos e às festas da igreja (ida

à feira, assistir a corridas de touros, participar nas procissões e romarias)


24. Apresenta as razões do crescimento das cidades.

A criação de muitas indústrias, a evolução dos meios de transporte e

comunicação e o aumento da população (devido ao êxodo rural – fuga dos

campos para a cidade), contribuíram para o crescimento das cidades.

25. Descreve algumas modificações e novas construções nas cidades.

. abriram-se avenidas, pavimentaram-se ruas, fizeram-se passeios e

arranjaram-se jardins.

. construíram-se novos edifícios públicos – mercados, tribunais, teatros,

escolas, hotéis, estações de comboio, pavilhões de exposições.

26. Identifica os serviços públicos que agora existem.

. Recolha do lixo e a instalação de esgotos e de água canalizada.

. Passou a existir nas ruas iluminação pública.

. Foi criado o primeiro corpo de bombeiros e iniciado o policiamento de ruas.

. Apareceram os primeiros transportes públicos colectivos – o americano e o

chora – carros de 4 rodas puxados por cavalos.

27. Faz um pequeno texto sobre a vida dos diferentes grupos sociais

na cidade na 2ª metade do séc.XIX.

- A Burguesia e a Nobreza – a alta burguesia (os mais ricos), vivia em

luxuosas moradias, rodeadas de jardins, situadas muitas vezes nos arredores

da cidade. Os menos ricos, a chamada classe média, habitava nos novos bairros

em confortáveis andares.

A alimentação da burguesia e nobreza era abundante e variada, faziam 4

refeições por dia.


Interessavam-se por política, pela instrução, pela música, pela moda.

O vestuário da burguesia e da nobreza era idêntico. As damas e cavalheiros

vestiam-se segundo a moda francesa. Os grandes armazéns de Lisboa e Porto

encomendavam em Paris as suas coleções.

Nos divertimentos eram os principais frequentadores dos jardins, do teatro,

ópera, dos jogos de salão, dos bailes dos clubes, dos cafés. No Verão faziam

piqueniques, davam passeios de bicicleta e “iam a banhos” ou às termas.

Faziam desporto, os filhos de burgueses trouxeram o futebol de Inglaterra

para Portugal mas os mais praticados continuavam a ser a esgrima, vela e

equitação.

- A classes populares – Era a maioria da população urbana. As suas condições

de vida eram más. Trabalhavam desde crianças em actividades muitas vezes

duras e mal pagas.

Habitavam em bairros miseráveis, nas zonas mais pobres da cidade. As casas

eram velhas e apertadas, sem esgotos e sem água canalizada. Eram os chamados

“pátios de Lisboa” e as “ilhas” do Porto.

A sua alimentação era pobre. Comiam pão, batatas, toucinho e por vezes

bacalhau ou sardinha.

Os mais pobres chegavam a passar fome. Nas ruas da cidade era normal

encontrar-se pedintes na sua maioria velhos e crianças.

O seu vestuário era simples e adaptado à profissão.

Não tinham muito tempo para diversões. À noite ou final do dia as mulheres

tratavam das crianças e da lida da casa. Os homens encontravam-se na taberna

ou tasca do bairro para beber e conversar. Mas os principais locais de conv´vio

continuavam a ser as romarias, feiras, as festas religiosas ou, simplesmente a

rua.
28. Identifica algumas das novas profissões dos burgueses e das

classes populares.

. burgueses – industriais, banqueiros, comerciantes, militares, membros do

Governo, professores, médicos, advogados, funcionários públicos.

. classes populares – vendedores ambulantes, trabalhadores das várias artes e

oficinas, empregados de balcão, operários fabris, escriturários, criadas,

canalizadores, empregados dos transportes públicos.

29. Identifica o novo grupo social que surgiu com o desenvolvimento

da indústria bem como as lutas a que deu início pela defesa dos seus

direitos.

O novo grupo social que surgiu foi o operariado. Começaram a organizar as

primeiras associações de operários e as primeiras greves. Durante as greves

concentravam-se nas ruas como protesto contra os baixos salários e as

condições de trabalho que os patrões exigiam.

A QUEDA DA MONARQUIA E A 1ª REPÚBLICA

1. Apresenta as razões que levaram à revolução republicana.

1. Nas últimas décadas do século XIX sentia-se, por todo o País, o

descontentamento da população:

 Aqueles que já eram pobres – operários, agricultores e outros

trabalhadores – estavam cada vez mais pobres.

 A alta burguesia enriquecia cada vez mais com os lucros conseguidos na

indústria, no comércio e na agricultura.

 O rei e a família real gastavam muito dinheiro do reino.


 Os sucessivos governos da monarquia não conseguiram melhorar as

condições de vida do povo.

2. A questão africana e o ultimato. O Governo português aceitou o ultimato

dos ingleses o que provocou manifestações de descontentamento.

3. A acção do Partido Republicano

4. O assassinato do rei (Regicídio). No dia 1 de Fevereiro de 1908, em

Lisboa, dá-se um atentado contra a família real. São mortos o rei D.

Carlos e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe.

2. Conta a questão do mapa cor-de-rosa.

Os países europeus mais ricos e interessados em África, reuniram-se na

Conferência de Berlim e decidiram que as terras africanas seriam dos países

que as ocupassem e não de quem as tivesse descoberto em primeiro lugar. Para

defender os seus interesses o Governo português apresentou a esses países um

mapa – O Mapa Cor-de-Rosa. Este mapa exigia que os territórios entre Angola

e Moçambique também pertencessem a Portugal.

3. Explica em que constitui o “ultimato”.

A Inglaterra não aceitou o que Portugal exigia no Mapa Cor-de-Rosa e assim

apresentou ao rei D. Carlos um Ultimato: ou os portugueses desocupavam os

territórios entre Angola e Moçambique ou o Governo inglês declarava guerra a

Portugal.

4. Esclarece a acção e o objectivo do Partido Republicano.

Os adversários da monarquia organizaram-se em partidos, um dos mais activos

era o Partido Republicano. Os republicanos achavam que à frente do país não

devia estar um rei, que nem sempre tinha capacidades para o ser, mas sim um

Presidente eleito pelos portugueses que governasse só durante alguns anos. A


monarquia devia ser substituída por uma República. A propaganda republicana

em jornais e revistas era de cada vez maior e os movimentos contra o regime

monárquico foi aumentando.

5. Refere os acontecimentos que contestaram a monarquia antes da

revolução do 5 de Outubro.

 A Revolta do Porto em 31 de Janeiro de 1891.

 O Regicídio em 1 de Fevereiro de 1908. No dia 1 de Fevereiro de 1908,

em Lisboa, dá-se um atentado contra a família real. São mortos o rei D.

Carlos e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe.

6. Elabora uma pequena cronologia sobre a república.

1891 1908 1910


31 de Jan.-1ªrevolta arma- 1 de Fev. – atentado contra 4 de Out.- Início da revolução em
Lisboa.
Da contra a Monarquia a família real, o rei D Carlos e
5 de Out.- Foi proclamada a
– A Revolta do Porto o príncipe herdeiro são
República
mortos- Regicídio

7. Faz uma notícia sobre a implantação da república.

Hoje é um dia histórico. Ontem dia 5 de Outubro de 1910 acabou a Monarquia,

viva a república. Pela manhã, José Relvas, membro do Partido republicano veio à

janela da Câmara Municipal de Lisboa e perante milhares de portugueses

proclamou a República. A esta hora julgasse que o rei já fugiu, tendo embarcado

na Ericeira. Acabaram os reis é a hora dos Presidentes da República escolhidos

pelo povo.

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