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O reino Animalia, Reino Animal ou Reino Metazoa

É composto por seres vivos pluricelulares, heterotróficos, cujas células formam tecidos
biológicos, com capacidade de responder ao ambiente que os envolve ou, por outras
palavras, pelos animais.

A maioria dos animais possui um plano corporal que determina-se à medida que
tornam-se maduros e, exceto em animais que metamorfoseiam, esse plano corporal é
estabelecido desde cedo em sua ontogenia quando embriões.

O estudo científico dos animais é chamado zoologia, que tradicionalmente estudava,


não só os seres vivos com as características descritas acima, mas também os
protozoários. Como resultado de estudos filogenéticos, consideram-se os Protista como
um grupo separado dos animais.

Coloquialmente, o termo "animal" é freqüentemente utilizado para referir-se a todos os


animais diferentes dos humanos e raramente para referir-se a animais não classificados
como Metazoários. A palavra "animal" é derivada do latim anima, no sentido de fôlego
vital, e entrou na língua portuguesa através da palavra animalis. Animalia é seu plural.

Desenvolvimento e evolução
Animais são eucariontes, e divergiram do mesmo grupo dos protozoários flagelados que
deram origem aos fungos e aos coanoflagelados. Estes últimos são especialmente
próximos por possuírem células com "colarinhos" aparecendo somente entre eles e as
esponjas, e raramente em certas outras formas de animais. Em todos estes grupos, as
células móveis, geralmente os gâmetas, possuem um único flagelo posterior com ultra-
estrutura similar.

Os animais adultos são tipicamente diplóides, produzindo pequenos espermatozóides


móveis e grandes ovos imóveis. Em todas as formas o zigoto fertilizado divide-se
(clivagem) para formar uma esfera oca chamada blástula, que então sofre rearranjo e
diferenciação. As blástulas são provavelmente representativas do tipo de colônia de
onde os animais evoluíram; formas similares ocorrem entre os flagelados, como os
Volvox.

Características distintivas
A distinção mais notável dos animais é a forma como as células se seguram juntas. Ao
invés de simplesmente ficarem grudadas juntas, ou seguradas em um local por pequenas
paredes, as células animais são conectadas por junções septadas, compostas basicamente
por proteínas elásticas (colágeno é característico) que cria a matriz extracelular.
Algumas vezes esta matriz é calcificada para formar conchas, ossos ou espículas, porém
de outro modo é razoavelmente flexível e pode servir como uma estrutura por onde as
células podem mover-se e reorganizar-se.
Evolução e formas básicas
Exceto por uns poucos traços fósseis questionáveis, as primeiras formas que talvez
representem animais aparecem nos registros fósseis por volta do Pré-Cambriano. São
chamadas Biota Vendiana e são muito difíceis de relacionar com as formas recentes.
Virtualmente todos os restantes filos fazem uma aparição mais ou menos simultânea
durante o período Cambriano. Este efeito radioativo massivo pode ter surgido devido a
uma mudança climática ou uma inovação genética e é tão inesperada que é geralmente
chamada de Explosão Cambriana.

As esponjas (Porifera) separaram-se dos outros animais muito cedo e são muito
diferentes. Esponjas são sésseis e geralmente alimentam-se retirando as partículas
nutritivas da água que entra através de poros espalhados por todo o corpo, que é
suportado por um esqueleto formado por espículas. As células são diferenciadas, porém,
não estão organizadas em grupos distintos.

Existem também três filos "problemáticos" - os Rhombozoa, Orthonectida, e Placozoa -


e possuem uma posição incerta em relação aos outros animais. Quando eles foram
inicialmente descobertos, os Protozoa foram considerados como um filo animal ou um
sub-reino, porém, como eles são geralmente desrelacionados e mais similares às plantas
do que animais, um novo reino, o Protista, foi criado para abrigá-los.

Metazoa
Independentemente disso, todos os animais pertencem a um grupo monofilético
chamado Metazoa (ou Eumetazoa quando o nome Metazoa é usado para todos os
animais), caracterizado por uma câmara digestiva e camadas separadas de células que
diferenciam-se em vários tecidos. Características distintivas dos metazoários incluem
um sistema nervoso e músculos.

Os Metazoa mais simples apresentam simetria radial - por esta razão, são classificados
como Radiata (em contraposição com os Bilateria, que têm simetria bilateral). Para além
disso, estes animais são diploblásticos, isto é, possuem dois folhetos embrionários. A
camada exterior (ectoderme) corresponde a superfície da blástula e a camada interior
(endoderme) é formada por células que migram para o interior. Ela então se invagina
para formar uma cavidade digestiva com uma única abertura, (o arquêntero). Esta
forma é chamada gástrula (ou plânula quando ela é livre-natante). Os Cnidaria e os
Ctenophora (águas vivas, anémonas, corais, etc) são os principais filos diploblásticos.
Os Myxozoa, um grupo de parasitas microscópicos, têm sido considerados cnidários
reduzidos, porém, podem ser derivados dos Bilateria.

As formas restantes compreendem um grupo chamado Bilateria, uma vez que eles
apresentam simetria bilateral (ao menos um algum grau), e são triploblásticos. A
Blástula invagina sem se preencher préviamente, então o endoderma é apenas seu forro
interior, a parte interna é preenchida para formar o terceiro folheto embrionário entre
eles (mesoderme). Os animais mais simples dentre estes são os Platyhelminthes (vermes
achatados, como a ténia), que podem ser parafiléticos ao filo mais alto.
A vasta maioria dos filos triploblásticos formam um grupo chamado Protostomia. Todos
os animais destes filos possuem um trato digestivo completo (incluindo uma boca e um
ânus), com a boca se desenvolvendo do arquêntero e o ânus surgindo depois. A
mesoderme surge como nos Platyhelminthes (vermes achatados, como a planária), de
uma célula simples, e então divide-se para formar uma massa em cada lado do corpo.
Geralmente há uma cavidade ao redor do intestino, chamada celoma, surgindo como
uma divisão do mesoderma, ou ao menos uma versão reduzida disso (por exemplo, um
pseudoceloma, onde a divisão ocorre entre o mesoderma e o endoderma, comum em
formas microscópicas).

Alguns dos principais filos protostômios são unidos pela presença de larva trocófora,
que é distinguida por um padrão especial de cílios. Estes criam um grupo chamado
Trochozoa, compreendendo os seguintes:

• Filo Nemertea (ribbon worms)


• Filo Mollusca (caracóis, lulas, etc)
• Filo Sipuncula
• Filo Annelida (vermes segmentados - minhoca)

Tradicionalmente o Arthropoda - o maior filo animal incluindo insetos, aranhas,


caranguejos e semelhantes - e dois pequenos filos proximamente relacionados a eles, o
Onychophora e Tardigrada, têm sido considerados relativamente próximos aos
anelídeos por causa de seu plano de segmentação corporal (a hipótese dos Articulata).
Esta relação está em dúvida, e parece que eles, ao invés disso, pertençam a várias
minhocas pseudocelomadas - os Nematoda, Nematomorpha (minhocas cabelo-de-
cavalo), Kinorhyncha, Loricifera, e Priapulida - que compartilham entre si ecdise (muda
do exosqueleto) e muitas outras características. Este grupo é conhecido como
Ecdysozoa.

Existem vários pseudocelomados protostomados que são difíceis de serem classificados


devido ao seus pequenos tamanhos e estruturas reduzidas. Os Rotifera e
Acanthocephala são extremamente relacionados entre si e provavelmente pertencem
proximamente aos Trochozoa. Outros grupos incluem os Gastrotricha,
Gnathostomulida, Entoprocta, e Cycliophora. O último foi descoberto apenas
recentemente, e como pouca investigação foi feita nos fundos marinhos, provavelmente
mais coisas serão ainda descobertas. A maioria destes foi agrupada dentro do filo
Aschelminthes, junto com os Nematoda e outros, porém eles não aparentam possuir
relações filogenéticas entre si.

Os Brachiopoda (braquiópodes), Ectoprocta (ou Bryozoa, os briozoários) e os


Phoronidas formam um grupo chamado Lophophorata, graças à presença compartilhada
de um leque de cílios ao redor da boca chamado lofóforo. As relações evolucionárias
destas formas não são muito claras - o grupo tem sido considerado como parte dos
"deuterostomados", e talvez seja "parafilético". Eles são mais relacionados aos
"Trochozoa", contudo, e os dois são freqüentemente agrupados como Lophotrochozoa.

Os Deuterostomados diferem dos Protostomados de várias formas. Eles também


possuem um trato digestivo completo, mas neste caso o arquêntero desenvolve-se no
ânus. A mesoderme e celoma não se desenvolvem da mesma forma, e sim da
evaginação da endoderme, diz-se então, de origem enterocélica. E, finalmente, a
clivagem dos embriões é diferente. Tudo isto sugere que as duas linhas são separadas e
monofiléticas. Os deuterostomados incluem:

• Filo Chaetognatha
• Filo Echinodermata (estrelas-do-mar, ouriços-do-mar, pepinos-do-mar etc)
• Filo Hemichordata
• Filo Chordata (vertebrados e semelhantes)

Também há alguns filos animais extintos, não havendo muito conhecimento sobre sua
embriologia ou estrutura interna, tornando-se assim difíceis de se classificar. Estes são,
em sua maioria, vindos do período Cambriano, e incluem

História da Classificação

Carl von Linné, conhecido como "pai da taxonomia moderna".

No esquema original de Lineu, os animais eram de um dos três reinos,divididos nas


classes de Vermes, Insetos, Peixes, Anfíbios, Aves, Répteis e Mamíferos. Os quatro
últimos foram subunidos em um único grupo, o Chordata, enquanto que as outras várias
formas foram separadas. As listas citadas neste artigo representam a atual compreensão
do grupo, embora haja variações de fonte para fonte.

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